PT1382263E

PT1382263E - Utilização de cálcio em composições orais acídicas, para a redução da erosão dentária causada por ácido

Info

Publication number: PT1382263E
Application number: PT03078087T
Authority: PT
Inventors: David Myatt Parker
Original assignee: Smithkline Beecham Plc
Priority date: 1996-02-20
Filing date: 1997-02-12
Publication date: 2006-12-29
Also published as: LU90276B1; EA199800646A1; AU1872597A; CZ297770B6; PL185645B1; EA001375B1; ATE251853T1; DK1382263T3; EP1382263A2; ZA971358B; FI981781A; JPH11507842A; HU225033B1; WO1997030601A1; SE526779C2; US6908909B2; AP9801324A0; CZ265398A3; TR199801623T2; RO121001B1

Description

DESCRIÇÃO "UTILIZAÇÃO DE CÁLCIO EM COMPOSIÇÕES ORAIS ACÍDICAS, PARA A REDUÇÃO DA EROSÃO DENTÁRIA CAUSADA POR ÁCIDO" A presente invenção refere-se a composições para utilização oral, tais como bebidas acidicas e composições de cuidados de saúde oral e à utilização de cálcio nessas composições para aliviar ou prevenir os danos dentários associados com o consumo de ácido. Em particular a presente invenção atenua os problemas de palatabilidade associados com a adição de cálcio a bebidas.

Pensa-se que a erosão dos dentes seja causada inter alia por géneros alimentares acidicos que lixiviam o cálcio dos dentes, mais rapidamente do que este pode ser substituído por processos de remineralização normais. Quando um produto, tal como uma bebida, é preparado de acordo com esta invenção e introduzido na cavidade oral para finalidades de consumo ou de cuidados de saúde, a dissolução ou a remoção do cálcio e do fosfato a partir dos dentes, por processos químicos, são significativamente reduzidas. 0 cálcio é o mineral mais abundante no organismo. A grande maioria do cálcio é depositada nos ossos e dentes mas o mineral é, igualmente, essencial para outras funções corporais, tais como a regulação da função nervosa, a contracção dos músculos e a coagulação do sangue. 0 cálcio é um constituinte comum de bebidas que são derivadas de ingredientes de fruta e de água dura, quando esta é utilizada na produção de bebidas sem 1 descalcificação prévia. Os valores para a concentração do cálcio que ocorre sob esta forma, encontram-se, tipicamente, na gama 0,005-0,02% ρ/ρ. O interesse pelos benefícios nutricionais gerais do enriquecimento da dieta com o ião cálcio originou uma procura de formas práticas para incorporar este ião em bebidas em níveis mais elevados de 0,02% p/p a 2% p/p. A utilização do cálcio como um suplemento de bebidas foi descrita no documento WO88/037 62. É bem conhecido que a adição de ácido málico irá auxiliar a manutenção da solubilidade do cálcio em bebidas enriquecidas em cálcio, minimizando, consequentemente, as perdas devidas à precipitação. Isto é devido à formação de um complexo solúvel de "citrato malato de cálcio". Por outro lado, Lussi et al. (1995,

Carie Res 29, 349-354) associaram a acidez titulável de uma bebida com o seu potencial erosivo; quanto maior a concentração de ácido na bebida mais danosa para os dentes esta se torna.

No documento PCT US 91/07117 é divulgado um método para prevenir a erosão do esmalte dentário, pelo consumo de uma bebida ácida (tendo um pH inferior a 5,5), compreendendo de 0,02% a 0,15% de cálcio sob a forma de um complexo de citrato malato de cálcio tendo uma proporção molar entre o citrato e o malato de 1:0,5 a 1:4,5. Nos complexos de citrato malato de cálcio, a proporção molar entre as moles totais de cálcio:moles totais de citrato:moles totais de malato pode ser de cerca de 2:1:1 a cerca de 6:3:4. Um complexo preferido de bebidas tem a proporção molar 4:2:3.

No documento EP 634110, a prevenção da erosão do esmalte dentário por produtos de sumo acídico é realizada pela 2 utilização de, pelo menos, 2000 mg/L de fosfato de cálcio solubilizado.

No documento GB 1516525, a remineralização do esmalte dentário é obtida através da formação de uma solução meta-estável de, pelo menos, iões cálcio e fosfato.

Foi verificado que a inclusão de niveis elevados de cálcio em bebidas origina problemas de palatabilidade. A presente invenção é baseada na verificação que a redução eficaz da erosão dentária em composições orais acídicas pode ser realizada com quantidades mais baixas de cálcio em relação ao acidulante, quando o pH da composição é, igualmente, controlado. A presente invenção proporciona a utilização de uma proporção molar entre o cálcio e o ácido de 0,3 a 0,55 e um pH na gama entre 3,5 e 4,5, na produção de uma composição liquida acidica, administrável oralmente, compreendendo um composto de cálcio e um acidulante, para a redução da erosão dentária causada por ácidos. A presente invenção é aplicável a substâncias acidicas aquosas para consumo oral, tais como bebidas acidicas, sumos de fruta, cidras, vinhos, vinagres, picles e diversos produtos lácticos acidicos e, igualmente, a outras substâncias liquidas a ser tomadas oralmente, tais como colutórios e medicamentos acidicos. A prática da presente invenção não causa problemas de paladar em bebidas. Embora fosse esperado que o aumento do pH de uma bebida para, aproximadamente, pH 4 reduzisse a aqudez no 3 paladar proporcionado pelo acidulante, surpreendentemente, a inclusão de cálcio, de acordo com esta invenção, atenua-a.

Uma vantagem adicional resulta da utilização de baixos niveis de cálcio, de acordo com esta invenção, sob a forma de um sal alcalino. A capacidade de tamponamento da formulação é reduzida pela neutralização parcial do ácido, o que permite que a saliva neutralize mais rapidamente os residuos na boca. A concentração absoluta de cálcio utilizada na presente invenção não é critica, uma vez que esta irá variar de acordo com a natureza e a concentração dos ácidos presentes. A solução ácida pode conter ácidos orgânicos e/ou inorgânicos e pode ser suplementada com vitaminas, tais como ácido ascórbico. Numa bebida concentrada, para ser diluida com até cinco partes de água antes do consumo, a concentração de cálcio pode variar de 0,001 mol. por litro até mais de 0,05 mol. por litro. Numa bebida pronta a beber, a concentração de iões de cálcio pode variar de 0,0002 mol. por litro até mais de 0,01 mol. por litro. O cálcio pode ser adicionado sob a forma de qualquer sal conveniente, tal como carbonato de cálcio, hidróxido de cálcio, citrato de cálcio, malato de cálcio, lactato de cálcio, cloreto de cálcio, glicerofosfato de cálcio ou formato de cálcio ou qualquer outro sal, para minimizar qualquer contribuição de sabor adversa para a composição. A invenção pode ser realizada pela mistura do ácido (e. g. ácido cítrico) com o seu sal de cálcio correspondente (e. g. citrato de cálcio) ou outro sal de cálcio. Pode ser vantajoso misturar o ácido com um sal de cálcio alcalino, tal como carbonato de cálcio ou hidróxido de cálcio, minimizando, 4 deste modo, a concentração de ácido aplicada à formulação. O ácido pode ser, igualmente, misturado com sais inorgânicos de cálcio, tal como cloreto de cálcio. A proporção molar entre o cálcio e o ácido pode ser de 0,3-0,55. De um modo mais preferido, a proporção molar é de, pelo menos, 0,4 e foi verificado que um valor de cerca de 0,5 é especialmente eficaz. O pH da formulação pode ser ajustado à gama desejada, pela adição do composto de cálcio na proporção adequada em relação ao ácido. Se necessário, dependendo do ácido presente, o pH pode ser, adicionalmente, ajustado pela aplicação de uma base e. g. hidróxido de sódio ou de um sal adequado, por exemplo, citrato de sódio, malato de sódio ou lactato de sódio. O pH da composição não é, de um modo preferido, superior a 4, de um modo mais preferido, é de 3,7 a 3,9. Foi verificado que as composições com um pH de cerca de 3,8 são especialmente eficazes. A concentração típica de ácido cítrico ou málico numa bebida de fruta concentrada estará na gama de 0,1% p/p a 4% p/p. Numa bebida pronta a beber, as concentrações de ácido estarão, tipicamente, na gama de 0,01% p/p a 1% p/p. Poderão ser, igualmente, utilizados outros ácidos potáveis convencionais para bebidas, tais como ácido láctico. Podem ser utilizadas misturas de ácidos potáveis.

Numa forma de realização preferida, a composição ácida é um concentrado de bebida preparado a partir de um sumo de fruta natural, tal como sumo de groselha-negra, por exemplo, um 5 concentrado de xarope aromatizado. 0 cálcio pode ser adicionado sob uma forma adequada, quer ao concentrado, especialmente quando a bebida é vendida ao consumidor sob a forma de um concentrado para diluição antes de beber, quer quando se dilui o concentrado de xarope para a preparação de um concentrado diluido "pronto a beber". De um modo preferido, o produto contém niveis reduzidos de açúcares ou hidratos de carbono ou é do tipo de baixas calorias contendo adoçantes intensos. A composição oral pode conter magnésio ou outros iões, como auxiliares de remineralização. Este pode, igualmente, conter uma quantidade eficaz de ácido málico ou seus sais potáveis, para manter a solubilidade do cálcio, de forma a prevenir ou minimizar a precipitação de sais de cálcio insolúveis. 0 ácido málico adicionado pode proporcionar tão pouco quanto 10% da acidez total da bebida, sendo a restante acidez proporcionada por outros ácidos, de um modo preferido, presentes naturalmente, tal como ácido citrico ou pelo ácido ascórbico. A invenção pode ser aplicada em várias bebidas, tais como concentrados, bebidas de fruta sem gás ou em refrigerantes carbonatados e, em particular, em bebidas saudáveis, tais como, bebidas de sumo de groselha-negra ou a bebidas adicionadas de vitaminas. A invenção é, vantajosamente, aplicada a bebidas contendo ácido citrico natural ou adicionado. As bebidas podem ser não adoçadas ou adoçadas com açúcar ou adoçantes intensos, tais como sacarina, éster metílico de aspartilfenilalanilo ou outros adoçantes conhecidos na técnica. As bebidas podem conter, igualmente, outros aditivos convencionais, tais como benzoato de sódio, ácido sórbico, metabissulfito de sódio, ácido ascórbico, aromatizantes, corantes e dióxido de carbono. 6

As bebidas podem ser preparadas pela mistura dos ingredientes de acordo com métodos convencionais. Se necessário, os ingredientes sólidos podem ser dissolvidos em água ou em água quente, antes da adição aos outros componentes. Tipicamente, as bebidas são pasteurizadas antes do enchimento em garrafas ou em latas ou em outras embalagens ou são "pasteurizadas na embalagem" após o enchimento. A invenção é ilustrada pelos Exemplos seguintes:

Exemplo 1

Foi preparado um produto de bebida concentrado, para diluição com cinco partes de água antes do consumo, pela mistura dos ingredientes como se segue. 0 carbonato de cálcio foi adicionado aos outros ingredientes como uma adição final. 84 litros 1,15 Kg 1, 8 Kg 0,8 Kg 0,325 Kg 0,145 Kg 0,3 litros 1000 litros 4,2 Kg

Concentrado de sumo de groselha-negra SG 1.27 Éster metilico de aspartilfenilalanilo *

Acessulfame K Ácido ascórbico

Benzoato de sódio

Metabissulfito de sódio

Aroma de groselha-negra Água até um volume final de

Carbonato de cálcio *comercializado como Aspartame (RTM) A proporção molar cálcio:ácido é de 0,5 7 0 concentrado é ajustado para pH 3,7 com uma solução de hidróxido de sódio. Na diluição do concentrado com cinco partes de água (na concentração de bebida) , verifica-se que o pH da composição é, tipicamente, 3,85.

Foram realizados testes de planometria in vitro, nos quais foram expostas secções planas de esmalte dentário às soluções de teste, a uma temperatura de 37 °C, durante 30 minutos. O potencial erosivo foi avaliado pela medição fisica da profundidade do esmalte perdido durante o processo. Enquanto que uma formulação de controlo compreendendo ácido cítrico 14 mM, pH 3,2 resultou numa perda de 4 mícrones de esmalte e uma formulação de controlo adicional de ácido cítrico 14 mM, pH 3,85, removeu 1,8 mícrones, uma formulação de teste com pH ajustado e cálcio adicionado, compreendendo ácido cítrico 14 mM, cálcio 7 mM, pH 3,85, removeu, apenas, 0,17 mícrones de esmalte, demonstrando a utilidade da invenção.

Exemplo 2

Foi preparada uma bebida pronta a beber, pela mistura de ingredientes, como se segue: %p/p

Ingredientes Açúcar Benzoato de sódio 10 0,01

Sumo de laranja Ácido ascórbico

Mono-hidrato de ácido cítrico 5, 04 0,03 0,15

Aromatizante 0,005

Corante 0,004 Água Carbonato de cálcio por diferença 86 0,048

Hidróxido de sódio suficiente para ajustar o pH a 3,9 0,48

Dióxido de carbono

Nesta bebida a proporção molar cálcio:ácido é de 0,46 (o sumo de laranja tem, tipicamente, 1% p/p de ácido cítrico)

Exemplo 3 (não de acordo com a invenção)

Foi preparada uma bebida pronta a beber, pela mistura de ingredientes, como se segue: 9

Ingredientes %p/p Açúcar 8 Benzoato de sódio 0,01 Sumo de maçã 10 Ácido ascórbico 0,03 Ácido málico 0,15 Aromatizante 0,005 Corante 0,004 Água por diferença 82 Carbonato de cálcio 0,093 Hidróxido de sódio suficiente para ajustar o pH a 3,

Nesta bebida a proporção molar cálcio:ácido é de 0,74 (o sumo de maçã tem, tipicamente, ácido málico a 0,6% p/p)

Exemplo 4

Estudo in vivo

Foi produzida uma bebida, pela mistura de ingredientes, como se segue: 10

Concentrado de groselha-negra Éster metílico de aspartilfenilalanilo Acessulfame K Ácido ascórbico Aromatizante 16,78 litros 0,54 kg 0,11 kg 0,45 kg 0,55 litros hidróxido de Cálcio Água 0,52 kg para 1000,00 litros O hidróxido de cálcio foi adicionado sob a forma de uma pasta com uma porção da água, como uma adição final e foi suficiente para produzir uma bebida contendo cálcio numa proporção molar de 0,5:1 entre o cálcio e o ácido cítrico. A bebida resultante tinha um pH de 3,8. O lote foi submetido a pasteurização instantânea e empacotado em contentores "Tetra-Brik" de 250 mL.

Foi comparada, neste estudo, a perda de esmalte humano entre três bebidas: o exemplo acima, um sumo de laranja como um controlo positivo (pH 3,8) e água como controlo negativo.

Participaram doze voluntários no estudo, numa concepção de cruzamento de quadrado latino de três tratamentos. Cada período de estudo consistiu em três semanas, consistindo, cada uma, em cinco dias úteis. Em cada período de estudo, foi mantida uma secção de esmalte de um dente saudável, extraído, num aparelho, durante sete horas, por cada dia útil. Em quatro ocasiões durante este período, foram sorvidos, gradualmente, 250 mL da bebida do teste, sob supervisão, durante um período de dez minutos. Foi permitido aos sujeitos remover o aparelho para consumir uma refeição ao meio-dia, mas não foi permitido consumir comidas ou outras bebidas, enquanto o aparelho se 11 encontrava colocado. 0 espécime de esmalte foi sujeito a medição por planometria (os princípios do método foram descritos por Davis e Winter (1977) British Dental Journal 143, 116-119), no início do período de tratamento e no final de cada semana de tratamento. Todas as leituras foram realizadas em duplicado. Após um período de lavagem, cada sujeito iniciou, então, o período de tratamento seguinte com um novo espécime de esmalte. Os resultados são fornecidos na tabela seguinte e representam os mícrones de esmalte perdidos pelo tratamento fornecido, após o tempo de exposição fornecido e são as médias determinadas para os doze sujeitos. 5 dias 10 dias 15 dias água 0,098 0,153 0,166 groselha-negra 0,341 0,376 0,407 sumo de laranja 0, 911 1,459 2,543

Os resultados demonstram que a formulação da groselha-negra se revelou minimamente erosiva, pouco mais erosiva do que a água e muito significativamente menos erosiva do que o sumo de laranj a.

Exemplo 5 Estudo in vitro

Foram realizadas cinco experiências, utilizando cada uma oito dentes, para investigar a importância da suplementação com cálcio na exposição do esmalte a soluções de ácido cítrico. Os 12 dentes foram inicialmente submetidos à profilaxia, lavados com soro fisiológico e, seguidamente, cobertos com uma cera resistente ao ácido com excepção de uma janela experimental com 5 mm de diâmetro.

Os dentes foram submetidos a seis exposições consecutivas de 5 min a soluções de ácido citrico a 0,3%, numa velocidade de fluxo de 0,1 mL/min, em cada experiência. As soluções de ácido citrico foram suplementadas com cálcio 0,0, 0,5, 1,5, 2,5, 5,0, 7,5 10 ou 15 mM, sob a forma de hidróxido de cálcio e o pH foi ajustado para 3,5 ou 3,8, utilizando hidróxido de sódio 1,0 M.

Foram recolhidas amostras do ácido citrico residual, após cada exposição de 5 min dos dentes e estas foram congeladas a -4 °C, antes da análise do fósforo pelo método de Chen et al. (1956) Analytical Chemistry, Vol. 28, p 1956-8.

Os resultados são ilustrados abaixo cálcio proporção molar Quantidade média de Fósforo libertada (ug) ± i sd (mM) cálcio:ácido pH 3,5 pH 3, 8 0 0,00 1,41 ± 0,11 1,26 ± 0,17 0,5 0,03 1,25 ± 0,14 1,02 ± 0,09 1,5 0,10 1,07 ± 0,15 0,83 ± 0,12 2,5 0,17 1,22 ± 0,14 0,63 ± 0,13 5 0,35 0,79 ± 0,06 0,46 ± 0,13 7,5 0,52 0,72 ± 0,1 0,32 ± 0,10 10 0,70 0,46 ± 0,13 0,24 ± 0,11 15 1,05 0,3 ± 0,10 0,14 ± 0,07 13

Esta experiência ilustra, claramente, que a adição de cálcio a uma solução de ácido cítrico a 0,3% reduz o seu potencial erosivo. 0 efeito é mais significativo até uma proporção molar entre o cálcio e o ácido de cerca de LO O (aproximadamente 7,5 mM de cálcio). Não pode ser alcançado qualquer aumento justificável do potencial erosivo pelo aumento da proporção molar cálcio:ácido muito para além deste ponto.

Exemplo 6

Foi preparado um concentrado aromatizado, pela mistura dos seguintes ingredientes juntamente com agitação. 0 hidróxido de cálcio foi adicionado por último, sob a forma de uma pasta em água fria e o volume foi ajustado para 1000 L com a água.

Ingrediente Unidade Quantidade Concentrado de Groselha-negra L 67,1 Adoçante Kg 3, 33 Ácido Ascórbico Kg 2,28 Conservantes Kg 0,45 Aromatizante L 1,2 Hidróxido de Cálcio Água até 1000 litros kg 2, 96 0 concentrado de : bebida foi submetido a pasteurização instantânea a 93 °C r durante 42 segundos e transferido para garrafas de 600 mL. A proporção molar entre o cálcio e o ácido cítrico foi de 0,4 e o pH final foi 3,7. 14

Na diluição com cinco partes de água na concentração de bebida, foi determinado que o pH da composição era 3,85 e o sabor da bebida foi descrito como sendo groselha-negra frutada tipico. 0 concentrado de bebida foi testado em termos da estabilidade no armazenamento, tanto à temperatura ambiente como a 30 °C. Após um periodo de 9 meses, não foi observada qualquer precipitação de cálcio insolúvel.

Exemplo 7

Estudo in vivo

Foi produzida uma bebida, pela mistura de ingredientes, como se segue:

Concentrado de groselha-negra 10,07 litros Éster metilico de aspartilfenilalanilo 0,21 kg Acessulfame K 0,07 kg Ácido ascórbico 0,27 kg Ácido láctico 80% p/p 0,66 litros Sorbato de potássio 0,1 kg Metabissulfito de sódio 0,02 kg Aromatizante 0,56 litros Hidróxido de Cálcio 0,52 kg Água até 600,00 litros 15 0 hidróxido de cálcio foi adicionado sob a forma de uma pasta com uma porção da água, como uma adição final e foi suficiente para produzir uma bebida contendo cálcio numa proporção molar de 0,45:1 entre o cálcio e o ácido cítrico/ácido láctico. A bebida resultante tinha um pH de 3,85. O lote foi empacotado em contentores de 250 mL e pasteurizado "na embalagem".

Foi comparada, neste estudo, a perda de esmalte humano entre quatro bebidas: o exemplo acima, uma bebida de fruta de groselha-negra comercialmente disponivel com um pH de 3,0 e sem cálcio adicionado, um sumo de laranja como um controlo positivo (pH 3,9) e água como controlo negativo.

Participaram doze voluntários no estudo. Cada período de estudo consistiu em três semanas, consistindo , cada uma, em cinco dias úteis. Em cada período de estudo, foi mantida uma secção de esmalte de um dente saudável, extraido, num aparelho, durante sete horas por cada dia útil. Em quatro ocasiões durante este periodo, foram sorvidos, gradualmente, 250 mL da bebida do teste, sob supervisão, durante um periodo de dez minutos. Foi permitido aos sujeitos remover o aparelho para consumir uma refeição ao meio-dia, mas não foi permitido consumir comidas ou outras bebidas, enquanto o aparelho se encontrava no lugar. O espécime de esmalte foi sujeito a medição por planometria (os princípios do método foram descritos por Davis e Winter (1977) British Dental Journal 143, 116-119), no início do período de tratamento e no final de cada semana de tratamento. Todas as leituras foram realizadas em duplicado. Após um período de lavagem, cada sujeito iniciou, então, o período de tratamento seguinte com um novo espécime de esmalte. 16

Os resultados são fornecidos na tabela seguinte e representam os micrones de esmalte perdidos pelo tratamento fornecido, após o tempo de exposição fornecido. 15 dias água 0,11 groselha-negra 0,39 groselha-negra comercial 1,44 sumo de laranja 1,29

Os resultados demonstram que a formulação da groselha-negra se revelou minimamente erosiva, pouco mais erosiva do que a água e muito significativamente menos erosiva do que o sumo de laranja ou a bebida de groselha-negra comercial.

Exemplo 8 (não de acordo com a invenção)

Foi preparado um concentrado de cola, pela mistura dos ingredientes seguintes, em conjunto

ácido ortofosfórico SG 1.585 41 L ácido cítrico 120 kg cafeína BP 5,3 kg emulsão de cola 29, 25 L caramelo concentração dupla 125 L Água até 400 L 17

Foi, seguidamente, preparado um xarope de cola com uma proporção de 1+5, pela mistura dos ingredientes seguintes em conjunto

Éster metilico de aspartilfenilalanilo 1,8 kg sacarina solúvel 500 g concentrado de cola 25 L intensificador de cola 60 0 mL hidróxido de cálcio 3,108 kg água até 1000 L 0 hidróxido de cálcio foi adicionado sob a forma de uma pasta com uma porção da água, como uma adição final e o xarope cola foi, então, diluido com água carbonatada, enlatada e pasteurizada na embalagem, para produzir um produto acabado, com um pH de 3,5 e uma proporção molar entre o cálcio e o ácido de 0,6.

Exemplo 9

Foi preparado um colutório, pela mistura dos ingredientes seguintes: 18 %P/P etanol 96% BP 8 Sacarina solúvel 0,06 cloreto de cetilpiridínio 0,05 Tego Betain CK-KB5 0,2 aromatizante 0,12 tri-hidrato de acetato de sódio 0,05 ácido acético 80% 0,1575 di-hidrato de cloreto de cálcio 0,123 água desionizada 91,24 0 etanol, cloreto de cetilpiridínio, Tego Betain CK-KB5 (Marca Comercial para uma propilbetaína de cocamida) e aromatizante foram misturados em conjunto, para formar uma solução transparente. Os restantes ingredientes foram misturados em conjunto, num contentor separado. A solução etanólica foi, então, adicionada à solução aquosa, para produzir um colutório com um pH de 4,5 e uma proporção molar entre o cálcio e o ácido de 0,4.

Exemplo 10

Foi preparada uma bebida pronta a beber, pela mistura de ingredientes, como se segue: 19

Ingredientes %p/ V Benzoato de sódio 0, 01 Ácido málico 0, 30 Aromatizante 0, 1 Adoçante artificial 0, 05 Água por diferença 99, 5 Hidróxido de cálcio 0, 08

Verifica-se que o pH resultante da composição é, tipicamente, 3,85 e tem uma proporção molar entre o cálcio e o ácido de 0,5.

Foram realizados testes de planometria in vitro nos quais foram expostas secções de esmalte dentário planas, para testar soluções a uma temperatura de 37 °C, durante 30 minutos. O potencial erosivo foi avaliado pela medição fisica da profundidade do esmalte perdido durante o processo. Enquanto que uma formulação de controlo na ausência de adição de hidróxido de cálcio originou um pH de 2,5 e resultou numa perda de 8,1 micrones de esmalte e uma formulação de controlo adicional, na qual o pH da bebida tinha sido aumentado para pH 3,85, com hidróxido de sódio, removeu 1,65 micrones, a composição detalhada acima removeu apenas 0,6 micrones do esmalte, demonstrando a sua utilidade na redução da erosão dentária.

Lisboa, 17 de Outubro de 2006 20

Claims

REIVINDICAÇÕES 1. Utilização de uma proporção molar entre o cálcio e o ácido de 0,3 a 0,55 e um pH na gama de 3,5 a 4,5, na produção de uma composição liquida acidica administrável oralmente, compreendendo um composto de cálcio e um acidulante, para a redução da erosão dentária causada por ácido.
2. Utilização como reivindicado na reivindicação 1, em que a proporção molar entre o cálcio e o ácido é de, pelo menos, 0,4.
3. Utilização como reivindicado na reivindicação 1 ou 2, na qual o pH da composição não é superior a 4.
4. Utilização como reivindicado em qualquer uma das reivindicações 1 a 3, na qual o pH da composição é de 3,7 a 3, 9.
5. Utilização como reivindicado em qualquer uma das reivindicações 1 a 4, na qual a composição liquida acidica é uma bebida.
6. Utilização como reivindicado na reivindicação 5, na qual a bebida é uma bebida de fruta sem gás, um refrigerante carbonatado ou uma bebida saudável.
7. Utilização como reivindicado em qualquer uma das reivindicações 1 a 5, na qual a composição liquida acidica é um concentrado de bebida para a preparação de uma bebida. 1 Utilização como reivindicado na reivindicação 8, na qual o concentrado se destina a uma bebida de fruta ou uma bebida saudável. Lisboa, 17 de Outubro de 2006 2