BR112021000617A2 - Fucanos com elevado teor de sulfato para o tratamento de aderências fibrosas - Google Patents

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Christopher Michael Kevin Springate
Bryan Anthony Young
Sailesh Haresh Daswani
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Abstract

fucanos com elevado teor de sulfato para o tratamento de aderências fibrosas. a presente invenção refere-se a um fucano modificado com elevado teor de sulfato, compreendendo um fucano terapeuticamente eficaz e medicamente aceitável em uma composição compreendendo uma razão molar de sulfato para fucose maior do que ou igual a aproximadamente 1,2, 1,81 ou 1,9 e/ou uma razão molar de sulfato para fucose mais galactose igual ou superior a aproximadamente 1,1, 1,2 ou 1,3.

Description

Relatório Descritivo da Patente de Invenção para “FUCA-
NOS COM ELEVADO TEOR DE SULFATO PARA O TRATAMENTO DE ADERÊNCIAS FIBROSAS”.
[0001] REIVINDICAÇÃO DE PRIORIDADE
[0002] O presente Pedido de Patente reivindica o benefício do Pe- dido de Patente US provisório copendente nº 62/711,364, depositado em 27 de julho de 2018; Pedido de Patente US provisório nº 62/711,372, depositado em 27 de julho de 2018; Pedido de Patente US provisório nº 62/711,335, depositado em 27 de julho de 2018; Pedido de Patente US provisório nº 62/713,399, depositado em 1 de agosto de 2018; Pedido de Patente US provisório nº 62/722,135, depositado em 23 de agosto de 2018; Pedido de Patente US provisório nº 62/755,311, depositado em 2 de novembro de 2018; Pedido de Patente US provisório nº 62/793,514, depositado em 17 de janeiro de 2019; Pedido de Patente US provisório nº 62/861,223, depositado em 13 de junho de 2019; Pe- dido de Patente US provisório copendente nº 62/713,392, depositado em 1º de agosto de 2018; Pedido de Patente US provisório nº 62/713,413, depositado em 1º de agosto de 2018; Pedido de Patente US provisório nº 62/722,137, depositado em 23 de agosto de 2018; Pe- dido de Patente US provisório nº 62/755,318, depositado em 02 de no- vembro de 2018; Pedido de Patente US provisório nº 62/861,228, depo- sitado em 13 de junho de 2019; pedido de patente US provisório copen- dente nº 62/755,328, depositado em 02 de novembro de 2018; Pedido de Patente US provisório nº 62/793,654, depositado em 17 de janeiro de 2019; e pedido de patente US provisório nº 62/861,235, depositado em 13 de junho de 2019, todos os pedidos são aqui incorporados por referência em sua totalidade.
[0003] ANTECEDENTES DA INVENÇÃO
[0004] Fucanos (incluindo o fucoidano) são polissacarídeos sulfata- dos. Em termos gerais, isto significa que são moléculas compostas de vários grupos de açúcar, e também têm átomos de enxofre ligados aos grupos de açúcar. O grupo de açúcar principal é chamado de “fucose”, que é o açúcar que tem 6 átomos de carbono e tem a fórmula química C6H12O5. “Fucoidano” (ou fucoidina) indica fucanos derivados de algas marrons (algas marinhas). Os fucanos podem existir sozinhos, ou em uma mistura de outros açúcares, por exemplo, em uma mistura de açú- cares como xilose, galactose, glicose, ácido glucurônico e/ou o manose. Esses outros açúcares podem ser extraídos de algas marinhas ou de outra fonte com o fucano. Embora os fucanos sejam atualmente deriva- dos de fontes naturais, como as algas marrons (algas marinhas), pepi- nos do mar, etc., mencionados aqui, “fucano” inclui moléculas poliméri- cas tendo os motivos químicos e estruturais dos fucanos, como discu- tido neste Documento, independente da fonte final ou fontes finais dos fucanos.
[0005] O fucoidano pode ser obtido a partir de uma variedade de espécies de algas marrons, incluindo, mas não se limitando a: Ade- nocystis utricularis, Ascophyllum nodosum, Chorda filum, Cystoseira- bies marina, Durvillaea antarctica, Ecklonia kurome, Ecklonia maxima, Eisenia bicyclis, Fucus evanescens, Fucus vesiculosis, Hizikia fusi- forme, Himanthalia Elongata, Kjellmaniella crassifolia, Laminaria brasili- ensis, Laminaria cichorioides, Laminaria hyperborea, Laminaria japo- nica, Laminaria saccharina, Lessonia trabeculata, Macrocystis pyrifera, Pelvetia fastigiata, Pelvetia Canaliculata, Saccharina japonica, Saccha- rina latissima, Sargassum stenophylum, Sargassum thunbergii, Sargas- sum confusum, Sargassum fusiforme e Undaria pinnatifida. Estas espé- cies exemplificativas são todas da classe taxonômica Phaeophyceae e a maioria dessas espécies se enquadra nas famílias de Fucales e La- minariaceae.
[0006] Os fucanos, incluindo o fucoidano, se mostraram eficazes em servir para inibir, prevenir, remover, reduzir ou tratar de outra forma a formação de aderências fibrosas. Também encontraram uso no trata- mento de outras doenças e condições relacionadas.
[0007] Assim, há uma necessidade não atendida de composições de fucano tendo fucanos com níveis de sulfatação desejados, incluindo, em algumas modalidades, esses fucanos sendo modificados para ter os níveis de sulfatação desejados e/ou níveis de endotoxina baixos e me- dicamente viáveis. Os fucanos são conhecidos por tratar aderências fi- brosas. As composições compreendendo fucanos com baixos níveis de sulfatação já foram demonstradas no tratamento de aderências fibrosas. As presentes composições, sistemas, métodos e outros fornecem estas e/ou outras vantagens.
[0008] SUMÁRIO DA INVENÇÃO
[0009] São fornecidos composições, métodos, sistemas, materiais e outros para os fucanos modificados, por exemplo, fucanos com ele- vado teor de sulfato que, entre outras vantagens, inibem as aderências fibrosas. As composições do presente Documento compreendem fuca- nos com elevado teor de sulfato com altas razões de sulfato para fucose e de sulfato para fucose total mais galactose.
[0010] As presentes composições, métodos, sistemas e outros for- necem composições medicamente aceitáveis, compreendendo os de- sejados fucanos com elevado teor de sulfato, modificados, obtidos a partir de composições de fucano de partida ou iniciais (isto é, composi- ções de fucano a partir das quais podem ser derivados os fucanos mo- dificados; essas composições de fucano de partida podem ou não ser brutas ou terem sido previamente processadas ou purificadas, tal como uma composição de fucano de alimentação) assim como métodos para obter esses desejados fucanos modificados e métodos de uso dessas composições.
[0011] Em alguns aspectos, as composições, os sistemas, os mé- todos e outros se referem a composições medicamente aceitáveis que compreendem os fucanos com elevado teor de sulfato.
[0012] Em alguns aspectos, as composições, sistemas, métodos outros aqui podem se referir a composições medicamente aceitáveis que compreendem um tampão ou diluente medicamente aceitável e uma quantidade terapeuticamente eficaz de um fucano com elevado teor de sulfato, tendo uma razão molar de sulfato para fucose superior ou igual a aproximadamente 1,2 e/ou uma razão molar de sulfato para fucose mais galactose superior ou igual a aproximadamente 1,1. A ra- zão molar de sulfato para fucose é maior ou igual a aproximadamente 1,81 e/ou a razão molar de sulfato para fucose mais galactose pode ser maior ou igual a aproximadamente 1,2; a razão molar de sulfato para fucose pode ser maior ou igual a aproximadamente 1,9 e/ou a razão molar de sulfato para fucose mais galactose pode ser maior ou igual a aproximadamente 1,3; a razão molar de sulfato para fucose pode estar entre 1,81 e 2,85; e a razão molar de sulfato para fucose mais galactose pode estar entre 1,30 e 2,20.
[0013] O fucano pode ter uma distribuição de peso molecular em que pelo menos 60% p/p da distribuição é superior a 100 kDa, quando medida usando uma configuração para cromatografia de permeação em gel aquoso que consiste essencialmente em: uma coluna de cromatografia analítica de permeação em gel de 300 mm com um diâmetro interno de 7,8 mm, acondicionada com gel à base de polimetacrilato hidroxilado, tendo uma faixa de peso molecular eficaz entre aproximadamente 50 kDa e aproximadamente 5.000 kDa, uma co- luna de cromatografia analítica de permeação em gel de 300 mm com um diâmetro interno de 7,8 mm, acondicionada com gel à base de poli- metacrilato hidroxilado, tendo uma faixa de peso molecular eficaz entre aproximadamente 1 kDa e aproximadamente 6.000 kDa e uma coluna de proteção de 40 mm com um diâmetro interno de 6 mm, acondicio- nada com gel à base de polimetacrilato hidroxilado, as duas colunas de cromatografia analítica de permeação em gel e a uma coluna de prote- ção contidas em um compartimento de coluna a aproximadamente 30ºC; um detector de índice de refração a aproximadamente 30ºC; uma fase móvel de nitrato de sódio a 0,1 M executada a 0,6 mL/min; e quantificação contra uma curva padrão de peso molecular máxima cons- tituída essencialmente por um primeiro padrão de dextrano com um peso molecular máximo de aproximadamente 2.200 kDa, um segundo padrão de dextrano com um peso molecular máximo entre aproximada- mente 720 kDa e aproximadamente 760 kDa, um terceiro padrão de dextrano com um peso molecular máximo entre aproximadamente 470 kDa e aproximadamente 510 kDa, um quarto padrão de dextrano com um peso molecular máximo entre aproximadamente 370 kDa e aproxi- madamente 410 kDa, um quinto padrão de dextrano com um peso mo- lecular máximo entre aproximadamente 180 kDa e aproximadamente 220 kDa e um sexto padrão de dextrano com um peso molecular má- ximo entre aproximadamente 40 kDa e 55 kDa.
[0014] O fucano pode ter um peso molecular médio ponderado su- perior a 100 kDa; uma distribuição de peso molecular em que pelo me- nos 90% p/p da distribuição pode ser superior a 100 kDa; um peso mo- lecular médio ponderado superior a 200 kDa ou um peso molecular mé- dio ponderado superior a 500 kDa. O fucano pode ter uma distribuição de peso molecular em que pelo menos 90% p/p da distribuição pode ser superior a 500 kDa; um nível de sulfatação entre 14% p/p e 60% p/p, 30% p/p e 55% p/p, 35% p/p e 52% p/p, 40% p/p e 60% p/p, 45% p/p e 60% p/p, 40% p/p e 55% p/p ou entre 45% p/p e 55% p/p. O teor total de carboidrato pode estar entre 27% p/p e 80% p/p; o teor total de fu- cose como um percentual do teor total de carboidrato pode ser ao me- nos aproximadamente 30% p/p; o teor total de carboidrato pode ser ao menos aproximadamente 50% p/p e o teor total de fucose como um per- centual do teor total de carboidrato pode ser ao menos aproximada- mente 70% p/p, 80% p/p, 90% p/p ou 95% p/p.
[0015] O fucano pode ter um teor total de galactose como um per- centual do teor total de carboidrato abaixo de aproximadamente 60% p/p, entre aproximadamente 2% p/p e 20% p/p, ou abaixo de aproxima- damente 10% p/p. O total do teor de ácido glucurônico, manose, ram- nose e xilose como um percentual do teor total de carboidrato pode ser abaixo de aproximadamente 30% p/p. A composição medicamente acei- tável de fucano com elevado teor de sulfato pode ter uma viscosidade entre aproximadamente 4 cP e 50 cP, 10 cP e 40 cP, ou entre aproxi- madamente 15 cP e 30 cP. A composição medicamente aceitável de fucano com elevado teor de sulfato pode ser límpida-incolor.
[0016] Em alguns aspectos, as composições, sistemas, métodos e outros aqui descritos compreendem o tratamento de uma aderência fi- brosa em um animal, compreendendo a seleção de uma composição medicamente aceitável de fucano com elevado teor de sulfato para inibir a aderência fibrosa e a administração de uma quantidade terapeutica- mente eficaz compreendendo uma faixa de dosagem entre 0,5 mg/kg e 50 mg/kg do fucano com elevado teor de sulfato ao local de uma ferida do animal. Também são aqui fornecidos agentes para tratar uma ade- rência fibrosa em um animal, compreendendo uma composição medi- camente aceitável de fucano com elevado teor de sulfato deste docu- mento para tal tratamento. Também são fornecidos agentes para o tra- tamento de uma aderência fibrosa em um animal, compreendendo uma composição medicamente aceitável de fucano com elevado teor de sul- fato aqui configurada e composta para inibir a aderência fibrosa e admi- nistrar uma quantidade terapeuticamente eficaz dela em uma faixa de dosagem entre 0,5 mg/kg e 50 mg/kg do fucano com elevado teor de sulfato ao local de uma ferida do animal. Além disso, é aqui fornecido o uso das composições medicamente aceitáveis de fucano com elevado teor de sulfato para a produção de um remédio para aderências fibrosas.
[0017] Em alguns aspectos, as composições, sistemas, métodos e outros compreendem o tratamento de uma condição ou doença em um animal, compreendendo a seleção de uma composição medicamente aceitável de fucano com elevado teor de sulfato para tratar a condição ou doença e a administração de uma quantidade terapeuticamente efi- caz entre aproximadamente 0,04 mg/kg e 25 mg/kg do fucano com ele- vado teor de sulfato na composição ao animal. A quantidade terapeuti- camente eficaz pode estar entre aproximadamente 0,2 mg/kg e 10 mg/kg, aproximadamente 1 mg/kg e 5 mg/kg, aproximadamente 1,5 mg/kg e 3 mg/kg ou aproximadamente 5 mg/kg e 10 mg/kg. A condição ou doença pode ser uma aderência fibrosa em um local-alvo no animal, e a administração pode compreender a administração da quantidade te- rapeuticamente eficaz ao local-alvo.
[0018] Em outros aspectos, as composições, sistemas, métodos e outros compreendem composições médicas compreendendo entre aproximadamente 0,02 mg/mL e 100 mg/mL dos fucanos com elevado teor de sulfato neste documento, em que a composição médica é confi- gurada e composta para tratar uma doença ou uma condição em um animal.
[0019] As composições médicas podem conter aproximadamente 0,5 mg/mL e 5 mg/mL do fucano com elevado teor de sulfato, ou apro- ximadamente 2,5 mg/mL do fucano com elevado teor de sulfato.
[0020] As composições médicas aqui podem ser um dispositivo mé- dico, incluindo um dispositivo médico líquido. A composição médica pode ser uma composição farmacêutica, incluindo uma composição far- macêutica líquida.
[0021] Os métodos aqui descritos incluem o uso de uma faixa de dosagem que compreende entre aproximadamente 0,01 mL/kg e 15 mL/kg, aproximadamente 0,03 mL/kg e 4 mL/kg, aproximadamente 0,06 mL/kg e 2 mL/kg ou aproximadamente 2 mL/kg e 4 mL/kg da composi- ção médica aqui para tratar uma doença ou condição em um animal.
[0022] Os métodos aqui descritos também incluem o tratamento de aderências fibrosas em um paciente, compreendendo a administração das composições médicas aqui presentes a um local-alvo no paciente. O tratamento de uma doença ou condição selecionada em um paciente pode compreender a identificação de um local-alvo selecionado em um paciente que tem ou razoavelmente suscetível a ter a doença ou condi- ção selecionada e, em seguida, a administração das composições mé- dicas aqui presentes ao local-alvo selecionado no paciente. A doença ou a condição pode ser aderências fibrosas, o local-alvo selecionado pode ser um local cirúrgico e a administração pode ser realizada em pelo menos um dentre a) após a abertura de uma ferida cirúrgica no local cirúrgico, b) durante a cirurgia, e c) após o fechamento da ferida cirúrgica. A administração pode ser realizada após a cirurgia, porém an- tes do fechamento da ferida cirúrgica. A administração leva menos de 3 minutos, 2 minutos ou 1 minuto. O local-alvo selecionado pode ser pelo menos um dentre um local de lesão, abrasão e ferimento. O local-alvo selecionado pode ser pelo menos um dentre uma cavidade pélvica, uma cavidade abdominal, uma cavidade dorsal, uma cavidade craniana, uma cavidade espinhal, uma cavidade ventral, uma cavidade torácica, uma cavidade pleural, uma cavidade pericárdica, pele, uma articulação, um músculo, um tendão e um ligamento.
[0023] Em alguns aspectos, também aqui são fornecidos métodos para diminuir o nível de sulfato de um fucano ou composição de fucano de partida para obter um fucano modificado. Esses métodos podem in- cluir: adicionar à composição de fucano de partida uma base para produzir uma mistura de reação; e tratar a mistura da reação com um agente de arrefecimento para tornar a base inativa, produzindo o fucano modificado e moléculas restantes de dessulfatação, em que o peso molecular médio numérico, o peso molecular médio ponderado e o peso molecular médio máximo do fu- cano modificado situam-se dentro de aproximadamente 5% do respec- tivo peso molecular médio numérico, peso molecular médio ponderado e peso molecular médio máximo da composição de fucano de partida.
[0024] O fucano ou a composição de fucano de partida pode ser fornecida em uma solução de partida. A adição da base à composição de fucano de partida pode compreender o aquecimento da solução. A base pode compreender hidróxido e/ou óxido de um metal alcalino, um metal alcalinoterroso e/ou amônio. O agente de arrefecimento pode compreender pelo menos um dentre um ácido, um sal e água. O fucano modificado compreende menos sulfato do que a composição de fucano de partida.
[0025] Os métodos podem ainda compreender: fornecer a composição de fucano de partida como um sólido; dissolver a composição de fucano de partida em um solvente não aquoso adequado para a produção de uma solução não aquosa; adicionar à solução não aquosa um agente de sulfatação para produzir uma mistura de reação; e adicionar à mistura de reação um agente de arrefecimento, produzindo um fucano modificado e moléculas restantes de sulfatação em uma so- lução.
[0026] Os métodos podem ainda compreender a protonação dos grupos de sulfato na composição de fucano de partida para produzir uma composição de fucano acidificada antes de dissolver a composição de fucano de partida em um solvente não aquoso adequado. A protona- ção pode compreender a dissolução da composição de fucano de par- tida em uma solução aquosa, colocando a composição de fucano de partida em contato com uma resina de troca catiônica ácida e coletando a composição de fucano acidificada como um sólido. Os métodos po- dem também compreender a coleta da composição de fucano acidifi- cada como um câncer sólido, que pode compreender pelo menos uma dentre liofilização, secagem por pulverização e precipitação da compo- sição de fucano acidificada sólida a partir da solução aquosa. O agente de sulfatação pode compreender pelo menos um dentre SO3-Me3N, SO3-Et3N, SO3-piridina e SO3-DMF. O solvente não aquoso pode com- preender pelo menos um dentre formamida, dimetilformamida, dietilfor- mamida, dimetilsulfóxido, diclorometano, clorofórmio, etanol, metanol, n-butanol, 2-butanol, isopropanol e 1-propanol.
[0027] A adição ao solvente não aquoso de um agente de sulfata- ção para produzir uma mistura de reação pode ainda compreender a adição ao solvente de um auxiliar de sulfatação. O auxiliar de sulfatação pode ser um sequestrante ácido, e o sequestrante ácido pode ser 2- metil-2-buteno. A adição ao solvente não aquoso de um agente de sul- fatação também pode incluir a incubação da mistura de reação durante aproximadamente 5 minutos e aproximadamente 50 horas, ou aproxi- madamente 1 hora e aproximadamente 24 horas, e pode estar a uma temperatura entre aproximadamente 20 °C e aproximadamente 60 °C. O agente de arrefecimento pode compreender pelo menos um dentre um sal e um tampão; o sal pode ser um sal de bicarbonato. A adição à mistura de reação de um agente de arrefecimento pode ainda compre- ender o controle do pH da mistura de reação com pelo menos um dentre um ácido, uma base e um tampão. O fucano modificado pode compre- ender mais sulfato do que a composição de fucano de partida.
[0028] Os métodos para aumentar o nível de sulfato também podem compreender: fornecer uma composição de fucano de partida como um sólido;
suspender a composição de fucano de partida em um solvente, o sol- vente incapaz de dissolver o fucano; adicionar um agente de sulfatação ao solvente contendo a composição de fucano de partida suspensa, produzindo uma mistura de reação que inclui o fucano modificado e o solvente; separar o fucano modificado sólido do solvente; e arrefecer o fucano modificado sólido com um agente de arrefecimento.
O agente de sulfatação pode ser o ácido clorossulfônico.
O solvente pode compreender pelo menos um solvente com uma polari- dade relativa inferior a 0,765, como pelo menos um dentre diclorome- tano, clorofórmio, metanol, etanol, isopropanol, 1-propanol, n-butanol, 2-butanol, dietiléter, hexano, heptano, benzeno, decametilciclo-pentas- siloxano, acetato de etila, heptanol, octanol e dioxano.
Os valores para a polaridade relativa podem ser normalizados a partir das medições de desvios de solventes dos espectros de absorção.
Consulte, por exem- plo, Christian Reichardt, “Solvents and Solvent Effects in Organic Chem- istry”, Editora Wiley-VCH, 3a ed., 2003. A adição de um agente de sul- fatação para produzir uma mistura de reação pode ainda compreender a incubação da mistura de reação entre aproximadamente 5 minutos e aproximadamente 50 horas, ou entre aproximadamente 1 hora e apro- ximadamente 24 horas.
A mistura de reação pode ser incubada a uma temperatura entre aproximadamente 20°C e aproximadamente 60°C.
O agente de arrefecimento pode compreender pelo menos um dentre um sal e um tampão.
O arrefecimento do fucano modificado sólido pode ainda compreender controlar o pH da mistura de reação com pelo me- nos um dentre um ácido, uma base e um tampão; e/ou lavar o fucano modificado sólido com um solvente orgânico compreendendo pelo me- nos um solvente com uma polaridade relativa menor do que 0,765. O fucano modificado compreende mais sulfato do que a composição de fucano de partida.
[0029] Esses e outros aspectos, recursos e modalidades são defini- dos dentro deste pedido de patente, incluindo a Descrição detalhada a seguir e os desenhos anexos. Salvo indicação expressa em contrário, todas as modalidades, aspectos, recursos e outros podem ser mistura- dos e equiparados, combinados e trocados de qualquer forma desejada.
[0030] BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
[0031] A Figura 1A ilustra os resultados da RMN, demonstrando que alguns fucanos tratados de acordo com os métodos descritos neste Do- cumento sofrem mudanças estruturais para os fucanos.
[0032] A Figura 1B ilustra os resultados da RMN 2-D, demonstrando que alguns fucanos tratados de acordo com os métodos descritos neste Documento sofrem mudanças estruturais para os fucanos.
[0033] A Figura 2 fornece uma série de cromatogramas de perme- ação em gel que representam diferentes graus de perda de sulfato a partir de uma composição de fucano de partida, embora deixando o fu- cano modificado resultante não degradado.
[0034] Os desenhos apresentam uma modalidade exemplificativa dos presentes métodos. As presentes modalidades dos sistemas, mé- todos, e outros aqui podem incluir outros recursos ou etapas não mos- tradas nos desenhos. As exemplificações aqui apresentadas ilustram as modalidades dos sistemas, métodos e outros em uma ou mais formas, e essas exemplificações não devem ser interpretadas como limitando de forma alguma o escopo da invenção. As modalidades aqui contidas não são exaustivas e não limitam a invenção à forma exata divulgada, por exemplo, na descrição detalhada a seguir.
[0035] DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO
[0036] As presentes composições, sistemas, métodos e outros aqui apresentados incluem os fucanos modificados, por exemplo, os fucanos com elevado teor de sulfato. As presentes composições podem ser efi- cazes para tratamentos médicos, tratamentos pós-cirúrgicos, inibição da doença e outros. Em algumas modalidades, o fucano é o fucoidano. Os presentes fucanos modificados podem ser, ou podem ser incluídos sobre ou em, dispositivos médicos, materiais médicos, produtos combi- nados ou em composições farmaceuticamente aceitáveis, terapeuti- cmente e/ou medicamente eficazes.
[0037] COMPOSIÇÕES
[0038] As presentes composições, sistemas e outros aqui apresen- tados fornecem, em algumas modalidades, fucanos e fucanos com ele- vado teor de sulfato e composição medicamente aceitáveis de fucanos com elevado teor de sulfato compreendendo quantidades terapeutica- mente eficazes de fucanos com elevado teor de sulfato para o trata- mento de aderências fibrosas, como aderências cirúrgicas, artrite, pso- ríase ou outras doenças, conforme desejado.
[0039] Os fucanos modificados aqui apresentados podem ser utili- zados para uma pluralidade de aplicações, incluindo o tratamento de aderências fibrosas e outros alvos, como outras doenças e/ou condi- ções. O tratamento inclui que os fucanos modificados reduzem ou im- pedem o desenvolvimento de uma doença-alvo ou de outra condição, tal como a redução ou a prevenção da formação de aderências fibrosas em um local-alvo, que é normalmente um sítio-alvo selecionado identi- ficado por um cirurgião ou outro clínico como tendo ou razoavelmente susceptível a ter aderências fibrosas (ou outras doenças ou condições), e inclui também a eliminação de doenças existentes ou outras condi- ções, incluindo, por exemplo, a eliminação de aderências fibrosas já existentes. Para esse tratamento, o fucano modificado é normalmente fornecido em um dispositivo médico farmaceuticamente aceitável, pro- duto de combinação ou composição farmaceuticamente ou eficaz que contenha componentes adicionais, como aglutinantes, adjuvantes, exci- pientes, etc., bem como, se desejado, substâncias medicamente ativas adicionais, como fármacos secundários que estejam contidos na com- posição, porém não ligados ao fucano modificado, e/ou que possam ser ligados ao fucano modificado.
[0040] A presente discussão se refere a uma relação entre as ra- zões molares de sulfato total para fucose total e do sulfato total para fucose total mais galactose dos fucanos modificados, e a prevenção de aderências fibrosas pós-cirúrgicas. As razões molares de sulfato total para fucose total e do sulfato total para fucose total mais galactose dos fucanos modificados podem daqui por diante ser referidas como razões de sulfatação. Em algumas modalidades, os fucanos modificados po- dem ser fucanos com elevado teor de sulfato. Os fucanos com elevado teor de sulfato aqui podem ter ao menos uma dentre uma razão molar de sulfato para fucose maior ou igual a 1,81 ou aproximadamente 1,9 e uma razão molar de sulfato para fucose total mais galactose maior ou igual a aproximadamente 1,10 ou aproximadamente 1,3. Os fucanos com elevado teor de sulfato podem mostrar maior eficácia no tratamento de aderências fibrosas do que os fucanos com ao menos uma razão molar de sulfato para fucose inferior a aproximadamente 1,81 ou apro- ximadamente 1,9 e uma razão molar de sulfato para fucose total mais galactose inferior a aproximadamente 1,10 ou aproximadamente 1,3.
[0041] Em algumas modalidades, os fucanos aqui são modificados para ter uma razão molar de sulfato para fucose de 1,81, ou aproxima- damente 1,85; 1,9; 2,0; 2,1; 2,3; 2,4; 2,5; 2,6; 2,7; 2,8; 2,9; 3,0; 3,1 3,2; 3,3; 3,4 ou 3,5. A dispersão da razão molar de sulfato para fucose em relação à distribuição de peso molecular pode aumentar com o aumento do peso molecular, ou diminuir com o aumento do peso molecular.
[0042] Em algumas modalidades, os fucanos são modificados para terem uma razão molar de sulfato para fucose entre um limite inferior e superior dentro de uma dada distribuição de peso molecular, por exem- plo entre aproximadamente 1,81 a 1,9; 1,9 a 3,5; 1,8 a 3,0; 2,0 a 2,5; 1,9 a 2,3 ou 2,0 a 3,0, ou outras combinações dos níveis de razão aqui des- critos. A dispersão da razão molar de sulfato para fucose em relação à distribuição de peso molecular pode aumentar com o aumento do peso molecular, ou diminuir com o aumento do peso molecular.
[0043] A distribuição de peso molecular dos fucanos com elevado teor de sulfato pode ser medida usando qualquer sistema de medida apropriado e desejado. Sistemas diferentes podem produzir leituras ou resultados diferentes de composições diferentes que têm essencial- mente a mesma composição, ou até mesmo do mesmo lote, quando medidos de forma diferente. Um sistema de medição adequado é uma configuração para cromatografia de permeação em gel que consiste es- sencialmente em uma coluna de cromatografia analítica de permeação em gel de 300 mm com um diâmetro interno de 7,8 mm, acondicionada com gel à base de polimetacrilato hidroxilado, tendo uma faixa de peso molecular eficaz entre aproximadamente 50 kDa e aproximadamente
5.000 kDa, uma coluna de cromatografia analítica de permeação em gel de 300 mm com um diâmetro interno de 7,8 mm, acondicionada com gel à base de polimetacrilato hidroxilado, tendo uma faixa de peso molecu- lar eficaz entre aproximadamente 1 kDa e aproximadamente 6.000 kDa e uma coluna de proteção de 40 mm com um diâmetro interno de 6 mm acondicionada com gel à base de polimetacrilato hidroxilado, as duas colunas de cromatografia analítica de permeação em gel e a uma coluna de proteção contidas em um compartimento de coluna a aproximada- mente 30⁰C, um detector de índice de refração a aproximadamente 30⁰C, fase móvel de nitrato de sódio a 0,1 M executada a 0,6 mL/min, e a quantificação contra uma curva padrão de peso molecular máxima constituída essencialmente por um primeiro padrão de dextrano com um peso molecular máximo de aproximadamente 2.200 kDa, um segundo padrão de dextrano com um peso molecular máximo entre aproximada- mente 720 kDa e aproximadamente 760 kDa, um terceiro padrão de dextrano com um peso molecular máximo entre aproximadamente 470 kDa e aproximadamente 510 kDa, um quarto padrão de dextrano com um peso molecular máximo entre aproximadamente 370 kDa e aproxi- madamente 410 kDa, um quinto padrão de dextrano com um peso mo- lecular máximo entre aproximadamente 180 kDa e aproximadamente 220 kDa e um sexto padrão de dextrano com um peso molecular má- ximo entre aproximadamente 40 kDa e 55 kDa. A curva padrão de peso molecular máximo pode incluir ainda um padrão de dextrano com um peso molecular máximo entre 3 kDa e 5 kDa.
[0044] Os fucanos com elevado teor de sulfato aqui presentes po- dem ter uma distribuição de peso molecular em que pelo menos 50% p/p dos fucanos têm um peso molecular superior a 100 kDa. Os fucanos com elevado teor de sulfato podem ter uma distribuição de peso mole- cular em que pelo menos 40%, 50%, 60%, 70%, 80%, 90% ou 95% p/p dos fucanos tem um peso molecular superior a 100 kDa.
[0045] Os fucanos com elevado teor de sulfato aqui presentes po- dem ter uma distribuição de peso molecular em que pelo menos 50%, 60%, 70%, 80% ou 90% p/p da distribuição é superior a 200 kDa. Os fucanos com elevado teor de sulfato aqui presentes podem ter uma dis- tribuição de peso molecular em que pelo menos 25%, 30%, 40%, 50%, 60%, 70% ou 75% p/p da distribuição é superior a 500 kDa. Os fucanos com elevado teor de sulfato podem ter uma distribuição de peso mole- cular em que pelo menos 5%, 10%, 20%, 30% ou 40% p/p dos fucanos é superior a 1600 kDa.
[0046] Os fucanos com elevado teor de sulfato aqui contidos podem ter um peso molecular médio ponderado superior a 100 kDa, por exem- plo, entre aproximadamente 100 kDa e aproximadamente 10.000 kDa, entre aproximadamente 200 kDa e aproximadamente 8.000 kDa, entre aproximadamente 350 kDa e aproximadamente 7.000 kDa, entre apro-
ximadamente 450 kDa e aproximadamente 6.000 kDa, entre aproxima- damente 580 kDa e aproximadamente 5.000 kDa ou entre aproximada- mente 300 kDa e aproximadamente 2.000 kDa.
[0047] Em outras modalidades, os fucanos com elevado teor de sul- fato aqui presentes podem ter um peso molecular máximo entre aproxi- madamente 70 kDa e 7.000 kDa, entre aproximadamente 100 kDa e
6.000 kDa, entre aproximadamente 200 kDa e 5.000 kDa, entre aproxi- madamente 250 kDa e 4.000 kDa, entre aproximadamente 350 kDa e
3.000 kDa, entre aproximadamente 500 kDa e 2.000 kDa ou entre apro- ximadamente 300 kDa e 1.000 kDa.
[0048] Em ainda outras modalidades, os fucanos com elevado teor de sulfato neste Documento podem ter um peso molecular médio numé- rico entre aproximadamente 50 kDa e 3.000 kDa, entre aproximada- mente 100 kDa e 2.000 kDa, entre aproximadamente 200 kDa e 1.500 kDa ou entre aproximadamente 300 kDa e 1.000 kDa, ou entre aproxi- madamente 100 kDa e 600 kDa.
[0049] Os fucanos com elevado teor de sulfato podem ter um nível de sulfatação entre 10% p/p e 70% p/p, entre aproximadamente 20% p/p e 60% p/p, entre aproximadamente 30% p/p e 55% p/p, ou entre aproximadamente 35% p/p e 52% p/p.
[0050] Os fucanos com elevado teor de sulfato aqui podem ter um teor total de carboidrato entre aproximadamente 27% p/p e 70% p/p, entre aproximadamente 30% p/p e 80% p/p, entre aproximadamente 40% p/p e 90% p/p, ou entre aproximadamente 50% p/p e 96% p/p.
[0051] Os fucanos com elevado teor de sulfato aqui podem ter um teor de fucose como um percentual do total de carboidratos de aproxi- madamente 30% p/p e 100% p/p, entre aproximadamente 40% p/p e 95% p/p, ou entre aproximadamente 50% p/p e 90% p/p.
[0052] Os fucanos com elevado teor de sulfato aqui podem ter um teor de galactose como um percentual do total de carboidratos de apro- ximadamente 0% p/p e 60% p/p, entre aproximadamente 2% p/p e 20% p/p, ou entre aproximadamente 5% p/p e 10% p/p.
[0053] Os fucanos com elevado teor de sulfato aqui podem ter um teor de ácido glucurônico como um percentual do teor de carboidratos totais entre aproximadamente 0% p/p e 10% p/p, um teor de manose como um percentual do teor de carboidratos totais entre aproximada- mente 0% p/p e 7% p/p, um teor do ramnose como um percentual do teor de carboidratos totais entre 0% p/p e 4% p/p, e um teor de xilose como um percentual do teor de carboidratos totais entre aproximada- mente 0% p/p e 20% p/p.
[0054] Em algumas modalidades, os fucanos com elevado teor de sulfato aqui, quando dissolvidos a uma concentração de 50 mg/mL em água, apresentam uma viscosidade entre aproximadamente 4 cP e aproximadamente 50 cP, entre aproximadamente 5 cP e aproximada- mente 40 cP, entre aproximadamente 10 cP e aproximadamente 30 cP, aproximadamente 15 cP, aproximadamente 20 cP e aproximadamente 25 cP. Em determinadas modalidades, os fucanos com elevado teor de sulfato aqui, quando dissolvidos em água a 1 mg/mL através de 100 mg/mL, formam uma solução que é límpida e incolor, límpida e amarelo- clara ou límpida e marrom-clara.
[0055] MÉTODOS
[0056] Métodos, sistemas outros são fornecidos para modificar uma composição de fucano de partida, como uma composição de fucano de alimentação para aumentar ou diminuir o nível de sulfatação do fucano na composição de fucano de partida. Pelo menos um desses métodos pode ser utilizado na preparação de fucanos modificados compreen- dendo fucanos com maiores ou menores razões de sulfatação do que a composição de fucano de partida, por exemplo, uma razão molar de sulfato para fucose de aproximadamente 0,7; 1,0; 1,2; 1,5; 1,8; 1,9; 2,0;
2,1; 2,3; 2,5 ou 2,8 e/ou uma razão molar de sulfato para fucose mais galactose de aproximadamente 0,7; 1,0; 1,2; 1,5; 1,8; 1,9; 2,0; 2,1; 2,3; 2,5 ou 2,8. Em algumas modalidades, a presente invenção apresenta fucanos modificados que são adequados para aplicações médicas e ci- rúrgicas, por exemplo, a prevenção de aderências fibrosas.
[0057] Os parágrafos seguintes se referem a uma breve discussão geral sobre algumas das metodologias que podem ser usadas para criar os fucanos modificados aqui.
[0058] EXTRAÇÃO DE FUCANOS A PARTIR DE FONTES DE FU-
CANO
[0059] São conhecidos métodos para obter fucanos a partir de fon- tes de fucano. É possível verificar que os fucanos de algumas fontes compreendem níveis mais elevados de sulfato em comparação aos fu- canos de outras fontes, embora níveis de sulfato mais baixos do que aqueles discutidos no presente Documento. Os fucanos podem ser ob- tidos por extração de fucanos a partir de pelo menos um dentre Ade- nocystis utricularis, Ascophyllum nodosum, Chorda filum, Cystoseira- bies marina, Durvillaea antarctica, Ecklonia kurome, Ecklonia maxima, Eisenia bicyclis, Fucus evanescens, Fucus vesiculosis, Hizikia fusi- forme, Himanthalia Elongata, Kjellmaniella crassifolia, Laminaria brasili- ensis, Laminaria cichorioides, Laminaria hyperborea, Laminaria japo- nica, Laminaria saccharina, Lessonia trabeculata, Macrocystis pyrifera, Pelvetia fastigiata, Pelvetia Canaliculata, Saccharina japonica, Saccha- rina latissima, Sargassum stenophylum, Sargassum thunbergii, Sargas- sum confusum, Sargassum fusiforme e Undaria pinnatifida. Estas espé- cies exemplificativas são todas da classe taxonômica Phaeophyceae e a maioria destas espécies se enquadra nas famílias de Fucales e Lami- nariaceae. Em particular, fucanos com elevado teor de sulfato podem ser obtidos pela extração de fucanos a partir de Ascophyllum nodosum,
Ecklonia maxima, Eisenia bicyclis, Fucus vesiculosis, Laminaria hyper- borea, Laminaria japonica, Laminaria saccharina, Macrocystis pyrifera, Pelvetia Canaliculata, Saccharina japonica, Saccharina latissima, Sar- gassum fusiforme and Undaria pinnatifida.
[0060] DESSULFATAÇÃO SOLVOLÍTICA
[0061] Um método exemplificativo de dessulfatação solvolítica para a redução dos níveis de sulfato nos polissacarídeos, incluindo os fuca- nos, pode ser encontrado em Vilela-Silva A.C et al., 2002, DOI:
10.1074/jbc.M108496200. A solvólise de um fucano em sulfóxido de di- metila pode ser utilizada para obter fucanos com várias razões de sul- fatação. A solvólise pode ser ainda controlada pela variação da tempe- ratura e pela adição de metanol durante a reação de dessulfatação.
[0062] FILTRAÇÃO DE FLUXO TANGENCIAL
[0063] Alguns dos métodos discutidos neste documento utilizam a filtração de fluxo tangencial (TFF). Consistente com a identificação típica de filtros de filtração de fluxo tangencial (TFF), o valor de corte de peso molecular nominal (MWCO) para um dado filtro TFF irá seletivamente reter em seu lado o retido uma solução contendo moléculas que não cruzaram a barreira do filtro e, portanto, geralmente têm pesos molecu- lares e/ou tamanhos maiores do que o peso molecular das moléculas que atravessam/permeiam a barreira para o lado do permeado. Assim, os valores de corte de peso molecular para os filtros TFF não são nor- malmente absolutos para qualquer dado valor de corte nominal ou de polímero: um dado filtro TFF passará ou reterá algumas moléculas acima e abaixo do corte de peso molecular nominal. Os valores de corte/seletividade reais e os efeitos de um filtro TFF nominal para um determinado polímero podem ser determinados rotineiramente para o polímero específico.
[0064] Vários fatores podem afetar o comportamento de permeação dos filtros TFF. Estes fatores podem ser dependentes dos próprios filtros
TFF ou dependentes de um atributo dos polímeros-alvo, por exemplo, o comportamento de dobragem e a estrutura dobrada do polímero-alvo podem afetar o comportamento do polímero-alvo em cruzar/não cruzar a barreira do MWCO para o filtro TFF. Quanto aos próprios filtros TFF, como se sabe, vários fatores podem afetar o comportamento de perme- ação dos filtros TFF. Por exemplo, os métodos de fabricação podem causar uma variedade de tamanhos de orifício dentro do filtro TFF es- pecífico, essa variedade pode incluir orifícios maiores e menores do que o MWCO nominal. Assim, um filtro TFF com um valor de corte de peso molecular nominal irá substancialmente passar/reter moléculas com o valor de corte de peso molecular nominal, mas também pode passar/re- ter algumas moléculas abaixo e/ou acima desse valor.
[0065] CROMATOGRAFIA DE PERMEAÇÃO EM GEL
[0066] A cromatografia de permeação em gel foi utilizada para ava- liar as distribuições de peso molecular obtidas para os exemplos expe- rimentais. Existe um grande número de parâmetros, colunas e padrões diferentes disponíveis para uso na cromatografia de permeação em gel, resultando em uma variedade de configurações de instrumentação dis- poníveis para a análise do peso molecular. Para as determinações aqui descritas de peso molecular, a GPC foi conduzida utilizando os seguin- tes parâmetros: A fase móvel foi o nitrato de sódio a 0,1 M a 0,6 mL/min. O compartimento da coluna e o detector estavam a 30⁰C. Um detector do índice de refração Waters 2414 foi usado para detecção.
[0067] Colunas de GPC adequadas incluem colunas de GPC com- patíveis com solventes aquosos, por exemplo, colunas acondicionadas com pelo menos um dentre estireno-divinilbenzeno sulfonatado, rede de copolímero de acrilato funcionalizado com NH, sílica modificada e gel à base de polimetacrilato hidroxilado. Para as análises aqui realizadas, foram utilizadas três colunas em série, compreendendo uma coluna de proteção de 40 mm de comprimento com um diâmetro interno (ID) de 6 mm, acondicionada com gel à base de polimetacrilato hidroxilado de 6 μm de tamanho de partícula, seguida de uma primeira coluna de GPC analítica de 300 mm com um ID de 7,8 mm, acondicionada com gel à base de polimetacrilato hidroxilado com tamanho de partícula de 12 μm, que tem um limite de exclusão de aproximadamente 7.000 kDa e uma faixa de peso molecular eficaz entre aproximadamente 50 kDa e apro- ximadamente 5.000 kDa, seguida de uma segunda coluna de GPC ana- lítica de 300 mm com um ID de 7,8 mm, acondicionada com gel à base de polimetacrilato hidroxilado com 10 μm de tamanho de partícula, que tem um limite de exclusão de aproximadamente 7.000 kDa e uma faixa de peso molecular eficaz entre aproximadamente 1 kDa e aproximada- mente 6.000 kDa. A faixa de peso molecular eficaz total da configuração da coluna situou-se entre aproximadamente 1 kDa e aproximadamente
6.000 kDa. Um exemplo desta configuração de coluna pode ser as co- lunas de proteção Ultrahydrogel®-Ultrahydrogel® 2000-Ultrahydrogel® Linear conectadas em série.
[0068] As amostras foram quantificadas em relação a uma curva padrão composta por padrões rastreáveis da American Polymer Stan- dards Corporation: DXT3755K (peso molecular máximo = 2164 kDa), DXT820K (peso molecular máximo = 745 kDa), DXT760K (peso mole- cular máximo = 621 kDa), DXT670K (peso molecular máximo = 401 kDa), DXT530K (peso molecular máximo = 490 kDa), DXT500K (peso molecular máximo = 390 kDa), DXT270K (peso molecular máximo = 196 kDa), DXT225K (peso molecular máximo = 213 kDa), DXT150K (peso molecular máximo = 124 kDa), DXT55K (peso molecular máximo = 50 kDa), DXT50K (peso molecular máximo = 44 kDa) e DXT5K (peso mo- lecular máximo = 4 kDa), os pesos moleculares máximos desses pa- drões estando entre aproximadamente 4 kDa a aproximadamente 2.200 kDa. A curva padrão utilizada pode, por exemplo, incluir Dextran 3755 kDa, pelo menos uma Dextran 50 kDa e Dextran 55 kDa, e entre 3 a 6 padrões rastreáveis adicionais discutidos neste documento, os pontos de calibração sendo os pesos moleculares máximos dos calibrantes uti- lizados. Uma curva de calibração exemplificativa pode ser composta por DXT3755K, DXT 820K, DXT530K, DXT500K, DXT225K e DXT55K. As colunas aqui utilizadas apresentaram uma faixa de peso molecular efi- caz total que englobou e se estendeu além da faixa de peso molecular máximo dos padrões utilizados para a quantificação dos fucanos.
[0069] Um peso molecular indicado para um polímero fucano/fucoi- dano é um valor de peso molecular sobre o qual sempre haverá uma distribuição de moléculas de pesos moleculares superiores e inferiores, aumentando ou diminuindo em quantidade ou percentual à medida que o peso molecular aumenta ou diminui em relação ao peso molecular especificado. A distribuição pode, mas não é necessário, ter uma forma geralmente Gaussiana ou Gaussiana distorcida.
[0070] Os resultados das tabelas aqui contidas contêm abreviações usadas para determinadas características de uma distribuição de peso molecular. A cromatografia de permeação em gel é denotada por GPC, o tempo de retenção máximo é indicado por PRT, o peso molecular má- ximo é indicado por PMW, o peso molecular médio ponderado é indi- cado por WAMW, o peso molecular médio numérico é indicado por NAMW, a distribuição percentual é indicada por % de distribuição, o peso molecular é indicado por MW, o índice de polidispersão é indicado por PDI e o corte de peso molecular é indicado por MWCO.
[0071] DESSULFATAÇÃO QUÍMICA
[0072] O nível de sulfatação de uma composição de fucano de par- tida, como uma composição de fucano de alimentação, pode ser modi- ficado via dessulfatação química. Por exemplo, os métodos podem com- preender: fornecer uma composição de fucano de partida; dessulfatar o fucano na composição de fucano de partida com uma base para produ- zir o fucano modificado desejado; tratar o fucano modificado desejado com um agente de arrefecimento para terminar a dessulfatação; e se- parar o fucano modificado desejado das moléculas restantes de dessul- fatação. A dessulfatação da composição de fucano de partida pode compreender o aquecimento da composição do fucano de partida.
[0073] Bases adequadas incluem, sem limitação, hidróxidos e/ou óxidos de metais alcalinos, metais alcalino-terrosos, zinco e/ou amônio, por exemplo, hidróxido de sódio, hidróxido de lítio, hidróxido de potássio, hidróxido de amônio, hidróxido de magnésio, hidróxido de cálcio e hi- dróxido de zinco. Agentes de arrefecimento adequados incluem, sem limitação, ácidos, sais e água, por exemplo, ácido clorídrico. Fornecer a composição de fucano de partida pode compreender fornecer a compo- sição de fucano de partida em uma solução de partida. Concentrações exemplificativas da composição de fucano de partida na solução situam- se entre 0,01% p/v e 30% p/v. Concentrações exemplificativas de bases estão entre 0,01 M e 10 M.
[0074] A separação do fucano modificado desejado das moléculas restantes da dessulfatação pode incluir a diafiltração do fucano modifi- cado pretendido em solução através de um filtro TFF de corte de peso molecular (MWCO) adequado, tendo um corte de peso molecular supe- rior ao da maior molécula restante da dessulfatação, por exemplo, um corte de peso molecular de 5 kDa, 10 kDa, 30 kDa, 50 kDa, 70 kDa ou 100 kDa.
[0075] Os métodos podem ainda compreender a dessalinização da composição de fucano de partida antes da dessulfatação do fucano. A dessalinização pode compreender a diafiltração da composição de fu- cano de partida em solução através de um filtro TFF, por exemplo, com água destilada. O filtro TFF pode ter um corte de peso molecular inferior ao ponto de separação de peso molecular pretendido ou alvo em ou para o fucano modificado pretendido, por exemplo, um corte de peso molecular de 5 kDa, 30 kDa, 50 kDa, 70 kDa, 100 kDa, 200 kDa, 300 kDa ou 500 kDa. Os métodos podem ainda incluir a pré-filtragem da composição de fucano de partida através de um pré-filtro adequado para remover matéria particulada indesejada.
[0076] SULFATAÇÃO QUÍMICA
[0077] O nível de sulfatação de uma composição de fucano de par- tida, como uma composição de fucano de alimentação, pode ser modi- ficado via sulfatação química. Os métodos exemplificativos podem in- cluir: fornecer uma composição de fucano de partida em uma solução de partida aquosa; protonar os grupos sulfato no fucano para obter uma composição de fucano acidificada; obter a partir da composição de fu- cano acidificada como um sólido; solubilizar novamente a composição de fucano acidificada sólida em um solvente adequado, que pode ser um solvente não aquoso, para fornecer uma solução ressolubilizada para a sulfatação; adicionar à solução ressolubilizada contendo a com- posição de fucano acidificada um agente de sulfatação; incubar a mis- tura de reação durante um período de tempo adequado a uma tempe- ratura de reação desejada; arrefecer a mistura de reação após o período de tempo predeterminado; e separar o fucano modificado das moléculas restantes da reação de sulfatação.
[0078] Os métodos podem ainda compreender a dessalinização da composição de fucano de partida antes da sulfatação do fucano. A des- salinização pode compreender a diafiltração da composição de fucano de partida em solução através de um filtro TFF, por exemplo, com água destilada. O filtro TFF pode ter um corte de peso molecular inferior a um ponto de separação de peso molecular pretendido ou alvo em ou para o fucano modificado pretendido, por exemplo, um corte de peso mole- cular de 5 kDa, 30 kDa, 50 kDa, 70 kDa, 100 kDa, 200 kDa, 300 kDa ou 500 kDa. Os métodos podem ainda incluir a pré-filtragem da composi- ção de fucano de partida através de um pré-filtro adequado para remo- ver matéria particulada indesejada.
[0079] O “agente de sulfatação” é utilizado de acordo com o seu significado comum e inclui, sem limitação, pelo menos um dentre SO 3- Me3N, SO3-Et3N, SO3-piridina e SO3-DMF. Uma quantidade adequada de agente de sulfatação pode estar entre 1:0,01 de fucano:agente de sulfatação e 1:100 de fucano:agente de sulfatação, por exemplo 1:0,1 de fucano:agente de sulfatação, 1:1 de fucano:agente de sulfatação e 1:10 de fucano:agente de sulfatação.
[0080] A protonação dos grupos de sulfato no fucano pode compre- ender colocar o fucano em contato com pelo menos uma dentre uma resina de troca catiônica acidificada e uma resina de carga mista acidi- ficada. O contato pode compreender a agitação de uma solução que contenha o fucano de partida com a resina. O contato pode compreen- der a recirculação de uma solução contendo o fucano de partida através da resina.
[0081] A obtenção de uma composição de fucano sólida acidificada pode envolver, sem limitação, a liofilização, a secagem por pulverização e a precipitação da composição de fucano sólida acidificada a partir de uma solução. A ressolubilização do fucano sólido acidificado pode com- preender a solubilização da composição de fucano sólida acidificada em um solvente composto por pelo menos um dentre formamida, dimetilfor- mamida, dietilformamida, diclorometano, dimetilsulfóxido, clorofórmio, etanol, metanol, n-butanol, 2-butanol, isopropanol e 1-propanol. A adi- ção do agente de sulfatação pode ainda compreender a adição à solu- ção ressolubilizada de um auxiliar de sulfatação. O auxiliar de sulfatação pode ser um sequestrante de ácido. O sequestrante de ácido pode ser, por exemplo, o 2-metil-2-buteno.
[0082] A incubação da mistura de reação durante um período de tempo pretendido, que pode ser predeterminado, se desejado, pode compreender a incubação da mistura de reação entre 5 minutos e 30 minutos, 1 hora, 4 horas, 10 horas, 24 horas e 50 horas. As temperatu- ras adequadas para incubação da mistura de reação podem situar-se entre 20°C e 40, 50 e 60°C, por exemplo, a aproximadamente 30, apro- ximadamente 35 ou aproximadamente 40°C. A incubação pode envol- ver, sem limitação, mexer, sacudir ou outra forma de agitação da mistura de reação.
[0083] O arrefecimento da mistura de reação pode incluir a adição de um agente de arrefecimento. Os agentes de arrefecimento adequa- dos incluem, sem limitação, sais e/ou tampões, por exemplo, bicarbo- nato de sódio, bicarbonato de amônio e bicarbonato de potássio. O ar- refecimento da mistura de reação pode incluir ainda o controle do pH da mistura de reação com um ácido, base e/ou tampão adequado.
[0084] A separação do fucano modificado das moléculas restantes da reação de sulfatação pode envolver a filtração, por exemplo, através de um filtro de filtração de fluxo tangencial de corte de peso molecular adequado. A separação do fucano modificado das moléculas restantes da reação de sulfatação pode envolver a precipitação do fucano, ou das moléculas restantes da reação de sulfatação, a partir da mistura de re- ação.
[0085] Outra modalidade exemplificativa de sulfatação química con- siste em: fornecer uma composição de fucano de partida sólida sus- pensa em um solvente adequado para a sulfatação, o solvente incapaz de dissolver o fucano; adicionar um agente de sulfatação; incubar a mis- tura de reação por um período de tempo predeterminado a uma tempe- ratura de reação predeterminada; separar o fucano sólido modificado do solvente; lavar o fucano sólido modificado para remover quaisquer res- tos de solvente; arrefecer o fucano sólido modificado; e separar o fucano modificado das moléculas restantes da reação de sulfatação.
[0086] Os agentes de sulfatação adequados incluem, por exemplo,
ácido clorossulfônico. Solventes adequados incluem solventes orgâni- cos com uma polaridade relativa inferior a 0,765, por exemplo, dicloro- metano, clorofórmio, metanol, etanol, isopropanol, 1-propanol, n-buta- nol, 2-butanol, dietiléter, hexano, heptano, benzeno, decametilciclo-pen- tassiloxano, acetato de etila, heptanol, octanol decanol e dioxano.
[0087] A incubação da mistura de reação durante um período de tempo predeterminado pode compreender a incubação da mistura de reação entre 5 minutos e 30 minutos, 1 hora, 4 horas, 10 horas, 24 horas e 50 horas. A incubação da mistura de reação para uma temperatura pode incluir a incubação da mistura de reação entre 20°C e 40°C, 50°C e 60°C, por exemplo, a aproximadamente 30°C, aproximadamente 35°C ou aproximadamente 40°C. A incubação pode envolver, sem limitação, mexer, sacudir, balançar ou outra forma de agitação da mistura de rea- ção.
[0088] A separação do fucano sólido modificado do solvente pode incluir um dentre, por exemplo, centrifugação, filtração, sedimentação e separação hidrodinâmica de fluidos. A lavagem do fucano sólido modi- ficado pode envolver a lavagem com um solvente ou mistura de solven- tes composta de pelo menos um solvente orgânico com uma polaridade relativa inferior a 0,765, por exemplo, diclorometano, clorofórmio, meta- nol, etanol, isopropanol, 1-propanol, n-butanol, 2-butanol, dietiléter, he- xano, heptano, benzeno, decametilciclo-pentassiloxano, acetato de etila, heptanol, octanol decanol e dioxano.
[0089] O arrefecimento da mistura de reação pode incluir a solubili- zação do fucano sólido modificado em um solvente aquoso com um agente de arrefecimento adequado. Os agentes de arrefecimento ade- quados incluem, sem limitação, sais e/ou tampões, por exemplo, bicar- bonato de sódio, bicarbonato de amônio e bicarbonato de potássio. O arrefecimento da mistura de reação pode compreender ainda o controle do pH do fucano modificado solubilizado com um ácido, base e/ou tam- pão adequado.
[0090] A separação do fucano modificado das moléculas restantes da reação de sulfatação pode envolver a filtração, por exemplo, através de um filtro de filtração de fluxo tangencial de corte de peso molecular adequado. A separação do fucano modificado das moléculas restantes da reação de sulfatação pode envolver a precipitação do fucano, ou das moléculas restantes da reação de sulfatação, a partir da mistura de re- ação.
[0091] MODIFICAÇÃO ESTRUTURAL QUÍMICA
[0092] Os métodos, sistemas e outros aqui discutidos podem com- preender a modificação estrutural química da composição de fucano, particularmente os fucanos na composição de fucano. A modificação estrutural química pode envolver a remoção de grupos funcionais do fucano, por exemplo, grupos funcionais O-acetila, N-acetila, metóxi, hi- droxila, carboxílico e/ou sulfato da estrutura do fucano. A modificação estrutural química pode envolver o uso de uma grande variedade de reagentes químicos, como, por exemplo, ácidos, bases, detergentes e/ou agentes oxidantes.
[0093] DOENÇAS E CONDIÇÕES
[0094] ADERÊNCIAS FIBROSAS
[0095] Uma aderência fibrosa é um tipo de cicatriz que se forma en- tre duas partes do corpo, geralmente após a cirurgia (aderência cirúr- gica). As aderências fibrosas podem causar problemas graves. Por exemplo, aderências fibrosas envolvendo órgãos reprodutivos femini- nos (ovários, trompas de Falópio) podem causar infertilidade, dispareu- nia e dor pélvica grave. As aderências fibrosas que ocorrem no intestino podem causar obstrução ou bloqueio intestinal, e as aderências fibrosas também podem se formar em outros lugares, como ao redor do coração, coluna vertebral e nas mãos. Além da cirurgia, as aderências fibrosas podem ser causadas, por exemplo, por endometriose, infecção, quimio- terapia, radiação, trauma e câncer.
[0096] Várias aderências fibrosas são discutidas neste documento. Termos como aderências cirúrgicas, aderências pós-cirúrgicas, aderên- cias pós-operatórias, aderências devido a doença inflamatória pélvica, aderências devido a lesão mecânica, aderências devido a radiação, aderências devido a tratamento radiométrico, aderências devido a trauma e aderências devido à presença de matérias estranhas, todos, referem-se à aderência de tecidos uns aos outros devido a um meca- nismo semelhante e estão todas incluídas no termo aderências fibrosas.
[0097] A formação de aderência fibrosa é um processo complexo no qual os tecidos são normalmente separados no corpo crescem para dentro um do outro. As aderências cirúrgicas (também conhecidas como aderências pós-cirúrgicas) se desenvolvem a partir da resposta de cica- trização normal dos tecidos ao trauma e têm sido relatadas como ocor- rendo em mais de dois terços de todos os pacientes cirúrgicos abdomi- nais (Ellis, H., Surg. Ginecol. Obstet. 133:497 (1971)). As consequên- cias dessas aderências fibrosas são variadas e dependem do local ci- rúrgico ou de outro local envolvido, como o local da doença. Os proble- mas podem incluir dor crônica, obstrução dos intestinos e até mesmo um risco aumentado de morte após cirurgia cardíaca (diZerega, G.S., Prog. Clin. Biol. Res. 381:1-18 (1993); diZerega, G.S., Fertil. Steril. 61:219-235 (1994); Dobell, A. R., Jain, A. K., Ann. Thorac. Surg. 37:273- 278 (1984)). Nas mulheres em idade reprodutiva, estima-se que as ade- rências fibrosas envolvendo o útero, trompas de falópio ou ovários re- presentem aproximadamente 20% de todos os casos de infertilidade (Holtz, G., Fertil. Steril. 41: 497-507 (1984); Weibel, M.A. e Majno, G. Am. J. Surg. 126: 345-353 (1973)).
[0098] O processo de formação de aderência fibrosa envolve inici- almente o estabelecimento de um quadro de fibrina e reparação tecidual normal. O processo normal de reparação permite a fibrinólise junta- mente com a reparação mesotelial. No entanto, na formação de aderên- cia fibrosa, a matriz de fibrina amadurece à medida que os fibroblastos proliferam na rede e a angiogênese ocorre, resultando no estabeleci- mento de uma aderência fibrosa organizada dentro de aproximada- mente 3 a 5 dias (Buckman, R. F., et al., J. Surg. Res. 21: 67-76 (1976); Raferty, A. T., J. Anat. 129: 659-664 (1979)). Os processos inflamatórios incluem a ativação neutrofílica nos tecidos traumatizados, a deposição de fibrina e a ligação de tecidos adjacentes, invasão de macrófagos, proliferação fibroblástica na área, deposição de colágeno, angiogênese e o estabelecimento de tecidos permanentes de aderência fibrosa.
[0099] Várias tentativas têm sido feitas para prevenir as aderências cirúrgicas. Estas envolvem abordagens farmacológicas destinadas a in- fluenciar os eventos bioquímicos e celulares que acompanham os trau- mas cirúrgicos, bem como métodos de barreira para a separação dos tecidos afetados. Por exemplo, o uso de lavagem peritoneal, soluções heparinizadas, pró-coagulantes, modificação de técnicas cirúrgicas, como o uso de técnicas cirúrgicas microscópicas ou laparoscópicas, a eliminação de talco das luvas cirúrgicas, o uso de suturas menores e o uso de barreiras físicas (filmes, géis ou soluções) visando minimizar a aposição de superfícies serosais, todos foram tentados. Atualmente, as terapias preventivas também incluem prevenção da deposição de fi- brina, redução da inflamação (fármacos anti-inflamatórios esteroidais e não esteroidais) e a remoção de depósitos de fibrina.
[0100] As tentativas de intervenção para evitar a formação de ade- rências pós-cirúrgicas incluíram o uso de técnicas de hidroflotação ou de dispositivos de barreira. A hidroflotação envolve a instilação de gran- des volumes de soluções de polímero, como o dextrano (Grupo de Es- tudos de Aderências, Fertil. Steril. 40:612-619 (1983)), ou carboximetil celulose (Elkins, T.E., et al., Fertil. Steril. (41) 926-928:1984)), no espaço cirúrgico, em uma tentativa de manter os órgãos afastados. Membranas de barreira sintéticas feitas de celulose regenerada oxidada (por exem- plo, Interceed™), politetrafluoroetileno (membrana cirúrgica Gore-tex) e membranas totalmente reabsorvíveis feitas a partir de uma combinação modificada de ácido hialurônico / carboximetilcelulose (HA/CMC) (Se- prafilm™) também foram utilizadas para reduzir a formação de aderên- cia pós-cirúrgica em animais e seres humanos (Burns, J. W., et al., Eur. J. Surg. Suppl. 577: 40-48 (1997); Burns, J. W., et al., Fertil. Steril. 66:814-821 (1996); Becker, J. M., et al., J. Am. Coll. Surg. 183:297-306 (1996)). O sucesso dessas membranas HA/CMC pode derivar de sua capacidade de fornecer separação tecidual durante o processo de repa- ração da ferida peritoneal quando as aderências fibrosas são formadas. Foi observado que as membranas formar um revestimento viscoso claro sobre o tecido lesionado por 3-5 dias após a aplicação, período de tempo compatível com o tempo de formação da aderência pós-cirúrgica (Ellis, H., Br. J. Surg. 50:10-16 (1963)). Infelizmente, foi observado su- cesso limitado com esses métodos.
[0101] A peritonite envolve a inflamação do peritôneo. A peritonite pode causar problemas graves. Por exemplo, dor abdominal, sensibili- dade abdominal e defesa abdominal. A peritonite pode envolver infla- mação espontânea, anatômica e/ou relacionada à diálise peritoneal. A peritonite pode envolver uma infecção, por exemplo, a perfuração de um visco oco, o rompimento do peritônio, peritonite bacteriana espontânea, e infecções sistêmicas podem resultar em infecção e peritonite. A peri- tonite também pode não envolver uma infecção, por exemplo, o vaza- mento de fluidos corporais estéreis para dentro do peritônio e a cirurgia abdominal estéril podem resultar em peritonite. Várias tentativas têm sido feitas para prevenir e/ou tratar a peritonite. Por exemplo, medidas gerais de suporte, como a reidratação intravenosa, antibióticos e cirur- gia. Existe uma necessidade não atendida de compostos, composições,
métodos e similares (incluindo abordagens de administração) para ini- bir, ou tratar de outra forma e/ou prevenir, a peritonite, de preferência de forma mais eficaz com poucos efeitos colaterais.
[0102] Os fucanos com elevado teor de sulfato discutidos aqui po- dem ser usados para tratar aderências fibrosas em um paciente e po- dem ser incluídos como um componente de, ou ser, um dispositivo mé- dico de fucano com elevado teor de sulfato, uma combinação ou um produto farmacêutico configurado e composto para tratar aderências fi- brosas. Por exemplo, um dispositivo médico de fucano com elevado teor de sulfato compreendendo entre aproximadamente 0,02 mg/mL e apro- ximadamente 100 mg/mL, por exemplo, 0,1 mg/mL, 0,2 mg/mL, 0,3 mg/mL, 0,5 mg/mL, 0,9 mg/mL, 1 mg/mL, 2,5 mg/mL, 5 mg/mL 7,5 mg/mL, de um fucano com elevado teor de sulfato aqui dissolvido em uma solução salina fisiológica. A solução salina fisiológica pode ser, por exemplo, Injeção de Ringer com Lactato USP (LRS), solução salina nor- mal e a solução fisiológica de Dextrano.
[0103] Os dispositivos médicos de fucano com elevado teor de sul- fato, que podem ser dispositivos médicos líquidos, podem conter exci- pientes farmaceuticamente aceitáveis, como tampões, estabilizantes, conservantes, adjuvantes, etc. Esses dispositivos médicos de fucano com elevado teor de sulfato podem ser utilizados para tratar aderências fibrosas pré-, durante ou pós-cirurgia, administrando entre aproximada- mente 0,01 mL/kg (por quilograma de peso corporal do paciente ou alvo) até aproximadamente 10 mL/kg ou 15 mL/kg dos dispositivos médicos de fucano no parágrafo anterior. As doses incluem, por exemplo, apro- ximadamente 0,03 mL/kg; 0,1 mL/kg; 0,2 mL/kg; 0,4 mL/kg; 0,5 mL/kg; 0,6 mL/kg; 1 mL/kg; 1,2 mL/kg; 2 mL/kg; 3 mL/kg; 4 mL/kg; 5 mL/kg; 8 mL/kg; 10 mL/kg and 15 mL/kg do dispositivo médico de fucano com elevado teor de sulfato ao local cirúrgico do paciente. Em outras moda-
lidades, esses dispositivos médicos de fucano com elevado teor de sul- fato podem ser usados para tratar aderências fibrosas em qualquer lo- cal-alvo selecionado, por exemplo, lesões, abrasões, locais de lesão, locais cirúrgicos e locais pós-cirúrgicos através da administração entre aproximadamente 0,04 mg/kg ou 0,1 mg/kg a aproximadamente 25 mg/kg ou 50 mg/kg. Alguns exemplos dessas doses incluem, por exem- plo, aproximadamente 0,04 mg/kg, 0,075 mg/kg, 0,1 mg/kg, 0,2 mg/kg, 0,5 mg/kg, 1 mg/kg, 1,3 mg/kg, 2 mg/kg, 3 mg/kg, 4 mg/kg, 5 mg/kg, 7,5 mg/kg, 8 mg/kg, 10 mg/kg, 15 mg/kg, 20 mg/kg, 25 mg/kg e 50 mg/kg dos fucanos deste documento, incluindo, por exemplo, os fucanos com elevado teor de sulfato aqui, ao local cirúrgico do paciente.
[0104] A administração pode ser realizada, por exemplo, instilando um dispositivo médico líquido em geral em toda a área-alvo; direcio- nando o dispositivo médico líquido em um local específico dentro da área-alvo; pulverizando o dispositivo médico líquido em geral ou em um local(ais) específico(s) dentro da área-alvo; ou pulverizando ou de outra forma administrando o dispositivo médico líquido através de um aplica- dor, que pode ser um aplicador de pulverização através de um trocarte, cateter, endoscópio ou outro dispositivo minimamente invasivo, em um local ou locais específicos que um cirurgião ou outro clínico tenha iden- tificado como particularmente susceptível ou relativo ao desenvolvi- mento de aderências fibrosas. Em outro aspecto, a administração pode ser feita após a abertura da ferida cirúrgica, porém antes do procedi- mento cirúrgico; durante o procedimento cirúrgico, ou após o procedi- mento cirúrgico, mas antes do fechamento da ferida cirúrgica. Se dese- jado, o dispositivo médico líquido também pode ser administrado após a conclusão da cirurgia (por exemplo, através de uma seringa e agulha) e também pode ser administrado em locais-alvo não cirúrgicos. O local cirúrgico do paciente pode ser, por exemplo, pelo menos uma cavidade pélvica, cavidade abdominal, cavidade dorsal, cavidade craniana, cavi- dade espinhal, cavidade ventral, cavidade torácica, cavidade pleural, cavidade pericárdica, pele, articulações ou músculos. A administração do dispositivo médico de fucano com elevado teor de sulfato no local cirúrgico do paciente pode ser realizada em menos de 15 minutos, 10 minutos, 8 minutos, 6 minutos, 5 minutos, 4 minutos, 3 minutos, 2 minu- tos, 1 minuto, 45 segundos, 30 segundos, 20 segundos, 15 segundos, 10 segundos e 5 segundos.
[0105] Exemplos de administração do dispositivo médico de fucano com elevado teor de sulfato a um local cirúrgico incluem, sem limitação, a administração do dispositivo médico de fucano com elevado teor de sulfato no local cirúrgico de um procedimento cirúrgico de cesariana; um procedimento cirúrgico de reconstrução com retalho livre microvascular, um procedimento cirúrgico de enxerto de pele de espessura total, um procedimento cirúrgico de retalho de avanço V-Y, um procedimento ci- rúrgico de retalho de rotação fasciocutâneo, um procedimento cirúrgico de artroplastia, um procedimento cirúrgico de mastectomia, um procedi- mento cirúrgico de sequestrectomia, um procedimento cirúrgico de sau- cerização, um procedimento cirúrgico de osteotomia, um procedimento cirúrgico de osteoplastia, um procedimento cirúrgico de patelectomia, um procedimento cirúrgico de sinovectomia, um procedimento cirúrgico de capsulectomia, um procedimento cirúrgico de reparo de tendão ou ligamento, um procedimento cirúrgico de tenólise, uma cirurgia de teno- tomia, um procedimento cirúrgico de fasciotomia, um procedimento ci- rúrgico de reparo meniscal, procedimento cirúrgico de vertebrectomia, procedimento cirúrgico de etmoidectomia, procedimento cirúrgico de operação de Caldwell Luc, procedimento cirúrgico de dacriocistorrinos- tomia, procedimento cirúrgico de lise de sinéquia nasal, procedimento cirúrgico de timectomia, procedimento cirúrgico de pneumonólise, pro-
cedimento cirúrgico de pneumonectomia, procedimento cirúrgico de to- racoplastia, procedimento cirúrgico de bilobectomia, procedimento cirúr- gico de cirurgia de hipertensão portal, procedimento cirúrgico de esple- nectomia, procedimento cirúrgico de esofagectomia, procedimento ci- rúrgico de cirurgia de peritonite, procedimento cirúrgico de cirurgia de gastrectomia, procedimento cirúrgico de cirurgia de jejunojejunostomia, procedimento cirúrgico de colecistectomia laparoscópica , um procedi- mento cirúrgico de exploração laparoscópica do ducto biliar comum, um procedimento cirúrgico de gastroenterostomia, um procedimento cirúr- gico de cirurgia bariátrica, um procedimento cirúrgico de ressecção e anastomose intestinal, um procedimento cirúrgico de hepatectomia seg- mentar, um procedimento cirúrgico de lobectomia, um procedimento ci- rúrgico de pancreatomia, um procedimento cirúrgico de pancreatoduo- denectomia, um procedimento cirúrgico de ressecção de tumor, um pro- cedimento cirúrgico de nefrectomia laparoscópica, um procedimento ci- rúrgico de cistectomia, um procedimento cirúrgico de lise de aderência abdominal ou pélvica, um procedimento cirúrgico de histerossalpingec- tomia, um procedimento cirúrgico de salpingoplastia, um procedimento cirúrgico de cirurgia laparoscópica de gravidez ectópica, um procedi- mento cirúrgico de cirurgia de substituição de articulação, um procedi- mento cirúrgico de reparo de osso quebrado, um procedimento cirúrgico de histerectomia, um procedimento cirúrgico de remoção da vesícula biliar, um procedimento cirúrgico de ponte de safena, um procedimento cirúrgico de angioplastia, um procedimento cirúrgico de aterectomia, uma procedimento cirúrgico de biópsia de mama, procedimento cirúr- gico de endarterectomia carotídea, procedimento cirúrgico de cirurgia de catarata, procedimento cirúrgico de revascularização do miocárdio, procedimento cirúrgico de dilatação e curetagem, procedimento cirúr- gico de reparo de hérnia, procedimento cirúrgico de cirurgia de dor lom-
bar, procedimento cirúrgico de colectomia parcial, procedimento cirúr- gico de prostatectomia e procedimento cirúrgico de amigdalectomia, após a abertura da ferida operatória, durante a cirurgia, antes do fecha- mento da ferida operatória e / ou após o fechamento da ferida operató- ria.
[0106] CÂNCERES EM GERAL
[0107] O câncer foi a segunda causa principal de morte nos Estados Unidos e representa mais de 20% de todas as mortalidades. O câncer é uma doença proliferativa e caracteriza-se pela divisão descontrolada de algumas células, o que pode levar à formação de um ou mais tumo- res. Vários métodos são utilizados para tratar o câncer, incluindo cirur- gia, radiação, quimioterapia e suas combinações. Embora a cirurgia seja um método relativamente comum usado para alguns tumores localiza- dos, ainda há uma chance significativa de recidiva do tumor após a ex- cisão do tumor.
[0108] O tratamento de cânceres e de outras doenças proliferativas tem sido limitado pelo potencial de danos ou toxicidade aos tecidos não cancerosos e saudáveis. Nos tratamentos radiológicos e cirúrgicos, o procedimento tem sido geralmente confinado e proximal aos locais do tumor. No entanto, pode haver um risco significativo para pacientes sub- metidos à remoção cirúrgica de tecidos cancerosos (por exemplo, na remoção de tumores da próstata ou do cérebro, pode existir um risco significativo de danos não reparáveis aos tecidos vitais circundantes, por exemplo, através de uma potencial necessidade reduzida de res- secção de tecidos não tumorais. Além disso, no tratamento de radiação concentrada, que foi dado como um tratamento de primeira linha para o câncer da próstata, existem riscos semelhantes. No tratamento quimio- terápico do câncer, o fármaco tem sido administrado sistemicamente, de modo que todo o corpo seja exposto ao fármaco. Estes medicamen- tos foram concebidos para serem tóxicos para as células cancerosas,
mas também são (geralmente) tóxicos para as células não cancerosas, de forma que os doentes fiquem bastante doentes quando submetidos a tratamentos medicamentosos para o câncer. Por meio da experiência, os oncologistas podem administrar doses desses fármacos que podem ser toleradas por alguns pacientes. No entanto, estas doses não são muitas vezes bem-sucedidas no tratamento do câncer.
[0109] Um problema com todo o método de tratamento do câncer tem sido a recidiva local da doença. Por exemplo, aproximadamente
700.000 americanos são diagnosticados anualmente com câncer locali- zado (aproximadamente 64% de todos os pacientes de câncer) e quase meio milhão são tratados usando métodos cirúrgicos. Infelizmente, 32% dos pacientes tratados com cirurgia sofrem recidiva após o tratamento inicial (aproximadamente 21% sofrem recidiva no local cirúrgico inicial e 11% em locais metastáticos distantes). Quase 100.000 pacientes mor- rem anualmente devido à recidiva localizada do câncer. Isto tem sido especialmente verdadeiro no câncer de mama, em que 39% das paci- entes submetidas à lumpectomia sofrerão a recidiva local da doença.
[0110] O estadiamento é um método de avaliação do avanço do câncer (tumor sólido) em um paciente. Uma abordagem simplificada co- loca os pacientes em três grupos ou estágios, com base no grau de avanço do câncer:
[0111] Estágio 1: O câncer pode ser tratado cirurgicamente remo- vendo parte do órgão. Este também é conhecido como o estágio resse- cável.
[0112] Estágio 2: O câncer avançou após o ponto de ser ressecável, mas é ainda confinado ao próprio órgão.
[0113] Estágio 3: O tumor se espalhou para outros órgãos.
[0114] Muitos cânceres são tratados com agentes antiproliferativos, incluindo, por exemplo, 5-fluorouracila (Efudex), vinca alcalóides (por exemplo, vincristina (Oncovin)), antraciclinas (por exemplo, doxorrubi- cina (Adriamycin)), cisplatina (Platinol-AQ), cloridrato de gencitabina (Gemzar), metotrexato e paclitaxel. Alguns exemplos das toxicidades associadas aos agentes antiproliferativos, metotrexato e paclitaxel, são discutidos neste Documento em outra seção. O metotrexato tem sido utilizado para tratar vários cânceres, incluindo, por exemplo, bexiga, mama, cervical, cabeça e pescoço, cânceres hepáticos, pulmonares e testiculares. O paclitaxel tem sido utilizado para tratar vários cânceres, incluindo, por exemplo, cânceres de ovários, mamas e pulmão de célu- las não pequenas, (Compêndio de Substâncias Farmacêuticas e Espe- cialidades, Trigésima-Quinta Edição, 2000).
[0115] As toxicidades devido à 5-fluorouracila podem incluir toxici- dade cardiovascular, como isquemia miocárdica; toxicidades do sistema nervoso central, como euforia, síndrome cerebelar aguda e ataxia; toxi- cidades dermatológicas, como alopecia e dermatite; toxicidades gastroi- ntestinais, como náuseas, vômitos e ulceração oral ou gastrointestinal; toxicidades hematológicas, como leucopenia, trombocitopenia e ane- mia; toxicidades de hipersensibilidade, como anafilaxia e hipersensibili- dade de contato; toxicidades oculares, como o aumento da lacrimação, fotofobia e conjuntivite; e outras toxicidades, como a febre. A 5-fluorou- racila tem sido usada para tratar muitos cânceres incluindo, por exem- plo, os cânceres de mama, colorretal, gástrico, hepático, bexiga, cabeça e pescoço, pulmão de células não pequenas, ovários, pancreático e próstata (Compêndio de Substâncias Farmacêuticas e Especialidades, Trigésima-Quinta Edição, 2000).
[0116] As toxicidades devido à vincristina incluem toxicidades do sistema nervoso central, como convulsões em crianças e alucinações; toxicidade dermatológica, como alopecia; toxicidade por extravasa- mento, como vesicante; toxicidades gastrointestinais, como náuseas,
vômitos, constipação e estomatite; toxicidade hematológica, como mie- losupressão; toxicidades neurológicas, como neuropatia periférica e neuropatia autonômica; toxicidades oculares, como visão dupla, ce- gueira temporária e atrofia óptica; toxicidades renais/metabólicas, como retenção urinária, hiperuricemia e atonia da bexiga; toxicidade respira- tória, como falta de ar; e outras toxicidades, como febre em crianças. Este agente antiproliferativo tem sido utilizado para tratar vários cânce- res, incluindo, por exemplo, a doença de Hodgkin, câncer de pulmão de células não pequenas, tumor de Wilm e cânceres testiculares (Compên- dio de Substâncias Farmacêuticas e Especialidades, Trigésima-Quinta Edição, 2000).
[0117] As toxicidades devido à doxorrubicina incluem toxicidades cardiovasculares, como anomalias eletrocardiográficas e miocardiopa- tia; toxicidades dermatológicas, como alopecia e alterações das unhas; toxicidade de risco de extravasamento, como vesicante; toxicidades gastrointestinais, como náuseas, vômitos e estomatite; toxicidade geni- turinária, como coloração vermelha da urina; toxicidade hematológica, como mielossupressão; toxicidades de hipersensibilidade, como anafi- laxia e erupção cutânea; toxicidade ocular, como conjuntivite; toxicidade reprodutiva, como infertilidade; e outras toxicidades, como hiperurice- mia. O agente antiproliferativo tem sido utilizado para tratar vários cân- ceres, incluindo, por exemplo, cânceres de mamas, pulmão de células não pequenas e ovários (Compêndio de Substâncias Farmacêuticas e Especialidades, Trigésima-Quinta Edição, 2000).
[0118] As toxicidades devido à cisplatina incluem a toxicidade car- diovascular, como alterações eletrocardiográficas; toxicidade dermato- lógica, como hiperpigmentação; toxicidade de risco de extravasamento, como irritantes; toxicidades gastrointestinais, como náuseas e vômitos; toxicidades hematológicas, como mielossupressão e anemia hemolítica;
toxicidade de hipersensibilidade, como anafilática; toxicidade neuro- muscular, como neuropatia periférica e encefalopatia aguda; toxicidade ocular, como neurite retrobulbar; toxicidade otológica, como perda audi- tiva e zumbido; toxicidades renais/metabólicas, como nefropatia tóxica e hipocalemia; e outras toxicidades, como infertilidade. Este agente an- tiproliferativo tem sido utilizado para tratar vários cânceres, incluindo, por exemplo, cânceres de bexiga, pulmão de células não pequenas, ovários, testículos, cérebro, mamas, cervical, cabeça e pescoço, hepa- toblastoma e tireoide (Compêndio de Substâncias Farmacêuticas e Es- pecialidades, Trigésima-Quinta Edição, 2000). As toxicidades devido ao cloridrato de gemcitabina incluem, por exemplo, toxicidades hematoló- gicas, como a mielossupressão; toxicidades gastrointestinais, como náuseas, vômitos e estomatite; toxicidades hepáticas, como elevações transitórias de transaminases séricas; toxicidades renais, como protei- núria, hematúria, síndrome hemolítica urêmica e insuficiência renal; to- xicidade dermatológica, como erupção cutânea e alopecia; toxicidades de edema, como edema e edema periférico; e outras toxicidades, como a febre. O agente antiproliferativo tem sido utilizado para tratar os cân- ceres pancreático e de pulmão de células não pequenas (Compêndio de Substâncias Farmacêuticas e Especialidades, Trigésima-Quinta Edi- ção, 2000).
[0119] A presente discussão compreende a prevenção ou o trata- mento de cânceres localizados ou tumores sólidos que possam ser tra- tados, incluindo os da próstata, mama, pâncreas, fígado, rim, sistema geniturinário, cérebro, sistema gastrointestinal, sistema respiratório, ca- beça e pescoço. As composições, e outros aqui podem prevenir ou tra- tar cânceres, incluindo metástases, permitindo a liberação controlada de fucano com elevado teor de sulfato em um local a certa distância dos tumores-alvo, permitindo que concentrações eficazes do fucano com elevado teor de sulfato alcancem os tumores e/ou metástases por difu- são ou mesmo por transporte sistêmico. Alguns destes cânceres são discutidos mais adiante nos parágrafos a seguir.
[0120] CÂNCER DE PRÓSTATA
[0121] O câncer de próstata é um tumor maligno que surge nas cé- lulas que revestem a glândula prostática. Nos EUA, estima-se que
200.000 pacientes irão desenvolver o câncer de próstata este ano, e mais de 30.000 irão morrer da doença. O câncer de próstata tem uma razão de morte para novos casos de ~ 15%. O câncer pode permanecer dentro da próstata ou pode se espalhar para os tecidos vizinhos ou lo- cais distantes (módulos linfáticos e ossos em sua maioria). Normal- mente, o câncer de próstata se espalha silenciosamente, produzindo sintomas somente quando avançou além da próstata. Se o câncer de próstata tiver sido diagnosticado e tratado durante em estágios preco- ces, em alguns estudos os pacientes tiveram uma taxa de sobrevida de 5 anos de 94%.
[0122] O câncer de próstata é frequentemente discutido como uma doença de homens com mais de 50 anos de idade. Na verdade, 80% dos homens com câncer de próstata têm 60 anos de idade e mais. A probabilidade de um homem ser diagnosticado com câncer de próstata durante sua vida é de aproximadamente 1 em 10, aproximadamente a mesma possibilidade de uma mulher ter câncer de mama. O número de novos casos reportados aumentou acentuadamente nos últimos anos, como resultado de testes melhorados que podem detectar a doença pre- cocemente em seu desenvolvimento, muitas vezes muito antes dos sin- tomas aparecerem. A probabilidade de desenvolver o câncer de prós- tata em qualquer dado ano aumenta com a idade, mas aumenta acen- tuadamente após os 50.
[0123] As opções atuais de tratamento para o câncer de próstata dependem do grau de avanço da doença, da idade do paciente e da saúde em geral. Os pacientes idosos, que têm câncer da fase inicial apenas ou que sofrem de outras doenças mais graves, podem ser tra- tados de forma conservadora, ao passo que aqueles com câncer avan- çado podem ser submetidos a um tratamento mais agressivo. O câncer de próstata foi tratado por vários métodos, incluindo a radioterapia (ra- diação de feixe externo ou braquiterapia), castração ou retirada hormo- nal (cirúrgica ou química), agentes antiproliferativos, cirurgia e terapia expectante (isto é, “espera vigilante”). Nenhum tratamento garante uma cura absoluta, e alguns têm efeitos colaterais consideráveis.
[0124] O câncer de próstata em estágio inicial (ou seja, o tumor está localizado na próstata) pode ser tratado com “espera vigilante”. A cirur- gia para o câncer de próstata tem sido recomendada para pacientes cujo estado geral de saúde tem sido bom e o tumor esteja confinado à glândula da próstata. Um tratamento comum para o câncer localizado da próstata nos homens com menos de 70 anos de idade tem sido a prostatectomia radical (ou seja, a remoção cirúrgica da próstata).
[0125] Os pacientes com câncer localizado na área da próstata são geralmente tratados com radiação de feixe externo (EBR). A radiação mata as células cancerosas e encolhe os tumores. A EBR é responsável por menos de 20% dos tratamentos para o câncer de próstata locali- zado, com aproximadamente 50% destes pacientes sofrendo recidivas pós radiação da doença. Em combinação com a detecção do câncer de próstata em estágio precoce e com o aumento da procura por parte dos pacientes, espera-se que a utilização da braquiterapia (ou seja, a radio- terapia local) cresça. Em 1995, apenas 2.5% dos pacientes recém-diag- nosticados foram tratados com braquiterapia. A braquiterapia envolve o implante de “sementes” de metal radioativo no tumor da próstata.
[0126] O tratamento para o câncer de próstata que se espalhou en- volve a remoção dos testículos ou a terapia hormonal. Ambos são usa-
dos inibir ou interromper a produção da testosterona que tem impulsio- nado o crescimento do câncer. Aproximadamente 20% de todos os pa- cientes com câncer de próstata são submetidos à terapia de abstinência hormonal. As terapias hormonais incluem o acetato de goserelina (Zo- ladex) ou o acetato de leuprolida (Lupron). Os agentes antiproliferati- vos utilizados no tratamento do câncer de próstata têm incluído a 5-flu- orouracila.
[0127] CÂNCER DE MAMA
[0128] Nos Estados Unidos, o câncer de mama foi o câncer mais comum entre as mulheres, com aproximadamente 180.000 novos casos diagnosticados a cada ano (o câncer de mama masculino responde por aproximadamente 5% de todos os cânceres de mama diagnosticados). Tendo sido ultrapassado apenas pelo câncer de pulmão como causa de morte nas mulheres, e foi responsável por aproximadamente 50.000 mortes por ano. Uma mulher americana tem uma chance em oito (ou aproximadamente 13%) de desenvolver o câncer de mama durante sua vida. Ao longo da última década, a maioria dos casos de câncer de mama reportados eram tumores pequenos, primários (que surgiram de forma independente; não causados por metástases). Aproximadamente 70% a 80% dos pacientes recém-diagnosticados apresentavam a do- ença em estágio precoce (estágio 1 ou 2), e na maioria não havia en- volvimento dos nódulos linfáticos axilares (axila).
[0129] A maioria dos cânceres da mama são carcinomas (ou seja, tumores malignos que se desenvolvem a partir dos tecidos epiteliais). Menos de 1% dos cânceres de mama são sarcomas, ou tumores prove- nientes do tecido conjuntivo, osso, músculo ou gordura. Além disso, a maioria dos cânceres de mama (aproximadamente 75%) são carcino- mas ductais, provenientes dos tecidos que revestem os dutos de leite. Encontra-se um número muito menor de cânceres (aproximadamente 7%) dentro dos lóbulos da mama e são chamados carcinomas lobulares.
A doença de Paget (câncer da aureola e do mamilo) e o carcinoma in- flamatório respondem por quase todas as outras formas do câncer de mama.
[0130] O tratamento do câncer de mama tem sido complicado e de- pende de muitos fatores. Dois fatores importantes são o tipo de tumor e o estágio de progressão. As características tumorais, em particular, aju- dam a separar os indivíduos em dois grupos: (1) aqueles que apresen- tam um baixo risco de reincidência de câncer e (2) aqueles que apre- sentam um elevado risco de reincidência de câncer. Fatores prognósti- cos específicos colocam os pacientes em qualquer um desses grupos. Estes fatores incluem o tamanho do tumor; a presença de receptores do hormônio sexual feminino estrogênio e progesterona (ER/PR); fase do ciclo de crescimento celular (se as células tumorais estão em divisão ativa ou na “fase S”); a presença de uma proteína conhecida como “pro- teína her-2-neu”; grau tumoral, um indicador de diferenciação ou altera- ção das células tumorais; e ploidia tumoral, o número de conjuntos de material genético dentro das células tumorais.
[0131] O tratamento da doença primária sem acometimento linfono- dal significativo tem sido por lumpectomia e radioterapia. Um acometi- mento mais significativo dos gânglios linfáticos pode justificar a maste- ctomia e a remoção dos gânglios linfáticos auxiliares. Nesta fase, a chance de metástase e recidiva local tem sido elevada. O tratamento da doença metastática tem sido paliativo, envolvendo radioterapia e quimi- oterapia, que são imunossupressoras, citotóxicas e leucopênicas. Os agentes antiproliferativos, incluindo, por exemplo, 5-fluorouracila, doxor- rubicina, metotrexato e paclitaxel, foram aprovados para uso contra o câncer de mama.
[0132] CÂNCER PANCREÁTICO
[0133] O pâncreas é um órgão do sistema digestivo localizado perto do estômago e intestino delgado. Ele tem duas funções principais: a produção de enzimas e hormônios. Cânceres do pâncreas podem ocor- rer no pâncreas exócrino (ou seja, enzimas) (por exemplo, adenocarci- nomas pancreáticos clássicos) ou no pâncreas endócrino (ou seja, hor- mônios).
[0134] Os cânceres do pâncreas exócrino são uma questão de sa- úde muito séria. Nos Estados Unidos, aproximadamente 28.000 pacien- tes são diagnosticados com câncer pancreático, ao mesmo temo em que aproximadamente o mesmo número morre anualmente desta do- ença. O câncer pancreático ocorre igualmente em homens e mulheres. Devido às dificuldades no diagnóstico, à natureza agressiva intrínseca dos cânceres pancreáticos e às escassas opções de tratamento sistê- mico disponíveis, apenas aproximadamente 4% dos doentes diagnosti- cados com adenocarcinoma pancreático vivem durante 5 anos após o diagnóstico. O câncer pancreático tem sido a 5a causa principal da morte por câncer, seguido pelos cânceres de mama, pulmão, cólon e próstata.
[0135] A escolha do tratamento para o câncer pancreático depende em grande parte do estágio do tumor. Os tratamentos possíveis incluem cirurgia, agentes antiproliferativos, radiação e terapia biológica. A cirur- gia tem sido geralmente reservada para pacientes do Estágio 1, cujo câncer seja considerado ressecável. Às vezes, uma combinação de te- rapias, como a radiação e o agente antiproliferativo administrado antes ou após a cirurgia, pode aumentar as chances de sobrevivência de um paciente. O câncer pancreático considerado irressecável (geralmente do Estágio II ou posterior) pode ser tratado utilizando agentes antiproli- ferativos em ensaios clínicos. Os agentes antiproliferativos, como, por exemplo, a gemcitabina ou a 5-fluorouracila, tiveram algum efeito contra o câncer pancreático e a gemcitabina tem sido utilizada como um agente paliativo. As toxicidades devido a estes agentes antiproliferativos são discutidas em outra seção neste Documento. A radioterapia tem algum efeito contra o câncer pancreático quando utilizada em combinação com a quimioterapia. A radioterapia por si só pode controlar os sintomas. Esta forma de tratamento também tem sido utilizada em cânceres pan- creáticos do Estágio II ou posteriores.
[0136] CÂNCER DE BEXIGA
[0137] Em 1998, estimou-se que mais de 54.000 novos casos de câncer de bexiga seriam diagnosticados nos EUA, e aproximadamente
15.000 mortes seriam atribuídas à doença. O câncer de bexiga tem sido o quarto câncer mais comum entre os homens americanos e o nono câncer o mais comum entre as mulheres americanas. Ele ocorre três vezes mais frequentemente nos homens do que nas mulheres. Princi- palmente uma doença de homens mais velhos, o câncer de bexiga tem sido uma causa significativa de doença e morte. O risco de câncer de bexiga aumenta acentuadamente com a idade (80% dos casos ocorrem em pessoas com mais de 50 anos), com mais da metade de todas as mortes por câncer de bexiga ocorrendo após os 70 anos de idade. Em homens brancos acima de 65 anos, a taxa anual da doença do câncer de bexiga tem sido de aproximadamente 2 casos por 1.00 pessoas; isto contrasta com uma taxa de 0,1 caso por 1.000 pessoas abaixo de 65 anos de idade. Durante a vida de uma pessoa, a probabilidade de de- senvolver o câncer de bexiga tem sido superior a 3%; no entanto, a pro- babilidade de morrer devido ao câncer de bexiga tem sido pequena (< 1%). O câncer de bexiga raramente ocorre em pessoas com menos de 40 anos de idade.
[0138] Estudos recentes sugerem que alguns genes e habilidades metabólicas herdadas podem desempenhar um papel no câncer de be- xiga. O carcinoma de células transicionais (TCC) tem sido a forma mais comum do câncer de bexiga. O TCC geralmente ocorre como uma massa superficial (superfície), papilar (semelhante a uma verruga), exo- fítica (crescimento para fora) sobre uma base semelhante a um pedún- culo. Em alguns casos, porém, o TCC pode estar preso a uma base larga ou pode parecer ulcerado (dentro de uma lesão indentada). Os TCCs papilares começam frequentemente como áreas de hiperplasia que mais tarde se desdiferenciam ou perdem as características indivi- duais das células. Apenas aproximadamente 10% a 30% dos TCCs pa- pilares se desenvolvem em cânceres invasivos. Por outro lado, as for- mas não papilares do TCC têm maior probabilidade de se tornarem in- vasivas. Como indicado, esses TCCs podem parecer ulcerados ou pla- nos. O TCC plano, não papilar, que foi constituído por epitélio anaplá- sico, foi classificado como carcinoma in situ (CIS ou TIS). O tecido do CIS contém células que são grandes, têm nucléolos visíveis (corpo re- dondo dentro de uma célula; envolvido na síntese de proteínas) e não têm polaridade normal.
[0139] O tratamento do câncer de bexiga depende de muitos fato- res. Os mais importantes desses fatores são o tipo de tumor presente e seu estágio. Os tratamentos comuns incluem ressecção transuretral (TUR), eletrocirurgia, cirurgia a laser, terapia intravesical, agentes anti- proliferativos, terapia cirúrgica, cistectomia e radioterapia. Exemplos de agentes antiproliferativos utilizados no tratamento do câncer de bexiga incluem, por exemplo, 5-fluorouracila, cisplatina e metotrexato. As toxi- cidades devido aos agentes antiproliferativos, 5-fluorouracila, cisplatina e metotrexato, são discutidas em outra seção neste Documento.
[0140] CÂNCER DE CÉREBRO
[0141] Os tumores cerebrais são muitas vezes inoperáveis e mais de 80% dos pacientes morrem dentro de 12 meses após o diagnóstico. Aproximadamente 18.000 novos casos de câncer intracraniano primário (cérebro) são diagnosticados a cada ano nos Estados Unidos. Isto re- presenta aproximadamente 2 por cento de todos os cânceres em adul- tos. Mais de 50% destes são gliomas de alto grau (isto é, glioblastoma multiforme e tumores de astrocitoma anaplásico). Os pacientes com es-
tes tumores sofrem frequentemente de deficiências graves, como dis- função motora, convulsões e anomalias de visão.
[0142] Os tumores que começam no tecido cerebral são conhecidos como tumores cerebrais primários. Os tumores cerebrais primários são classificados pelo tipo de tecido na qual se originam. Os tumores cere- brais mais comuns são gliomas, que começam no tecido glial (de su- porte). Outros incluem astrocitomas, gliomas do tronco cerebral, epen- dimoma e oligodendrogliomas.
[0143] A remoção cirúrgica de tumores cerebrais tem sido recomen- dada para a maioria dos tipos e na maioria dos locais, e deve ser o mais completa possível dentro das restrições de preservação da função neu- rológica. Uma exceção a esta regra tem sido para tumores profundos, como gliomas pontinos, que são diagnosticados com evidências clínicas e são tratados sem cirurgia inicial aproximadamente 50% das vezes. Em muitos casos, entretanto, é realizado o diagnóstico por biópsia. A bióp- sia estereotáxica pode ser utilizada para lesões de difícil acesso e res- secção. Os doentes que tenham tumores cerebrais que sejam rara- mente curáveis ou irressecáveis devem ser considerados candidatos para ensaios clínicos de avaliação de radiossensibilizadores, hiperter- mia ou braquiterapia intersticial utilizada em conjunto com a radioterapia por feixe externo para melhorar o controle local do tumor ou para estu- dos de avaliação de novos fármacos e modificadores da resposta bioló- gica.
[0144] A radioterapia tem um papel importante no tratamento da maioria dos tipos de tumores e pode aumentar a taxa de cura ou pro- longar a sobrevida livre de doenças. A radioterapia também pode ser útil no tratamento de recidivas em pacientes tratados inicialmente ape- nas com cirurgia. A quimioterapia pode ser utilizada antes, durante ou após a cirurgia e a radioterapia. Tumores recorrentes também são tra-
tados com quimioterapia. Os agentes antiproliferativos utilizados no tra- tamento de cânceres cerebrais incluem a cisplatina. Exemplos das toxi- cidades associadas a esses agentes antiproliferativos são discutidos neste Documento em outra seção.
[0145] REESTENOSE
[0146] A reestenose é uma forma de lesão vascular crônica que leva ao espessamento da parede dos vasos e à perda de fluxo sanguíneo para o tecido fornecido pelo vaso sanguíneo. Essa doença inflamatória pode ocorrer em resposta a procedimentos reconstrutivos vasculares, incluindo qualquer manipulação que alivie a obstrução do vaso. Assim, a reestenose tem sido um importante fator restritivo limitante da eficácia desses procedimentos.
[0147] A presente discussão compreende a prevenção ou o trata- mento da reestenose, por exemplo, administrando a um vaso sanguíneo uma quantidade terapeuticamente eficaz da combinação de um oligo- nucleotídeo terapêutico e um agente anti-inflamatório. As composições adequadas incluem um carreador polimérico que pode ser implantado cirurgicamente em um local de reestenose, ou em um potencial local de reestenose, ou pode ser injetado através de um cateter como uma pasta ou gel polimérico. As composições adequadas podem incluir os fucanos com elevado teor de sulfato discutidos aqui.
[0148] ARTRITE
[0149] A artrite reumatoide (RA) é uma doença inflamatória crônica debilitante caracterizada por dor, inchaço, proliferação de células sino- viais (formação de pannus) e destruição de tecido articular. No estágio avançado, a doença frequentemente danifica órgãos críticos e pode ser fatal. A doença envolve múltiplos membros do sistema imunológico (ma- crófagos/monócitos, neutrófilos, células B e células T), interações com- plexas de citocinas e mau funcionamento e proliferação de células sino-
viais. O tratamento agressivo precoce tem sido recomendado com me- dicamentos antirreumáticos modificadores de doenças (DMARDS), como o metotrexato, cujo fármaco é discutido neste Documento.
[0150] A artrite induzida por cristais tem sido caracterizada pela ati- vação induzida por cristais de macrófagos e neutrófilos nas articulações e é acompanhada por dor excruciante durante muitos dias. A doença progride de modo que os intervalos entre os episódios se encurtam e a morbidade para o paciente aumenta. Esta doença tem sido geralmente tratada sintomaticamente com anti-inflamatórios não esteroidais (NSAIDs), como diclofenaco sódico (Voltaren). Este agente anti-infla- matório tem toxicidades que incluem toxicidades do sistema nervoso central, como tonturas e cefaleia; toxicidades dermatológicas, como erupção cutânea e prurido; toxicidades gastrointestinais, como colite ul- cerativa exacerbada e doença de Crohn; toxicidades geniturinárias, como insuficiência renal aguda e necrose papilar renal; toxicidades he- matológicas, como agranulocitose, leucopenia e trombocitopenia; toxi- cidades hepáticas, como transaminases hepáticas elevadas e a hepa- tite; e outras toxicidades, como a asma e a anafilaxia.
[0151] A presente discussão compreende a prevenção ou o trata- mento da artrite reumatoide, por exemplo, administrando a um paciente uma quantidade terapeuticamente eficaz de um oligonucleotídeo tera- pêutico e opcionalmente um agente anti-inflamatório. As composições adequadas incluem um carreador polimérico que pode ser injetado em uma articulação, como um carreador de liberação controlada do agente anti-inflamatório e micropartículas como carreadores de liberação con- trolada do oligonucleotídeo terapêutico (que, por sua vez, foi incorpo- rado ao carreador polimérico). As composições adequadas podem in- cluir os fucanos com elevado teor de sulfato discutidos aqui. Estes car- readores poliméricos podem assumir a forma de microesferas, pastas ou géis poliméricos.
[0152] CONDIÇÕES INFLAMATÓRIAS
[0153] As composições e outros neste Documento podem opcional- mente inibir ou tratar condições inflamatórias envolvendo neutrófilos, por exemplo, compreendendo a administração a um paciente de com- posições contendo um oligonucleotídeo terapêutico e um agente anti- inflamatório. Exemplos dessas condições incluem artrite induzida por cristal; osteoartrite; artrite inflamatória não reumatoide; doença mista do tecido conjuntivo; síndrome de Sjögren; espondilite anquilosante; sín- drome de Behçet; sarcoidose; psoríase; eczema; doença inflamatória intestinal; doença inflamatória pulmonar crônica inflamatória; distúrbios neurológicos e esclerose múltipla. Algumas destas doenças são discu- tidas mais adiante nos parágrafos a seguir.
[0154] DOENÇAS INFLAMATÓRIAS CRÔNICAS DA PELE (IN- CLUINDO PSORÍASE E ECZEMA)
[0155] A psoríase é uma doença inflamatória crônica comum da pele caracterizada por lesões elevadas, espessadas e escamosas que cocam, queimam, picam e sangram facilmente. Embora estas doenças tenham proliferação celular e componentes angiogênicos em estágios avançados da doença, os pacientes muitas vezes apresentam condi- ções artríticas de acompanhamento. Os sintomas podem ser tratados com agentes anti-inflamatórios esteroidais, como prednisona ou agen- tes antiproliferativos, como metotrexato, que são discutidos neste Docu- mento. As composições aqui contidas também podem ser usadas para inibir ou de outra forma tratar e/ou prevenir doenças inflamatórias crôni- cas da pele, por exemplo, psoríase e/ou eczema.
[0156] A seguir, são apresentados alguns exemplos representativos adicionais de doenças inflamatórias que podem ser tratadas com as composições aqui discutidas, incluindo, por exemplo, embolização arte- rial em malformações arteriovenosas (malformações vasculares); me- norragia; sangramento agudo; distúrbios do sistema nervoso central; e hiperesplenismo; doenças inflamatórias da pele como psoríase; doença eczematosa (dermatite atópica, dermatite de contacto, eczema); doença imunobolhosa; e artrite inflamatória que inclui uma variedade de condi- ções, incluindo artrite reumatoide, doença mista do tecido conjuntivo, síndrome de Sjögren, espondilite anquilosante, síndrome de Behçet, sarcoidose, artrite e osteoartrite induzidas por cristais (todas com articu- lações inflamadas e dolorosas como sintoma proeminente).
[0157] ISQUEMIA
[0158] A isquemia envolve uma restrição no suprimento sanguíneo, que pode incluir a falta de suprimento de oxigênio, glicose e outros com- ponentes necessários para a função tecidual adequada, resultando em danos e/ou disfunção tecidual. A isquemia pode causar problemas gra- ves. Por exemplo, os tecidos podem se tornar anóxicos, necróticos e coágulos podem se formar. Várias tentativas têm sido feitas para preve- nir e/ou tratar a isquemia. Por exemplo, restauração do fluxo sanguíneo ou reperfusão. A restauração do sangue, entretanto, envolve a reintro- dução do oxigênio, o que pode causar danos adicionais devido à produ- ção de radicais livres, resultando em lesão de reperfusão. As lesões po- dem causar problemas graves. As composições aqui contidas podem ser usadas para inibir ou de outra forma tratar e/ou prevenir a isquemia e/ou a lesão de reperfusão.
[0159] ENDOTOXEMIA
[0160] A endotoxemia é a presença de endotoxinas no sangue. A endotoxemia pode causar problemas graves. Por exemplo, a endotoxe- mia pode levar a choque séptico. As composições aqui contidas podem ser usadas para inibir ou de outra forma tratar e/ou prevenir a endoto- xemia.
[0161] CICATRIZ QUELOIDE
[0162] O traço queloide faz com que as feridas cicatrizem com cica- trizes elevadas. As cicatrizes elevadas dos traços queloides envolvem cicatrizes fibrosas anormais. O traço queloide causa problemas graves, por exemplo, dor e desfiguração. As composições aqui contidas podem ser usadas para inibir ou de outra forma tratar e/ou prevenir o traço que- loide e suas resultantes cicatrizes elevadas.
[0163] O queloide (cicatriz queloide) é um tipo de cicatriz que se expande em crescimentos sobre a pele normal. Os queloides envolvem um crescimento anormal de colágeno, incluindo o crescimento anormal de colágeno tipo I e tipo III. Os queloides causam problemas graves, por exemplo, dor, prurido e, se infectados, podem ulcerar. Foram feitas ten- tativas para tratar ou prevenir queloides, incluindo o uso de cirurgia, cu- rativos, injeções de esteroides e terapia a laser. As composições aqui contidas podem ser usadas para inibir ou de outra forma tratar e/ou pre- venir que queloides.
[0164] DERMATITE
[0165] A dermatite inclui inflamação da pele, incluindo dermatite atópica e dermatite de contato. Por exemplo, a dermatite de contato en- volve erupção cutânea localizada e / ou irritação da pele após o contato da pele com uma substância estranha. Por exemplo, a dermatite atópica é uma doença cutânea pruriginosa com recidiva crônica. A dermatite atópica é às vezes chamada de prurigo de Besnier, neuredermite, ec- zema endógeno, eczema flexural, eczema infantil, eczema da infância e prurigo diathsique. Eczema é uma doença em forma de dermatite. Ou- tros tipos de dermatite incluem dermatite espongiótica, dermatite sebor- reica (caspa), dermatite disidrótica (pomfolix), urticária, dermatite vesi- cular (dermatite bolhosa) e urticária popular. A dermatite pode causar problemas graves. Por exemplo, pele seca, erupções cutâneas, edema de pele, vermelhidão da pele, comichão da pele, crostas na pele, fissu- ras, bolhas, secreção e sangramento. Tentativas foram feitas para tratar ou prevenir a dermatite, incluindo o uso de corticosteroides e alcatrões de carvão. As composições aqui podem ser usadas para inibir, ou de outra forma tratar e / ou prevenir, dermatite incluindo dermatite atópica, eczema, dermatite de contato, dermatite espongiótica, dermatite sebor- reica, dermatite disidrótica, urticária, dermatite vesicular e urticária po- pular.
[0166] ROSÁCEA
[0167] A rosácea é uma doença ou condição crônica tipicamente caracterizada por eritema facial. A rosácea pode causar problemas gra- ves. Por exemplo, a rosácea normalmente começa como vermelhidão na testa, nariz ou bochechas e também pode causar vermelhidão no pescoço, ouvidos, couro cabeludo e peito. Por exemplo, a rosácea pode causar sintomas adicionais, incluindo telangiectasia, pápulas, pústulas, sensações dolorosas e, em casos avançados, rinofima (nariz vermelho lobulado). Os subtipos de rosácea incluem rosácea eritematotelangiec- tásica, rosácea papulopustular, rosácea fimatosa e rosácea ocular. Ten- tativas foram feitas para tratar ou prevenir a rosácea, incluindo o uso de anti-inflamatórios e antibióticos. As composições aqui contidas podem ser usadas para inibir, ou de outra forma tratar e/ou prevenir a rosácea, incluindo seus subtipos eritematotelangiectásica, papulopustular, e ocu- lar.
[0168] DISPOSITIVO MÉDICO, MATERIAL MÉDICO, COMBINA-
ÇÃO E PRODUTOS FARMACÊUTICOS
[0169] A discussão aqui também fornece dispositivos médicos, ma- teriais médicos, combinação e produtos farmacêuticos, incluindo as composições aqui discutidas em um dispositivo médico, materiais mé- dicos, produto de combinação ou recipiente farmaceuticamente aceitá- vel. Os produtos também podem incluir uma indicação associada ao re- cipiente, normalmente em uma forma prescrita por um órgão governa- mental que regula a fabricação, uso ou venda de dispositivos médicos, materiais médicos, combinações e produtos farmacêuticos ou biofarma-
cêuticos, em que a indicação reflete a aprovação pela agência das com- posições, como uma indicação de que um fucano com elevado teor de sulfato foi aprovado como um agente antiproliferativo ou anti-inflamató- rio, por exemplo, para administração humana ou veterinária para tratar doenças proliferativas ou doenças inflamatórias (como, por exemplo, ar- trite inflamatória, reestenose, aderências cirúrgicas, psoríase e perito- nite). Também podem ser incluídas instruções para o uso do fucano com elevado teor de sulfato deste documento. Essas instruções podem in- cluir informações relacionadas à dosagem de um paciente e ao modo de administração.
[0170] O presente pedido de patente é ainda direcionado aos méto- dos de produção dos vários elementos do fucano com elevado teor de sulfato, sistemas e outros aqui discutidos, incluindo a produção dos fu- canos e das próprias composições, bem como aos métodos de uso dos mesmos, incluindo, por exemplo, o tratamento das condições, doenças e outros aqui indicados.
[0171] O presente pedido de patente compreende ainda dispositi- vos médicos, materiais médicos, produtos de combinação médica e pro- dutos farmacêuticos para o tratamento de aderências fibrosas, artrite, psoríase ou outras doenças desejadas, compreendendo os fucanos com elevado teor de sulfato e as composições de fucanos com elevado teor de sulfato aqui apresentadas. Os materiais e outros podem ser usa- dos em um medicamento para tratar aderências fibrosas, como aderên- cias cirúrgicas, artrite, psoríase ou outras doenças, conforme desejado. Também são fornecidos métodos de produção e uso desses medica- mentos capazes de reduzir os sintomas associados com pelo menos uma dentre aderências fibrosas, artrite e psoríase em um paciente, in- cluindo um paciente humano, compreendendo a combinação de uma quantidade farmaceuticamente eficaz de um fucano, como o fucoidano, como discutido aqui com um excipiente ou tampão farmaceuticamente aceitável.
[0172] Os exemplos a seguir fornecem discussões exemplificativas de algumas modalidades aqui contidas, mas a divulgação e as reivindi- cações não são assim limitadas.
[0173] EXEMPLO 1: MODIFICAÇÃO ESTRUTURAL QUÍMICA
[0174] Um extrato de exsudato foi obtido de Laminaria Hyperborea. O extrato de exsudato foi filtrado e pequenas moléculas foram removi- das por filtração de fluxo tangencial (TFF) sobre um filtro de 100 kDa. Uma amostra do retido resultante foi liofilizada para obter uma amostra A não modificada de outra forma. O retido resultante foi levado a 0,25 M de NaOH por adição de solução de NaOH a 10 M e deixado à tempe- ratura ambiente por 16 horas. A amostra resultante foi, então, filtrada por centrifugação sobre um filtro de 50 kDa e o retido resultante coletado e liofilizado para obtenção da amostra tratada com base B. Tanto a amostra não modificada A quanto a amostra tratada com base B foram analisadas por espectroscopia de ressonância magnética nuclear de protões (1H-NMR) e o espectro de 1H-NMR resultante é apresentado na Figura 1A.
[0175] A Figura 1A demonstra a modificação estrutural química do fucano realizada, o pico amplo com um eixo química de aproximada- mente 2,0 ppm que está presente na amostra não modificada A não está presente na amostra tratada com base B.
[0176] A amostra não modificada A e a amostra modificada / tratada com base B foram posteriormente analisadas por coerência quântica múltipla heteronuclear 2D 1H-13C (HMQC). Os espectros de HMQC, apresentados na Figura 1B, foram adquiridos a 70 ℃ com supressão de sinal de solvente em um espectrômetro de 600 MHz equipado com sonda fria de 5 mm. Um elevado número de digitalizações dos espectros de HMQC foi adquirido na faixa de 10 a 30 ppm na dimensão do carbono em 8 aumentos de 256 a 512 digitalizações cada; essas digitalizações foram combinadas para criar os espectros na Figura 1B.
[0177] Os espectros de HMQC para a amostra não modificada A têm um pico cruzado correspondente aos grupos O-acetila, indicado pelo sinal circulado na Figura 1B. Este pico cruzado não está presente nos espectros da amostra tratada com base B. Isto demonstra a remo- ção dos grupos acetila do fucano e, portanto, a modificação estrutural química do fucano na amostra tratada com base B pelo tratamento com NaOH.
[0178] EXEMPLO 2: DESSULFATAÇÃO QUÍMICA
[0179] Uma composição de fucoidano de alimentação foi dissolvida em água destilada a 100 mg/mL para se obter uma solução de partida. A solução de partida contendo a composição de fucoidano de alimenta- ção foi levada a 60 °C em uma placa quente. NaOH a 10 M foi adicio- nado à solução de partida contendo a composição de fucoidano de ali- mentação, obtendo-se uma concentração de NaOH final de NaOH a 0,25 M e iniciando o processo de dessulfatação. Uma alíquota foi to- mada em 0,5 hora, 1 hora e a cada hora subsequente. Cada alíquota foi imediatamente neutralizada com ácido clorídrico (HCl) para interromper o processo de dessulfatação. O arrefecimento da base foi confirmado marcando aproximadamente 0,1 mL da alíquota arrefecida em papel de pH.
[0180] Cada alíquota foi submetida à cromatografia de permeação em gel (GPC) para monitorar a degradação e a dessulfatação. Um sub- conjunto dos resultados obtidos é mostrado na Tabela 1, na qual são identificados alguns dos rótulos nas curvas da Figura 2. Todas as aná- lises por cromatografia de permeação em gel para determinação do peso molecular foram realizadas utilizando a seguinte configuração de coluna: 2x Ultrahydrogel® Linear em série com uma coluna de proteção Ultrahydrogel®. A fase móvel foi o nitrato de sódio a 0,1 M a 0,6 mL/min. A coluna e o detector foram mantidos a 30 ⁰C. A detecção foi por meio de um detector de índice de refração Waters 2414.
[0181] As amostras foram quantificadas em relação a uma curva padrão composta por padrões rastreáveis da American Polymer Stan- dards Corporation: DXT3755K (peso molecular máximo = 2164 kDa), DXT820K (peso molecular máximo = 745 kDa), DXT760K (peso mole- cular máximo = 621 kDa), DXT670K (peso molecular máximo = 401 kDa), DXT530K (peso molecular máximo = 490 kDa), DXT500K (peso molecular máximo = 390 kDa), DXT270K (peso molecular máximo = 196 kDa), DXT225K (peso molecular máximo = 213 kDa), DXT150K (peso molecular máximo = 124 kDa), DXT55K (peso molecular máximo = 50 kDa), DXT50K (peso molecular máximo = 44 kDa) e DXT5K (peso mo- lecular máximo = 4 kDa), os pesos moleculares máximos desses pa- drões estando entre aproximadamente 4 kDa a aproximadamente 2.200 kDa. A curva padrão utilizada pode, por exemplo, incluir Dextran 3755 kDa, pelo menos uma Dextran 50 kDa e Dextran 55 kDa, e entre 3 a 6 padrões rastreáveis adicionais discutidos neste documento, os pontos de calibração sendo os pesos moleculares máximos dos calibrantes uti- lizados. Uma curva de calibração exemplificativa pode ser composta por DXT3755K, DXT 820K, DXT530K, DXT500K, DXT225K e DXT55K. As colunas aqui utilizadas apresentaram uma faixa de peso molecular efi- caz total que englobou e se estendeu além da faixa de peso molecular máximo dos padrões utilizados para a quantificação dos fucanos.
[0182] Uma amostra de 10 mg/mL de sulfato de magnésio foi dis- solvida em nitrato de sódio a 0,1 M. O equilíbrio de parte do sulfato na forma de sódio resulta em sulfato de sódio. A dessulfatação da compo- sição de fucoidano de alimentação foi qualitativamente identificada pela presença de um pico no cromatograma de fucoidano modificado, corre- lacionando ao sulfato de sódio a aproximadamente 33,1 minutos de tempo de retenção. A presença do sulfato de sódio é mostrada na Ta-
bela 2, na qual são identificados alguns dos rótulos nas curvas da Fi- gura 2.
[0183] Os resultados nas tabelas abaixo contêm abreviações usa- das para determinadas características de uma distribuição de peso mo- lecular. A cromatografia de permeação em gel é indicada por GPC, o tempo de retenção máximo é indicado por PRT, o peso molecular má- ximo é indicado por PMW, o peso molecular médio ponderado é indi- cado por WAMW, o peso molecular médio numérico é indicado por NAMW, a distribuição percentual é indicada por % de distribuição, o peso molecular é indicado por MW, o índice de polidispersão é indicado por PDI.
GPC PRT PMW WAMW NAMW % dist.
MW % dist.
MW % dist.
MW PDI Pico de sulfato (Min) (kDa) (kDa) (kDa) > 100 kDa > 200 kDa > 500 kDa de sódio? Alimenta- a 24,67 489,2 616,9 178,8 87,4 74,3 42,3 3,45 Não ção Tempo da alíquota (h)
b 0,5 24,73 469,3 616,3 205,9 88,2 74,9 43,0 2,99 Não c 1 24,70 481,2 620,2 192,3 87,6 74,4 42,6 3,22 Menor
61/78 d 2 24,71 475,6 607,4 164,8 86,6 73,3 41,6 3,69 Menor e 4 24,71 476,3 608,3 183,7 87,1 73,7 41,9 3,31 Sim f 6 24,67 489,8 612,8 166,1 86,3 73,3 42,1 3,69 Sim g 24 24,60 515,4 616,9 165,3 86,1 73,7 43,0 3,73 Sim
Tabela 1. Pesos Moleculares do Fucoidano Modificado usando NaOH
GPC PRT (Min) h Pico de sulfato de sódio 33,09 Tempo da alíquota (h) i 4 33,14 j 6 33,11 k 24 33,14 Tabela 2. Presença de Pico de Sulfato de Sódio em Fucoidanos Modi- ficados Usando NaOH
[0184] A Tabela 1, a Tabela 2 e a Figura 2 mostram que a dessul- fatação de uma composição de fucoidano de alimentação foi alcançada utilizando uma base como o hidróxido de sódio. O tratamento com hi- dróxido de sódio resulta em uma dessulfatação controlável de uma com- posição de fucano, sem degradar significativamente o fucoidano e sem introduzir aditivos indesejados ao fucano modificado desejado. O peso molecular médio ponderado da composição de fucoidano de alimenta- ção não se altera em mais de 2% como resultado dos métodos discuti- dos acima, o que está adequadamente dentro do erro da instrumenta- ção para GPC.
[0185] EXEMPLO 3: DESSULFATAÇÃO QUÍMICA
[0186] Uma composição de fucoidano de alimentação foi dissolvida em 50 mg/mL de NaOH a 0,5 M para se obter uma solução de partida. A solução de partida contendo a composição de fucoidano de alimenta- ção foi levada a 60 °C em um banho de água, iniciando a dessulfatação. Uma alíquota foi tomada em 1 hora, 4 horas e 24 horas. Cada alíquota foi imediatamente neutralizada com ácido clorídrico (HCl) para interrom- per o processo de dessulfatação. O arrefecimento da base foi confir- mado marcando aproximadamente 0,1 mL da alíquota arrefecida em papel de pH.
[0187] Cada alíquota neutralizada foi diafiltrada contra 6 volumes de NaCl a 5 mM através de um filtro centrífugo de 10 kDa. Os retidos da alíquota resultantes foram diluídos a 3 partes em 20 partes de água des- tilada. A concentração do fucoidano modificado em cada retido da alí- quota diluída foi determinada pelo teor total de sólidos e pelos resulta- dos apresentados na Tabela 3 abaixo. Os retidos da alíquota diluída foram analisados por espectroscopia de emissão óptica plasmática aco- plada por indução para o teor total de enxofre, mostrado na Tabela 3 abaixo. O teor de enxofre foi convertido em teor de sulfato, multipli- cando-se o teor de enxofre pela razão molar de sulfato para enxofre para obter o % p/p do teor de sulfato no fucoidano modificado. Concentração Enxofre Total (% Sulfato Total (% (mg/mL) p/p) p/p) Alimentação 3,75 14,7 44,2 Tempo da alíquota (h) 1 3,75 14,2 42,7 4 2,70 14,0 42,1 24 3,00 13,5 40,4 Tabela 3. Sulfato Total nos Fucoidanos Modificados Usando NaOH
[0188] EXEMPLO 4: SULFATAÇÃO QUÍMICA
[0189] Uma composição de fucano de partida é dissolvida a 10 mg/mL em água destilada para obter aproximadamente 500 mL da so- lução de partida. A solução de partida contendo o fucano de partida é protonada por recirculação sobre resina Amberlite IR120 acidificada por aproximadamente 30 minutos. A composição de fucano acidificada re- sultante em solução é liofilizada para obter uma composição de fucano sólida acidificada. A composição de fucano sólida acidificada é dissol- vida em uma mistura solvente de 40 mL de formamida e 160 mL de dimetilformamida contendo aproximadamente 15 g do complexo de agente de sulfatação SO3-DMF. À mistura de reação, são adicionados 40 mL de 2-metil-2-buteno. A mistura da reação é incubada a 30 °C por 2 horas durante agitação. Após 2 horas, a reação é arrefecida por adi- ção de 200 mL de bicarbonato de sódio a 5% p/v. O fucano modificado resultante é separado das moléculas restantes da sulfatação por filtra- ção de fluxo tangencial através de um filtro TFF de 5 kDa.
[0190] EXEMPLO 5: SULFATAÇÃO QUÍMICA
[0191] Aproximadamente 5 g de uma composição de fucano de par- tida são suspensos em aproximadamente 200 mL de diclorometano. Adiciona-se aproximadamente 1,6 ml de ácido clorossulfônico à suspen- são e mistura de reação é agitada à temperatura ambiente por 2 horas. A suspensão é filtrada através de um filtro de papel e o fucano modifi- cado sólido resultante é lavado primeiro com aproximadamente 100 mL de diclorometano, depois com aproximadamente 100 mL de etanol se- guido de 100 mL de dioxano. O fucano modificado sólido lavado é dis- solvido em solução de bicarbonato de sódio a 5% p/v e o fucano modi- ficado resultante é separado das moléculas restantes da sulfatação por filtração de fluxo tangencial através de um filtro TFF de 5 kDa.
[0192] PRODUÇÃO DE FUCANOS MODIFICADOS COM VÁRIAS
RAZÕES DE SULFATAÇÃO
[0193] Métodos de sulfatação química, dessulfatação química ou dessulfatação solvolítica podem ser utilizados para controlar e/ou modi- ficar o nível de sulfatação dos fucanos nas composições de fucano.
[0194] EXEMPLO 6: MEDIÇÃO DOS NÍVEIS DE FUCOSE, GA-
LACTOSE E SULFATO DOS FUCANOS MODIFICADOS
[0195] Onze composições de fucano diferentes foram extraídas de algas marrons, as composições de fucano compreendendo essencial- mente fucanos. Os onze fucanos modificados aqui apresentados são referidos a partir de agora como fucano 1 a fucano 11. Os fucanos 1 a 3, o fucano 6 e o fucano 8 eram sólidos brancos. O fucano 4, o fucano 5, o fucano 7 e os fucanos 9 a 11 eram sólidos marrom-claros. Os fuca- nos modificados foram dissolvidos em 40 mg/mL de ácido sulfúrico a 72% p/p e incubados a 45°C em banho-maria por 30 minutos. O hidroli- sado de ácido foi, então, diluído em ácido sulfúrico a 4% p/p em um tubo de alta pressão e incubado a 120°C por 60 minutos. O segundo hidroli- sado de ácido resultante é diluído a uma concentração de 1/333 com água destilada e submetido à cromatografia de coluna de troca aniônica de alto desempenho, configurada com detecção de amperometria pul- sada. A separação dos analitos foi realizada através de uma coluna ana- lítica Carbopac® PA20, executando o eluente NaOH a 10 mM em 1,0 mL/minuto com uma bomba isocrática.
[0196] Os terores de fucose dos fucanos modificados foram deter- minados por interpolação em uma curva padrão para fucose. O teor de galactose dos fucanos modificados foi determinado pelo método de adi- ção convencional.
[0197] Os fucanos modificados foram dissolvidos em água desioni- zada, hidrolisados em condições ácidas e analisados por espectrome- tria de massa plasmática acoplada por indução (ICP-MS) para o % p/p do teor total de enxofre, realizada pelos laboratórios ALS Environmental em Burnaby, Colúmbia Britânica, CA. O teor de enxofre foi convertido em teor de sulfato, multiplicando-se o teor de enxofre pela razão molar de sulfato para enxofre para obter o % p/p do teor de sulfato no fucano modificado.
[0198] Os resultados do % p/p para os componentes totais fucose, galactose e sulfato são convertidos em razões molares dividindo-se pela massa molar do respectivo analito. A razão molar de sulfato total para fucose total, a razão molar de sulfato total para fucose total mais galac- tose e o nível de sulfatação para os onze fucanos modificados diferentes são mostrados na Tabela 4 abaixo. Razão molar de sulfato Razão molar de sulfato para fu- Sulfato (% p/p de fu- para fucose cose + galactose cano) Fucano 1 2,05 1,85 44,9 Fucano 2 2,41 1,42 39,8 Fucano 3 2,18 1,36 40,4 Fucano 4 1,20 1,18 22,7 Fucano 5 0,57 0,49 11,4 Fucano 6 1,94 1,75 41,3
Fucano 7 0,89 0,65 12,3 Fucano 8 1,93 1,79 51,3 Fucano 9 2,82 1,35 23,9 Fucano 10 1,97 1,66 14,4 Fucano 11 1,72 1,54 25,6 TABELA 4: Razões de Sulfatação de Onze Fucanos
[0199] A Tabela 4 demonstra os fucanos modificados com várias razões de sulfatação. Os fucanos modificados têm uma razão molar de sulfato total para fucose total de aproximadamente 0,6 a aproximada- mente 2,9 e uma razão molar de sulfato total para fucose total mais ga- lactose de aproximadamente 0,5 a aproximadamente 2,0.
[0200] EXEMPLO 7: MEDIÇÃO DAS DISTRIBUIÇÕES DE PESO MOLECULAR, TEOR DE CARBOIDRATOS E COMPONENTES MO-
NOSSACARÍDEOS DOS FUCANOS MODIFICADOS
[0201] Os fucanos modificados, fucano 1, fucano 9, fucano 10 e fu- cano 11, foram analisados quanto à composição total de carboidratos e monossacarídeos por espectrometria de gás - espectroscopia de massa (GC-MS) realizada pelo centro de pesquisa de carboidratos complexos da Universidade da Geórgia. As composições de fucano modificado fo- ram derivadas por metanólise ácida para produzir derivados de O-trime- tilsilila (O-TMS). Após a derivatização, as composições de fucano modi- ficado foram analisadas em um sistema de cromatografia gasosa Agi- lent 7890A interligado a um detector de espectrometria de massa Agilent 5975C usando uma coluna capilar de sílica fundida Supelco Equity-1 (30 m, diâmetro interno de 0,25 mm). Os resultados do teor total de car- boidratos e da composição monossacarídea dos fucanos modificados estão apresentados na Tabela 5 abaixo. O carboidrato na tabela abaixo é abreviado “carb.”. Teor total Fucose Galactose Xilose Manose Galactose de carb. (% p/p do (% p/p do (% p/p do (% p/p do (% p/p do (% p/p do teor total de teor total de teor total de teor total de teor total de fucano) carb.) carb.) carb.) carb.) carb.) Fucano 1 59,50 91,85% 8,11% 0,00% 0,00% 0,00% Fucano 9 32,70 44,43% 52,93% 0,50% 0,41% 0,33%
Fucano 10 25,90 48,26% 9,88% 15,48% 5,89% 0,29% Fucano 11 30,10 84,72% 10,63% 3,32% 0,89% 0,00% Tabela 5 – Carboidratos Totais e Composição Monossacarídea de Quatro Fucanos Modificados
[0202] A cromatografia de permeação em gel foi utilizada para ava- liar as distribuições de peso molecular obtidas para os fucanos modifi- cados, o fucano 1, o fucano 2, o fucano 3, o fucano 6, o fucano 8, o fucano 9, o fucano 10 e o fucano 11. Existe um grande número de pa- râmetros, colunas e padrões diferentes disponíveis para uso na croma- tografia de permeação em gel, resultando em uma variedade de confi- gurações de instrumentação disponíveis para a análise do peso mole- cular. Para as determinações aqui descritas de peso molecular, a GPC foi conduzida utilizando os seguintes parâmetros: A fase móvel foi o ni- trato de sódio a 0,1 M a 0,6 mL/min. O compartimento da coluna e o detector estavam a 30°C. Um detector do índice de refração Waters 2414 foi usado para detecção.
[0203] Colunas de GPC adequadas incluem colunas de GPC com- patíveis com solventes aquosos, por exemplo, colunas acondicionadas com pelo menos um dentre estireno-divinilbenzeno sulfonatado, rede de copolímero de acrilato funcionalizado com NH, sílica modificada e gel à base de polimetacrilato hidroxilado. Para as análises aqui realizadas, foram utilizadas três colunas em série, compreendendo uma coluna de proteção de 40 mm de comprimento com um diâmetro interno (ID) de 6 mm, acondicionada com gel à base de polimetacrilato hidroxilado de 6 μm de tamanho de partícula, seguida de uma primeira coluna de GPC analítica de 300 mm com um ID de 7,8 mm, acondicionada com gel à base de polimetacrilato hidroxilado com tamanho de partícula de 12 μm, que tem um limite de exclusão de aproximadamente 7.000 kDa e uma faixa de peso molecular eficaz entre aproximadamente 50 kDa e apro- ximadamente 5.000 kDa, seguida de uma segunda coluna de GPC ana- lítica de 300 mm com um ID de 7,8 mm, acondicionada com gel à base de polimetacrilato hidroxilado com 10 μm de tamanho de partícula, que tem um limite de exclusão de aproximadamente 7.000 kDa e uma faixa de peso molecular eficaz entre aproximadamente 1 kDa e aproximada- mente 6.000 kDa. A faixa de peso molecular eficaz total da configuração da coluna situou-se entre aproximadamente 1 kDa e aproximadamente
6.000 kDa. Um exemplo desta configuração de coluna pode ser as co- lunas de proteção Ultrahydrogel®-Ultrahydrogel® 2000-Ultrahydrogel® Linear conectadas em série.
[0204] As amostras foram quantificadas em relação a uma curva padrão composta por padrões rastreáveis da American Polymer Stan- dards Corporation: DXT3755K (peso molecular máximo = 2164 kDa), DXT820K (peso molecular máximo = 745 kDa), DXT760K (peso mole- cular máximo = 621 kDa), DXT670K (peso molecular máximo = 401 kDa), DXT530K (peso molecular máximo = 490 kDa), DXT500K (peso molecular máximo = 390 kDa), DXT270K (peso molecular máximo = 196 kDa), DXT225K (peso molecular máximo = 213 kDa), DXT150K (peso molecular máximo = 124 kDa), DXT55K (peso molecular máximo = 50 kDa), DXT50K (peso molecular máximo = 44 kDa) e DXT5K (peso mo- lecular máximo = 4 kDa), os pesos moleculares máximos desses pa- drões estando entre aproximadamente 4 kDa a aproximadamente 2.200 kDa. A curva padrão utilizada pode, por exemplo, incluir Dextran 3755 kDa, pelo menos um dentre Dextran 50 kDa e Dextran 55 kDa, e entre 3 a 6 padrões rastreáveis adicionais discutidos neste documento, os pontos de calibração sendo os pesos moleculares máximos dos cali- brantes utilizados. Uma curva de calibração exemplificativa pode ser composta por DXT3755K, DXT 820K, DXT530K, DXT500K, DXT225K e DXT55K. As colunas aqui utilizadas apresentaram uma faixa de peso molecular eficaz total que englobou e se estendeu além da faixa de peso molecular máximo dos padrões utilizados para a quantificação dos fu- canos.
[0205] Os resultados na tabela 6 abaixo contêm abreviações usa- das para determinadas características de uma distribuição de peso mo- lecular. A cromatografia de permeação em gel é indicada por GPC, o peso molecular máximo é indicado por PMW, o peso molecular médio ponderado é indicado por WAMW, o peso molecular médio numérico é indicado por NAMW, a distribuição percentual é indicada por % de dis- tribuição e o peso molecular é indicado por MW. PMW (kDa) WAMW NAMW % distri- % distri- % distri- (kDa) (kDa) buição buição buição > 100 kDa > 200 kDa > 500 kDa Fucano 1 457,33 592,80 300,92 95,393 82,93 43,837 Fucano 2 409,39 772,00 291,78 93,96 81,49 43,61 Fucano 3 393,10 930,12 296,59 93,60 81,08 43,60 Fucano 6 515,76 693,27 311,07 94,91 83,50 49,38 Fucano 8 686,21 1876,74 524,89 98,37 92,97 69,90 Fucano 9 242,54 366,54 137,20 77,73 54,62 21,93 Fucano 10 742,99 1617,97 387,52 92,90 86,60 68,20 Fucano 11 6170,23 8101,88 846,27 94,67 91,11 83,56 TABELA 6 – Características da Distribuição de Peso Molecular de oito Fucanos Modificados
[0206] EXEMPLO 8: TRATAMENTO DE ADERÊNCIA FIBROSA
EPIDURAL
[0207] Soluções de fucoidano foram preparadas a 100 mg/mL do fucano 1 ao fucano 4, fucano 7 e fucano 9 ao fucano 11 em Injeção de Ringers com Lactato USP (LRS). A solução de fucoidano foi preparada a 500 mg/mL do fucano 8 em Injeção de Ringers com Lactato USP (LRS). A cirurgia de laminectomia foi realizada em ratos Sprague Dawley, os pesos médios dos ratos e a dose em miligrama por quilo- grama mostrados na Tabela 7 abaixo. Um bloqueio em linha ao longo da coluna lombar foi criado com solução de bupivacaína. A parte de trás do rato foi limpa e, em seguida, coberta com cortinas estéreis. A fáscia lombar foi aberta através de uma incisão na pele na linha média, a fáscia lombossacral foi incisada e os músculos paralombares foram disseca- dos para expor as lâminas vertebrais subjacentes O osso no centro das vértebras foi removido. Durante todo o procedimento, a hemostasia foi mantida por irrigação com Injeção de Ringer com Lactato USP (LRS) e pressão com cotonetes de algodão. A dura-máter exposta foi tratada diretamente com 15 microlitros do LRS de controle ou com fucoidano. As camadas musculares e de pele foram fechadas com suturas e os ratos foram deixados se recuperar por uma semana antes do sacrifício para a quantificação da aderência. Observou-se a presença e o tama- nho das aderências na dura-máter. As dimensões das aderências e da dura-máter exposta foram registradas e utilizadas para calcular o per- centual de cobertura da aderência, sendo a área da aderência como percentual da área total exposta da dura-máter.
[0208] Equação 1: Cobertura da aderência (%): 100 x a área de aderência da dura-máter (mm2) ÷ área total exposta da dura-máter (mm2).
[0209] Determinou-se que o grupo de controle que recebeu LRS tem uma cobertura de aderência de 65% usando a equação 1. As co- berturas de aderência para os dez fucanos modificados revelados na Tabela 4 são mostradas na Tabela 7 abaixo como a redução da cober- tura de aderência em relação ao grupo de controle. Número de % de redução na Dose por peso Peso médio do ratos classi- aderência peridural Dose (mg) do animal rato (kg) ficados do Rato versus (mg/kg) Controle Fucano 1 100,0 % (ou seja, 100 % de redução 0,58 1,5 2,6 2 das aderências fibro- sas em comparação ao controle) Fucano 2 0,50 1,5 3,0 2 100,0% Fucano 3 0,37 1,5 4,0 3 100,0% Fucano 4 -10,0% (ou seja, 10% de aumento das 0,39 1,5 3,8 4 aderências fibrosas em comparação ao controle) Fucano 7 0,41 1,5 3,7 4 -40,0% Fucano 8 0,59 7,5 12,8 3 100,0%
Fucano 9 0,47 1,5 3,2 3 100,0% Fucano 10 0,45 1,5 3,3 3 100,0% Fucano 11 0,56 1,5 2,7 2 100,0% TABELA 7: Redução da Aderência Peridural do Rato em relação ao LRS de Controle Usando nove Fucanos Diferentes
[0210] Como pode ser visto a partir do resultado da Tabela 7, os fucanos compreendendo uma razão molar de sulfato total para fucose total superior a aproximadamente 1,70 e uma razão molar de sulfato total para fucose total mais galactose maior do que aproximadamente 1,30 mostram maior eficácia no tratamento de aderências fibrosas em comparação aos fucanos com uma razão mola de sulfato total para fu- cose total inferior a aproximadamente 1,70 e uma razão molar do sulfato total para a fucose total mais galactose inferior a aproximadamente 1,30.
[0211] EXEMPLO 9: ADERÊNCIA FIBROSA DO CORNO UTE- RINO TRATADA COM O FUCANO 6 E O FUCANO 2
[0212] As seguintes cirurgias de corno uterino duplo (DUH) foram realizadas em ambos os cornos de um total de dois coelhos brancos da Nova Zelândia. Antes da cirurgia, os coelhos foram pesados e, em se- guida, preparados para cirurgia por pré-medicação com cetamina e xi- lazina.
[0213] A solução de fucoidano foi preparada a 0,07 mg/mL em Inje- ção de Ringers com Lactato USP (LRS), esterilizando por filtração. To- dos os instrumentos foram esterilizados e um campo estéril foi mantido ao longo das cirurgias. O abdômen foi limpo e inserido através de inci- são abdominal de linha média. Os cornos uterinos foram localizados, exteriorizados e raspados para induzir lesões. A parede abdominal perto dos cornos uterinos raspados também foi raspada. Os cornos uterinos lesionados e a parede abdominal foram colocados próximos uns aos outros e estabilizados com suturas. Foram aplicados à cavidade abdo- minal, 15 mL/kg de solução de fucoidano por peso de coelho antes do fechamento da incisão. A aderência foi avaliada duas semanas após a cirurgia. O comprimento da aderência do corno uterino foi medido com uma régua. O percentual de cobertura da aderência do corno uterino, sendo o comprimento da aderência como um percentual do compri- mento total do corno uterino lesionado, foi calculado como:
[0214] Equação 2: Cobertura da aderência (%) = 100 x o compri- mento da aderência do corno uterino ÷ comprimento total do corno ute- rino lesionado
[0215] O mesmo método cirúrgico foi aplicado a três coelhos bran- cos da Nova Zelândia, recebendo 15 mL/kg da Injeção de Ringer com Lactato USP (LRS) em vez da solução de fucoidano como grupo de controle. Determinou-se que o grupo de controle que recebeu LRS tem uma cobertura de aderência de 41% usando a equação 2. A Tabela 8 mostra os resultados obtidos usando o método descrito acima para o fucano 6 e o fucano 7, sendo exemplos representativos de um fucano com maiores razões de sulfatação e um fucano com menores razões de sulfatação. Os resultados na tabela abaixo são apresentados como a redução da cobertura de aderência em relação ao grupo de controle. Dose Número de cornos uterinos % de redução no comprimento da (mg/kg) classificados aderência do DHU em coelhos Fucano 6 1 8 100% Fucano 7 1 6 21% Tabela 8: Redução da Aderência do Corno Uterino de Coelhos Utili- zando o Fucano 6 e o Fucano 7
[0216] Como pode ser visto a partir dos resultados da Tabela 8, os fucanos compreendendo uma razão molar de sulfato total para fucose total superior a aproximadamente 1,90 e uma razão molar de sulfato total para fucose total mais galactose maior do que aproximadamente 1,70 mostram maior eficácia no tratamento de aderências fibrosas em comparação aos fucanos com uma razão mola de sulfato total para fu- cose total inferior a aproximadamente 1,90 e uma razão molar do sulfato total para fucose total mais galactose inferior a aproximadamente 1,70.
[0217] EXEMPLO 10: ADERÊNCIA FIBROSA DO CORNO UTE- RINO TRATADA COM O FUCANO 2
[0218] Para determinar a eficácia do fucano com elevado teor de sulfato 8 na inibição das aderências cirúrgicas, foram realizadas as se- guintes cirurgias de corno uterino duplo (DUH) em ambos os cornos de um total de três coelhos brancos da Nova Zelândia. Antes da cirurgia, os coelhos foram pesados e, em seguida, preparados para cirurgia por pré-medicação com cetamina e xilazina.
[0219] A solução de fucoidano foi preparada a 5 mg/mL em Injeção de Ringers com Lactato USP (LRS), esterilizando por filtração. Todos os instrumentos foram esterilizados e um campo estéril foi mantido ao longo das cirurgias. O abdômen foi limpo e inserido através de incisão abdominal de linha média. Os cornos uterinos foram localizados, exteri- orizados e raspados para induzir lesões. A parede abdominal perto dos cornos uterinos raspados também foi raspada. Os cornos uterinos lesi- onados e a parede abdominal foram colocados próximos uns aos outros e estabilizados com suturas. O terço superior e o terço inferior da incisão muscular foram fechados e 5 mL/kg da solução de fucoidano por peso de coelho foram aplicados à cavidade abdominal. A incisão muscular foi temporariamente fechada e a solução de fucoidano foi deixada na cavi- dade abdominal por 30 minutos. A incisão muscular foi reaberta e a ca- vidade abdominal foi lavada com 10 mL/kg de LRS. A maior parte do fluido na cavidade abdominal foi removida por sucção antes do fecha- mento da incisão. A formação de aderência foi avaliada duas semanas após a cirurgia. O comprimento da aderência do corno uterino foi me- dido com uma régua. O percentual de cobertura da aderência do corno uterino, sendo o comprimento da aderência como um percentual do comprimento total do corno uterino lesionado, foi calculado usando a equação 2.
[0220] A Tabela 9 mostra os resultados obtidos usando o método discutido acima para o fucano 8, sendo um exemplo representativo de um fucano com elevado teor de sulfato. Os resultados na tabela abaixo são apresentados como o comprimento médio da aderência ao longo dos 6 cornos uterinos classificados.
[0221] A Tabela 9 fornece os resultados do tratamento de seis cor- nos uterinos com o fucano 8. Dose (mg/kg) Número de cornos % médio do compri- uterinos mento da aderência Fucano 8 25 6 0% TABELA 9: Comprimento da Aderência Utilizando o Fucano 8
[0222] Como pode ser visto a partir dos resultados da Tabela 9, os fucanos com elevado teor de sulfato podem ser utilizados para inibir, prevenir, remover, reduzir ou tratar com êxito as aderências pós-cirúrgi- cas do corno uterino.
[0223] EXEMPLO 11: ADERÊNCIA FIBROSA DO CORNO UTE- RINO TRATADA COM O FUCANO 5
[0224] Para determinar a eficácia do fucano 5 na inibição das ade- rências cirúrgicas, foram realizadas as seguintes cirurgias de corno ute- rino duplo (DUH) em ambos os cornos de um total de quatro coelhos brancos da Nova Zelândia. Antes da cirurgia, os coelhos foram pesados e, em seguida, preparados para cirurgia por pré-medicação com ceta- mina e xilazina.
[0225] A solução de fucoidano foi preparada a 0,33 mg/mL em Inje- ção de Ringers com Lactato USP (LRS), esterilizando por filtração. To- dos os instrumentos foram esterilizados e um campo estéril foi mantido ao longo das cirurgias. O abdômen foi limpo e inserido através de inci- são abdominal de linha média. Os cornos uterinos foram localizados, exteriorizados e raspados para induzir lesões. A parede abdominal perto dos cornos uterinos raspados também foi raspada. Os cornos uterinos lesionados e a parede abdominal foram colocados próximos uns aos outros e estabilizados com suturas. Foram aplicados à cavidade abdo- minal, aproximadamente 15 mL/kg de solução de fucoidano por peso de coelho antes do fechamento da incisão. A aderência foi avaliada duas semanas após a cirurgia. Três coelhos foram avaliados em cada con- centração de fucoidano preparada. O comprimento da aderência do corno uterino foi medido com uma régua. O comprimento da aderência do corno uterino foi calculado usando a equação 2.
[0226] O mesmo método cirúrgico foi aplicado a 4 coelhos brancos da Nova Zelândia, recebendo 15 mL/kg da Injeção de Ringer com Lac- tato USP (LRS) de controle em vez da solução de fucoidano. Determi- nou-se que o grupo de controle que recebeu LRS tem uma cobertura de aderência de 76% usando a equação 2. A Tabela 10 mostra os resulta- dos obtidos usando o método discutido acima para o fucano 5. Os re- sultados na tabela abaixo são apresentados como a redução da cober- tura de aderência em relação ao grupo de controle.
[0227] A Tabela 10 fornece os resultados do tratamento de oito cor- nos uterinos com o fucano 5. Dose (mg/kg) Número de cornos % de redução na cobertura da aderência do uterinos corno uterino versus controle 3,7% (ou seja, 3,7% de redução das aderências fibro- Fucano 5 5 8 sas em comparação ao controle) TABELA 10: Diminuição da Aderência no Corno Uterino de Coelhos com o Uso do Fucano 5 em relação ao LRS de Controle
[0228] Como pode ser visto a partir dos resultados da Tabela 10, o fucano 5, sendo um exemplo de um fucano com uma razão de sulfato total para fucose total inferior a 1,3 e uma razão de sulfato total para fucose total mais galactose inferior a 0,8, não é eficaz no tratamento das aderências fibrosas, pois não há redução significativa das aderências fibrosas em comparação com o grupo de controle.
[0229] EXEMPLO 12: ADERÊNCIA FIBROSA DO CORNO UTE- RINO TRATADA COM UM FUCANO COM ELEVADO TEOR DE SUL-
FATO
[0230] Para determinar a eficácia de um fucano com elevado teor de sulfato compreendendo um sulfato total de 45 % p/p na inibição das aderências cirúrgicas, foram realizadas as seguintes cirurgias de corno uterino duplo (DUH) em ambos os cornos de um total de vinte coelhos brancos da Nova Zelândia. Antes da cirurgia, os coelhos foram pesados e, em seguida, preparados para cirurgia por pré-medicação com mi- dazolam e dexmeditomidina.
[0231] A solução de fucoidano foi preparada em cada concentração de 0,02 mg/mL, 0,1 mg/mL, 0,5 mg/mL ou 2,5 mg/mL em Injeção de Ringers com Lactato USP (LRS), esterilizando por filtração. Todos os instrumentos foram esterilizados e um campo estéril foi mantido ao longo das cirurgias. O abdômen foi limpo e inserido através de incisão abdominal de linha média. Os cornos uterinos foram localizados, exteri- orizados e raspados para induzir lesões. A parede abdominal perto dos cornos uterinos raspados também foi raspada. Os cornos uterinos lesi- onados e a parede abdominal foram colocados próximos uns aos outros e estabilizados com suturas. Foram aplicados à cavidade abdominal, aproximadamente 2 mL/kg de solução de fucoidano por peso de coelho antes do fechamento da incisão. A aderência foi avaliada duas semanas após a cirurgia. Cinco coelhos foram tratados e avaliados para cada concentração de fucoidano preparada. O comprimento da aderência do corno uterino foi medido com uma régua. O comprimento da aderência do corno uterino foi calculado usando a equação 2.
[0232] O mesmo método cirúrgico foi aplicado a outros 5 coelhos brancos da Nova Zelândia para controle, cada um recebendo aproxima- damente 2 mL/kg da Injeção de Ringer com Lactato USP (LRS) de con- trole em vez da solução de fucoidano. Determinou-se que o grupo de controle que recebeu LRS tem uma cobertura de aderência de 100% usando a equação 2. A Tabela 11 mostra os resultados obtidos usando o método discutido acima para o fucano com elevado teor de sulfato em diferentes concentrações e doses (no total, foram tratados 40 cornos uterinos, 10 cada um para cada concentração do fucano com elevado teor de sulfato); os resultados são mostrados como a redução na cober- tura da aderência em relação ao grupo de controle. Concentração Dose Número de cornos % de redução na cobertura da aderência do (mg/mL) (mg/kg) uterinos corno uterino versus controle 0,02 0,04 10 10% (ou seja, 10% de diminuição das aderências fi- brosas em comparação ao controle) 0,1 0,2 10 30% (ou seja, 30% de diminuição das aderências fi- brosas em comparação ao controle) 0,5 1 10 71% (ou seja, 71% de diminuição das aderências fi- brosas em comparação ao controle) 2,5 5 10 95% (ou seja, 95% de diminuição das aderências fi- brosas em comparação ao controle) TABELA 11: Diminuição da Aderência do corno Uterino em Coelhos Utilizando o Fucano com Ulevado Teor de Sulfato em relação ao LRS de Controle
[0233] Como pode ser visto a partir dos resultados da Tabela 11, o fucano com elevado teor de sulfato pode ser utilizado para inibir, preve- nir, remover, reduzir ou tratar com êxito de outra forma as aderências pós-cirúrgicas do corno uterino.
[0234] Todos os termos aqui usados são usados de acordo com seus significados comuns, a menos que o contexto ou a definição indi- que claramente o contrário. Ainda, a menos que expressamente indi- cado de outra forma, nesta revelação, o uso de “ou” inclui “e” e vice- versa. Os termos não limitantes não devem ser interpretados como limi- tantes, a menos que expressamente indicado, ou claramente indicado pelo contexto, (por exemplo, “incluindo”, “tendo” e “compreendendo” normalmente indicam “incluindo sem limitação”). Formas singulares, in- clusive nas reivindicações, como “um”, “uma”, “o”, “a” incluem a referên- cia plural, a menos que expressamente indicado, ou o contexto indique claramente o contrário.
[0235] Salvo indicação em contrário, os adjetivos aqui indicados, como “substancialmente” e “aproximadamente”, que modificam uma condição ou relação característica de um recurso ou recursos de uma modalidade, indicam que a condição ou característica está definida den- tro das tolerâncias aceitáveis para o funcionamento da modalidade para uma aplicação à qual se destina.
[0236] O âmbito dos presentes métodos, composições, sistemas e outros inclui tanto os conceitos de meio mais função quanto etapa mais função. No entanto, as reivindicações não devem ser interpretadas como indicando uma relação de “meio mais função”, a menos que a pa- lavra “meios” esteja especificamente mencionada em uma reivindica- ção, e devem ser interpretadas como indicando uma relação de “meio mais função”, em que a palavra “meio” esteja especificamente mencio- nada em uma reivindicação. Da mesma forma, as reivindicações não devem ser interpretadas como indicando uma relação de “etapa mais função”, a menos que a palavra “etapa” esteja especificamente mencio- nada em uma reivindicação, e devem ser interpretadas como indicando uma relação de “etapa mais função”, em que a palavra “etapa” esteja especificamente mencionada em uma reivindicação.
[0237] A partir do conteúdo anterior, será apreciado que, embora tenham sido aqui discutidas modalidades específicas para fins de ilus- tração, várias modificações podem ser feitas sem afastamento do espí- rito e do escopo da discussão aqui. Por conseguinte, os sistemas, mé- todos e outros incluem tais modificações, bem como todas as trocas e combinações da matéria aqui definida e não são limitados, exceto pelas reivindicações anexas ou outra reivindicação que tenha suporte ade- quado na discussão e figuras aqui contidas.

Claims (32)

REIVINDICAÇÕES
1. Composição medicamente aceitável de fucano com ele- vado teor de sulfato, caracterizada pelo fato de que compreende um tampão ou diluente medicamente aceitável e uma quantidade terapeu- ticamente eficaz de um fucano com elevado teor de sulfato tendo uma razão molar de sulfato para fucose superior ou igual a aproximadamente 1,2 e/ou uma razão molar de sulfato para fucose mais galactose superior ou igual a aproximadamente 1,1.
2. Uso de um fucano com elevado teor de sulfato, caracteri- zado pelo fato de que é na fabricação de uma composição medicamente aceitável de fucano com elevado teor de sulfato e/ou um remédio para tratamento e/ou inibição de uma aderência fibrosa em um animal, em que a composição e/ou medicamento compreende uma faixa de dosa- gem entre 0,5 mg/kg e 50 mg/kg do fucano com elevado teor de sulfato ao local de uma ferida do animal, em que a composição e/ou medicamento compreende um tampão ou diluente medicamente aceitável e uma quantidade terapeu- ticamente eficaz de um fucano com elevado teor de sulfato tendo uma razão molar de sulfato para fucose superior ou igual a aproximadamente 1,2 e/ou uma razão molar de sulfato para fucose mais galactose superior ou igual a aproximadamente 1,1.
3. Agente para tratamento de uma aderência fibrosa em um animal, caracterizado pelo fato de que compreende uma composição medicamente aceitável de fucano com elevado teor de sulfato, em que a que composição medicamente aceitável de fucano com elevado teor de sulfato compreende um tampão ou diluente medicamente aceitável e uma quantidade terapeuticamente eficaz de um fucano com elevado teor de sulfato tendo uma razão molar de sulfato para fucose superior ou igual a aproximadamente 1,2 e/ou uma razão molar de sulfato para fucose mais galactose superior ou igual a aproximadamente 1,1.
4. Uso de um agente, como definido na reivindicação 3, ca- racterizado pelo fato de que é para a produção de um remédio para aderências fibrosas.
5. Uso de um agente, como definido na reivindicação 3, ca- racterizado pelo fato de que é na fabricação de uma composição para tratar uma aderência fibrosa em um local-alvo no animal, em que a com- posição compreende uma quantidade terapeuticamente eficaz entre aproximadamente 0,04 mg/kg e 25 mg/kg do fucano com elevado teor de sulfato ao animal, e em que a composição é administrada na quanti- dade terapeuticamente eficaz ao local-alvo.
6. Composição médica, caracterizada pelo fato de que com- preende entre aproximadamente 0,02 mg/mL e 100 mg/mL do fucano com elevado teor de sulfato como definido na reivindicação 3, em que a composição médica é configurada e composta para tratar uma aderên- cia fibrosa em um animal.
7. Uso de uma faixa de dosagem, caracterizado pelo fato de que compreende entre aproximadamente 0,01 mL/kg e 15 mL/kg da composição médica, como definida na reivindicação 6, para tratar uma adesão fribrosa ou em um animal.
8. Uso de uma composição médica, como definida na reivin- dicação 6, caracterizado pelo fato de que é na fabricação de um medi- camento para tratamento de aderências fibrosas em um paciente, com- preendendo administrar o medicamento a um local-alvo no paciente.
9. Uso de um agente, como definido na reivindicação 3, ca- racterizado pelo fato de que é na fabricação de um medicamento para tratamento de aderências fibrosas, em um paciente, que compreende a identificação de um local-alvo selecionado em um paciente que tem ou razoavelmente suscetível a ter aderências fibrosas e, em seguida, a ad- ministração do medicamento ao local-alvo selecionado no paciente.
10. Uso, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que o local-alvo selecionado é um local cirúrgico e a administra- ção pode ser realizada em pelo menos um dentre a) após a abertura de uma ferida cirúrgica no local cirúrgico, b) durante a cirurgia, e c) após o fechamento da ferida cirúrgica.
11. Uso, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que a administração é realizada após a cirurgia, porém antes do fechamento da ferida cirúrgica.
12. Uso, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que a administração leva menos de 3, 2, ou 1 minuto(s).
13. Uso, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que: (i) o local alvo selecionado é pelo menos um dentre uma le- são, abrasão e local lesionado; e/ou (ii) o local-alvo selecionado é pelo menos um dentre uma ca- vidade pélvica, uma cavidade abdominal, uma cavidade dorsal, uma ca- vidade craniana, uma cavidade espinhal, uma cavidade ventral, uma ca- vidade torácica, uma cavidade pleural, uma cavidade pericárdica, pele, uma articulação, um músculo, um tendão e um ligamento.
14. Método para diminuir o nível de sulfato de uma composi- ção de fucano de partida, caracterizado pelo fato de que é para obten- ção de um fucano modificado compreendendo: adicionar à composição de fucano de partida uma base para pro- duzir uma mistura de reação; e tratar a mistura da reação com um agente de arrefecimento para tornar a base inativa, produzindo o fucano modificado e moléculas res- tantes da dessulfatação, em que o peso molecular médio numérico, o peso molecular médio ponderado e o peso molecular médio máximo do fucano modificado situam-se dentro de aproximadamente 5% do res- pectivo peso molecular médio numérico, peso molecular médio ponde-
rado e peso molecular médio máximo da composição de fucano de par- tida.
15. Método, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pelo fato de que a composição de fucano de partida é fornecida em uma solução de partida.
16. Método, de acordo com a reivindicação 14 ou 15, carac- terizado pelo fato de que: (i) a adição da base à composição de fucano de partida com- preende ainda o aquecimento da solução; e/ou (ii) a base compreende um hidróxido e/ou óxido de um metal alcalino, um metal alcalinoterroso e/ou amônio; e/ou (iii) o agente de arrefecimento compreende pelo menos um dentre um ácido, um sal e água; e/ou (iv) o fucano modificado compreende menos sulfato do que a composição de fucano de partida.
17. Uso, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que a composição de fucano com alto teor de sulfato compre- ende um fucano com alto teor de sulfato, em que uma razão molar de sulfato para fucose do fucano com alto teor de sulfato está entre 1,81 e 2,85.
18. Agente, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a composição de fucano com alto teor de sulfato com- preende um fucano com alto teor de sulfato, em que uma razão molar de sulfato para fucose do fucano com alto teor de sulfato está entre 1,81 e 2,85.
19. Uso, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que a composição de fucano com alto teor de sulfato compre- ende um fucano com alto teor de sulfato, em que o fucano com alto teor de sulfato tem uma distribuição de peso molecular em que pelo menos 60% p / p da distribuição é maior que 100 kDa quando medido usando uma cromatografia de permeação de gel aquoso configurada consis- tindo essencialmente em: uma coluna de cromatografia de permeação em gel analítico de 300 mm com um diâmetro interno de 7,8 mm empacotado com gel à base de polimetacrilato hidroxilado, tendo uma faixa de peso molecular efetivo entre cerca de 50 kDa e cerca de 5.000 kDa, uma coluna de cromatografia de permeação em gel analítico de 300 mm com um 7,8 mm diâmetro interno empacotado com gel à base de polimetacrilato hi- droxilado, tendo uma faixa de peso molecular efetivo de entre cerca de 1 kDa e cerca de 6.000 kDa e uma coluna de guarda de 40 mm com um diâmetro interno de 6 mm empacotado com gel à base de polimetacrilato hidroxilado, os dois permeação de gel analítico colunas de cromatogra- fia e uma coluna de guarda contida em um compartimento de coluna a cerca de 30⁰C; um detector de índice de refração em cerca de 30⁰C; fase móvel de nitrato de sódio 0,1 M corrida a 0,6 mL / min; e quantificação contra uma curva padrão de peso molecular de pico consistindo essencialmente em um primeiro padrão de dextrano com um peso molecular de pico de cerca de 2.200 kDa, um segundo padrão de dextrano com um peso molecular de pico entre cerca de 720 kDa e cerca de 760 kDa, um terceiro padrão de dextrano com um peso molecular de pico entre cerca de 470 kDa e cerca de 510 kDa, um quarto padrão de dextrano com um peso molecular de pico entre cerca de 370 kDa e cerca de 410 kDa, um quinto padrão de dextrano com um peso molecular de pico entre cerca de 180 kDa e cerca de 220 kDa, e um sexto padrão de dextrano com um peso molecular de pico entre cerca de 40 kDa e 55 kDa.
20. Agente, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a composição de fucano com alto teor de sulfato com- preende um fucano com alto teor de sulfato, em que o fucano com alto teor de sulfato tem uma distribuição de peso molecular em que pelo me- nos 60% p / p da distribuição é maior que 100 kDa quando medido usando uma cromatografia de permeação de gel aquoso configurada consistindo essencialmente em: uma coluna de cromatografia de permeação em gel analítico de 300 mm com um diâmetro interno de 7,8 mm empacotado com gel à base de polimetacrilato hidroxilado, tendo uma faixa de peso molecular efetivo entre cerca de 50 kDa e cerca de 5.000 kDa, uma coluna de cromatografia de permeação em gel analítico de 300 mm com um 7,8 mm diâmetro interno empacotado com gel à base de polimetacrilato hi- droxilado, tendo uma faixa de peso molecular efetivo de entre cerca de 1 kDa e cerca de 6.000 kDa e uma coluna de guarda de 40 mm com um diâmetro interno de 6 mm empacotado com gel à base de polimetacrilato hidroxilado, os dois permeação de gel analítico colunas de cromatogra- fia e uma coluna de guarda contida em um compartimento de coluna a cerca de 30⁰C; um detector de índice de refração em cerca de 30⁰C; fase móvel de nitrato de sódio 0,1 M corrida a 0,6 mL / min; e quantificação contra uma curva padrão de peso molecular de pico consistindo essencialmente em um primeiro padrão de dextrano com um peso molecular de pico de cerca de 2.200 kDa, um segundo padrão de dextrano com um peso molecular de pico entre cerca de 720 kDa e cerca de 760 kDa, um terceiro padrão de dextrano com um peso molecular de pico entre cerca de 470 kDa e cerca de 510 kDa, um quarto padrão de dextrano com um peso molecular de pico entre cerca de 370 kDa e cerca de 410 kDa, um quinto padrão de dextrano com um peso molecular de pico entre cerca de 180 kDa e cerca de 220 kDa, e um sexto padrão de dextrano com um peso molecular de pico entre cerca de 40 kDa e 55 kDa.
21. Uso, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que a composição de fucano com alto teor de sulfato compre- ende um fucano com alto teor de sulfato, em que o fucano com alto teor de sulfato tem um nível de sulfatação entre 14% p/p e 60% p/p.
22. Agente, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a composição de fucano com alto teor de sulfato com- preende um fucano com alto teor de sulfato, em que o fucano com alto teor de sulfato tem um nível de sulfatação entre 14% p/p e 60% p/p.
23. Uso, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que a composição de fucano com alto teor de sulfato compre- ende um fucano com alto teor de sulfato, em que o fucano com alto teor de sulfato tem um teor total de carboidratos entre 27% p/p e 80% p/p.
24. Agente, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a composição de fucano com alto teor de sulfato com- preende um fucano com alto teor de sulfato, em que o fucano com alto teor de sulfato tem um teor total de carboidratos entre 27% p/p e 80% p/p.
25. Composição de fucano com alto teor de sulfato, de acordo com a reivindicação 23 ou 24, caracterizada pelo fato de que o fucano com alto teor de sulfato tem um teor de fucose total como uma porcentagem do teor de carboidrato total de pelo menos cerca de 30% p/p.
26. Composição de fucano com alto teor de sulfato, de acordo com a reivindicação 23 ou 24, caracterizada pelo fato de que o fucano com alto teor de sulfato tem um teor total de galactose como uma porcentagem do teor total de carboidratos abaixo de cerca de 60% p/p.
27. Composição de fucano com alto teor de sulfato, de acordo com a reivindicação 23 ou 24, caracterizada pelo fato de que o fucano com alto teor de sulfato tem um total de conteúdo de ácido glu- curônico, manose, ramnose e xilose como uma porcentagem do conte- údo total de carboidratos abaixo de cerca de 30% p/p.
28. Uso, de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que a composição de fucano com alto teor de sulfato medica- mente aceitável tem uma viscosidade entre cerca de 4 cP e 50 cP quando dissolvida em água a uma concentração de 50 mg/mL.
29. Agente, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que a composição de fucano com alto teor de sulfato medi- camente aceitável tem uma viscosidade entre cerca de 4 cP e 50 cP quando dissolvida em água a uma concentração de 50 mg / mL.
30. Uso de um agente, como definido na reivindicação 22, 24 ou 29, caracterizado pelo fato de que é na fabricação de um remédio para aderências fibrosas.
31. Uso de um fucano com alto teor de sulfato, caracterizado pelo fato de que é na fabricação de uma composição médica, como de- finida na reivindicação 6, para o tratamento de uma adesão fibrosa em um paciente, que compreende a identificação de um local alvo selecio- nado em um paciente compreendendo ou sendo razoavelmente susce- tível a ter a adesão fibrosa e, em seguida, administração da composição médica para o local de destino selecionado no paciente.
32. Invenção, caracterizada por quaisquer de suas concreti- zações ou categorias de reivindicações, por exemplo, produto ou pro- cesso ou uso englobadas pela matéria inicialmente descrita, revelada ou ilustrada no pedido de patente.
BR112021000617-6A 2018-07-27 2019-07-24 Fucanos com elevado teor de sulfato para o tratamento de aderências fibrosas BR112021000617A2 (pt)

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