PT95948A

PT95948A - Aperfeicoamentos nos bancos da frente dos veiculos automoveis

Info

Publication number: PT95948A
Application number: PT95948A
Authority: PT
Inventors: Bernard Courtois
Original assignee: Faure Bertrand Automobile
Priority date: 1989-11-22
Filing date: 1990-11-21
Publication date: 1991-09-13
Also published as: ATE116222T1; DE69015589T2; EP0429350B1; CA2030225A1; JP2938967B2; AU6678290A; KR0156740B1; FR2654683B1; AU635983B2; EP0429350A1; ES2069045T3; US5171062A; KR910009495A; FR2654683A1; MX174455B; JPH03169754A; DE69015589D1; IE904055A1; CA2030225C; IE65620B1

Description

BERTRAND FAURE AUTOMOBILE "APERFEIÇOAMENTOS NOS BANCOS DA FRENTE DOS VEÍCULOS AUTOMÓVEIS" A presente invenção refere-se aos bancos da frente dos veículos automóveis e, mais particularmente, mas não exclusivamente, aos destinados aos condutores destes veículos.

Convém que estes bancos satisfaçam simultaneamente a um certo numero de condições e, em particular, âs seguintes, que são definidas para um banco de condutor, a título ilustrativo : sustentação correcta do condutor ao longo de todo o dorso, da parte traseira do corpo e das coxas até âs extremidades anteriores destas, colocação natural das mãos do condutor no volante, sem que os braços fiquem exageradamente estendidos ou dobrados, colocação natural da ponta de pelo menos um dos seus pés num pedal de comando quando o tacão correspondente assenta no pavimento do veículo, -2- ( ,w - localização dos olhos do condutor a um nível suficiente para que possa ver ã frente do veículo uma parte da estrada relativamente próxima.

Na prática, esta última condição e definida como segue : os olhos do condutor não devem encontrar-se abaixo do plano tangente â superfície superior da tampa do motor do veículo e que passa pela base da parte do pára-brisas situada em frente do condutor, sendo o referido plano considerado como definindo uma "linha de visão" correcta do condutor. Não é evidentemente possívél que, num dado veículo, um mesmo banco satisfaça, sem regulação, na totalidade estas condições para todas as morfologias dos condutores e condutoras.

Recorda-se que, a este respeito, na Europa cerca de 5% das pessoas em idade de conduzir um veículo tem uma altura inferior a 1,60 m e que 5% dessas pessoas aproximadamente têm uma altura superior a 1,90 m. É por isso que nos modos de realização actualmente propostos para os bancos da frente dos veículos automóveis, se prevêm numerosos mecanismos de regulação para ajustar respectiva-mente a altura do assento, a sua inclinação, a sua posição longitudinal no veículo, a inclinação;das costas, a altura do apoio da cabeça, etc.. -3- f ,%

Estes mecanismos são caros e a experiência mostra que a sua regulação global i tão delicada que a maior parte dos condutores não os utiliza da maneira óptima e contenta-se com um conforto imperfeito.

Além disso, na maior parte dos casos não se preveem mesmo certas regulações.

Assim, o comprimento do assento é calculado de um modo tal que as pessoas com pernas mais curtas possam ter as costas correctamente aplicadas ao encosto sem ter de recorrer a uma almofada intermédia · daí resulta, claro está, que um tal assento é demasiado curto para suportar correctamente a parte dianteira \ das coxas das pessoas com pernas compridas, o que pode provocar dores nas pernas nos trajectos longos. A presente invenção tem por objecto, sobretudo, dar remédio a estes diferentes inconvenientes propondo um banco muito fácil de regular e adaptável de maneira excelente a todas as morfologias possíveis de condutores e condutoras.

Para isso, os bancos de veículos segundo a presente invenção são caracterizados essèncialmente por os seus assentos compreenderem uma parte dianteira e uma parte traseira, montadas de maneira deslizante horízontalmente uma na outra segundo a direcção longitudinal do banco, e um mecanismo de regulação -4-

accionável por um orgão de comando único e próprio para modificar simultaneamente a posição longitudinal da parte dianteira, a posição longitudinal da parte traseira e o nível desta parte traseira, de modo tal que qualquer recuo da parte dianteira corresponda a um alongamento do assento e a um abaixamento da sua parte traseira, e inversamente.

Em formas de realização preferidas recorre-se além disso a uma e/ou outra das disposições seguintes t a parte traseira e a parte dianteira do assento são montadas rotativas respectivamente em torno de dois eixos horizon tais transversais suportados na base de apoio do banco e o mecanismo de regulação está disposto de modo tal que o eixo traseiro possa deslocar-sè ao longo de uma primeira via fixa, rectilínea ou sensivelmente rectilínea, ligeiramente inclinada em relação â horizontal e descendo para trás e que o eixo dianteiro possa deslocar-se ao longo de uma segunda via fixa, rectilínea ou sensivelmente rectilínea, e horizontal ou sensivelmente horizontal, com uma relação R fixa de 1,5 a 2,5, entre os percursos de deslocamento destes dois eixos o ângulo formado entre as duas vias está compreendido entre 10° e 30°, -5-

o eixo traseiro está ligado a uma porca que coopera com um primeiro parafuso ligado à base de apoio do banco e estendendo-se segundo a primeira via fixa, o eixo dianteiro está ligado a uma porca que coopera com um segundo parafuso ligado â base de apoio do banco e estendendo-se segundo a segunda via fixa e as rotações do primeiro parafuso estão ligadas às do segundo parafuso de modo tal que a relação entre os percursos de deslocamento das duas porcas ao longo dos seus parafusos seja igual a R, a relação entre os passos dos dois parafusos ê igual a R e as rotações destes parafusos são sincronizadas por cooperação de duas engrenagens tronco-cónicas solidárias respectiva-mente com os mesmos, os dois eixos nos quais estão montadas rotativamente respectivamente as partes traseiras e dianteira do assento são suportados pelas extremidades superiores de duas bielas rígidas, a primeira das quais é mais inclinada em relação à vertical do que a segunda e cujas extremidades inferiores estão montadas rotativamente em torno de dois eixos horizontais transversais fixos na base de apoio do banco, e as duas bielas estão unidas entre si por um tirante rígido montado rotativamente nas mesmas, em torno de um quinto eixo e de um sexto eixo horizontais e transversais, estando o quinto eixo, ligado â biela traseira, relativamente próximo da extremidade inferior desta biela enquanto o sexto eixo, ligado à biela dianteira, está relativamente próximo da extremidade superior desta biela, 1 num banco de acordo com a alínea anterior, a montagem rotativa do primeiro eixo na biela traseira é prevista de modo a tornar possível um deslizamento deste eixo paralelamente a si mesmo ao longo desta biela, sendo o referido eixo, por sua vez, montado de maneira a poder deslizar paralelamente a si mesmo ao longo de uma guia fixa inclinada em relação à horizontal e definindo a primeira via atrás referida, e o órgão.de comando único está disposto de modo a regular a posição deste eixo ao longo da sua guia, a porção superior do encosto, que compreende o apoio da cabeça, está montada deslizante verticalmente na parte inferior deste encosto e o mecanismo de regulação está disposto de modo tal que o seu comando único modifica além disso o nível da referida parte superior do encosto num sentido ascendente quando do alongamento do assento, e inversamente, o deslocamento vertical da porção superior das costas é obtido por rotação de um parafuso sem fim montado rotativamente nas costas e ligado axialmente a estas costas, cooperado o parafuso com uma porca solidária com a referida parte superior e estando sincronizado com um outro parafuso sem fim montado rotativamente na parte traseira do assento e ligado axialmente a -7- esta, cooperando este parafuso de maneira reversível com uma porca solidária com a parte dianteira do assento, uma alavanca de cotovelo está montada rotativamente em torno de um sétimo eixo horizontal transversal ligado à parte traseira do assento, estando a extremidade de um dos braços desta alavanca ligada por uma pequena biela sensivelmente horizontal à parte dianteira do assento e estando a extremidade do outro braço t da referida alavanca ligada por uma pequena biela sensivelmente vertical à parte superior das costas, o espaço vazio formado pelo afastamento relativo das duas partes constitutivas do assento ou das costas é obturado exteriormente por um viu flexível que está esticado permanentemente para o interior do assento por meios elásticos apropriados. A presente invenção compreende, independentemente‘destas disposições principais, certas outras disposições, que se utilizam de preferência ao mesmo tempo e que serão referidas mais explicitamente adiante.

No que segue, vão descrever-se duas formas de realização preferidas da presente invenção com referência aos desenhos anexos, evidentemente de maneira não limitativa. -8- A fig. 1 dos desenhos mostra esquematicamente a parte dianteira de um habitãculo de veículo que mostra as duas posições extremas ocupadas por um banco segundo a presente invenção, estando uma dessas posições, ou posição traseira e baixa, representada a cheio, correspondente ao assento de um condutor de grande altura, enquanto a outra, em posição avançada e elevada, corresponde ao assento.de um condutor de pequena altura. A fig. 2 mostra muito esquematicamente um tal banco, bem como as regulações que podem ser-lhe aplicadas segundo a presente invenção. A fig. 3, mostra uma vista de lado de uma base de assentamento segundo a presente invenção.

As fig. h e 5 mostram esquematicamente, mas de uma maneira um pouco mais precisa que a fig. 2, um outro banco segundo a presente invenção, respectivamente na sua posição correspondente ao assento de uma pessoa de pequena estatura e na sua posição correspondente ao assento de uma pessoa de estatura média.

As fig. 6 e 7 mostram, respectivamente em planta e em corte vertical longitudinal feito por (VII-VII) da fig. 6, a almofada de um assento do banco segundo a presente invenção. -9- -9-

Como atrás foi exposto, propõe-se estabelecer um banco dianteiro (1) de veículo (fig* 1) regulável de modo a suportar tanto um condutor A de grande estatura (representado a cheio) como uma condutora B de pequena estatura (representada a traço e ponto), satisfazendo este suporte simultaneamente às condições seguintes : sustentação óptima do utilizador do banco tanto ao nível das suas costas (2a,2b) como das coxas (3a,3b), em cada caso com a colocação da parte superior (4) do encosto, que constitui o apoio para a cabeça, a uma pequena distância horizontal atrás da nuca (5a) è (5b) do utilizador, apoio fácil da ponta do pe (6ã,6b) do utilizador em pelo menos um pedal de comando (7) do veículo, quando o calcanhar correspondente assenta no pavimento (8) do veículo, colocação natural das mãos (9a,9b) do utilizador no volante (10), e disposição dos olhos (11a,11b) do utilizador pelo menos ao nível da linha de visão correcta (L), definida como sendo tangente à tampa do motor (12) do veículo e passando pela base (13) do para-brisas (14). -10-

Para isso, e como é bem visível na fig. 1, preveem-se meios para assegurar as regulações seguintes, a partir da posição do banco correspondente ao suporte da condutoraB de pequena estatura: recuo importante e ligeiro abaixamento do fundo do banco, recuo menor do bordo dianteiro do assento, o que corresponde a um alongamento deste assento, e de preferência elevação da parte superior das costas.

Mais precisamente, estes meios estão dispostos de maneira tal que, a partir da posição anterior correspondente a um utilizador de pequena estatura, o accionamento de um órgão de comando único por este utilizador sentado no banco se traduza essencialmente pelos dois efeitos seguintes : deslocamento de um ponto traseiro (C) ligado ao' esqueleto do assento para trás e para baixo ao longo de uma via (c) sensivelmente rectilinea e ligeiramente descendente, num comprimento (m), e deslocamento de um ponto dianteiro (D) ligado ao esqueleto do assento para trás ao longo de uma via (d) sensivelmente rectilinea e horizontal, num comprimento igual a m/R, sendo -11-

R um número compreendido entre 1,5 e 2,5, de preferência igual

Estes dois deslocamentos são considerados em valor absoluto.

Eles traduzem-se por um alongamento relativo dos assentos de comprimento m - , o que impõe uma montagem deslizante mútua entre as duas posições traseiras (15) e dianteira (16) deste assento (17) : em definitivo, observa-se um deslocamento relativo da parte dianteira (16) do assento para a frente, em relação â parte traseira (15), segundo um percurso igual a m - ^ .

Observa-se igualmente um abaixamento da parte traseira (15).

Além disso, nas formas de realização preferidas, assegura-se simultaneamente, quando se verifica um recuo de amplitude m do ponto traseiro (C) do assento, uma elevação de amplitude sensivel mente igual a m da parte superior (4) das costas.

Na forma de realização ilustrada na fig. 3, as duas traje-ctórias (£) ligeiramente inclinada e (d) horizontal afectadas respectivamente aos dois pontos (C) e (D) do assento são materializadas por dois parafusos (18) e (19) que estão ambos montados rotativos na mesma base (38). -12-

Estes dois parafusos estão aqui ligados angularmente entre si por cooperação de dois pinhões tronco-cónicos (20) e (21), que sao solidários dos seus prolongamentos respectivos, mas a sua ligação angular poderia ser feita de qualquer outra maneira desejável, por exemplo por meio de um elemento flexível.

Os pontos (C) e (D) sao por exemplo eixos ligados às duas partes do assento (15) e (16) consideradas, eixos que são montados rotativos em duas porcas (22) e (23) que cooperam respectivamente com os dois parafusos (18) e (19). A relação entre os passos destes dois parafusos ê igual a R.

De acordo com uma variante, utilizam-se dois parafusos de passos iguais, com interposição de um redutor com a relação R entre estes dois parafusos.

Estas formas de realização com parafusos prestam-se particularmente bem para um comando por um motor eléctrico.

Foi o que se supôs na fig. 3, onde o rectângulo (38) designa um redutor equipado com uma caixa de esferas própria para suportar os esforços axiais exercidos para baixo e para trás pelo peso do utilizador sobre o parafuso inclinado (18), ao nível da porca (22). A referencia (39) designa a entrada do binário motor, isto é, a ligação do redutor (38) com um elemento flexível resistente à torção, por sua vez accionado em rotação por um motor de eixo transversal situado sob o assento. A rotação do parafuso (18) pode ser captada de qualquer maneira apropriada e transmitida integralmente a um outro parafuso (não representado) montado nas costas e cooperando com uma porca, por sua vez ligada verticalmente, mas não angular-mente, à parte superior (4) das referidas costas, que é então montada verticalmente deslizante nas costas.

Esta última ligação ê assegurada de modo tal que a parte superior das costas se eleva automaticamente quando o assento do banco se alonga, e inversamente.

Numa forma de realização vantajosa, os deslizamentos relativos da parte dianteira (16) do assento em relação â sua parte traseira (15) são explorados de modo a fazer rodar um parafuso sem fim longitudinal, ligado axialmente, mas nao em rotação, à referida parte traseira ·. basta para isso escolher para o referido parafuso um passo que torne possível o comando reversível deste parafuso e fazer cooperar com este uma porca ou dedo solidário com a parte dianteira do assento. -14-

São então vantajosamente as rotações deste parafuso que sao transformadas em rotação de um segundo parafuso sem fim montado rotativo nas costas, mas ligado axialmente a estas e cooperando com uma porca ou dedo solidário com a parte superior destas costas, sendo a relação entre os passos e/ou os deslocamentos angulares dos dois parafusos sem fim considerados escolhida de preferência de modo tal que o deslocamento relativo da parte superior das costas em relação às costas propriamente ditas seja da ordem de grandeza do deslocamento horizontal absoluto da parte traseira (15) do assento e não do deslocamento relativo desta parte traseira em relação â sua parte dianteira.

Esta solução apresenta a vantagem de os dois parafusos sem fim considerados serem montados no mesmo esqueleto rígido, o que simplifica a sua sincronização mutua, em especial por meio de uniões flexíveis.

Na forma de realização esquematizada nas fig. 4 e 5, os mecanismos de parafusos (18) e (19) e as porcas (22) e (23) atrás descritos são substituídos por mecanismos de bielas.

Nestas figuras, o esqueleto principal do banco (1) constitui a parte inferior (24) das costas e a parte traseira (15) do assento. -15

A parte dianteira (16) do assento está montada de maneira deslizante horizontalmente na extremidade dianteira deste esqueleto e a parte superior (4) das costas, que compreende o apoio da cabeça, está montada de maneira deslizante verticalmente na parte traseira superior do referido esqueleto.

Para simplificar, considerar-se-á no seguimento uma simples projecção transversal do mecanismo do sistema de bielas no plano do desenho, com bielas únicas, mas na prática, pelo menos algumas destas bielas são vantajosamente constituídas por conjuntos de duas bielas paralelas dispostas dos dois lados do banco e unidas rigidamente entre si.

Os pontos (C) e (D) ligados respectivamente à parte traseira e à parte dianteira do assento correspondem aos dois primeiros eixos horizontais transversais dispostos respectivamente nas extremidades superiores de duas bielas rígidas (25) e (26) por sua vez montadas rotativamente nas suas extremidades inferiores num terceiro e num quarto eixos transversais horizontais (E) e (F) ligados à base (38) do banco.

Para a posição do banco que se vê na fig. 4 e correspondente à regulação de "estatura mínima", a primeira biela (25) está ligeiramente inclinada em relação â vertical e para trás e a outra biela (26).ê sensivelmente vertical. -16-

Estas duas bielas estão ligadas entre si por um tirante rígido (27) montado rotativamente nas mesmas, respectivamente em torno de um quinto eixo horizontal transversal (G), disposto relativamente perto do eixo (E), e de um sexto eixo horizontal transversal (H), disposto relativamente perto do eixo superior (D).

Alem disso, a ligação entre o eixo (C) e a extremidade superior da biela (25) ê assegurada de modo tal que se torne possível um deslocamento relativo ao longo da referida biela (25), cuja extremidade superior termina por exemplo, para esse efeito, como uma forquilha de dentes paralelos.

Finalmente, o eixo (C) está montado de modo a poder deslizar ao longo de lima guia (28) rectilínea ligeiramente inclinada em relação â horizontal' e descendente para trás.

Aqui e a posição deste eixo (C) ao longo da guia (28) que pode ser bloqueada ou regulada à vontade pelo utilizador do banco, com o auxílio de um órgão de comando, que está esquematizado pelo manipulo (29). 0 funcionamento do mecanismo que se acaba de descrever é o seguinte. -17- -17-

A fig. 4 corresponde ao estado do banco (1) correspondente ao suporte dos utilizadores (B) mais pequenos : a biela (26) é então sensivelmente vertical, a biela (25) está ligeiramente inclinada em relação à vertical para trás e o eixo (C) encontra-se na extremidade dianteira da sua guia (28).

As setas na fig. 4 mostram os deslocamentos susceptíveis de ser impostos aos diferentes pontos do mecanismo para adaptar o assento ao suporte de utilizadores cada vez de maior estatura e a fig. 5 mostra o estado do assento a meio dos cursos de regulação.

Para regular o banco a partir do seu estado representado na fig. 4, basta ao utilizador sentado no banco desbloquear o eixo (C) com o auxílio do órgão (29), depois deslocar este eixo para trás ao longo da guia (28).

Se, como anteriormente, se chamar m ao percurso deste eixo (C), o referido comando tem por efeito deslocar num percurso da ordem de m/2 o eixo dianteiro (D), para trás, e num percurso m o eixo traseiro (C), para trás, igualmente, e um pouco para baixo, segundo uma trajectória paralela á guia (28).

Esta diferença entre os percursos dos dois eixos (C) e (D) é obtida automaticamente devido à presença do tirante (27) entre as duas bielas (25) e (26), o qual impõe ao conjunto uma deformação -18-

ί » de falso paralelogramo com percursos diferentes para os dois eixos móveis (C) e (D). É além disso a montagem deslizante verticalmente do eixo (C) na biela (25) que torna possível a sua translação recti-línea ao longo da guia (28) apesar da montagem rotativa da referida biela (25) em torno do eixo fixo inferior (E).

Em conclusão, o deslocamento comandado do eixo (C) assegura simultaneamente : um recuo relativamente importante do fundo do banco com um ligeiro abaixamento deste fundo devido â inclinação da guia (28), e um alongamento do assento com, simultaneamente, um ligeiro recuo do seu bordo dianteiro.

Deve igualmente notar-se que o abaixamento relativo do fundo do banco em relação ao eixo dianteiro do assento (D) se traduz por uma ligeira elevação do bordo dianteiro do assento e sobretudo por uma ligeira inclinação das costas, para trás : o banco considerado comporta-se pois como se as suas costas fossem articuladas em torno de um eixo inferior, mas sem incluir qualquer mecanismo de articulação do tipo habitual. É claro que esta observação relativa â inclinação das costas é totalmente -19-

aplicável igualmente ao modo de realização com parafusos, atrás descrita. 0 banco está assim bem adaptado para o suporte de um utilizador de estatura média.

No fim do curso de regulação do eixo (C), o utilizador bloqueia de novo este eixo na posição que ele ocupa então em relação â guia (28), com o auxílio do órgão (29).

Em vez de comandar este bloqueio, o utilizador pode perfei tamente prosseguir o comando que se acaba de descrever, o que continua as deformações e deslocamentos anteriormente descritos de modo a adaptar o banco ao suporte de um utilizador de grande estatura. 0 modo de realização ilustrado nas fig. 4 e 5 é aperfeiçoado de maneira, a assegurar, ao mesmo tempo que as regulações anteriores, uma regulação em altura da parte superior das costas (4).

De acordo com este aperfeiçoamento, uma alavanca em cotovelo sensivelmente em ângulo recto, que compreende dois braços (30) e (31), está montada rotativamente em torno de um sétimo eixo transversal horizontal (J) ligado ao esqueleto (15,24) do banco, a extremidade (K) de um dos braços (30) desta 20-

alavanca está ligada por uma pequena biela sensivelmente horizontal (32) a um ponto (L) da parte dianteira do assento e a extremidade (M) do outro braço (31) da referida alavanca está ligada por uma biela sensivelmente vertical (33) a um ponto (N) da parte superior das costas. A alavanca em cotovelo (30,31) está orientada de modo tal que, para o estado inicial do banco correspondente ao suporte de um utilizador de pequena estatura, o seu braço (30) fique sensivelmente vertical e o seu braço (31) se estenda para a frente. Vê-se que os deslocamentos longitudinais relativos do ponto (L). da parte dianteira (16); do assento em relação à sua parte traseira (15) são transformados em deslocamentos sensivelmente verticais do ponto (N) ligado â parte superior (4) das costas. A relação entre as amplitudes destes dois deslocamentos, facilmente regulável actuando nos comprimentos dos diferentes braços de alavanca do mecanismo, ê prevista de modo tal que o percurso vertical da parte superior (4) das costas seja sensivelmente igual ao percurso horizontal da parte traseira (15) do assento. 21-

Notar-se-á que, no mecanismo de bielas atrás descrito, o peso do banco é transmitido à sua base de apoio pelos eixos (C) e (D), a biela (26) e a corrediça (28).

Estas peças e as montagens rotativas correspondentes devem portanto ser previstas suficientemente resistentes, em particular à compressão vertical, para assegurar a transmissão dos esforços correspondentes, qualquer que seja a inclinação das bielas.

Poderão juntar-se meios apropriados, tais como uma mola de compensação, entre o assento e a sua base de apoio para absorver pelo menos parcialmente os esforços considerados. A titulo puramente indicativo e, evidentemente, sem qualquer carácter limitativo da presente invenção : a inclinação em relação à horizontal da trajectõria sensivelmente rectilínea (£) imposta ao deslocamento do eixo (C) ligado à parte traseira do assento é de preferencia da ordem de 20°, estando geralmente compreendida entre 10° e 30°, o curso do deslocamento deste eixo (C) ao longo da sua trajectõria - ao qual ê de preferência igual o curso de deslocamento da parte superior (4) das costas - é da ordem de 150 mm, -22- 6 / o curso para trás, em valor absoluto, do eixo (D) ligado à parte dianteira do assento, é da ordem de duas vezes menor que o do eixo (C), sendo a relação R entre estes dois cursos, de preferência, da ordem de 2 e estando geralmente compreendida entre 1,5 e 2,5. É claro que o modo de conversão descrito atrás, dos deslocamentos relativos das duas partes do assento, em deslocamentos verticais da parte superior das costas, modo que utiliza pelo menos um parafuso sem fim com comando reversível, pode perfeitamente ser associado ao mecanismo de bielas (25) e (26). 0 alongamento do assento (17), devido ao deslizamento relativo da sua parte dianteira (16) para a frente, em relação à sua parte traseira (15), cria um espaço vazio entre estas duas partes.

Este espaço vazio foi designado pela referência (34) nas fig. 6 e 7.

Na fig. 6, a parte dianteira (16) do assento - que se supõe compreender não só uma almofada central, mas também dois rebordos (37), por vezes chamados Masas de gaivota", e que se estendem a todo o comprimento do assento - está representada respectivamente a cheio, para a posição média, a tracejado para a sua posição traseira correspondente ao suporte dos condutores de grande estatura e a traço-e-ponto para a sua posição dianteira correspondente ao suporte de condutores de pequena estatura.

Segundo uma disposição vantajosa, obtura-se superiormente o espaço vazio (34) por um véu flexível (35), que é esticado horizontalmente entre as faces superiores das duas almofadas que constituem as duas partes do assento quando a parte dianteira se encontra na sua posição de avanço máximo.

Previram-se meios para solicitar este véu para baixo para as outras posições da referida parte dianteira, meios constituídos em especial por um enrolador apropriado, ou ainda, como se ilustra na fig. 7, por pelo menos uma mola helicoidal de tracção (36) que se estende verticalmente entre a zona média do véu (35) e um ponto de ancoragem inferior que faz parte do esqueleto do assento.

Uma disposição análoga pode ser prevista para guarnecer o espaço vazio que se cria entre âs duas-ipãrtes constitutivas das costas do banco, quando da saída da sua parte superior (4) para cima.

Como consequência disso, e qualquer que seja o modo de realização adoptado, dispõe-se finalmente de um banco regulável cuja constituição e realização resultam suficientemente do que precede. 24-

Este banco apresenta numerosas vantagens em relação aos anteriormente conhecidos, em especial o de poder adaptar-se ao suporte de condutores de todas as estaturas desejáveis, mediante o accionamento muito simples de um órgão de comando único.

Como é evidente, e como resulta aliás do que precede, a presente invenção não se limita de modo nenhum aos modos de aplicação e de realização que foram encarados em especial? compreende, pelo contrário, todas as variantes, em especial : aquelas em que o recuo da parte dianteira (16) do assento fosse associado a uma ligeira elevação desta parte, sendo então a trajectória do eixo (D) ligeiramente ascendente para trás em vez de ser horizontal ou mesmo ligeiramente descendente, aquelas em que o nível de um pelo menos dos eixos de articulação (Gj e (H) do tirante (27) nas bielas (25) e (26) fosse regulável, de modo a regular a relação entre os cursos horizontais dos dois eixos (C) e (D), e aquelas em que a montagem do eixo traseiro (C) da parte traseira (15) do assento na biela (25) fosse prevista simplesmente rotativa e não deslizante verticalmente, solução que, em relação à anterior, simplificaria a montagem e se traduziria por deslocamentos verticais mais acentuados da referida parte traseira, mas exigiria um reforço da biela (25).

Claims

-25-

REIVINDICAÇÕES 1. Banco da frente para veículo automóvel, caracterizado por o seu assento compreender uma parte dianteira (16) e uma parte traseira (15) montadas de maneira deslizante horizontalmente uma sobre a outra segundo a direcção longitudinal do banco e um mecanismo de regulação susceptível de ser accionado por um órgão de comando único (29) e próprio para modificar simultaneamente a posição longitudinal da parte dianteira, a posição longitudinal da parte traseira e o nível desta parte traseira, de modo tal que qualquer recuo da parte dianteira corresponde a um alonga mento do assento (17) e a um abaixamento da sua posição traseira, e inversamente.
2. Banco de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a parte traseira (15) e a parte dianteira (16) do assento serem montados rotativos respectivamente em dois eixos horizontais transversais (C,D) suportados pela base de assentamento do banco (38) e por o mecanismo de regulação estar disposto de tal maneira que o eixo traseiro (C) pode deslocar-se ao longo de uma primeira via fixa (c), rectilínea ou sensivelmente rectilínea, ligeiramente inclinado em relação à horizontal e descendente para trás e por o eixo dianteiro (D) poder deslocar-se ao longo de uma segunda via fixa (d), rectilínea ou sensivelmente recti- -26-

línea e horizontal ou sensivelmente horizontal, com uma relação fixa (R) compreendida entre 1,5 e 2,5, entre os percursos de deslocamento destes dois eixos.
3. Banco de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por o ângulo formado entre as duas vias estar compreendido entre 10° e 30°.
4. Banco de acordo com uma qualquer das reivindicações 2 e 3, caracterizado por o eixo traseiro (C) estar ligado a uma porca (22) que coopera com um primeiro parafuso (18) ligado â base de assentamento (38) do banco e que se estende segundo a primeira via fixa (ç), por o eixo dianteiro (D) estar ligado a uma porca (23) que coopera com um segundo parafuso (19) ligado à base de assentamento (38) do banco e estendendo-se segundo a segunda via fixa (d) e por as rotações do primeiro parafuso estarem ligadas âs do segundo de modo tal que a relação entre os cursos de deslocamento das duas porcas ao longo dos seus parafusos seja igual a R.
5. Banco de acordo com a reivindicação 4, caracterizado por a relação entre os passos dos dois parafusos (18,19) ser igual a R e por as rotações destes parafusos serem sincronizadas -27- -27-

por cooperação de duas engrenagens tronco-conicas (20,21) solidárias respectivamente com estes.
6. Banco de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por os dois eixos (C,D) nos quais são montadas rotativamente respectivamente as partes traseira (15) e dianteira (16) do assento serem suportados pelas extremidades superiores de duas bielas rígidas (25,26), a primeira das quais (25) é mais inclinada em relação à vertical que a segunda (26) e cujas duas extremidades inferiores estão montadas rotativamente em torno de dois eixos horizontais transversais fixos (E,F) da base de assentamento do banco , e por as duas bielas serem unidas entre si por um tirante rígido (27) montado rotativamente nas mesmas em torno de um quinto eixo (G) e de um sexto eixo (H), horizontais transversais, estando o quinto eixo (G), ligado à biela traseira, relativamente próximo da extremidade inferior desta biela, enquanto o sexto eixo (H), ligado à biela dianteira, está relativamente próximo da extremidade superior desta biela.
7. Banco de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por a montagem rotativa em torno do primeiro eixo (C) na biela traseira (25) ser prevista de modo a tornar possível um deslizamento deste eixo paralelamente a si mesmo ao longo desta biela, por o referido eixo (C) estar por sua vez montado de modo a poder -28-

deslizar paralelamente a si mesmo ao longo de uma guia fixa (28), inclinada em relação à horizontal e definindo a primeira via (c) atrás referida e por o órgão de comando único (29) estar disposto de modo a regular a posição deste eixo ao longo da sua guia.
8. Banco de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado por a parte superior (4) das costas, que compreende o encosto da cabeça, estar montado deslizante verticalmente na parte inferior destas costas e por o mecanismo de regulação estar disposto de maneira tal que o seu comando único modifica além disso o nível da referida parte superior das costas num sentido ascendente quando do alongamento do assento, e inversamente.
9. Banco de acordo com a reivindicação 8, caracterizado por o deslocamento vertical da parte superior (4) das costas ser obtido por rotação de um parafuso sem fim montado rotativo nas costas (24) e ligado axialmente a estas costas, cooperando esse parafuso com uma porca solidária da referida porção superior, sendo o referido parafuso sincronizado com um outro parafuso sem fim montado rotativamente na parte traseira (15) do assento e ligado axialmente a esta, cooperando esse parafuso de maneira reversível com uma porca solidária com a parte dianteira (16) do assento. 29-
10. Banco de acordo com a reivindicação 8, caracterizado por uma alavanca em cotovelo (30,31) estar montada rotativamente em torno de um sétimo eixo horizontal transversal (J) ligado à parte traseira do assento, por a extremidade de um dos braços (30) desta alavanca estar fixada por uma pequena biela, sensivelmente horizontal (32), na parte dianteira (16) do assento e por a extremidade do outro braço (31) da referida alavanca estar fixada por uma pequena biela, sensivelmente vertical (33), â parte superior (4) das costas.
11. Banco de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado por o espaço vazio (34) libertado pelo afastamento relativo das duas partes constitutivas do assento ou das costas ser obturado exteriormente por um viu flexível (35), que está permanente esticado para o interior do banco por meios elásticos apropriados (36). Lisboa, 21 de Novembro de 1990