PT1344722E

PT1344722E - Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida

Info

Publication number: PT1344722E
Application number: PT03003228T
Authority: PT
Inventors: Rene Schifferle
Original assignee: Caffita System Spa
Priority date: 2002-03-14
Filing date: 2003-02-20
Publication date: 2007-01-31
Also published as: US7543527B2; ES2275031T3; EP1344722B1; BRPI0300554B1; DE50301450D1; JP2003265320A; TW200303735A; CN1444894A; IL154721A; CA2419015A1; CN1232212C; SG102708A1; SI1344722T1; IL154721A0; PL359142A1; ES2275031T5; EP1344722A1; NZ524241A; AU2003200627B2; RU2243934C2

Description

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DESCRIÇÃO "CÁPSULA PARA UMA DOSE DE UMA SUBSTÂNCIA PRÓPRIA PARA A PREPARAÇÃO DE UMA BEBIDA" 0 presente invento diz respeito a uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, substância essa que se apresenta sob a forma de partículas e que é passível de ser extraída com água, de acordo com o conceito genérico da reivindicação de patente 1.

Das patentes EP 1 101 430 AT ou US-A 2,778,379 é já nossa conhecida uma cápsula como aquela a que nos referimos no início da presente. A patente EP 1 101 430 AI descreve um sistema de cápsulas de filtro para bebidas que está equipado com uma cápsula graduada com uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida. Esta cápsula apresenta vários degraus (que correspondem a níveis) para apoio tanto de um elemento de filtragem como de uma membrana porosa. O pó para a preparação da bebida é colocado entre o elemento de filtragem e a membrana. Seja entre a tampa e o elemento de filtragem, seja entre o fundo e a membrana existe um espaço intermédio, que se destina à introdução lateral de um tubo de admissão ou de um tubo de saída.

Da patente US-A 2,778,739 é já conhecida uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida que compreende diversos componentes. Esta cápsula é constituída por uma caixa da cápsula semelhante a uma concha, em cuja parte inferior é introduzido um elemento feito de metal. A parte de cima é fechada por meio 2 de uma tampa soldada. 0 referido elemento, a ser introduzido no interior da cápsula, tem uma reentrância circular exterior e uma reentrância central, que está ligada à parte de dentro. A reentrância central é mais funda do que a exterior e está apta a receber um dispositivo de perfuração, com o qual o fundo da cápsula é perfurado. Este dispositivo de perfuração serve simultaneamente para alimentar a água quente utilizada na preparação da bebida. 0 referido elemento a ser introduzido no interior da cápsula tem inúmeras aberturas, através das quais a água quente utilizada na preparação da bebida pode penetrar no interior da cápsula. Estão ainda previstos dedos de perfuração para perfurarem a tampa da cápsula. São já conhecidas de todos nós inúmeras versões de cápsulas para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, sendo que as mais conhecidas são as que se destinam a receber café em pó para a preparação de um café expresso. A principal vantagem destas cápsulas reside no facto de serem à prova de gás e de o café em pó nelas contido se manter fresco durante um período de tempo mais longo. Para a preparação, por percolação, do café em pó contido na cápsula, são preponderantemente utilizadas máquinas de café expresso semi-automáticas, nas quais a cápsula, com a tampa de fecho voltada para baixo, é colocada num suporte para cápsulas. Em seguida, este suporte para cápsulas é manualmente montado na máquina de café, sendo que, na zona de fixação da cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, a máquina de café apresenta um espeto de percolação com aberturas de saída radiais para a alimentação da água quente utilizada na preparação da bebida, espeto esse que, quando o suporte para cápsulas é fixado na máquina de café, 3 atravessa o fundo da cápsula. 0 suporte para cápsulas, pelo seu lado, tem várias elevações no seu fundo, elevações essas que estão colocadas numa grelha de saída. Estas elevações perfuram a tampa da cápsula, partindo-a, assim que a água quente utilizada na preparação da bebida é alimentada ao suporte do filtro e que a cápsula é comprimida contra elevações pela sobrepressão hidráulica. No processo de percolação que se segue, a água quente utilizada na preparação da bebida é introduzida na cápsula através do espeto de percolação, de modo não só a fluir através do café em pó contido na cápsula pela acção da sobrepressão mas também a poder sair através das aberturas existentes na tampa. 0 café (bebida) acabado de preparar pode então fluir através da grelha de saída e sair da máquina pelas saídas instaladas na parte de baixo do suporte para o filtro. Uma máquina de café com um dispositivo deste tipo para obtenção de uma bebida (café) a partir do café em pó introduzido numa cápsula é já nossa conhecida, por exemplo, da patente EP 0 512 470.

Mas o espeto de percolação com aberturas radiais apresenta a desvantagem de a secção transversal do espeto de percolação relevante para a água quente utilizada na preparação da bebida acumular sujidade relativamente depressa. As causas desta acumulação de sujidade podem ficar a dever-se, por exemplo, à gordura do café, às partículas do café e ao calcário contido na água quente utilizada na preparação da bebida. À medida que a sujidade se vai acumulando no espeto de percolação, a qualidade do café (bebida) assim preparado vai sofrendo uma redução. Do ponto de vista hidráulico, este tipo de espetos de percolação colocam um outro problema, o qual, em termos concretos, se prende com o facto de no interior da cápsula 4 existirem volumes mortos, de modo a que partes do café em pó não são total ou parcialmente percorridas pela água quente utilizada na preparação da bebida.

Outra desvantagem do espeto de percolação anteriormente referido reside no facto de a abertura por ele feita na cápsula ser relativamente grande, através da qual, e, de modo especial, depois da remoção do espeto de percolação, podem sair borras de café que, em última análise, podem sujar a máquina de café. Trata-se de um problema que surge de modo particular quando a cápsula é colocada na máquina de café de modo a que a sua parte de trás, a ser perfurada, se estende para baixo na vertical, de maneira a que as borras de café, depois de o espeto de percolação ser extraido, caem da cápsula devido à acção da força de gravidade.

Da patente EP 0 521 188 é já nosso conhecido um outro dispositivo para percolação de café em pó introduzido numa cápsula, para preparação de uma bebida. A par de um espeto de percolação, para introdução da água quente utilizada na preparação da bebida na cápsula, um exemplo de execução preferencial deste dispositivo prevê a existência de uma grelha de distribuição da água, a qual, na sua parte de baixo, dispõe de elementos salientes para perfuração da parte de cima da cápsula. A água quente utilizada na preparação da bebida é distribuida através da grelha de distribuição da água pela parte de cima da cápsula, após o que penetra no interior da cápsula por uma fenda existente entre os elementos salientes e a tampa da cápsula.

Por outro lado, da EP 0 512 468 é também já nossa conhecida uma embalagem para uma dose de uma substância 5 própria para a preparação de uma bebida semelhante à cápsula objecto do presente invento, embalagem essa que também é adequada para nela ser introduzido café em pó. A embalagem para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, feita de um material composto, não dispõe de qualquer filtro nem de qualquer zona mais frágil, sendo que o fundo ou a tampa são concebidos de modo a que, quando a percolação se inicia, e sob o efeito da pressão exercida pelo fluido utilizado para a percolação do café em pó, se rasgam.

Mas as embalagens para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida apresentam uma desvantagem fundamental, que consiste no facto de ter de ser exercido um muito maior esforço por parte da máquina, a fim de que o café em pó contido nas embalagens para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida possa ser atravessado e percolado, de forma o mais uniforme possível, pela água quente utilizada na preparação da bebida, e ainda a fim de que o dito café em pó possa ser totalmente percolado. Além disso, no caso das embalagens para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida que, quando a extracção se inicia, se rasgam pela acção da pressão exercida pelo fluido utilizado para a percolação, corre-se o risco de a cápsula não se rasgar -não ser perfurada - em todos os pontos pretendidos, o que implica que, mais uma vez, a percolação do café se processa de forma insuficiente. Outra desvantagem reside no facto de parte das aberturas resultantes da perfuração ficarem com uma dimensão demasiado grande, o que não é ideal para a água quente utilizada na preparação da bebida, na medida em que esta água quente só fica sujeita a uma resistência reduzida ao fluxo; neste caso concreto corre-se ainda o 6 risco de poder sair café em pó da embalagem para uma dose de substância própria para a preparação de uma bebida através de uma abertura demasiado grande, café em pó esse que iria sujar a máquina de café.

Atendendo ao estado actual da técnica, o presente invento tem por objectivo a concepção de uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida do tipo da descrita no inicio da presente, na qual a substância nela contida, passível de ser extraída, seja percorrida de forma uniforme pela água e seja percolada com a maior precisão possível.

Assim sendo, e de acordo com o presente invento, propõe-se uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida cujas características são as referidas na reivindicação de patente 1.

Através da existência de, pelo menos, um órgão do tipo daqueles a que fizemos anteriormente alusão, pode ser assegurado que, do lado previsto para esse efeito da cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, e independentemente da quantidade e da dimensão da(s) abertura(s) resultante(s) da perfuração, tem lugar uma distribuição uniforme da água alimentada com vista à extracção da substância.

As reivindicações de patentes 2 a 13 subjacentes apresentam aperfeiçoamentos vantajosos da cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida a que o presente invento se refere. 7 0 ideal será estarem instalados, de ambos os lados da substância, ou seja, entre o fundo da cápsula e a substância e entre a tampa da cápsula e a substância, um órgão de distribuição e um órgão de recolha para a água. A par de uma distribuição uniforme da água, esta medida apresenta a vantagem de a substância ficar fechada entre estes dois órgãos, de modo a não lhe ser possível sair através das aberturas resultantes da perfuração, mesmo que estas tenha uma dimensão relativamente grande. A instalação de um órgão entre a tampa da cápsula e a substância apresenta ainda a vantagem de, depois de este órgão de distribuição ser instalado, já praticamente não poderem sair quaisquer partículas da cápsula, um aspecto cujos efeitos positivos se tornam evidentes aquando da soldadura da tampa da cápsula, por exemplo, na medida em que a borda da cápsula se apresenta menos "suja" por partículas.

Um exemplo de execução preferencial do presente invento prevê que o órgão em causa disponha de relevos virados contra o fundo da cápsula ou contra a tampa da cápsula, de modo a que entre o órgão em causa e o fundo da cápsula ou a tampa da cápsula sejam criados espaços vazios para criação de canais para o líquido. Trata-se de uma concepção que se adequa, de modo especial, a uma associação com um órgão de recolha e com um órgão de distribuição, concebido e instalado de modo a que possa (m) ser conduzido(s) um ou mais dispositivos de perfuração através do fundo da cápsula ou da tampa da cápsula, sem que, quando tal acontece, o órgão de distribuição e o órgão de recolha sejam perfurados. No caso de uma cápsula concebida desta forma, a água quente utilizada na preparação da bebida pode 8 ser introduzida na cápsula a partir do exterior, através da abertura que foi obtida através da perfuração. Além disso, e se, como está previsto num exemplo de execução preferencial do presente invento, o órgão de distribuição e o órgão de recolha ficarem apoiados, de forma plana, contra o fundo da cápsula ou contra a tampa da cápsula, é ainda assegurado que os canais para o liquido continuam a permanecer contidos entre a tampa da cápsula e o órgão de distribuição, mesmo que a cápsula seja submetida a uma pressão externa.

Segue-se uma explicação mais detalhada de um exemplo de execução do presente invento com base em desenhos. Estes desenhos mostram:

Fig. 1 os vários componentes individuais da cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, numa vista explodida;

Fig. 2 um corte longitudinal através de um primeiro exemplo de execução de uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida;

Fig. 3 um corte longitudinal através de um segundo exemplo de uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida;

Fig. 4 um corte longitudinal através de um terceiro exemplo de uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida;

Fig. 5 um corte longitudinal através de um quarto exemplo de uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida; 9

Fig. 6 um corte longitudinal através de um quinto exemplo de uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, e

Fig. 7 um corte transversal através da cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, ao longo da linha H-H apresentada na figura 6.

Passamos a explicar a constituição da cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, de forma mais detalhada, com base na vista explodida que é apresentada na figura 1. Muito embora possam ser basicamente introduzidas as substâncias para preparação de bebidas mais diversas, e passíveis de serem extraídas com água, em cápsulas para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida deste tipo, a explicação que se segue toma por base cápsulas para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida que contêm café em pó para a preparação de cafés (bebidas) normais ou expresso. Vista de baixo para cima, a cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida é constituída por um recipiente 1, por um órgão de recolha 2 inferior, por um órgão de distribuição 3 superior e por uma tampa 4. 0 café em pó, colocado no interior do recipiente 1 entre o órgão de recolha 2 e o órgão de distribuição 3, não é apresentado nesta representação. Tanto o recipiente 1 como a tampa 4 são feitos de uma película composta, com várias camadas, à prova de gás. 0 órgão de recolha 2 e o órgão de distribuição 3 foram essencialmente concebidos com o feitio de pratos, sendo idealmente produzidos por meio de estampagem e embutição profundas. 10 O recipiente 1, que se estende para cima de forma ligeiramente cónica, dispõe de uma plataforma 5 em torno de todo o seu perímetro, na sua zona superior, plataforma essa que, do lado de dentro, forma um ressalto 5a circular, que se destina ao apoio do órgão de distribuição 3 superior. Na sua parte de cima, o recipiente dispõe de uma borda 6 em torno de todo o seu perímetro, sobre a qual é fixada a tampa 4. A fixação da tampa 4 pode ser feita, por exemplo, por meio de colagem ou de soldadura. O órgão de recolha 2 apresenta vários relevos 9, com o feitio de segmentos anulares, que se erguem, como saliências, ao longo da face inferior do órgão de recolha 2. Quando o órgão de recolha 2 está colocado no recipiente 1, os relevos 9 ficam apoiados no fundo do recipiente 1, de modo a que entre os relevos 9 e o fundo do recipiente são formados canais para o líquido 17, que, a partir do eixo da simetria, se estendem tanto radialmente para fora como circularmente em torno do eixo da simetria. Fora da zona dos relevos 9, na zona dos canais para o líquido 17, o órgão de recolha 2 dispõe de inúmeras aberturas 8. No centro do órgão de recolha 2 está posicionada uma reentrância 10 central, virada para o interior da cápsula, e que tem o feitio de um cone. A parte central plana do órgão de recolha 2 prolonga-se num raio 11 numa borda 12, encurvada para cima. Através desta concepção, torna-se impossível introduzir o órgão de recolha 2 no recipiente 1 de modo a ficar incorrectamente posicionado (torcido ou inclinado). O órgão de distribuição 3 superior é essencialmente concebido como se da imagem inversa do órgão de recolha 2 se tratasse. O órgão de distribuição 3 também apresenta diversos relevos 13, com o feitio de segmentos anulares, que se erguem como saliências por cima da face superior do 11 órgão de recolha 2. Através destes relevos 13, são formados canais para o líquido 18 na face superior do órgão de distribuição 3, canais esses que se estendem radialmente para fora, a partir do eixo de simetria, e que se prolongam também de forma circular em torno do referido eixo de simetria. Fora da zona dos relevos 13, na zona dos canais para o líquido 18, estão também previstas diversas aberturas 14. No centro do órgão de distribuição 3 está prevista uma reentrância 15, que está voltada para o interior da cápsula e que tem o feitio de um cone. Do lado de fora, o órgão de distribuição 3 tem uma borda 19 em torno de todo o seu perímetro, que regista uma elevação em relação aos canais para o líquido 18 e cuja parte superior está essencialmente alinhada com a face superior dos relevos 13.

Quando o órgão de distribuição 3 superior é colocado no recipiente, o seu filete 16, que está virado para baixo, fica apoiado no ressalto 5a que se prolonga a toda a volta do recipiente 1, na plataforma 5 de que este dispõe em torno do seu perímetro. Quando é introduzida água quente utilizada na preparação da bebida para preparação de um café (bebida), o órgão de distribuição 3 superior actua tanto como filtro quanto como um órgão de recolha para o café (bebida) que foi preparado. A figura 2 mostra um corte longitudinal através de uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida pronta, com café em pó KP nela introduzido. O café em pó KP está introduzido entre o órgão de recolha 2 inferior e o órgão de distribuição 3 superior, de modo a ficar fechado no interior do espaço deixado livre por estes órgãos. Como se pode ver através desta figura, 12 são formados canais para o líquido 17 por meio dos relevos 9 do órgão de recolha 2 que estão verticalmente apoiados contra o fundo 7 do recipiente 1. Da mesma forma, os relevos 13 existentes no órgão de distribuição 3 também formam canais para o líquido 18 entre o órgão de distribuição 3 e a tampa 4.

Para perfuração da cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, um dispositivo de perfuração 20 e 21 atravessa a tampa 4 pela parte de cima ou atravessa o fundo 7 pela parte de baixo. Os dispositivos de perfuração 20, 21 são conduzidos através da tampa 4 e do fundo 7, na zona das respectivas reentrâncias 10 e 15, de modo a que nem o órgão de distribuição 3 superior nem o órgão de recolha 2 inferior sejam perfurados por estes dispositivos de perfuração 20, 21. Na verdade, cada um dos dispositivos de perfuração em causa se projecta para o interior da reentrância 10, 15 correspondente. A água quente utilizada na preparação da bebida para percolação do café em pó contido na cápsula é preferencialmente introduzida a partir do exterior, através da abertura feita pela perfuração, tal como está descrito, por exemplo, na patente EP 01 810 498. No entanto, não é de todo forçoso que o café (bebida) preparado seja conduzido a uma abertura central resultante de perfuração; o que é de facto importante é que o café (bebida) que foi preparado, mediante a existência de um órgão de recolha 2, possa fluir, de forma tão sem impedimentos quanto possível, para a abertura resultante da perfuração ou para as aberturas resultantes da perfuração, e, através delas, possa sair da cápsula. No exemplo de execução aqui apresentado, partiu-se do princípio de que a água quente utilizada na preparação da bebida é conduzida de cima para baixo através da cápsula. 13

No entanto, é igualmente possível, sem qualquer tipo de problema, fazer com que a água flua através da cápsula na direcção contrária, ou seja, de baixo para cima, um facto que é indicado pela seta dupla 22. Graças aos canais para o líquido 18, a água quente utilizada na preparação da bebida que é introduzida na cápsula é distribuída de forma uniforme ao longo de toda a secção transversal da cápsula. Através das aberturas 14 existentes no órgão de distribuição 3 superior, a água quente utilizada na preparação da bebida penetra no interior da cápsula, onde flui através do café em pó KP. Através das aberturas 8 existentes no órgão de recolha 2 inferior, a bebida assim preparada aflui à parte de baixo do órgão de recolha 2 e percorre os canais para o líquido 17 formados por cima do fundo 7 do recipiente 1, até uma abertura central, resultante da perfuração feita pelo dispositivo de perfuração 20; a partir dessa abertura central, a bebida pode sair do interior da cápsula, e ser conduzida através de meios que não estão aqui descritos de forma mais detalhada. Mediante a instalação dos órgãos de distribuição e de recolha concebidos da forma anteriormente descrita é assegurado que as partículas de substância para preparação da bebida contidas na cápsula sejam percorridas de forma homogénea pela água quente utilizada na preparação da bebida, sendo assim alcançada uma percolação uniforme de todo o café em pó. No caso de a água quente utilizada na preparação da bebida percorrer a cápsula no sentido inverso, ou seja, de baixo para cima, a função dos órgãos de distribuição e de recolha inverte-se, sendo que o órgão inferior funciona como órgão de distribuição e que o órgão superior funciona como órgão de recolha. Neste contexto não se pretende que a designação aqui adoptada, ou seja, órgão de distribuição e órgão de recolha, seja entendida como 14 limitativa. Os relevos 9 e 13 também foram instalados de modo repartido, de maneira que o órgão em causa, 2 ou 3, se apoie de forma plana contra o fundo da cápsula 7 ou contra a tampa da cápsula 4. Este facto torna-se particularmente vantajoso quando, como no caso do exemplo de execução aqui apresentado, a água quente utilizada na preparação da bebida é alimentada ao interior da cápsula a partir do exterior, através da abertura resultante de perfuração. Graças a este apoio plano é assegurado que os espaços vazios 17a e 18a, formados pelos canais para o liquido 17 e 18, e existentes entre a tampa da cápsula 4 e o órgão de distribuição 3, continuem a existir mesmo que seja exercida uma pressão sobre a cápsula a partir do exterior. No interior da cápsula podem ainda estar eventualmente previstas paredes de separação, as quais contribuem para um fluxo homogéneo da água quente utilizada na preparação da bebida através do café em pó e/ou, pelo menos, para uma constituição estável da cápsula. 0 ideal será o diâmetro das aberturas 8 e 14 feitas no órgão de distribuição e no órgão de recolha 2 e 3 ser mais pequeno do que o diâmetro estático de uma única partícula (grão de pó de café) utilizada para a preparação de uma bebida, e, de preferência, ser mais pequeno do que χ-σ, em que o valor χ deve ser entendido como correspondendo à média aritmética do diâmetro e em que o valor o deve ser entendido como o desvio padrão. A adopção desta medida assegura que não saiam da cápsula, ou não sejam empurradas pelo líquido, praticamente nenhumas partículas, independentemente da dimensão da abertura resultante da perfuração. 15 A figura 3 mostra um corte longitudinal através de um segundo exemplo de execução de uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, a qual não está completamente cheia de café em pó KP. O órgão de distribuição 24 inferior está distanciado, por meio de uma armação auxiliar 25, do fundo 7 da cápsula, de modo a que o café em pó KP enche completamente o espaço livre existente entre o órgão de distribuição 24 inferior e o órgão de recolha 26 superior. Trata-se de uma configuração que torna possivel impedir que o café em pó KP fique posicionado de forma inclinada no interior da cápsula, o que acarretaria como consequência o facto de a água quente utilizada na preparação da bebida não se poder distribuir de forma homogénea pelo interior da cápsula, do que resultaria uma espécie de curto-circuito hidráulico, que, por sua vez, faria com que fosse impossível extrair de modo uniforme o café em pó KP. No exemplo de execução aqui apresentado, a água quente utilizada na preparação da bebida deve ser alimentada ao interior da cápsula a partir do fundo 7, na medida em que o órgão de distribuição 24 inferior não está preparado para suportar qualquer pressão hidráulica elevada, na direcção do fundo da cápsula 7. A figura 4 mostra um corte longitudinal através de um terceiro exemplo de execução de uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, sendo que a cápsula, por sua vez, não se apresenta completamente cheia com o pó com o qual a bebida é preparada. Neste exemplo de execução, o órgão de distribuição 29 superior está distanciado da tampa 4 da cápsula por meio de uma armação 30, apoiada no ressalto 5a e na tampa 4 de modo a que o café em pó KP enche completamente o espaço livre existente entre o órgão de 16 distribuição 29 superior e o órgão de recolha 28 inferior. Neste exemplo de execução a água quente utilizada na preparação da bebida é introduzida no interior da cápsula a partir da tampa 4. A figura 5 mostra uma cápsula cuja concepção é semelhante à do exemplo de execução que é apresentado na figura 4, na qual o órgão de recolha 31 superior, por sua vez, está distanciado da tampa 4 da cápsula por meio de uma armação 32, de modo a que o café em pó KP enche completamente o espaço livre existente entre o órgão de distribuição 34 inferior e o órgão de recolha 31 superior. No entanto, neste caso a armação 32 foi concebida de modo a ser resistente à pressão, para o que dispõe de um elemento interior 33 anular e de diversos tirantes verticais, de maneira a que a água quente utilizada na preparação da bebida possa ser introduzida no interior da cápsula a partir do fundo, tal como, aliás, a seta indica. Como é lógico, neste caso as armações 32 e 33, durante o processo de percolação, não se apoiam na tampa 4 da cápsula, apoiando-se, em vez disso, em elementos da máquina de café (que não estão representados na figura). Claro que também é perfeitamente admissivel a água quente utilizada na preparação da bebida ser alimentada a partir do outro lado, ou seja, a partir da tampa 4.

Por fim, a figura 6 mostra um quinto exemplo de execução de uma cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, na qual o órgão de recolha 36 inferior está apoiado no fundo 7 da cápsula por meio de uma armação 35 resistente à pressão. 17 A figura 7 mostra as armações que são apresentadas nas figuras 5 e 6, num corte transversal ao longo da linha H-H mostrada na figura 6. Nesta figura podem ver-se, de modo especial, tanto o elemento interior 33 anular como os tirantes 37 verticais.

Desde que tanto o órgão de recolha como o órgão de distribuição, e tal como se pode ver em alguns dos exemplos de execução apresentados anteriormente, estejam a certa distância do fundo e da tampa, pode prescindir-se de uma reentrância para recepção do dispositivo de perfuração, uma vez que o dispositivo de perfuração, depois de ter realizado a perfuração, se pode projectar no espaço livre que existe entre o fundo e a tampa e o órgão de distribuição e o órgão de recolha, sem perfurar qualquer um destes órgãos.

Em vez de uma reentrância central, cónica, para recepção de um órgão de perfuração, também poderia estar prevista uma reentrância com um feitio anular, de secção transversal cónica. Seria aconselhável recorrer a uma reentrância concebida da forma anteriormente descrita sempre que estivessem previstos diversos dispositivos de perfuração, distribuídos ao longo de um percurso circular. Em vez de uma reentrância de feitio cónico poder-se-ia também, por exemplo, optar por uma reentrância esférica ou cúbica. A fim de facilitar a perfuração do fundo e da tampa pelo órgão de perfuração, o fundo e a tampa podem ser concebidos de modo a apresentar uma zona mais frágil (que não está representada na figura) . Esta zona mais frágil é concebida de modo a que a camada de película composta, com várias camadas e à prova de gás, não sofra qualquer prejuízo. 18

As diversas versões de cápsulas para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida apresentadas anteriormente permitem alcançar diversas vantagens: - Graças ao órgão de distribuição, é assegurada uma distribuição uniforme da água quente utilizada na preparação da bebida ao longo de toda a secção transversal da cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, de modo a ser garantida uma extracção uniforme do café em pó, o que também acontece no caso de as cápsulas para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida não estarem completamente cheias com o café em pó; - A saida de partículas de café em pó, ou o seu arrastamento pelo líquido, são essencialmente impedidos, o que reduz de forma eficaz a possibilidade de essas partículas sujarem a máquina de café. Por outro lado, a dimensão da(s) abertura (s) resultante (s) da perfuração também deixa de se revestir de uma tão grande importância; - Por outro lado, e no que diz respeito à velocidade com que o líquido utilizado flui através da substância contida na cápsula, a dimensão da(s) abertura(s) resultante(s) da perfuração também deixa de se revestir de uma importância decisiva, na medida em que a água quente utilizada na preparação da bebida é submetida a uma resistência homogénea, que é praticamente independente da dimensão da(s) abertura(s) resultante(s) da perfuração; 19 - As cápsulas para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida concebidas de acordo com as figuras 2, 5 e 6 podem ser utilizadas universalmente, na medida em que a água quente utilizada na preparação da bebida pode fluir para o interior da cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida tanto de cima para baixo, como na direcção oposta, ou seja, de baixo para cima; - Do lado seja do órgão de distribuição, seja do órgão de recolha só é necessário existir uma abertura resultante de perfuração;

Lisboa, 13 de Dezembro de 2006

Claims

1 REIVINDICAÇÕES 1. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida, substância (KP) essa que se apresenta sob a forma de partículas e que é passível de ser extraída com água, sendo que entre um fundo da cápsula (7) e a substância (KP) e/ou entre uma tampa da cápsula (4) e a substância (KP) está instalado um órgão (2, 3), que dispõe de diversas aberturas (8, 14), caracterizada pelo facto de o órgão (2, 3) em causa apresentar canais para o líquido (17, 18), formados por relevos (9, 13) que se prolongam no plano em que o órgão (2, 3) em causa se estende, sendo concebido seja como um órgão de distribuição (3) para a água, seja como um órgão de recolha (2) para a bebida que vai ser preparada.

2. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida de acordo com a reivindicação de patente 1, caracterizada pelo facto de o órgão (2, 3) estar equipado com relevos (9, 13) virados para o fundo (7) da cápsula ou para a tampa (4) da cápsula, de modo a que entre o órgão (2, 3) em causa e o fundo (7) da cápsula ou a tampa (4) da cápsula sejam criados espaços vazios (17a, 17b) para os canais para o líquido (17, 18).

3. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida de acordo com a reivindicação de patente 2, caracterizada pelo facto de as aberturas (8, 14), destinadas à 2 passagem do líquido, estarem situadas na zona dos canais para o líquido (17, 18).

4. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida de acordo com uma das reivindicações de patentes acima referidas, caracterizada pelo facto de os relevos (9, 13) estarem distribuídos de modo a que o respectivo órgão (2, 3) se apoie de forma plana contra o fundo (7) da cápsula ou contra a tampa (4) da cápsula.

5. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida de acordo com uma das reivindicações de patentes acima referidas, caracterizada pelo facto de os canais para o líquido (17, 18) se estenderem radialmente para fora, a partir do eixo de simetria, e se estenderem circularmente em torno desse eixo de simetria.

6. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida de acordo com uma das reivindicações de patente anteriormente referidas, sendo que a cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida foi concebida de modo a ser perfurada por um ou mais dispositivos de perfuração, caracterizada pelo facto de o órgão de distribuição e o órgão de recolha (2, 3) estarem instalados ou terem sido concebidos de modo a que, quando o(s) dispositivo(s) de perfuração (20, 21) atravessa (m) o fundo 7 da cápsula ou a tampa 4 da cápsula, os citados órgãos não são perfurados. 3

7. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida de acordo com a reivindicação de patente 6, caracterizada pelo facto de o órgão de recolha (2) e/ou o órgão de distribuição (3) disporem de, pelo menos, uma reentrância (10, 15) voltada para o interior da cápsula, de modo a que o (s) dispositivo(s) de perfuração (20, 21 ) , depois de o fundo (7) e/ou a tampa (4) terem sido perfurados, seja(m) recebido(s) nessa reentrância.

8. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida de acordo com a reivindicação de patente 6, caracterizada pelo facto de o órgão de recolha (24) ou o órgão de distribuição (29) estarem instalados de modo a ficarem a certa distância do fundo (7) ou da tampa (4), no interior da cápsula.

9. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida de acordo com a reivindicação de patente 7, caracterizada pelo facto de a reentrância (10, 15) estar posicionada no centro do órgão de recolha (2) ou do órgão de distribuição (3).

10. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida de acordo com a reivindicação de patente 7 ou 9 acima referida, caracterizada pelo facto de a reentrância (10, 15) ser concebida de modo a ter o feitio de um cone, de uma esfera ou de um cubo. 4

11. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida de acordo com uma das reivindicações de patentes acima referidas, caracterizada pelo facto de o diâmetro médio de uma abertura (8, 14) única ser inferior à média estática do diâmetro de uma única partícula da substância a ser extraída.

12. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida de acordo com uma das reivindicações de patentes 6 a 10 acima referidas, caracterizada pelo facto de o fundo (7) e/ou a tampa (4) terem uma zona mais frágil, de modo a que o(s) dispositivo (s) de perfuração (20, 21) possa(m) atravessar essa(s) zona(s).

13. Cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida de acordo com a reivindicação de patente 1 acima referida, sendo que a cápsula para uma dose de uma substância própria para a preparação de uma bebida foi concebida de modo a que possa ser perfurada por um ou mais dispositivos de perfuração, caracterizada pelo facto de entre o fundo (7) da cápsula e a substância (KP) passível de ser extraída e entre a tampa (4) da cápsula e a substância (KP) passível de ser extraída esteja instalado o órgão de distribuição ou de recolha (2, 3), e pelo facto de o órgão de recolha (2) e o órgão de distribuição (3) disporem, cada um deles de, pelo menos, uma reentrância (10, 15), disposta de modo a que o dispositivo de perfuração (20, 21), pelo menos, depois de perfurar o fundo (7) ou a tampa (4), 5 possa ser recebido nessa reentrância sem perfurar o órgão de distribuição ou o órgão de recolha (2, 3). Lisboa, 13 de Dezembro de 2006