PT2133467E - Fixação ajustável lateralmente para carris - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "FIXAÇÃO AJUSTÁVEL LATERALMENTE PARA CARRIS" A presente invenção refere-se a um sistema de fixação para carris sobre uma travessa, com parafusos de fixação, grampos de aperto em forma de laços e cunhas, sendo que a bitola pode ser ajustada continuamente na horizontal através de cunhas, de acordo com o conceito genérico da reivindicação 1.

No estado da técnica são conhecidos alguns sistemas a este respeito, que correspondem aproximadamente ao género referido.

De acordo com o documento DE 3324225 Al, as tolerâncias de carris ou de bitolas podem ser compensadas continuamente até aproximadamente +/- 10 mm, com placas de guia angulares de cunhas. As placas de guia angulares deste género são utilizadas em travessas de betão ou num trilho fixo. A parte ajustável, em separado do carril, é fixada através de um grampo de aperto, após as duas partes cuneiformes terem sido ajustadas continuamente entre si à bitola correcta. É desvantajoso que este sistema possa ser apenas utilizado para fixações ou pontos de apoio rígidos de carris e não é admissível nenhuma carga dinâmica sobre o comando. O ajuste não é efectuado na base do carril.

Um sistema semelhante com mola alternativa encontra-se descrito no documento GB 2214545 A. Os problemas são os mesmos da descrição anterior. 1

De acordo com o documento EP 962592 Bl, para a regulação da bitola devem ser utilizadas placas de guia angulares em travessas de betão ou num trilho fixo, em combinação com espaçadores separados. Isto é pouco prático, uma vez que seriam necessários até 3000 espaçadores por quilómetro de comprimento da ferrovia, com largura diferente, ajustada a cada ponto de apoio. A fixação tipo Gantry, principalmente para a fixação de carris de gruas, pôde ser vista na internet em http://www.krug-weichenbau.de/seiten/gantrail/3224_20.pdf a 13.06.2008 às 15:03 horas. O documento DE 4007937 AI mostra uma fixação semelhante. O ajuste é possibilitado através de fendas concebidas obliquamente, à volta de um parafuso fixo, betonado ou soldado, na parte de fixação, de uma placa de aperto deslocável. Uma fixação elástica para carris é apenas possível indirectamente, através da disposição de uma esteira elástica por baixo do carril, senão é apenas apertado o carril. Não é possível uma transmissão segura das forças horizontais, uma vez que os elementos de fixação são deslocados. A utilização está apenas prevista para pontos de apoio rígidos de carris. A partir do documento DE 3708752 Al, já foi proposta, para travessas de aço que dispõem de orifícios oblongos ou ranhuras, para além de uma placa nervurada, e a partir do documento DE 29520973 UI também para travessas de betão, a deslocação da placa nervurada ou de base com o carril. As tolerâncias da base do carril não podem neste caso ser corrigidas. Nos documentos US 1833375 Al, US 1069484 Al, DE 521209 Cl e DE 45741 Al foram também divulgados sistemas, nos quais os parafusos, juntamente com placas de aperto adequadas, podem ser deslocados horizontalmente na base do carril. 2

No documento DE 29507974 UI encontra-se representada a assim chamada fixação MX. Trata-se de uma ajustabilidade mediante discos excêntricos como placas de aperto, que se encontram dispostos à volta de parafusos fixos. Com o grampo para a base do carril, a bitola pode ser com efeito corrigida, mas não são possíveis nenhuma introdução segura de forças horizontais e nenhuma fixação elástica do carril, mas antes apenas um aperto do carril em pontos de apoio rígidos de carris. As fixações por excêntricos modificadas deste género foram frequentemente propostas, assim também nos documentos EP 149513 Bl, EP 223897 Bl, DE 29702708 Ul e FR 1064956 A.

Uma alternativa a este respeito foi proposta como fixação SKL 15MX20, no documento DE 19642971 AI. Trata-se de uma combinação da fixação MX com grampo de aperto, que por este meio é também adequada para pontos de apoio elásticos, contudo apenas com fixação indirecta do ponto de apoio sobre a construção de suporte. A ajustabilidade não é no entanto melhorada por este meio, mas resulta antes uma fixação dos comandos através do grampo de aperto SKL 15 em princípio conhecido.

Por fim, no documento DE 2717394 AI foi proposta a utilização, sobre uma travessa de betão, de uma placa de suporte com flanges erguidos lateralmente aos carris, como apoio do carril, com intercalação de uma placa intercalar elástica. A base do carril é retida em baixo a partir de cima através de blocos de retenção laterais e estes são retidos mediante uma mola em forma de laços, em parafusos que atravessam orifícios oblongos, para a ancoragem do carril na travessa de betão. Os parafusos de apoio com contra-apoio nos flanges podem deslocar, horizontalmente em relação à correcção da bitola, os blocos de 3 retenção e, deste modo, relativamente, a base do carril. Os parafusos de apoio têm que ser fixados na sua posição.

As tolerâncias inevitáveis na produção de materiais para a fixação de carris sobre uma construção de suporte, bem como a exigência crescente que contraria este facto, de ferrovias com uma elevadíssima precisão geométrica exigem, nos pontos de apoio de carris, elementos horizontalmente ajustáveis, com os quais os carris podem ser corrigidos no que diz respeito à sua posição um em relação ao outro, mas que cumprem simultaneamente todos os requisitos de segurança, inclusive no caso de uma carga dinâmica. Sob condições práticas verificou-se a necessidade de uma solução tecnicamente simples e continuamente ajustável, que pode ser utilizada tanto para pontos de apoio rígidos de carris, por exemplo travessas, mas também para pontos de apoio elásticos de carris do trilho fixo, e possibilita uma fixação elástica flexível do carril para cargas dinâmicas.

Partindo do estado da técnica referido em primeiro lugar, a invenção tem como objectivo subjacente o de conceber um sistema de fixação continuamente ajustável na horizontal para carris, que pode ser utilizado tanto em pontos de apoio rígidos de carris, como também em pontos de apoio elásticos de carris e possibilita simultaneamente uma carga dinâmica sobre o comando.

Este objectivo é solucionado através das características da reivindicação 1.

Os aperfeiçoamentos da invenção encontram-se registados nas reivindicações dependentes. 4

De um modo preferido, a cunha pode ser conduzida sobre a placa de apoio, efectivamente pelo facto de a placa de apoio ter uma ranhura de guia inferior e uma superior para a cunha. Numa outra configuração da invenção, a ranhura de guia superior é configurada como ressalto da nervura que se prolonga sobre a cunha. A guia inferior pode por exemplo projectar-se como ressalto a partir da placa de apoio, mas também fazer novamente parte da nervura. A cunha e a placa de apoio podem ser constituídas por material plástico, por exemplo por poliamida de elevada resistência.

As vantagens da invenção são, entre outros: fixação directa do ponto de apoio do carril sobre a construção de suporte, com fixação elástica simultânea do carril, ajustabilidade contínua, utilizável para pontos de apoio elásticos e não elásticos de carris, fixação por força do comando.

Com a invenção é possível um efectivo ajuste lateral horizontal do carril ou um ajuste da bitola da ferrovia com a utilização de peças plásticas simples e baratas.

No que se segue, a invenção é explicada mais ao pormenor com base em duas formas de realização de um sistema de fixação para carris. Mostra:

Figura 1 a primeira forma de realização num ponto de apoio altamente elástico de um carril, para uma travessa de 5 betão ou um fundo semelhante, numa vista transversal em relação ao carril e parcialmente em corte;

Figura 2 uma vista de cima sobre o sistema de acordo com a figura 1;

Figura 3a uma vista de cima em perspectiva, sobre uma cunha do sistema;

Figura 3b a cunha de acordo com a figura 3a, numa vista de baixo e

Figura 4 a segunda forma de realizaçao, numa vista transversal em relação ao carril e parcialmente em corte. A fixação altamente elástica para carris, representada nas figuras 1 e 2, é em principio conhecida a partir do documento WO 2005/073466 AI; a sua divulgação é aqui incluida através do citado, na medida em que isso é necessário para a compreensão das formas de realização. 0 sistema de fixação de acordo com a invenção para carris tem adicionalmente um ajuste de bitola. Uma placa 1 de apoio, eventualmente completada através de outras placas 11, 12 elásticas ou reforçadoras, está ancorada numa travessa de betão, não representada, mediante um perno 3 integrado numa bucha 4. O carril S do tipo UIC 54 assenta, com a base SF do carril, com intercalação de uma placa ZW intercalar, sobre a placa 1 de apoio que é construída, na secção transversal fundamental, como uma placa nervurada com nervuras 16 e 17, sendo aqui no entanto não forjada ou laminada a partir de aço, mas antes moldada por injecção a partir de material plástico. Entre a base SF do 6 carril e as nervuras 16 e 17 encontra-se disposta uma cunha 24 (figuras 1, 2, 3a e 3b) .

Na imagem parcial esquerda das figuras 1 e 2, a fixação para carris, à qual pertence ainda uma mola 2 em forma de laços, retida sobre o perno 3 mediante uma anilha 31 e uma porca 32, é mostrada na posição de pré-montagem, enquanto que a imagem parcial direita mostra a mola 2 em forma de laços quase na posição final. 0 aparafusamento da mola 2 em forma de laços está concluído quando o laço 22 assenta sobre a cunha 24 e o retém por força a partir de cima (posição de utilização). A posição de pré-montagem mostra a mola 2 em forma de laços quase sem tensão, com o laco 21 posterior sobre um contra-apoio 13 da placa 1 de apoio e as extremidades 23 dianteiras de laços sobre a nervura 17. Na imagem parcial direita, o laço 21 posterior assenta num contra-apoio 14 e as extremidades 23 de laços pressionam a base SF do carril para baixo. Na vista de cima de acordo com a figura 2 pode ser reconhecido que as nervuras 16 e 17 se prolongam obliquamente em relação à aresta da base SF do carril. A cunha 24 pode ser inserida, com a sua ponta 240, numa abertura em relação à nervura 16 e depois, quando fixada, continuar a ser introduzida até que ocupe a posição mostrada na figura 2. 0 mesmo é válido para a cunha 24 ao lado na nervura 17. A cunha 24 dispõe de duas ranhuras de guia que são formadas em cima como rebaixo 241 e em baixo como ranhura 242 (figuras 3a, 3b). 0 rebaixo 241 superior é conduzido por baixo do ressalto 18 da nervura 16 e 17. A ranhura 242 é conduzida através de um ressalto 19 sobre a placa 1 de apoio. Por conseguinte, a cunha 24 é conduzida exactamente entre as nervuras 16 e 17 e a base SF do carril. A cunha 24 tem contacto lateral com a base SF do carril, por um lado, e as nervuras 16 e 7 17, por outro lado, e pode assim exercer uma força de compressão horizontal sobre a base SF do carril. A cunha 24 esquerda e direita é introduzida até que seja alcançada a posição pretendida da base SF do carril. Em caso de necessidade, a cunha 24 pode ainda apresentar uma reentrância 243, de modo a deixar espaço para a camada ZW intercalar. A figura 4 mostra a segunda forma de realização da invenção numa utilização num carril SI de gola do tipo Ri55 que está ancorado sobre uma travessa 20 de madeira. Neste caso, a placa 100 de apoio está equipada com nervuras 116, 117 que se prolongam igualmente de forma obliqua e deixam espaço para uma cunha 224 modificada que é posicionada de igual modo como o descrito em relação à primeira forma de realização de acordo com as figuras 1 até 3a,b. A cunha 224 apresenta no entanto apenas uma ranhura 302 inferior que é conduzida pelo ressalto 225 sobre a placa 100 de apoio. A placa 100 de apoio é moldada por injecção a partir de poliamida e projecta-se, com uma gola 101, para dentro de rebaixamentos de um furo, para a ancoragem de um parafuso 300 de fixação que está fixado na travessa 20 de madeira, adicionalmente através de uma bucha 301 com uma perfilação exterior de aresta viva. A imagem A parcial esquerda mostra novamente uma posição de pré-montagem do parafuso 300 de fixação e de uma mola 200 em forma de laços do tipo SKL 1. Na imagem B parcial direita, a fixação com o parafuso 300 de fixação e a mola 200 em forma de laços está quase na posição de utilização. Esta é alcançada quando o laço 201, como se encontra representado, assenta no contra-apoio, sobre uma parte posterior da placa 100 de apoio, as extremidades 203 de laços retêm a base SF do carril firmemente em baixo e o laco 202 central (como na figura 2) pressiona por fricção a cunha 224 a partir de cima.

Lisboa, 7 de Junho de 2013 8

Claims (9)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Sistema de fixação para carris sobre uma travessa, com parafusos de fixação, grampos de aperto em forma de laços e cunhas, sendo que a bitola pode ser ajustada continuamente na horizontal através das cunhas, caracterizado por estar prevista uma placa (1; 100) de apoio para o carril (S, Sl), por a placa (1; 100) de apoio ser configurada como placa nervurada com nervuras (16, 17; 116, 117) que se prolongam obliquamente em relação ao carril, e por uma cunha (24; 224) deslocável segundo a direcção longitudinal do carril se encontrar disposta entre a base (SF) do carril e as nervuras (16, 17; 116, 117) no estado montado.
2. 2. Sistema de fixação para carris de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a cunha (24, 224) poder ser conduzida sobre a placa (1, 100) de apoio.
3. 3. Sistema de fixação para carris de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por a placa (1, 100) de apoio apresentar uma guia (18, 19) inferior e uma superior para a condução da cunha (24, 224).
4. 4. Sistema de fixação para carris de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por a guia superior ser configurada como ressalto (18) da nervura (16, 17) que se prolonga sobre a cunha (24).
5. 5. Sistema de fixação para carris de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por a guia inferior se 1 projectar como ressalto (19, 225) a partir da placa (1, 100) de apoio.
6. 6. Sistema de fixação para carris de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por a cunha (24, 224) ser constituída por material plástico.
7. 7. Sistema de fixação para carris de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por a placa (1, 100) de apoio ser constituída por material plástico.
8. 8. Sistema de fixação para carris de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por a cunha (24, 224) ser confiqurada com um comprimento insignificativamente maior do que uma correspondente nervura (16, 17, 116, 117).
9. 9. Sistema de fixação para carris de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por a placa (1, 100) de apoio dispor de contra-apoios (13, 14) para uma mola (2; 200) em forma de laços, na posição de pré-montagem e na posição de utilização. Lisboa, 7 de Junho de 2013 2