Relatório Descritivo da Patente de Invenção para "COMPOSIÇÃO ENDOPARASITICIDA EM GEL, SEU USO E SEU MÉTODO DE PREPARAÇÃO".
Fundamentos da Invenção A invenção refere-se à infecção e infestação endoparasiticida de animais de criação e animais domésticos homeotérmicos constituem a causa de angústia e perda econômica significativas para os proprietários de animais de estimação, criadores de gado e outros. Um controle eficiente dos referidos parasitas é, portanto, altamente desejável e pode ser obtido pela administração de agentes endoparasiticidas adequados, tal como moxidecti-na e praziquantel.
Moxidectina é um endectocida de segunda geração da família da milbemicina de compostos de lactona macrocíclica. O composto está registrado e é comercializado em várias formulações para o controle de parasitas internos e externos em animais de criação e animais domésticos, inclusive cavalos. Uma formulação oral em gel a 2% (Equest, Quest) para cavalos é comercializada no mundo inteiro. O produto é altamente eficaz contra um amplo espectro de parasitas internos encontrados em cavalos e pôneis. Tênias do cavalo são comumente encontradas nos cavalos do mundo todo. O predomínio não parece estar relacionado com a raça ou a idade. A espécie mais comum encontrada nas pesquisas foi a Anoplocepha-la perfoliata, com poucos relatos envolvendo A. magna e Paranoplocephala mamillana. Até recentemente a tênia do cavalo era considerada um habitante relativamente inofensivo do trato gastrointestinal eqüino. No entanto, uma pesquisa recente sugeriu que colônias grandes podem predispor os cavalos a vários tipos de cólica, e que o risco aumenta com o número de tênias presentes.
A moxidectina, em comum com outras lactonas macrocíclicas, não têm atividade contra cestódeos, e uma classe alternativa de anti-helmíntico, tal como pirantel ou praziquantel, é necessária para o controle da tênia do cavalo. O pirantel é eficaz quando administrado no dobro da dose normalmente recomendada para controle de nematódeos G.l. O praziquantel é um anti-helmíntico pertencente à classe de compostos à base de pirazinoisoquinoleno. Ele é eficaz contra infecções por cestódeos e tre-matódeos em animais e seres humanos. O praziquantel está registrado na Austrália para o controle de infecções por tênia em cavalos a uma dosagem de 2,5 mg/kg de peso corporal.
Agentes endoparasiticidas modernos, tais como moxidectina e praziquantel, apresentam atividade considerável, com ampla margem de segurança, contra estágios imaturos ou larvais de parasitas e um amplo espectro de atividade. Não obstante, a utilidade de qualquer agente endopa-rasiticida é limitada pela eficácia inerente da própria droga, seu mecanismo de ação, suas propriedades farmacocinéticas, aspectos referentes ao animal hospedeiro, aspectos referentes aos parasitas alvo e a forma de administração. A forma de administração endoparasiticida "ideal" deve ter um amplo espectro de atividade contra parasitas maduros e imaturos, ser fácil de administrar a um grande número de animais, ter uma ampla margem de segurança, ser compatível com outros compostos, não requerer longos períodos de retenção por causa dos resíduos e ser econômica. Composições anti-helmínticas para equídeos estão descritas na patente US 5.824.653; no entanto, as referidas composições são limitadas em sua concentração de agentes eficazes, requerendo assim doses múltiplas para resultados eficazes. Formulações anti-helmínticas também estão descritas na patente US 6.165.987; no entanto, essas formulações adequadas para administração oral estão limitadas a pastas, o que pode dificultar a identificação visual de contaminantes e a administração exata das dosagens reguladas.
Portanto, constitui um objetivo desta invenção fornecer uma composição endoparasiticida em gel que seja homogênea e transparente e que tolere concentrações de agentes anti-helmínticos ou parasiticidas mais altas que as formulações conhecidas até agora.
Constitui um outro objetivo desta invenção fornecer um método para o tratamento e controle de infecção e infestação endoparasiticidas em animais homeotérmicos que ofereça início prematuro de proteção por um período de tempo mais prolongado em comparação com as formulações conhecidas até agora.
Estes e outros aspectos, objetivos e vantagens da presente invenção ficarão evidentes para os versados na técnica através da descrição detalhada dada abaixo e das reivindicações anexas.
Sumário da Invenção A presente invenção fornece uma composição endoparasiticida em gel que compreende: cerca de 1,0% a 3,5% p/p de moxidectina; cerca de 10,0% a 15,0% p/p de praziquantel; cerca de 4,0% a 24,% p/p de álcool benzílico; cerca de 1,0% a 34,0% p/p de etanol; cerca de 2,0% a 15,0% p/p de dióxido de silício coloidal; cerca de 1,0% a 20,0% p/p de um tensoativo e cerca de 35,0% a 61,0% p/p de um óleo. A presente invenção fornece ainda um método para o tratamento e controle de infecção e infestação endoparasiticidas em animais homeotérmicos e um método para a preparação de uma composição endoparasiticida em gel.
Descrição Detalhada da Invenção Agentes endoparasiticidas tais como moxidectina e praziquantel podem ser administrados por via oral na forma de concentrados alimentares, aditivos alimentares, comprimidos, "oblets", bolos, géis, pastas ou outros ou podem ser administrados por via parenteral como uma formulação injetável. Dos tipos de formulação mencionados acima, indiscutivelmente o mais adequado por facilidade de administração, dosagem eficiente e eficaz, e aplicação econômica e prática dos agentes endoparasiticidas moxidectina e praziquantel é um gel ou pasta oral. Aditivos alimentares e concentrados alimentares não são apropriados devido à falta de estabilidade dos referidos agentes endoparasiticidas. Comprimidos, bolos, "oblets11 e porções são complicados de administrar de forma eficaz a grandes números de animais e a injeção parenteral é mais estressante para o animal e o aplicador.
Um gel transparente e fácil de usar é preferível a uma pasta porque é mais fácil tanto para os animais como para os tratadores de animais, a contaminação é facilmente visível e o estado físico do gel se con- verte íacilmente em líquido com a aplicação de esforço ou temperatura aumentada. Esta mudança de gel para líquido ajuda a rápida desintegração do gel orai na boca do animal quando inserido na cavidade oral. Este processo permite o trânsito fácil da forma de apresentação da boca para o trato gastrointestinal, isto é, o produto é engolido com facilidade. Ao contrário, formulações em pasta retêm sua estrutura e geralmente são expelidas da boca do animal. Experiências no campo demonstraram que animais tratados com um ingrediente ativo na forma de gel não apresentam quaisquer dos sinais de aversão e desconforto, tais como jogar a cabeça, enrolar a língua, salivar e não comer, que são característicos de animais tratados com uma ingrediente ativo em forma de pasta.
Surpreendentemente, foi agora descoberto que a moxidectina e o praziquantel podem formulados em uma composição em gel transparente e homogênea. A composição endoparasiticida em gel da invenção compreende cerca de 1,0% a 3,5%, de preferência cerca de 1,5% a 2,5%, mais preferivelmente cerca de 1,9% a 2,0% p/p de moxidectina; cerca de 10% a 15%, de preferência cerca de 12,0% a 13,0%, mais preferivelmente cerca de 12,0 - 12,5% p/p de praziquantel; cerca de 4,0% a 24,0%, de preferência 18,0% a 22,0%, mais preferivelmente cerca de 22,0% p/p de álcool benzíli-co; cerca de 1,0% a 34,0%, de preferência cerca de 5,0% a 7,5% p/p de etanol; cerca de 2,0% a 15,0%, de preferência cerca de 6,5% a 8,5% p/p de dióxido de silício coloidal; cerca de 1,0% a 20,0%, mais preferivelmente cerca de 3,0% a 6,0% p/p de um tensoativo; e cerca de 35,0% a 61,0%, mais preferivelmente cerca de 42,0% a 48,0% p/p de um óleo.
Componentes opcionais que podem estar presentes na composição da invenção incluem conservantes tais como hidroxitolueno butilado, hidroxianisol butilado, ácido sórbico, 2-hidróxi-bifenil, ou semelhante, de preferência hidroxitolueno butilado; espessantes tais como etil celulose, goma xantana, carragenina, hidroxipropilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, ou semelhante, de preferência etil celulose; ou qualquer excipiente inerte convencional normalmente usado em composições para saúde animal.
Tensoativos adequados para uso na composição da invenção incluem tensoativos não-iônicos tais como éster de sorbitan de polioxietile-noes, de preferência polissorbato 80, hidroxiestearato de polietileno glicol 660, óleo de rícino com polioxil 35, ou semelhante, de preferência um éster de sorbitan de polioxietileno, mais preferivelmente polissorbato 80. Óleos adequados para uso na composição da invenção incluem dicaprilato/dicaprato de propilenoglicol, triglicerídeo caprílico/cáprico ou outros, de preferência dicaprilato/dicaprato de propilenoglicol.
Vantajosamente, a composição endoparasiticida em gel transparente e homogênea da invenção garante uma dosificação completa e precisa com menos estresse tanto para o animal como para o aplicador. Além disso, a composição em gel da invenção tolera concentrações mais altas de ingredientes ativos, dessa forma minimizando a necessidade de administração múltipla. Por conseguinte, a presente invenção fornece um método para o tratamento e controle de infecção e infestação endoparasiticidas em animais homeotérmicos, o qual compreende administrar ao referido animal, por via oral, uma quantidade eficaz de uma composição em gel que compreende: cerca de 1,5% a 3,5% p/p de moxidectina; cerca de 10,0% a 15,0% p/p de praziquantel; cerca de 4,0% a 24,% p/p de álcool benzílico; cerca de 1,0% a 34,0% p/p de etanol; cerca de 2,0% a 15,0% p/p de dióxido de silício coloidal; cerca de 1,0% a 20,0% p/p de um tensoativo e cerca de 35,0% a 61,0% p/p de um óleo.
As quantidades eficazes podem variar de acordo com o estado de saúde geral do animal, o grau de infecção ou infestação, a espécie de parasita, a idade do animal, os órgãos infectados ou infestados, e outros. Em geral, quantidades da referida composição em gel suficientes para fornecer cerca de 0,3 mg/kg a 0,5 mg/kg, de preferência cerca de 0,4 mg/kg de moxidectina por peso corporal do animal e cerca de 2,0 mg/kg a 3,0 mg/kg, de preferência cerca de 2,5 mg/kg de praziquantel por peso corporal do animal são adequadas.
Animais homeotérmicos adequados para tratamento pelo método da invenção incluem animais eqüinos, bovinos, ovinos, suínos, caprinos, caninos, felinos e outros animais, de preferência animais eqüinos, mais preferivelmente cavalos. A presente invenção também fornece um método para a preparação de uma composição endoparasiticida em gel que compreende uma ou mais das seguintes etapas: 1) dissolver um espessante, tal como etil celulose, em uma mistura de álcool benzílico e etanol para formar uma solução A; 2) suspender praziquantel em um óleo, tal como dicaprila-to/dicaprato de propilenoglicol que fora preaquecido até cerca de 80°C, para formar uma suspensão B; 3) misturar a solução A com a suspensão B a temperaturas < 50°C até que seja obtida uma solução C que seja homogênea à temperatura ambiente; 4) misturar o tensoativo e opcionalmente hidroxitolueno butilado com a solução C para formar a solução D; 5) misturar seqüencialmente moxidectina e dióxido de silício coloidal à solução D para formar o gel E; e 6) misturar o gel E a vácuo para formar uma composição endoparasiticida em gel amarela transparente que é essencialmente isenta de ar. Várias modalidades preferidas da presente invenção estão descritas nos exemplos a seguir. Estes exemplos são simplesmente ilustrativos e não se destinam a limitar de forma alguma o escopo ou princípios básicos da invenção. Na verdade, várias modificações da invenção, além daquelas mostradas e descritas neste relatório, tornar-se-ão evidentes para os versados na técnica a partir dos exemplos a seguir e da descrição precedente. Tais modificações também estão dentro do escopo da presente invenção e das reivindicações anexas.
Exemplo 1 Preparação da composição endoparasiticida em gel A Descrição dos componentes % p/p Moxidectina, potência 90% 1,95 Praziquantel, potência 100% 12,17 Álcool benzílico 22,00 Hidroxitolueno butilado 0,08 Polissorbato 801 5,00 Dióxido de silício coloidal 7,50 Etil celulose (vise. 4) 0,25 Álcool desidratado, usp 5,00 Dicaprilato/dicaprato de propilenoalicol2 45,84 (q.s.3) 1 CRILLAT® 4HP, produzido por Croda Inc., Parsippany, NJ. 2 Miglyol® 840, produzido por Condea Vista, Cranford, NJ. 3 quantidade suficiente para atingir um total de 100% p/p. Método de preparação Etapa 1. Etil celulose é lentamente dissolvida em uma mistura de álcool benzílico e etanol com agitação.
Etapa 2. Dicaprilato/dicaprato de propilenoglicol que fora preaquecido até 80°C é empastado com praziquantel para formar uma suspensão. Quando a temperatura da suspensão está < 50°C, a solução obtida na etapa 1 é adicionada, a agitação continua até que o praziquantel tenha dissolvido e a mistura resultante é resfriada para a temperatura ambiente.
Etapa 3. Hidroxitolueno butilado e polissorbato 80 são adicionados à mistura obtida na etapa 2 com agitação contínua.
Etapa 4. Moxidectina é adicionada à mistura obtida na etapa 3 com agitação.
Etapa 5. Dióxido de silício coloidal é adicionado à mistura obtida na etapa 4 e a misturação a vácuo usando um misturador adequado continua até se formar um gel amarelo transparente, que é isento de ar.
Exemplo 2 Avaliação de campo comparativa da eficácia da composição A
Nesta avaliação, cavalos com infestação por estrôngiio conhecida foram tratados por via oral com uma dose de 0,4 mg/kg de moxidectina e 2,5 mg/kg de praziquantel em gel (composição A) ou uma dose de 0,2 mg/kg de abamectina e 2,5 mg/kg de praziquantel em pasta (EQUIMAX®, produzido por Virbac, New South Wales, Austrália), ou não receberam tratamento algum (controle). Cada tratamento consistiu em 10 cavalos. Contagens dos ovos fecais (FEC) foram feitas e anotadas em intervalos de duas semanas após o tratamento. Foi calculada a média dos dados. Os resultados estão mostrados na Tabela I.
Tabela I
Avaliação Comparativa Contagem dos Ovos Fecaisa Semanas Após o Tratamento Tratamento 2 4 6 8 10 12 14 Comp. A 0 0 26,7 61,9 173,8 321,0 178,0 EQUIMAX® 0 4 288,9 325,0 596,0 880,0 1.140,0 Controle 1.246,7 891,1 773,3 1.126,7 2.257,8 2.928,9 -b a Média aritmética b Controles tratados.
Como se pode ver pelos dados mostrados na Tabela I, a composição em gel da invenção oferece eficácia significativamente aumentada por um período de tempo mais longo que uma composição em pasta comercialmente disponível comparável.
Exemplo 3 Avaliação da eficácia endoparasiticida da composição A
Nesta avaliação, um grupo de 12 cavalos foi tratado por via oral com uma dose de 0,4 mg/kg de moxidectina e 2,5 mg/kg de praziquantel (composição A) e um grupo de 12 cavalos foi deixado sem tratamento (controle). Duas semanas após o tratamento, as colônias de parasitas foram determinadas e foi calculada a % de eficácia para os animais tratados. Foi calculada a média dos dados. Os resultados estão mostrados na Tabela II.
Parasitas Título da coluna Nome científico G. intest. G. intestinalis G. nasalis G. nasalis Paranopl. Paranoplocchphila Anoplo. spp. Anoplocephala spp.
Tabela II
Avaliação da eficácia endoparasiticida % de Eficácia Tratamento G. intest. G. nasalis Paranopl. Anoplo. Spp. (12/12 )a (12/12) (10/12) (12/12) Composição A 96,7 98,8 99,1 100,0 Controleb 201,8 136,5 11,2 6,7 a Número infectado/total b Média geométrica de parasitas (grau de infecção).
Como se pode ver pelos dados mostrados na Tabela II, a composição em gel da invenção oferece um alto grau de eficácia em um amplo espectro de endoparasitas.
Exemplo 4 Eficácia da formulação em gel Vinte e seis pôneis machos híbridos New Forest com aproximadamente 1 - 2 anos de idade foram usados neste estudo. Todos foram obtidos de uma área de New Forest onde se sabia que pastavam animais infectados com Gasterophilus spp. e A. perfoliata. Isto foi determinado por um exame post-mortem de material de um abatedouro de cavalos em South West England realizado antes da experiência.
Os cavalos foram alojados em pequenos grupos de 4-6 por 18 dias antes do tratamento. Cada cavalo passou por um exame físico feito por um cirurgião-veterinário para determinar sua adequabilidade para uso na experiência. O exame post-mortem de dois animais de pesquisa escolhidos aleatoriamente sete dias antes do tratamento revelou colônias moderadas de P. mamillana e A. perfoliata, bem como colônias moderadas a pesadas dos instares L2 e L3 de G. intestinalis e G. nasalis.
Os 24 animais restantes foram classificados por ordem de peso crescente, para formar 12 pares, e em seguida colocados aleatoriamente no grupo de controle não tratado ou no grupo tratado com moxidecti-na/praziquantel em gel. Este último grupo foi tratado com uma taxa de 0,5 ml/25 kg de peso corporal para proporcionar 0,4 mg de moxidectina/kg e 2,5 mg de praziquantel/kg de peso corporal. O tratamento consistiu em uma única administração oral no dorso da boca na base da língua. Os animais foram tratados usando-se seringas previamente enchidas, graduadas com precisão de 25 kg. As seringas eram pesadas antes e depois do tratamento para determinar a dose efetiva administrada. 13-14 dias após o tratamento, foi feita a necropsia em todos os animais e as colônias de berne e tênia foram determinadas. Amostras fecais foram colhidas 14 dias antes do tratamento e no momento da necropsia 13 -14 dias após o tratamento e examinadas quanto à presença de ovos de tênia e ovos de estrôngilo usando uma técnica modificada de flutuação de McMaster. Na necropsia, o trato intestinal do estômago até o intestino grosso foi retirado e dividido por ligadura no estômago, intestino delgado, ceco, cólon ventral e dorsal, para processamento separado.
As larvas de Gasterophilus spp. presentes na mucosa gástrica e no conteúdo do estômago foram removidas para quantificação. A identificação de espécies e instares individuais foi feita de acordo com a chave descrita por Wells e Knipling (1937).
Cada seção dos intestinos foi aberta e o conteúdo recolhido. Todas as tênias visíveis que ficaram na parede intestinal foram igualmente recolhidas para identificação e contagem. A identificação da espécie individual de tênia foi feita de acordo com o local de predileção, o tamanho e outros aspectos morfológicos. Uma grande quantidade de amostra fecal do grupo de controle não tratado recolhida na necropsia foi cultivada para identificar a espécie/o gênero do nematódeo presente.
As contagens de berne e de tênia foram transformadas pela transformação Y = In (contagem + 1) antes da análise. Os dois grupos foram comparados usando uma análise de dupla entrada da variância com o nível de significância ajustado no nível de 5%. Foi determinado que a formulação em gel de moxidectina/praziquantel combinados para cavalos tinha atividade específica contra uma espécie específica de parasita se todas as três condições a seguir eram satisfeitas: 1. a eficácia era maior ou igual a 90%, determinada pela média geométrica; 2. pelo menos seis animais de controle estavam infectados com a mesma espécie de parasita; e 3. o efeito do tratamento era significativo no nível P < 0,05.
Resultados Nenhum efeito adverso foi observado em nenhum dos animais tratados depois do tratamento. A formulação em gel também parecia ser saborosa. Com exceção de um cavalo, que acidentalmente ingeriu duas vezes a dose recomendada mordendo a seringa, a dose efetiva administrada variou de 94 a 102 (média 99) % da dose alvo.
Todos os 24 pôneis tinham contagens positivas de ovos de es-trôngilo antes do tratamento. As contagens de ovos variava entre 60 e 1050 com uma média de 252 ovos por grama (EPG). Depois do tratamento, os valores foram iguais a 288 (faixa 0 - 980) epg para os controles e 0,3 epg (um animal positivo) para o grupo tratado, representando uma redução de 99,9%. Coprocultura de fezes reunidas do grupo de controle no abate revelou que a população de estrôngilo era constituída de 68% de Cyathostoma spp. e 32% de Strongylus spp.
Todos os 12 controles continham colônias de A. perfoliata na necropsia, conforme mostrado na Tabela III. Os números variaram de 1 - 36 com uma média geométrica de 6,7. Ao contrário, o grupo tratado teve contagens iguais a zero. Dez dos 12 pôneis também estavam infectados com P. mamillana (média 11,2, faixa 1 a 133), ao passo que no grupo tratado foi encontrada uma única tênia em somente um animal (média 0,1) dando uma eficácia de 99,9% (P < 0,001). Nenhum A. magna foi encontrado em qualquer dos cavalos. O exame fecal não conseguiu detectar nenhum ovo de tênia em nenhum dos animais seja antes ou depois do tratamento. Isto reflete a falta de sensibilidade da técnica de flutuação de McMaster para determinar a presença de ovos de tênia em fezes.
Verificou-se que todos os animais de controle estavam infectados com G. intestinalis e G. nasalis. Estavam presentes ambos os estágios L2 e L3. Para G. intestinalis, os números variavam de 13 - 278 (média (91,9) e 2 - 312 (média 89,4), respectivamente. Os valores correspondentes para o grupo tratado foram 0 - 24 (média 2,3) e 0 - 17 (média 3,9) dando valores de redução % de 97,5% (P < 0,001) e 95,6% (P< 0,001) para os estágios L2 e L3, respectivamente. Os números de G. nasalis nos controles variavam de 12 - 400 (média 46,7) para L2 e 25 - 140 (média 80,8) para L3. No grupo tratado, os valores foram 0-10 (média 1,4) e 0 - 8 (média 0,3) dando 97% (P < 0,001) e 99,6% (P < 0,001) de eficácia contra os estágios L2 e L3, respectivamente.
Os resultados deste estudo confirmam que o gel de moxidecti-na/praziquantel para cavalo a 0,4 mg de moxidectina/kg e 2,5 de prazi-quantel/kg de peso corporal é altamente eficaz contra tênias e bernes em cavalos naturalmente infectados no Reino Unido. Ele foi 99 - 100% eficaz contra A. perfoliata e P. mamillana e 95,6 - 99,6% eficaz contra os instares L2 e L3 de G. intestinalis e G. nasalis. O produto foi bem tolerado e aceito pelos animais. A redução de 99,9% nas contagens de ovos de estrôngilo nas fezes sugere que a moxidectina, em conjunto com praziquantel, continua a ter excelente atividade contra nematódeos gastrointestinais.
Tabela 111 Contagens médias de tênia e berne na necropsia Controle Tratado % de Eficácia Número de animais 12 12 A perfoçoata 6,7 0 100 (1 - 36) (-) P. mamillana 11,2 0,1 99,1 (1-133) (0-1) G, intestinaüs -L2 91,9 2,3 (13-278) (0-24) 97,5 - L3 89,4 3,9 (2-312 (0-17) 95,6 G. nasalis - L2 46,7 1,4 (12-400) (0- 10) 97,0 - L3 80,8 0,3 (25- 140) (0-8) 99,6 Exemplo 5 Um estudo de campo em duas partes incluiu um total de 43 cavalos para a parte (I) de nematódeos e outros 8 cavalos para a parte (II) de tênia. Parte I: o grupo A (N = 26) foi tratado com o gel de moxidectina/praziquantel, o grupo B (N = 10) recebeu uma pasta de abamectina/praziquantel e 9 cavalos no grupo C ficaram como grupo de controle não tratado. A eficácia foi monitorada por medição dos ovos nas fezes por grama (epg): a média de recusa no grupo C variava de 773,3 a 2928,9 epg. Seguindo-se a recomendação comum de aplicar tratamento quando 50% dos cavalos no grupo têm epg > 200, os cavalos no grupo B deveríam ter sido tratados entre a semana 6 e 8, quando 6 dos 8 cavalos analisados tinham epg > 200. Não foi necessário tratamento dos cavalos do grupo A em época alguma durante o período de estudo de 14 semanas. O grupo C teve que ser tratado na semana 12 por motivos de bem-estar dos animais. A eficácia contra a tênia foi de 100%. Um estudo de segurança de 14 potros jovens com 3 semanas a 7 semanas de idade mostrou que o gel de moxidec-tina 2%/praziquantel 12,5% para cavalos era seguro quando aplicado até 3 vezes mais que a dose recomendada.