Relatório Descritivo da Patente de Invenção para "BACTÉRIASPROBIÓTICAS QUE INFLUENCIAM O METABOLISMO DE GORDURA EOBESIDADE, BEM COMO PRODUTOS, CÁPSULAS E USO DAS MESMAS".
Campo da Invenção
A presente invenção refere-se ao uso de bactérias probióticaspara a fabricação de um produto alimentício, ração, suplemento dietético,produto nutricional, remédio natural, formulação farmacêutica ativa e produtomedicinal a ser usado para o controle de ganho de peso, prevenção de obe-sidade, aumento da saciedade, prolongamento da saciedade, redução daingestão de alimento, redução do depósito de gordura, melhora do metabo-lismo de energia, intensificação da sensibilidade à insulina, tratamento deobesidade e tratamento de insensibilidade à insulina.
Antecedentes da Invenção
O interesse no uso de alimento para influenciar a saúde estácrescendo rapidamente entre os pesquisadores, profissionais de saúde e naindústria de alimentos. A síndrome metabólica, incluindo obesidade, arma-zenamento de gordura abdominal e diabetes do tipo II, é uma das principaisameaças à saúde e bem-estar humanos. Atualmente, mais pessoas estãomorrendo por comer muito do que o número de pessoas que morrem porcomer pouco. Assim, a possibilidade para um menor risco de obesidade earmazenamento de gordura corporal é de grande valor em uma perspectivade saúde mundial e a possibilidade de desenvolver produtos alimentíciosnessa área é de grande interesse para a indústria de alimentos.
A indústria de alimento já tem respondido a essa demanda atra-vés de desenvolvimento de produtos com baixa densidade de energia, porexemplo, produtos com baixo teor de gordura e baixo teor de carboidrato. Aspossibilidades de encontrar componentes bioativos que ocorrem naturalmen-te em alimentos ou possíveis de adicionar, que influenciam o risco de obesi-dade, metabolismo de gordura, metabolismo de glicose e saciedade abrenovas possibilidades para que a indústria desenvolva, isto é, alimentos fun-cionais com efeitos documentados para a saúde. Estudos recentes mostran-do uma correlação entre o consumo de altos níveis de cálcio no leite e umabaixo índice de massa corporal (BMI) foram publicados. Atualmente, a con-clusão de que o cálcio no leite e produtos de leite diminuem o risco de obe-sidade, armazenamento de gordura corporal e resistência à insulina foi tiradade uma série de artigos de revisão. O cálcio em si não parece ter essas pro-priedades e foi especulado que, além do cálcio, há uma necessidade porcomponentes bioativos presentes no leite.
Probióticos são definidos pelo ILSE (International Life ScienceInstitute) como "micro-organismos com um efeito benéfico para a saúde" a-dicionados. Probióticos são comumente usados em alimentos, produtos deração e suplementes dietéticos por sua influência sobre a saúde do intestino,infecção e sistema imune. Foi mostrado que alguns tipos de probiótico, masnão todos os estudados, influenciam o nível de colesterol no sangue e, re-centemente, a possibilidade de diminuir a pressão sangüínea através do usode produtos de leite fermentados por bactérias do ácido láctico proteolíticasfoi descoberta. Assim, o interesse em probióticos é grande e o papel centralda flora intestinal para a saúde e bem-estar do intestino e o sistema imune éfortemente estabelecido.
Durante os últimos anos, técnicas freqüentemente referidas co-mo genômica e nutrigenômica foram desenvolvidas. Essas técnicas permi-tem novas possibilidades únicas para estudar a influência dos alimentos,componentes nutricionais e probióticos sobre a saúde e bem-estar. Assim,áreas novas e inesperadas com relação aos efeitos para a saúde podem serencontradas e o mecanismo por trás de um efeito para a saúde pode sersugerido.
A base para o presente pedido é estudos sobre o homem e ca-mundongos, mostrando de modo interessante que um produto probióticoinfluência a saciedade, diminui o armazenamento de gordura e o risco deobesidade. Possíveis mecanismos por trás do efeito observado foram expli-cados a partir de estudos de expressão de gene após o consumo dos produ-tos probióticos.
Descrição da Técnica AntecedenteFunções metabólicas que contribuem para o peso excessivo,síndrome metabólica e o risco de diabetes do tipo Il foram descritos e tam-bém o elo entre nutrição geral e essas doenças é bem-conhecido. Contudo,há uma necessidade por estudos de intervenção baseados em dieta paraestabelecer o papel de alimentos individuais e de grupos de alimentos nadiminuição do risco de desenvolver essas doenças. Em estudos nessa área,têm sido um foco a densidade de energia, gordura e carboidratos.
Um fator importante na síndrome metabólica é o metabolismo deglicose, incluindo a sensibilidade à insulina. Há um elo entre o depósito degordura corporal, a insensibilidade à insulina e o peso excessivo. Há tam-bém um elo entre saciedade e fartura. As interações e relações entre todasessas funções são complexas e é difícil identificar a seqüência exata de e-ventos que levam à saúde ou doença.
Uma série de genes e suas proteínas correspondentes que es-tão envolvidos na homeostase de energia foram descritos. O tecido adipososintetiza uma série de proteínas com semelhança estrutural à citocinas e,portanto, essas proteínas são denominadas adipocinas. Algumas dessastambém são sintetizadas no intestino ou a síntese é regulada a partir do in-testino. O receptor nuclear PPAR-gama está envolvido na síntese, por e-xemplo, de adiponectina e a síntese está associada à ingestão de calorias esinalização à leptina. Síntese aumentada de adiponectina melhora a sensibi-lidade à insulina através de aumento do transporte de ácido graxo, oxidaçãoe dissipação no músculo esquelético e através de aumento da sensibilidadedo hepatócito à insulina. Outro fator derivado de adipócito nutricionalmenteregulado que influência a sensibilidade à insulina é a resistina. Os níveis deresistina em circulação estão aumentados em obesidade, enquanto que tra-tamento de camundongos com resistina resultou em produção aumentadade glicose e ação deficiente de insulina. Assim, a resistina tem uma funçãona homeostase de glicose e atua como um antagonista à ação da insulina,dando origem à resistência à insulina. Proteínas semelhantes à resistinatambém são expressas no trato gastrointestinal (14). A proteína apolipopro-teína A-IV é secretada pelo intestino delgado em seres humanos e em roe-dores. A síntese é estimulada pela ingestão de gordura e a proteína prova-velmente está envolvida na inibição da ingestão de alimento após ingestãode gordura. Estudos mostraram que a apolipoproteína A-IV provavelmenteestá envolvida na regulação a curto prazo e a longo prazo da ingestão dealimento.
Hooper e outros (11) estudaram a expressão de gene no intesti-no de camundongos expostos a Bacteroides thetraiotaomicron. Eles concluí-ram que os experimentos mostram o papel essencial para a interação entrea microflora intestinal e o hospedeiro. Nenhum efeito sobre o metabolismode energia ou obesidade foi reportado. A influência de probióticos sobre aexpressão de gene na mucosa do intestino delgado foi estudada para Lacto-bacillus rhamnosus GG (8). Sua conclusão é que a administração de Lacto-bacilos GG está associada a uma resposta genética complexa. As principaisrespostas observadas são efeitos sobre o sistema imune, inflamação, apop-tose, crescimento e diferenciação celular, adesão celular e transcrição etransdução de sinal. Nenhum efeito sobre a energia, gordura, glicose ou me-tabolismo de insulina é reportado. Em uma apresentação oral por W. de Vos,na 4a conferência NIZO Dairy em 2005, a influência de Lactobacilos, por e-xemplo, L. plantarum 299v, sobre a expressão de gene no intestino foi apre-sentada e a conclusão foi que o efeito sobre a expressão de gene de dife-rentes cepas varia consideravelmente. Nenhum efeito sobre a energia oumetabolismo de gordura foi reportado.
Uns poucos artigos relacionando a flora intestinal ao ganho depeso e armazenamento de gordura foram publicados. Báckehed e outros (7)estudaram a importância da flora intestinal normal para o ganho de peso earmazenamento de gordura corporal. Foi mostrado que camundongos gno-tobióticos convencionalizados com um microbiota normal aumentaram suagordura corporal em 60% e aumentaram a resistência à insulina durante umperíodo de alimentação de 14 dias, a despeito da ingestão reduzida de ali-mento. Uma sugestão sobre como o microbiota pode influenciar o armaze-namento de triglicerídeo é apresentada. Assim, sabe-se que o microbiotanormal no intestino influência o metabolismo de gordura, contudo, até essainvestigação, não se sabia que a flora normal poderia ser modificada comrelação ao metabolismo de gordura.
Ali e outros (2, 3) estudaram a influência de isoflavonas de sojacom ou sem probióticos para influenciar o metabolismo de colesterol e o de-pósito de gordura e descobriram que os probióticos usados não tinham influ-ência sobre o colesterol ou depósito de gordura. Outras investigações refe-rência mostraram que algumas cepas de probiótico podem influenciar o nívelde colesterol no sangue (1, 13). Esse e outros estudos onde cepas probióti-cas são comparadas mostram que diferentes cepas probióticas têm diferen-tes caracteres e é importante escolher as cepas corretas para efeitos especí-ficos sobre a saúde.
Na publicação de patente PCT WO 04/014403 (15), o uso deprobióticos para reduzir a quantidade de monossacarídeos e dissacarídeosem alimentos e, desse modo, tratar ou prevenir o risco de obesidade, é des-crito. Na patente US N0 6 696 057, Bojrab (4) patenteou uma composição debactérias para iogurte, por exemplo, Lactobacillus bulgaricus e Streptococ-cus thermophilus, para o tratamento de distúrbios gastrointestinais, hiperlipi-demia e doenças autoimunes e, na patente US 6 641 808, Bojrab (5) des-creve o uso da mesma composição para o tratamento de obesidade. Essainvenção é também descrita no pedido de patente Européia 1 177 794 (6).
As patentes/ pedidos têm uma longa descrição sobre a influência de probió-ticos sobre a saúde do intestino, infecção e imunidade, mas o único experi-mento apresentado que confirma a influência sobre a obesidade é um únicoexperimento de alimentação com uma pessoa. O uso de chá verde ou extra-tos de chá verde com uma combinação de uma série de componentes bioa-tivos e probióticos para perda de peso foi patenteado por Gorsek nas paten-tes US 6 383 482 (9) e 6 565 847 (10). Em ambas as patentes, os principaiscomponentes ativos são o chá verde e os componentes bioativos, enquantoque probióticos são adicionados como parte da composição básica. Na pa-tente US 6 808 703 e no pedido de patente Japonesa 2001-292728 (16),uma forma de preparar um alimento para tratamento de obesidade contendolevedos, enterobactérias, bactérias do ácido láctico, oligossacarídeos e fibravegetal é descrita. Nenhum exemplo ou reivindicações referentes ao trata-mento de obesidade são apresentados.Descrição da Invenção
Um objeto da invenção é o uso de bactérias probióticas para afabricação de um produto alimentício, ração suplemento dietético, produtonutricional, remédio natural, formulação farmacêutica ativa e produtos medi-cinais a serem usados para o controle de ganho de peso, prevenção de obe-sidade, aumento de saciedade, fartura prolongada, redução da ingestão dealimento, redução do depósito de gordura, melhora do metabolismo energé-tico, intensificação da sensibilidade à insulina, tratamento de obesidade etratamento de insensibilidade à insulina.
Esse objeto é obtido pelo fato de que as bactérias probióticassão selecionadas do grupo consistindo em bactérias do ácido láctico, espe-cialmente Lactobacillus casei, Lactobacillus acidophilus e BifidobacteriumIaetis e, mais preferivelmente, Lactobacillus casei F19 (LMG P-17806), Lac-tobacillus acidophilus NCFB 1748 e Bifidobacterium Iactis Bb12 (as bactériassão depositadas no LMG Culture Collection em Gent, disponível da NCFBculture collection e da Chr. Hansen Company DK, respectivamente). As ce-pas serão referidas como LMG P-17806, NCFB 1748 e Bb12 abaixo.
Lactobacillus casei F19 (LMG P-17806), Lactobacillus acidophi-lus NCFB 1748 e Bifidobacterium Iactis Bb12 são bem-caracterizadas e acepa LMG P-17806 e seu uso foram anteriormente patenteados (WO99/29833). As três cepas sobrevivem bem em produtos alimentícios e duran-te a passagem através do intestino.
O impacto da invenção é de importância considerável, uma vezque o estilo de vida comum atual e freqüentemente significa ingestão exces-siva de alimento, levando a um risco aumentado de síndrome metabólica,incluindo obesidade, depósito de gordura abdominal e diabetes do tipo II.Diabetes do tipo Il é causada por uma baixa sensibilidade à insulina ou resis-tência à insulina. Essa ameaça à saúde humana aumenta continuamente emtodos os grupos de idade no mundo todo. Lactobacilos, como probióticos,são aceitos como um produto alimentício e uma ração, produto natural, su-plementos dietéticos e em remédios naturais, formulações farmacêuticasativas e produtos medicinais. Eles são fáceis de usar nesses sistemas dedistribuição e podem ser facilmente consumidos em uma base diária. O con-sumo regular dessas bactérias ajudará a controlar o ganho de peso, prevenirobesidade, aumentar a saciedade, prolongar a fartura, reduzir a ingestão dealimento, reduzir o depósito de gordura, melhorar o metabolismo energético,intensificar a sensibilidade à insulina, tratar obesidade e tratar a insensibili-dade à insulina e, desse modo, o risco de doenças incluídas na síndromemetabólica.
Incluídos na invenção estão os seguintes estudos:
Um estudo mostrou promissoramente que um produto probióticopode diminuir o ganho de peso em seres humanos. Outros estudos mostra-ram que homens aos quais foram fornecidos probióticos reportaram umamaior saciedade e tinham uma sensação de fartura mais duradoura do queem indivíduos aos quais foi fornecido o mesmo leite acidificado sem probióti-cos ou placebo. Camundongos aos quais foram fornecidos probióticos ti-nham uma menor ingestão de energia total, menos depósito de gordura notecido adiposo e um menor ganho de peso total do que indivíduo aos quaisnão foram fornecidos probióticos. Estudos de expressão de gene confirmamque o provável mecanismos por trás dos efeitos observados é uma influênciasobre um agrupamento de genes envolvidos no metabolismo de energia,gordura, açúcar e insulina e sobre a sensação de fartura.
Exemplos
1) Regulação de peso em seres humanos
Em um estudo duplo cego, controlado com placebo, foi fornecidoa seres humanos um leite acidificado contendo probióticos (LMG P-17806 eNCFB 1748) ou o mesmo leite acidificado sem probióticos ou um comprimidode cálcio. Os grupos consistiam em 15, 14 e 10 pessoas, respectivamente.As bactérias probióticas foram adicionadas ao produto em uma concentra-ção final de 5x10E7 UFC/mL e o número de bactérias era estável no produtodurante o período experimental. Os participantes comeram 2x 2,5 dl do pro-duto a cada dia. As pessoas incluíam aquelas ligeiramente acima do peso(BMI 25-30). O objetivo do experimento foi estudar os efeitos de probióticossobre o metabolismo de colesterol e o ganho de peso foi medido como umamedida de controle. Nenhuma orientação referente ao controle de peso foifornecida, mas foi oferecido a todos os participantes um tratamento para re-dução de peso após o experimento. As bactérias sobreviveram à passagemno intestino e aumentaram o número de Iactobacilos encontrados nas fezesdos participantes em um fator de 5. Após 4 semanas, havia uma diferençasurpreendente, mas significativa, no ganho de peso entre os três grupos. Ovalor médio para o ganho de peso foi 0,25 kg no grupo que recebeu o produ-to probiótico, 0,75 kg no grupo que recebeu o leite acidificado sem probióti-cos e 1,4 kg no grupo que recebeu o comprimido. Veja Figura 1.2) Saciedade e sensação de fartura em seres humanos
Em um estudo duplo cego, controlado com placebo, foi fornecidoa seres humanos um leite acidificado contendo probióticos em duas dosa-gens diferentes ou um placebo N0 1 consistindo no mesmo leite acidificadosem probióticos ou um placebo no. 2 consistindo em leite acidificado semquaisquer bactérias do ácido láctico também. Os micro-organismos probióti-cos, LMG P 17806, NCFB 1748 e Bb12, foram adicionados ao produto emuma concentração final de 1x10E6 UFC/mL e 5x10E7 UFC/mL de cada ce-pa. Após um café da manhã padrão controlado, incluindo 3 dl de qualquerum dos quatro produtos, os participantes foram solicitados a indicar a sacie-dade e a fome em uma escala VAS (Escala Analógica Visual) diretamenteapós a refeição e continuamente a cada meia hora durante 4 horas. No total,10 pessoas foram incluídas no estudo e a cada participante foram fornecidostodos os quatro produtos, mas em diferentes ocasiões e as diferenças relati-vas foram calculadas. Diretamente após a refeição, havia uma ligeira dife-rença nos escores de saciedade entre os produtos. O leite acidificado comprobióticos em uma concentração de 5x10E7 UFC/mL e 1x10E6 proporcio-nou os maiores escores (com relação ao escore-VAS de 6,6 e 6,4, respecti-vãmente) e o placebo no.1 tinha um escore intermediário (com relação aoescore-VAS de 5,9). Os escores de saciedade caíram após 3,5 horas para3,1, 3,0, 2,5, e 2,2, respectivamente. A diferença era pequena, mas a dife-rença entre os produtos persistia e uma influência sobre a sensação de far-tura foi notada para o produto probiótico com duas concentrações diferentesde bactérias. Com referência à fome, a situação oposta pôde ser observada,isto é, os produtos probióticos forneceram um escore de fome menor do queos dois produtos de placebo. Diretamente após a refeição, os dois produtosprobióticos resultaram em escores de fome de 0,4 para ambos os produtosna escala VAS1 o placebo no. 1 era intermediário (escore VAS de 0,9) e oplacebo no. 2 proporcionou um escore VAS sobre a fome de 1,1. Após qua-tro horas, os valores eram 6,0, 6,2, 7,0 e 6,9, respectivamente.
Após o café da manhã padrão acima e as quatro horas, quandoos dados sobre a saciedade e a fome foram recebidos, foi fornecido aos par-ticipantes um almoço-padrão. Os participantes foram solicitados a comer atéque eles estivessem satisfeitos e tentassem chegar ao mesmo nível de saci-edade após cada café da manhã diferente. Após comer os produtos probióti-cos, a ingestão de energia no almoço era de 3690 KJ para o produto comalto nível de probióticos, era de 3810 para aquele com baixo nível de probió-tico. Para o placebo no. 1, ela era de 3850 e para o placebo no. 2, era de3995. Isso mostra que os produtos probióticos podem reduzir a ingestão deenergia em uma refeição pós-prandial após comer os produtos probióticoscomo parte do café da manhã.
3) Ingestão de alimento em camundongos
A camundongos com flora normal do gênero Swiss Webster foifornecido leite acidificado contendo LMG P-17806 ou NCFB 1748 ou umproduto de placebo com a mesma composição, mas sem probióticos durante10 dias. Os camundongos tinham entre 6 ou 8 semanas quando a adminis-tração foi iniciada. Os grupos aos quais foram fornecidos probióticos conti-nham 7 camundongos em cada grupo e o grupo com placebo consistia em 5animais. Os micro-organismos probióticos foram adicionados aos produtosem uma concentração final de 1x10E8 UFC/mL e o número de bactérias eraestável no produto durante o período de alimentação. Aos camundongosforam fornecidas duas dosagens de áreas-padrão dos produtos, uma atravésde alimentação oral forçada de 1 mL e uma através de injeção sublingual.Ambas as bactérias probióticas sobrevieram à passagem no intestino e es-tavam presentes em números significativos nos intestinos delgado e grossodos camundongos. Além dos produtos probióticos e do produto de placebo,os camundongos tinham acesso ad Iibitum à dieta com ingredientes purifica-dos (D12450B da Research Diets Inc., Nova Jersey1 EUA). A ingestão deárea de alimento foi comparada entre os dois grupos de camundongos quereceberam cepas de Lactobacillus versus o grupo de camundongos complacebo. Os produtos foram bem tolerados pelos camundongos.
Durante a segunda parte do período de alimentação, a ingestãode alimento foi significativamente reduzida nos grupos de animais aos quaisforam fornecidos probióticos comparado com o grupo que recebeu o produtode placebo. Veja Figura 2.
4) Armazenamento de gordura abdominal em camundongos
A camundongos com flora normal foi fornecido um leite acidifica-do com produto probiótico contendo LMG P-17806 ou um produto de place-bo com a mesma composição, mas sem probióticos ou mantidos como umgrupo de controle ao qual foi fornecida a mesma ração que os outros doisgrupos, mas sem o leite acidificado. O gênero de camundongo escolhido foiC57BI6 (Charles River), o qual é sensível à obesidade induzida por dieta. Onúmero de animais incluídos nos diferentes grupos foi 15 em cada um dosgrupos aos quais foi fornecido leite acidificado e 3 no grupo de controle. Oscamundongos foram introduzidos no estudo quando eles tinham 9 semanasde idade. O número de bactérias probióticas no produto era de 1x10E8UFC/mL e os camundongos foram deixados comer o produto ad libitum, 5dias por semana, durante um número total de 12 semanas. Para ganho depeso rápido, os camundongos foram alimentados com uma dieta com altoteor de gordura ((D12309 da Research Diets Inc. Nova Jersey, EUA, conten-do 36% de gordura durante as primeiras 5 semanas e, então, D12492 (35%de gordura) da mesma companhia durante as semanas restantes do experi-mento). Após 12 semanas, os camundongos foram sacrificados e os dadossobre o ganho de peso, consumo de alimento e quantidade de gordura ab-dominal foram analisados. Os camundongos aos quais foi fornecido um pro-duto de leite acidificado ganharam menos peso do que os camundongos decontrole que não receberam qualquer leite acidificado. Os camundongos aosquais foi fornecido leite acidificado com probióticos também tinham um me-nor armazenamento de gordura abdominal comparado com o grupo que re-cebeu leite acidificado sem probióticos e o grupo de controle que não rece-beu qualquer leite acidificado também.
5) Expressão de gene em camundongos
A camundongos com flora normal e isentos de germe da cepaSwiss Webster foi fornecido leite acidificado contendo LMG P-17806 ouNCFB 1748 ou um produto de placebo com a mesma composição mas semprobióticos durante 10 dias. Os camundongos tinham entre 6 e 8 semanasde idade quando a administração foi iniciada. Os grupos aos quais foramfornecidos probióticos continham 6 camundongos em cada grupo e o grupocom placebo consistia em 4 animais. Os micro-organismos probióticos foramfornecidos aos produtos em uma concentração final de 1x10E8 UFC/mL e onúmero de bactéria era estável no produto durante o período de alimenta-ção. Aos camundongos foi fornecido o produto diariamente através de ali-mentação oral forçada. Durante o estudo, os camundongos tinham acessoad Iibitum à dieta com ingredientes purificados (D12450B da Research DietsInc., Nova Jersey1 EUA). Ambas as bactérias probióticas sobreviveram àpassagem no intestino e estavam presentes em números significativos nosintestinos delgado e grosso dos camundongos. Os camundongos foram sa-crificados e a expressão de gene no intestino delgado foi analisado atravésda tecnologia de micro-arranjo de oligonucleotídeo. Além dos efeitos espe-rados sobre o sistema imune, descobriu-se que os efeitos inesperados sobrea expressão de uma série de genes envolvidos no metabolismo e homeosta-se de energia eram diferentes no grupo com placebo comparado com osdois grupos com probiótico. Dentre os genes que mostraram uma alteraçãosignificativa na expressão estavam Scd1, Acrp30, Adn1 Thrsp, Car3 e Apoa-4, todos os quais estavam regulados positivamente nos grupos com probióti-co e Retnlb1 o qual estava regulado negativamente nos grupos probióticos,comparado com o grupo com placebo. O padrão de expressão de gene dife-rencial era muito similar para as cepas probióticas usadas. Expressão dife-rencial de genes de adipsina (Adn)1 adiponectina (Acrp 30), anidrase carbô-nica 3 (Car3) e resistina beta-semelhante (RetnIb) em camundongo isentosde germe foi confirmado através da técnica PCR em tempo real quantitativa,veja Figura 3. A Figura 4 mostra os níveis de expressão de apolipoproteínaA-IV (Apoa4) em camundongos colonizados com flora normal, conforme veri-ficado através da abordagem de PCR em tempo real quantitativa.
6) Dosagem
A dosagem total das cepas individuais de bactérias probióticasdos diferentes experimentos descritos acima era 1x10E8- 1x10E9 UFC (ex-perimentos com camundongos) e 2,5x10E8-2,5x10E10 (experimentos comseres humanos). Essa dosagem precisa ser administrada em uma porção oucomo uma dose diária significando que, por exemplo, uma bebida para usohumano que é consumida em quantidades de 200 - 500 mL, precisa conter0,5x10E6-1,25x10E8 UFC/mL da cepa individual para eficácia e uma cápsu-la precisa conter a quantidade total de bactérias em aproximadamente 1 gdo teor na cápsula, isto é, 1x10E8-2,5x10E10. Para as maiores concentra-ções de bactérias, as bactérias precisam ser concentradas através de Iiofili-zação ou secagem por pulverização.
7) Preparo de produto
As bactérias probióticas têm de ser adicionadas a produtos ba-seados em leite, cereais ou frutas. As bactérias foram adicionadas como umconcentrado, por exemplo, liofilizadas, e a sobrevivência foi analisada emtodas as matrizes genealógicas. A sobrevivência foi muito boa em produtosbaseados em leite e baseados em cereais. Em produtos baseados em fru-tas, a sobrevivência é influenciada pelo tipo de fruta. Como um pó liofilizado,cuidado precisa ser tomado com referência à atividade em água e exposiçãoao oxigênio. Os resultados da produção de produto podem ser observadosna tabela 1.
As bactérias probióticas também podem ser adicionadas a pro-dutos baseados em leite junto com outras bactérias do ácido láctico para aprodução de diferentes tipos de produtos cultivados. Nesse ambiente, asbactérias probióticas podem se multiplicar e estarão bem ajustadas ao ambi-ente ácido, proporcionando uma boa sobrevivência também no baixo pH fi-nal nesses produtos. Os resultados da produção de produto podem ser ob-servados na tabela 1.<table>table see original document page 15</column></row><table>Referências bibliográficas:
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