PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE DECOCTOS DE CASCAS DE VITIS LABRUSCA E VITIS VINIFERA, PROCESSO DE OBTENÇÃO DO EXTRATO HIDRO-ALCOÓLICO, PROCESSO DE OBTENÇÃO DO EXTRATO HIDRO-ALCOÓLICO-ACETATO DE ETILA E COMPOSIÇÕES FARMACÊUTICAS Campo da Invenção [1] A presente invenção refere-se a produtos que apresentam atividade anti-hipertensiva, a obtenção de tais produtos a partir de plantas da família das Vitaceae, mais particularmente às espécies Vitis labrusca e Vitis vinifera, às aplicações desses produtos, a processos de obtenção destes produtos, mais particularmente à obtenção de decocto das cascas destas plantas, mais particularmente à obtenção de extratos hidro-alcoólico e extrato hidro-alcoólico-acetato de etila obtidos destes decoctos, mais particularmente à obtenção de produtos farmacêuticos nelas baseados e uso · terapêutico dos produtos farmacêuticos no tratamento da hipertensão arterial e nas doenças induzidas por esta doença.
Antecedentes da Invenção [2] A hipertensão arterial é doença com grande incidência na população adulta e é capaz de induzir uma série de efeitos deletérios no paciente hipertenso incluindo disfunções, principalmente no coração, nos rins e no cérebro. A hipertensão arterial é hoje uma das principais causas de morte na população como um todo. Desta forma o tratamento farmacológico, que visa não só prevenir o aparecimento da hipertensão arterial como reduzir as cifras tensionais elevadas dos pacientes hipertensos, é medida altamente salutar e recomendada não só pelos médicos, como pelos serviços de Saúde Pública do nosso Pais. 0 tratamento farmacológico dos pacientes hipertensos é feito com a aplicação de inúmeros grupos de medicamentos anti-hipertensivos e entres estes encontramos os diuréticos, os bloqueadores beta adrenérgicos, os inibidores do sistema renina angiotensina-aldosterona, os inibidores do sistema simpático de ação central e os medicamentos que relaxam diretamente a musculatura lisa dos vasos.
[3] Inúmeros trabalhos científicos mostram que a mortalidade cardiovascular é inversamente proporcional à ingestão de moderada quantidade de bebidas alcoólicas. 0 trabalho clássico de St. Leger e colaboradores (Lancet 1: 1017-1020, 1979) sugeriu pela primeira vez que o consumo de vinho pode ser responsável pela menor incidência de distúrbios coronarianos, o que levou a se cunhar o conceito do "paradoxo francês" (Lancet 338:464-486,1991) visto que na França a incidência de ataques cardíacos em indivíduos com dieta rica em lipídeos mas que ingerem diariamente vinho nas refeições, é muito menor do que nas populações onde a ingestão de vinho é discreta. Uma das explicações deste paradoxo seria a presença de algumas substâncias no vinho, como os polifenois os quais poderiam reduzir as taxas de colesterol plasmático, fator de risco para as doenças coronarianas.
[4] O mecanismo pelo qual o consumo periódico de pequenas quantidades de vinho reduz a mortalidade por cardiopatia isquêmica, isto é infarto agudo do miocárdio, ainda não foi esclarecido, sendo que a hipótese atualmente aceita seria decorrente de um efeito sobre o metabolismo lipídico. Todavia, como a hipertensão arterial é fator de alto risco para as doenças coronarianas isquêmicas como infarto do miocárdio, a presente invenção propõe um mecanismo protetor cardiaco na medida que as composições farmacêuticas, objeto do presente pedido de patente que se fundamenta nos resultados experimentais os quais demonstram a capacidade dos ditos produtos, não só de impedir o aparecimento de hipertensão arterial em ratos, como também de reduzir os níveis elevados de pressão arterial em diversos tipos de hipertensão arterial em animais de experimentação.
Sumário da Invenção [5] A presente invenção refere-se ao processo de obtenção de produtos que apresentam atividade anti-hipertensiva. Refere-se igualmente a obtenção de tais produtos a partir de plantas da família das Vitaceae, e mais particularmente às espécies Vitis vinífera e Vitis labrusca, em particular, a um processo para obtenção dos ditos produtos que compreende submeterem-se as cascas dos frutos de tais plantas, a uma extração.
[6] Mais particularmente refere a presente invenção a um processo de obtenção de produtos dotados de atividade anti-hipertensiva, que compreende a separação de cascas, polpa e sementes dos frutos, obtenção de um decocto das cascas dos ditos frutos, e extração do decocto das cascas com solvente(s) fisiologicamente aceitável(veis), tais como etanol, acetato de etila e/ou suas misturas, e processarem-se posteriormente os decoctos e os extratos obtidos visando a obtenção de produtos farmacologicamente ativos.
[7] Mais particularmente refere-se ainda a presente invenção à obtenção de produtos dotados de atividade anti- hipertensiva sob a forma de um decocto, que compreende submeter cascas dos frutos a uma extração com um solvente(s) fisiologicamente aceitável (veis) tal como, por exemplo, água sob a forma de deccoção por cerca de 3 a 30 minutos.
[8] Além disso, refere-se a presente invenção a um processamento dos ditos decoctos e extratos para obtenção de produtos farmacologicamente ativos.
[9] Ainda também se refere a presente invenção a um processo para obtenção dos ditos produtos sob a forma de extratos hidro-alcoólico e hidro-alcoólico-acetato de etila, e posterior separação, concentração e liofilização para a obtenção dos ditos produtos.
[10] Além do mais, refere-se a presente invenção, como já foi dito acima, aos ditos produtos per se e às aplicações dos referidos produtos e medicamentos compreendendo tais produtos, com atividade anti-hipertensiva.
Descrição condensada da metodologia empregada.
[11] A presente invenção tem como base dados científicos obtidos em experimentação química e farmacológica. A seguir damos uma visão sumária dos processos investigativos que subsidiam a invenção. A) Obtenção do decocto das cascas.
[12] Os frutos de Vitis labrusca ou de Vitis vinifera são lavados e após a separação das cascas as mesmas são colocadas em recipientes de vidro neutro ou de aço inoxidável, contendo uma certa quantidade de água destilada, levadas à fervura e após a fervura o decocto é triturado intensamente e deixado macerando por um certo período e posteriormente se processa uma filtração para obtenção da fase líquida do decocto. A fase líquida é concentrada em evaporador rotatório em baixa pressão e na temperatura de aproximadamente 40°C e posteriormente liofilizada e o liofilizado mantido em temperatura de aproximadamente-10°C até o dia do processamento. B) Obtenção do extrato hidro-alcoólico do decocto das cascas.
[13] Os frutos de Vitis labrusca ou de Vitis vinifera são lavados e após a separação das cascas as mesmas são colocadas em recipientes de vidro neutro ou de aço inoxidável, contendo uma certa quantidade de água destilada, levada à fervura e após a fervura o decocto é triturado intensamente e extraído com uma mistura de etanol/decocto (v:v) e deixado macerando por um certo período quando se processa uma filtração para a obtenção da fase líquida do extrato o qual é mantido em geladeira e a fase semi-sólida pode ser novamente extraída com uma mistura de etanol/água por mais uma a duas vezes, sendo as fases líquidas juntadas no final das extrações. A fase líquida é concentrada em evaporador rotatório em baixa pressão e na temperatura de aproximadamente 40°C e posteriormente liofilizada e liofilizado mantido em temperatura de aproximadamente -10°C até o dia do processamento. C) Obtenção do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila do decocto das cascas.
[14] Os frutos de Vitis labrusca ou de Vitis vinifera são lavados e após a separação das cascas as mesmas são colocadas em recipiente de vidro neutro ou de aço inoxidável, contendo uma certa quantidade de água destilada, levada a fervura e após a fervura o decocto é triturado intensamente e extraído com uma mistura de etanol/acetato de etila/decocto (v:v:v) e deixado macerando por um certo período quando se processa uma filtração para a obtenção da fase líquida do extrato o qual é mantido em geladeira e a fase semi-sólida é novamente extraída com uma mistura de etanol/acetato de etila por mais uma a duas vezes, sendo as fases líquidas juntadas no final das extrações. A fase líquida é concentrada em rota vapor em baixa pressão e na temperatura de aproximadamente 40°C e posteriormente liofilizada e o liofilizado mantido em temperatura de aproximadamente -10°C até o dia do processamento. D) Métodos farmacodinâmicos e farmacotécnicos [15] As atividades farmacológicas dos diversos produtos obtidos de cascas de Vitis labrusca e Vitis vinifera foram avaliadas por meio de testes farmacodinâmicos que avaliam a atividade anti-hipertensiva dos produtos nos seguintes modelos de hipertensão arterial experimental em ratos, a saber: hipertensão DOCA-SAL, hipertensão de ratos espontaneamente hipertensos e hipertensão induzida por inibidores da síntese de óxido nítrico. A metodologia farmacotécnica refere-se à obtenção de cápsulas contendo o resíduo liofilizado dos produtos obtidos das cascas de frutos de Vitis vinifera ou de Vitis labrusca.
Descrição Detalhada da Invenção.
[16] No âmbito da presente invenção, os frutos das espécies Vitis labrusca e Vitis vinifera, antes de serem submetidos aos processos de extração segundo a invenção, se não utilizados após a coleta podem ser armazenados por longo período de tempo em temperatura de cerca de -4 a -18°C até o momento de seu processamento. A. Obtenção do decocto das cascas [17] Frutos de Vitis vinífera ou de Vitis labrusca são lavados e a casca é separada por expressão da polpa. As cascas são inicialmente lavadas com água corrente e posteriormente colocadas em recipiente de aço inoxidável e/ou vidro neutro contendo água destilada na proporção de 1 a 100 g de material vegetal para 100 mL de água destilada que pode ser, por exemplo de 25 g para cada 100 mL de água, e levada á fervura por tempo variável que pode ser, por exemplo, de cerca de 3 a 60 minutos, digamos cerca de 5 minutos. Após o tempo de fervura o decocto é deixado esfriar a temperatura de 20°C a 90°C, digamos 75°C e triturado em triturador. O decocto triturado é deixado macerando por tempo variável, que pode ser, por exemplo, de cerca de 1 hora a 10 dias, digamos 6 horas em geladeira a 4°C ou em temperatura ambiente digamos a 25°C sob agitação contínua. O decocto é posteriormente filtrado em peneira com poros de 0,1 a 1 mm digamos por exemplo 0,2 mm, podendo ser posteriormente filtrado em gaze e posteriormente filtrado em papel de filtro. O decocto após ter sido filtrado em papel de filtro concentrado em evaporador rotatório à baixa pressão e na temperatura de 30 a 60 °C digamos 40°C e posteriormente liofilizado. O liofilizado é mantido em geladeira em temperatura, por exemplo, de 4 a -70°C, digamos -20°C até o dia de uso ou de processamento. B) Obtenção do extrato hidro-alcoólico obtido a partir do decocto das cascas.
[18] O decocto das cascas, após ter sido triturado imediatamente após a fervura é extraído com etanol 95% na proporção variável (v:v) decocto/etanol de 1:0,5 a 1: 10, que pode ser por exemplo de 1: 1. Esta mistura é novamente triturada vigorosamente e deixada macerando por tempo variável, que pode ser, por exemplo, de cerca de 3 horas a 1 O dias, digamos 6 horas em geladeira a 4°C ou em temperatura ambiente digamos a 25° C sob agitação contínua. Ao final do tempo inicial de maceração, procede-se a uma filtração em peneira com poros de 0, 1 a 1 mm digamos, por exemplo, 0,2 mm, podendo ser posteriormente filtrado em gaze e posteriormente filtrado em papel de filtro. A fase semi-sólida podendo ser novamente extraída, nas mesmas condições iniciais por mais 1 ou 3 vezes, digamos duas vezes. 0 extrato hidro-alcoólico após ter sido filtrado em papel de filtro é mantido em geladeira a 40°C. Os filtrados das duas subsequentes extrações são juntados ao inicial, para subsequente filtração e posterior concentração sob baixa pressão em evaporador rotatório a temperatura entre 35 e 65°C, digamos 40°C e posteriormente liofilizado. O liofilizado seco é guardado em geladeira entre 4 e -70°C, digamos -20°C até o dia de uso ou processamento. C) Obtenção do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila, obtido a partir do decocto das cascas.
[19] O decocto das cascas, após ter sido triturado imediatamente após a fervura é extraído com um mistura de decocto:etanol:acetato de etila em proporção variável que pode ser por exemplo de 1:1:1. Esta mistura é novamente triturada vigorosamente e deixada macerando por tempo variável, que pode ser, por exemplo, de cerca de 3 horas a 10 dias, digamos 6 horas em geladeira a 4°C ou em temperatura ambiente digamos a 25° C sob agitação continua. Ao final do tempo inicial de maceração, procede-se a uma filtração sendo o filtrado separado e mantido em geladeira a 4°C e a fase semi-sólida podendo ser novamente extraída, nas mesmas condições iniciais por mais 1 ou 3 vezes, digamos duas vezes. Os filtrados das duas subsequentes extrações são juntados ao inicial, para subsequente filtração e posterior concentração sob baixa pressão em evaporador rotatório a temperatura entre 35 e 65°C, digamos 40°C e posteriormente liofilizado. O liofilizado seco é guardado em geladeira entre 4 e -70° C, digamos -20 °C até o dia de uso ou de processamento.
Observação Geral [20] Os procedimentos específicos contidos nos itens IV.A até IV.C supra, foram aqui descritos não a título de limitar, mas sim de ilustrar as possibilidades de realização da presente invenção, cujo âmbito é delimitado apenas pelas reivindicações anexas. Métodos farmacodinâmicos e farmacotécnicos [21] As atividades farmacológicas dos diversos produtos obtidos de cascas de Vitis labrusca e Vitis vinifera foram avaliadas por meio de testes farmacodinâmicos que avaliam a atividade anti-hipertensiva dos produtos nos seguintes modelos de hipertensão arterial experimental em ratos, a saber: hipertensão DOCA-SAL, hipertensão de ratos espontaneamente hipertensos e hipertensão induzida por inibidores da síntese de óxido nítrico. A metodologia farmacotécnica refere-se à obtenção de cápsulas contendo o resíduo liofilizado e/ou seco de Vitis vinifera ou de Vitis labrusca.
Exemplos Ilustrativos da Presente Invenção.
[22] A seguir são apresentados exemplos com objetivo de ilustrar e não de limitar a presente invenção, cujo escopo, como já mencionado acima, é delimitado apenas pelas reivindicações anexas.
Exemplo 1. Obtenção do liofilizado do decocto das cascas de Vitis labrusca.
[23] Aproximadamente 2000 g de frutos de Vitis labrusca foram lavados em água corrente e as cascas foram separadas da polpa por expressão. lOOOg de cascas foram lavadas em água corrente por 3 minutos e colocadas em recipientes de vidro neutro contendo 4 litros de água destilada. As cascas foram levadas à fervura por 5 minutos. Após o tempo de fervura, o decocto ainda quente, temperatura de aproximadamente 80°C foi triturado em triturador e deixado macerando por 6 horas sob agitação contínua. O decocto foi posteriormente filtrado em peneira com poros de 0,2 mm, e posteriormente filtrado em gaze e ainda posteriormente filtrado em papel de filtro. A fase líquida do decocto, obtida por filtração foi concentrada em baixa pressão em evaporador rotatório na temperatura de 45°C e posteriormente liofilizado para a obtenção do liofilizado do decocto das cascas de Vitis labrusca. O liofilizado foi mantido em geladeira no freezer a -20 °Caté o dia de uso ou de processamento.
Exemplo 2. Obtenção do liofilizado do decocto de cascas de Vitis vinifera.
[24] Aproximadamente 2000 g de frutos de Vitis vinifera foram lavados em água corrente e as cascas foram separadas da polpa por expressão. lOOOg de cascas foram lavadas em água corrente durante 3 minutos e colocadas em recipientes de vidro neutro contendo 4 litros de água destilada. As cascas foram levadas à fervura por 5 minutos. Após o tempo de fervura, o decocto ainda quente, temperatura de aproximadamente 80°C foi triturado em triturador e deixado macerando por 6 horas sob agitação continua. O decocto foi posteriormente filtrado em peneira com poros de 0,2 mm, e posteriormente filtrado em gaze e ainda posteriormente filtrado em papel de filtro. A fase liquida do decocto, obtida por filtração foi concentrada em baixa pressão em evaporador rotatório na temperatura de 45°C e posteriormente liofilizado para obtenção do liofilizado do decocto das cascas de Vitis vinifera. O liofilizado foi mantido em geladeira no freezer a -20°C até o dia de uso ou de processamento.
Exemplo 3. Obtenção do liofilizado do extrato hidro-alcoólico do decocto de cascas de Vitis labrusca.
[25] Aproximadamente 1000 g de frutos de Vitis labrusca foram lavados em água corrente e as cascas foram separadas da polpa por expressão. 500g de cascas foram lavadas em água corrente durante 3 minutos e colocadas em recipientes de vidro neutro contendo 2 litros de água destilada. As cascas foram levadas à fervura por 5 minutos. Após o tempo de fervura, o decocto foi vigorosamente triturado e a seguir adicionou-se 1 litro de etanol e novamente a mistura foi vigorosamente triturada. Esta mistura foi deixada macerando por 6 horas, sob agitação, e ao final deste tempo foi feita uma filtragem em peneira com poros de aproximadamente 0,2 mm e a seguir foi feita uma filtração em papel de filtro. 0 filtrado foi concentrado em evaporador rotatório sob baixa pressão, para a retirada de todo o etanol e a seguir foi liofilizado para obtenção do liofilizado do extrato hidro-alcoólico do decocto das cascas de Vitis labrusca.
Exemplo 4. Obtenção do liofilizado do extrato hidro-alcoólico do decocto de cascas de Vitis vinifera.
[2 6] Aproximadamente 1000 g de frutos de Vitis vinifera foram lavados em água corrente e as cascas foram separadas da polpa por expressão. 500g de cascas foram lavadas em água corrente durante 3 minutos e colocadas em recipientes de vidro neutro contendo 1 litro de água destilada. As cascas foram levadas à fervura por 5 minutos. Após o tempo de fervura, o decocto foi vigorosamente triturado e a seguir adicionou-se 1 litro de etanol e novamente a mistura foi vigorosamente triturada. Esta mistura foi deixada macerando por 6 horas, sob agitação e ao final deste tempo foi feita uma filtragem em peneira com poros de aproximadamente 0,2 mm e a seguir foi feita uma filtração em papel de filtro. 0 filtrado foi concentrado em evaporador rotatório sob baixa pressão, para a retirada de todo etanol e a seguir foi liofilizado para a obtenção do liofilizado do extrato hidro-alcoólico do decocto das cascas de Vitis vinifera.
Exemplo 5. Obtenção do liofilizado do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila do decocto de cascas de Vitis labrusca.
[27] Aproximadamente 1000 g de frutos de Vitis labrusca foram lavados em água corrente e as cascas foram separadas da polpa por expressão. 500g de cascas foram lavadas em água corrente durante 3 minutos e colocadas em recipientes de vidro neutro contendo 1 litro de água destilada e fervidas por 5 minutos. Após o tempo de fervura, o decocto foi vigorosamente triturado e a seguir adicionou-se 1 litro de etanol e 1 litro de acetato de etila e novamente a mistura foi vigorosamente triturada. Esta mistura foi deixada macerando por 6 horas, sob agitação e ao final deste tempo foi feita uma filtragem em peneira com poros de aproximadamente 0,2 mm e a seguir foi feita uma filtração em papel de filtro. O filtrado foi concentrado em evaporador rotatório sob baixa pressão, para a retirada de todo o etanol e acetato dec etila e a seguir foi liofilizado para a obtenção do liofilizado do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila do decocto de cascas de Vitis labrusca.
Exemplo 6. Obtenção do liofilizado do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila do decocto de cascas de Vitis vinifera.
[28] Aproximadamente 1000 g de frutos de Vitis vinifera foram lavados em água corrente e as cascas foram separadas da polpa por expressão. 500g de cascas e foram lavadas em água corrente durante 3 minutos e colocadas colocados em recipientes de vidro neutro contendo 1 litro de água destilada. As cascas foram levadas à fervura por 5 minutos. Após o tempo de fervura, o decocto foi vigorosamente triturado e a seguir adicionou-se 1 litro de etanol e 1 litro de acetato de etila e novamente a mistura foi vigorosamente triturada. Esta mistura foi deixada macerando por 6 horas, sob agitação e ao final deste tempo foi feita uma filtragem em peneira com poros de aproximadamente 0,2mm e a seguir foi feita uma filtração em papel de filtro. 0 filtrado foi concentrado em evaporador rotatório sob baixa pressão, para a retirada de todo o etanol e o acetato de etila e a seguir foi liofilizado para obtenção do liofilizado do extrato hidro-acetato de etila do decocto de Vitis vinifera.
Exemplo 7. Exemplos de testes biológicos realizados com os produtos da invenção [29] A atividade anti-hipertensiva dos liofilizados dos diversas produtos foram analisadas testando sua eficácia em reduzir a hipertensão arterial experimental em ratos e ainda em relação à capacidade do liofilizado de reduzir o aparecimento da hipertensão arterial experimental em ratos. A atividade anti-hipertensiva dos liofilizados foi testada em ratos Wistar machos adultos os guais ou eram espontaneamente hipertensos ou se tornaram hipertensos pelas seguintes manobras: inibição da sintese de óxido nitrico com a aplicação pela via oral de um análogo da L-arginina, isto é L-NAME e injeção sub-cutânea de DOCA seguida de aplicação de solução salina a 0,9% pela via oral em ratos uninefrectomizados;
[30] A pressão arterial média foi medida na cauda dos ratos por método não invasivo estando os ratos acordados, por meio de eguipamento constando de um manguito e um sensor acoplado a um eguipamento da casa Lética-Barcelona-Espanha. O liofilizado foi aplicado pela via oral, na água de beber do animais de tal forma gue o liofilizado era ingerido continuamente pelos animais. A pressão arterial foi medida três a duas vezes por semana, antes e durante o tratamento com o liofilizado. Os valores da pressão arterial média foram comparados pelo teste t de Student sendo as diferenças consideradas estatisticamente significativas quando p < 0,05.
Exemplo 7. A. Efeitos do liofilizado do decocto obtido de cascas de Vitis labrusca na hipertensão arterial induzida pela inibição da síntese de óxido nítrico em ratos.
[31] Ratos Wistar, macho e adultos (250 a 350 g, n=10) foram mantidos em gaiolas com até 4 animais por gaiola. A pressão arterial média foi obtida por meio de registro não invasivo, utilizando-se um equipamento da casa Lética (Barcelona) que consiste em um manguito e um sensor, os quais são colocados em volta da cauda do rato. Tanto o manguito como o sensor estão acoplados ao equipamento o qual insufla e desinsufla automaticamente o manguito e assim como determina os níveis de pressão arterial média.
[32] Os animais passaram por uma fase de adaptação ao processo de registro quando então se iniciou o teste farmacodinâmico propriamente dito. Durante a fase de adaptação, os animais receberam água potável e ração "ad libitum". Durante esta fase, fez-se a medida da ingestão líquida dos animais de tal modo a se obter a média de consumo de água nas 24 horas. Os animais foram pesados três vezes por semana ao longo de todo o período experimental.
[33] Uma vez obtidos valores da pressão arterial média dos dois grupos, o grupo controle (n=5) foi tratado com 50mg/kg/dia de L-NAME, diluído na água de beber. O outro grupo, foi também tratado com L-NAME na dose de 50 mg/kg/dia (n=5) mas acrescido de uma dose de 100 mg/kg/dia do decocto de Vitis labrusca, também na água de beber dos ratos. Como se pode ver pela figura 1, o tratamento com o liofilizado do decocto obtido de cascas de Vitis labrusca produziu um significativo efeito anti-hipertensivo nestas experiências.
Exemplo 7.B. Efeitos do liofilizado do extrato hidro-alcoólico obtido do decocto de cascas de Vitis labrusca na hipertensão arterial induzida pela inibição da síntese de óxido nítrico em ratos.
[34] Ratos Wistar, macho e adultos (250 a 350 g, n=12) foram mantidos em gaiolas com até 4 animais por gaiola. A pressão arterial média foi obtida por meio de. registro não invasivo, utilizando-se um equipamento da casa Lética (Barcelona) que consiste em um manguito e um sensor, os quais são colocados em volta da cauda do rato. Tanto o manguito como o sensor estão acoplados ao equipamento o qual insufla e desinsufla automaticamente o manguito e assim como determina os níveis de pressão arterial média.
[35] Os animais passaram por uma fase de adaptação ao processo de registro quando então se iniciou o teste farmacodinâmico propriamente dito. Durante a fase de adaptação, os animais receberam água potável e ração "ad libitum". Durante esta fase, fez-se a medida da ingestão líquida dos animais de tal modo a se obter a média de consumo de água nas 24 horas. Os animais foram pesados três vezes por semana ao longo de todo o período experimental.
[36] Um grupo, o controle (n=6) foi tratado com 50mg/kg/dia de L-NAME, diluído na água de beber. O outro grupo, foi também tratado com L-NAME na dose de 50 mg/kg/dia (n=6) mas acrescido de uma dose de 100 mg/kg/dia do extrato hidro-alcoólico obtido do decocto de Vitis labrusca, também na água de beber dos ratos, cinco dias após o inicio do tratamento com L-NAME. Como se pode ver pela figura 2, o tratamento com o liofilizado do extrato hidro-alcoólico do decocto de cascas de Vitis labrusca produziu um significativo efeito anti-hipertensivo nestas experiências.
Exemplo 7.C. Efeitos do liofilizado do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila obtido do decocto de cascas de Vitis labrusca na hipertensão arterial induzida pela inibição da síntese de óxido nitrico em ratos.
[37] Ratos Wistar, macho e adultos (250 a 350 g, n=5) foram mantidos em gaiolas com até 4 animais por gaiola. A pressão arterial média foi obtida por meio de registro não invasivo, utilizando-se um equipamento da casa Lética (Barcelona) que consiste em um manguito e um sensor, os quais são colocados em volta da cauda do rato. Tanto o manguito como o sensor estão acoplados ao equipamento o qual insufla e desinsufla automaticamente o manguito e assim como determina a pressão arterial média.
[38] Durante a fase de adaptação, os animais receberam água potável e ração "ad libitum" e mediu-se a ingestão líquida dos animais de tal forma a se obter a média de consumo de água nas 24 horas. Os animais foram pesados três vezes por semana ao longo de todo o período experimental.
[39] Após a obtenção dos valores da pressão arterial média, os animais foram tratados pela via oral com uma dose de 7 0 mg/kg/dia de L-NAME. Uma vez obtida uma elevação significativa da pressão arterial os ratos foram tratados pela via oral juntamente com o L-NAME (70 mg/kg/dia) na água de beber com uma dose de 100 mg/kg/dia de liofilizado do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila obtido do decocto das cascas de Vitis labrusca. Como se pode ver pela figura 3, o tratamento com o extrato hidro-alcoólico-acetato de etila do decocto das cascas de Vitis labrusca produziu um significativo efeito anti-hipertensivo.
Exemplo 7. D. Efeitos do liofilizado do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila obtido do decocto de cascas de Vitis labrusca na hipertensão arterial de ratos espontaneamente hipertensos.
[40] A atividade anti-hipertensiva do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila do decocto obtido de cascas de Vitis labrusca foi testado em 5 ratos espontaneamente hipertensos com peso entre 250 e 350 g. Antes do tratamento com o extrato a pressão arterial foi medida durante uma semana quando então os animais receberam na água de beber uma dose de 100 mg/kg/dia do liofilizado do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila do decocto obtido de cascas de Vitis labrusca. Como pode ser visto na figura 4 o tratamento pela via oral com o extrato hidro-alcoólico-acetato de etila do decocto das cascas de Vitis labrusca induziu uma significativa resposta anti-hipertensiva neste tipo de hipertensão arterial experimental.
Exemplo 7.E. Efeitos do liofilizado do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila obtido do decocto obtido de cascas de Vitis labrusca na hipertensão arterial do tipo DOCA-SAL em ratos.
[41] 11 ratos Wistar, machos pesando entre 250 e 350 g foram divididos em dois grupos, sendo cada grupo mantido em gaiolas distintas. Todos os ratos foram submetidos a nefrectomia unilateral. A pressão arterial média foi medida de forma não invasiva; utilizando-se um equipamento da casa Lética (Barcelona) que consiste em um manguito e um sensor, os quais são colocados em volta da cauda do rato. Tanto o manguito como o sensor estão acoplados ao equipamento o qual insufla e desinsufla automaticamente o manguito e assim como determina os níveis da pressão arterial média.
[42] Sete dias após a nefrectomia os animais passaram por uma fase de adaptação ao processo de medida da pressão arterial. Durante a fase de adaptação, os animais receberam água potável e ração "ad libitum". Os animais foram pesados três vezes por semana ao longo de todo o período experimental.
[43] Uma vez obtidos os valores da pressão arterial média, os animais foram tratados com DOCA na dose 25 mg/kg pela via sub-cutânea, duas vezes por semana e passaram a beber solução de NaCl a 0,9% ao invéz de água. A pressão arterial média foi medida três vezes por semana. Após o início do tratamento com DOCA-SAL a pressão arterial média dos dois grupos começou a se elevar. Após três semanas de tratamento com DOCA-SAL e quando a pressão arterial já tinha se elevado um dos grupos de 6 ratos, simultaneamente ao tratamento com DOCA-SAL, passou a beber a solução salina (NaCl a 0,9%) contendo 100 mg/kg/dia de liofilizado do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila obtido a partir do decocto de cascas de Vitis labrusca. No outro grupo de 5 ratos, não foi aplicado o extrato, e sim, somente o tratamento DOCA-SAL. Como pode ser visto na figura 5 o tratamento com o extrato hidro-alcoólico-acetato de etila obtido a partir do decocto de Vitis labrusca reduziu significativamente a hipertensão arterial DOCA-SAL já instalada.
Exemplo 7.F. Efeitos do liofilizado do extrato hidro-alcoólico obtido do decocto de cascas de Vitis vinifera na hipertensão arterial induzida pela inibição da síntese de óxido nítrico em ratos.
[44] Ratos Wistar, macho e adultos (250 a 350 g, n=l 1) foram mantidos em gaiolas com até 4 animais por gaiola. A pressão arterial média foi obtida por meio de registro não invasivo, utilizando-se um equipamento da casa Lética (Barcelona) que consiste em um manguito e um sensor, os quais são colocados em volta da cauda do rato. Tanto o manguito como o sensor, estão acoplados ao equipamento o qual insufla e desinsufla automaticamente o manguito e assim como determina os níveis de pressão arterial média.
[45] Os animais passaram por uma fase de adaptação ao processo de registro da pressão arterial. Durante a fase de adaptação, os animais receberam água potável e ração "ad libitum". Durante esta fase, fez-se a medida da ingestão líquida dos animais de tal modo a se obter a média de consumo de água mas 24 horas. Os animais foram pesados três vezes por semana ao longo de todo o período experimental.
[46] Uma vez obtidos os valores da pressão arterial média, um grupo, o controle (n=5) foi tratado com 70mg/kg/dia de L-NAME, diluído na água de beber. O outro grupo, foi também tratado com L-NAME na dose de 70 mg/kg/dia (n=6) durante 6 dias quando passou a ser tratado com a mesma dose de L-NAME acrescida de uma dose de 100 mg/kg/dia do extrato hidro-alcoólico obtido do decocto de Vitis vinifera, também na água de beber dos ratos. Como se pode ver pela figura 6, o tratamento com o liofilizado do extrato hidro-alcoólico obtido do decocto de cascas de Vitis vinifera produziu um significativo efeito anti-hipertensivo nestas experiências.
Exemplo 7.G. Efeitos do liofilizado do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila obtido do decocto de cascas de Vitis vinifera na hipertensão arterial induzida pela inibição da síntese de óxido nitrico em ratos.
[47] Ratos Wistar, macho e adultos (250 a 350 g, n=ll) foram mantidos em gaiolas com até 4 animais por gaiola. A pressão arterial média foi obtida por meio de registro não invasivo, utilizando-se um equipamento da casa Lética (Barcelona) que consiste em um manguito e um sensor, os quais são colocados em volta da cauda do rato. Tanto o manguito como o sensor estão acoplados ao equipamento o qual insufla e desinsufla automaticamente o manguito e assim como determina os níveis de pressão arterial média.
[48] Os animais, divididos em dois grupos passaram por uma fase de adaptação ao processo de registro da pressão arterial média. Durante a fase de adaptação, os animais receberam água potável e ração "ad libitum". Durante esta fase, fez-se a medida da ingestão líquida dos animais de tal modo a se obter a média de consumo de água nas 24 horas. Os animais foram pesados três vezes por semana ao longo de todo o período experimental.
[49] Uma vez obtidos valores da pressão arterial média, os dois grupos de animais foram tratados com 7 0mg/kg/dia de L-NAME, diluído na água de beber. Uma vez instalada a elevação da pressão arterial, um dos grupos, o grupo controle (n=5), continuou a receber o tratamento somente com L-NAME ao passo que o outro grupo, além, dos 70 mg/kg/dia de L-ΝΔΜΕ foi tratado simultaneamente com o liofilizado do extrato hidro-alcoólico-acetato de etila obtido do decocto de cascas de Vi tis vinifera na dose de 100 mg/kg/dia (n=6) também pela via oral, junto com a água de beber. Este tratamento produziu uma significativa redução da pressão arterial dos animais, quando comparada com o grupo controle, conforme pode ser visto na figura 7. Exemplo 8. Aspectos farmacotécnicos da preparação das cápsulas e dos comprimidos contendo o resíduo seco das diversas frações obtidos das cascas de frutos de Vi tis vini fera, [50] As cápsulas gelatinosas e o comprimidos contendo 100 a 500 mg de liofilizado de Vi tis labrusca ou de Vi tis vinifera foram preparados seguindo as técnicas farmacotécnicas clássicas. As cápsulas foram preparadas da seguinte forma; cerca de 50' a 100 g, digamos 250 g de liofilizado às quais foram adicionadas amido, digamos amido de milho e óxido de silício coloidal de forma que cada cápsula ao final tivesse a seguinte composição: Tabela 1, Composição da cápsula de acordo com a presente invenção Liofilizado 250 mg 55,51 Amido de Milho 200 mg 44,4% Óxido de silício coloidal 0,5 mg 0,1% Total 450,5 mg 1001 [51] A função do amido foi de dotar à mistura finai de um volume tal que cada cápsula tivesse o equivalente a 250 mg do liofilizado. A presença do óxido de zinco é requisitada para aproveitar sua capacidade de absorver os resíduos de umidade por acaso· contidos na preparação, como· também favorecer o deslizamento das partículas durante o enchimento das cápsulas.
REIVINDICAÇÕES