Relatório Descritivo da Patente de Invenção para "PRODUTO DE CEREAL SECO PRONTO PARA COMER".
Campo da Invenção Esta invenção refere-se a produto de cereal pronto para comer que contém um microorganismo probiótico, por exemplo, alimentos para a- nimais de estimação, cereais para desjejum, cereais para bebês ou alimen- tos de conveniência. Em uso, o produto de cereal tem um efeito benéfico no trato gastrintestinal da pessoa ou animal que o consome e, assim, sobre a pessoa ou animal. A invenção também refere-se a um processo para produ- zir produto de cereal e a métodos para promover efeitos benéficos no trato gastrintestinal de humanos e animais.
Antecedentes da Invenção Microorganismos probióticos são microorganismos que afetam beneficamente um hospedeiro pelo melhoramento de seu equilíbrio microbi- ano intestinal (Fuller, R; 1989; J.Applied Bacterioloqy, 66: 365-378). Em ge- ral, microorganismos probióticos produzem ácidos orgânicos, tais como áci- do láctico e ácido acético que inibem o crescimento de bactérias patogêni- cas, como Clostridium perfringens e Helicobacter pylori. Conseqüentemente, acredita-se que bactérias probióticas sejam úteis no tratamento e prevenção de condições causadas por bactérias patogênicas. Além disso, acredita-se que microorganismos probióticos inibem o crescimento e atividade de bactérias putrefatórias e. assim, a produção de compostos de amina tóxicos. Também se acredita que bactérias probióticas ativam a função imune do hospedeiro.
Portanto, há considerável interesse em incluir microorganismos probióticos em materiais alimentícios. Por exemplo, muitos produtos de leite fermentado que contêm microorganismos probióticos podem ser obtidos no comércio. Usualmente, esses produtos são na forma de iogurtes e um e- xemplo é o iogurte LC1® (Société des Produits Nestlé SA). Várias fórmulas para bebês e para acompanhamento que contêm microorganismos probióti- cos também podem ser obtidas no comércio, por exemplo, a fórmula de BIO NAN® (Société des Produits Nestlé SA).
De modo semelhante, para animais, tem havido interesse em incluir microorganismos probióticos em alimentos para animais. Por exem- plo, a patente Russa 2018313 revela um alimento em pó para animais, seco com borrifamento que se baseia em leite e que contém certas bifidobactéri- as e estreptococos. O alimento para animal destina-se, primordialmente, a animais de criação, embora seja mencionado que o alimento pode ser dado a animais de estimação.
Entretanto, há duas questões principais na incorporação de mi- croorganismos probióticos em materiais alimentícios. Primeiramente, o ma- terial alimentício deve ser em uma forma que tenha um paladar para o con- sumidor. Em segundo lugar, o microorganismo probiótico deve permanecer viável durante a armazenamento. A segunda questão é particularmente pro- blemática para produtos de cereal prontos para comer. Esses produtos de cereal, diferentemente de leites fermentados, necessitam ter longas vidas de armazenamento, por exemplo, pelo menos um ano, ao passo que as contagens de células para muitos microorganismos probióticos pode cair completamente dentro de um ou dois dias. Este é particularmente o caso se a atividade da água do material alimentício está acima de cerca de 0,5. Este é usualmente o caso de alimentos secos para animais de estimação.
Portanto, há necessidade de que um produto de cereal pronto para comer que contenha um microorganismo probiótico seja altamente gostoso ao paladar e que seja estável em armazenamento.
Sumário da Invenção De acordo com isso, em um aspecto, esta invenção provê um produto de cereal seco pronto para comer que compreende uma matriz de amido gelatinizada que inclui um revestimento ou enchimento contendo um microorganismo probiótico.
Tem se verificado que microorganismos probióticos permane- cem viáveis durante períodos prolongados de tempo quando formulados em um revestimento ou enchimento em um produto de cereal seco. Isto é sur- preendente, uma vez que microorganismos probióticos normalmente morrem rapidamente. Este é particularmente o caso de alimentos cozidos secos para animais de estimação, que em geral têm uma atividade de água acima de 0,5; níveis nos quais os microorganismos probióticos normalmente mor- rem rapidamente. Portanto, a invenção oferece a vantagem de um produto de cereal pronto para comer que é muitíssimo gostoso ao paladar e que con- tém uma fonte estável em prateleira de microorganismos probióticos. O produto de cereal pode ser na forma de um alimento seco pa- ra animal de estimação, cereal para desjejum, cereal para bebê ou um ali- mento de conveniência, como uma barra de cereal. Para alimentos de hu- manos, a matriz de amido gelatinizada é, de uma maneira preferida, em for- ma de flocos ou expandida. Para alimentos para animais de estimação, a matriz de amido gelatinizada, de uma maneira preferida, é na forma de pe- daços ou pelets. A matriz gelatinizada, de uma maneira preferida, é produzi- da por extrusão, cozinhando uma fonte de amido.
De uma maneira preferida, o revestimento compreende um substrato veículo que transporta nele o microorganismo probiótico. O enchi- mento também pode compreender um substrato veículo que transporta nele o microorganismo probiótico. Por exemplo, o substrato veículo pode ser ma- terial digerido de proteína, gordura, sólidos de leite, açúcar ou um agente aromatizante particulado.
Em um aspecto adicional, esta invenção provê um processo pa- ra preparar um produto de cereal seco, pronto para comer, o processo com- preendendo cozinhar uma fonte de amido para formar uma matriz de amido gelatinizada; formar a matriz de amido gelatinizada em pedaços e secar os pedaços; e revestir ou ericher os pedaços com um substrato que contém microorganismos probióticos.
Em uma modalidade, a matriz de amido gelatinizada é formada em pedaços e secas fazendo extrusão da matriz gelatinizada para formar um material extrudado cozido e cortar e secar o material extrudado cozido para formar pedaços secos. A matriz gelatinizada pode ser obrigada a expandir na extrusão para formar, depois de cortada e secada, pedaços expandidos.
De uma maneira alternativa, os pedaços podem ser submetidos a floculação para formar pedaços floculados.
Em outra modalidade, a matriz de amido gelatínizada pode ser formada em pedaços e seca por secagem a rolo da matriz de amido gelati- nizada para formar flocos.
Em um modalidade adicional, a matriz de amido gelatínizada pode ser formada em pedaços e secas extrudando a matriz gelatínizada para formar um material extrudado cozido que contém uma abertura e cortar e secar os pedaços. De uma maneira preferida, a matriz de amido gelatini- zada é extrudada com uma perfuração central para receber um enchimento.
Breve Descrição dos Desenhos Modalidades da invenção são agora descritas, apenas a título de exemplo, com referência aos desenhos, nos quais: A Figura 1 é um gráfico que ilustra a viabilidade de Bacillus coa- gulans em vários revestimentos em um alimento seco, cozido, para animais de estimação; e A Figura 2 é um gráfico que ilustra a viabilidade de Bacillus sub- tilis em vários revestimentos em um alimento seco, cozido, para animais de estimação.
Descrição Detalhada das Modalidades Preferidas da Invenção Modalidades da invenção são agora descritas, apenas a título de exemplo. A invenção provê um produto de cereal seco pronto para comer na forma de uma matriz de amido gelatínizada que inclui um revestimento ou enchimento. O revestimento ou enchimento contém um microorganismo probiótico. O microorganismo probiótico pode ser selecionado de um ou mais microorganimos convenientes para consumo humano ou animal e que é capaz de melhorar o equilíbrio microbiano no intestino humano ou animal.
Exemplos de microorganismos probióticos convenientes incluem fermentos, como Saccharomyces, Debaromyces, Candida, Pichia e Torulop- sis, mofos como Aspergillus, Rhizopus, Mucor e Penicillium e Torulopsis e bactérias tais como as dos gêneros, Bifidobacterium, Bacteroides, Clostri- dium, Fusobacterium, Melissococcus, Propionibacterium, Streptococcus, Enterococcus, Lactococcus, Staphylococcus, Peptostrepococcus, Bacillus, Pediococcus, Micrococcus, Leuconostoc, Weissella, Aerococcus, Oeno- coccus e Ladobacillus. Exemplos específicos de microorganismos probióti- cos convenientes são: Saccharomyces cereviseae, Bacillus coagulans, Baci- llus licheniformis, Bacillus subtilis, Bifídobacteríum bifidum, Bifidobacterium infantis, Bifidobacterium longum, Enterococcus faecium, Enterococcus fae- calis, Lactobacillus acidophilus, Ladobacillus alimentarius, Ladobacillus ca- sei subsp. casei, Lactobacillus casei Shirota, Ladobacillus curvatus, Lacto- bacillus delbruckíi subsp. ladis, Lactobacillus farciminus, Lactobacillus gas- seri, Lactobacillus helveticus, Ladobacillus johnsonii, Lactobacillus reuteri, Lactobacillus rhamnosus (Lactobacillus GG), Lactobacillus sake, Lacto- coccus lactis, Micrococcus varians, Pediococcus adiciladici, Pediococcus pentosaceus, Pediococcus acidiladici, Pediococcus halophilus, Strepto- coccus faecalis, Streptococcus thermophilus, Staphylococcus carnosus e Staphylococcus xylosus. Os microorganismos probióticos, de uma maneira preferida, são em forma de pó, seco; de uma maneira especial em forma de esporos para microorganismos que formam esporos. Além disso, se deseja- do, o microorganismo probiótico pode ser encapsulado para aumentar ainda mais a probabilidade de sobrevivência; por exemplo, em uma matriz de açú- car, matriz de gordura ou matriz de polissacarídeo. O produto de cereal seco pronto para comer pode ser produzido de quaisquer ingredientes convenientes, tais como aqueles que são comu- mente usados em produtos de cereal seco prontos para comer. Um desses ingredientes é uma fonte de amido. Fontes de amido convenientes são, por exemplo, farinhas de grãos, tais como milho, arroz, trigo, beterrabas, ceva- da, soja e aveia. Também podem ser usadas misturas dessas farinhas. As farinhas podem ser farinhas integrais ou podem ser farinhas que tiveram frações removidas, por exemplo, a fração de germe ou fração da casca po- dem ser removidas. Farinha de arroz, farinha de milho e farinha de trigo são particularmente convenientes, quer sozinhas quer em combinação. A fonte de amido será escolhida, de uma maneira geral, com base no valor nutritivo, considerações quanto ao paladar e o tipo de produto de cereal desejado. O produto de cereal também pode conter uma fonte de amido.
Fontes de proteína convenientes podem ser selecionadas de qualquer fonte de proteína animal ou vegetal conveniente, por exemplo, farinha de carne, farinha de osso, farinha de peixe, concentrados de proteína de soja, proteí- nas de leite, glúten, e outros. A escolha da fonte de proteína será determi- nada, de uma maneira geral, pelas necessidades nutritivas, considerações quanto ao paladar e o tipo de produto de cereal produzido. Naturalmente, a fonte de amido também pode ser uma fonte de proteína. O produto de cereal pode ser produzido de muitos modos dife- rentes, como for desejado. Entretanto, um modo especialmente conveniente para produzir produto de cereal é cozinhando por extrusão. Isto pode ser feito como é bem conhecido na técnica. Por exemplo, em um processo con- veniente, uma mistura de alimento é alimentada em um precondicionador. A mistura de alimento é primordialmente composta da fonte de amido e outros ingredientes, tais como, açúcar, sal, condimentos, temperos, vitaminas, mi- nerais, agentes aromatizantes, agentes colorantes, antioxidantes, fontes de proteína, gorduras e outros. Se desejado, fontes de fibra insolúvel também podem ser incluídas; por exemplo, farelo de trigo, farelo de milho, farelo de arroz, farelo de centeio e outros. Além disso, se desejado, uma fonte de fi- bra solúvel pode ser incluída, por exemplo, fibras de chicória, inulina, oli- gossacarídeos de fruta, oligossacarídeos de soja, concentrado de farelo de aveia, goma guar, goma de alfarroba, goma de xantano, e outros. De uma maneira preferida, a fibra solúvel selecionada é um substrato para o micro- organismo selecionado, ou tal que a fibra solúvel e os microorganismos for- mem uma relação simbiótica para promover efeitos benéficos. O nível má- ximo da fibra solúvel, de uma maneira preferida, é cerca de 20% em peso, especialmente cerca de 10% em peso. Por exemplo, alimentos para animais de estimação, a chicória pode ser incluída compreendendo cerca de 1 % a cerca de 20% em peso da mistura do alimento, de uma maneira mais prefe- rida cerca de 2% a cerca de 10% em peso.
Dependendo da forma desejada do produto de cereal, o conteú- do de amido da mistura de alimento pode ser variado. Por exemplo, para um produto de cereal expandido, a mistura do alimento, de uma maneira prefe- rida, inclui até cerca de 40% em peso de amido. Entretanto, para um pro- duto em flocos, não é necessário usar grandes quantidades de amido na mistura do alimento, uma vez que é possível formar flocos de um produto não-expandido.
No pré-condicionador, água ou vapor, ou ambos, são mistura- dos na mistura do alimento. Água ou vapor suficientes são misturados na mistura do alimento para umedecer a mistura do alimento. Se desejado, a temperatura da mistura do alimento pode ser elevada no pré-condicionador até cerca de 60°C a cerca de 90C° em peso. Um pré-condicionador conve- niente é descrito na patente Norte-Americana 4.752.139. Não é necessário submeter a mistura do alimento ao pré-condicionamento, mas é vantajoso fazê-lo.
Os alimentos umedecidos que saem do pré-condicionador são então alimentados em um extrusor. O extrusor pode ser qualquer extrusor de cozimento, de parafuso único ou duplo, que seja conveniente. Extrusores convenientes podem ser obtidos de Wenger Manufacturing Inc, Clextral SA, Bühler AG, e outros. Durante a passagem através do extrusor, o alimento umedecido passa através de uma zona de cozimento, na qual ele é subme- tido ao rasgamento mecânico e é aquecido; por exemplo até uma tempera- tura máxima de até cerca de 150°C, e uma zona de moldagem. A pressão do medidor na zona de moldagem é cerca de 300kPa a cerca de 10Mpa, como desejado. Se desejado, água ou vapor, ou ambos, podem ser introdu- zidos na zona de cozimento. Durante a passagem através do extrusor, a fonte de amido do alimento umedecido é gelatinizada para dar uma matriz de amido gelatinizada.
Se desejado, uma pequena quantidade de óleo comestível pode ser acrescentada no extrusor juntamente com o alimento umedecido para facilitar o processo de extrusão ou como veículo para aditivos solúveis em óleo. Qualquer óleo conveniente pode ser usado, por exemplo, óleos vege- tais, tais como óleo de girassol, óleo de açafrão, óleo de milho, e outros. Se forem usados óleos, óleos que têm alto teor de monoinsaturados são parti- cularmente preferidos. Óleo hidrogenados ou gorduras também são preferi- dos. A quantidade de óleo usada é, de uma maneira preferida, mantida abaixo de cerca de 1 % em peso. A matriz gelatinizada deixando extrusor é forçada através de uma fieira conveniente, por exemplo, uma fieira como é descrita no pedido de patente Europeu 0665051, cuja descrição é aqui incorporada por refe- rência. Um material extrudado com formato adequado, que tenha um for- mato de seção transversal correspondente a do orifício da fieira, sai da fiei- ra. Se desejado produzir um produto de cereal com enchimento no centro, a matriz gelatinizada pode ser extrudada com uma cavidade central. O mate- rial extrudado com o formato adequado é então cortado em pedaços usando lâminas rotativas na saída da fieira. Dependendo das condições no extrusor e da composição do material extrudado com formato adequado, o material extrudado com formato adequado expande em maior ou menor grau. No caso de alimentos para animais de estimação, usualmente ocorre pouca ou nenhuma expansão.
Se se quiser produzir um produto floculado, os pedaços podem ser então transferidos a uma aparelho floculador. Aparelhos convenientes bem conhecidos e largamente usados na indústria de cereal podem ser comprados de, por exemplo, Bühler AG, na Suíça. Se desejado, os pedaços podem ser parcialmente enchidos antes de se transformar em flocos.
Os pedaços são então secos até um teor de umidade abaixo de cerca de 10% em peso. Isto é realizado de uma maneira conveniente em um secador de ar quente que seja convencional. Para cereais para desjejum, os teores de umidade de cerca de 1 % a cerca de 3% em peso são preferidos.
Os pedaços que se destinam a alimentos para animais de esti- mação podem ser na forma de pedaços mastigáveis. Os pedaços, usual- mente, têm uma atividade de água de cerca de 0,5 a cerca de 0,7.
Os pedaços expandidos destinados a alimentos humanos têm uma textura crocante agradável e boas propriedades organolépticas. Os pe- daços floculados também têm boa textura e propriedades organolépticas.
Os pedaços têm um gosto agradável de cereal torrado. De uma maneira conveniente, a densidade dos pedaços pode ser menor que cerca de 300g/l.
Nesse ponto, os pedaços expandidos ou floculados usualmente têm uma atividade de água de cerca de 0,15 a cerca de 0,3. O microorganismos probióticos são então misturados em um substrato veículo conveniente. O substrato veículo variará dependendo se os pedaços se destinam a animais ou a humanos. Para alimentos para ani- mais de estimação, substratos veículo convenientes incluem gorduras ani- mais, tais como sebo, gorduras vegetais, tais como gordura de soja hidro- genada, materiais digeridos de proteína que são comumente usados como revestimentos produtores de sabor e água. Para alimentos para humanos, substratos veículo convenientes incluem líquidos, tais como gorduras e so- luções de açúcar, e revestimentos em partículas, tais como revestimentos produtores de sabor em partículas. Gorduras convenientes são óleos vege- tais comestíveis e gorduras, por exemplo gordura de soja hidrogenada. Re- vestimentos aromatizantes em partículas convenientes incluem açúcares, pós de chocolate, pós de leite, pós de malte, pós de bebidas aromatizadas, e outros. Se desejado, os microorganismos probióticos podem ser encap- sulados.
Agentes de proteção para melhorar a sobrevivência dos micro- organismos podem ser incorporados no substrato veículo. Exemplos de agentes protetores convenientes são vitaminas, tais como vitaminas C e E, aminoácidos e seus sais, tais como lisina, glicina, cisteína e glutamato de sódio, açúcares, tais como lactose, trealose, sacarose, dextrina e maltodex- trina; e proteínas, tais como, proteínas de leite e de soja. Elementos de ves- tígio e minerais também podem ser incluídos no substrato veículo. A seleção do substrato veículo dependerá de fatores como con- siderações quanto ao paladar e a sobrevivência do microorganismo probió- tico, uma vez que alguns microorganismos sobrevivem melhor em substra- tos veículo que outros. Por exemplo, verifica-se que S.cereviseae pode ser ligeiramente menos estável em materiais digeridos de proteína do que em gordura. Se forem usadas gorduras no substrato veículo, o substrato veícu- lo, de uma maneira preferida, contém oxidantes para reduzir a ação do oxi- gênio sobre os microorganismos sensíveis. Entretanto, a seleção do subs- trato veículo ideal é uma questão de simples tentativa e erro para a pessoa habilitada na técnica. Se for necessário, o substrato veículo pode ser aque- cido ligeiramente para derreter-se ou para reduzir sua viscosidade.
Para produzir um produto de cereal revestido, pode ser usada qualquer técnica conveniente para revestir os pedaços. Por exemplo, no caso de um substrato veículo líquido, a mistura do microorganismo probióti- co e do substrato veículo pode ser borrifada sobre os pedaços secos. Isto pode ser realizado de qualquer maneira conveniente. Por exemplo, os pe- daços podem ser aplicados a um leite fluidizado sobre o qual a mistura é borrifada. De uma maneira alternativa, os pedaços podem ser aplicados a um revestidor rotativo, no qual a mistura é borrifada. Como alternativa adici- onal, os pedaços podem ser forçados a cair em uma cortina e a mistura de revestimento borrifada sobre a cortina. No caso de um substrato veículo em partículas, o microorganismo probiótico e o substrato veículo podem ser misturados para formar uma mistura seca. Componentes sensíveis ao calor tais como vitaminas, aminoácidos, etc., também podem ser incluídos na mistura seca. A mistura seca é então aglomerada sobre os pedaços secos usando um agente aglomerador. Um procedimento conveniente é descrito na patente norte-americana 4.777.056; descrição essa que é aqui incorpo- rada por referência. Gorduras, óleos e soluções de açúcares são exemplos de agentes aglomeradores convenientes. Substratos veículos em partículas também podem ser polvilhados sobre o produto de cereal.
Para um produto de cereal enchido, a mistura do probiótico e microorganismo e substrato veículo é enchida dentro da cavidade central de cada pedaço. Neste caso, o substrato veículo, de uma maneira preferida, é viscoso ou é uma substância que endurece rapidamente. As gorduras são particularmente convenientes. De uma maneira alternativa, o produto de ce- real e o substrato veículo podem ser aplicados em um copo e o substrato veículo aglomerado ao produto de cereal usando um xarope. Neste caso, o produto de cereal é revestido e enchido. 0 produto de cereal seco pronto para comer contém, de uma maneira conveniente, cerca de 104 a cerca de 1010 células do microorganis- mos probiótico por grama do produto de cereal seco, de uma maneira prefe- rida cerca de 106 a cerca de 108 células do microorganismo probiótico por grama. 0 produto de cereal seco pode conter cerca de 0,5% a cerca de 20% em peso da mistura do microorganismo probiótico e substrato veículo; de uma maneira preferida cerca de 1 % a cerca 6% em peso, por exemplo, cer- ca de 3% a cerca de 6% em peso. O produto de cereal seco pode ser então ainda processado como for desejado. Por exemplo, se o cereal seco tiver de ser usado como cereal para desjejum, frutas secas, nozes, outros cereais, produtos de leite seco (tal como iogurte seco, etc.) podem ser misturados a seco com ou aglomerados com o cereal revestido. Se desejado, o cereal seco pode ainda ser revestido com agentes protetores ou agentes produtores de sabor, ou ambos. Isto também pode ser realizado antes ou durante o revestimento ou enchimento dos pedaços secos com a mistura do probiótico e microorga- nismos e substrato veículo.
Também é possível produzir um produto de cereal seco mistu- rando juntos água e os ingredientes de produto de cereal, por exemplo, um precondicionador. A mistura úmida pode então ser posta no formato deseja- do, por exemplo, usando rolos feitiadores. A mistura com formato adequado pode ser então cozida em um forno, por exemplo a cerca de 220°C até cer- ca de 280°C durante cerca de 10 minutos a cerca de 1 hora. O produto de cereal seco tem a aparência de um biscoito cozido. O revestimento ou en- chimento pode então ser aplicado como foi explicado acima.
De uma maneira alternativa, o produto de cereal pode ser for- mulado em alimentos de conveniência, tais como barras de lanche ("snack bars) e outros. Também aqui, o produto de cereal pode ser misturado com nozes, frutas secas, açúcares ou outros adoçantes, agentes de coloração ou agentes produtores de sabor, e outros idênticos. Um aglutinador conve- niente, por exemplo goma arábica ou gelatina, pode então ser acrescenta- do. Um agente que reduz a condição de quebra da barra também pode ser incluído, por exemplo trigo hidrolisado. Se desejado a barra pode ser reves- tida com um revestimento conveniente, por exemplo, chocolate. Processos para fabricar barras de lanche são bem conhecidos e são descritos na téc- nica, ver, por exemplo, patente norte-americana 4.871.557.
Entender-se-á que o produto de cereal seco pronto para comer pode ser produzido por qualquer processo conveniente e não apenas como e descrito acima.
No caso de alimentos humanos, o produto de cereal seco pronto para comer, de uma maneira preferida, compreende um suplemento nutriti- vo. No caso de alimentos para animais de estimação, o produto de cereal seco pronto para comer pode ser dado a animais de estimação como fonte única de nutrição ou pode ser suplementado por outras fontes de nutrição, por exemplo alimento enlatado. Quando consumido em quantidades ade- quadas, o produto de cereal seco pronto para comer resulta em uma produ- ção de ácidos, tal como ácido láctico e ácido acético, no intestino humano ou do animal. Isto inibe o crescimento de bactérias patogênicas, tais como Clostridium perfríngens ou aqueles que afetam adversamente o bem-estar, e tem um efeito benéfico sobre humanos ou animais. Além disso, os microor- ganismos probióticos aderem às superfícies intestinais e competem com bactérias indesejadas. Adicionalmente, o crescimento e atividade de bacté- rias putrefatórias pode ser inibido e, assim, a produção de compostos de amina tóxicos. Quantidades adequadas de produto de cereal seco pronto para comer também podem resultar na ativação da função imune do huma- no ou animal. A quantidade de produto de cereal seco pronto para comer a ser consumida pelo humano ou animal para obter um efeito benéfico dependerá do tamanho e idade do humano ou animal. Entretanto, uma quantidade do produto de cereal seco pronto para comer para prover uma quantidade diá- ria de cerca de 106 a cerca de 1012 células de microorganismo probiótico normalmente seria adequada.
Numerosas modificações podem ser feitas nas modalidades descritas acima. Por exemplo, não é necessário produzir o produto de cere- al por cozimento com extrusão. Em vez disso, o produto de cereal pode ser produzido por qualquer método conveniente para produzir pedaços de cere- al secos prontos para comer. Por exemplo, materiais de alimentação podem ser cozidos com água para produzir uma pasta cozida. A pasta é então se- cada com rolos para produzir flocos secos, usualmente com uma espessura de cerca de 0,6 a cerca de 1mm.
Exemplos específicos são agora descritos para ilustração adici- onal.
Exemplo 1 Uma mistura de alimento é composta de milho, glúten de milho, carne de frango e peixe, sais, vitaminas e minerais. A mistura de alimento é aplicada a um pré-condicionador e umedecida. O alimento umedecido que sai do pré-condicionador é então aplicado a um cozedor extrusor e gelatini- zado. A matriz gelatinizada que sai do extrusor é forçada através de uma fieira e extrudada. O material extrudado que sai da cabeça da fieira é corta- do em pedaços convenientes para alimentar cães, secados a cerca de 110°C durante cerca de 20 minutos e esfriada para formar pelotas. A ativi- dade de água das pelotas é cerca de 0,6.
As pelotas são borrifadas com três diferentes misturas de reves- timento. Cada mistura de revestimento contém Bacillus coagulans, mas uma mistura de revestimento usa gordura de soja hidrogenada como substrato de revestimento, uma mistura de revestimento uso água como substrato de revestimento e uma mistura de revestimento usa um material digerido de proteína como substrato de revestimento. O B.coagulans está na forma de endosporos em pó e é obtido em Sankyo Pharmaceutical Company sob o nome comercial Lacris-S. As pelotas contêm cerca de 1,6 x 106 células/g de B.coagulans. Para cada mistura de revestimento, as pelotas são separadas em dois grupos. Um grupo é armazenado a cerca de 25°C e, para estimar a estabilidade a longo prazo do microorganismo, o outro grupo é armazenado a cerca de 37°C. Uma amostra é tirada de cada grupo depois de 1 semana, 2 semanas, 3 semanas e 4 semanas. Além disso, uma amostra do grupo re- vestida com gordura que é armazenada a 37°C é tirada a 8 semanas.
As contagens das células são determinadas para cada amostra.
Os resultados estão expressos na Figura 1. Em todos os casos, as conta- gens de células continuam substancialmente constantes, indicando exce- lente estabilidade em armazenamento. Além disso, os resultados do arma- zenamento a 37°C para 8 semanas indicam que os microorganismos prova- velmente devem ser estáveis depois de 1 ano de armazenamento em condi- ções normais.
Exemplo 2 O Exemplo 1 é repetido exceto que as três misturas de revesti- mento diferentes cada uma contém Bacillus subtiüs em vez de Baciüus coa- gulans. O B.subtilis está na forma de endosporos em pó e é obtido de Han- sen A/S sob o nome comercial de BioPlus 2B. Os resultados estão expres- sos na Figura 2.
Em todos os casos, as contagens das células permanecem substancialmente constantes indicando excelente estabilidade em armaze- namento. Entretanto, as contagens das células para as pelotas revestidas com gordura são um pouco inferior àquelas para água e material digerido de proteína, mas ainda não substancialmente constantes. Também aqui, os re- sultados do armazenamento a 37°C durante 8 semanas indicam que os mi- croorganismos provavelmente serão estáveis depois de um ano de armaze- namento em condições normais.
Exemplo 3 O Exemplo 1 é repetido exceto que as três misturas de revesti- mento diferentes cada uma contém Pediococcus acidilactici em vez de Baci- llus coagulans. O P. acidilactici está na forma de um pó seco e pode ser ob- tido em Lallmand SA sob o nome comercial de Bactocell. Os resultados do armazenamento são os seguintes: Para as pelotas revestidas usando água ou gorduras, as conta- gens das células permanecem substancialmente constantes a cerca de 107 cfu/g, indicando excelente estabilidade em armazenamento. Para as pelotas revestidas usando material digerido de proteína, quando armazenadas a 37°C, as contagens de células inicialmente caem, mas estabilizam em cerca de 106 cfu/g, que é adequado.
Exemplo 4 O Exemplo 1 é repetido, exceto que as três misturas de revesti- mento diferentes cada uma contém Saccharomyces cereviseae em vez de Bacillus coagulans. O S cereviseae está na forma de um pó seco e pode ser obtido de Santel SA sob o nome comercial de Levucell. Os resultados do armazenamento são os seguintes: Para as pelotas revestidas usando água ou gorduras, as conta- gens de células permanecem substancialmente constantes a cerca de 107 cfu/g, indicando excelente estabilidade em armazenamento. Este é particu- larmente O caso para pellets revestidas com gorduras. Entretanto, as con- tagens de células para as pelotas revestidas com material digerido de pro- teínas estão um pouco abaixo daquelas para água e gordura, mas ainda são aceitáveis quando armazenadas a 25°C. Quando armazenadas a 37°C, as contagens de células para pelotas revestidas com material digerido de pro- teína caem.
Exemplo 5 Um experimento é realizado usando 30 cães. Os cães são ali- mentados com uma dieta seca padrão durante uma semana antes do come- ço dos experimentos. Imediatamente antes do começo dos experimentos, a flora intestinal e uma medida de odores fecais para cada cão são determinados.
Os cães são então separados em dois grupos de 15 cães. Um grupo de cães é alimentado com pelotas secas revestidas com gordura do exemplo 1. O outro grupo de cães é alimentado com as mesmas pelotas mas sem o revestimento de gordura e microorganismo probiótico. Os cães recebem livre acesso ao alimento e água.
Depois de uma semana, a flora intestinal de cada cão é analisa- da. Os cães que são alimentados com as pelotas do Exemplo 1 têm conta- gens decrescentes de C. perfringens. Além disso, verifica-se que o pH e odores fecais diminuíram nos cães que são alimentados com as pelotas do Exemplo 1.
Exemplo 6 A mistura de alimento é feita de 70% em peso de farinha de mi- lho, 17% em peso de farinha de trigo, 7% em peso de açúcar, 3% em peso de malte, 2% em peso de gorduras vegetais e sal. A mistura de alimento é aplicada a um pré-condicionador e umedecida. O alimento umedecido que sai do pré-condicionador é então aplicado a um extrusor e gelatinizado. A matriz gelatinizada que sai do extrusor é forçada através de uma fieira e ex- trudada. O material extrudado expande ao sair da cabeça da fieira e é cor- tado em pedaços de cerca de 1cm. Os pedaços são então secados até um teor de umidade de cerca de 1% em peso.
Os pedaços são borrifados com duas misturas de revestimento diferentes. Cada mistura de revestimento contém óleo de girassol como substrato veículo, mais um microorganismo diferente. Os microorganismos são: Ambos os microorganismos podem ser obtidos no comércio. Os pedaços contêm, todos eles, cerca de 106 células/g até 107 células/g do mi- croorganismo probiótico. Para ter uma idéia da estabilidade a longo prazo do microorganismo, os pedaços são armazenados a cerca de 37°C. Uma amostra de cada grupo é tirada imediatamente depois da produção, depois de 1 semana e depois de 3 semanas.
As contagens de células viáveis são determinadas para cada amostra. Os resultados são os seguintes: Os resultados indicam que os microorganismos probióticos per- manecem substancialmente estáveis.
Exemplo 7 O procedimento do Exemplo 6 é repetido, exceto que a mistura de revestimento é uma mistura seca dos microorganismos probióticos e pó com sabor de chocolate (pó Nesquik©). A mistura seca é revestida sobre os pedaços usando o procedimento descrito na patente Americana 4.777.056 e usando óleo vegetal como agente aglomerante. São usados os seguintes microorganismos: Os primeiros, terceiros, quartos e quintos microorganismos são obtidos no comércio. 0 segundo microorganismo é descrito em EP 0577904 e foi depositado no Collection Nationale de Cultures de Microorganismes (CNCM), Institut Pasteur, 28 rue du Dr Roux, 757724 Paris Cedex 15, Fran- ce em 30 de Junho de 1992 sob o número CNCM 1-1225 e o nome La 1 pela Société des Produits Nestlé SA.
As contagens de células foram determinadas para cada amos- tra. Os resultados são os seguintes: Os resultados indicam que o B. coagulans e o Bifidobacterium animalis/longum, provavelmente, devem permanecer estáveis por longos períodos. Os outros microorganismos apresentam menos estabilidade, mas estabilidade aceitável.
Exemplo 8 Produtos de cereal expandidos produzidos como foi descrito no Exemplo 6 são revestidos com três substratos de revestimento. O produto 1 é preparado revestindo o produto de cereal com óleo vegetal e então borri- fando sobre um pó de leite seco com borrifamento que contém L.johnsonii La 1; o produto 2 é preparado revestindo o produto de cereal com óleo ve- getal e então borrifando sobre uma mistura de pó de leite secado com bor- rifamento que contém L.johnsonii La 1 e pó contendo cacau (pó Nesquik®); o produto 3 é preparado pondo em suspensão um pó de leite seco com bor- rifamento que contém L.johnsonii La1 em um óleo vegetal e borrifando o óleo (sem pressão) sobre o produto de cereal.
As contagens de células foram determinadas para cada produto.
Os resultados são os seguintes: Os resultados indicam que os microorganismos probióticos per- manecem substancialmente estáveis.
Exemplo 9 Um experimento é realizado usando 20 voluntários adultos.
Imediatamente antes do começo dos experimentos, a flora intestinal de cada voluntário é determinada. Os voluntários são então separados em dois gru- pos de 10 pessoas. Um grupo é alimentado, para o desjejum, com uma por- ção de 30g do produto 1 do exemplo 8 juntamente com leite frio. O outro grupo é alimentado com o mesmo produto de cereal, mas sem o revesti- mento de gordura e microorganismo probiótico. Outras refeições durante o dia são as refeições normais comidas pelos voluntários.
Depois de uma semana, a flora intestinal de cada voluntário foi analisada. Os voluntários que foram alimentados com o Produto 1 tiveram contagens de C. perfringens diminuídas.