BR112019001185B1

BR112019001185B1 - Cabo estrutural com bainha dupla

Info

Publication number: BR112019001185B1
Application number: BR112019001185-4A
Authority: BR
Inventors: Antoine DUGAIN; Matthieu GUESDON
Original assignee: Soletanche Freyssinet
Priority date: 2016-07-27
Filing date: 2016-07-27
Publication date: 2022-08-02
Also published as: AU2016416839A1; US20200332464A1; US20190264402A1; EP3491194B1; CA3031767C; AU2016416839B2; KR20190033073A; WO2018020289A1; AU2016416840B2; KR102648176B1; KR20190030220A; US20190242058A1; EP3491194A1; KR102651398B1; JP6965471B2; MX2019001116A; EP3491185B1; US11365513B2; ES2864034T3; BR112019001180A2

Abstract

"CABO ESTRUTURAL COM BAINHA DUPLA. A presente invenção refere-se a um cabo estrutural (10) que compreende um feixe de tirantes de sustentação de carga (15) que se estende entre os dispositivos de ancoragem superior e inferior, a primeira bainha (20) contém o feixe de tirantes, e a segunda bainha (22) arranjada em torno da primeira bainha, com um espaço entre as primeira e segunda bainhas.

Description

[0001] A presente invenção refere-se a cabos estruturais usados na indústria da construção. Os mesmos são aplicáveis, em particular, a estais usados para suportar, enrijecer ou estabilizar estruturas.

Antecedentes

[0002] Estais são amplamente usados para suportar estruturas suspensas tais como superestruturas de pontes ou telhados. Os mesmos podem também ser usados para estabilizar estruturas eretas tais como torres ou mastros.

[0003] Uma típica estrutura de um estai inclui um feixe de tirantes, por exemplo, fios ou cordões, alojados na bainha de plástico coletiva. A bainha protege os tirantes metálicos do feixe e proporciona uma aparência suave do estai.

[0004] Em determinados casos, a bainha é na forma de um tubo integral que se estende a partir do ponto de ancoragem inferior para o ponto de ancoragem superior do estai. Os tirantes são rosqueados, em geral um por um ou pequenos grupos por pequenos grupos, dentro da bainha antes de ancorar os mesmos em ambas as extremidades. Exemplos que ilustram a referida tecnologia são descritos nas patentes US Nos. 5.461.743 e 7.779.499.

[0005] Em outros casos, a bainha é produzida de segmentos que seguem um ao outro ao longo do cabo. Cada segmento pode ser produzido de diversos setores montados em torno do feixe de tirantes. Vide, por exemplo, a patente US No. 5.479.671.

[0006] O documento US 2012/058338 A1 divulga uma estrutura de proteção para um cabo de ponte, tendo um revestimento duplo em torno do cabo, com elementos de proteção ou materiais entre eles.

[0007] Um objetivo da presente invenção é de propor outro tipo de desenho de bainha para cabos estruturais.

Sumário

[0008] O presente documento descreve um cabo estrutural de um trabalho de construção. O cabo estrutural compreende: um feixe de tirantes de sustentação de carga que se estende entre dispositivos de ancoragem superior e inferior; uma primeira bainha que contém o feixe de tirantes; e uma segunda bainha arranjada em torno da primeira bainha, com um espaço entre as primeira e segunda bainhas. A segunda bainha é configurada para transmitir substancialmente nenhum esforço longitudinal para a primeira bainha. Assim, a adição da segunda bainha não altera de modo significativo o comportamento mecânico do cabo estrutural.

[0009] O espaço entre as duas bainhas concêntricas pode ser de modo vantajoso usado para inserir algum equipamento, por exemplo, fiação, tubulação ou vários tipos de dispositivos para proporcionar mais funcionalidade no cabo estrutural, além de sua principal função de sustentação de carga. Efeitos visuais, proteção contra raios, proteção contra fogo podem ser citados como funcionalidade potencial que pode ser adicionada graças ao espaço entre as primeira e segunda bainhas.

[0010] Em uma aplicação, fontes de luz são arranjadas no espaço entre as primeira e segunda bainhas, a segunda bainha sendo pelo menos em parte de transmissão de luz.

[0011] Tipicamente, a segunda bainha se estende sobre mais do que 80% de um comprimento do feixe de tirantes entre os dispositivos de ancoragem superior e inferior.

[0012] Em uma modalidade, a primeira bainha se estende como um membro tubular integral entre uma primeira extremidade adjacente ao dispositivo de ancoragem inferior e uma segunda extremidade adjacente ao dispositivo de ancoragem superior.

[0013] Adicionalmente, cada segmento da segunda bainha pode ser configurado para transmitir substancialmente nenhum esforço longitudinal a um segmento adjacente da segunda bainha.

[0014] Uma modalidade do cabo estrutural adicionalmente compre ende pelo menos um cabo que se estende ao longo do feixe de tirantes no espaço entre as primeira e segunda bainhas, a segunda bainha sendo fixada ao pelo menos um cabo. O(s) cabo(s) suporta(m) a segunda bainha ao longo da direção do cabo estrutural, de tal modo que os esforços entre as primeira e segunda bainhas são essencialmente transversais à direção do cabo estrutural.

[0015] A segunda bainha pode ser fixada ao pelo menos um cabo usando prendedores cada um dos quais tendo uma primeira parte fixada ao cabo e uma segunda parte que se salienta transversalmente ao cabo e através da parede da segunda bainha, a segunda parte tendo uma extremidade fora da segunda bainha para receber um conector removível.

[0016] Em uma modalidade, a segunda bainha compreende uma pluralidade de segmentos montados ao longo do feixe de tirantes, cada segmento sendo conectado ao pelo menos um cabo. Um membro de junta pode ser disposto entre uma extremidade superior de um primeiro segmento da segunda bainha e uma extremidade inferior de um segundo segmento da segunda bainha adjacente a um primeiro segmento, o membro de junta sendo configurado para acomodar um deslocamento longitudinal da extremidade superior de um primeiro segmento com relação ao inferior do segundo segmento. Por exemplo, o membro de junta pode ter uma seção transversal em forma de H.

[0017] Cada segmento da segunda bainha pode compreender uma pluralidade de elementos montados juntos em torno da primeira bainha. Por exemplo, os elementos de um segmento da segunda bainha são montados juntos por encaixar uma borda macho de um elemento em uma borda fêmea de um elemento adjacente. Alternativamente, os mesmos podem ser montados juntos usando presilhas retendo bordas opostas de elementos adjacentes.

[0018] De modo vantajoso, cada segmento da segunda bainha é pelo menos em parte removível para proporcionar acesso ao espaço entre as primeira e segunda bainhas.

[0019] De modo a minimizar os movimentos transversais da segun da bainha com relação à primeira bainha, membros de espaçamento podem ser dispostos no espaço entre as primeira e segunda bainhas.

Breve Descrição dos Desenhos

[0020] Outras características e vantagens do cabo estrutural descri to aqui se tornarão aparentes a partir da descrição a seguir das modalidades não limitantes, com referência aos desenhos em anexo, nos quais: a Figura 1 é uma vista lateral esquemática de um estai; as Figuras 2-4 são vistas esquemáticas transversais em seção de cabos estruturais de acordo com modalidades como descrito aqui; a Figura 5 é uma vista seccionada axial que ilustra a montagem de dois elementos adjacentes de um cabo bainha; a Figura 6 é uma vista em perspectiva de uma bainha dupla que pode ser usada nas modalidades como descrito aqui; as Figuras 7 e 8 são vistas em seção transversal de prendedores usados para reter a bainha nos cabos em modalidades como descrito aqui, a Figura 7 sendo uma seção axial ao longo da direção VII - VII mostrada na Figura 8, e a Figura 8 sendo uma seção radial ao longo da direção VIII - VIII mostrada na Figura 7; e a Figura 9 é uma vista seccionada longitudinal que ilustra a montagem de dois segmentos adjacentes de um cabo bainha.

Descrição das Modalidades

[0021] A Figura 1 mostra um estai 10 que é um cabo estrutural que se estende entre duas partes 11, 12 de um trabalho de construção. A primeira parte 11 é em uma posição mais elevada do que a segunda parte 12. Por exemplo, a primeira parte 11 pertence a uma torre, enquanto a segunda parte 12 pertence à fundação para estabilizar a torre. Alternativamente, a primeira parte 11 pode pertencer à torre, enquanto a segunda parte 12 pertence a alguma estrutura suspensa a partir da torre 11.

[0022] O trabalho de construção tipicamente inclui um número de estais 10, apenas um dos referidos sendo mostrado na Figura 1.

[0023] O cabo estrutural 10 tem uma parte de sustentação de carga 15 que consiste de um feixe de tirantes disposto paralelo um em relação ao outro (vide as Figuras 2-4). Por exemplo, os tirantes enfeixados podem ser cordões do mesmo tipo que os usados para pré-tensionar estruturas de concreto. Cada cordão pode opcionalmente ser protegido por uma substância tal como graxa ou cera e individualmente contido em uma respectiva bainha de plástico (não mostrado).

[0024] Cada estai 10 pode ter um comprimento de até diversas centenas de metros, e inclui poucas dezenas de tirantes, como ilustrado nas Figuras 2-4.

[0025] Os tirantes de sustentação de carga são ancorados em ambas as extremidades do feixe 15 usando um dispositivo de ancoragem superior 16 montado na primeira parte 11 do trabalho de construção e um dispositivo de ancoragem inferior 17 montado na segunda parte 12 do trabalho de construção. Entre os dois dispositivos de ancoragem 16, 17, o feixe de tirantes 15 segue uma curva catenária em virtude de seu próprio peso e da força de tensão mantida pelos dispositivos de ancoragem. Os dispositivos de ancoragem 16, 17 são posicionados nas primeira e segunda partes 11, 12 por levar em consideração a curva catenária pré-calculada de cada estai 10.

[0026] O feixe de tirantes 15 é contido em uma primeira bainha de proteção 20 que é circundada pela segunda bainha 22. Ambas as bainhas 20, 22 são tipicamente produzidas de material plástico. Os materiais das duas bainhas podem ser diferentes um a partir do outro.

[0027] As primeira e segunda bainhas 20, 22 são afastadas uma a partir da outra, de modo que há um espaço entre as mesmas. No exemplo, mostrado, ambas as bainhas 20, 22 têm uma seção transversal circular e são arranjadas substancialmente concêntricas uma à outra ao longo do feixe de tirantes 15. Portanto, a seção transversal do espaço tem um formato anular.

[0028] De modo a facilitar a configuração e a montagem do cabo estrutural 10, a primeira bainha 20 pode consistir de um membro tubular integral que se estende entre uma primeira extremidade adjacente ao dispositivo de ancoragem inferior 17 e uma segunda extremidade adjacente ao dispositivo de ancoragem superior 16. O feixe de tirantes 15 e a primeira bainha 20 podem então ser instalados de acordo com um método convencional, por exemplo, como descrito na patente US No. 5.461.743 ou 7.779.499.

[0029] No exemplo, ilustrado na Figura 1, a primeira extremidade da primeira bainha 20 se apoia sobre o tubo guia 25 através do qual o feixe de tirantes 15 passa próximo do dispositivo de ancoragem inferior 17, enquanto a segunda extremidade da primeira bainha 20 penetra dentro do outro tubo 26 disposto na primeira parte 11 do trabalho de construção, através do qual a extremidade superior do feixe de tirantes 15 passa para alcançar o dispositivo de ancoragem superior 16. A segunda extremidade da primeira bainha 20 não é conectada ao tubo 26, de modo que ele pode deslizar no mesmo quando os tirantes 15 e a bainha 20 sofrem diferentes expansão ou contração por conta dos coeficientes de expansão térmica de seus materiais. O arranjo impede que o escoamento de água flua para dentro da primeira bainha 20.

[0030] O peso da bainha de plástico 20 é absorvido por algum esforço transversal no feixe de tirantes 15, e principalmente por um esforço axial no tubo guia 25. Alternativamente, a primeira bainha 20 pode ser suspensa a partir da primeira parte 11 do trabalho de construção próximo do dispositivo de ancoragem superior 16, com um arranjo de suavização próximo da extremidade inferior do estai para acomodar os diferentes comportamentos de expansão térmica.

[0031] A segunda bainha 22 é montada em torno da primeira bainha 20 de modo a ser, em um sentido mais amplo, mecanicamente independente a partir da primeira bainha 20. Em outras palavras, a segunda bainha 22 é configurada para transmitir substancialmente nenhum esforço longitudinal para a primeira bainha 20.

[0032] A referida impedância da segunda bainha 22 pode ser alcançada por fixar a segunda bainha 22 a um ou mais cabos 30 que se estendem ao longo do feixe de tirantes 15 no espaço entre as primeira e segunda bainhas 20, 22, usando um arranjo como ilustrado nas Figuras 6-8.

[0033] A Figura 6 mostra as duas bainhas concêntricas 20, 22 com um par de cabos 30 arranjado no espaço em posições diametricamente opostas. Será observado que pode haver apenas um cabo, ou mais do que dois cabos. Cada cabo 30 pode ser produzido de fios metálicos e ter as suas extremidades conectadas às primeira e segunda partes 11, 12 do trabalho de construção usando os respectivos dispositivos de ancoragem (não mostrado).

[0034] Os cabos de fio 30 são arranjados próximos da superfície interna da bainha externa 22, à qual os mesmos são fixados por meio de prendedores 32 distribuídos ao longo do comprimento do estai. Cada prendedor 32 (Figuras 7-8) tem uma parte de manga 33 na qual o cabo de fio 30 é rosqueado e tendo extremidades estampadas 34 para fixar a parte de manga 33 ao cabo 30. O prendedor 32 também inclui uma parte de haste 35 que se salienta transversalmente a partir da parte de manga 33 e o cabo 30. Para fixar a segunda bainha 22 ao cabo de fio 30, a parte de haste 35 é inserida em um orifício formado na parede da segunda bainha 22, e um conector removível 36 é recebido na extremidade da parte de haste 35 fora da bainha 22. No exemplo, mostrado, o conector removível 36 é um anel elástico de retenção que engata uma ranhura anular da parte de haste 35, uma arruela 37 sendo disposta entre a parede da segunda bainha 22 e o anel elástico de retenção 36. Outros conectores tais como pinos de travamento podem ser usados.

[0035] O cabo de fios 30 e os prendedores 32 retêm cada segmento da segunda bainha 22 de tal modo que o peso de cada segmento da segunda bainha 22 não se traduz em esforços longitudinais aplicados na primeira bainha 20 ou o feixe de tirantes 15 e não é aplicado em um segmento adjacente da segunda bainha 22.

[0036] A Figura 6 mostra um segmento da segunda bainha 22. Em uma modalidade, uma pluralidade dos referidos segmentos é montada ao longo do cabo estrutural 10. Cada segmento, tendo um comprimento de 3 a 10 m, por exemplo, é conectado ao cabo de fios 30 estendido entre as duas bainhas 20, 22 por meio de prendedores 32.

[0037] Os membros de junta 40 é disposto entre os segmentos da segunda bainha 22 para garantir o seu alinhamento adequado ao mesmo tempo em que permite algum deslocamento longitudinal relativo das extremidades axiais dos segmentos adjacentes.

[0038] Uma possível configuração de um tal membro de junta 40 é mostrada na Figura 9. Nesse caso, o membro de junta 40 tem um formato anular com um diâmetro adaptado àquele da segunda bainha 22, e uma seção transversal em forma de H. O membro de junta em forma de H 40 tem duas aberturas anulares opostas entre si, uma recebendo a extremidade superior de um primeiro segmento da segunda bainha 22, e a outra recebendo a extremidade inferior de um segundo segmento da segunda bainha adjacente a um primeiro segmento.

[0039] Quando se instala a segunda bainha 22, um espaçamento d é deixado entre as extremidades axiais dos segmentos adjacentes. O espaçamento d e o comprimento axial D do membro de junta 40 são selecionados dependendo do comprimento dos segmentos de bainha e dos coeficientes de expansão térmica do material plástico da bainha 22 e do metal do cabo de fio 30, de modo que as extremidades axiais dos segmentos adjacentes permanecem retidas nas aberturas do membro de junta em forma de H 40 quando o estai sofre variação de temperatura na faixa relevante para o trabalho de construção. A faixa de temperatura é tipicamente 50°C ou mais.

[0040] Em outra configuração, a extremidade superior do segmento de bainha se sobrepõe à extremidade inferior do segmento de bainha localizado logo acima da mesma, por exemplo, como descrito na patente US No. 5.479.671. Assim, uma junta de sobreposição em forma de tulipa é formada entre os dois segmentos adjacentes. Em caso da segunda bainha 22 não ser suficientemente flexível ou dúctil, um espaço é proporcionado entre as partes fêmea e macho da referida junta de sobreposição em forma de tulipa para permitir algum movimento telescópico dos dois segmentos de bainha de modo a aceitar alguma expansão térmica e rotação dos segmentos de bainha.

[0041] Um segmento da segunda bainha 22 pode consistir de uma peça de tubo integral, como ilustrado na Figura 2.

[0042] Alternativamente, o segmento pode consistir de uma plurali dade de elementos em forma de setor montados juntos em torno da primeira bainha 20. Na ilustração de Figura 3, há quatro elementos 22a, 22b, 22c, 22d cada um dos quais tendo uma seção transversal na forma de um setor de 90°. Na ilustração da Figura 4, há dois elementos 22A, 22B cada um tendo uma seção transversal na forma de um setor de 180°. Os referidos elementos são montados juntos por encaixar a borda macho 42 de um elemento na borda fêmea 43 de um elemento adjacente.

[0043] Outro modo de montar os elementos de bainha é ilustrado na Figura 5. Aqui, os elementos 22A, 22B de um segmento da segunda bainha 22 são montados usando presilhas 45 que retêm as bordas opostas de elementos adjacentes.

[0044] No exemplo, de Figura 5, cada elemento de bainha 22 A, 22B tem ranhuras longitudinais 46 próximas às suas bordas longitudinais, uma em cada face. A presilha 45 tem uma seção transversal em geral em forma de H, com cada metade encaixada na borda longitudinal do elemento de bainha 22A, 22B. O perfil da presilha 45 também tem linguetas ou nervuras internas 47 que engatam nas ranhuras longitudinais 46 do elemento de bainha 22A, 22B para fixar os elementos em posição.

[0045] Como mostrado nas Figuras 3 e 4, os membros de espa çamento 50 podem ser dispostos no espaço entre as primeira e segunda bainhas 20, 22, de modo a limitar o movimento transversal da segunda bainha 22 com relação à primeira bainha 20. Os membros de espaçamento 50 podem ter propriedades elásticas ou viscoelásticas. Os mesmos podem ser fixados à primeira bainha 20, à segunda bainha 22 ou a ambas.

[0046] Quando o projetista do trabalho de construção obtém vantagem do espaço entre as primeira e segunda bainhas 20, 22 para acrescentar algum elemento funcional ao estai, aquele elemento funcional pode, se apropriado, desempenhar um papel de um membro de espaçamento 50.

[0047] Na modalidade ilustrada pela Figura 6, a segunda bainha 22 é produzida de um material plástico transparente, e as fontes de luz são dispostas no espaço entre as primeira e segunda bainhas 20, 22. As fontes de luz são, por exemplo, diodos emissores de luz (LEDs) arranjados ao longo de tiras 50. Cada tira 50, montada no perfil 51 fixada no lado de fora da primeira bainha 20, desempenha o papel de um membro de espaçamento.

[0048] Ao se produzir a segunda bainha 22 de um material plástico transparente se oferece uma variedade de opções para adicionar características arquiteturais à suspensão com cabos do trabalho de construção. Padrões ornamentais ou coloridos podem ser inseridos para proporcionar uma aparência distinta ao trabalho de construção. Em particular, padrões de luz podem ser criados usando LEDs ou outros tipos de fontes.

[0049] De modo mais geral, a segunda bainha 22 pode ser produzida de a material de transmissão de luz, por exemplo, transparente, translucido, com ou sem filtros de cor, etc. A propriedade de transmissão de luz pode ser proporcionada na superfície como um todo da segunda bainha 22, ou apenas em parte da mesma, por exemplo, onde fileiras de fontes de luz são dispostas.

[0050] Se for desejado, por questões de manutenção, o espaço anular entre as primeira e segunda bainhas 20, 22 pode ser tornado acessível a partir do lado de fora pelo arranjo dos segmentos que constituem a segunda bainha 22. Os elementos que formam a segmentos de bainha são removíveis para proporcionar acesso ao espaço. Isso pode ser realizado por remover os conectores 36 dos prendedores 32 (Figuras 7-8) e usar a flexibilidade dos materiais dos membros de junta 40 (Figura 9) e/ou das presilhas 45 (Figura 5) para extrair o elemento. Os membros de junta 40 e/ou as presilhas 45 podem ter uma parte removível no lado de fora para facilitar a desmontagem do elemento de bainha quando necessário.

[0051] O fato de que a segunda bainha 22 é produzida indepen dente da primeira bainha 20 e o feixe de tirantes 15 com relação aos esforços longitudinais garantem que um elemento da segunda bainha 22 possa ser temporariamente removido para se obter acesso ao espaço sem causar problemas.

[0052] Durante a vida útil do trabalho de construção, manutenção ou substituição de parte ou de todos os tirantes estruturais dentro do feixe 15 e da primeira bainha 20 pode ter que ser realizada. Quando o arranjo proposto de bainha dupla é usado, a referida manutenção ou substituição pode ser realizada sem qualquer interferência com a segunda bainha 22 e equipamento associado.

[0053] Em alguns casos, a segunda bainha 22 pode cobrir apenas uma porção da parte funcional do cabo estrutural 10. Entretanto, em geral será preferido se instalar o mesmo sobre toda a parte funcional. Não é prático se ter a segunda bainha 22 estendida por todo o comprimento para os dispositivos de ancoragem 16, 17. Também, a segunda bainha 22 pode ter que ser interrompida em locais se alguns dos cabos são conectados juntos por dispositivos de amortecimento de vibração como descrito, por exemplo, na patente US No. 7,631,384 ou pedido US 2015/113744 A1. Onde os referidos dispositivos de amortecimento são proporcionados, segmentos de bainha adjacentes são espaçados a nível de seus colares de fixação, e os cabos 30 devem passar através ou em torno dos colares para adequadamente reter a segunda bainha 22. De modo geral, as porções de cabo não cobertas pela segunda bainha 22 são minimizadas. Tipicamente, a segunda bainha 22 se estende sobre mais do que 80% do comprimento do feixe de tirantes 15 entre os dispositivos de ancoragem 16, 17, ou ainda mais do que 90% para estais longos.

[0054] Na configuração ilustrada de modo diagramático pela Figura 1, a extremidade superior da segunda bainha 22 é localizada dentro do tubo superior 26 montado na primeira parte 11 do trabalho de construção, de modo que a mesma não é visível e água de escoamento é impedida de fluir para dentro da segunda bainha 22.

[0055] Para se garantir boas propriedades dinâmicas do estai 10, é preferível se adotar para a segunda bainha 22 um perfil regular, tipicamente com uma seção transversal circular. A segunda bainha 22 pode também ser proporcionada com uma estrutura de superfície específica, conhecida na técnica, por exemplo, helicoidais de nervura dupla, para aprimorar o seu comportamento na presença de uma ação combinada de chuva e vento.

[0056] Será observado que as modalidades descritas acima são ilustrativas da presente invenção descrita aqui e que várias modificações podem ser produzidas sem se desviar a partir do âmbito como definido nas reivindicações em anexo.

[0057] Por exemplo, a presente invenção é aplicável a cabos estruturais diferentes de estais.

Claims

1. Cabo estrutural (10) de um trabalho de construção, o cabo estrutural (10) compreendendo: um feixe de tirantes de sustentação de carga (15) que se estende entre os dispositivos de ancoragem superior e inferior (16, 17); uma primeira bainha (20) que contém o feixe de tirantes; e uma segunda bainha (22) arranjada em torno da primeira bainha, com um espaço entre as primeira e segunda bainhas, o cabo estrutural (10) sendo caracterizado pelo fato de que a segunda bainha (22) é configurada para transmitir substancialmente nenhum esforço longitudinal para a primeira bainha (20).

2. Cabo estrutural, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a segunda bainha (22) se estende sobre mais do que 80% de um comprimento do feixe de tirantes (15) entre os dispositivos de ancoragem superior e inferior (16, 17).

3. Cabo estrutural, de acordo com qualquer uma das reivindi-cações precedentes, caracterizado pelo fato de que a segunda bainha (22) é pelo menos em parte de transmissão de luz.

4. Cabo estrutural, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que ainda compreende fontes de luz (50) arranjadas no espaço entre as primeira e segunda bainhas (20, 22).

5. Cabo estrutural, de acordo com qualquer uma das reivindi-cações precedentes, caracterizado pelo fato de que a primeira bainha (20) se estende como um membro tubular integral entre uma primeira extremidade adjacente ao dispositivo de ancoragem inferior (17) e uma segunda extremidade adjacente ao dispositivo de ancoragem superior (16).

6. Cabo estrutural, de acordo com qualquer uma das reivindi-cações precedentes, caracterizado pelo fato de que pelo menos um cabo (30) que se estende ao longo do feixe de tirantes (15) no espaço entre as primeira e segunda bainhas (20, 22), em que a segunda bainha (22) é fixada a pelo menos um cabo.

7. Cabo estrutural, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que a segunda bainha (22) é fixada ao pelo menos um cabo (30) usando prendedores (32) cada um tendo uma primeira parte (33) fixada a um cabo e uma segunda parte (35) que se salienta transversalmente ao cabo e através da parede da segunda bainha, a segunda parte tendo uma extremidade fora da segunda bainha (22) para receber um conector removível (36).

8. Cabo estrutural, de acordo com qualquer uma das reivin-dicações 6 e 7, caracterizado pelo fato de que a segunda bainha (22) compreende uma pluralidade de segmentos montados ao longo do feixe de tirantes (15), cada segmento sendo conectado ao pelo menos um cabo (30).

9. Cabo estrutural, de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de que cada segmento da segunda bainha (22) é configurado para transmitir substancialmente nenhum esforço longitudinal a um segmento adjacente da segunda bainha (22).

10. Cabo estrutural, de acordo com qualquer uma das reivin-dicações 8 e 9, caracterizado pelo fato de que ainda compreende um membro de junta (40) disposto entre uma extremidade superior de um primeiro segmento da segunda bainha (22) e uma extremidade inferior de um segundo segmento da segunda bainha adjacente a um primeiro segmento, em que o membro de junta é configurado para acomodar um deslocamento longitudinal da extremidade superior de um primeiro segmento com relação ao inferior do segundo segmento.

11. Cabo estrutural, de acordo com a reivindicação 10, cara-cterizado pelo fato de que o membro de junta (40) tem uma seção transversal em forma de H.

12. Cabo estrutural, de acordo com qualquer uma das reivin-dicações 8 a 11, caracterizado pelo fato de que cada segmento da segunda bainha (22) compreende uma pluralidade de elementos montados juntos em torno da primeira bainha (20).

13. Cabo estrutural, de acordo com a reivindicação 12, carac-terizado pelo fato de que os elementos (22a-d; 22A-B) de um segmento da segunda bainha (22) são montados juntos por encaixar uma borda macho de um elemento em uma borda fêmea de um elemento adjacente.

14. Cabo estrutural, de acordo com a reivindicação 12, cara-cterizado pelo fato de que os elementos (22A-B) de um segmento da segunda bainha (22) são montados juntos usando presilhas (45) retendo bordas opostas de elementos adjacentes.

15. Cabo estrutural, de acordo com qualquer uma das reivin-dicações 8 a 14, caracterizado pelo fato de que cada segmento da segunda bainha (22) é pelo menos em parte removível para proporcionar acesso ao espaço entre as primeira e segunda bainhas (20, 22).

16. Cabo estrutural, de acordo com qualquer uma das reivin-dicações precedentes, caracterizado pelo fato de que ainda compreende membros de espaçamento (50) dispostos no espaço entre as primeira e segunda bainhas (20, 22).