PT1774372E

PT1774372E - Folha transparente texturada de motivos piramidais que pode ser associada a células foto voltaicas

Info

Publication number: PT1774372E
Application number: PT05762653T
Authority: PT
Inventors: Patrick Gayout; Dirk Neumann; Ingrid Vaverka
Original assignee: Saint Gobain
Priority date: 2004-05-10
Filing date: 2005-05-04
Publication date: 2011-11-02
Also published as: ATE517361T1; PL1774372T3; EP1774372B1; JP2007536756A; FR2870007B1; ES2369017T3; US20070240754A1; WO2005111670A1; FR2870007A1; TW200540463A; TWI408418B; KR101381749B1; JP2012147038A; EP1774372A1; US20130344642A1; KR20070015570A; CN2850965Y

Description

DESCRIÇÃO

EPÍGRAFE: "FOLHA TRANSPARENTE TEXTURADA DE MOTIVOS PIRAMIDAIS QUE PODE SER ASSOCIADA A CÉLULAS FOTO VOLTAICAS" A invenção diz respeito a um processo de fabrico de uma folha texturada por motivos geométricos incrustados. A WO 03046617 descreve a realização e a utilização de placas texturadas para melhorar a transmissão luminosa de placas transparentes integradas nas células foto voltaicas, lâmpadas planas de descarga, plasmas, ecrãs LCD, colectores solares, projectores de imagem. Os motivos de textura podem nomeadamente ser côncavos em relação ao plano geral da face texturada da placa, quer dizer incrustados na placa de base. Estes motivos podem nomeadamente ser realizados por laminagem a quente de uma folha isenta de motivos por um rolo imprimindo os motivos desejados à placa. Segundo a natureza dos motivos, estes podem se deixar realizar mais ou menos facilmente. Em particular, pode-se por vezes observar uma tendência da matéria no estado pastoso para aderir ao rolo de laminagem, o que cria defeitos visíveis a olho nu. Os motivos não são então 1 correctamente realizados, e além disso, a folha tem tendência a se enrolar em redor do rolo de laminagem. Quando isto acontece, é necessário parar o fabrico. Pode-se combater este efeito de colagem diminuindo a velocidade de produção. Por outro lado, quando os motivos incrustados da placa texturada estão em contacto com o ar ambiente na utilização final, estes têm tendência a se encher de poeiras ou sujidades e a se deixar limpar mais ou menos facilmente. É nomeadamente o caso se se utiliza a placa texturada para proteger uma célula foto voltaica colocada no exterior. 0 documento GB878215 divulga um processo de fabrico de uma placa transparente texturada compreendendo uma etapa de moldagem. A invenção fornece uma solução aos problemas sub-mencionados. A invenção diz respeito a um processo tal como reivindicado na reivindicação 1 para o fabrico de uma placa transparente em vidro mineral compreendendo pelo menos dois bordos principais paralelos, e compreendendo em relevo sobre pelo menos uma das suas superfícies principais motivos piramidais (côncavos ou convexos) repetitivos em relevo compreendendo cada um um vértice, uma base e um conjunto de arestas que ligam o vértice à base, pelo menos uma aresta dos ditos motivos sendo tal que a sua projecção no plano geral da placa é sensivelmente paralela aos ditos dois bordos principais paralelos. Utiliza- 2 se aqui o termo aresta para designar uma das arestas da pirâmide ligando o vértice e a base. 0 termo aresta não designa portanto um dos lados da base da pirâmide. A Requerente observou que a disposição judiciosa de pelo menos uma aresta como vem sendo dito, seria vantajosa. Com efeito, a aresta é vantajosamente no sentido da laminagem, o qual é paralelo a pelo menos dois bordos principais, porque os motivos sobre o rolo de laminagem parecem assim mais facilmente entrar em contacto com a placa no estado pastosa e em se separar sem prejudicar a impressão que vem sendo feita. Em todo o caso, a Requerente observou que estas condições seriam mais favoráveis (menos defeitos geométricos visíveis a olho nu) em comparação com os motivos em que todas as arestas são em viés em relação ao sentido da laminagem. Parece que o ângulo que faz - a recta situada na intersecção por um lado de um plano perpendicular ao plano geral da placa e passando pelo vértice da pirâmide e por outro a pirâmide ela mesma, com - o plano geral da placa, 3 seja particularmente importante para a qualidade de enformação dos motivos em relevo. Parece que com efeito que seja preferível que este ângulo seja pequeno, porque assim a interpenetração do rolo de laminagem e da placa parece fazer-se de maneira mais progressiva. Parece que ao nível de cada motivo, a pirâmide macho (podendo conforme o caso se encontrar sobre o rolo de laminagem ou sobre a placa de texturar) e a pirâmide fêmea correspondente se separam de maneira mais suave e com uma mais fraca tendência a colar uma à outra. Este efeito é observado para a realização quer de pirâmides côncavas quer convexas sobre a placa texturada. Este melhor comportamento na impressão do motivo permite aumentar as velocidades de fabrico.

No caso da realização de pirâmides côncavas sobre a placa texturada (por um rolo de laminagem compreendendo pirâmides convexas), um efeito suplementar foi observado. Com efeito, como a placa é colocada em utilização final de maneira a que os dois bordos principais aparecem verticais quando se observa a placa de frente (o plano geral da placa sendo inclinado, por exemplo a 45° em relação à horizontal), a aresta judiciosamente colocada aparece igualmente vertical vista de frente e pode desempenhar uma função de goteira de evacuação 4 para as sujidades, poeiras e todo o liquido, nomeadamente de limpeza, tendo penetrado voluntariamente ou involuntariamente no motivo, e isto sem que seja necessário mexer-se ou desmontar a placa. Por este facto , uma placa munida de pirâmides côncavas suja-se menos no decurso do tempo se os seus motivos são orientados conforme a invenção.

Assim, pode-se utilizar uma placa transparente compreendendo motivos piramidais côncavos (quer dizer incrustados) ou convexos repetitivos compreendendo cada um um conjunto de arestas, em que pelo menos uma aresta dos motivos aparece vertical quando a placa é observada de frente e na metade inferior do motivo. A aresta é um segmento ligando o centro do motivo (ou cume da pirâmide) e a periferia do mesmo motivo (ou base da pirâmide), a dita periferia encontrando-se no plano geral da placa. Quando a placa é munida de pirâmides côncavas, a aresta judiciosamente colocada dos motivos encontra-se na sua parte inferior e desempenha uma função goteira de evacuação para as sujidades e outros agentes estranhos escorrendo sobre a dita aresta sob o efeito do seu peso. Este efeito é obtido desde logo que o plano geral da placa é suficientemente inclinado em relação à horizontal. A placa é geralmente inclinada com um ângulo indo de 10 a 90° 5 e mais geralmente 20 a 70 em relaçao à horizontal. Esta inclinação representa uma escolha podendo depender das condições locais de insolação. De acordo com o processo da invenção, uma placa virgem de todo motivo é levada à temperatura de amolecimento e submetida à acção de um rolo de laminagem. De preferência, o rolo de laminagem é animado no local da enformação das pirâmides de uma velocidade linear inferior àquela do vidro em zona de arrefecimento. O rolo compreende na superfície os motivos de imprimir na placa. Estes motivos aparecem convexos sobre o rolo se se procura produzir motivos côncavos na placa, e vice-versa. Este processo é aplicável às placas em vidro mineral e aos polímeros termoplásticos tal como um poliuretano ou um policarbonato ou um polimetacrilato de metilo. A invenção diz respeito portanto a um processo de fabrico de uma placa por laminagem à sua temperatura de deformação de uma placa isenta dos ditos motivos com a ajuda de um rolo imprimindo a textura à placa, o sentido da laminagem sendo paralelo aos dois bordos principais e a pelo menos uma aresta dos ditos motivos.

No caso de uma placa em vidro mineral à base de sílica, a texturação da placa pode igualmente ser realizada durante uma eventual etapa de têmpera térmica, mesmo antes que o vidro solidifique. 6

De preferência, o essencial da massa (quer dizer para pelo menos 98 % em massa) , até mesmo a totalidade da placa é constituída de material(is) apresentando a melhor transparência possível e tendo de preferência uma absorção lineica inferior a 0,01 mrrT1 na parte do espectro útil à aplicação, geralmente o espectro indo de 380 a 1200 nm.

Os motivos reencontram o plano geral da face texturada da placa por uma base, a dita base podendo se inscrever no interior de um círculo cujo diâmetro é geralmente inferior a 10 mm, até mesmo inferior a 7 mm. De preferência, o mais pequeno círculo podendo conter a base de um dos ditos motivos apresenta um diâmetro de no máximo 5 mm, nomeadamente indo de 0,001 mm a 5 mm, por exemplo indo de 1 a 5 mm.

De preferência, os motivos são contíguos. Os motivos são ditos contíguos quando eles se tocam em pelo menos uma parte da sua base (na superfície e no plano geral da placa).

Os motivos têm a forma de pirâmide de base poligonal como triangular ou quadrangular ou rectangular ou hexagonal ou octogonal, e são côncavos (ficando em vão na massa da placa) ou convexos. As pirâmides têm geralmente um eixo de simetria passando pelo seu vértice. De preferência, a pirâmide tem duas 7 das suas arestas tal como as suas projecçoes no plano geral da placa sensivelmente paralelas aos dois bordos principais paralelos da placa. É nomeadamente o caso quando a pirâmide tem um eixo de simetria passando pelo seu vértice e perpendicular ao plano geral da placa. Estas duas arestas aparecem no prolongamento uma da outra para atravessar toda a pirâmide para um observador observando a pirâmide com uma direcção de visão perpendicular à placa.

De preferência, a pirâmide apresenta quatro lados (ou faces) e quatro arestas. Neste caso, ela é orientada na placa de maneira que duas das suas arestas apareçam verticais e formando quanto a elas duas, uma linha diagonal da pirâmide para um observador observando a placa de frente (visão horizontal). Estas duas arestas aparecem no prolongamento uma da outra para um observador vendo a placa de frente, uma das arestas estando na parte inferior, a outra aresta estando na parte superior da pirâmide.

Prefere-se que todo o meio-ângulo no cume da dita pirâmide seja inferior a 70°, e de preferência seja inferior ou igual a 60°, por exemplo indo de 25 a 60°. Um meio-ângulo no cume é um ângulo entre o eixo de simetria da pirâmide e uma recta contida na superfície da pirâmide e passando pelo vértice. Uma 8 pirâmide contém uma multidão de meio-ângulos no cume porque os ângulos entre duas arestas frente a frente são mais importantes que os ângulos entre dois lados frente a frente. A placa texturada pode nomeadamente servir para melhorar a captura da luz do sol para aumentar o fluxo luminoso alimentando as células foto eléctricas. A placa de acordo com a invenção captura mesmo os raios luminosos muito rasantes (fraco ângulo de incidência) . Estas células foto eléctricas podem ser encapsuladas numa resina do tipo polivinilbutiral (PVB) ou copolimero etileno-acetato de vinil (EVA). Esta encapsulação é realizada de maneira conhecida em autoclave sob pressão a quente (fusão da resina) o que conduz a uma folha de resina na qual as células são aprisionadas. A placa texturada é então justaposta a esta folha para captar a luz (texturada do lado do ar ambiente) e a libertar nas células na folha. Do outro lado da folha contendo as células pode-se encontrar uma placa de vidro. É possível associar todos estes componentes numa só etapa em autoclave. Uma tal estrutura complexa pode servir ao mesmo tempo de receptor de energia solar e de parede anti-ruído. A sua eficácia anti-ruído é tanto melhor quanto a resina utilizada é do tipo «acústica», quer dizer atenuante de ruído. 9

Assim, a invenção diz respeito igualmente a um processo de fabrico de um conjunto compreendendo uma placa e pelo menos uma célula foto eléctrica de acordo com a reivindicação 7, a textura da placa estando em contacto com o ar ambiente (quer dizer dirigida para o exterior) , a placa e a célula sendo dispostas paralelamente entre elas. Nomeadamente, a célula foto eléctrica pode ser encapsulada na resina, a qual pode ser um PVB. Este PVB pode além disso atenuar os ruídos.

Pode-se realizar um dispositivo de conversão da energia luminosa em energia eléctrica por pelo menos uma célula foto eléctrica, compreendendo um conjunto placa/célula foto eléctrica, pelo menos uma aresta dos motivos aparecendo vertical quando a placa é vista de frente e na metade inferior do motivo, a dita textura encontrando-se do lado da luz incidente, a dita placa sendo inclinada em relação à horizontal segundo um ângulo indo de 10 a 90°.

A figura 1 representa um conjunto de transformação da luz natural solar em energia eléctrica. Uma armação metálica 1 mantida em posição inclinada de um ângulo alfa em relação à horizontal, um conjunto de recepção da luz compreendendo uma placa texturada 2 em vidro mineral transparente colocada sobre um plano de células foto voltaicas 3. A 10 placa texturada compreende dois bordos paralelos 4 e 4' .

Para um observador observando o conjunto de frente, estes dois bordos 4 e 4' aparecem verticais. A placa texturada aumenta a intensidade luminosa transmitida às células em comparação com uma placa transparente idêntica mas desprovida de toda a textura. A energia eléctrica fornecida é portanto mais forte devido à presença da textura. 0 relevo desta textura encontra-se do lado do ar ambiente, quer dizer do lado da recepção da luz. Os motivos são contíguos e são aqui uma sucessão de motivos repetitivos piramidais côncavos (ou incrustados na placa). Cada pirâmide compreende quatro lados e quatro arestas encontrando-se no vértice. Estas pirâmides são orientadas em viés em relação aos bordos 4 e 4' da placa (os lados da base formam um ângulo de 45° com os bordos 4 e 4'). Graças a esta orientação, pelo menos uma aresta de cada pirâmide aparece verticalmente para um observador vendo o conjunto de frente e encontrando-se na metade inferior da pirâmide (aqui côncava). Graças a esta situação, esta aresta pode desempenhar o papel de goteira de evacuação para todo o corpo estranho se encontrando na pirâmide.

As figuras 2 e 3 fornecem a título indicativo uma explicação ao efeito goteira conferida pela aresta 5 ao 11 motivo côncavo. A figura 2a representa um motivo piramidal côncavo orientado conforme a invenção, quer dizer de maneira que uma aresta 5 apareça vertical para um observador observando a placa de frente e seja paralela aos dois bordos principais 4 e 4' da placa. A figura 2b representa o motivo da figura 2a visto em corte segundo AA', na placa 2 inclinada a 45° em relação à horizontal. A linha AA', da figura 2 b é no plano geral da placa, os motivos sendo realizados em oco em relação a este plano. Nota-se que a aresta 5 é bem inclinada para baixo no sentido de uma evacuação fácil de todo o corpo estranho presente na pirâmide. Ela está situada na parte inferior da pirâmide. Devido à geometria da pirâmide, uma outra aresta 7 encontrando-se na parte superior do motivo se encontra no prolongamento da aresta 5, de maneira que para um observador observando a placa de frente (visão horizontal representada pelo olho 8) as arestas 5 e 7 estão no prolongamento uma da outra e parecem formar uma linha vertical como sobre a figura 2a. A projecção da aresta 5 no plano geral da placa encontra-se na linha AA' da figura 2b e esta projecção é paralela aos dois bordos principais paralelos 4 e 4'. A titulo comparativo, a figura 3 representa exactamente a mesma pirâmide salvo se ela seja orientada em viés em relação ao sentido geral da 12 placa. Aqui, nenhuma aresta aparece vertical para um observador vendo a placa de frente. Nenhuma aresta aparece paralela aos bordos 4 e 4' para um observador de frente. Um corpo estranho na pirâmide deve ser evacuado deslizando sobre o lado inferior 6. Entretanto, a vista de corte segundo o plano vertical AA' (figura 3b) mostra que o lado 6 é bem menos inclinado (ele é mesmo sensivelmente horizontal) tal como a aresta 5 no caso da figura 2. É porque a configuração «pirâmide em viés» (em relação aos bordos 4 e 4' da placa) e de acordo com a invenção da figura 2 é mais favorável para evacuação dos corpos estranhos na pirâmide que a configuração da figura 3. Esta configuração é mais favorável para o escoamento das águas da chuva e na limpeza da placa. Esta configuração é igualmente mais favorável ao fabrico da placa por laminagem, pode ser devido a uma analogia de comportamento entre um escoamento de um liquido no interior do motivo e o deslocamento da impressão sólida na pirâmide no decurso do fabrico. Vê-se que o ângulo que faz - a recta situada na intersecção por um lado de um plano perpendicular ao plano geral da placa e passando pelo vértice da pirâmide e por outro da pirâmide ela mesma, 13 com — o plano geral da placa, é o ângulo entre a aresta 5 (ou 6 para a figura 3b) e o plano geral da placa confundindo-se sobre as figuras 2b e 3b com a linha AA'. Este ângulo é notavelmente inferior no caso de uma orientação da pirâmide de acordo com a invenção (comparar 5 da figura 2b com 6 da figura 3b) . Este ângulo mais fraco é favorável para a qualidade de enformação dos motivos em relevo.

Evidentemente, os bordos 4 e 4' foram representados de maneira a indicar a sua orientação, mas a distancia entre 4 e 4' é bem mais importante que não aparece com as figuras 2a e 3a (relativamente ao tamanho do motivo desenhado), visto que entre estes bordos se encontram uma multiplicidade de motivos (geralmente várias dezenas de motivos). A figura 4 mostra um processo de fabrico de acordo com a invenção. Tudo o que é visível sobre esta figura está num forno (não representado) a 1000° C. O vidro plano 8 no estado pastoso é calandrado entre dois rolos 9 e 10, este último (10) apresentando na sua superfície pirâmides convexas. O vidro sendo prensado entre estes dois rolos, forma-se uma textura de 14 pirâmides côncavas sobre a sua face inferior. 0 vidro é de seguida conduzido sobre uma camada de rolos 11 e sofre de seguida um arrefecimento. A velocidade da tira de vidro é de 3 m/minuto. A velocidade linear do rolo 10 de texturação é aproximadamente 20 % mais fraca que aquela da tira de vidro, quer dizer é de aproximadamente 2,4 m/minuto. A velocidade linear de todos os outros rolos é idêntica à velocidade da tira. A tira é de facto tirada do exterior do forno para outros rolos. A titulo de exemplo, no caso de um fabrico correspondendo àquele da figura 4, as pirâmides sendo de base quadrada 2,4 x 2,4 mm e de uma profundidade de 1,1 mm, constatou-se que uma orientação das pirâmides conforme a invenção (como sobre a figura 2) permitiria um rendimento de 80 % enquanto que as pirâmides são orientadas como sobre a figura 3, o rendimento só é de 30 %. Este rendimento é o rendimento de fabrico. Com efeito a malformação das pirâmides traduz-se igualmente pelo facto de a tira de vidro, no lugar de seguir o seu caminho normal na direcção dos rolos 11, tem tendência a se enrolar em redor do rolo 10, o que obriga à paragem da produção. A figura 5 mostra um empilhamento de folhas e placas antes da passagem em autoclave. A placa 12 é em vidro sem textura do 15 tipo Planilux, sobre a qual é colocada uma primeira folha de PVB. As células foto eléctricas 14 encontram-se localizadas entre as duas folhas de PVB 13 e 15. Mesmo por cima encontra-se a placa em vidro mineral texturada de acordo com a invenção cuja textura se encontra do lado do ar ambiente. A passagem em autoclave vai criar a encapsulação das células no PVB e a adesão entre o PVB e as placas de vidro.

Segundo uma variante da invenção, pode ser judicioso funcionalizar os motivos da placa.

Deposita-se assim na superfície camadas finas destinadas a lhe conferir uma propriedade particular, como por exemplo aquela que consiste em permitir ao substrato ficar o mais limpo possível, quaisquer que sejam as agressões ambientais, quer dizer visando a permanência no tempo das propriedades de aspecto e de superfície, e permitindo nomeadamente espaçar as limpezas, conseguindo eliminar à medida as sujidades depositando-se progressivamente na superfície do substrato, nomeadamente as sujidades de origem orgânica como as marcas dos dedos ou produtos orgânicos voláteis presentes na atmosfera, ou mesmo as sujidades do tipo fuligem, poeiras de poluição. 16

Ora, sabe-se que existe certos materiais semi condutores, à base de óxido metálico, que são aptos, sob o efeito de uma irradiação de comprimento de onda adequado, a iniciar reacções radicalares provocando a oxidação de produtos orgânicos: fala-se em geral de materiais «foto catalíticos» ou ainda «foto reactivos».

Conhece-se, no domínio dos substratos de função de vidraça, a utilização de revestimentos foto catalítico sobre substrato, que apresentam um efeito «anti sujidades» marcado e que se podem fabricar de maneira industrial. Estes revestimentos foto catalíticos comportam geralmente o óxido de titânio pelo menos parcialmente cristalizado, incorporado no dito revestimento sob a forma de partículas, nomeadamente de tamanho compreendido entre alguns nanómetros (3 ou 4) e 100 nm, preferencialmente próximo de 50 nm para o essencial, cristalizados sob a forma anatáse ou anatáse/rútilo. 0 óxido de titânio faz com efeito parte dos semi condutores que, sob a acção da luz no domínio visível ou dos ultra violetas, degradam produtos orgânicos que se depositam na sua superfície.

Assim de acordo com um primeiro exemplo de realização, o 17 revestimento de propriedade foto catalítica resulta de uma solução à base de nano partículas de T1O2 e de uma liga de sílica (SÍO2) mesoporosa.

De acordo com um segundo exemplo de realização, o revestimento de propriedade foto catalítica resulta de uma solução à base de nano partículas de Ti02 e de uma liga de sílica (SÍO2) não estruturada.

Qualquer que seja a forma de realização do revestimento foto catalítico, ao nível das partículas de óxido de titânio, a escolha é suportada, além disso, sobre o óxido de titânio que é pelo menos parcialmente cristalizado porque foi mostrado que ele seria bastante mais funcional em termos de propriedade foto catalítica que o óxido de titânio amorfo. De preferência, ele é cristalizado sob a forma anatáse, sob a forma rútilo ou sob a forma de uma mistura de anatáse e de rútilo. 0 fabrico do revestimento é realizado de maneira a que o óxido de titânio cristalizado que ele contém se encontre sob a forma de «cristalinos», quer dizer de mono cristais, tendo um tamanho médio compreendido entre 0,5 e 100 nm, de preferência 3 a 60 nm. É com efeito nesta gama de dimensão que o óxido de titânio parece ter um efeito foto catalítico óptimo, com 18 verosimilhança parece que os cristalinos deste tamanho desenvolvem uma superfície activa importante. 0 revestimento de propriedade foto catalítica pode comportar igualmente, outro óxido de titânio, pelo menos um outro tipo de material mineral, nomeadamente sob a forma de um óxido amorfo ou parcialmente cristalizado, por exemplo em óxido de silício (ou mistura de óxidos), de titânio, de estanho, de zircónio ou de alumínio. Este material mineral pode também participar no efeito foto catalítico do óxido de titânio cristalizado, apresentando ele mesmo um certo efeito foto catalítico, mesmo fraco em relação àquele do T1O2 cristalizado, o que é o caso do óxido de titânio amorfo ou parcialmente cristalizado.

Pode-se também aumentar o número de portadores de carga por dopagem da rede cristalina do óxido de titânio, inserindo pelo menos um dos elementos metálicos seguintes: nióbio, tântalo, ferro, bismuto, cobalto, níquel, cobre, ruténio, cério, molibdeno.

Esta dopagem pode também fazer-se por uma dopagem de superfície somente do óxido de titânio ou do conjunto do revestimento, dopagem de superfície realizada recobrindo pelo 19 menos uma parte do revestimento de uma camada de óxidos ou de sais metálicos, o metal sendo escolhido entre o ferro, o cobre, o ruténio, o cério, o molibdeno, o vanádio e o bismuto.

Por fim, pode-se amplificar o fenómeno foto catalítico aumentando o rendimento e/ou a cinética das reacções foto catalíticas, recobrindo o óxido de titânio ou pelo menos uma parte do revestimento que o incorpora por um metal nobre sob a forma de camada fina do tipo platina, ródio, prata. 0 revestimento de propriedade foto catalítica apresenta igualmente uma superfície exterior de carácter hidrófilo e/ou oleofilo pronunciado, nomeadamente no caso em que o ligante é mineral, o que traz duas vantagens não negligenciáveis: um carácter hidrófilo permite uma molhagem perfeita da água que se pode depositar sobre o revestimento, facilitando assim a limpeza. Conjuntamente com um carácter hidrófilo, pode também apresentar um carácter oleofilo, permitindo a «molhagem» das sujidades orgânicas que, como para a água, tendem então a se depositar sobre o revestimento sob a forma de um filme contínuo menos visível que as «manchas» bem localizadas. Obtém-se assim um efeito «ant i sujidades orgânicas» que se opera em dois tempos: quando elas se depositam sobre o revestimento, as sujidades sao já pouco visíveis. De seguida, 20 progressivamente, elas desaparecem por degradaçao radical incitada por foto catálise. A espessura do revestimento de acordo com a invenção é variável, ela é compreendida entre alguns nanómetros e alguns micrómetros, tipicamente compreendida entre 50 nm a 10 μπι.

Com efeito, a escolha da espessura pode depender de diferentes parâmetros, nomeadamente da aplicação considerada do substrato, ou ainda do tamanho dos cristalitos de TiCç no revestimento. 0 revestimento pode igualmente ser escolhido de superfície mais ou menos lisa: uma fraca rugosidade de superfície pode com efeito ser vantajosa, se ela permite desenvolver uma superfície foto catalítica activa maior.

Entretanto, muito pronunciado, pode ser penalizante favorecendo a incrustação, a acumulação das sujidades.

Lisboa, 20 de Outubro de 2011 21

Claims

REIVINDICAÇÕES Ia — Processo de fabrico de uma placa transparente (2) em vidro mineral compreendendo pelo menos dois bordos principais (4, 4') paralelos, e compreendendo em relevo sobre pelo menos umas das suas superfícies principais motivos piramidais repetitivos em relevo compreendendo cada um um vértice, uma base e um conjunto de arestas ligando o vértice à base, caracterizado por pelo menos uma aresta (5, 7) de cada um dos ditos motivos piramidais ser tal que a sua projecção no plano geral da placa é sensivelmente paralela aos ditos dois bordos principais (4, 4') paralelos e por o processo compreender uma etapa de laminagem, à sua temperatura de deformação, de uma placa exemplo dos ditos motivos com a ajuda de um rolo imprimindo a textura à placa, o sentido da laminagem sendo paralelo aos ditos dois bordos principais (4, 4') paralelos e à dita aresta de cada um dos ditos motivos. 2a - Processo de acordo com a reivindicação n° 1, caracterizado por os motivos sobre a placa (2) serem côncavos. 3a - Processo de acordo com a reivindicação n° 1, caracterizado por os motivos sobre a placa (2) serem convexos. 1 4 — - Processo de acordo com uma das reivindicações n° 1 a 3, caracterizado por a base das pirâmides poderem se inscrever no interior de um circulo cujo diâmetro é inferior a 10 mm. 5a - Processo de acordo com uma das reivindicações n° 1 a 4, caracterizado por as pirâmides terem quatro faces. 6a - Processo de acordo com uma das reivindicações n° 1 a 5, caracterizado por os motivos serem revestidos de uma camada de propriedades foto catalíticas. 7a - Processo de fabrico de um conjunto caracterizado por compreender: - uma placa transparente (2) compreendendo pelo menos dois bordos principais (4, 4') paralelos, e compreendendo em relevo sobre pelo menos uma das suas superfícies principais motivos piramidais repetitivos em relevo compreendendo cada um um vértice, uma base e um conjunto de arestas ligando o vértice à base, e - pelo menos uma célula foto eléctrica, a placa e a célula foto eléctrica sendo dispostas 2 paralelamente entre elas, a textura da placa encontrando-se do lado da luz incidente, na qual a placa é fabricada segundo o processo de uma das reivindicações 1 a 6. 8a - Processo de acordo com a reivindicação n° 7, caracterizado por a célula foto eléctrica ser encapsulada numa resina. 9a - Processo de acordo com a reivindicação n° 8, caracterizado por a resina ser um PVB. Lisboa, 20 de Outubro de 2011 3