[001] A presente invenção refere-se a curativos para ferida especialmente como agentes de tratamento de ferida na fase de granulação e epitelização. Esses curativos para ferida podem ser especialmente usados para o tratamento de feridas úmidas. Além disso, a invenção refere-se a um processo para a produção desses curativos para ferida.
[002] A cura de feridas cutâneas baseia-se na capacidade da pele de regenerar o epitélio bem como o tecido de ligação e estroma. A própria regeneração é caracterizada por acontecimentos complexos de atividades celulares que se sobrepõem umas às outras, que levam o processo de cura passo a passo adiante. Dessa maneira, a literatura descreve, independente do tipo da ferida, três fases de cura essenciais de uma ferida. Nessas são incluídas a fase inflamatória ou exsudativa para estancar o sangue e limpeza da ferida (fase 1, fase de limpeza), a fase proliferativa para a formação do tecido de granulação (fase 2, fase de granulação) e a fase de diferenciação para a epitelização e formação da cicatriz (fase 3, fase de epitelização).
[003] Inúmeras propostas são descritas na literatura para auxiliar as fases de cura de ferida individuais. Especialmente curativos para ferida com espumas de poliuretano também são há tempos objeto de inúmeros artigos na literatura científica, como também da literatura de patentes. Dessa maneira, por exemplo, com as patentes europeias EP 457.977 B1, EP 486.522 B1, EP 541.390 B1, EP 541.391 B1, EP 570.430 B1, EP 665.856 B1, EP 691.113 B1, EP 693.913 B1 ou EP 1.082.146 B1 são descritos curativos para ferida com diferentes construções, que compreendem uma espuma de poliuretano como camada absorvente. Essas espumas de poliuretano tendem, sob circunstâncias, a colar com a ferida em cura, em que novas células/tecido penePetição 870190046261, de 17/05/2019, pág. 6/43
2/30 tram nos poros das espumas.
[004] Além disso, com as patentes europeias EP 855.921 B1 e EP 1.156.838 B1 são conhecidos curativos para ferida, que compreendem uma espuma de poliuretano, que é revestida com um gel de silicone hidrófobo. Esse gel de silicone deve impedir a adesão da ferida com a espuma de poli-uretano.
[005] Além disso, com os pedidos internacionais WO 02/38.097 A1, WO 02/47.761 A1, WO 03/011.352 A1, WO 03/086.255 A1, WO 2004/052.415 A1 ou EP 1.658.865 A1 são descritos curativos para ferida, que compreendem um hidrogel e uma espuma de poliuretano. As espumas de poliuretano usadas são secas.
[006] Partindo desses curativos para ferida descritos e disponíveis no mercado, o objeto da presente invenção é produzir um curativo de ferida aperfeiçoado, que pode ser usado especialmente para a cura de ferida na fase de granulação e/ou epitelização. Além disso, deve ser produzido um curativo de ferida, que influencie o estado patológico de uma ferida de maneira tal, que possa realizar-se um decurso de cura de ferida natural, normal. Para esse fim, o curativo de ferida deve disponibilizar uma quantidade suficiente de umidade à ferida e, ao mesmo tempo, apresentar um bom poder de absorção. Além disso, deve se posto à disposição um curativo de ferida, que exerce as menores forças de cisalhamento possíveis sobre a ferida a ser tratada.
[007] Para resolver esses objetos, propõe-se um curativo de ferida de várias camadas de acordo com a invenção. Portanto, um curativo de ferida de várias camadas de acordo com a invenção, compreende uma primeira camada como camada de contato com a ferida com um primeiro lado e um segundo lado e pelo menos uma segunda camada como camada absorvente com uma primeira camada e uma segunda camada, que compreende uma espuma de poliuretano hidrófila, sendo que a espuma de poliuretano compreende uma fração de água
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3/30 de pelo menos 10% em peso, de água.
[008] De modo especial, a segunda camada de um curativo de ferida de acordo com a invenção, compreende uma espuma de poliuretano hidrófila, que compreende uma fração de água de pelo menos 20% em peso, de água, especialmente pelo menos 30% em peso e de modo muito particularmente preferido, pelo menos 35% em peso, de água. Além disso, aqui está preferivelmente previsto, que a espuma de poliuretano compreende uma fração de água de, no máximo, 80% em peso, de água, especialmente no máximo 70% em peso e de modo muito particularmente preferido, de no máximo 65% em peso, de água. De modo especial, essa fração de água está homogeneamente distribuída na matriz de poliuretano da espuma. A espuma de poliuretano hidrófila compreende, nesse caso, especialmente uma fração de água de pelo menos 10% em peso e no máximo 80% em peso, de água, sendo que a água está distribuída especialmente homogeneamente na espuma de poliuretano.
[009] Aqui e a seguir, no contexto com a presente invenção - caso não seja indicado de outro modo - cada teor de uma substância constitutiva deve ser entendido em % em peso (% em peso) em relação ao peso do componente que compreende a substância constitutiva.
[0010] No contexto com a presente invenção, para rever a quantidade de água no respectivo componente, deve ser aplicada a norma DIN EN 14079, em que a quantidade de água é calculada tal como segue:
W -W4
W = —5---ί-·100% (1) w
e com Ww = peso da água em % em relação ao peso total do componente
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Wg = peso do componente contendo água
Wt = peso do componente seco.
[0011] Dessa maneira, no contexto com a presente invenção, por uma espuma de poliuretano com uma fração de água de pelo menos 10% em peso, deve ser entendida uma tal espuma de poliuretano, que compreende pelo menos 10% em peso, de água, em que a água pode ser libertada da espuma de poliuretano. Diferentemente disso, não deve ser entendida a fração de água, que é eventualmente usada para a formação, por exemplo, na polimerização dos produtos de partida da espuma de poliuretano. Essa água é ligada de forma covalente e não está à disposição do tratamento de ferida. Além disso, também não deve ser entendida uma fração de água, que, condicionada pela produção, é usada na produção da espuma. Essa fração de água é extraída da espuma, na maioria das vezes, através de secagem, por exemplo, através de secagem em um forno após ou durante a formação da espuma de poliuretano e dessa maneira, também não está à disposição para o tratamento da ferida. Com isso, um curativo de ferida de acordo com a invenção, apresenta uma espuma de poliuretano, que compreende uma fração de água, que excede nitidamente um teor residual de água eventualmente condicionado pela produção após a secagem.
[0012] Além disso, um curativo de ferida de acordo com a invenção, compreende preferivelmente uma espuma de poliuretano hidrófila, que apresenta um valor de retenção R de pelo menos 20%. Aqui, além disso, está preferivelmente previsto, que a espuma de poliuretano hidrófila apresenta um valor de retenção R de pelo menos 30%, especialmente de pelo menos 40%, especialmente pelo menos 40% e de modo muito particularmente preferido, de pelo menos 50%. Independente disso, além disso, pode estar preferivelmente previsto, que o curativo de ferida apresenta uma espuma de poliuretano hidrófila, que
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5/30 apresenta um valor de retenção R de no máximo 90%, especialmente de no máximo 80% e de modo muito particularmente preferido, de no máximo 70%. Nesse caso, o valor de retenção R é determinado de acordo com um método aqui descrito.
[0013] De modo muito particularmente preferido, um curativo de ferida de acordo com a invenção, compreende uma espuma de poliuretano hidrófila, que compreende uma fração de água de pelo menos 10% em peso, em que a fração de água corresponde ao valor de retenção R da espuma de poliuretano.
[0014] Dessa maneira, é possível produzir um curativo de ferida de espuma de poliuretano, que é condicionado da melhor maneira para o moderno tratamento de feridas, pois devido ao teor de água na espuma de poliuretano, o curativo de ferida disponibiliza imediatamente após a aplicação um clima particularmente promotor de cura de ferida a uma superfície de ferida a ser tratada. Desde o início, a ferida é provida de umidade ou água, sendo que o curativo de ferida apresenta, ao mesmo tempo, uma capacidade de absorção suficiente através da espuma de poliuretano absorvente. Por esse meio, os fatores que eventualmente influenciam a cura de ferida de forma negativa são removidos da superfície da ferida e ao mesmo tempo, a umidade e água são postas à disposição em uma quantidade suficiente. Com base na capacidade de absorção um pouco menor em relação às espumas de poliuretano secadas, que não compreendem água que pode ser liberada e na maioria das vezes absorvem muito rapidamente muita secreção da ferida, com o que se forma uma superfície de ferida seca, esse curativo de ferida é pronunciadamente adequado para ser usado na fase de epitelização ou granulação da cura da ferida. Com isso, o curativo de ferida de acordo com a invenção, pode promover de maneira natural a granulação e/ou a epitelização da ferida em extensão particular.
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6/30 [0015] Além disso, é possível produzir um curativo de ferida que, em comparação com curativos de ferida com espumas de poliuretano hidrófilas secas, exerce uma carga de cisalhamento muito menor sobre a ferida. Devido a uma fração de água de pelo menos 10% em peso, de água na espuma do polímero, pode ser produzido um curativo de ferida com uma espuma de poliuretano hidrófila previamente condicionada, que na absorção de líquidos em comparação com um curativo de ferida com uma espuma de poliuretano hidrófila seca, apresenta um poder de intumescimento muito menor. Dessa maneira, através do menor poder de intumescimento da espuma de poliuretano previamente condicionada, predominam, assim, forças de cisalhamento mais baixas dentro do curativo de ferida em relação a outras camadas ou materiais como também em relação a uma ferida a ser tratada. Por esse meio, é possível produzir um curativo de ferida de espuma de poliuretano, que promove particularmente a cura da ferida.
[0016] Com isso, de acordo com um outro pensamento, um curativo de ferida também é objeto da invenção, que compreende uma segunda camada com um primeiro lado e com um segundo lado, sendo que a camada compreende uma espuma de poliuretano hidrófila, que compreende uma fração de água de pelo menos 10% em peso e que apresenta um poder de intumescimento AV1 de no máximo 80%. A espuma de poliuretano hidrófila apresenta especialmente nesse caso, um poder de intumescimento AV1 de no máximo 60%, especialmente de no máximo 40%, especialmente de no máximo 30% e de modo muito particularmente preferido, de no máximo 20%. Nesse caso, além disso, pode ser vantajosamente previsto, que a espuma de poliuretano apresente um poder de intumescimento residual AV1 de pelo menos 5%. Esse poder de intumescimento residual pode ser aproveitado, para que o curativo de ferida assuma durante a absorção um melhor contato com a base da ferida.
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7/30 [0017] Nesse caso, por poder de intumescimento AV1 de uma espuma de poliuretano deve ser entendido o aumento de volume, que uma espuma de poliuretano, que esgotou completamente sua capacidade de absorção, experimenta em comparação com uma espuma polimérica com um teor de água de pelo menos 10% em peso, de água. Nesse caso, o poder de intumescimento deve ser determinado de acordo com um teste aqui descrito.
[0018] Como espuma de poliuretano no contexto com a presente invenção, pode ser usada qualquer espuma de poliuretano hidrófila atualmente usual no tratamento moderno de ferida, que absorve uma fração de água em sua matriz de poliuretano e apresenta uma absorção suficiente. Com isso, no contexto com a presente invenção, entende-se por uma espuma de poliuretano hidrófila uma tal espuma de poliuretano, que pode absorver e acumular um líquido em sua matriz de poliuretano e em seus poros, dessa maneira, absorver e distribuir novamente pelo menos uma parte do líquido absorvido. Como espumas poliméricas hidrófilas prestam-se, nesse caso, especialmente espumas de poliuretano hidrófilas, de poros abertos. De acordo com isso, um curativo de ferida particularmente preferido compreende uma segunda camada, que compreende uma espuma de poliuretano hidrófila, de poros abertos.
[0019] De acordo com a invenção, devem ser usadas aquelas espumas de poliuretano, que apresentam uma alta capacidade de absorção. Essa capacidade de absorção deve estar presente, embora a espuma de poliuretano tenha absorvido uma parte de seu peso próprio de água em sua matriz polimérica. De acordo com um desenvolvimento da invenção, um curativo de ferida de acordo com a invenção, compreende, com isso, uma espuma de poliuretano, que compreende uma fração de água de pelo menos 10% em peso e no máximo 80% em peso, de água e que apresenta uma absorção livre A2 de pelo menos
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8/30 g/g, especialmente de pelo menos 12 g/g e de modo muito particularmente preferido, de pelo menos 15 g/g, sendo que a absorção livre A2 é determinada de acordo com a DIN-EN 13726-1 (2002). Nesse caso, a absorção livre A2 é a absorção livre da espuma de poliuretano contendo água.
[0020] Além disso, preferivelmente, um curativo de ferida de acordo com a invenção, compreende uma espuma de poliuretano, que compreende uma fração de água de pelo menos 10% em peso e no máximo 80% em peso, de água e que apresenta uma absorção livre A1 de pelo menos 10 g/g, especialmente pelo menos 12 g/g e de modo muito particularmente preferido, de pelo menos 15 g/g, sendo que a absorção livre A1 é determinada de acordo com a DIN-EN 12726-1 (2002). Nesse caso, a absorção livre A1 é a absorção livre da espuma de poliuretano seca.
[0021] Além disso, preferivelmente, um curativo de ferida de acordo com a invenção, compreende uma espuma de poliuretano hidrófila, que apresenta um tamanho médio de poros menor do que 1000 pm, especialmente 100 a 1000 pm, especialmente 100 a 500 pm e de modo muito particularmente preferido, 100 a 300 pm. Nesse caso, pode ser especialmente previsto, que o tamanho médio dos poros no primeiro lado da segunda camada seja tão grande quanto o tamanho dos poros no interior da segunda camada e/ou tão grande quanto do segundo lado da segunda camada. Além disso, as espumas de poliuretano hidrófilas preferidas apresentam uma densidade de menos do que 150 kg/m3, especialmente de menos do que 140 kg/m3 e de modo muito particularmente preferido, de 50 a 120 kg/m3.
[0022] Como realizações particularmente vantajosas, mostraramse, além disso, curativos de feridas, que compreendem uma espuma de poliuretano, cuja espessura de camada apresenta 0,1 a 5,0 mm. Com isso, um curativo de ferida de acordo com a invenção, apresenta
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9/30 especialmente uma camada absorvente com uma espessura de camada de 0,1 a 5,0 mm, especialmente de 0,5 a 5,0 mm e de modo muito particularmente preferido, de 0,5 a 3,0 mm. Curativos de feridas com tais espessuras de camadas mostram, por um lado, a capacidade de poder absorver um exsudato de ferida cedido por uma ferida e, ao mesmo tempo, poder disponibilizar uma quantidade suficiente de água ou umidade a uma ferida. Essas espessuras de camada podem ser iguais em cada ponto da camada de contato da ferida ou assumir valores diferentes em diferentes regiões da camada de contato da ferida. Especialmente também é previsto, que a camada absorvente ou a espuma de poliuretano apresente bordas achatadas.
[0023] Como camada de contato da ferida de acordo com a presente invenção, pode ser usado um material, que não exerce qualquer influência negativa sobre a cura da ferida. Nesse caso, ao usar o curativo de ferida de acordo com a invenção, uma camada de contato da ferida está em contato direto com a ferida. Essa camada de contato da ferida pode servir única e exclusivamente para afastar a espuma de poliuretano da ferida a ser tratada, como também para que a camada de contato da ferida exerça outras funções em relação ao curativo de ferida como também sobre a ferida a ser tratada. Especialmente um curativo de ferida de acordo com a invenção, pode compreender uma camada de contato da ferida com um primeiro lado e com um segundo lado, sendo que a camada de contato da ferida compreende uma matriz de hidrogel, um filme polimérico, uma matriz de hidrocoloide, uma rede polimérica, um não-tecido ou um adesivo.
[0024] De acordo com um desenvolvimento do curativo de ferida de acordo com a invenção, pode ser previsto, que a camada de contato da ferida compreende um sem-número de canais, aberturas ou furos para a entrada de líquido. Especialmente nesse caso é previsto, que a camada de contato da ferida apresenta canais, que formam uma
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10/30 passagem de secreção da ferida do primeiro lado para o segundo lado. Nessa forma de concretização é previsto, que o primeiro lado da camada de contato da ferida apresenta um contato direto para uma ferida a ser tratada e o segundo lado da camada de contato da ferida, um contato direto com o primeiro lado da camada absorvente.
[0025] De acordo com um desenvolvimento da invenção, também pode ser previsto, que a camada de contato da ferida apresenta canais, aberturas ou furos, que apresentam um diâmetro de 0,5 a 5 mm. A camada de contato da ferida apresenta especialmente canais, aberturas ou furos, que apresentam um diâmetro de 1 a 3 mm. De modo muito particularmente preferido, a camada de contato da ferida apresenta no primeiro lado aberturas voltadas para a ferida na condição prática do curativo de ferida, que apresentam um diâmetro de 1 a 3 mm, sendo que o segundo lado da camada de contato da ferida está em contato direto com a espuma de poliuretano.
[0026] Além disso, preferivelmente, a camada de contato da ferida pode apresentar um sem-número de canais, aberturas ou furos para a passagem de líquidos, sendo que os canais, aberturas ou furos abrangem, no primeiro lado da camada de contato da ferida, uma superfície de no máximo 95% da superfície do primeiro lado da camada de contato da ferida. Aqui, além disso, é preferivelmente previsto, que os canais, aberturas ou furos abrangem uma superfície de no máximo 70%, especialmente no máximo 50%, especialmente no máximo 40% e de modo muito particularmente preferido, de no máximo 30% da superfície da primeira camada da camada de contato da ferida. De modo muito particularmente preferido, a camada de contato da ferida apresenta canais, aberturas ou furos, que no primeiro lado da camada apresentam uma superfície de pelo menos 5% e no máximo de 30% da superfície do primeiro lado da camada de contato da ferida. De modo muito particular, o curativo de ferida apresenta uma camada de contato da
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11/30 ferida, que apresenta 2 a 8 furos por cm2. Aqui, pode ser previsto, que a camada de contato da ferida é um filme polimérico perfurado ou uma rede polimérica, especialmente um filme de poliuretano ou uma rede polimérica.
[0027] De acordo com uma outra forma de concretização da presente invenção, pode ser previsto, além disso, que um curativo de ferida de acordo com a invenção compreende uma matriz de hidrocoloide como camada de contato da ferida Essa matriz de hidrocoloide pode consistir em uma matriz polimérica adesiva, na qual são dispersas partículas de hidrocoloide. De acordo com a presente invenção, deve entender-se por um hidrocoloide um material, que é um material polimérico sintético ou natural hidrófilo, que é solúvel ou absorvente e/ou intumescente em água. Preferivelmente, uma camada de contato da ferida compreende um hidrocoloide de um material polimérico sintético ou natural, que é selecionado do grupo do ácido álgico e seus sais, bem como seus derivados, quitina ou seus derivados, quitosana ou seus derivados, pectina, celulose ou seus derivados, tais como éteres de celulose ou ésteres de celulose, carboxialquilcelulose ou hidroxialquilcelulose reticulada ou não reticulada, álcool polivinílico, polivinilpirrolidona, ágar, goma guar, gelatina ou misturas desses.
[0028] O hidrocoloide pode estar presente tanto em forma de fibras, como também em forma de partículas e/ou fibras dentro de uma matriz. De modo especial, o hidrocoloide pode estar presente em forma de partículas em uma matriz polimérica adesiva. Nesse caso, a matriz polimérica adesiva compreende pelo menos um copolímero por blocos selecionado do grupo dos copolímeros de diblocos AB e/ou copolímeros de triblocos ABA, que é formado dos monômeros de estireno, butadieno e isopreno. A fração de partículas de hidrocoloide na camada de contato da ferida pode apresentar preferivelmente 10 a 70% em peso, em relação ao peso total da camada de contato da feri
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12/30 da. Uma tal composição é conhecida, por exemplo, com a EP 1.007.597 B1.
[0029] De acordo com uma outra forma de concretização da presente invenção, além disso, pode ser previsto, que um curativo de ferida de acordo com a invenção, compreende uma matriz de hidrogel aquosa como camada de contato da ferida. Essa matriz de hidrogel pode compreender preferivelmente pelo menos 20% em peso, especialmente pelo menos 30% em peso, especialmente pelo menos 40% em peso e de modo muito particularmente preferido, pelo menos 50% em peso, de água, sendo que a matriz de hidrogel compreende, além disso, preferivelmente no máximo 90% em peso e além disso, preferivelmente no máximo 80% em peso, de água. Dessa maneira, é possível produzir um curativo de ferida, que apresenta uma camada de contato da ferida, que além da espuma de poliuretano aquosa, contém um segundo componente aquoso e, dessa maneira, põe à disposição uma quantidade de umidade suficiente para uma cura de ferida natural.
[0030] Como matrizes de hidrogel aquosas no contexto com a presente invenção, podem ser usadas especialmente matrizes de hidrogel, que formam uma camada contínua discreta e sob pressão não distribuem água. Especialmente no contexto com a presente invenção, são adequadas matrizes de hidrogel, que compreendem um copolímero de poliuretano-poliureia. Nesse caso, este copolímero de poliuretano-poliureia pode ser especialmente formado de um pré-polímero com grupos di-isocianato alifáticos e de uma poliamina à base de óxido de polietileno. Nesse caso, especialmente, o copolímero de poliuretanopoliureia pode ser formado de um pré-polímero com extremidades de di-isocianato de isoforono, de uma poliamina à base de óxido de polietileno e água. Essas matrizes de hidrogel são particularmente bem adequadas para armazenar água e para distribuir essa água a uma ferida.
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13/30 [0031] Além disso, preferivelmente, a matriz de hidrogel aquosa pode compreender, além disso, pelo menos um álcool polivalente do grupo dos alcoóis bivalentes, trivalentes, tetravalentes, pentavalentes ou hexavalentes. De modo especial, o álcool pode ser selecionado do grupo dos glicóis, especialmente etilenoglicol ou propilenoglicol, bem como sorbitol ou glicerina ou misturas desses. Esses alcoóis são pronunciadamente adequados como doadores de umidade e dessa maneira, representam um componente de tratamento para a pele que envolve a ferida.
[0032] Nesse caso, a matriz de hidrogel aquosa pode compreender especialmente 0 a 50% em peso, de um álcool polivalente. De modo especial, a matriz de hidrogel compreende 5 a 40% em peso, de um álcool polivalente e de modo muito particularmente preferido, 10 a 30% em peso, de um álcool polivalente.
[0033] Além disso, pode ser previsto, que a matriz de hidrogel aquosa compreenda pelo menos um sal. Aqui é especialmente previsto, que a matriz de hidrogel compreende um sal inorgânico. Neste contexto prestam-se particularmente os cloretos, iodetos, sulfatos, hidrogenossulfatos, carbonatos, bicarbonatos, fosfatos, dihidrogenofosfatos ou hidrogenofosfatos dos metais alcalinos e alcalinoterrosos. De modo muito particularmente preferido, a matriz de hidrogel compreende cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto de magnésio, cloreto de cálcio ou misturas desses. Esses sais estimulam de maneira particularmente boa a mistura de eletrólitos em um soro de ferida distribuído por uma ferida. Com isso, uma matriz de hidrogel de uma ferida que compreende esses sais põe à disposição um clima particularmente promotor de cura de ferida.
[0034] Aqui pode ser previsto, que a matriz de hidrogel compreenda 0 a 5% em peso, de pelo menos um sal. A matriz de hidrogel compreende especialmente 0,1 a 3% em peso, de um sal e de modo muito
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14/30 particularmente preferido, 0,5 a 1,5% em peso, de um sal.
[0035] Ao todo, de acordo com a presente invenção, pode ser previsto, que a matriz de hidrogel aquosa compreenda preferivelmente pelo menos 20% em peso, de água e pelo menos 10% em peso, de copolímero de poliuretano-poliureia. Uma matriz de hidrogel mais preferida compreende pelo menos 20% em peso, de água e pelo menos 15% em peso, de copolímero de poliuretano-poliureia. Aqui, pode ser previsto de forma mais preferida, que a matriz de hidrogel é formada de 6 a 60% em peso, de um pré-polímero com grupos di-isocianato alifáticos, 4 a 40% em peso, de poliamina à base de óxido de polietileno, 0 a 50% em peso, de um álcool polivalente, 0 a 5% em peso, de pelo menos um sal selecionado do grupo de cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto de magnésio, cloreto de cálcio ou misturas desses e pelo menos 20% em peso, de água.
[0036] Além disso, pode ser preferivelmente previsto, que a matriz de hidrogel é formada de 6 a 30% em peso, de um pré-polímero com grupos di-isocianato alifáticos, 4 a 20% em peso, de diamina à base de óxido de polietileno, 10 a 30% em peso, de um álcool polivalente selecionado do grupo que consiste em propilenoglicol e/ou glicerina, 0,5 1,5% em peso, de um sal selecionado do grupo de cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto de magnésio, cloreto de cálcio ou misturas desses e pelo menos 30% em peso, de água.
[0037] De modo muito particularmente preferido, pode ser previsto, que a matriz de hidrogel é formada de 6 a 20% em peso, de prépolímero com terminações de di-isocianato de isoforono, 4 a 15% em peso, de diamina à base de óxido de polietileno, 15 a 20% em peso, de polipropilenoglicol e/ou glicerina, 0,5 a 1,5% em peso, de um sal selecionado do grupo de cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto de magnésio, cloreto de cálcio ou misturas desses e pelo menos 40% em peso, de água. Essa matriz de hidrogel apresenta uma absorção
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15/30 livre A3 (medida de acordo com a DIN EN 13723-1 (2002)) de pelo menos 1 g/g e no máximo 5 g/g, prepara um meio não irritante, que absorve água, que protege contra bactérias, almofadado, do tipo de pele e dessa maneira, é particularmente bem adequada como camada de contato da ferida.
[0038] Como concretizações particularmente vantajosas, mostraram-se, além disso, curativos de feridas, que compreendem uma matriz de hidrogel, cuja espessura de camada apresenta 0,1 a 5,0 mm. Com isso, especialmente um curativo de ferida de acordo com a invenção, apresenta uma camada de contato da ferida com uma espessura de camada de 0,1 a 5,0 mm, especialmente de 0,5 a 5,0 mm e de modo muito particularmente preferido, de 0,5 a 3,0 mm. Curativos de feridas com essas espessuras de camada, por um lado, não mostram qualquer adesão com a ferida e, por outro lado, a capacidade de absorver um exsudato de ferida liberado por uma ferida e encaminhar para a camada absorvente. Essas espessuras de camada podem ser iguais em cada ponto da camada de contato da ferida ou podem assumir diferentes valores em diferentes regiões da camada de contato da ferida.
[0039] Além disso, preferivelmente, a matriz de hidrogel pode compreender canais, especialmente canais cônicos, para a passagem de líquidos do primeiro para o segundo lado. Por esse meio, especialmente uma melhor passagem pode ser disponibilizada para o exsudato da ferida. Aqui, prevê-se de modo particularmente preferido, que os canais apresentam um corte transversal elíptico ou um circular, isto é, que os canais apresentam uma abertura circular ou elíptica tanto no primeiro lado, como também no segundo lado da matriz de hidrogel, sendo que a abertura circular ou elíptica no primeiro e no segundo lado têm tamanhos diferentes. Contudo, também pode ser previsto, que os canais apresentam um corte transversal triangular, retangular, qua
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16/30 drado, pentagonal, hexagonal ou um outro poligonal. Nesse caso, prevê-se de modo muito particularmente preferido, que o primeiro lado apresenta aberturas, que são maiores em comparação com a abertura que se encontra no segundo lado.
[0040] De acordo com um desenvolvimento da invenção, também pode ser previsto, que a camada de contato da ferida ou a matriz de hidrogel apresenta aberturas, que apresentam um diâmetro de 0,5 a 5 mm. A camada de contato da ferida ou a matriz de hidrogel apresenta especialmente aberturas, que apresentam um diâmetro de 1 a 3 mm. De modo muito particularmente preferido, a camada de contato da ferida ou a matriz de hidrogel apresenta aberturas no primeiro lado voltado para a ferida, que apresentam um diâmetro de 1 a 3 mm, sendo que o segundo lado da camada de contato da ferida ou da matriz de hidrogel está em contato direto com a espuma de poliuretano.
[0041] Contudo, também pode ser previsto, que entre a camada absorvente e a camada de contato da ferida está disposta uma camada de passagem. Nessa forma de concretização, o curativo de ferida de acordo com a invenção, apresenta uma camada entre a matriz de hidrogel e a espuma de poliuretano, que compreende os dois materiais. Essa camada de passagem, bem como a camada de contato da ferida, pode apresentar canais, aberturas ou furos. Caso a camada de passagem apresente canais, aberturas ou furos, esse canais, aberturas ou furos de acordo com uma outra forma de concretização preferida, são enchidos com espuma de poliuretano. Além disso, preferivelmente esses canais, aberturas ou furos são congruentes em relação aos canais, aberturas ou furos da camada de contato da ferida. Através da disposição de uma tal camada de passagem, pode ser preparado um curativo de ferida, que compreende um laminado de uma espuma de poliuretano e de uma matriz de hidrogel, que apresenta uma consistência particularmente sólida entre a camada absorvente e a
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17/30 camada de contato da ferida.
[0042] De acordo com um outro pensamento contínuo da presente invenção, também é objeto da presente invenção um curativo de ferida, que entre a matriz de hidrogel e a espuma polimérica hidrófila apresenta uma camada de barreira. Uma tal camada de barreira pode compreender, por exemplo, um filme polimérico, que é provido de aberturas.
[0043] Além disso, um curativo de ferida de acordo com a invenção, pode compreender uma camada de suporte. Essa camada de suporte pode consistir em vários materiais. Geralmente, utilizam-se materiais de suporte têxteis, não tecidos, filmes poliméricos ou espumas poliméricas em curativos de feridas. Essa camada de suporte pode apresentar contato direto ou contato indireto com o segundo lado da camada absorvente ou com a espuma polimérica hidrófila. Em um contato direto, a camada de suporte é diretamente laminada sobre a camada absorvente ou a espuma de poliuretano, em troca de que em um contato indireto, a camada de suporte é aplicada por meio de um adesivo sobre a camada absorvente ou sobre a espuma de poliuretano. Nesse caso, o adesivo pode ser aplicado em toda a área ou meramente em áreas parciais entre a camada de suporte e a camada absorvente.
[0044] Como camada de suporte de um curativo de ferida de acordo com a invenção, podem ser usados especialmente filmes poliméricos ou espumas poliméricas. De modo muito particular são preferidos filmes poliméricos ou espumas poliméricas, que são impermeáveis à água e que apresentam uma alta permeabilidade ao vapor de água. Para esse fim, prestam-se particularmente filmes ou espumas, que são fabricados a partir de poliuretano, poliéter-uretano, poliéster-uretano, copolímeros de poliéter-poliamida, poliacrilato ou polimetacrilato. Como camada de suporte é especialmente adequado um filme de poliure
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18/30 tano impermeável à água e permeável ao vapor de água ou uma espuma de poliuretano impermeável à água e permeável ao vapor de água. Especialmente como filme polimérico prefere-se um filme de poliuretano, filme de poliéster-uretano ou filme de poliéter-uretano. Mas de modo muito particular, também são preferidos aqueles filmes poliméricos, que apresentam uma espessura de 15 a 50 pm, especialmente 20 a 40 pm e de modo muito particularmente preferido, de 25 a 30 pm. A permeabilidade do filme polimérico ao vapor de água do curativo de ferida apresenta preferivelmente pelo menos 750 g/m2/24 horas, especialmente pelo menos 1000 g/m2/24 horas e de modo muito particularmente preferido, pelo menos 2000 g/m2/24 horas (medida de acordo com a DIN EN 13726). Em formas de concretização particularmente preferidas, esses filmes apresentam uma secção de borda adesiva, à prova de umidade. Essa secção de borda assegura, que o curativo de ferida possa ser aplicado e fixado em um local conforme todas as disposições. Além disso, é assegurado, que não escape nenhum líquido entre a película e a pele que envolve a área a ser tratada. Como particularmente preferidos são considerados aqueles adesivos, que em uma aplicação fina de 20 a 35 g/m2 junto com o filme, apresentam uma permeabilidade ao vapor de água de pelo menos 800 g/m2/24 horas e preferivelmente de pelo menos 1000 g/m2/24 horas (medida de acordo com a DIN EN 13726).
[0045] De acordo com um pensamento contínuo da presente invenção, um curativo de ferida de várias camadas, compreendendo uma camada de suporte, uma camada absorvente, uma camada de contato hidrófila da ferida e uma camada distribuidora, em que a camada de contato da ferida compreende um elastômero de poliuretano hidrófilo, também é objeto da presente invenção. A camada absorvente é especialmente ligada com a camada de contato da ferida. Um tal curativo de ferida apresenta de modo particularmente vantajoso uma
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19/30 camada distribuidora entre a camada de suporte e a camada absorvente, que consiste especialmente em uma espuma de poliuretano hidrófila. Através da camada distribuidora consegue-se facilitar a distribuição dos líquidos absorvidos da ferida através de toda a área do curativo de ferida especialmente acima da camada absorvente, isto é, que a absorção dos líquidos da ferida seja efetuada não apenas no sentido z (saindo da ferida no sentido da camada de suporte), mas sim, também no sentido x-y (sobre a área do curativo de ferida).
[0046] De acordo com um pensamento contínuo, um processo para a produção de um curativo de ferida de várias camadas também é objeto da presente invenção. Especialmente um processo para a produção de um curativo de ferida descrito acima é objeto da presente invenção. Esse processo compreende os estágios do processo
a) preparação de uma camada de poliuretano,
b) aplicação da espuma de poliuretano com pelo menos 10% em peso, de água e
c) laminação da espuma de poliuretano aquosa preparada em b) para uma camada de contato da ferida.
[0047] Especialmente nesse processo, a espuma de poliuretano é solicitada com 10% em peso e no máximo 80% em peso, de água, em que a aplicação é efetuada com água por meio de aspersão ou imersão.
[0048] Neste ponto destaca-se, que as características aqui citadas das concretizações preferidas ou alternativas das invenções, não são limitadas às preferências individuais. É muito mais o caso, de que a combinação das concretizações ou a combinação das características individuais das formas alternativas deve ser incluída, do mesmo modo, a uma concretização de acordo com a invenção. Tampouco, a invenção deve ser entendida de forma reduzida através da seguinte descrição dos desenhos.
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20/30 [0049] Nas figuras mostram:
figura 1: um primeiro curativo de ferida de acordo com a invenção figura 2: um segundo curativo de ferida de acordo com a invenção em corte transversal figura 3: um terceiro curativo de ferida de acordo com a invenção em corte transversal figura 3a: um recorte parcial do terceiro curativo de ferida de acordo com a invenção em corte transversal [0050] Com a figura 1 é mostrado um primeiro curativo de ferida 10 de acordo com a invenção com vista para a camada de contato da ferida. O curativo de ferida 10 é fabricado como a chamada ligadura de ilha e consiste em uma camada de suporte 11 de um filme de poliuretano impermeável à água e permeável ao vapor de água, que é revestido em toda a área com adesivo de acrilato 12. No centro da camada de suporte, por meio do adesivo de acrilato 12, é aplicada uma camada de espuma de poliuretano hidrófila absorvente (não representada aqui), sobre a qual é aplicado um filme de poliuretano 15 como camada de contato da ferida. Essa camada de espuma de poliuretano hidrófila compreende uma fração de água de 40% em peso, de água. Dessa maneira, 100 g de uma espuma de poliuretano usada neste exemplo compreendem 40 g de água e 60 g de matriz de poliuretano. O filme de poliuretano 15 está ligado de forma adesiva com a espuma de poliuretano absorvente (não representada aqui). No filme de poliuretano são introduzidos um sem-número de furos circulares 16, para facilitar a passagem de exsudato de ferida da ferida para a camada absorvente. Através do filme de poliuretano impede-se a penetração de células recentemente formadas nos poros da espuma de poliuretano.
[0051] Com a figura 2 é mostrada uma outra forma de concretização de um curativo de ferida de acordo com a invenção. O curativo de
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21/30 ferida 20 compreende uma camada de suporte 21 de uma espuma de poliuretano impermeável à água e permeável ao vapor de água congruente com uma camada absorvente 23, que está ligada com a camada absorvente 23 por meio de uma camada adesiva descontínua 22 de um adesivo de acrilato. Através da aplicação descontínua, as regiões 27 da camada absorvente e da camada de suporte não ficam ligadas. O curativo de ferida compreende uma camada absorvente 23 com uma espessura de camada de 4 mm e uma camada de suporte 11 com uma espessura de camada de 1,5 mm. A camada absorvente 23 é formada a partir de uma espuma de poliuretano hidrófila de poros abertos, que apresenta um tamanho de poros, em média, de 220 pm. Nesse caso, a espuma de poliuretano compreende uma fração de água de 70% em peso. Sobre o primeiro lado da espuma de poliuretano é aplicado um adesivo de poliuretano como camada de contato da ferida 25. O adesivo de poliuretano com um peso básico de 75 g/m2 não é continuamente aplicado sobre a espuma de poliuretano, de maneira que na camada de contato da ferida 25 são previstos furos circulares 26 para a melhor passagem do exsudato da ferida. A espuma de poliuretano compreende um primeiro lado com uma área de 25 cm2, em que os furos 26 assumem ao todo uma área de 5 cm2.
[0052] Com a figura 3 é mostrada uma terceira concretização de um curativo de ferida de acordo com a invenção. O curativo de ferida 30 compreende uma camada de suporte 31 de um filme de poliuretano impermeável à água e permeável ao vapor de água, uma camada absorvente 33 de uma espuma de poliuretano hidrófila de poros abertos com uma fração de água de 52,8% em peso (em relação à espuma de poliuretano) e de uma camada de contato da ferida 35 de uma matriz de hidrogel aquosa com uma fração de água de cerca de 63,5% em peso (em relação ao hidrogel). A camada de suporte 31 é laminada em toda a superfície por meio de um adesivo de acrilato 32 aplicado sobre
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22/30 o filme polimérico hidrófilo. Do primeiro lado da camada absorvente voltada para a ferida no caso da aplicação aplica-se uma matriz de hidrogel aquosa 35, que compreende um copolímero de poliuretanopoliureia. A matriz de hidrogel é equipada com canais 36 cônicos, circulares no corte transversal (paralelos à ferida), de maneira que seja efetuado um melhor escoamento do exsudato da ferida na espuma hidrófila absorvente (compare a figura 3a). Durante a produção do curativo de ferida, a matriz de hidrogel ainda viscosa penetrou insignificantemente na espuma de poliuretano, de maneira que entre a matriz de hidrogel e a espuma de poliuretano hidrófila é formada uma camada de passagem 34, que consiste na matriz de hidrogel e na espuma de poliuretano hidrófila. A camada de passagem, por seu lado, apresenta canais 37, que são enchidos somente com espuma de poliuretano e que estão dispostos de forma congruente em relação aos canais na matriz de hidrogel.
Exemplo de concretização [0053] O curativo de ferida apresenta a formação descrita com a figura 3.
A) Produção do hidrogel [0054] Para produzir o hidrogel, são usadas as seguintes soluções aquosas e componentes (componentes A, B, C):
Componente A
propilenoglicol USP30
(99,8%) |
Fa. Hedinger Aug. GmbH;
Stuttgart, Alemanha |
23,24% em peso |
água purificada |
estação de tratamento de água |
75,41%
em peso |
NaCl, puríssimo, USP |
Fa. Hedinger Aug. GmbH;
Stuttgart, Alemanha |
1,35% em
peso |
[0055] Para preparar o componente A, as substâncias constitutivas são juntadas e agitadas até o sal estar completamente dissolvido. O
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23/30 componente A é resfriado a 2oC.
Componente B
Jeffamin
2003 |
ED- |
Fa. Hunstman; Everberg, Bélgica |
52,5% em peso |
água purificada |
estação de tratamento de água |
47,5% em peso |
[0056] Para preparar o componente B aquoso, a jefamina sólida é fundida a 50oC e acrescentada sob agitação à água previamente introduzida. O componente B é resfriado à temperatura ambiente.
Componente C
Aquapol PI-13000-
3 |
Fa. Carpenter; Richmond,
EUA |
100,0% em pe-
so |
[0057] O componente C é levado à temperatura ambiente.
[0058] Os componentes A, B e C preparados são misturados homogeneamente uns com os outros na proporção de 75,4:14,0:10,6 através de homogeneização por meio de um sistema de mistura rotativo e vertidos nos moldes disponibilizados o mais isento de bolhas possível.
B1) Espuma de poliuretano usada [0059] É usada uma espuma de poliuretano hidrófila (espuma de poliuretano MCF.03R; Fa. Corpura, -Etten Leur, Países Baixos). A espuma de poliuretano hidrófila seca apresenta as seguintes características:
a) densidade: 77,9 - 83,7 kg/m3 (EN-ISO 845)
b) tamanho médio de poros: 0 208 pm (determinado por meio de microscópio)
c) espessura da camada: 2,7 mm (instrumento medidor de espessura com prato de 25 cm2, carga de 2 g/cm2,medida de acordo com a EN ISO 9073-2)
d) permeabilidade de vapor de água: MVTR (upright) = 3593 g/m2/24 horas (medida de acordo com a DIN EN 13726-2)
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24/30
e) absorção: absorção livre Ai = 20,5 g/g (medida de acordo com a DIN EN 13726-1)
f) poder de intumescimento: AV0 = 89,7%.
[0060] O poder de intumescimento AV0 de uma espuma de poliuretano descreve a alteração de volume, que experimenta uma espuma de poliuretano seca, depois de ter alcançado sua absorção máxima. Para determinar o poder de intumescimento AV0, determinam-se as medidas espaciais de um peça de amostra da espuma polimérica seca e as medidas espaciais desta peça de amostra após a completa absorção de acordo com a absorção livre de acordo com a DIN EN 13726-1. Para determinar a espessura (altura), utiliza-se um equipamento medidor de espessura com prato de 25 cm2, sendo ajustada uma carga de 2 g/cm2 de acordo com a EN ISO 9073-2. O alongamento lateral (comprimento, largura) é determinado por meio de um calibre corrediço, sem que a peça de amostra seja deformada. Para determinar o alongamento, a respectiva peça de amostra é colocada sem tensão sobre uma superfície lisa. A alteração de volume após a absorção corresponde ao poder de intumescimento AV0 da espuma de poliuretano seca, sendo observados todos os três sentidos espaciais.
|
Amostra 1 |
Amostra 2 |
Amostra 3 |
Valor médio |
Alteração/mm
(%) |
comprimento
(I0)/mm |
50,0 |
50,0 |
50,0 |
50,0 |
|
largura
(b0)/mm |
50,0 |
50,0 |
50,0 |
50,0 |
|
altura
(h0)/mm |
2,80 |
2,81 |
2,81 |
2,81 |
|
comprimento
(I2)/mm |
60,2 |
61,9 |
61,3 |
61,1 |
11,1 mm
(22,2%) |
largura |
61,7 |
63,5 |
62,8 |
62,7 |
12,7 mm |
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25/30
(b2)/mm |
|
|
|
|
(25,4%) |
altura
(h2)/mm |
3,47 |
3,47 |
3,49 |
3,48 |
0,67 mm
(23,8%) |
Δν y V° . 100% = <l»*t>»*hA ί'θ · b» ΐ,¾} . 100% = 89,7 % V, (l0«b,«h0) em que representa: Vo = o volume da peça de amostra antes da absorção (medida em condições de clima normal (23°C, 50% de umidade atmosférica relativa) e
V2 é o volume da peça de amostra após a completa absorção
g) valor de retenção: R = 52,8% [0061] O valor de retenção R descreve a quantidade de água, que a espuma de poliuretano pode ligar ao máximo em sua matriz de poliuretano, sendo que a água, que poderia ser absorvida nos poros, não é considerada. O valor de retenção é determinado, em que uma peça de amostra de 5 cm x 5 cm (armazenada em clima normal) é recortada com punção de uma espuma de poliuretano hidrófila com uma espessura de no máximo 5 mm e cujo peso é medido em condições de clima normal. A peça de amostra é subsequentemente submetida a uma absorção livre com água de maneira análoga a DIN EN 13726-1. A água, que foi absorvida pelos poros, é espremida da peça de amostra por meio de um rolo (peso 5000 g, diâmetro 10 cm, largura 5 cm), em que a amostra é colocada várias vezes entre panos de pasta de celulose e calandrada com 0 rolo. Esse procedimento é repetido tantas vezes, até que não seja mais reconhecida nenhuma absorção de água nos panos de pasta de celulose. Para determinar 0 valor de retenção R, a fração de água Www que está contida na espuma de poliuretano após a absorção e espremeção, é medida de acordo com a DIN EN 14079 e calculada tal como segue.
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26/30
|
Amostra 1 |
Amostra 2 |
Valor médio |
peso seco (Wtt) |
0,57 g |
0,58 g |
0,58 g |
peso após a absorção |
11,44 g |
11,75 g |
11,60 g |
peso após a espremeção
(Wgg) |
1,22 g |
1,24 g |
1,23 g |
A espessura das peças de amostra medidas importa em
2,80 mm.
R = Www = Wgg - Wtt • 100% = 52,8% (medida de acordo com a
Wgg
DIN EN 14079), em que representa: Www = o peso da água, que está contida na espuma de poliuretano após a absorção e a espremeção
Wtt = o peso da peça de amostra após a secagem e
Wgg = o peso da peça de amostra após a absorção e após a espremeção.
B2) Condicionamento da espuma de poliuretano [0062] A espuma de poliuretano hidrófila seca é cortada nas medidas de 20 x 30 cm e imersa na água por 3 minutos, de maneira que a espuma de poliuretano alcança sua absorção máxima. A espuma de poliuretano é removida da água e cuidadosamente espremida com a mão. A seguir, a espuma de poliuretano é colocada várias vezes entre panos de pasta de celulose seca e espremida por meio de um cilindro (pressão linear 10 N/cm), por tanto tempo, até que não seja mais reconhecida nenhuma absorção de água nos panos de pasta de celulose. Dessa maneira, pode ser excluído, que nenhuma água está presente nos poros da espuma.
[0063] A espuma de poliuretano aquosa apresenta as seguintes características:
a) teor de água: a espuma de poliuretano hidrófila tem uma fração de água Ww = 52,8% em peso (medida de acordo com a DIN
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27/30
ΕΝ 140790, que corresponde ao valor de retenção R da espuma de poliuretano seca.
b) Absorção: absorção livre A2 = 16,2 g/g (medida de acordo com a DIN EN 13726-1)
c) Poder de intumescimento: AVi = 4% [0064] O poder de intumescimento da espuma de poliuretano aquosa é determinada de maneira análoga à espuma polimérica seca.
|
Amostra
1 |
Amostra
2 |
Amostra
3 |
Valor médio |
Alteração/mm (%) |
comprimento
(li)/mm |
62,8 |
64,3 |
64,15 |
63,75 |
|
largura (bi)/mm |
63,4 |
64,45 |
64,3 |
64,05 |
|
altura
(hi)/mm |
3,4 |
3,38 |
3,39 |
3,39 |
|
comprimento
(l2)/mm |
60,2 |
61,9 |
61,3 |
61,1 |
2,65 mm
(4,3%) |
largura
(b2)/mm |
61,7 |
63,5 |
62,8 |
62,7 |
1,35 mm
(2,2%) |
altura
(h2)/mm |
3,47 |
3,47 |
3,49 |
3,48 |
-0,09 mm (-2,5
%) |
Δν =V-~VI . 100% = ,b; *h;) (l' * bl * hl} . 100% =4%
V, (li •b, »h,) em que representa: V1 = 0 volume da peça de amostra aquosa e
V2 é 0 volume da peça de amostra após a completa absorção.
C) Outros materiais usados:
[0065] Como camada de suporte é usado um filme de poliuretano com 60 pm de espessura, impermeável à água (Fa. Exopack
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28/30
Wrexham, Reino Unido). Esse filme é revestido com uma espessura de camada de 30 pm com um adesivo sensível à pressão (Pressure Sensitive Adhesive) à base de acrilato. Esse filme apresenta uma permeabilidade ao vapor de água MVTR (upright) de 1100 g/m2/24 horas (DIN EN 13726-1).
D) Produção dos curativos de ferida [0066] Os curativos de ferida (amostras) são fabricados a mão de acordo com o seguinte decurso.
1. A espuma de poliuretano é previamente condicionada de acordo com B) e preparada.
2. Para produzir uma matriz de hidrogel com canais, produz-se um molde de PTFE com estrutura nodosa. Os nós da estrutura nodosa são cônicos e têm um diâmetro médio de 1,38 mm (base 1,56 mm, ponta 1,2 mm). Os nós têm uma altura de 1,35 mm e estão em uma grade retangular na distância de 5 mm.
3. O hidrogel é produzido e disponibilizado de acordo com A), em que o hidrogel, após ser misturado e homogeneizado, deve ser imediatamente processado. Para isso, o hidrogel, para formar a matriz de hidrogel, é vertido em moldes disponibilizados o mais isento de bolhas possível.
4. O gel é dividido com uma rasqueta de PTFE de maneira tal, que a camada de gel apresenta a altura dos nós (1,35 mm). Gel em excesso é removido do molde.
5. Depois de aproximadamente 3 minutos, a espuma de poliuretano pré-condicionada é colocada sobre a superfície do gel. A espuma é comprimida com uma pressão de 200 N/m2 e mantida.
6. Depois de aproximadamente mais 7 minutos, o gel ligouse com a espuma, de maneira que o laminado de espuma de poliuretano aquosa e matriz de hidrogel aquosa pode ser removido do molde. Formou-se uma camada de passagem de 0,3 mm de espessura, que
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29/30 consiste na matriz de hidrogel aquosa e espuma de poliuretano aquosa.
7. O laminado é colocado com o lado do hidrogel sobre a folha release preparada (o lado siliconizado está voltado para o gel), de maneira que o lado voltado para a ferida está protegido.
8. O compósito é coberto com um filme de poliuretano autoadesivo (compare D) do lado da espuma, sendo que o filme de poliuretano é firmemente comprimido com uma pressão de 200 N/m2.
9. Os curativos de ferida são recortados com punção do compósito do material de várias camadas com um comprimento das bordas de 10 x 10 cm.
[0067] O curativo de ferida produzido dessa maneira, apresenta a formação descrita com a figura 3, sendo que a figura 3 não mostra qualquer papel antiaderente. O curativo de ferida consiste, assim, em um laminado de uma matriz de hidrogel aquosa, flexível como camada de contato da ferida, que contém 63,5% em peso, de água (em relação à matriz de hidrogel) e em uma camada absorvente de uma espuma de poliuretano hidrófila de poros abertos com uma fração de água de 52,8% em peso (em relação à espuma de poliuretano).
[0068] Além disso, o curativo de ferida apresenta as seguintes características:
a) peso básico: 1550 g/m2 (medido de acordo com a DIN EN 29073-1)
b) Absorção: absorção livre A1 = 56 g/100 cm2 (medida de acordo com a DIN EN 13726-1)
c) Teor de água no total: Ww = Wg - Wt · 100% = 58,8%
Wg
d) Poder de intumescimento: AV = 10% (determinado de acordo com o método descrito acima).
[0069] Dessa maneira, o presente curativo de ferida apresenta
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30/30 uma alta fração de água e uma alta absorção e um pequeno intumescimento. Dessa maneira, o curativo de ferida é o melhor adequado para ser usado nas fases 2 e 3 de cura da ferida (fase de granulação e fase de epitelização).