PT1769052E - Instalação e método para a produção de substâncias combustíveis através da despolimerização de produtos de borracha - Google Patents

Instalação e método para a produção de substâncias combustíveis através da despolimerização de produtos de borracha Download PDF

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PT1769052E
PT1769052E PT57501512T PT05750151T PT1769052E PT 1769052 E PT1769052 E PT 1769052E PT 57501512 T PT57501512 T PT 57501512T PT 05750151 T PT05750151 T PT 05750151T PT 1769052 E PT1769052 E PT 1769052E
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Franco Fini
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Franco Fini
Renato Mencarelli
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Description

DESCRIÇÃO
INSTALAÇÃO E MÉTODO PARA A PRODUÇÃO DE SUBSTANCIAS COMBUSTÍVEIS ATRAVÉS DA DESPOLIMERIZAÇÃO DE PRODUTOS DE
BORRACHA A presente invenção refere-se a uma instalação e um método para a produção de substâncias combustíveis através da despolimerização de produtos de borracha. 0 documento EP-0694600 divulga um processo e uma instalação para a produção de substâncias combustíveis através da despolimerização de pneus gastos, o que permite essencialmente a disposição de uma quantidade predeterminada de pneus gastos num dispositivo de despolimerização despressurizado, mantendo a temperatura de despolimerização entre 100 °C e 135 °C, controlando a referida temperatura mediante a introdução de água e ar no dispositivo de despolimerização, e adicionando uma quantidade predeterminada de cálcio aos pneus antes de iniciar o processo de despolimerização. De acordo com a patente mencionada acima, é obtida uma substância constituída por micropartícuias de hidrocarboneto num estado líquido suspenso num fluido gasoso. Essa substância é transportada até um queimador onde é imediatamente utilizada.
Contudo, este processo conhecido impõe, conforme referido acima, a utilização imediata da substância combustível assim produzida, transformando-a inteiramente em energia térmica, não sendo possível armazenar nem mesmo uma parte da mesma. Além disso, a substância combustível assim obtida não é utilizável de forma vantajosa para a produção de potência elétrica. A Patente US 5.095.040 descreve um processo e uma instalação para a produção de substâncias combustíveis mediante conversão de pneus gastos.
Um objetivo da presente invenção é eliminar a referida desvantagem, tornando a eliminação dos pneus e, mais em geral, de outros materiais de borracha particularmente vantajosa do ponto de vista económico.
Outro objetivo da invenção é contribuir para uma eliminação mais eficaz e racional de desperdícios incómodos e ambientalmente prejudiciais, tais como pneus gastos.
Este resultado foi alcançado de acordo com a presente invenção graças à ideia de impulsionar uma instalação e um processo com as características descritas nas reivindicações independentes. Graças à presente invenção, é possível obter uma produção de substâncias combustíveis líquidas e armazenáveis, cuja produção é de um rendimento elevado. É igualmente possível utilizar de imediato as substâncias gasosas, adequadamente filtradas e aspiradas com o ar num motor a diesel que é abastecido com o líquido decantado produzido através da presente instalação ou abastecido com gasóleo misturado com o referido líquido. Além disso, as características físico-químicas das substâncias assim obtidas são totalmente compatíveis com uma diversidade de utilizações sem a necessidade de qualquer outro tratamento e respeitam na íntegra as normas ambientais, não sendo produzidas substâncias poluentes numa concentração ou em quantidades prejudiciais. É igualmente possível obter outras vantagens económicas através da recuperação e reutilização de materiais metálicos contidos nos pneus e coisas semelhantes assim tratados, o que constitui a maior parte dos resíduos de tratamento. É igualmente possível obter vantagens económicas, além das ambientais, a partir do tratamento de materiais de desperdícios de borracha diferentes dos pneus.
Estas e outras vantagens e características da invenção serão mais bem compreendidas por qualquer perito na técnica a partir da seguinte descrição em conjunto com as figuras em anexo fornecidas como uma exemplificação prática da invenção, mas que não devem ser consideradas num sentido limitativo, em que: - a FIG. 1 ilustra esquematicamente uma instalação de acordo com a invenção, na qual são utilizados um divisor de fases e um queimador; - a FIG. 2 ilustra outra forma de realização do dispositivo de despolimerização; a FIG. 3 ilustra um detalhe ampliado da parte superior do dispositivo de despolimerização das FIGs. 1 e 2; - a FIG. 4 ilustra um diagrama semelhante ao diagrama da FIG. 1, no qual existe uma utilização diferente das substâncias produzidas.
Reduzida à respetiva estrutura essencial e relativamente às FIGs. 1 a 3 das figuras em anexo, uma instalação para a produção de substâncias combustíveis de acordo com a invenção compreende: um dispositivo de despolimerização (1), que consiste num corpo substancialmente cilíndrico com uma secção circular, com uma base superior (10) e uma base inferior (11); no interior do referido dispositivo, conforme descrito em seguida, ocorre a despolimerização de uma quantidade predeterminada de pneus ou outros produtos de borracha, introduzidos no mesmo dispositivo através da base superior (10), que pode ser aberta, e formando um pilha numa grade horizontal (19) que se encontra a uma distância predeterminada da base inferior (11) formando um intervalo correspondente (100) através do qual, conforme descrito mais à frente, o combustível/ar passa; um divisor ou separador de fases (2) definido a jusante a partir do referido dispositivo de despolimerização (1), que é constituído por um corpo substancialmente cilíndrico com uma secção circular, com uma base superior (20) e uma base inferior (21), e é ligado ao dispositivo de despolimerização (1) por meio de um cano (3) definido entre uma abertura (12) da base superior (10) do dispositivo de despolimerização (1) e uma abertura correspondente (22) da base superior (20) do divisor (2): o referido divisor (2) tendo tendência para realizar a separação de, pelo menos, uma parte da fase liquida dos produtos que saem do dispositivo de despolimerização (1) da fase gasosa e tendo um orifício de descarga (23) para a fase liquida assim separada, e um orifício de descarga (24) para a parte restante dos produtos que se encontram na fase principalmente gasosa; uma unidade de aspiração (4) para manter o dispositivo de despolimerização (1) em desnível, e o divisor de fases (2), cuja unidade (4) é ligada, a montante, ao orifício de descarga (24) para a fase gasosa do divisor (2) e, a jusante, a um queimador (5) por meio de dois canos correspondentes (6, 7), de modo a que a fase principalmente gasosa dos produtos que saem do dispositivo de despolimerização (1) abasteça o queimador (5).
Vantajosamente, a base superior (10) do dispositivo de despolimerização (1) é montada em guias verticais (13) e é ligada a um motor elétrico (14) por meio de um pinhão e uma cremalheira dentada (15, 16), para permitir a elevação e o abaixamento da mesma base, isto é, para permitir a introdução dos materiais a serem tratados no dispositivo de despolimerização (1) e, sucessivamente, o fecho estanque da base, que é garantido por um vedante circular colocado sob a base acima mencionada (10) e coincide com a extremidade circular superior do dispositivo de despolimerização (1).
Nas proximidades da respetiva base inferior (11), o dispositivo de despolimerização (1) tem uma abertura equipada com uma válvula (17) que constitui uma passagem para um queimador (18) disposto num carreto cuja função, conforme mais bem descrito em seguida, é iniciar a combustão dos produtos de borracha introduzidos no dispositivo de despolimerização.
No referido intervalo (100), é igualmente transportada água, quando necessário. Vantajosamente, existem três sensores de controlo térmico (81, 91, 31). O primeiro deles (81) encontra-se no intervalo (100) do dispositivo de despolimerização (1) para detetar a temperatura do ar numa posição inferior relativamente à grade mencionada acima (19). O segundo sensor (91) encontra-se na superfície inferior ou interior da base superior (10) do dispositivo de despolimerização (1) e deteta a temperatura da pilha de produtos durante a despolimerização. O terceiro sensor (31) encontra-se no cano (3) que liga o dispositivo de despolimerização (1) ao separador de fases (2) para detetar a temperatura do fluido que atravessa o segundo. O separador de fases (2) é constituído, conforme descrito anteriormente, por um corpo substancialmente cilíndrico com uma base superior (20) e uma base inferior (21), delimitando, de certo modo, uma câmara correspondente (25) . Num lado da câmara (25) existe um septo ou uma parede (26) , de modo a delimitar uma segunda câmara (27) que é fechada no lado superior e aberta no lado inferior. A referida segunda câmara (27) contém um cano vertical (28) que tem uma extremidade em simetria com a abertura mencionada acima (24) da base inferior (21) do corpo (2): a outra extremidade do cano (28) encontrando-se a uma distância predeterminada da abertura inferior da parede (26) . De certo modo, o cano (28) é ligado à unidade (4) pelo cano (6) . Sob a referida abertura (23) para a fase líquida fornecida pelo separador (2) existe um recipiente (29) no qual o líquido que sai do separador é transportado por um cano correspondente (290). O referido recipiente (29) tem uma abertura inferior (293) ligada a uma bomba (291) que reintroduz na câmara (25) o líquido que é descarregado a partir da mesma, por meio de um ou mais injetores ou pulverizadores (292) dispostos a uma distância predeterminada da base superior (20) do corpo (2). A ligação entre a referida abertura (293) do recipiente (29) e a referida bomba (291) é efetuada por meio de um cano (295) e a ligação entre a bomba (291) e os injetores (292) é efetuada por meio de um outro cano (296) cuja parte final se encontra no interior da câmara (25) e passa pela base superior (20) do corpo (2). Além disso, o referido recipiente (29) apresenta uma abertura lateral superior (294) para a drenagem do líquido que não é circulado novamente pela bomba (291) e que, na prática, constitui a produção de hidrocarbonetos na fase líquida do momento. O comprimento do referido cano (290) está relacionado com o predomínio da unidade (4) e é determinado de modo a que esta não permita a aspiração de ar através da abertura superior (294) do recipiente (29). Por exemplo, se o predomínio da unidade (4) corresponder a uma coluna de água de 150 mm, a distância entre a extremidade inferior do cano (290) e a abertura para a drenagem (294) do recipiente (29) tem de ser superior a 150 mm. A referida unidade (4) permite a aspiração dos produtos na fase principalmente gasosa a partir do cano (28) no interior do corpo (2) e a respetiva compressão antes da introdução no queimador (5). Tanto a unidade (4) como o queimador (5) são do tipo conhecido e, consequentemente, não são mais descritos. O funcionamento da instalação descrito acima é conforme apresentado em seguida.
Depois de introduzidos os pneus e outros produtos de borracha para serem tratados e o óxido de cálcio no dispositivo de despolimerização (1), e depois de fechada a respetiva base superior (10), o queimador (18) é disposto no interior do dispositivo de despolimerização por meio do respetivo carreto (180). Em seguida, o queimador (18) é ativado durante um tempo predeterminado (por exemplo, um tempo programável entre 5 e 10 minutos), de modo a iniciar a combustão dos pneus. Depois, o queimador (18) é desativado e disposto fora do dispositivo de despolimerização (1) e a combustão prossegue de uma forma autónoma, graças ao ar que passa pela válvula (Y) existente sob o intervalo (100), pelo intervalo (100) e pelas aberturas (X) situadas na grade horizontal de base (19) . Durante estas operações, a válvula (Y) encontra-se sempre aberta. O processo térmico que é realizado no interior do dispositivo de despolimerização (1), em que a temperatura de funcionamento é de cerca de 100 °C a 135 °C, e a pressão é até 10 mBar inferior à pressão atmosférica, consiste numa despolimerização da borracha dos produtos introduzidos no dispositivo de despolimerização, com a formação de uma mistura de duas fases que compreende microparticulas combustíveis provenientes da despolimerização. O fluido que, graças ao desnível garantido pela unidade (4) disposta a jusante, chega ao separador de fases (2) é submetido, no mesmo, a uma separação física de, pelo menos, uma parte da fase líquida em relação à fase gasosa. Em pormenor, quando o fluido entra no separador (2) pela abertura (22), o mesmo é submetido ao arrefecimento, ocorre um fenómeno de condensação, e o líquido assim formado desloca-se em direção ao fundo (21) do corpo (2) e, a partir daí, através do cano (290), chega ao recipiente (29); entretanto, a fase principalmente gasosa é aspirada pelo cano (28) e pelo cano (6) para ser comprimida e enviada para o queimador (5) . O líquido aspirado pela bomba (291) e pulverizado pelos injetores (292) na câmara (25) envolve a condensação acima mencionada, uma vez que as partículas da fase líquida têm tendência para se agregarem em torno das partículas que saem dos injetores. O líquido extraído do recipiente (29) é uma substância combustível, armazenável em depósitos, bidões e qualquer outro recipiente adequado no qual o mesmo possa ser decantado, e tem as caracteristicas físico-químicas ilustradas na tabela 1 que se segue, resultantes das análises realizadas numa amostra recolhida no final de um ciclo.
Os gases que saem do queimador (5) apresentam as caracteristicas indicadas na tabela 2 que se segue, resultantes das análises especialmente realizadas (Métodos de teste: de acordo com DM 25 de agosto de 2000 - Unichim N.° 494-UNI 10493-Handbooks Unichim N.° 122, 158).
Os testes realizados com uma instalação experimental tornaram possível a verificação de uma produção de líquido combustível que varia entre 35 e 40% do peso dos pneus (cerca de 350 a 400 kg de líquido por cada 1000 kg de pneus introduzidos e tratados no dispositivo de despolimerização 1) . O líquido combustível assim produzido pode ser vantajosamente utilizado também para abastecer um motor a diesel comum, mesmo misturado com gasóleo. O óxido de cálcio (introduzido no dispositivo de despolimerização 1 numa quantidade que varia entre 1% e 3% em peso dos produtos a serem tratados) com o vapor que se desenvolve a partir da despolimerização e com o vapor introduzido conforme descrito abaixo determina a formação de hidróxido de cálcio que, embora se ligue ao cloro e ao enxofre libertados pelo material de desperdícios durante a despolimerização, compreende sais inertes que se deixam assentar com os resíduos de metal no fundo do dispositivo de despolimerização. Deste modo, é evitada a introdução de substâncias ácidas no ambiente. Os resíduos são basicamente compostos pelos materiais metálicos que constituem as blindagens ou estruturas de metal dos produtos a serem despolimerizados, com um ponto de fusão superior à temperatura de funcionamento do dispositivo de despolimerização (1) . Estes resíduos, que contêm carbono, aço ou outros metais, podem destinar-se diretamente a fundições ou, em alternativa, podem ser selecionados para separar os vários componentes de metal dos que não são de metal, nos quais predomina o carbono, e utilizados em separado.
Quando a temperatura detetada pelo sensor (81) excede 50 °C, é introduzida água no referido intervalo (100) através de uma válvula correspondente, não visível nas figuras em anexo. A quantidade de água introduzida no intervalo (100) aumenta quando a temperatura detetada pelo sensor (81) aumenta.
Quando as temperaturas detetadas pelos sensores (91) e (31) forem superiores a 135 °C e, respetivamente, a 200 °C, existe uma menor necessidade de gás por parte do queimador (5) ou, relativamente à instalação representada esquematicamente na FIG. 4, por parte do motor (93). Quando a produção de gás é inferior a um valor predeterminado, o ciclo é concluído, admitindo que essa circunstância corresponde à saída da massa a ser despolimerizada. Outro controlo do processo pode ser realizado medindo a pressão no intervalo (100) do dispositivo de despolimerização (1). Pormenorizadamente, por meio de um sensor de pressão situado no referido intervalo, é possível verificar se a pressão local é superior à pressão atmosférica, para aspirar menos ar no dispositivo de despolimerização (1), de modo a reduzir a velocidade da combustão, abrandando assim o processo termoquímico, até a pressão no referido intervalo (100) se tornar mais uma vez inferior à pressão atmosférica, embora permitindo novamente que o ar entre através da válvula (Y).
Relativamente ao diagrama da FIG. 1, o dispositivo de despolimerização (1) é um corpo fixo suportado por uma estrutura fixa (1) e a parte de base (19, 11) encontra-se ligada ao referido corpo por meio de uma articulação com um eixo horizontal para permitir a abertura do mesmo como um alçapão (consulte a linha tracejada) para a descarga dos resíduos no fim do ciclo.
Relativamente ao diagrama da FIG. 2, o dispositivo de despolimerização (1) é um corpo suportado por uma estrutura fixa (103) à qual é ligado por uma articulação com um eixo horizontal (104) para permitir a viragem acionada por um redutor de motor correspondente (105) e para realizar a descarga dos resíduos no fim do ciclo através da base superior (10), isto é, através da entrada de carga que, neste caso, se destina igualmente à descarga.
Em cada caso, conforme ilustrado em detalhe na FIG. 3, a abertura (12) da base superior (10) do dispositivo de despolimerização (1) prolonga-se de uma forma telescópica no interior da extremidade correspondente do cano (3) que liga o dispositivo de despolimerização (1) ao separador de fases (2) . O vedante estanque pode ser realizado por meio de diversos O-rings (juntas toroidais) (123) dispostos entre o referido prolongamento e o cano (3). O início e a coordenação dos componentes da instalação descrita são automaticamente controláveis com meios eletrónicos programáveis. Esses meios programáveis são conhecidos dos técnicos de automatização industrial e, por conseguinte, não são descritos mais pormenorizadamente.
Relativamente ao diagrama da FIG. 4 (não de acordo com a invenção), é realizado um tratamento diferente da fase principalmente gasosa no orifício de descarga do separador (2) . Mais em detalhe, a fase principalmente gasosa no orifício de descarga do separador (2) chega, através de um cano correspondente (9), até um filtro de remoção de óleo (90). A partir deste último, o gás filtrado chega à unidade de aspiração acima mencionada (4) através de um cano correspondente (92) que liga a base superior do filtro (90) à mesma unidade de aspiração (4) . Esta, sendo ligada à aspiração de um motor a diesel (93) por meio de um canal correspondente (94), transporta o referido gás filtrado na mesma secção do motor (93) através do qual é aspirado o ar combustivo necessário para o funcionamento do mesmo. 0 referido motor (93) é ligado, por meio de um veio de transmissão (96), a um gerador elétrico (95) que também pode ser ligado à rede elétrica pública. 0 referido filtro (90) já é conhecido, sendo do tipo habitualmente utilizado para a remoção de óleo dos gases. Por exemplo, é possível utilizar um filtro do tipo designado por "desembaciador" que compreende um conjunto de fios metálicos muito finos nos quais as partículas oleosas assentam e caem em forma de gotas. O líquido oleoso assim separado do gás e que é recolhido no fundo do filtro (90) pode ser transportado até ao recipiente (29) por meio de um canal correspondente (97) . O motor (93) pode ser abastecido com o líquido produzido no separador de fases (2) e possivelmente decantado durante um tempo predeterminado com o objetivo de eliminar os possíveis vestígios de carvão. O motor (93) também pode ser abastecido com uma mistura composta pelo referido líquido decantado e gasóleo, além de, naturalmente, apenas o gasóleo. Relativamente ao processo de despolimerização dos produtos introduzidos no dispositivo de despolimerização (1) e à separação das fases no separador (2), não existem nenhumas diferenças em comparação com o caso descrito anteriormente em relação às FIGs. 1 a 3, em que existe apenas um tratamento diferente das substâncias gasosas.
As análises expressamente realizadas no gás no orifício de descarga do filtro (90) tornaram possível a verificação das caracteristicas descritas na tabela 3 que se segue. O gás filtrado com o ar no motor a diesel contribui, de acordo com as condições de funcionamento do segundo, para 5 a 20% da energia necessária para o funcionamento do motor, em que a restante parte da energia é fornecida pelo líquido decantado produzido pela mesma instalação e misturado com o gasóleo. Os testes experimentais foram realizados através de um motor a diesel aspirado Ford de 80 cv acoplado a um motor elétrico assíncrono trifásico de 30 KVA ligado a uma carga resistiva equilibrada. A tabela 4 ilustra os resultados de quatro testes. Em cada teste foi medida a potência fornecida pelo motor abastecido com o ar e óleo decantado misturado com 1/5 em volume de gasóleo. Sucessivamente, sem variar a taxa de fluxo da mistura líquido/gasóleo, o gás filtrado foi enviado para a aspiração do ar do motor, medindo a taxa de fluxo do gás, e como tal a potência térmica relacionada com o gás, e os novos valores de rendimento elétrico distribuído.
Em cada teste assim realizado, o resultado da contribuição positiva de gás para o rendimento da transformação termodinâmica foi igual a quase 20%.
Na tabela 4, os símbolos utilizados na primeira coluna têm os significados apresentados em seguida: Póieo: potência absorvida pela carga resistiva abastecendo o motor com o óleo produzido pela instalação e sem adicionar gás ao ar aspirado pelo motor (Póieo-1,73*Vóieo*Ióieo) } Póieo+gás · potência absorvida pela carga resistiva abastecendo o motor com o óleo produzido pela instalação e adicionando gás ao ar aspirado pelo motor (Póleo+gás 1 r 7 3 * Vgieo+gás * 1 óleo+gás ) r ~ ΔΡ P óleo+gás — P óleo } CR: contribuição do gás para o rendimento da transformação termodinâmica. - Relativamente à potência de aquecimento inferior do gás obtido pela despolimerização apenas dos pneus, é considerado um valor de 695 Kcal/Nm3, equivalente a 808 Wh/Nm3. O processo proposto para a produção de substâncias combustíveis de acordo com a presente invenção compreende, tendo em consideração o descrito anteriormente, uma fase de despolimerização de produtos de borracha como pneus gastos e afins, com a produção de uma mistura de fluido de duas fases, e envolve a separação e a recolha de, pelo menos, uma parte da fase liquida da referida mistura. Tanto a despolimerização como a separação das fases podem ser realizadas em condições despressurizadas. A fase principalmente gasosa pode ser utilizada para abastecer um queimador, para ser introduzida, com o ar combustivo, num motor a diesel ou de qualquer outra forma.
DOCUMENTOS REFERIDOS NA DESCRIÇÃO
Esta lista de documentos referidos pelo autor do presente pedido de patente foi elaborada apenas para informação do leitor. Não é parte integrante do documento de patente europeia. Não obstante o cuidado na sua elaboração, o IEP não assume qualquer responsabilidade por eventuais erros ou omissões.
Documentos de patente referidos na descrição • EP 694600 A [0002] • US 5095040 A [0004]
Lisboa, 8 de Julho de 2015

Claims (8)

  1. REIVINDICAÇÕES 1. Uma instalação para a produção de substâncias combustíveis por meio de despolimerização de produtos de borracha, compreendendo um dispositivo de despolimerização despressurizado (1), em que a despolimerização de uma quantidade predeterminada de produtos ocorre no interior do mesmo, e incluindo um divisor ou separador de fases (2) disposto a jusante do referido dispositivo de despolimerização (1), que é constituído por um corpo essencialmente cilíndrico com uma base superior (20) e uma base inferior (21), e é ligado ao dispositivo de despolimerização (1) por meio de um cano (3) : o referido separador de fases (2) sendo concebido para alcançar a separação de, pelo menos, uma parte da fase líquida dos produtos que saem do dispositivo de despolimerização (1) da fase gasosa e apresentando um orifício de descarga (23) para a fase líquida assim separada e um orifício de descarga (24) para a parte restante dos produtos na fase essencialmente gasosa, em que o referido dispositivo de despolimerização (1) é despressurizado por meio de uma unidade de aspiração (4) disposta a jusante do referido separador de fases (2) e ligado ao mesmo por meio de um cano correspondente (6), caracterizado por o referido separador de fases (2) compreender uma câmara (25) num lado da qual existe uma parede (26), de modo a delimitar uma segunda câmara (27) fechada por cima e aberta no fundo, a referida segunda câmara (27) contendo um cano (28) posicionado na vertical com uma extremidade em simetria com a referida abertura (24) da base inferior (21) do referido corpo (2), a outra extremidade do referido cano (28) encontrando-se a uma distância predeterminada da abertura inferior da parede (26), o referido cano (28) sendo ligado à unidade (4) pelo referido cano (6), por baixo da referida abertura (23) para a fase líquida apresentada pelo separador (2), existindo um recipiente (29), em que o liquido é esvaziado através de um cano correspondente (290), o referido recipiente (29) tendo uma abertura inferior (293) ligada a uma bomba (291) que reintroduz na câmara (25) o liquido que sai da mesma, por meio de um ou diversos injetores ou nebulizadores (292), posicionados a uma distância predeterminada da base superior (20) do corpo (2), a ligação entre a referida abertura (293) do recipiente (29) e a referida bomba (291) sendo concretizada por meio de um tubo (295) e a ligação entre a bomba (291) e os injetores (292) sendo concretizada por meio de um tubo (296) cujo trajeto final é no interior da câmara (25) e passa pela base superior (20) do corpo (2), o referido recipiente (29) tendo ainda uma abertura lateral superior (294) para a drenagem do liquido que não é reciclado pela bomba (291).
  2. 2. A instalação de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por a base superior (10) do dispositivo de despolimerização (1) ser montada em guias verticais (13) e ligada a um motor elétrico (14) por meio de uma transmissão de cremalheira e pinhão (15, 16) para permitir a respetiva elevação e o abaixamento, ou seja, para permitir a introdução do material a ser tratado no dispositivo de despolimerização (1) e, posteriormente, o fecho deste.
  3. 3. A instalação de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por, nas proximidades da respetiva base inferior (11), o dispositivo de despolimerização (1) ter uma abertura (17) que constitui uma passagem para um queimador com um carreto (18).
  4. 4. A instalação de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por incluir diversos sensores térmicos de controlo.
  5. 5. A instalação de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o dispositivo de despolimerização (1) ter uma base inferior (11) com um intervalo (100) através do qual passa o ar de combustão, o referido intervalo (100) encontrando-se por baixo de uma grade horizontal (19) situada a uma distância predeterminada da base inferior (11), por um sensor térmico (81) se situar no referido intervalo (100) para registar a temperatura do ar por baixo da referida grade (19), e por ser introduzida água no intervalo (100) quando a temperatura registada pelo sensor (81) é superior a 50°.
  6. 6. A instalação de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o dispositivo de despolimerização (1) ter uma base inferior (11) com um intervalo (100) através do qual passa o ar de combustão, por um sensor de pressão se encontrar no referido intervalo (100) para determinar a pressão no intervalo, e por, através do referido sensor, ser possível determinar se a pressão local é superior à pressão atmosférica, em que é introduzido menos ar no dispositivo de despolimerização (1), de modo a reduzir a combustão e, deste modo, abrandar efetivamente o processo termoquímico, até a pressão no referido intervalo (100) deixar de ser superior à pressão atmosférica.
  7. 7. A instalação de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o dispositivo de despolimerização (1) ser um corpo sustentado por uma estrutura fixa (103) à qual é ligado por uma articulação em torno de um eixo horizontal (104) para permitir a respetiva inversão acionada por um motor de engrenagem correspondente (105) e para realizar a descarga dos resíduos no fim do ciclo através da base superior (10), ou seja, através do alçapão de carga que, neste caso, se destina igualmente à descarga.
  8. 8. Um método de produção de substâncias combustíveis por meio de uma despolimerização de produtos de borracha na instalação de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, incluindo uma fase de despolimerização com a produção de uma mistura de fluido em duas fases, implicando a separação de uma fase liquida em relação a uma fase essencialmente gasosa da referida mistura e recuperando, pelo menos, uma parte da fase líquida, caracterizado por a referida separação das fases ser realizada com um separador de fases (2) compreendendo uma câmara (25) num lado da qual existe uma parede (26), de modo a delimitar uma segunda câmara (27) fechada por cima e aberta no fundo, a referida segunda câmara (27) contendo um cano (28) posicionado na vertical com uma extremidade em simetria com a referida abertura (24) da base inferior (21) do referido corpo (2), a outra extremidade do referido cano (28) encontrando-se a uma distância predeterminada da abertura inferior da parede (26), o referido cano (28) sendo ligado à unidade (4) pelo referido cano (6), por baixo da referida abertura (23) para a fase liquida apresentada pelo separador (2), existindo um recipiente (29), em que o líquido é esvaziado através de um cano correspondente (290), o referido recipiente (29) tendo uma abertura inferior (293) ligada a uma bomba (291) que reintroduz na câmara (25) o líquido que sai da mesma, por meio de um ou diversos injetores ou nebulizadores (292), posicionados a uma distância predeterminada da base superior (20) do corpo (2), a ligação entre a referida abertura (293) do recipiente (29) e a referida bomba (291) sendo concretizada por meio de um tubo (295) e a ligação entre a bomba (291) e os injetores (292) sendo concretizada por meio de um tubo (296) cujo trajeto final é no interior da câmara (25) e passa pela base superior (20) do corpo (2), o referido recipiente (29) tendo ainda uma abertura lateral superior (294) para a drenagem do líquido que não é reciclado pela bomba (291) . Lisboa, 8 de Julho de 2015
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