PT1725628E

PT1725628E - Compostos refrigerantes de alquenos fluoretados

Info

Publication number: PT1725628E
Application number: PT04817445T
Authority: PT
Inventors: Rajiv R Singh; Raymond H Thomas
Original assignee: Honeywell Int Inc
Priority date: 2003-10-27
Filing date: 2004-10-25
Publication date: 2012-07-12
Also published as: EP2275509A2; PT2275509T; EP1725628B1; CN103215013A; PL2275509T3; CN103923610A; CN103642461A; TR201708747T4; KR101335360B1; EP2009075A3; KR101335358B1; DE08011766T1; EP2009075B1; SI2277976T1; CN103923611A; EP2009075A2; WO2005042663A1; KR20120051102A; KR20060103324A; SI2275509T1

Description

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DESCRIÇÃO "COMPOSTOS REFRIGERANTES DE ALQUENOS FLUORETADOS"

CAMPO DA INVENÇÃO A presente invenção diz respeito a composições usadas como fluidos de refrigeração em sistemas de refrigeração de compressão, ar condicionado e bombas de aquecimento.

ANTECEDENTES DA INVENÇÃO 0 uso de refrigerantes contendo cloreto, como clorofluorocarbonetos (CFCs), hidroclorofluorocarbonetos (HCFs) e similares, como refrigerantes em sistemas de ar condicionado e refrigeração, tornou-se desaconselhável devido às propriedades de degradação de ozono, associadas a estes compostos. Como resultado, tornou-se desejável a alteração dos sistemas de refrigeração contendo cloretos e a substituição dos refrigerantes contendo cloretos por compostos refrigerantes que não contenham cloretos, os quais não causem a degradação da camada de ozono, como os hidrofluorocarbonetos (HFCs).

Para que qualquer um dos materiais de substituição seja útil em conjunto com compostos de refrigeração, os materiais têm de ser compatíveis com os lubrificantes utilizados no compressor. Infelizmente, muitos dos fluidos de refrigeração que não contêm cloretos, incluindo HFCs, são relativamente insolúveis e/ou imiscíveis nos tipos de lubrificantes usados tradicionalmente com CFCs e HFCs, incluindo por exemplo, óleos minerais, alquilobenzenos ou poli (alfa-olefinas) . De forma a que a combinação de lubrificante-fluido de refrigeração funcione de forma eficaz no interior de um sistema de refrigeração por compressão, de ar condicionado ou de bombas de aquecimento, o lubrificante tem de ser suficientemente solúvel num 2 líquido de refrigeração ao longo de um leque variado de temperaturas de operação. Esta solubilidade reduz a viscosidade do lubrificante e permite que o fluido circule mais facilmente no sistema. Na ausência desta solubilidade, os lubrificantes tendem a tornar-se alojados nas curvas do sistema de evaporação da refrigeração de compressão, de ar condicionado ou bombas de aquecimento, bem como em outras partes do sistema, e assim reduzir a eficiência do sistema.

Os ésteres de óleos de lubrificação de polialquileno glicol, de polialquileno glicol esterifiçado, e de poliol, foram desenvolvidos enquanto lubrificantes miscíveis para líquidos refrigerantes de HFC. Lubrificantes de refrigeração de polialquileno glicol são descritos nas patentes U.S. n° 4,755,,316; 4,971,712, e 4,975,212. Ésteres de polialquileno glicol são descritos na patente U.S. n° 5,008,028. Os óleos lubrificantes de polialquileno glicol e de éster de polialquileno glicol são apresentados como sendo miscíveis em fluoroalquenos, contendo um ou dois átomos de carbono e sem ligações duplas.

Consequentemente, os fluidos baseados em fluorocarbonetos encontraram uma utilidade generalizada em aplicações na indústria de sistemas de refrigeração, incluindo igualmente sistemas de ar condicionado bem como aplicações em bombas de aquecimento, todas elas envolvendo refrigeração de compressão. A refrigeração por compressão envolve geralmente a transição do refrigerante da fase líquida para a fase de vapor, através da adsorção de calor a uma pressão mais baixa e, em seguida, a transição da fase de vapor para a fase líquida, através da remoção do calor a uma pressão mais elevada.

Enquanto que o objetivo primário da refrigeração é a remoção de energia a baixa temperatura, o principio 3 primário de uma bomba de aquecimento é a adição de energia a uma temperatura mais elevada. As bombas de aquecimento são consideradas sistemas de ciclo invertido porque para o aquecimento, a operação do condensador é interconvertida com a do evaporador da refrigeração.

Este campo da técnica está continuamente à procura de novos fluidos puros, baseados em fluorocarbonetos e hidrofluorocarbonetos, que ofereçam alternativas para aplicações em refrigeração e em bombas de aquecimento. Os requerentes têm vindo a reconhecer que os materiais baseados em fluoroplefinas (fluoroalquenos) têm um interesse particular por terem caracteristicas que os tornam substitutos ambientalmente mais seguros dos fluoroalquenos usados presentemente (HFCs) , os quais, apesar de serem seguros para a camada de ozono, se suspeita serem responsáveis pelo aquecimento global.

Os requerentes têm vindo a reconhecer que os substitutos de composições de refrigeração de HFCs, possuem, em muitos casos, de preferência determinadas propriedades de desempenho para serem considerados como substitutos aceitáveis, incluindo caracteristicas aceitáveis de refrigeração, de estabilidade quimica, de reduzida toxicidade, de não-inflamabilidade, de compatibilidade com lubrificantes e de eficiência na sua utilização. Esta última característica é importante em vários sistemas de refrigeração, sistemas de ar condicionado e aplicações em bombas de aquecimento, especialmente quando uma perda de desempenho termodinâmico na refrigeração ou eficiência energética, pode ter impactos ambientais secundários através de um aumento da utilização de combustíveis fósseis, provenientes de um aumento da procura por energia elétrica. Adicionalmente, é vantajoso, que as composições substitutas de HFC para refrigeração não requeiram grandes 4 mudanças de engenharia na tecnologia convencional de compressão de vapor e sistemas de lubrificação, atualmente usados em liquidos de refrigeração à base de HFC. A inflamabilidade é uma outra propriedade adicional importante para muitas aplicações. Isto é, é considerada ou importante ou essencial em muitas aplicações, incluindo em particular aplicações de transferência de calor, em que são usadas composições que não sejam inflamáveis. Por isso, é frequentemente benéfica a utilização, em tais composições, de compostos que não sejam inflamáveis. Como usado no presente documento, o termo "não inflamável" refere-se a compostos ou composições que são definidas para serem não inflamáveis de acordo com a norma ASTM E-681, datada de 2002, a qual é incorporada no presente documento para referência. Infelizmente, muitos HFCs, que poderiam ser de outra forma, desejáveis para serem usados em composições refrigerantes, não são não inflamáveis. Por exemplo o fluoroalqueno difluoroetano (HFC-152a) e o fluoroalqueno 1, 1, 1-trifluoropropeno (HFO-1243zf) são ambos inflamáveis e por isso não são viáveis para serem utilizados em muitas aplicações.

Fluoroalquenos maiores, como por exemplo alquenos com fluoreto como substituinte, que têm pelo menos 5 átomos de carbono, têm sido sugeridos para a sua utilização como refrigerantes. Smutny, patente US n° 4,788,352 é dirigida para a produção de compostos C5 a C8 fluoretados, contendo pelo menos algum grau de insaturação. A patente Smutny identifica estas olefinas maiores como sendo de conhecida utilidade como refrigerantes, pesticidas, fluidos dielétricos, fluidos de transferência de calor e intermediários em várias reações químicas. 5

Apesar de as olefinas fluoretadas descritas em Smutny poderem ter algum grau de eficácia em aplicações de transferência de calor, acredita-se que estes compostos possam também ter certas desvantagens. Por exemplo, alguns destes compostos podem ter tendência para atacar os substratos, em particular os plásticos de uso geral, como as resinas de acrilico e resinas de ABS. Adicionalmente, os compostos olefínicos maiores, descritos em Smutny, podem também ser indesejáveis em certas aplicações, devido ao nivel potencial de toxicidade destes compostos, o que pode ter origem como resultado da atividade pesticida identificada em Smutny. Adicionalmente, estes compostos podem ter um ponto de ebulição que é demasiado elevado para os tornar úteis como refrigerantes em certas aplicações. A US5714083 apresenta um fluido de refrigeração que é não-inflamável, não-tóxico, não-corrosivo, seguro para o ozono e inodoro, contendo misturas de: (1) um ou mais hidrocarbonetos contendo uma estrutura molecular de C-l a C-6: (2) fluorocarboneto 1216, com a designação CAS 118-15-4: e (3) um modificador de frição constituído por um leve destilado nafténico severamente hidrotratado (petro.) com uma designação CAS 64742-53-6.

Em US5053155 é apresentada uma mistura para ser usada em refrigeração por compressão, de 10% a 10 0 % de 1,1,2,2- tetrafluoroetano com pelo menos um dos 1,1,1,2,- tetrafluoretanos e pentafluoroetano ser misturado como refrigerante com um polialquileno glicol mono ou difuncional, baseado em óxido de propileno a pelo menos 80% com uma viscosidade SUS a 100 °F de 100 a 1200. A EP0582451 apresenta uma composição de óleo para frigorífico à base de um refrigerante de floroalqueno, a qual contém um óleo de base composto principalmente por um 6 composto contendo oxigénio e 0,005-5,0 % massa/peso de um composto de boro, tendo por base o peso total da composição, como um componente essencial. O requerente pode assim reconhecer uma necessidade de composições, e em particular de composições de fluidos de transferência que sejam potencialmente úteis em numerosas aplicações, incluindo sistemas e métodos de aquecimento e arrefecimento de compressão de vapor, e que evitem, ao mesmo tempo, uma ou mais das desvantagens referidas acima. Adicionalmente, o requerente reconhece igualmente que em muitas aplicações permanece a necessidade de liquidos de refrigeração baseados em fluorocarbonetos e hidrofluorocarbonetos, que sejam mais seguros do ponto de vista ambiental que os HFCs, que possuam caracteristicas semelhantes ou melhores, no que diz respeito a pelo menos certas propriedades de desempenho termodinâmico de refrigeração, e sejam compatíveis com os sistemas de lubrificantes existentes.

Sumário da invenção A presente invenção é uma composição líquida para ser usada em sistemas de refrigeração de compressão, ar condicionado ou bombas de aquecimento, caracterizada por a composição ser definida como o descrito na reivindicação 1.

Descrição das apresentações preferidas

Foi descoberto que os fluoroalquenos de acordo com a presente invenção são miscíveis com os óleos lubrificantes existentes de éster de polialquileno glicol e poliol. Por isso, as composições de acordo com a presente invenção são utilizadas em sistemas de refrigeração de compressão, ar condicionado e bombas de aquecimento. Os lubrificantes de acordo com a presente invenção oferecem um grau de 7 miscibilidade com o fluoroalqueno, de forma a que quando é adicionado até 5 % massa/peso de lubrificante, de acordo com a presente invenção, a mistura tem uma fase liquida. Preferentemente, a mistura tem uma fase liquida quando a mistura contém entre 1 a 20 % de massa/peso do lubrificante. De forma mais preferencial, a mistura é uma fase liquida em todas as proporções dos componentes da mistura. Esta solubilidade ou miscibilidade existe a pelo menos uma temperatura de -40 °C a 70 °C, e mais preferencialmente ao longo de essencialmente todo o intervalo de temperatura.

Como usado no presente documento, o termo "sistema de refrigeração" refere-se a qualquer sistema ou aparelho, ou a qualquer parte ou porção do referido sistema ou aparelho, que utilize um liquido de refrigeração ou refrigerante para fornecer arrefecimento. Tais sistemas de refrigeração incluem, por exemplo, ar condicionados, refrigeradores elétricos, arrefecedores, sistemas de transporte refrigerados, sistemas de refrigeração comerciais e similares. A presente invenção substitui HFOs em vez de HFCs, os quais, apesar de serem seguros para a camada de ozono, se suspeita contribuírem para o aquecimento global. Pelo menos determinados HFOs preferidos de acordo com a presente invenção, têm características físicas que permitem a sua utilização em substituição em vez de HFCs, com apenas reduzidas mudanças de equipamento.

Os lubrificantes de polialquileno glicol adequados para a sua utilização com a presente invenção contêm tipicamente de cerca de 5 a 50 unidades repetidas de óxido de alquileno, o qual contém 1 a 5 átomos de carbono. O polialquileno glicol pode ser de cadeia simples ou ramificada e pode ser um homopolimero ou um copolimero de 2, 3 ou mais grupos de óxidos de etileno, óxidos de propileno, óxidos de butileno ou óxido de pentileno ou combinações destes em qualquer proporção. Os polialquileno glicois preferidos contêm pelo menos 50 % de grupos de óxido de propileno. As composições de acordo com a presente invenção podem conter um ou mais polialquileno glicois como o componente lubrificante, um ou mais ésteres de polialquileno glicol como o componente lubrificante, um ou mais ésteres de poliol como o componente lubrificante, ou uma mistura de um ou mais polialquileno glicois, um ou mais ésteres de polialquileno glicois e um ou mais ésteres de poliol. Éteres de vinilo são também úteis para esta invenção.

Os polialquileno glicois adequados incluem os polialquileno glicois de acordo com a patente U.S. n° 4,971,712, e os polialquileno glicois, contendo grupos hidroxilo em cada extremidade, apresentados na patente U.S. n° 4,755,316.

Apesar dos polialquileno glicois adequados incluírem gi icois em que cada extremidade exibe um grupo hidroxilo terminal, outros lubrificantes HFO adequados incluem polialquileno glicois, nos quais um ou ambos os grupos hidroxilos terminais, está protegido. O grupo hidroxilo pode estar protegido com grupos alquilo contendo 1 a 10 átomos de carbono, grupos alquilo contendo 1 a 10 átomos de carbono contendo heteroátomos como azoto, os grupos fluoroalquilo descritos na patente U.S. n° 4,975,212. Quando ambos os grupos hidroxilos de polialquileno glicol são protegidos terminalmente, pode ser usado o mesmo tipo ou uma combinação de dois tipos diferentes de grupos terminais de substituição. 9

Qualquer, ou ambos os grupos hidroxilo podem também ser protegidos através da formação de um éster destes com um ácido carboxílico, como o apresentado na patente U.S. n° 5,008,028, cuja apresentação é aqui apresentada como referência. Os óleos lubrificantes referidos nesta patente são os ésteres de poliol e ésteres de polialquileno glicol. O ácido carboxílico pode também ser fluoretado. Quando ambas as extremidades do polialquileno glicol são protegidas, estas podem ser protegidas em qualquer uma, ou em ambas as extremidades, por um éster, ou uma extremidade pode ser protegida por um éster e a outra não ser protegida, ou ser protegida com um dos grupos alquilo, heteroalquilo ou fluoroalquilo referidos anteriormente.

Os lubrificantes de polialquileno glicol disponíveis comercialmente incluem Goodwrench Refrigeration Oil para sistemas HFC-134a da General Motors e MOPAR-56 da Daimler-Chrysler, o qual é um polialquileno glicol que é bis-protegido por grupos acetilo. Os ésteres de polialquileno glicol disponíveis comercialmente incluem o Mobil EAL 22 cc disponibilizado pela Exxon-Mobil e Solest 120 disponibilizado pela CPI Engineering Services, Inc. Uma grande variedade de lubrificantes de polialquileno glicol são também disponibilizados pela Dow Chemical.

Nas apresentações preferidas, os lubrificantes de acordo com a presente invenção têm viscosidades de cerca de 1 a 1000 centistokes, a cerca de 37 °C, mais preferencialmente no intervalo de cerca de 10 a cerca de 200 centistokes, a cerca de 37 °C e sendo especialmente preferível de cerca de 30 a cerca de 150 centistokes.

Para além do refrigerante de HFO e lubrificante, as composições de acordo com a presente invenção podem incluir outros aditivos ou materiais do tipo dos usados em 10 composições de refrigeração, ar condicionado e bombas de aquecimento, para melhorar o seu desempenho. Por exemplo, as composições podem também incluir aditivos de pressão extrema e anti-desgaste, melhoradores da oxidação e estabilidade térmica, redutores do ponto de derrame e floculação, agentes anti-espuma, outros lubrificantes solúveis em HFOs e similares. Os exemplos de aditivos deste género são apresentados na patente U.S. 5,254,280. As composições de acordo com a presente invenção podem, por isso, incluir adicionalmente uma quantidade de lubrificante de óleo mineral, que não seria de outra forma miscivel ou solúvel com o HFO, mas é pelo menos parcialmente miscivel ou parcialmente solúvel, quando adicionado ao HFO em combinação com um polialquileno glicol, éster de polialquileno glicol ou éster de poliol. Tipicamente, esta é uma quantidade de até cerca de 5-20 % de massa/peso. Um tensioativo pode também ser adicionado para compatibilizar o óleo mineral com o polialquileno glicol, éster de polialquileno glicol ou éster de poliol e com o HFO, como apresentado na patente U.S. n° 6,516,837.

Qualquer método de um leque variado de métodos para a introdução de composições de refrigeração de acordo com a presente invenção num sistema de refrigeração de compressão, ar condicionado ou bombas de aquecimento pode ser usado de acordo com a presente invenção. Por exemplo, um método consiste na adesão de um recipiente de refrigeração, ao lado de baixa pressão de um sistema de refrigeração, e na ligação do compressor do sistema de refrigeração, para a introdução da composição de refrigeração no sistema. Em apresentações deste género, o recipiente do refrigerante pode ser colocado numa balança de forma a que, a quantidade da composição de refrigeração, a entrar no sistema, possa ser monitorizada. Quando uma quantidade desejada da composição de refrigeração foi 11 introduzida no sistema, a carga é parada. Em alternativa, um leque variado de ferramentas de carga, conhecidas dos especialistas na técnica, estão disponíveis comercialmente. Dessa forma, à luz da apresentação acima, os especialistas serão facilmente capazes de introduzir os refrigerantes de HFO, e as composições de refrigeração de acordo com a presente invenção, em sistemas de refrigeração de compressão, ar condicionado e bombas de aquecimento, sem que seja necessária experimentação prévia.

EXEMPLOS

Os exemplos seguintes são apresentados com a finalidade de ilustrarem a presente invenção mas não se destinam a limitar o seu âmbito. EXEMPLO DE REFERÊNCIA 1 0 coeficiente de desempenho (COP) é uma medida universalmente aceite do desempenho do refrigerante, especialmente útil na representação da eficiência termodinâmica relativa de um refrigerante num ciclo específico de aquecimento ou arrefecimento, envolvendo evaporação ou condensação do refrigerante. Em engenharia da refrigeração, este termo exprime a razão da refrigeração útil face à energia aplicada pelo compressor na compressão do vapor. A capacidade de um refrigerante representa a eficiência volumétrica do refrigerante e fornece alguma medida da capacidade de um compressor de bombear quantidades de calor para uma taxa determinada de fluxo volumétrico. Por outras palavras, de acordo com um compressor específico, um refrigerante com uma maior capacidade, fornecerá maior poder de arrefecimento ou aquecimento. Um meio para a estimativa do COP de um refrigerante, em condições de operação, é a partir das propriedades termodinâmicas do refrigerante, usando 12 técnicas analíticas padrão, do ciclo de refrigeração (ver por exemplo, R. C. Downing, FLUOROCARBON REFRIGERANT HANDBOOK, capítulo 3, Prentice-Hall, 1988). É apresentado um sistema de ciclo de refrigeração/ar condicionado no qual a temperatura do condensador é cerca de 65, 6 °C (150 °F) e a temperatura do evaporador é cerca de -37 °C (-35 °F), sob compressão isentrópica nominal, com uma temperatura na entrada do compressor, de cerca de 10 °C (50 °F) . O COP é determinado para várias composições de acordo com a presente invenção, ao longo de um leque de temperaturas do condensador e evaporador, e os resultados são apresentados na Tabela I abaixo, com base na HFC-134a possuir um valor de COP de 1,00, um valor de capacidade de 1,00 e uma temperatura de descarga de 79,4 °C (175 °F) .

TABELA I COMPOSIÇÃO DE REFRIGERANTE COP relativo CAPACIDADE relativa TEMPERATURA DE DESCARGA HFO 1225ye 1,02 0,76 70 °C (158 °F) HFO trans- 1,04 0,70 73,9 °C (165 °F) 1234ze HFO cis-1234ze 1,13 0,36 68,3 °C (155 °F) HFO 1234yf 0,98 1,10 75,6 °C (168 °F)

Este exemplo mostra que alguns dos compostos preferidos para serem usados nas composições de acordo com a presente invenção têm uma melhor eficiência energética que HFC-134a (1,02, 1,04 e 1,13 comparadas com 1,00) e que o compressor, usando as composições de refrigerante de acordo com a presente invenção, vai produzir temperaturas de descarga de 70 °C (158 °F), 73,9 °C (165 °F) e 68,3 °C (155 °F), o que, quando comparadas com 79,4 °C (175 °F), é vantajoso uma vez que tal resultado irá conduzir provavelmente a problemas de manutenção reduzidos. 13 EXEMPLO 2

Foi testada a miscibilidade do HFO-1225ye e HFO-1234ze com vários lubrificantes de refrigeração. Os lubrificantes testados são óleo mineral (C3), alquilobenzeno (Zerol 150), óleo de éster (Mobil EAL 22 cc e Solest 120), óleo de polialquileno glicol (PAG) (Goodwrench Refrigeration Oil para sistemas 134a) , e um óleo de poli(alfa-olefina) (CP-6005-100). Para cada combinação de refrigerante/óleo, foram testadas três composições, nomeadamente 5, 20 e 50 % massa/peso de lubrificante, sendo testado o equilíbrio de cada um com o composto de acordo com a presente invenção.

As composições de lubrificantes são colocadas em tubos de vidro de paredes espessas. Os tubos são evacuados, o composto de refrigeração é adicionado de acordo com a presente invenção, e os tubos são selados em seguida. Os tubos são em seguida colocados numa câmara de banho de ar de ambiente, cuja temperatura é variada de cerca de -50 °C a 70 °C. A cada intervalo de cerca de 10 °C, são feitas observações visuais do conteúdo do tubo, para a verificação da existência de uma ou mais fases liquidas. No caso em que mais que uma fase liquida seja observada, a mistura é identificada como sendo imiscivel. No caso em que é observada apenas uma fase liquida, a mistura é identificada como miscivel. Naqueles casos em que sejam observadas duas fases liquidas, mas em que uma das fases liquidas ocupa um volume muito reduzido, a mistura é referida como sendo parcialmente miscivel.

Os lubrificantes de óleo de polialquileno glicol e de éster foram identificados como sendo misciveis em todas as proporções testadas ao longo de todo o leque de temperaturas, com exceção das misturas de HFO-1225ye com polialquileno glicol, a mistura de refrigerante foi descoberta como sendo imiscivel ao longo do leque de 14 temperaturas entre -50 °C a - 30 °C e sendo parcialmente miscível ao longo de 20 °C a 50 °C. A uma concentração de 50 % massa/peso de PAG num refrigerante e a 60 °C, a mistura de refrigerante/PAG é miscivel. A 70 °C, é miscivel de 5 % massa/peso de lubrificante em refrigerante a 50 % massa/peso de lubrificante em refrigerante. EXEMPLO 3 A compatibilidade dos compostos refrigerantes e as composições de acordo com a presente invenção com óleos lubrificantes de PAG enquanto em contato com os metais usados em sistemas de refrigeração e de ar condicionado é testada a 350 °C, representando condições muito mais severas que as encontradas em muitas aplicações de refrigeração e de ar condicionado.

As chapas de alumínio, cobre e aço são adicionadas aos tubos de vidro de paredes espessas. São adicionados em seguida dois gramas de óleo. Os tubos são em seguida evacuados e é adicionado um grama de refrigerante. Os tubos são colocados num forno a cerca de 350 °F durante uma semana e são executadas observações visuais. No final do período de exposição, os tubos são removidos. O procedimento foi executado para as seguintes combinações de óleo e composto de acordo com a presente invenção: a) HFC-1234ze e óleo PAG GM Goodwrench b) HFC1243zf e óleo PAG GM Goodwrench c) HFC-1234ze e óleo PAG MOPAR-56 d) HFC-1243zf e óleo PAG MOPAR-56 e) HFC-1225ye e óleo PAG MOPAR-56.

Em todos os casos houve uma mudança mínima na aparência do conteúdo do tubo. Isto indica que os compostos e as 15 composições refrigerantes de acordo com a presente invenção são estáveis, quando em contato com alumínio, aço e cobre, normalmente encontrados em sistemas de refrigeração e ar condicionado, e com os tipos de óleos de lubrificação que são provavelmente incluídos em tais composições, ou usados com estas composições, nestes tipos de sistemas.

EXEMPLO COMPARATIVO

Chapas de alumínio, cobre e aço são adicionadas a um tubo de vidro de paredes espessas com óleo mineal e CFC-12 e aquecidos durante uma semana a 350 °C, como no exemplo 3. No final do período de exposição, o tubo é removido e as observações visuais são registadas. O conteúdo líquido é observado até se tornar preto, indicando que existe uma decomposição severa do conteúdo do tubo. O CFC-12 e o óleo mineral têm sido a combinação de eleição em muitos sistemas e métodos de refrigeração. Por isso, os compostos e composições de refrigerante de acordo com a presente invenção possuem uma estabilidade significativamente melhor com muitos dos óleos de lubrificação normalmente usados, do que as combinações conhecidas do estado da técnica de óleos de lubrificantes com refrigerantes, largamente utilizadas.

Lisboa, 6 de Julho de 2012

Claims

1 REIVINDICAÇÕES 1. Composição líquida para uso num sistema de refrigeração de compressão, de ar condicionado ou de bombas de aquecimento, contendo: (A) um fluoroalqueno contendo a estrutura:

caracterizado por cada R ser independentemente Cl, F, Br, I ou H; R' ser CF3 com a limitação de que o fluoroalqueno não seja 3,3,3-trifluoropropeno; e (B) um lubrificante escolhido a partir do grupo constituído por lubrificantes de ésteres de polialquileno glicol e poliol, caracterizado por quando o fluoroalqueno for 1,3,3,3-tetrafluoropropeno (HFO-1234ze), o lubrificante não ser um éster de polialquileno glicol e poliol, e caracterizado por o referido lubrificante exibir um grau de miscibilidade com o referido fluoroalqueno de forma a que quando for adicionado até 5% massa/peso de lubrificante ao referido fluoroalqueno, a mistura exiba uma fase líquida a pelo menos uma temperatura no intervalo entre -40 °C e +70 °C.

2. Composição de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por a mistura ter uma fase líquida em todas as proporções de fluoroalqueno e lubrificante.

3. Composição de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o referido lubrificante conter um éster de poliol. 2

4. Composição de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o referido lubrificante conter um polialquileno glicol.

5. Composição de acordo com a reivindicação 4, caracterizada por o polialquileno glicol conter pelo menos 50% de unidades de oxipropileno.

6. Composição de acordo com a reivindicação 4, caracterizada por o referido lubrificante orgânico ser um polialquileno glicol 5, contendo pelo menos um grupo hidroxilo terminal.

7. Composição de acordo com a reivindicação 4, caracterizado por o referido polialquileno glicol conter pelo menos um grupo alquilo terminal.

8. Composição de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por o lubrificante ter uma viscosidade no intervalo entre 0,3 a 1,5 cm2/s (30 a 150 cST) a 37 °C.

9. Uso de uma composição de acordo com a reivindicação 1, para a produção de refrigeração.

10. Uso de uma composição de acordo com a reivindicação 1, para a produção de aquecimento.

11. Uso de uma composição de acordo com a reivindicação 1, em sistemas de ar condicionado.

12. Uso de acordo com qualquer uma das reivindicações 9 a 11, caracterizado por conter qualquer uma das caracteristicas definidas nas reivindicações 2-8. Lisboa, 6 de Julho de 2012