BR112021012174A2 - Composições proteicas adequadas para uma fórmula láctea infantil, fórmula láctea infantil, composição proteica, usos da composição proteica e método para reduzir a digestibilidade - Google Patents

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Abstract

composições proteicas adequadas para uma fórmula láctea infantil, fórmula láctea infantil, composição proteica, usos da composição proteica e método para reduzir a digestibilidade. a presente invenção é no campo de composições proteicas, em particular, composições proteicas para fórmulas lácteas infantis. as composições proteicas de acordo com a invenção compreendem proteína de soro do leite, caseína e proteínas com ponto isoelétrico alto, como aquelas que têm um ponto isoelétrico de pelo menos 6,0. a presente invenção refere-se ainda ao uso das composições proteicas.

Description

COMPOSIÇÕES PROTEICAS ADEQUADAS PARA UMA FÓRMULA LÁCTEA INFANTIL, FÓRMULA LÁCTEA INFANTIL, COMPOSIÇÃO PROTEICA, USOS DA COMPOSIÇÃO PROTEICA E MÉTODO PARA
REDUZIR A DIGESTIBILIDADE Campo da Invenção
[001] Esta invenção é na área de composições proteicas. Particularmente, a invenção refere-se a composições proteicas que compreendem proteínas com ponto isoelétrico alto, adequadas para uso em fórmulas infantis, bem como fórmulas lácteas infantis que compreendem as composições proteicas da invenção e uso das mesmas para melhorar a digestibilidade e/ou prevenir/tratar as condições associadas com a digestibilidade subótima ou prejudicada em lactentes e/ou em crianças que estão começando a andar (toddlers). Antecedentes da Invenção
[002] O leite humano é o padrão ouro para a nutrição infantil e de crianças de primeira infância. No entanto, o leite materno nem sempre é uma opção disponível. Quando este for o caso, a fórmula infantil é a primeira escolha para a substituição do leite humano e sustenta o crescimento adequado de lactentes quando alimentados como única fonte de nutrição ou combinada. O leite humano é uma matriz complexa de componentes com estrutura molecular e função biológica únicas e que não são fáceis de serem replicadas na fórmula infantil, especialmente considerando os tratamentos térmicos que o produto deve ser submetido para garantir sua segurança e estabilidade através de armazenamento em longo prazo.
[003] Embora o leite de vaca seja uma fonte valiosa de componentes para a indústria de fórmula infantil, ele difere consideravelmente do leite humano em termos de teor e concentração de proteína. Acredita-se que a complexa estrutura das proteínas e suas interações no leite humano estejam intrinsecamente ligadas aos benefícios de saúde do leite humano nos lactentes, o que é, portanto, difícil de serem replicadas nas fórmulas infantis.
[004] A digestão de proteínas ocorre em duas fases: gástrica e intestinal. No estômago (pH em torno de 6,5 a 3,0), a pepsina quebra parcialmente as proteínas em grandes polipeptídeos e oligopeptídeos. Após um determinado período de tempo no estômago, o conteúdo gástrico é esvaziado e prossegue para a fase intestinal. No intestino (pH em torno de 6,6), a tripsina e peptidases irão hidrolisar os polipeptídeos em tripeptídeos, dipeptídeos e aminoácidos livres, que são pequenos o suficiente para serem transportados através das células para a corrente sanguínea.
[005] Idealmente, a digestibilidade das fórmulas lácteas infantis deve ser comparável à digestibilidade do leite humano, pois este último é o padrão ouro para a nutrição e o desenvolvimento humano. No entanto, sabe-se que a digestibilidade em lactentes alimentados com fórmula ou com leite de vaca difere daquela de lactentes alimentados com leite humano: a digestibilidade do leite humano é consideravelmente menor que a digestibilidade de fórmulas lácteas infantis padrão atualmente disponíveis, o que resulta no aparecimento pós- prandial de aminoácidos no sangue mais rápido com fórmula infantil do que com leite humano (Moro et al. “Postprandial plasma amino acids in preterm infants: influence of the protein source” Act. Pediatr. 1999, 88(8):885 a 889).
[006] É desejável imitar o menor perfil de digestibilidade do leite humano, já que se acredita que a menor digestibilidade proteica promove o desenvolvimento adequado do trato gastrointestinal e a absorção de nutrientes em lactentes. As proteínas absorvidas lentamente promovem a deposição pós- prandial de proteína, enquanto que as proteínas absorvidas rapidamente como na fórmula láctea padrão comercialmente disponível estimulam a oxidação de aminoácidos, em última análise, afetam o desenvolvimento de tecidos em lactentes. Acredita-se ainda que a menor digestibilidade do leite humano em lactentes/crianças que estão começando a andar promove o fornecimento adequado de proteínas, peptídeos e aminoácidos em seções específicas do trato gastrointestinal, que são responsáveis para sinalizar o desenvolvimento morfológico e funcional da seção intestinal referida. Além disso, as consequências de um desenvolvimento subótimo ou deficiente das funções intestinais ou absorção de nutrientes em lactentes alimentados com fórmula não são apenas imediatas, mas também podem persistir na idade adulta, criando base para maior susceptibilidade a uma série de doenças e condições, como obesidade, imunidade reduzida, etc.
[007] Foram feitas tentativas para modular a digestão de lactentes.
[008] O documento WO 2012/045801 descreve composições contendo um coacervado complexo que compreende lactoferrina e pelo menos uma outra proteína com um ponto isoelétrico menor que pH 7,0. São descritos métodos de preparação desses complexos de proteína-proteína. Diz-se que os coacervados complexos são estáveis e fáceis para serem incorporados nos produtos alimentícios. Nos exemplos, é descrita a preparação dos coacervados, e é testada a digestão in vitro de soluções proteicas compreendendo os coacervados.
[009] A patente US 6.190.724 B1descreve as composições que compreendem proteínas modificadas e métodos para modificar proteínas. Os métodos incluem 1) polimerização e/ou reticulação, 2) inclusão de determinados aminoácidos livres, 3) glicosilação, 4) desfosforilação ou 5) rearranjo térmico parcial ou total de proteínas. As proteínas modificadas são usadas em fórmulas infantis em uma quantidade de pelo menos 15%, em peso, do teor total de proteínas. As proteínas modificadas são descritas como alterando a cinética da digestão (isto é, para torná-la mais lenta).
[010] Há ainda uma necessidade para melhorar a digestibilidade de fórmulas lácteas para lactentes e crianças de primeira infância e que tenham o perfil de absorção de nutrientes que imita o do leite humano. Descrição Resumida da Invenção
[011] Composições proteicas para fórmulas lácteas infantis padrão tipicamente compreendem caseína e proteína de soro do leite, como de leite de vaca. As fórmulas lácteas infantis padrão têm uma maior digestibilidade do que o leite materno, o que é indesejável. No presente pedido é feita referência à
Figura 1.
[012] Os inventores descobriram que a inclusão de quantidades substanciais de proteína(s) com ponto isoelétrico alto (pI) em composições que compreendem caseína e proteína de soro do leite, surpreendentemente, diminui o perfil de digestibilidade proteica, em comparação com as composições atualmente usadas em fórmulas infantis padrão, isto é, sem essas proteínas com pI alto. Como usado no presente pedido, digestibilidade “baixa”/“menor” não implica que as proteínas são digeridas em menor grau ou não digeridas na situação in vivo, mas sim que as proteínas são digeridas mais lentamente. As composições proteicas de acordo com a invenção, dessa forma, permitem formular fórmulas lácteas infantis que exibem um perfil de digestibilidade que se assemelha mais àquela do leite materno humano (isto é, menor do que a digestibilidade da fórmula láctea infantil padrão). Com o leite materno humano sendo o padrão-ouro, as composições proteicas produzem assim digestibilidade de proteína melhorada. Assim, a digestibilidade proteica “melhorada” refere-se a uma baixa/menor digestibilidade proteica (por exemplo, visto que o leite materno tem uma baixa/menor digestibilidade do que a fórmula de referência na Figura 1).
[013] Consequentemente, em um primeiro aspecto, a invenção refere-se a uma composição proteica para uma fórmula láctea infantil, sendo que a composição proteica compreende caseína, proteína de soro do leite e pelo menos uma proteína não láctea com ponto isoelétrico alto (isto é, uma proteína de fonte não láctea com ponto alto isoelétrico) que tem um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11, em que a razão, em peso, da soma de caseína e proteína de soro do leite para a proteína láctea com ponto isoelétrico alto está entre 95:5 e 75:25.
[014] De acordo com um segundo aspecto, a invenção refere-se a uma composição proteica adequada para uma fórmula láctea infantil, sendo que a composição compreende caseína e proteína de soro do leite em uma razão, em peso, entre 40:60 e 55:45, a composição compreende 10 a 40%, em peso, com base no teor total de proteína, de pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto que tem um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11.
[015] Em um terceiro aspecto, a invenção refere-se a uma fórmula láctea infantil que compreende a composição proteica da presente invenção. A fórmula láctea infantil é adequada para a administração para lactentes com idade entre 0 e 36 meses.
[016] Sem se ater à teoria, é hipotetizado que as interações eletrostáticas e/ou a estrutura da proteína de proteína com ponto isoelétrico alto, vantajosamente reduzem a digestibilidade da composição inteira de proteína. A menor digestibilidade, como em lactentes amamentados, vantajosamente se traduz em ótimo desenvolvimento morfológico e funcional das seções intestinais do lactente, oxidação reduzida de aminoácidos, promoção da deposição de aminoácidos e desenvolvimento melhorado de tecidos.
[017] Consequentemente, a presente invenção também se refere a uma fórmula infantil para melhorar a absorção de nutrientes, para promover a deposição de aminoácidos e para promover o desenvolvimento de tecidos em lactentes, particularmente, em lactentes com necessidade dos mesmos, como lactentes prematuros. Cláusulas
1. Uma composição proteica adequada para uma fórmula láctea infantil, sendo que a composição compreende caseína, proteína de soro do leite e pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto de uma fonte não láctea, sendo que a dita proteína com ponto isoelétrico alto tem um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11, em que a razão, em peso, da soma de caseína e proteína de soro do leite para a proteína com ponto isoelétrico alto na composição está entre 95:5 e 75:25.
2. A composição proteica de acordo com a cláusula 1, em que a caseína e a proteína de soro do leite estão presentes em uma razão, em peso, entre 30:70 e 70:30, preferencialmente entre 38:62 e 62:38, mais preferencialmente cerca de 50:50 ou cerca de 40:60.
3. A composição proteica, de acordo com a cláusula 1 ou 2, em que a caseína compreende β-caseínas em uma quantidade entre 35 e 60%, em peso,
do teor total de caseína.
4. A composição proteica de acordo com qualquer cláusula anterior, em que a caseína compreende α-caseínas em uma quantidade entre 20 e 60%, em peso, do teor total de caseína.
5. A composição proteica de acordo com qualquer cláusula anterior, em que a caseína compreende k-caseínas em uma quantidade entre 15 e 30%, em peso, do teor total de caseína.
6. A composição proteica de acordo com qualquer cláusula anterior, em que a proteína de soro do leite compreende α-lactoalbumina em uma quantidade entre 20 e 80%, em peso, do teor total de proteína do soro do leite.
7. A composição proteica de acordo com qualquer cláusula anterior, em que a proteína de soro do leite compreende β-lactoglobulin em uma quantidade entre 20 e 70%, em peso, do teor total de proteína do soro do leite.
8. A composição proteica de acordo com qualquer cláusula anterior, em que a proteína com ponto isoelétrico alto é uma ou mais proteínas selecionadas a partir do grupo que consiste em lisozima, ovotransferrina, proteína de canola, proteína de semente de colza, ou misturas das mesmas.
9. Uma composição proteica adequada para uma fórmula láctea infantil, sendo que a composição compreende caseína e proteína de soro do leite em uma razão, em peso, entre 40:60 e 55:45, a composição compreende 10 a 40%, em peso, com base no teor total de proteína, de pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto que tem um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11.
10. A composição proteica, de acordo com a cláusula 9, em que pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto está presente em uma quantidade de 15 a 35%, em peso, preferencialmente de 18 a 30%, em peso, com base no teor total de proteína.
11. A composição proteica, de acordo com a cláusula 9 ou 10, em que pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto é selecionada a partir de lactoferrina, lisozima, ovotransferrina, proteína de canola, proteína de semente de colza, ou misturas das mesmas, preferencialmente lactoferrina, lisozima,
ovotransferrina ou misturas das mesmas, com a máxima preferência lactoferrina.
12. A composição proteica de acordo com qualquer cláusula anterior, em que pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto está na forma intacta.
13. A composição proteica de acordo com qualquer cláusula anterior, em que somente uma proteína com ponto isoelétrico alto que tem um ponto isoelétrico entre 9,0 e 11 está presente.
14. A composição proteica de acordo com quaisquer das cláusulas 1 a 12, em que duas proteínas com ponto isoelétrico alto que têm um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11 estão presentes, em que uma das proteínas isoelétricas tem um ponto isoelétrico entre 9,0 e 11.
15. A composição proteica de acordo com qualquer uma das cláusulas anteriores, que consiste em caseína, proteína de soro do leite e pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto, preferencialmente uma ou duas proteínas com ponto isoelétrico alto, incluindo uma proteína com ponto isoelétrico alto de uma fonte não láctea.
16. Uma fórmula láctea infantil que compreende a composição proteica conforme definido em qualquer uma das cláusulas 1 a 14, adequada para a administração a um lactente com idade entre 0 e 36 meses.
17. A composição proteica de acordo com qualquer uma das cláusulas 1 a 14, ou a fórmula láctea infantil de acordo com a cláusula 15, para uso terapêutico na melhora da digestibilidade, preferencialmente a digestibilidade de proteína, em um lactente que sofre ou está em risco de sofrer de digestibilidade prejudicada e/ou desenvolvimento imaturo de tecidos e/ou desenvolvimento gastrointestinal imaturo, preferencialmente lactentes prematuros.
18. Uso da composição proteica de acordo com qualquer uma das cláusulas 1 a 14, ou da fórmula láctea infantil de acordo com a cláusula 15, para melhorar a digestibilidade de proteína em um lactente humano saudável, e/ou para a promoção do desenvolvimento de tecidos em um lactente humano saudável.
19. Um método (não terapêutico) para melhorar a digestibilidade,
preferencialmente a digestibilidade de proteína, de um lactente humano saudável, em que é administrada ao lactente uma composição proteica de acordo com qualquer uma das cláusulas 1 a 14, ou uma fórmula láctea infantil de acordo com a cláusula 15.
20. Uso da composição proteica de acordo com qualquer uma das cláusulas 1 a 14, na fabricação de uma fórmula láctea infantil para melhorar a digestibilidade de proteína em um lactente humano, e/ou a promoção do desenvolvimento de tecidos em um lactente humano. Descrição Detalhada da Invenção Composições Proteicas
[018] Como usado no presente pedido, “composições proteicas” referem- se a composições que compreendem apenas material proteico (peptídeos, aminoácidos livres, proteínas), e preferencialmente não contêm outros componentes que contribuem para o teor calórico da composição, como carboidratos, gorduras e fibras. Expresso de forma diferente, o termo “composição proteica” no contexto da invenção não abrange composições nutricionais que compreendem outros nutrientes como gorduras, carboidratos etc.
[019] Normalmente, a composição proteica de acordo com a invenção tem um pH na faixa de 6,5 a 7,5.
[020] As composições proteicas de acordo com a invenção compreendem caseína e proteína de soro do leite. A caseína e a proteína de soro do leite preferencialmente representam 65 a 95%, em peso, da proteína, mais preferencialmente 70 a 90%, em peso, até mais preferencialmente 75 a 85%, em peso, do peso total de proteínas. Em uma realização preferencial, o restante da proteína é formado a partir de proteína não láctea com alto ponto isoelétrico, conforme definido no presente pedido.
[021] Em uma realização, a razão, em peso, da soma de caseína e proteína de soro do leite para a pelo menos uma proteína com alto ponto isoelétrico é preferencialmente entre 95:5 e 75:25, mais preferencialmente 90:10 a 75:25, até mais preferencialmente 85:15 a 75:25. Caseína
[022] Tipicamente, na composição proteica de acordo com a invenção, a caseína está presente em uma razão, em peso, para as proteínas de soro do leite entre 25:75 e 70:30, mais preferencialmente 30:70 e 70:30, até mais preferencialmente entre 38:62 e 62:38, com a máxima preferência cerca de 50:50 ou cerca de 40:60. Até mais preferencialmente, é uma razão de caseína para proteína de soro do leite entre 25:75 a 62:38, preferencialmente 30:70 a 55:45, com a máxima preferência 40:60 a 52:48.
[023] A caseína usada na presente invenção é preferencialmente, mas não necessariamente, caseína bovina. Tipicamente, a caseína é usada sob a forma de micelas de caseína, como obtida a partir de leite desnatado em pó. As micelas de caseína compreendem alfaS1, alfaS2, beta e kappa-caseínas, cujas razões podem diferir de acordo com o fornecedor. Em uma realização preferencial, a caseína não inclui caseinatos e/ou micelas de caseína dissociadas.
[024] Em uma realização preferencial, a fração de caseína é enriquecida em beta-caseínas. Consequentemente, em uma realização, as composições proteicas compreendem beta-caseína em uma quantidade de 35 a 60%, em peso, preferencialmente de 38 a 55%, em peso, mais preferencialmente de 40 a 50%, em peso, com base no teor total de caseína. Para fins de comparação, convencionalmente, a beta-caseína está presente na caseína em quantidades de aproximadamente 33%, em peso.
[025] Em uma realização preferencial, a fração de caseína é enriquecida em kappa-caseína. Consequentemente, em uma realização, as composições proteicas compreendem uma fração de caseína compreendendo kappa-caseína entre 15 e 30%, em peso, do teor total de caseína, preferencialmente de 15 e 28%, em peso, mais preferencialmente, de 18 e 25%, em peso, do teor total de caseína. Preferencialmente, a kappa-caseína não representa mais de 40%, em peso, da soma de alfa, beta e kappa-caseínas, mais preferencialmente não mais de 35%, em peso, até mais preferencialmente não mais de 30%, em peso; mas não menos de 10%, em peso, mais preferencialmente não menos de 15%, em peso, até mais preferencialmente não menos de 20%, em peso, da soma de alfa, beta e kappa caseínas. Para fins de comparação, convencionalmente a kappa- caseína está presente na caseína em quantidades de aproximadamente 33%, em peso.
[026] Em uma realização preferencial, a soma de beta e kappa-caseínas na fração de caseína é entre 50 e 80%, em peso, do teor total de caseína, preferencialmente 60 a 75%, em peso, do teor total de caseína.
[027] Tipicamente, a composição proteica compreende alfa-caseínas em uma quantidade entre 20 e 60%, em peso, preferencialmente 25 e 55%, em peso, mais preferencialmente 30 e 50%, em peso, do teor total de caseína. Preferencialmente, a soma de αS1-caseína e αS2-caseína representa não menos de 20%, em peso, com base na soma de alfa, beta e kappa caseína, preferencialmente não menos de 25%, em peso; mas não mais de 40%, em peso, com base na soma de alfa, beta e kappa caseína, preferencialmente não mais de 35%, em peso.
[028] Em oposição a fórmulas lácteas infantis padrão comercialmente disponíveis, a fórmula infantil da invenção pode compreendem beta-caseína em excesso em relação à alfa-caseína, preferencialmente alphaS2-caseína. Consequentemente, em uma realização, as alfa-caseínas estão presentes em uma razão para beta-caseína de pelo menos 55:45. Proteína de Soro do Leite
[029] “Proteína de soro do leite”, também conhecida na técnica como “proteínas do soro”, como usado no presente pedido, destina-se a se referir como as proteínas principais, bem como as proteínas de soro do leite secundárias. “Proteínas de soro do leite principais” incluem alfa-lactoalbumina e beta- lactoglobulinas, dependendo da fonte de soro do leite. Preferencialmente, as principais proteínas de soro do leite usadas na presente invenção incluem tanto beta como alfa-lactoalbumina. As “proteínas de soro do leite secundárias” são preferencialmente selecionadas a partir de albumina sérica, proteose peptona, imunoglobulinas, lactoferrina e lisozima. No contexto da invenção, os termos “soro de leite” e “proteína de soro do leite” são usados de forma intercambiável, e referem-se ao componente proteico do soro.
[030] Tipicamente, as proteínas de soro do leite que podem ser incluídas nas composições proteicas da invenção incluem lactalbuminas, beta- lactoglobulina, albumina sérica, proteose peptona, imunoglobulinas, lactoferrina, etc., todas de acordo com seu significado convencional no campo.
[031] Preferencialmente, a proteína de soro do leite da composição da invenção é enriquecida em alfa-lactoalbumina. Tipicamente, a α-lactoalbumina está presente na composição proteica em uma quantidade entre 20 e 80%, em peso, do teor total de soro do leite, mais preferencialmente 30 e 80%, em peso, até mais preferencialmente 40 e 75%, em peso, com a máxima preferência 45 e 70%, em peso. A alfa-lactoalbumina é adequadamente obtida como ingredientes purificados de alfa-lactoalbumina ou concentrados proteicos de soro do leite enriquecidos em alfa-lactoalbumina. Para fins de comparação, convencionalmente, a proteína de soro do leite compreende cerca de 27%, em peso, de alfa-lactoalbumina.
[032] A proteína de soro do leite também compreende β-lactoglobulina. Preferencialmente, a beta-lactoglobulina está presente em uma quantidade entre 20 e 70%, em peso, do teor total de soro do leite, preferencialmente 25 e 60%, em peso, até mais preferencialmente 30 e 55%, em peso.
[033] Preferencialmente, a razão de α-lactoalbumina para β- lactoglobulina é de 1:1 a 6:1, mais preferencialmente de 2:1 a 5:1. Particularmente, acredita-se que melhores resultados são alcançados na redução da digestibilidade, particularmente de proteínas, quando a fração de proteína da invenção compreende α-lactoalbumina em uma quantidade de pelo menos 20%, em peso, do teor total de proteína de soro do leite. Em uma realização mais preferencial, melhores resultados na redução da digestibilidade, particularmente de proteínas, foram observados quando as composições proteicas da invenção que compreendem α-lactalbumina em uma quantidade de pelo menos 20%, em peso, do teor total de proteína de soro do leite são combinadas com uma fração de caseína que é enriquecida em β-caseína, isto é, em uma quantidade de pelo menos 28%, em peso, do teor total de caseína.
[034] Algumas proteínas de soro do leite secundárias, por exemplo, imunoglobulinas e lactoferrina, podem ter um ponto isoelétrico de pelo menos 6,0. Em uma realização, o soro do leite compreende uma proteína láctea com um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11 em uma quantidade de menos de 0,2%, em peso, preferencialmente menos de 0,1%, em peso, até mais preferencialmente menos de 0,05%, em peso, com base no teor total de proteína. Em uma realização mais preferencial, a dita proteína é lactoferrina. Em uma realização ainda mais preferencial, a fórmula infantil compreende lactoferrina em uma quantidade de menos de 0,2%, em peso, preferencialmente menos de 0,1%, em peso, até mais preferencialmente menos de 0,05%, em peso, com base no teor total de proteína. Isto é, em uma realização, a fórmula infantil da invenção, as proteínas não lácteas com ponto isoelétrico alto substituem as proteínas de soro do leite secundárias, particularmente as proteínas de soro do leite secundárias selecionadas a partir proteose peptona, imunoglobulinas, lactoferrina.
[035] Em uma realização, a albumina sérica está presente em uma quantidade de não mais de 2%, em peso, com base no teor total de soro do leite, preferencialmente não mais de 1%, em peso, mais preferencialmente, não mais de 0,1%, em peso. Proteína(s) com Ponto Isoelétrico Alto (pI)
[036] As composições proteicas de acordo com a invenção compreendem pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto.
[037] Como usado no presente pedido, uma “proteína com ponto isoelétrico alto” é definida como uma proteína com um ponto isoelétrico de 6,0 a 11, preferencialmente pelo menos 6,5, mais preferencialmente pelo menos 7,0, até mais preferencialmente pelo menos 7,5. A proteína ponto isoelétrico alto no contexto da invenção é selecionada a partir de uma única proteína com ponto isoelétrico alto ou uma mistura de pelos menos duas proteínas com ponto isoelétrico alto, (isto é, em que cada uma das proteínas com ponto isoelétrico alto tem um ponto isoelétrico de 6,0 a 11, preferencialmente na faixa de 7,0 a 10).
[038] Em uma realização, pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto é de origem não láctea. Como usado no presente pedido, proteína “não láctea” ou “não à base de leite” tem o significado usual de que a proteína não foi retirada ou extraída da glândula mamária de um mamífero.
[039] Consequentemente, em um aspecto, a invenção refere-se a uma composição proteica para uma fórmula láctea infantil, sendo que a composição proteica compreende caseína, proteína de soro do leite e pelo menos uma proteína não láctea com ponto isoelétrico alto que tem um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11, em que a razão, em peso, da soma de caseína e proteína de soro do leite para a proteína láctea com ponto isoelétrico alto está entre 95:5 e 75:25.
[040] Exemplos adequados de proteínas não lácteas com ponto isoelétrico alto que têm um pI entre 6,0 e 11 para uso na presente invenção incluem, mas não se limitam a, proteínas extraídas de ovos (por exemplo, lisozima), ervilha, soja, canola, semente de colza ou combinações dos mesmos.
[041] Preferencialmente, pelo menos uma proteína não láctea com ponto isoelétrico alto de acordo com a invenção é selecionados a partir de ovotransferrina, lisozima, semente de colza ou combinações das mesmas; mais preferencialmente ovotransferrina e lisozima.
[042] Em outra realização, pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto é uma proteína com ponto isoelétrico alto de origem láctea, isto é, de um mamífero. Exemplos adequados de proteínas lácteas com ponto isoelétrico alto que têm um pI entre 6,0 e 11 para uso na presente invenção incluem, por exemplo, imunoglobulinas (pI de 5,5 a 8,3), lactoferrina (pI de cerca de 8,9) e lisozima (pI de cerca de 10,4). Preferencialmente, pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto de uma fonte láctea é selecionada a partir de lactoferrina e lisozima, mais preferencialmente lactoferrina.
[043] Consequentemente, em outro aspecto, a invenção refere-se a uma composição proteica para uma fórmula láctea infantil, sendo que a composição proteica compreende caseína e proteína de soro do leite em uma razão, em peso, entre 40:60 e 55:45, a composição compreende 10 a 40%, em peso, com base no teor total de proteína, de pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto que tem um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11. A proteína com ponto isoelétrico alto pode ser uma proteína láctea com ponto isoelétrico alto, tanto isoladamente como em combinação com uma proteína não láctea com ponto isoelétrico alto.
[044] Ainda em outra realização, a composição proteica compreende uma mistura de proteínas lácteas e não lácteas com ponto isoelétrico alto que têm um pI entre 6,0 e 11. Nesse caso, o produto lácteo é preferencialmente lactoferrina e o não lácteo é preferencialmente selecionado a partir de ovotransferrina, lisozima e/ou semente de colza.
[045] Pelo menos uma proteína com pI alto para uso de acordo com a invenção é preferencialmente selecionada a partir de lactoferrina, lisozima, ovotransferrina, proteína de canola, proteína de semente de colza ou misturas das mesmas, preferencialmente lactoferrina, lisozima, ovotransferrina ou misturas das mesmas, com a máxima preferência lactoferrina.
[046] Preferencialmente, pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto está presente nas composições proteicas em uma quantidade de 15 a 35%, em peso, preferencialmente de 18 a 30%, em peso, com base no teor total de proteína.
[047] De acordo com uma realização preferencial, as composições proteicas de acordo com a invenção compreendem uma única proteína com ponto isoelétrico alto que têm um ponto isoelétrico entre 9,0 e 11. Quando usada individualmente, a proteína com ponto isoelétrico alto tem um ponto isoelétrico de pelo menos 9,5, mais preferencialmente pelo menos 10,0. Preferencialmente, o ponto isoelétrico alto é lisozima, mais preferencialmente lisozima de ovo. Quantidades adequadas de lisozima de ovo, quando usadas como única proteína com ponto isoelétrico alto, situam-se na faixa de 15 a 30%, em peso,
com base no teor total de proteína, mais preferencialmente de 18 a 23%, em peso.
[048] De acordo com outra realização preferencial, as composições proteicas de acordo com a invenção compreendem várias proteínas com pI alto, como misturas de proteínas lácteas e não lácteas com pI alto nas quantidades prescritas de acordo com a invenção, isto é, adicionadas em excesso para proteínas com pI alto eventualmente na fração de soro do leite. Em uma realização preferencial, mais de duas proteínas com ponto isoelétrico alto que têm um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11 estão presentes, em que pelo menos 50% das proteínas têm um ponto isoelétrico entre 9,0 e 11. Até mais preferencialmente, duas proteínas com pI alto que têm um ponto isoelétrico entre 6,0 a 11 estão presentes na composição proteica. A combinação preferencial de duas proteínas com pI alto é ovotransferrina e lisozima.
[049] Adequadamente, as duas ou mais proteínas com pI alto estão presentes em uma razão em que a proteína com pI mais alto está presente em uma quantidade de pelo menos 50% a mais que a proteína com pI alto que tem o pI mais baixo. Colocado de forma diferente, em uma composição proteica que compreende duas ou mais proteínas com pI alto que têm um pI entre 6,0 e 11, a proteína com pI alto que tem o pI mais baixo preferencialmente não representa mais de 50% do teor total de proteínas com pI alto, mais preferencialmente não mais de 30%, em peso, até mais preferencialmente não mais de 20%.
[050] Tipicamente, a composição proteica da invenção compreende pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto em uma quantidade de 5 a 35%, em peso, com base no peso total de proteínas, mais preferencialmente de 10 a 30%, em peso, até mais preferencialmente de 15 a 25%, em peso, do peso total de proteínas.
[051] Em uma realização, o teor de proteína com ponto isoelétrico alto substitui parte das proteínas de soro do leite, preferencialmente proteínas de soro do leite secundárias, mais preferencialmente proteínas de soro do leite secundárias selecionadas a partir de proteose peptona, imunoglobulinas e/ou lactoferrina. Consequentemente, pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto como uma “proteína de soro do leite secundária” está presente em uma quantidade de 5 a 30%, em peso, até mais preferencialmente entre 10 a 25%, em peso, com a máxima preferência de 15 a 20%, em peso, com base no teor total de proteína de soro do leite. Preferencialmente, as composições proteicas da invenção compreendem proteínas com um ponto isoelétrico alto, como um substituto de “proteína de soro do leite secundária” em uma quantidade de 2,5 a 15%, em peso, preferencialmente de 5 a 10%, em peso, com base no peso total de proteínas.
[052] As proteínas com ponto isoelétrico alto podem ser hidrolisadas, parcialmente hidrolisadas ou intactas. Preferencialmente, as proteínas com ponto isoelétrico alto estão na forma intacta. O termo “uma proteína intacta”, como usado no presente pedido, refere-se a qualquer forma de proteína intacta, incluindo mas não se limitando a, um concentrado proteico e/ou um isolado proteico, bem como outras formas de proteínas intactas.
[053] Com base no peso final de fórmulas lácteas infantis que compreendem qualquer uma das composições proteicas de acordo com a invenção, a fórmula compreende de 5 a 25%, em peso, mais preferencialmente pelo menos de 10 a 20%, em peso, com base no peso seco da fórmula, de uma proteína que tem um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11.
[054] Preferencialmente, após reconstituição, a proteína que tem um ponto isoelétrico entre 6 e 11 está presente em uma quantidade entre 0,01 e 0,33 g/100 mL, mais preferencialmente 0,1 a 0,3 g/mL. Fórmula Láctea Infantil
[055] Em um aspecto da invenção, as composições proteicas descritas no presente pedido estão incluídas em um produto de fórmula infantil.
[056] Consequentemente, em uma realização, a invenção refere-se a uma fórmula láctea infantil que compreende uma composição proteica de acordo com a reivindicação 1, isto é, uma composição proteica para uma fórmula láctea infantil, sendo que composição proteica compreende caseína, proteína de soro do leite e pelo menos uma proteína não láctea com ponto isoelétrico alto que tem um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11, em que a razão, em peso, da soma de caseína e proteína de soro do leite para a proteína láctea com ponto isoelétrico alto está entre 95:5 e 75:25.
[057] Em outra realização, a invenção refere-se a uma fórmula láctea infantil que compreende a composição proteica de acordo com a reivindicação 9, isto é, uma composição proteica para uma fórmula láctea infantil, sendo que a composição proteica compreende caseína e proteína de soro do leite em uma razão, em peso, entre 40:60 e 55:45, a composição compreende 10 a 40%, em peso, com base no teor total de proteína, de pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto que tem um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11.
[058] Todas as limitações para as composições proteicas conforme descrito anteriormente aplicam-se com as modificações necessárias (mutatis mutandis).
[059] O termo “fórmula infantil” é bem definido e controlado internacionalmente, e de forma consistente, por órgãos regulatórios. Em particular, CODEX STAN 73 - 1981 “Standard For Infant Formula and Formulas For Special Medical Purposes Intended for Infants” é amplamente aceita. Ela recomenda o valor nutricional e a composição da fórmula, o que exige que o leite preparado contenha por 100 mL não menos que 60 kcal (250 kJ) e não mais que 70 kcal (295 kJ) de energia. FDA e outros órgãos regulatórios estabeleceram exigências nutricionais em conformidade com a mesma. Os termos “fórmula infantil” e “fórmula láctea infantil” usados no presente pedido são intercambiáveis.
[060] A fórmula infantil de acordo com a invenção pode ser usada como uma composição nutricional, terapia nutricional, suporte nutricional, como um alimento médico, como um alimento para propósitos médicos especiais ou como um suplemento nutricional. A presente fórmula infantil é preferencialmente uma composição enteral (oral). A fórmula infantil é administrada por via oral, ou destina-se a ser administrados por via oral, a um sujeito com necessidade da mesma, em particular às crianças e lactentes, incluindo crianças que estão começando a andar, preferencialmente crianças até os 6 anos de idade, preferencialmente lactentes ou crianças de primeira infância, tipicamente com uma idade de 0 a 36 meses, mais preferencialmente lactentes de 0 a 12 meses de idade, com a máxima preferência de 0 a 6 meses de idade. Dessa forma, em algumas realizações, a presente fórmula infantil é uma fórmula infantil para lactentes com uma idade de 0 a 6 meses, ou uma fórmula de seguimento para lactentes de 6 a 12 meses, ou uma fórmula para criança de primeira infância (também chamada de “leite de crescimento”) para crianças que estão começando a andar com idade entre 12 e 36 meses.
[061] A fim de satisfazer os requisitos calóricos do lactente, a presente fórmula infantil compreende preferencialmente 50 a 200 kcal/100 mL de líquido, mais preferencialmente 60 a 90 kcal/100 mL de líquido, até mais preferencialmente 60 a 75 kcal/100 mL de líquido. Esta densidade calórica assegura uma ótima razão entre a água e o consumo de calorias. A osmolaridade da presente fórmula infantil é preferencialmente entre 150 e 420 mOsmol/L, mais preferencialmente 260 a 320 mOsmol/L. A osmolaridade baixa visa reduzir o estresse gastrointestinal.
[062] Preferencialmente, a presente fórmula infantil está sob a forma líquida, preferencialmente com uma viscosidade abaixo de 35 mPa.s, mais preferencialmente abaixo de 10 mPa.s, até mais preferencialmente abaixo abaixo de 6 mPa.s, conforme medido em um viscosímetro Brookfield a 20 ºC, a uma taxa de cisalhamento de 100 s-1. Adequadamente, a presente fórmula infantil está sob a forma de pó, que preferencialmente pode ser reconstituída com água para formar um líquido, ou sob a forma de líquido concentrado, que deve ser diluído com água. Quando a presente fórmula infantil está sob a forma líquida, o volume preferencial administrado diariamente está na faixa de cerca de 80 a 2500 mL, mais preferencialmente cerca de 450 a 1000 mL por dia.
[063] A fórmula infantil da invenção é tratada termicamente. O termo “tratamento térmico” no presente pedido refere-se a um tratamento a uma temperatura elevada, visando aumentar a vida útil da fórmula infantil. Exemplos de tratamento térmico incluem pasteurização, esterilização e UHT (tratamento ultratérmico ou processamento em temperatura ultra alta).
[064] Adequadamente, a fórmula da invenção não é ou não compreende leite de mamíferos, em particular, a fórmula da invenção não é ou não compreende leite materno humano. Outros Componentes
[065] A fórmula infantil de acordo com a invenção pode, adequadamente, compreender tipicamente componentes de fórmula infantil em quantidades usuais. A fórmula infantil pode, dessa forma, compreender pelo menos uma dentre proteínas (além de caseína, soro do leite e a(s) proteína(s) com ponto isoelétrico alto, conforme descrito no presente pedido), ácidos graxos (por exemplo, ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa), gordura animal, óleos vegetais ou misturas dos mesmos como uma fração de gordura, fração de carboidrato digerível (por exemplo, lactose), frações de carboidrato indigerível e pode compreender fibras dietéticas com atividade de prebiótico, bactérias probióticas, uma mistura de vitamina-mineral, etc.
[066] A fórmula infantil de acordo com a invenção preferencialmente compreende um componente lipídico, preferencialmente um componente lipídico adequado para nutrição de lactente conforme conhecido na técnica. O componente lipídico da presente fórmula infantil preferencialmente fornece 2,9 a 6,0 g, mais preferencialmente 4 a 6 g por 100 kcal da composição. Quando na forma líquida, a fórmula infantil tipicamente compreende 2,1 a 6,5 g de lipídeo por 100 mL, mais preferencialmente 3,0 a 4,0 g por 100 mL. Com base no peso seco, a presente fórmula infantil compreende preferencialmente de 12,5 a 40%, em peso, de lipídeo, mais preferencialmente de 19 a 30%, em peso.
[067] A fórmula infantil de acordo com a invenção pode compreender ainda material proteináceo, em adição à caseína, soro do leite e proteína com ponto isoelétrico alto, de acordo com a invenção. No contexto da presente invenção, a “proteína” adicional, “material proteináceo” ou “equivalentes de proteína” engloba proteínas, peptídeos, aminoácidos livres e proteínas parcialmente ou extensivamente hidrolisadas. Preferencialmente, o material proteináceo adicional, além de derivado(s) de beta-lactoglobulina, não provoca reação alérgica, ou é hipoalergênico, como aminoácidos livres e proteína hidrolisada.
[068] Como um componente proteico adicional, a fórmula infantil de acordo com a presente invenção preferencialmente compreende aminoácidos livres, proteína de soro do leite hidrolisada, preferencialmente proteínas de soro do leite parcialmente hidrolisadas.
[069] A presente fórmula infantil preferencialmente contém pelo menos 50%, em peso, de componente proteico derivado de leite (não humano), mais preferencialmente pelo menos 90%, em peso, com base no peso seco do teor total de proteína.
[070] A presente fórmula infantil preferencialmente contém de 5 a 20%, mais preferencialmente de 7 a 16%, com a máxima preferência de 7 a 12% de proteína, com base nas calorias totais. A presente fórmula infantil, quando na forma líquida, preferencialmente contém de 0,5 a 6,0 g, mais preferencialmente de 0,8 a 3,0 g, até mais preferencialmente de 1,0 a 2,5 g de proteína por 100 mL. A presente fórmula infantil compreende preferencialmente pelo menos 7%, em peso, mais preferencialmente pelo menos 8%, em peso, com a máxima preferência pelo menos 9% ou pelo menos 10% de proteína com base no peso seco da fórmula infantil total. Preferencialmente, a presente fórmula infantil compreende pelo menos 40%, em peso, mais preferencialmente no máximo 15%, em peso, preferencialmente no máximo 20%, em peso, da composição proteica, com base no peso seco da fórmula infantil total.
[071] A fórmula infantil pode compreender carboidrato(s) digerível(eis). Tipicamente, são usados carboidratos digeríveis que são conhecidos na técnica como sendo adequados para uso em composições nutricionais infantis, por exemplo, selecionados a partir de polissacarídeos digeríveis (por exemplo, amido, maltodextrina), monossacarídeos digeríveis (por exemplo, glicose,
frutose), dissacarídeos digeríveis (por exemplo, lactose, sacarose). É particularmente adequado lactose e/ou maltodextrina.
[072] O componente carboidrato digerível compreende preferencialmente pelo menos 60%, em peso, de lactose, com base no total de carboidrato digerível, mais preferencialmente pelo menos 75%, em peso, até mais preferencialmente pelo menos 90% de lactose, com base no total de carboidrato digerível. Sujeitos Humanos
[073] A fórmula de qualquer aspecto da presente invenção é destinada para um lactente humano. Adequadamente, a fórmula de qualquer aspecto da presente invenção é destinada para um lactente a termo humano e/ou lactente pré-termo humano. Adequadamente, a presente fórmula infantil é para fornecer as necessidades nutricionais diárias para um lactente humano, em particular, para a administração, em particular, para alimentar humanos, em particular, lactentes incluindo crianças que estão começando a andar. Os sujeitos humanos ou a população alvo é preferencialmente lactentes (0 a 12 meses) e crianças que estão começando a andar (até 36 meses), preferencialmente lactentes e crianças que estão começando a andar são parcialmente ou exclusivamente alimentados com leite não humano. No contexto da invenção, um “lactente a termo humano” é um lactente nascido após 37 semanas de gestação, preferencialmente entre 37 a 42 semanas de gestação. Consequentemente, um “lactente pré-termo humano” é um lactente nascido antes de completar 37 semanas de gestação.
[074] Em uma realização, o lactente ou criança humana que está começando a andar é alimentada com a fórmula láctea infantil, bem como com leite humano. Em outra realização, o lactente ou criança humana é exclusivamente alimentada com fórmula láctea infantil. Digestibilidade
[075] Em um mundo ideal, a digestibilidade de proteína, em particular, a digestibilidade de caseína e proteína de soro do leite em lactentes alimentados com fórmula é similar à observada em lactentes amamentados com leite materno. No entanto, o perfil de digestibilidade do leite humano é consideravelmente menor que a digestibilidade da fórmula láctea infantil comercial padrão. A Figura 1 mostra uma comparação entre o aparecimento total de NH2 ao longo do tempo sob condições de digestão intestinal de leite humano fresco (representado como quadrados; usado no mesmo dia que coletado) e uma fórmula comercial infantil (representada como triângulos, fórmula láctea infantil comercial (IMF - infant milk formula)), preparada de acordo com a instruções do pacote e reconstituída em 1,3% p/p de proteína.
[076] Como usado no presente pedido, digestibilidade de proteína “baixa”/“menor” não implica que as proteínas sejam digeridas em menor grau ou não digeridas na situação in vivo, mas sim que as proteínas são digeridas mais lentamente. No presente pedido, “digestibilidade de proteína” refere-se à proteína total digerida no modelo de digestão estática “in vitro” para lactentes em 3 h de digestão.
[077] A baixa digestibilidade do leite humano é benéfico para garantir a absorção adequada de nutrientes na fase intestinal, em particular, a quebra adequada de proteínas e peptídeos, e a absorção de aminoácidos para o desenvolvimento de tecidos. Uma digestibilidade mais rápida de proteína, como na fórmula infantil padrão, resulta no aparecimento pós-prandial de aminoácidos no sangue, estimulando a oxidação de aminoácidos e, em última análise, afeta adversamente o desenvolvimento de tecidos em lactentes.
[078] Acredita-se ainda que a menor digestibilidade do leite humano em lactentes/crianças que estão começando a andar promove o fornecimento adequado de proteínas, peptídeos e aminoácidos em seções específicas do trato gastrointestinal, que são responsáveis para sinalizar o desenvolvimento morfológico e funcional da seção intestinal referida.
[079] Lactentes não alimentados com leite materno serão mais suscetíveis às consequências de uma digestão intestinal prejudicada ou subótima de composições proteicas. Essas consequências podem ser observadas durante a primeira infância (ou seja, um efeito direto) ou podem ser observadas mais tarde na vida. Além disso, as consequências de um desenvolvimento subótimo ou deficiente das funções intestinais ou absorção de nutrientes em lactentes alimentados com fórmula não são apenas imediatas, mas também podem persistir na idade adulta, criando base para maior susceptibilidade a uma série de doenças e condições, como obesidade, imunidade reduzida, etc.
[080] A rápida digestibilidade anormal afeta a absorção de nutrientes, o que pode levar, em última análise, ao desenvolvimento de tecidos e crescimento atrasados em lactentes, e no desenvolvimento prejudicado da função intestinal. A digestibilidade prejudicada pode ser medida in vitro como porcentagem de hidrólise de digestão ao longo do tempo ou preferencialmente em um ponto no tempo fisiologicamente relevante.
[081] Vantajosamente, as composições proteicas de acordo com a invenção têm um perfil de menor digestibilidade da proteína, em comparação a composições usadas em fórmulas infantis padrão comerciais.
[082] A digestibilidade prejudicada de proteína pode levar a doenças e condições relacionadas com o crescimento e desenvolvimento dos lactentes, em particular, o desenvolvimento de tecidos. Isto é particularmente relevante em lactentes de baixo peso ou lactentes que sofrem ou estão em risco de sofrer de doenças ou condições que afetam a absorção intestinal de nutrientes. Nesses casos, é particularmente desejável que as composições proteicas sejam digeridas lentamente a fim de assegurar a ótima absorção de nutrientes e influxo de aminoácidos para a corrente sanguínea. A digestibilidade de proteína prejudicada ou subótima pode ser evitada ou tratada pelo uso das composições proteicas de acordo com a invenção. Consequentemente, em um aspecto, a invenção refere-se ao uso das composições proteicas ou fórmula láctea infantil descritas no presente pedido para uso terapêutico na melhora da digestibilidade, preferencialmente da digestibilidade de proteína, em um lactente que sofre ou que está em risco de sofrer de digestibilidade prejudicada e/ou de atraso no desenvolvimento de tecidos e/ou de atraso no desenvolvimento gastrointestinal. Lactentes prematuros podem se beneficiar especialmente já que seu trato gastrointestinal é caracterizado por ser imaturo.
[083] Associada a esses achados acima, a invenção refere-se a composição proteica e fórmula infantil conforme definido no presente pedido para uso terapêutico na melhora da digestibilidade, preferencialmente na digestibilidade de proteína, em um lactente que sofre ou que está em risco de sofrer de digestibilidade prejudicada e/ou retardo no desenvolvimento de tecidos e/ou retardo no desenvolvimento gastrointestinal, ou lactentes prematuros com desenvolvimento imaturo de tecidos, em particular, do trato gastrointestinal. Redigido de forma diferente, a invenção refere-se a o uso da composição proteica e fórmula infantil conforme definido no presente pedido para melhorar a digestibilidade de proteína em um lactente humano saudável, e/ou a promoção do desenvolvimento de tecidos em um lactente humano saudável. A invenção também se refere a um método (não terapêutico) para melhorar a digestibilidade, preferencialmente a digestibilidade de proteína, de um lactente humano saudável, em que é administrada ao lactente uma composição proteica ou fórmula infantil conforme definida no presente pedido. Redigido de forma diferente, a invenção refere-se ao uso da composição proteica conforme definido no presente pedido na fabricação de uma fórmula láctea infantil para melhorar a digestibilidade de proteína em um lactente humano, e/ou à promoção do desenvolvimento de tecidos em um lactente humano. No contexto da invenção, a terminologia “melhorar a digestibilidade” significa reduzir a digestibilidade em relação à digestibilidade obtida para a fórmula infantil convencional, isto é, reduzir a lacuna em termos de digestibilidade em comparação ao perfil de digestibilidade obtido para o leite humano. Em uma realização, essa fórmula infantil convencional tem uma composição proteica produzida a partir de caseína e proteína de soro do leite com uma razão, em peso, de caseína:proteína de soro do leite de cerca de 40:60 (conforme demonstrado no Exemplo 1). Associado a isto, o uso se estende à promoção do desenvolvimento de tecidos em um lactente humano saudável e à melhora da absorção de proteína, peptídeos e/ou à absorção de aminoácidos em um lactente humano saudável.
[084] O lactente ou criança que está começando a andar pode sofrer ou está em risco de sofrer de retardo no crescimento ou atraso no desenvolvimento de tecidos. Preferencialmente, o lactente ou a criança que está começando a andar é um lactente humano pré-termo ou um lactente humano a termo, preferencialmente um pré-termo ou um lactente humano abaixo do peso. Exemplos Exemplo 1 Composição Proteica e Digestibilidade
[085] As composições proteicas, conforme descrito na Tabela 1, foram preparadas da seguinte forma:
[086] As proteínas de soro do leite e/ou as proteínas com pI alto foram dissolvidas em água desmineralizada à temperatura ambiente sob agitação suave por 2 horas. As caseínas foram dispersas em água desmineralizada a 50 ºC e homogeneizadas em 350 + 50 bar. As formulações finais de proteína foram obtidas por mistura de ingredientes proteicos dissolvidos em proporções adequadas para alcançar a concentração final de proteína de 1,3% (p/p). A quantidade de proteínas com pI alto é expressa em porcentagem, em peso, com base no teor total de proteínas. Tabela 1 Razão, em Composição peso, de Componentes proteica caseína:proteína de soro do leite Caseína padrão1 Ref. IMF Proteína de soro do leite 40:60 padrão2 Caseína padrão3 Ref. P 50:50 Proteína de soro do leite
Razão, em Composição peso, de Componentes proteica caseína:proteína de soro do leite padrão2 caseína enriquecida com beta- caseína5 Ref. P-beta 50:50 Proteína de soro do leite padrão2 Caseína padrão3 alfa-lactoalbumina enriquecida A com proteína do soro do leite4 50:50 ovotransferrina 15%, em peso6 lisozima 3%, em peso7 caseína enriquecida com beta- caseína5 alfa-lactoalbumina enriquecida B 50:50 com proteína do soro do leite4 ovotransferrina 15%, em peso6 lisozima 3%, em peso7 1: leite desnatado em pó (Omia) 2: concentrado proteico de soro do leite, desmineralizado 80% (Friesland Campina) 3: isolado de caseína micelar (Friesland Campina) 4: Lacprodan (Arla; quantidade de alfa-lactalbumina 60%) 5: Ultranor HT (Kerry Foods; quantidade de beta-caseína 40%) 6: pI = 6,7, fonte não láctea (Bioseutica Group) 7: pI = 10,4, fonte não láctea (Bioseutica Group)
[087] As composições proteicas da Tabela 1 foram digeridas com o uso do modelo de digestão in vitro INFOGEST estático adaptado para lactentes,
conforme mostrado na Tabela 2 abaixo: Tabela 2 Fase gástrica (60 min) Fase Intestinal (120 min) Razão da Refeição : Fluido Razão da Refeição : Fluido Gástrico Simulado de 63:37 Gástrico Simulado de 39:61 Enzimas: Pepsina (268 U/mL) e Enzimas: Pancreatina suína (90 Lipase (19 U/mL) do extrato gástrico U/mL) e Bile bovina (3,1 mM) de coelho pH 4,5, T = 37 ºC pH 6,6, T = 37 ºC
[088] Digestões de volumes de 100 mL foram realizadas em garrafas Duran de 250 mL. Um banho de água (MixBathPC, 2mag Magnetic Notion) e um agitador magnético (Mixcontrol 40, 2mag Magnetic Notion) foram ajustados a 37,5 ºC e 100 rpm, respectivamente. Para a fase gástrica, a solução de proteína ajustada a 37 ºC e um fluido gástrico simulado (FGS) foram misturados em uma razão de 63:37. O pH foi ajustado para 4,5 com o uso de HCl 0,25M, o conteúdo gástrico digerido foi amostrado nos períodos de 5, 15, 30 e 60 minutos. Após a fase gástrica, o conteúdo gástrico digerido foi misturado com a fluido intestinal simulado (FIS) em uma razão de 39:61. O pH foi ajustado para 6,6 com o uso de NaOH 0,25 M/NaHCO3 0,25 M. O conteúdo intestinal digerido foi amostrado nos períodos de 2, 6, 10, 15, 22, 30, 40, 55, 70, 80, 90, 105 e 120 minutos.
[089] A amostragem foi realizada pela mistura de 1 mL de conteúdo digerido com 1mL de tampão fosfato 0,1 M em pH 7,2 (amostras gástricas) ou 5,5 (amostras intestinais) para interromper a digestão, dispersa (T10 Basic Utraturrax, IKA) por 25 segundos em potência 5,5 para aumentar a dispersibilidade de proteína, congelada instantaneamente em nitrogênio líquido e armazenada a -20 ºC até serem analisadas. Cada digestão foi realizada em triplicata.
[090] As amostras coletadas foram submetidas à análise de geração de grupos amino primários por ortoftaldialdeído (OPA). O método é baseado na reação específica entre OPA e os grupos amino primários livres em proteínas na presença de cloridrato de 2-(dimetilamino)etanotiol (DMA) para resultar em derivados de alquil-iso-indol que mostram uma absorbância a 340 nm. As amostras de conteúdo digerido foram misturadas com SDS 2% em razão de 1:1, fervidas a 95 ºC por 5 minutos e deixadas para esfriar à temperatura ambiente. Alíquotas de 5 µL foram misturadas com 200 µL de reagente de trabalho OPA ou solução OPA em branco e incubadas por 25 minutos. O sinal foi lido com o uso do leitor de placa Biowave, os resultados foram analisados com o uso do software Gen5 2.09. Grupos NH2 livres foram quantificados com o uso da curva de calibração de solução de L-alanina (0, 1, 2, 4, 6 ,8 e 10 mM). As medições foram realizadas em duplicatas.
[091] Os resultados foram expressos para o grau de hidrólise (%) como uma função do tempo. O parâmetro de digestibilidade foi obtido ajustando os dados para a equação conforme descrito anteriormente (Deng, van der Veer et al. 2017), e são mostrados na Figura 2.
[092] Ref. FMI representa o perfil de digestibilidade de proteína da fórmula infantil padrão. Ref. P e Ref. P-beta são usados como referência para o perfil de digestibilidade proteica de formulações com caseína e soro do leite (50:50) sem proteínas com pI alto. Ambos, Ref. P e Ref. P-beta, apresentam menor digestibilidade do que Ref. FMI, independentemente da fonte de caseína.
[093] A digestibilidade melhorada (menor) é observada em composições de acordo com a invenção (A, B), isto é, que compreendem proteínas com ponto isoelétrico alto, até com resultados melhores quando a fonte de caseína é enriquecida em beta-caseína. Exemplo 2 Comparação de Proteína com pI Alto
[094] A Composição B da Tabela 1 (18%, em peso, com base no teor total de proteína, de proteínas que têm pI de pelo menos 6,0; a razão de 50:50 de caseína:proteína de soro do leite; e o uso de uma fonte de caseína enriquecida com beta-caseína) foi reproduzida com o uso de diferentes fontes e razões de proteínas com ponto isoelétrico alto. As composições foram preparadas da mesma maneira, conforme descrito no Exemplo 1, e também tiveram uma concentração final de proteína de 1,3% (p/p). Tabela 3 Composição Componentes (%, em peso, com proteica base no teor total de proteínas) C 1ovotransferrina 18%, em peso D 2lisozima 18%, em peso 3proteína de semente de colza 18%,
E em peso F 4lisozima 18%, em peso ovotransferrina 9%, em peso
G lisozima 9%, em peso 1: pI = 6,7 (Bioseutica Group) 2: pI = 8,7 (FrieslandCampina) 3: pI = 7 a 11 (Synthite Corporate) 4: pI = 10,4 (Bioseutica Group)
[095] Os resultados são apresentados na Figura 3 (efeito de proteínas únicas com pI alto) e Figura 4 (efeito de duas proteínas com pI alto). A Figura 3 mostra que quanto maior o pI da proteína usada, menor a digestibilidade da proteína. A Figura 4 mostra que uma composição com uma razão de 50:50 de duas proteínas com pI alto apresenta um efeito sinérgico na redução da digestibilidade de proteína.

Claims (20)

Reivindicações
1. COMPOSIÇÃO PROTEICA ADEQUADA PARA UMA FÓRMULA LÁCTEA INFANTIL, sendo que a composição é caracterizada por compreender caseína, proteína de soro do leite e pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto de uma fonte não láctea, sendo que a dita proteína com ponto isoelétrico alto tem um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11, em que a razão, em peso, da soma de caseína e proteína de soro do leite para a proteína com ponto isoelétrico alto na composição está entre 95:5 e 75:25.
2. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pela caseína e a proteína de soro do leite estarem presentes em uma razão, em peso, entre 30:70 e 70:30, preferencialmente entre 38:62 e 62:38, mais preferencialmente cerca de 50:50 ou cerca de 40:60.
3. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 2, caracterizada pela caseína compreender β-caseínas em uma quantidade entre 35 e 60%, em peso, do teor total de caseína.
4. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizada pela caseína compreender α-caseínas em uma quantidade entre 20 e 60%, em peso, do teor total de caseína.
5. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada pela caseína compreender k-caseínas em uma quantidade entre 15 e 30%, em peso, do teor total de caseína.
6. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizada pela proteína de soro do leite compreender α-lactoalbumina em uma quantidade entre 20 e 80%, em peso, do teor total de proteína do soro do leite.
7. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada pela proteína de soro do leite compreender β-lactoglobulina em uma quantidade entre 20 e 70%, em peso, do teor total de proteína do soro do leite.
8. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada pela proteína com ponto isoelétrico alto ser uma ou mais proteínas selecionadas a partir do grupo que consiste em lisozima, ovotransferrina, proteína de canola, proteína de semente de colza, ou misturas das mesmas.
9. COMPOSIÇÃO PROTEICA ADEQUADA PARA UMA FÓRMULA LÁCTEA INFANTIL, caracterizada pela composição compreender caseína e proteína de soro do leite em uma razão, em peso, entre 40:60 e 55:45, a composição compreender 10 a 40%, em peso, com base no teor total de proteína, de pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto que tem um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11.
10. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com a reivindicação 9, caracterizada por pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto estar presente em uma quantidade de 15 a 35%, em peso, preferencialmente de 18 a 30%, em peso, com base no teor total de proteína.
11. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com qualquer uma das reivindicações 9 a 10, caracterizada por pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto ser selecionada a partir de lactoferrina, lisozima, ovotransferrina, proteína de canola, proteína de semente de colza, ou misturas das mesmas, preferencialmente lactoferrina, lisozima, ovotransferrina ou misturas das mesmas, com a máxima preferência lactoferrina.
12. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 11, caracterizada por pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto estar na forma intacta.
13. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 12, caracterizada por somente uma proteína com ponto isoelétrico alto que tem um ponto isoelétrico entre 9,0 e 11 estar presente.
14. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 12, caracterizada por duas proteínas com ponto isoelétrico alto que têm um ponto isoelétrico entre 6,0 e 11 estarem presentes, em que uma das proteínas isoelétricas tem um ponto isoelétrico entre 9,0 e 11.
15. COMPOSIÇÃO PROTEICA, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 14, caracterizada por consistir em caseína, proteína de soro do leite e pelo menos uma proteína com ponto isoelétrico alto, preferencialmente uma ou duas proteínas com ponto isoelétrico alto, incluindo uma proteína com ponto isoelétrico alto de uma fonte não láctea.
16. FÓRMULA LÁCTEA INFANTIL, caracterizada por compreender a composição proteica, conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 14, adequada para a administração a um lactente com idade entre 0 e 36 meses.
17. COMPOSIÇÃO PROTEICA, conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 14, ou a fórmula láctea infantil, conforme definida na reivindicação 15, caracterizada por ser para uso terapêutico na redução da digestibilidade, em comparação à digestibilidade obtida para a fórmula infantil convencional, preferencialmente a digestibilidade de proteína, em um lactente humano que sofre ou está em risco de sofrer de digestibilidade prejudicada e/ou desenvolvimento imaturo de tecidos e/ou desenvolvimento gastrointestinal imaturo, preferencialmente lactentes prematuros.
18. USO DA COMPOSIÇÃO PROTEICA, conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 14, ou da fórmula láctea infantil, conforme definida na reivindicação 15, caracterizado por ser para reduzir a digestibilidade de proteína, em comparação à digestibilidade obtida para a fórmula infantil convencional, em um lactente humano saudável, e/ou para a promoção do desenvolvimento de tecidos em um lactente humano saudável.
19. MÉTODO PARA REDUZIR A DIGESTIBILIDADE, em comparação à digestibilidade obtida para a fórmula infantil convencional, preferencialmente a digestibilidade de proteína, de um lactente humano saudável, caracterizado pela administração ao lactente de uma composição proteica, conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 14, ou de uma fórmula láctea infantil, conforme definida na reivindicação 15.
20. USO DA COMPOSIÇÃO PROTEICA, conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 14, caracterizado por ser na fabricação de uma fórmula láctea infantil para reduzir a digestibilidade de proteína, em comparação à digestibilidade obtida para a fórmula infantil convencional, em um lactente humano, e/ou para a promoção do desenvolvimento de tecidos em um lactente humano.
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