PT2596726E

PT2596726E - Artigo compreendendo um revestimento termoestável dotado com uma decoração, pelo menos, bicolorida em tons contínuos e método de fabrico de um tal artigo

Info

Publication number: PT2596726E
Application number: PT121932206T
Authority: PT
Inventors: Perillon Jean-Luc; Muller Pierre-Jean; Le Bris Stéphanie
Original assignee: Seb Sa
Priority date: 2010-12-23
Filing date: 2011-12-22
Publication date: 2016-06-15
Also published as: EP2582269B1; FR2969533B1; ES2576953T3; CN103269623B; CN103269623A; BR112013014344A2; FR2969533A1; US10238229B2; KR101521735B1; DK2596726T3; CA2824570C; US9788677B2; RU2568864C2; EP2582269A1; JP6174740B2; PT2582269E; BR112013014344B1; US20140326734A1; PL2582269T3; DK2582269T3

Description

DESCRIÇÃO "ARTIGO COMPREENDENDO UM REVESTIMENTO TERMOESTÁVEL DOTADO COM UMA DECORAÇÃO, PELO MENOS, BICOLORIDA EM TONS CONTÍNUOS E MÉTODO DE FABRICO DE UM TAL ARTIGO" A presente invenção refere-se a um artigo compreendendo um revestimento termoestável dotado com uma decoração, pelo menos, bicolorida em tons continuos e a um método de fabrico de um tal artigo. A presente invenção também se refere a um método de fabrico de tais artigos, em que a decoração é aplicada por impressão a jato de tinta.

Conhecem-se vários tipos de técnicas para decorar um utensilio de cozinha.

Em particular, os especialistas na técnica sabem que é habitual utilizar as técnicas de serigrafia ou de tampografia para aplicar ilustrações em superficies planas com o objetivo de as decorar. Estas técnicas permitem uma operação de formatação do artigo realizada após a aplicação das ilustrações por serigrafia ou tampografia.

Se se utilizar a serigrafia (ou a tampografia) para aplicar ilustrações multicoloridas, têm que se utilizar, então, várias operações de serigrafia (ou tampografia) , uma após a outra, de acordo com o número de cores: cada cor obriga a uma passagem de serigrafia (ou tampografia), devendo compreender-se que cada impressão deve ser seguida por uma operação de secagem antes da impressão da próxima camada de tinta. Esta técnica de impressão só é rentável quando se aplica a mesma imagem ou ilustração a um grande número de suportes. Para imprimir um pequeno número de peças, uma serigrafia (ou tampografia) de várias cores é muito dispendiosa e não é, de modo nenhum, rentável na medida em que uma tela (ou uma matriz gravada) distinta é necessária para cada cor base. Além disso, o custo de fabrico e limpeza da tela de serigrafia é elevado e o tempo de realização da tela é longo, o que obriga a planear os fabricos sem falhas. Além disso, a mudança de tonalidade, mesmo se realizada numa conceção gráfica idêntica, obriga a uma limpeza profunda, o que reduz o tempo de produção. (0 mesmo vale para a matriz gravada) . Além disso, as técnicas de serigrafia e tampografia geram grandes stocks de produtos e componentes intermédios (incluindo tintas, telas, calotas semiacabadas, etc.).

Também se sabe que é habitual utilizar a técnica de impressão por sublimação para se obter um utensílio de cozinha decorado. Em geral, a sublimação é a transformação de um corpo sólido em gás ou vapor, sem passagem pelo estado liquido. De acordo com a técnica de impressão por sublimação, a ilustração originalmente impressa sobre um suporte (papel ou pelicula plástica) é pressionada sob a superfície do artigo a decorar e, em seguida, o conjunto é rapidamente aquecido até atingir uma temperatura compreendida entre 150 °C e 210 °C. A impressão por sublimação tradicional é utilizada apenas em artigos de forma plana, porque a pressão do suporte sobre um artigo de forma não plana dobra-o e, por conseguinte, isso gera falhas de impressão. No entanto, conhecem-se, pelos documentos com a referência EP 0451067 e EP 544603, aperfeiçoamentos do método de impressão por sublimação, que permitem a decoração de todas as superficies de um artigo independentemente da sua forma. No entanto, esses aperfeiçoamentos fazem com que a implementação dos métodos de impressão por sublimação seja muito complexa e torna-os pouco produtivos.

Além disso, e como ilustrado na figura 8, sabe-se que é habitual utilizar uma técnica de impressão denominada a jato de tinta, que consiste em projetar gotas de tinta desde uma pequena abertura até posições perfeitamente determinadas num suporte, de modo a criar uma imagem. A impressão a jato de tinta é a única técnica de impressão sem contacto. Existem dois tipos de técnicas de jato de tinta distintos: a primeira é denominada "a jato de tinta continuo desviado" (conhecido, em Inglês, pela expressão "Continuous Ink Jet", correspondendo à abreviatura CIJ) e a segunda é denominada de "gota a pedido" (conhecido, em Inglês, pela expressão "Drop On Demand", correspondendo à abreviatura DOD). A técnica de impressão a jato de tinta apresenta, inerentemente, vantagens, que, em conjunto com o desenvolvimento de ferramentas informáticas e com o aumento da qualidade e das velocidades de impressão, explicam o seu sucesso. Por um lado, a ausência de cliché (tela, matriz gravada) elimina os trabalhos preparatórios necessários para a implementação de outras técnicas de impressão, em particular, a preparação das telas, a gravura das matrizes ou, quando apropriado, dos suportes (papel ou película plástica). Por outro lado, a gestão dinâmica dos dados de impressão, que variam, de um modo mais particular, em cada página a imprimir, permite a personalização de documentos e permite a emissão de séries muito pequenas, sem induzir um custo proibitivo.

Além do trabalho de escritório e da personalização de documentos, as aplicações da impressão a jato de tinta são várias: cartazes em formato grande e muito grande, impressão em têxteis, decoração de cerâmica, marcação, endereçamento, impressão em alimentos, depósito de princípios activos, depósito de biomateriais, impressões de tintas condutoras, etc.

Entre as aplicações da técnica de impressão a jato de tinta, uma aplicação refere-se à decoração de artigos cujo método de fabrico exige uma cura a temperaturas elevadas. Estes artigos são, mais particularmente, tijoleiras cerâmicas. No domínio do fabrico de artigos cerâmicos, as técnicas de fabrico, por exemplo, a sinterização ou a fusão de pós, preveem que os artigos atinjam temperaturas de, pelo menos, 300 °C, que podem, mesmo, chegar aos 1300 °C e mais. Portanto, não é possivel, para imprimir decorações de acordo com a técnica do jato de tinta, utilizar tintas convencionais, tais como as utilizadas na impressão de papel ou têxteis. Foram desenvolvidas tintas especiais, além de cabeças de injeção e software adaptados. Pode-se citar, por exemplo, as tintas QuickPaint® e a impressora KERAJET de acordo com a sua respectiva denominação comercial.

No campo dos utensílios de cozinha apresentando uma decoração impressa por jato de tinta, o documento JP05049541 divulga um material laminado compreendendo um substrato, uma primeira camada para assegurar a aderência ao substrato, uma camada de impressão depositada sobre a primeira camada e uma camada superior consistindo numa fluororesina depositada sobre a camada de impressão. Este material trata do problema da gravação localizada, por exemplo, a gravação de capacidades, em que as soluções pré-existentes se baseavam numa gravação mecânica (relevos) que fragilizava o revestimento (desgaste rápido). Além disso, a decoração do material do documento JP 05049541 é monocromática e composta pela combinação de pontos tendo uma área de, aproximadamente, 2 mm2. Nada é dito, no documento JP 05049541, sobre uma decoração compreendendo várias cores.

Também se conhece, através do pedido de patente coreano KR2007/0117247, um método de impressão a jato de tinta de ilustrações sobre a superfície de um utensílio de cozinha previamente revestido com uma subcamada branca opaca, sobre a qual é depositada uma camada orgânica transparente recetora de tinta, que envolve um diluente e um agente de endurecimento de natureza orgânica para permitir uma boa aderência da tinta projetada. Após a impressão das ilustrações na camada de receção, uma camada de revestimento de proteção é aplicada sobre as ilustrações impressas e é, depois, submetida a uma cura a uma temperatura inferior a 300 °C.

No entanto, para obter revestimentos de artigos de aquecimento apresentando propriedades funcionais satisfatórias (especialmente em termos de antiaderência para revestimentos à base de PTFE ou de brilho e dureza para revestimentos esmaltados), a composição da camada de revestimento de proteção necessita, para solidificar, de uma temperatura de cura superior a 300 °C. Com efeito, uma tal temperatura é necessária para se obter um revestimento sinterizado à base de resina fluorocarbonada (por exemplo, a PTFE) ou vitrificada (no caso de um revestimento esmaltado).

No entanto, com estas condições de aplicação, não é possivel conseguir um revestimento compreendendo uma camada orgânica recetora de tinta, uma camada de decoração obtida por impressão a jato de tinta e uma camada de revestimento de proteção sinterizada à base de resina fluorocarbonada ou vitrificada (no caso de um esmalte). Na verdade, durante a cura (a uma temperatura superior a 300 °C) , os componentes orgânicos da camada de receção degradam-se e são aprisionados pela camada de acabamento, o que provoca o escurecimento do revestimento e oculta as ilustrações.

Para resolver este problema, a Requerente descobriu que era possivel prescindir da camada de receção da tinta ao depositar, por impressão a jato de tinta, uma composição de ilustração diretamente sobre uma superfície opaca de um suporte (por exemplo, de uma calota metálica de um utensílio de cozinha).

Deve compreender-se que a expressão superfície opaca, para os fins da presente invenção, significa uma superfície que é inerentemente opaca devido à natureza do material constitutivo do suporte ou que se torna opaca quando revestida por uma subcamada contínua opaca.

Exemplos de materiais intrinsecamente opacos, de acordo com a presente invenção, são o alumínio ou as ligas de alumínio, o magnésio ou as ligas de magnésio, os aços inoxidáveis, os ferros fundidos, o cobre, o titânio e, de um modo mais geral, os metais e ligas metálicas, as cerâmicas (porcelana, faiança e, de um modo mais geral, a cerâmica culinária), ou os materiais compósitos compreendendo uma pluralidade de camadas de um ou mais dos materiais anteriores (isto é, os colaminados metálicos). A expressão subcamada opaca, na aceção da presente invenção, significa uma camada de material compreendendo uma substância quimica opticamente não transparente, por exemplo, uma substância selecionada de entre os pigmentos termoestáveis ou termocromáticos, partículas coloridas ou metálicas, cargas opacificantes e suas misturas. A subcamada opaca é, de preferência, pigmentada e, mais preferencialmente, de cor preta ou branca e, muito preferencialmente, branca. A aderência da decoração "jato de tinta" assim formada no suporte é assegurada: ou por absorção superficial devido à porosidade do próprio suporte ou, quando apropriado, da subcamada, ou devido à composição da tinta da decoração a jato de tinta que compreende um ligante.

Mais particularmente, a presente invenção tem como objetivo um artigo de aquecimento, como definido na reivindicação 1, compreendendo um substrato tendo duas superfícies opostas, em que, pelo menos, uma das quais é opaca, e um revestimento termoestável disposto sobre a referida superfície opaca.

De acordo com a invenção, o revestimento termoestável compreende uma decoração, pelo menos, bicolorida em tons contínuos apresentando-se sob a forma de uma camada contínua ou descontínua, e o artigo de aquecimento foi submetido a uma cura a uma temperatura superior a 300 °C. A decoração em tons contínuos, na aceção da presente invenção, significa uma decoração que pode compreender todas as matizes entre os tons mais claros e os mais escuros, sem deixar aparecer pontos, o que é diferente de uma decoração em cores pontuais ou sólidas cujo resultado é um contraste elevado, tal como, por exemplo, a decoração descrita no pedido internacional WO 2008/142327 pertencente à requerente da presente invenção. A expressão artigo de aquecimento, na aceção da presente invenção, significa um artigo que tem o seu próprio sistema de aquecimento, ou que é aquecido por um sistema externo apto a transmitir a energia calorífica fornecida pelo sistema a um material ou objeto terceiro em contacto com o referido artigo.

Se o substrato não for intrinsecamente opaco, é obrigatório revestir previamente a superficie a decorar com uma subcamada opaca, na qual a decoração é impressa. Uma subcamada adequada é tal como descrito acima e tem as propriedades acima mencionadas.

De acordo com uma primeira forma de realização do artigo de aquecimento de acordo com a invenção, a decoração está isenta de ligantes. Neste caso, a aderência da decoração ao suporte é assegurada pela porosidade do suporte ou da subcamada, sempre que adequado, por absorção superficial da decoração. De um modo vantajoso, o suporte ou a subcamada, que são revestidos pela decoração isenta de ligantes, não são lisos e têm uma rugosidade Ra superficial inferior ou igual a 10 pm.

De acordo com uma segunda forma de realização do artigo de aquecimento de acordo com a invenção, a decoração compreende, pelo menos, um ligante termoestável compatível com o substrato e/ou, quando apropriado, com a subcamada. Neste caso, a aderência da decoração ao suporte é assegurada pelo ligante da composição de decoração. Assim, não é necessário que o suporte seja poroso.

Ligante termoestável, na aceção da presente invenção, significa um ligante termoestável a, pelo menos, 300 °C.

Como ligante termoestável utilizável na camada decorativa de acordo com a invenção, podem mencionar-se, em particular, os esmaltes, resinas fluorocarbonadas (individualmente ou em mistura) , polímeros inorgânicos ou hibridos orgânicos-inorgânicos sintetizados por meio de um processo sol-gel, silicones, poliésteres de silicone, poli-imidas, polissulfureto de fenileno (PPS) , polissulfureto de etileno (PES), poli-éter-éter-cetonas (PEEK), poliéter-cetonas (PEK), poliamida-imidas (PAI), silicones, fluorosilicones, polibenzimidazoles (PBI), desde que esses materiais possam ser finamente dispersos ou solúveis na composição da decoração. 0 revestimento termoestável de acordo com a invenção pode, ainda, compreender uma camada de acabamento continuo. Pode ser depositado sobre a decoração e é necessariamente transparente, de modo a não obscurecer a decoração.

Revestimento transparente (seja, em particular, o revestimento sol-gel ou a camada de acabamento) significa, na aceção do presente pedido, um revestimento que deixa aparecer a totalidade ou parte da decoração.

Esta camada de acabamento também pode ser disposta entre o suporte ou a subcamada (quando apropriado) e a decoração. Neste último caso, não é necessário que a camada de acabamento seja transparente, porque a decoração cobre a camada de acabamento, como mostrado na figura 7 abaixo.

Se a decoração compreender um ligante termoestável, este último não só será compatível com o substrato e/ou, guando apropriado, com a subcamada, como também com a camada de acabamento. A decoração do revestimento termoestável de acordo com a invenção é uma decoração bicolorida, isto é, compreende, pelo menos, dois compostos corantes diferentes. Estes podem ser selecionados de entre pigmentos termoestáveis, sais metálicos, pigmentos semicondutores termocromáticos, pigmentos condutores, pigmentos magnéticos e suas misturas. A decoração de acordo com a invenção é, de um modo vantajoso, uma decoração hiperrealista gue reproduz, com muita precisão, a decoração anteriormente escolhida que se deseja imprimir. De acordo com uma forma de realização particularmente vantajosa da presente invenção, a decoração de acordo com a invenção apresenta, pelo menos, quatro cores e, de preferência, seis cores.

Podem-se considerar vários tipos de artigos de acordo com a invenção, de diferentes formas e fabricados com materiais diferentes.

Assim, o suporte pode ser num material selecionado de entre metais, vidro, cerâmicas e plásticos.

No caso de suportes metálicos utilizáveis no método de acordo com a invenção podem-se, de um modo vantajoso, nomear suportes em aluminio ou em liga de aluminio anodizado ou não, ou em aluminio polido, escovado ou submetido a tratamento com microesferas, com jato de areia, processado quimicamente ou em aço inoxidável polido, escovado ou submetido a tratamento com microesferas, ou em ferro ou aluminio fundido, em titânio ou em cobre martelado ou polido. 0 artigo de aquecimento de acordo com a invenção pode ser, em particular, um utensílio de cozinha e, particularmente, um utensílio de cozinha em que uma das superficies opostas é uma superfície interior côncava concebida para ser disposta no lado em que se podem introduzir alimentos no referido utensílio e uma segunda das referidas superfícies opostas é uma superfície exterior convexa concebida para ser disposta virada para uma fonte de calor. A título de exemplos não limitativos de utensílios de cozinha de acordo com a presente invenção, podem nomear-se, particularmente, utensílios de cozinha tais como caçarolas e frigideiras, woks e sertãs, panelas e marmitas, máquinas de crepes, grelhas, moldes e placas para pastelaria, placas e grelhas para churrasqueiras e taças de preparação.

Pode-se, também, considerar outros tipos de suportes que não estão limitados a apenas um campo culinário. Assim, também podemos considerar como artigos de acordo com a invenção alguns eletrodomésticos, tais como ferros de engomar, ferros de frisar, alisadores de cabelo, etc., recipientes isotérmicos (para cafeteiras, por exemplo) ou taças misturadoras.

No caso em que o artigo de aquecimento de acordo com a invenção é um utensílio de cozinha, tal como descrito acima, a decoração apresenta-se, de um modo vantajoso, sob a forma de uma camada contínua ou descontínua, que pode ser disposta na superfície interior do artigo ou na sua superfície exterior. Como indicado anteriormente, a decoração pode estar isenta de ligantes ou compreender um ligante termoestável.

Se a decoração estiver disposta na superfície interior do utensílio de cozinha, o ligante termoestável é, de preferência, selecionado de entre resinas fluorocarbonadas, polímeros inorgânicos ou híbridos orgânicos-inorgânicos sintetizados por meio de um processo sol-gel, polissulfureto de fenileno (PPS), polissulfureto de etileno (PES), poli-éter-éter-cetonas (PEEK) , poliéter- cetonas (PEK), poliamida-imidas (PAI), polibenzimidazoles (PBI) .

Se a decoração estiver disposta na superficie exterior do utensílio de cozinha, o ligante termoestável é, de preferência, selecionado de entre os esmaltes, resinas fluorocarbonadas (individualmente ou em mistura), polímeros inorgânicos ou híbridos orgânicos-inorgânicos sintetizados por meio de um processo sol-gel, silicones, poliésteres de silicone, poli-imidas, polissulfureto de fenileno (PPS), polissulfureto de etileno (PES), poli-éter-éter-cetonas (PEEK), poliéter-cetonas (PEK), poliamida-imidas (PAI), silicones, fluorosilicones, polibenzimidazoles (PBI). A título de exemplos não limitativos de utensílios de cozinha de acordo com a presente invenção, podem nomear-se, particularmente, utensílios de cozinha tais como caçarolas e frigideiras, woks e sertãs, máquinas de crepes, grelhas, moldes e placas para pastelaria, placas e grelhas para churrasqueiras. A presente invenção também tem como objetivo um método de fabrico de um artigo de aquecimento, como definido na reivindicação 9, compreendendo os seguintes passos: a) proporcionar um substrato compreendendo duas superfícies opostas, em que, pelo menos, uma das quais é opaca ou opacificada; e, depois b) realizar um revestimento termoestável na referida superfície opaca, que compreende os seguintes passos: - bl) um passo de aplicação na referida superfície opaca de uma composição decorativa, de modo a formar uma camada decorativa húmida cobrindo, pelo menos parcialmente, a referida superfície opaca; e, depois - b2) um tratamento térmico de solidificação da referida camada decorativa húmida, de modo a formar uma decoração apresentando-se sob a forma de uma camada contínua ou descontínua cobrindo, pelo menos parcialmente, a referida superfície opaca.

De acordo com a invenção, a composição da camada decorativa compreende, pelo menos, dois compostos corantes diferentes e é aplicada por impressão a jato de tinta e o tratamento térmico de solidificação da camada decorativa húmida é realizado a uma temperatura superior a 300 °C. O substrato, a camada decorativa e os compostos corantes que contêm são tais como definidos anteriormente.

Se o substrato não for intrinsecamente opaco, é obrigatório revestir previamente a superfície a decorar por uma subcamada opaca, na qual a decoração é impressa. Tal subcamada é tal como descrito anteriormente e tem as propriedades acima mencionadas. A superfície opaca do substrato (intrinsecamente opaca ou opacificada) pode ser um objetivo de um passo de preparação, como, por exemplo, desengorduramento, tratamento a jato de areia, grenalhagem, escovagem, esmerilagem, acetinação, ataque químico, anodização. 0 método de acordo com a invenção pode, ainda, compreender um passo de realização de uma camada de acabamento. Este passo pode ser realizado através da aplicação de uma composição de acabamento contínua e transparente (pelas mesmas razões mencionadas acima) sobre a camada decorativa húmida obtida após o passo bl), antes do tratamento térmico b2) de solidificação. 0 passo de realização da camada de acabamento também pode ser realizado através da aplicação de uma composição de acabamento de camada contínua (não necessariamente transparente) antes da realização bl) da camada (31) decorativa.

Como indicado anteriormente, a composição de decoração pode ou não compreender um ligante termoestável: dependendo da porosidade do substrato ou da subcamada subjacente, a presença deste ligante termoestável será ou não obrigatória (é obrigatória no caso de um substrato liso). A natureza do ligante termoestável é tal como mostrada anteriormente.

Outras vantagens e particularidades da presente invenção resultarão da descrição que se segue, dada a título de exemplo não limitativo e recorrendo às figuras anexas: - a figura 1 representa uma vista esquemática em corte de um utensílio de cozinha de acordo com a invenção e de acordo com uma primeira forma de realização, - a figura 2 representa uma vista esquemática em corte de um suporte de utensílio de cozinha de acordo com a invenção e de acordo com uma segunda forma de realização, - as figuras 3 a 7 representam vistas esquemáticas em corte de uma parte do fundo de um utensílio de cozinha compreendendo um revestimento termoestável de acordo com a invenção e de acordo com várias formas de realização alternativas, - a figura 8 representa uma vista esquemática em corte de um dispositivo industrial de decoração a jato de tinta.

Os elementos idênticos representados nas figuras 1 a 7 são identificados por referências numéricas semelhantes.

Nas figuras 1 e 2, representou-se, a título de exemplo de utensílio de cozinha de acordo com a invenção, uma frigideira 1, compreendendo um suporte 2, apresentando-se sob a forma de uma calota oca com um fundo 24 e uma parede 25 lateral elevando-se desde o fundo 24, e uma pega 5 de preensão. 0 suporte 2 compreende uma superfície 21 côncava interior, que pode receber alimentos, e uma superfície 22 exterior convexa concebida para ser disposta do lado da fonte de calor, tal como uma placa de cozedura ou um bico de fogão.

Na Figura 1, a superfície 21 interior do suporte 2 está coberta por um revestimento 3 termoestável de acordo com a invenção. Em contrapartida, na figura 2, é a superfície 22 exterior do suporte 2 que está coberta por um revestimento 3 termoestável de acordo com a invenção.

As diferentes formas de realização do revestimento 3 termoestável de acordo com a invenção, representado nas figuras 1 e 2, são ilustradas em detalhe nas figuras 3 a 7. Correspondem a vistas de cima do fundo 24 do artigo 1 de aquecimento representado na figura 1 (revestimento 3 termoestável com uma decoração 31 na superfície 21 interior), ou a vistas por baixo do fundo do artigo representado na figura 2 (revestimento 3 termoestável com uma decoração 31 na superfície 22 exterior): • na figura 3, o revestimento 3 termoestável compreende apenas a decoração 31 (parte continua na figura 3), que está disposta diretamente sobre o suporte 2, isto é: o quer diretamente sobre a superfície 21 interior no caso da forma de realização ilustrada na figura 1; neste caso, a figura 3 é uma vista de cima do fundo do artigo 1, o quer diretamente sobre a superfície 22 exterior no caso da forma de realização ilustrada na figura 2; neste caso, a figura 3 é uma vista de cima do fundo do artigo 1; • a figura 4 difere da figura 3 devido à presença de uma camada 32 de acabamento contínua e transparente disposta sobre a decoração 31; • a figura 5 difere da figura 3 devido à presença de uma subcamada 4 opaca, entre a decoração 31 e o suporte 2, isto é, a superfície 21 interior para a forma de realização ilustrada na figura 1 (vista de cima) ou a superfície 22 exterior para a forma de realização ilustrada na figura 2 (vista de baixo) • a figura 6 difere da figura 5 devido à presença de uma camada 32 de acabamento contínua e transparente disposta sobre a decoração 31 da figura 6, • a figura 7 difere da figura 5 devido à presença de uma camada 32 de acabamento contínua disposta entre a subcamada 4 e a decoração (31).

As composições das camadas 31 de decoração e de acabamento, bem como o ligante termoestável dessas camadas (quando apropriado) são tais como descritos anteriormente.

Na Figura 8, é representada uma vista esquemática em corte de um dispositivo industrial de decoração a jato de tinta funcionando de acordo com a tecnologia de "gota a pedido" (conhecida, em Inglês, pela expressão "Drop On Demand" correspondendo à abreviatura DOD). 0 funcionamento deste dispositivo é descrito no pedido internacional WO 2006/126189. Consiste num método de tipo DOD piezoeléctrico, em que as gotas necessárias para a impressão são criadas pela deformação da parede do reservatório de tinta, devido a uma excitação eléctrica de um cristal piezoeléctrico. A invenção é ilustrada de modo mais pormenorizado nos exemplos seguintes.

Nestes exemplos, salvo indicação em contrário, todas as percentagens e partes são exprimidas em peso.

EXEMPLOS

Dispositivo de decoração a jato de tinta funcionando como (DOD)

Utiliza-se, como dispositivo de impressão, uma impressora comercializada com a denominação KERAJET, por exemplo, através da impressora com a referência comercial 700X, normalmente concebida para a impressão de ladrilhos cerâmicos.

Produtos

Suportes:

Discos de aluminio com um diâmetro de 31 cm e uma espessura de 2,4 mm.

Tintas:

Tintas para impressão a jato de tinta em revestimentos termoestáveis de tipo cerâmica (esmalte ou sol-gel)

• tintas de cor azul comercializadas pela empresa FERRO CORPORATION com a denominação comercial QuickPaint inks ou Keramlnks, • tintas de cor laranja comercializadas pela empresa FERRO com a denominação comercial QuickPaint inks ou

Keramlnks, • tintas de cor castanha comercializadas pela empresa FERRO com a denominação comercial QuickPaint inks ou

Keramlnks, • tintas de cor amarela comercializadas pela empresa FERRO com a denominação comercial QuickPaint inks ou

Keramlnks, • tintas de cor rosa comercializadas pela empresa FERRO com a denominação comercial QuickPaint inks ou Keramlnks, • tintas de cor preta comercializadas pela empresa FERRO com a denominação comercial QuickPaint inks ou Keramlnks.

Tintas aquosas pigmentadas para impressão a jato de tinta em revestimentos termoestáveis não esmaltados

Trata-se de formulações aquosas adequadas a uma impressão a jato de tinta, tal como conhecido pelos especialistas na técnica. Estas formulações contêm pigmentos inorgânicos, que permitem um bom desempenho em termos de temperatura de cor, água como veiculo de transporte principal com, pelo menos, um cossolvente e, pelo menos, um agente dispersante para permitir uma boa estabilidade dos pigmentos em suspensão. A escolha de pigmentos pode ser feita do seguinte modo: • Para uma tinta azul, utiliza-se, por exemplo, um azul cobalto (Color Index PB28) • para o vermelho, um óxido de ferro vermelho (Color Index PR101) • para o amarelo, um óxido de ferro amarelo (Color Index PY42), e • para o preto, um negro de fumo (Color Index PBk7) .

Estas tintas foram preparadas do seguinte modo: 1 / Preparação de uma pasta de pigmento

Prepara-se, num primeiro passo, uma pasta de pigmento correspondendo a cada cor. Trata-se de uma dispersão compreendendo 10 a 70% de pigmento, 30 a 90% de água e 0,1 a 10% de um agente dispersante (por exemplo, Disperbyk 192). Esta dispersão é preparada num moinho (por exemplo, um moinho de esferas de tipo LMZ comercializado pela empresa Netzsch GmbH), que permite reduzir a granulometria dos pigmentos, de modo a que todas as partículas tenham uma dimensão inferior a 500 nanómetros, ou que essa dimensão máxima possa ser facilmente conseguida por um passo de filtração, a fim de evitar os riscos de entupimento dos bocais da cabeça de impressão. 2 / Preparação da tinta aquosa

Uma fórmula padrão ejetável por jato de tinta pode ser composta da seguinte forma: - 2 a 50% de pasta de pigmento - 20 a 70% de água - 10 a 80% de solventes permitindo ajustar a viscosidade e a tensão superficial da fórmula: por exemplo, uma mistura de glicerol/etilenoglicol com uma proporção compreendida entre 1 e 5. A viscosidade da tinta final deverá estar compreendida entre 5 e 20 cP à sua temperatura de funcionamento (temperatura na cabeça de impressão, por exemplo, compreendida entre a temperatura ambiente e 40 °C) e com uma tensão superficial compreendida entre 22 e 40 mN/m.

Revestimento termoestável em esmalte

Prepara-se uma primeira suspensão de frita de esmalte BI branco a partir de uma frita de esmalte branco Fl, cuja composição é dada na tabela 1 abaixo:

Tabela 1: Fórmula da frita para esmalte branco F1

A composição da suspensão BI é dada abaixo: • Frita F1: 100 partes por peso, • Ácido bórico: 3 partes por peso, • Óxido de potássio: 1,5 partes por peso, • Dióxido de titânio: 20 partes por peso, • Água: 55 partes por peso.

Prepara-se uma segunda suspensão de frita de esmalte de acabamento B2 a partir de uma frita de esmalte de acabamento F2, cuja composição é dada na tabela 2 abaixo:

Tabela 2: Fórmula da frita para esmalte de acabamento F2

A composição da suspensão B2 é dada abaixo: • Frita F2: 100 partes por peso, • Ácido bórico: 3 partes por peso, • Óxido de potássio: 1 parte por peso, • Água: 52 partes por peso.

Revestimento termoestável fluorocarbonado à base de PTFE

Prepara-se uma primeira pasta de serigrafia branca PS1 à base de politetrafluoretileno, cuja composição é a seguinte: • dispersão de PTFE a 60% de teor de sólidos e com um tamanho médio de partículas de 220 nm: 50% • água: 10% • pasta de pigmento T1O2: 20% [pigmento Ti02/água 50: 50] • propileno-glicol: 15% • espessante acrilico, tal como o comercializado pela

PolymerLatex GmbH: 3% • amoníaco: 2%

Prepara-se uma segunda pasta de serigrafia incolor PS2 à base de politetrafluoretileno, cuja composição é a seguinte: • dispersão de PTFE a 60% de teor de sólidos e com um tamanho médio de partículas de 220 nm: 80% • água: 2% • propileno-glicol: 15% • espessante acrilico, tal como o comercializado pela

PolymerLatex GmbH: 3% • amoníaco: 1%

Revestimento termoestável sol-gel

Prepara-se uma composição sol-gel SGI a partir de uma mistura de TEOS (tetraetoxisilano) e MTMS (metiltrimetoxisilano) em meio alcalino contendo dióxido de titânio como pigmento branco. Uma composição é dada abaixo: 20% a 40% em peso de tetraetoxissilano (TEOS); 40% a 50% em peso de metiltrimetoxissilano (MTMS); 2 L a 4 L de sol de silica, com um teor de SiC>2 entre 10% e 40%; 0% a 40% em peso de partículas de SÍO2 micronizadas; 0% a 5% em peso de borato de trimetila (TMB); 0% a 5% em peso de etóxido de sódio; 0% a 5% em peso de etóxido de potássio; 0% a 5% em peso de formato de sódio; 0% a 5% em peso de formato de potássio; 0% a 5% em peso de acetilacetonato de alumínio; 20% a 50% em peso de etanol, propanol, butil-glicol, ou hexileno-glicol; 0% a 10% em peso de hidróxido de sódio; 0% a 5% em peso de estabilizadores, modificadores de superfície, aditivos reológicos; 6% a 12% em peso de TÍO2 como pigmento.

As percentagens mássicas indicadas são baseadas em relação ao peso total da composição de sol-gel. EXEMPLO 1

Utensílio de cozinha em alumínio com vim revestimento exterior de esmalte sobre o qual é impressa, no fundo, uma decoração hiperrealista em tons contínuos. A partir de um disco de aluminio, uma prensa permite obter uma calota 2 em forma de frigideira (fundo plano com aba, como mostrado nas figuras 1 e 2) .

Esta calota 2 é, previamente, desengordurada por via alcalina.

Aplica-se, por pulverização, a suspensão aquosa BI em toda a superfície exterior para se obter uma camada 3 de esmalte branca não curada. Um passo de secagem permite obter uma bolacha 3 de esmalte.

Imprime-se, por jato de tinta, utilizando o dispositivo ilustrado na figura 8, uma decoração 31 hiperrealista no fundo 24 da calota 2 revestida com a bolacha 3. A impressora com a marca KERAJET ® permite reproduzir a decoração de forma hiperrealista através da utilização de seis cores a partir de seis tintas de cores diferentes para revestimentos cerâmicos termoestáveis, tais como descritos acima, de preferência, com uma marca homogénea.

A calota 2 assim revestida com esmalte 3 e dotada com uma decoração 31 hiperrealista é, depois, submetida a um tratamento térmico de cura a uma temperatura de 560 °C durante 15 minutos, após o que se obtém um revestimento em esmalte com uma reprodução muito fiel da decoração escolhida em toda a parte plana do artigo (fundo), esbatendo-se esta decoração na aba.

Todo o revestimento 3 assim formado mantém todas as caracteristicas de um revestimento de esmalte uniforme: brilho, dureza, resistência ao impacto, resistência às chamas, resistência à corrosão dos detergentes utilizados para lavar a louça. A configuração do revestimento 3 assim obtido corresponde à da figura 5. EXEMPLO 2

Utensílio de cozinha em alumínio com vim revestimento exterior de esmalte sobre o qual é impressa, no fundo, uma decoração hiperrealista em tons contínuos. A partir de um disco de aluminio, uma prensa permite obter uma calota 2 em forma de frigideira (fundo plano com aba, tal como ilustrado nas figuras 1 e 2).

Esta calota 2 é, previamente, desengordurada por via alcalina.

Aplica-se, por pulverização, a suspensão aquosa BI em toda a superfície exterior para se obter uma camada 3 de esmalte branca não curada. Aplica-se, por pulverização, a suspensão de acabamento B2. Um passo de secagem permite obter a bolacha 3 de esmalte.

Imprime-se, por jato de tinta, utilizando o dispositivo ilustrado na figura 8, uma decoração 31 hiperrealista no fundo 24 da calota 2 revestida com a bolacha 3. A impressora com a marca KERAJET® permite reproduzir a decoração de forma hiperrealista através da utilização de seis cores a partir de seis tintas de cores diferentes para revestimentos cerâmicos termoestáveis, tais como descritos acima, de preferência, com uma marca homogénea. A calota 2 assim revestida com esmalte 3 e dotada com uma decoração 31 hiperrealista é, depois, submetida a um tratamento térmico de cura a uma temperatura de 560 °C durante 15 minutos, após o que se obtém um revestimento em esmalte com uma reprodução muito fiel da decoração escolhida em toda a parte plana do artigo (fundo), esbatendo-se esta decoração na aba.

Todo o revestimento 3 assim formado mantém todas as características de um revestimento de esmalte uniforme: brilho, dureza, resistência ao impacto, resistência às chamas, resistência à corrosão dos detergentes utilizados para lavar a louça. A configuração do revestimento 3 assim obtido corresponde à da figura 7. EXEMPLO 3

Esta calota 2 é, previamente, desengordurada por via alcalina e, depois, acetinada para proporcionar uma superfície de cor branca homogénea.

Em seguida, aplica-se, por pulverização, a suspensão aquosa B2 em toda a superfície exterior para se obter uma camada 3 de esmalte branca não curada. Um passo de secagem permite obter a bolacha 3 de esmalte.

Em seguida, imprime-se, por jato de tinta, utilizando o dispositivo ilustrado na figura 8, uma decoração 31 hiperrealista no fundo 24 da calota 2 revestida com a bolacha 3. A impressora com a marca KERAJET® permite reproduzir a decoração de forma hiperrealista através da utilização de seis cores a partir de seis tintas de cores diferentes para revestimentos cerâmicos termoestáveis, tais como descritos acima, de preferência, com uma marca homogénea. A calota 2 assim revestida com esmalte 3 e dotada com uma decoração 31 hiperrealista é, depois, submetida a um tratamento térmico de cura a uma temperatura de 560 °C durante 15 minutos, após o que se obtém um revestimento em esmalte com uma reprodução muito fiel da decoração escolhida em toda a parte plana do artigo (fundo), esbatendo-se esta decoração na aba.

Todo o revestimento 3 assim formado mantém todas as caracteristicas de um revestimento de esmalte uniforme: brilho, dureza, resistência ao impacto, resistência às chamas, resistência à corrosão dos detergentes utilizados para lavar a louça. A configuração do revestimento 3 assim obtido corresponde à da figura 5 (mas com uma substituição da subcamada pela camada de acabamento). EXEMPLO 4

Utensílio de cozinha em alumínio com vim revestimento exterior em PTFE no qual é impressa uma decoração hiperrealista em tons contínuos.

Um disco de alumínio é pré-tratado quimicamente ou mecanicamente, de modo a obter uma rugosidade de superfície permitindo uma boa aderência.

Aplica-se, por serigrafia, a pasta de serigrafia branca PS1 na totalidade de uma das superfícies para se obter uma camada de revestimento 3 PTFE branco não curada. Esta camada de revestimento pode, opcionalmente, ser seca alguns minutos ou pode ser utilizada sem o passo de secagem. No caso de secagem, um dispositivo de arrefecimento permite colocar o disco sob a cabeça de impressão a uma temperatura inferior a 40 °C para evitar a secagem da tinta nos bicos.

Imprime-se, a jato de tinta, utilizando o dispositivo ilustrado na figura 8, uma decoração 31 hiperrealista na superfície 24 do disco de alumínio revestido com a camada 3 branca. A impressora com a marca KERAJET® permite reproduzir a decoração de forma hiperrealista utilizando quatro cores a partir de 4 tintas aquosas pigmentadas, tais como as descritas acima. 0 disco assim revestido com a formulação à base de PTFE 3 e dotado com a decoração 31 hiperrealista é, em seguida, submetido a um tratamento térmico de cura a uma temperatura de 420 °C durante 10 minutos, após o que se obtém um revestimento em PTFE com uma reprodução muito fiel da decoração seleccionada. O disco é, depois, embutido por uma prensa de modo a obter-se uma calota 2 em forma de frigideira 2 (fundo plano com aba, tal como ilustrado nas figuras 1 e 2). A decoração 31 assim tratada adere excelentemente à subcamada 3 branca.

Todo o revestimento 3 assim formado conserva todas as caracteristicas de um revestimento PTFE uniforme: antiaderência, resistência quimica, resistência às chamas, resistência à corrosão dos detergentes utilizados para lavar a louça. A configuração do revestimento 3 assim obtido corresponde à da figura 5. EXEMPLO 5

Aplica-se, por serigrafia, a pasta de serigrafia branca PS1 na totalidade de uma das superfícies para se obter uma camada de revestimento 3 PTFE branco não curada. Um passo de secagem entre 70 ° e 120 °C permite obter a subcamada 3. Um dispositivo de arrefecimento permite colocar o disco sob a cabeça de impressão a uma temperatura inferior a 40 °C para evitar a secagem da tinta nos bicos.

Imprime-se, a jato de tinta, utilizando o dispositivo ilustrado na figura 8, uma decoração 31 hiperrealista na superfície 24 do disco de alumínio revestido com a camada 3 branca. A impressora com a marca KERAJET® permite reproduzir a decoração de forma hiperrealista utilizando quatro cores a partir de 4 tintas aquosas pigmentadas, tais como as descritas acima.

Aplica-se, em seguida, por serigrafia, a pasta de serigrafia incolor PS2 de modo a revestir totalmente a subcamada 3 decorada. 0 disco assim revestido com a formulação à base de PTFE 3 e dotado com a decoração 31 hiperealista é, em seguida, submetido a um tratamento térmico de cura a uma temperatura de 420 °C durante 10 minutos, após o que se obtém um revestimento em PTFE com uma reprodução muito fiel da decoração selecionada. O disco é, depois, embutido por uma prensa de modo a obter-se uma calota 2 em forma de frigideira 2 (fundo plano com aba, tal como ilustrado nas figuras 1 e 2).

Todo o revestimento 3 assim formado conserva todas as características de um revestimento PTFE uniforme: antiaderência, resistência química, resistência às chamas, resistência à corrosão dos detergentes utilizados para lavar a louça. A configuração do revestimento 3 assim obtido corresponde à da figura 6. EXEMPLO 6

Utensílio de cozinha em vidro com vim revestimento exterior em sol-gel no qual é impressa, no fundo, uma decoração hiperrealista.

Parte-se desde uma calota 2 circular em vidro tendo a forma de um tabuleiro de ir ao forno, que é desengordurada por via alcalina.

Aplica-se, na superfície exterior do substrato, a composição SG1 de sol-gel. Em seguida, seca-se a 100 °C de modo a garantir a obtenção de uma pelicula não totalmente reticulada.

Em seguida, imprime-se, a jato de tinta, utilizando o dispositivo ilustrado na figura 8, uma decoração 31 hiperrealista no fundo 24 da calota 2 revestida com a composição 3 de sol-gel seca. A impressora com a marca KERAJET® permite reproduzir a decoração de forma hiperrealista utilizando seis cores a partir de seis tintas de cores diferentes para revestimentos termoestáveis cerâmicos, tais como os descritos acima, de preferência, com uma marca homogénea. A calota 2 assim revestida com o revestimento 3 sol-gel e dotada com a decoração 31 hiperrealista é, em seguida, submetida a um tratamento térmico de cura a uma temperatura de 420 °C durante 120 minutos, após o que se obtém um revestimento com uma reprodução muito fiel da decoração seleccionada em toda a parte plana do artigo (fundo), esbatendo-se esta decoração na aba.

Todo o revestimento 3 assim formado conserva todas as caracteristicas de um revestimento sol-gel uniforme: brilho, dureza, resistência ao impacto, resistência às chamas, resistência à corrosão dos detergentes utilizados para lavar a louça. A configuração do revestimento 3 assim obtido corresponde à da figura 5. EXEMPLO 7

Aplica-se, na superfície exterior, a composição SG1.

Depois da aplicação da composição SG1, seca-se a 100 °C de modo a garantir a obtenção de uma pelicula não totalmente reticulada. Um dispositivo de arrefecimento permite colocar o disco sob a cabeça de impressão a uma temperatura inferior a 40 °C para evitar a secagem da tinta nos bicos.

Em seguida, imprime-se, a jato de tinta, utilizando o dispositivo ilustrado na figura 8, uma decoração 31 hiperrealista no fundo 24 da calota 2 revestida com a composição 3 de sol-gel seca. A impressora com a marca KERAJET® permite reproduzir a decoração de forma hiperrealista utilizando seis cores a partir de 4 tintas aquosas pigmentadas escolhidas de entre as tintas descritas anteriormente. A calota 2 assim revestida com o revestimento 3 sol-gel e dotada com a decoração 31 hiperrealista é, em seguida, submetida a um tratamento térmico de cura a uma temperatura de 300 °C durante 15 minutos, após o que se obtém um revestimento com uma reprodução muito fiel da decoração seleccionada em toda a parte plana do artigo (fundo), esbatendo-se esta decoração na aba.

Todo o revestimento 3 assim formado conserva todas as caracteristicas de um revestimento sol-gel uniforme: brilho, dureza, resistência ao impacto, resistência às chamas, resistência à corrosão dos detergentes utilizados para lavar a louça. A configuração do revestimento 3 assim obtido corresponde à da figura 5. EXEMPLO COMPARATIVO 8

Utensílio de cozinha em alumínio com vim revestimento exterior de esmalte no qual é impressa, no fundo, uma decoração hiperrealista. A partir de um disco de aluminio, uma prensa permite obter uma calota 2 em forma de frigideira (fundo plano com aba, tal como ilustrado nas figuras 1 e 2).

Esta calota 2 é, previamente, desengordurada por via alcalina.

Aplica-se, à superfície exterior, por pulverização, uma suspensão BI. Este revestimento de esmalte vai ao forno durante 15 minutos a 560 °C para se obter um revestimento de esmalte.

Após arrefecimento, aplica-se uma subcamada orgânica acrilica com uma composição semelhante à do pedido coreano KR2007/0117247 e realiza-se a decoração por meio de uma tinta reativa que é protegida por uma camada de acabamento.

Após a cura a 250 °C, obtém-se uma decoração hiperrealista que não adere de modo nenhum ao esmalte.

Após três passagens numa máquina de lavar louça, a decoração desapareceu inteiramente. EXEMPLO COMPARATIVO 9

Aplica-se, à superfície exterior, por pulverização, uma subcamada orgânica acrílica, tal como descrito na patente coreana KR 2007/0117247 e executa-se a decoração por meio de uma tinta reativa que é protegida por uma suspensão B2. Este revestimento de esmalte vai ao forno durante 15 minutos a 560 °C para se obter um revestimento de esmalte. Após arrefecimento, constata-se que toda a decoração desapareceu por combustão e que o esmalte apresenta uma coloração escura inestética. EXEMPLO COMPARATIVO 10

Utensílio de cozinha em alumínio com vim revestimento exterior em PTFE no qual é impressa, no fundo, uma decoração hiperrealista.

Um disco de alumínio é pré-tratado quimicamente ou mecanicamente, de modo a obter-se uma rugosidade de superfície para permitir uma boa aderência.

Aplica-se, por serigrafia, a pasta de serigrafia branca PS1 na totalidade de uma das superfícies para obter uma camada de revestimento 3 PTFE branco não curada. Um passo de secagem a 200 °C permite obter a subcamada 3.

Deposita-se, sobre essa subcamada, uma camada orgânica transparente recetora da tinta, tal como descrito na patente coreana KR 2007/0117247, com a intervenção de um diluente e de um agente de endurecimento de natureza orgânica para permitir uma boa aderência da tinta proj etada.

Depois da impressão a jato de tinta das ilustrações sobre a camada recetora, uma camada de revestimento de proteção PS2 é aplicada sobre as ilustrações impressas. 0 disco é, de seguida, submetido a uma cura a uma temperatura inferior a 300° C e, em seguida, embutido de modo a obter-se uma calota 2 em forma de frigideira (fundo plano com aba, tal como ilustrado nas figuras 1 e 2).

Em seguida, obtém-se um utensílio de cozinha cujo revestimento PTFE não tem as caracteristicas de um revestimento PTFE uniforme: fraca coesão da pelicula, nenhuma antiaderência ou resistência química. A temperatura de cura inferior a 300 °C não é suficiente para uma boa sinterização das partículas de PTFE. EXEMPLO COMPARATIVO 11

Utensílio de cozinha em alumínio com vim revestimento externo de PTFE sobre a qual é impressa, no fundo, uma decoração hiperrealista.

Depois da impressão a jato de tinta das ilustrações sobre a camada recetora, uma camada de revestimento de proteção PS2 é aplicada sobre as ilustrações impressas. O disco é, de seguida, submetido a uma cura a uma temperatura de 420 °C durante 10 minutos e, em seguida, embutido de modo a obter-se uma calota 2 em forma de frigideira (fundo plano com aba, tal como ilustrado nas figuras 1 e 2).

Após arrefecimento, constata-se que o revestimento PTFE apresenta uma coloração escura inestética: a camada orgânica recetora foi totalmente degradada pela combustão e os compostos de degradação ocultam a decoração.

Claims

REIVINDICAÇÕES

1. Artigo (1) de aquecimento compreendendo um substrato (2) em alumínio, em liga de alumínio ou em alumínio fundido tendo duas superfícies (21, 22) opostas, em que, pelo menos, uma (21) das quais é opaca, e um revestimento (3) termoestável disposto sobre a referida superfície (21) opaca, caracterizado por o referido revestimento (3) termoestável compreender - uma decoração (31) com, pelo menos, duas cores em tons contínuos e sendo proporcionada sob a forma de uma camada contínua ou descontínua, - uma subcamada (4) opaca em esmalte revestindo uma das superfícies (21) do referido substrato (2), e/ou - uma camada (32) de acabamento em esmalte contínua e transparente disposta sobre a decoração (31) ou disposta entre o substrato (2) ou a subcamada (4), se necessário, e a decoração (31), e por o referido artigo (1) ter sido submetido a uma cura a uma temperatura superior a 300 °C.
2. Artigo (1) de aquecimento, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por decoração (31) estar isenta de ligantes.
3. Artigo (1) de aquecimento, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a decoração (31) compreender, pelo menos, um ligante termoestável compatível com o substrato e / ou, quando apropriado, com a subcamada (4) e/ou a camada (32) de acabamento.
4. Artigo (1) de aquecimento, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado por o ligante termoestável da decoração (31) ser selecionado de entre os esmaltes e os polímeros inorgânicos ou hibridos orgânicos-inorgânicos sintetizados por meio de um processo sol-gel.
5. Artigo (1) de aquecimento, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado por a decoração (31) compreender, pelo menos, dois compostos corantes diferentes selecionados de entre os pigmentos termoestáveis, sais metálicos, pigmentos semicondutores termocromáticos e suas misturas.
6. Artigo (1) de aquecimento, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado por a decoração (31) ter, pelo menos, quatro cores e, de preferência, seis cores.
7. Artigo (1) de aquecimento, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado por constituir um utensílio (1) de cozinha, em que uma das superficies opostas é uma superfície (21) interior concebida para ser disposta no lado em que se podem introduzir alimentos no referido utensílio (1) e uma segunda das referidas superficies opostas é uma superfície (22) exterior concebida para ser disposta virada para uma fonte de calor.
8. Artigo (1) de aquecimento, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado por a decoração (31) se apresentar sob a forma de uma camada continua ou descontinua disposta sobre a superfície (22) exterior do artigo (1).
9. Método de fabrico de um artigo (1) de aquecimento compreendendo os seguintes passos: a) proporcionar um substrato (2) compreendendo duas superficies (21, 22) opostas, em que, pelo menos, uma (21) das quais é opaca; e, depois b) realizar um revestimento (3) termoestável na referida superfície (21) opaca, que compreende os seguintes passos: - bl) um passo de aplicação na referida superfície (21) opaca de uma composição (31) decorativa, de modo a formar uma camada (31) decorativa húmida cobrindo, pelo menos parcialmente, a referida superfície (21) opaca; e, depois - b2) um tratamento térmico de solidificação da referida camada decorativa húmida, de modo a formar uma decoração (31) apresentando-se sob a forma de uma camada continua ou descontínua cobrindo, pelo menos parcialmente, a referida superfície (21) opaca; sendo o referido método caracterizado por a composição da camada (31) decorativa compreender, pelo menos, dois compostos corantes diferentes e ser aplicada por impressão a jato de tinta e por se revestir, pelo menos parcialmente, uma das superfícies (21) do substrato com uma subcamada (4) contínua opaca em esmalte e/ou, antes do tratamento térmico b2) de solidificação, se aplicar uma composição de acabamento contínua e transparente consistindo numa suspensão de frita de esmalte sobre a camada (31) decorativa húmida obtida após o passo bl) ou entre o substrato (2) ou a subcamada (4), se necessário, e a camada (31) decorativa, sendo o tratamento térmico de solidificação da camada decorativa húmida realizado a uma temperatura superior a 300 °C.
10. Método, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por a composição decorativa estar isenta de ligantes.
11. Método, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado por a composição decorativa compreender, pelo menos, um ligante termoestável selecionado de entre os esmaltes e os polímeros inorgânicos ou híbridos orgânicos-inorgânicos sintetizados por meio de um processo sol-gel.
12. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações 9 a 11, caracterizado por a decoração (31) compreender, pelo menos, dois compostos corantes diferentes selecionados de entre os pigmentos termoestáveis, sais metálicos, pigmentos semicondutores termocromáticos e suas misturas.
13. Método, de acordo com a reivindicação 12, caracterizado por a decoração (31) ter, pelo menos, quatro cores e, de preferência, seis cores.