PT1652535E - Formulações mucoadesivas semi-sólidas - Google Patents

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PT1652535E
PT1652535E PT04742064T PT04742064T PT1652535E PT 1652535 E PT1652535 E PT 1652535E PT 04742064 T PT04742064 T PT 04742064T PT 04742064 T PT04742064 T PT 04742064T PT 1652535 E PT1652535 E PT 1652535E
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estriol
agent
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PT04742064T
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Alvaro Acebron Fernandez
Ana Campuzano Garcia
Rosa Maria Hernandez Martin
Manuela Igartua Olaechea
Jose Luis Pedraz Munoz
Alicia Rodriguez Gascon
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Italfarmaco Sa
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Description

ΕΡ1652535Β1
DESCRIÇÃO
FORMULAÇÕES MUCOADESIVAS SEMI-SÓLIDAS
Esta invenção refere-se a formulações mucoadesivas semi-sólidas para aplicação vaginal, que incluem pelo menos dois polímeros bioadesivos gelificantes e estriol. Também se refere a processos para as preparar e às suas utilizações na prevenção ou tratamento da atrofia urogenital devido a défice de estrogénio.
ESTADO DA TÉCNICA 0 termo bioadesão é usado para definir a capacidade de um material natural ou sintético aderir a membranas biológicas, resultando num contacto íntimo do material com o tecido por um período de tempo mais ou menos prolongado. A mucoadesão refere-se a um caso especial de bioadesão, em que o tecido é uma membrana mucosa.
Estes conceitos receberam uma quantidade significativa de atenção devido à sua potencial aplicação na administração de fármacos. Embora haja um debate relativamente ao mecanismo de bioadesão, a maioria dos investigadores concordam que este fenómeno é de interesse, uma vez que aumenta o tempo de permanência de uma forma farmacêutica no local de absorção, o que pode resultar num aumento da biodisponibilidade do fármaco.
Uma formulação bioadesiva de libertação controlada pode melhorar a eficácia e/ou a segurança do tratamento, permitindo manter as concentrações entre os níveis eficazes e tóxicos, estando localizadas num tecido específico, 1 ΕΡ1652535Β1 aumentando a intimidade e duração do contacto entre o complexo polímero-fármaco e a superfície do tecido.
Além disso, quando um composto bioadesivo é administrado topicamente (por exemplo vaginalmente), não sofre metabolismo de primeira passagem através do fígado.
Produtos farmacêuticos bioadesivos podem ser apresentados em diferentes formulações (partículas, suspensões, comprimidos, supositórios, geles, etc.) e podem ser administrados por diferentes vias (ocular, nasal, vaginal, gastrointestinal, rectal, dérmica, etc.). A administração de fármacos por via vaginal pode ser uma alternativa preferencial em certos casos, embora para que o tratamento seja bem sucedido, se torne necessário ultrapassar algumas dificuldades.
As formulações a serem usadas por esta via devem ser cuidadosamente concebidas de forma a não provocarem efeitos secundários no doente, que irão levar a que o tratamento não seja concluído. Verificou-se que comprimidos e supositórios podem provocar desconforto (irritação), óvulos e cremes podem causar corrimento vaginal excessivo.
Além disso, é preferível que as composições tenham boas propriedades bioadesivas visto que, devido às características anatómicas e fisiológicas da vagina, é muito difícil conseguir que permaneçam aderidas às suas paredes e possam libertar o fármaco por um período de tempo prolongado. A patente ES173203 divulga uma formulação de um polímero bioadesivo, que compreende um agente anti-STD (por exemplo 2 ΕΡ1652535Β1 nonoxinol 9 ou antimetabolitos tal como AZT) e pelo menos um polímero ácido policarboxílico reticulado. Também é divulgada uma composição que compreende nonoxinol 9, policarbofil e carbopol 934P. A patente WO03037382 divulga uma formulação de libertação prolongada que compreende uma fonte de peróxido e uma mistura de bioadesivos compreendendo um polímero policarboxílico reticulado, que incha com água, insolúvel em água, (por exemplo policarbofil) e, preferencialmente, um carbómero. A patente WO0128515 divulga uma composição farmacêutica para o tratamento da ulceração e/ou erosões da mucosa epitelial que compreende uma substância bioadesiva, uma substância biologicamente activa com actividade inibitória MMP e, opcionalmente, um veículo fisiologicamente aceitável. Como substância bioadesiva é mencionado que pode ser pelo menos um dos seleccionados entre carbómero ou policarbofil. A patente WO9507699 divulga uma formulação que compreende progesterona e um polímero ácido policarboxílico reticulado (por exemplo policarbofil). 0 exemplo divulga uma composição que compreende glicerina, óleo mineral, óleo de palma hidrogenado, glicérido, ácido sórbico, metilparabeno, progesterona, água, policarbofil e carbopol 934P. A patente EP1325752 divulga uma composição potenciadora da permeabilidade da pele que compreende um álcool gordo saturado ou ácido gordo e um éter monoalquil de dietilenoglicol num veículo integrado por um C1-C4 alcanol, um poliálcool e água purificada. 3 ΕΡ1652535Β1 A patente WO9629056 divulga composições que compreendem clotrimazol e um carbómero.
Pinkerton, J. V.; Santen, R. Endocrine Reviews 20(3): 308-320 ensina que aplicações vaginais com doses baixas de estradiol ou estrona podem ser eficazes no tratamento de atrofia urogenital, mantendo níveis sistémicos baixos.
Os documentos EP 0431719, EP 0500807, EP 0719146, WO 96/10989, WO 99/13862 e WO 01/24788 divulgam formulações bioadesivas com um polímero ácido carboxílico reticulado (policarbofil) e um polímero gelificante (preferivelmente carbopol 934P) que pode conter diferentes ingredientes activos.
Os documentos FR 2609391 e GB 2199495 divulgam supositórios bioadesivos para aplicação vaginal formados por, pelo menos, um polímero hidrofílico (NaCMC, HPMC ou carbopol) e um fármaco (antifúngicos do tipo nistatina ou imidazol). O documento WO 85/02092 divulga composições bioadesivas para aplicação na pele ou em membranas mucosas, que incluem um polímero carboxi-funcional reticulado (policarbofil) e um agente terapêutico. O documento US 5942243 divulga uma composição mucoadesiva sob a forma de hidrogel que compreende um ou mais fármacos (clotrimazol, nonoxinol 9, progesterona, etc.) e um copolímero termoplásticos. 0 documento EP 0818194 divulga composições biomembrana-adesivas hidratantes que preferencialmente compreendem um polímero reticulado com grupos carboxílicos (stablese, 4 ΕΡ1652535Β1 carbopol 934P), um polímero hidrossolúvel (gantrez, NaCMC) e um composto polihidroxilado (glicerina, glicol de propileno). Também podem opcionalmente conter fármacos (agentes antifúngicos, agentes antibacterianos, antivirais, espermicidas, etc.)· 0 documento WO 97/15314 divulga uma composição farmacêutica vaginal sob a forma de gel gue contém uma fonte de peróxido (peróxido de hidrogénio) , um sistema tampão (ácido cítrico/citrato), um polímero bioadesivo hidrossolúvel (carbopol 974P) e, opcionalmente, um agente terapêutico adicional (nonoxinol-9, etc.)· 0 documento WO 98/20872 divulga formulações tópicas que compreendem um lípido microbicida (monocarpin) num agente formador de hidrogel (carbopol, povidona, NaCMC, etc.)· O documento WO 98/05303 divulga complexos mucoadesivos de policarbofil e antifúngicos ou antiprotozoários (do tipo imidazol ou triazol) úteis no tratamento tópico de doenças de membranas mucosas, e formulações de gel que os contêm. O documento WO 00/47144 divulga uma composição bioadesiva vaginal baseada numa fórmula sinérgica de carragenina, agarose, polímeros ácido acrílicos (pemulen) ou policarbofil e agente terapêutico. O documento WO 00/50078 divulga micro-esferas para aplicação em membranas mucosas que compreendem pelo menos um antigénio e um bioadesivo (HPMC, carbopol, policarbofil).
Em resumo, muitas formulações farmacêuticas bioadesivas têm sido estudadas nos últimos anos, nem sempre com sucesso. 5 ΕΡ1652535Β1
Existe, por isso, necessidade de novas composições com propriedades bioadesivas e organolépticas optimizadas, em particular para aplicação vaginal. A vagina é um tubo oco fibromuscular formado por três camadas de tecidos: mucosa, muscular e adventícia. A mucosa vaginal é formada por epitélio escamoso estratificado não-queratinizado, sem glândulas. 0 epitélio vaginal é sensível a hormonas e apresenta alterações cíclicas e dependentes da idade, tanto morfológicas como funcionais. Uma atrofia física ocorre até à puberdade. Durante a puberdade, devido à acção das hormonas dos ovários, o epitélio aumenta a sua espessura e resistência, começando a ser mais ou menos atrófico quando se inicia a menopausa. A mucosa vaginal continua em direcção ao exterior, nos genitais externos, formando a mucosa vulvar, composta por um epitélio semelhante ao do epitélio vaginal. A vagina é colonizada por uma flora bacteriana mista em que domina o lactobacilos. Até à menopausa o pH normal situa-se entre 3,5 e 4,5. Nas mulheres pós-menopáusicas, o pH vaginal torna-se relativamente alto e perde as colónias de lactobacilos. A funcionalidade fisiológica da área vulvovaginal poderá facilitar, em certas circunstâncias, que ocorram patologias inflamatórias ou infecciosas. 6 ΕΡ1652535Β1
Condições inflamatórias que afectam a mucosa vaginal, e podem também afectar a vulva, são denominadas vulvovaginite. Podem ser secundárias a múltiplas causas incluindo infecções, irritação, alergia ou doenças sistémicas.
Normalmente é recorrido para alivio sintomático do prurido vaginal extremo, especialmente em vulvovaginite pediátrica, à administração tópica de adrenocorticóides (na pele ou nas membranas mucosas externas).
Infecções vulvovaginais requerem tratamento com diferentes fármacos por via oral ou intravaginal, por exemplo anti-sépticos, antibióticos, antimicóticos ou antivirais, dependendo da sua etiologia. A vulvovaginite atrófica é normalmente tratada com geles hidratantes tópicos (vaginais) , sem principio activo ou com estrogénios, dependendo da sua causa.
Existem também outras indicações para tratamento por via vaginal para resolver, tanto problemas locais como doenças sistémicas. A dificuldade ou impossibilidade de engravidar ou em manter uma gravidez pode requerer estimulação/suporte da fase luteínica em mulheres em idade fértil.
Da mesma forma, em abortos espontâneos repetidos ou ameaças de aborto espontâneo, é utilizado a administração empírica de progesterona natural por via vaginal. A administração de hormonas é tipicamente utilizada em programas de reprodução assistida (por técnicas diferentes), 7 ΕΡ1652535Β1 preferivelmente progesterona natural, tanto por via oral como por via vaginal. 0 estriol também é administrado por via vaginal nalguns destes programas.
Para indução do trabalho de parto ou para finalização da gestação, são administradas prostaglandinas ou os seus análogos, com vista à maturação e dilatação do cérvix uterino e estimulação uterina.
Em patologias cicatriciais, por exemplo após uma episiotomia pós parto ou após conização do cérvix, os fármacos que favorecem a cura são usualmente administrados topicamente.
Além disso, em face da necessidade de métodos contraceptivos, foi proposta a administração de gestagénios e estrogénios por via vaginal.
RESUMO DA INVENÇÃO
Verifica-se, assim, a necessidade de composições farmacêuticas mucoadesivas vaginais facilmente aplicáveis, com elevada capacidade de bioadesão, que não sejam irritáveis ou desconfortáveis para o doente e que permitam a libertação de princípios activos de acordo com os objectivos preventivos e/ou terapêuticos pretendidos.
Os inventores da presente invenção descobriram que a combinação de pelo menos um primeiro polímero bioadesivo gelificante de ácido poliacrílico reticulado com glicol divinil e pelo menos um segundo polímero bioadesivo gelificante derivado de ácido acrílico reticulado com sacarose alilo ou pentaeritritol alilo permite obter 8 ΕΡ1652535Β1 formulações semi-sólidas com boa capacidade bioadesiva. Por outras palavras, permite um contacto directo prolongado de um princípio activo farmacológico com biomembranas, assegurando uma optimização da acção nas mesma sem produzir grande desconforto para o doente.
Esta combinação de polímeros também significa que as formulações resultantes são hidratantes e têm propriedades organolépticas agradáveis que, juntamente com a sua elevada bioadesão, contribuem para melhorar a adesão ao tratamento preventivo ou terapêutico.
Por consequência, um primeiro aspecto da presente invenção está relacionado com formulações mucoadesivas semi-sóidas que compreendem pelo menos: - um primeiro polímero bioadesivo gelificante do tipo ácido poliacrílico reticulado com glicol divinil numa quantidade entre 0,1% e 5% do peso da formulação, - um segundo polímero bioadesivo gelificante derivado de ácido acrílico reticulado com sacarose alilo ou pentaeritritol alilo, numa quantidade entre 0,1% e 5% do peso da formulação, - um agente hidratante/humidificador numa quantidade entre 0% e 20% do peso da formulação, - um componente gordo lipofílico, numa quantidade entre 0% e 50% do peso da formulação, - um agente solubilizante/emulsionante numa quantidade 9 ΕΡ1652535Β1 entre 0% e 70% do peso da formulação, - agente neutralizante numa quantidade suficiente de forma a posicionar o pH da formulação entre 2 e 6, - estriol numa quantidade entre 0,001% e 0,05% do peso da formulação, - água, em quantidade suficiente para completar a formulação.
Adicionalmente, a combinação dos polímeros da presente invenção significa que os geles mucoadesivos resultantes apresentam grande versatilidade. Assim, podem incorporar quantidades muito diferentes de fármacos (de centenas a dezenas gramas de estriol/100 gramas de formulação) mantendo uma excelente bioadesão e alcançar eficácia profilática ou terapêutica.
Do mesmo modo, a selecção qualitativa e quantitativa dos componentes das formulações mucoadesivas da presente invenção, permite ajustar o perfil de transferência do fármaco para o objectivo profilático e/ou terapêutico pretendido em cada caso, tornando possível aumentar o período entre aplicações (para uma aplicação diária ou até mais) e/ou obter um produto seguro.
Em resumo, as formulações da presente invenção podem ser aplicadas facilmente por via vaginal, têm boas capacidades bioadesivas, não causam irritação ou desconforto ao doente, têm propriedades hidratantes e permitem a libertação controlada de estriol. 10 ΕΡ1652535Β1
Outro aspecto da presente invenção está relacionado com processos para a preparação das formulações mucoadesivas da presente invenção.
Outro aspecto da presente invenção está relacionado com o uso dos geles mucoadesivos da presente invenção na preparação de um medicamento para ser aplicado a membranas mucosas por via vaginal.
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
Figura 1 - gráfico que ilustra a bioadesão in vitro (indicada em termos de área) de cinco formulações (A, B, C, D e E) de acordo com a presente invenção.
Figura 2 - gráfico que ilustra a comparação in vitro da bioadesão de duas formulações de acordo com a presente invenção (G e H) com um produto disponível comercialmente (F).
Figura 3 - gráfico que ilustra a bioadesão in vivo de uma formulação com 0,005% estriol na mucosa vaginal de ratos ovariectomizados.
Figura 4 - gráfico que ilustra a bioadesão in vivo de uma formulação com 0,005% estriol na mucosa vaginal de ratos não-ovariectomizados.
Figura 5 - gráfico que ilustra os perfis de transferência in vitro de quatro formulações (K, L, Q, R) de acordo com a presente invenção. 11 ΕΡ1652535Β1
Figura 6 - gráfico que ilustra os perfis de transferência in vitro de seis formulações com 0,05% estriol com diferentes excipientes (J, K, Μ, N, O, P).
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO A classe preferida de polímeros bioadesivos gelificantes a ser usada nesta invenção é compreendida por polímeros de ácido acrílico reticulado com sacarose alilo ou éteres de alilo de pentaeritritol, disponível comercialmente sob o nome carbopol® (Carbomer) da empresa B.F.Goodrich Chemical Co. O Carbopol® 934P é habitualmente considerado o candidato ideal para administração vaginal. Durante o desenvolvimento das formulações da presente invenção, foi surpreendentemente descoberto que outros polímeros, por exemplo carbopol® 971P, podem ser utilizados com resultados muito bons.
Outra classe preferida de polímeros bioadesivos gelificantes a ser usada na presente invenção é compreendida por polímeros de ácido acrílico reticulados com glicol divinil, disponível comercialmente sob o nome noveon® AA-1 policarbofil USP (policarbofil AA1).
Particularmente, a combinação de carbopol® 971P NF e policarbofil AA1 confere excelentes propriedades bioadesivas às presentes formulações.
Uma forma de realização da presente invenção está relacionada com formulações mucoadesivas semi-sólidas que compreendem pelo menos: 12 ΕΡ1652535Β1 - um primeiro polimero bioadesivo gelificante do tipo ácido poliacrilico reticulado com glicol divinil, em particular policarbofil AA1, numa quantidade entre 0,1% e 5% do peso da formulação, - um segundo polimero bioadesivo gelificante derivado de ácido acrílico reticulado com sacarose alilo ou pentaeritritol alilo, em particular carbopol 971P, numa quantidade entre 0,1% e 5% do peso da formulação, - um agente hidratante/humidificador seleccionado do grupo constituído por glicerina, glicol de propileno, dipropileno glicol, polietileno glicóis (por exemplo PEG-4, PEG-6, PEG-8), poligliceróis (tal como diglicerol ou triglicerol), sorbitol, pentaeritritol, éter derivados de metil glucose, numa quantidade entre 0% e 20% do peso da formulação, - um componente gordo/lipofílico, seleccionado do grupo constituído por parafina, vaselina, óleo mineral, óleos vegetais (por exemplo de palma, de milho, de amendoim) , óleos vegetais hidrogenados, numa quantidade entre 0% e 50% do peso da formulação, - um agente solubilizante/emulsionante seleccionado do grupo constituído por ésteres de ácidos gordos de polietileno glicol (tal como labrafil M 1944), derivados polioxietilenados de óleo de rícino (tal como cremophor EL), fosfolípidos e as suas misturas (tal como lecitina de ovo, lecitina de soja, etc.), ésteres de ácidos gordos de polioxietileno sorbitano (por exemplo polisorbatos 60 e80), alquil sulfato de sódio (tal como lauril sulfato de sódio), ésteres de sorbitano, gliceril 13 ΕΡ1652535Β1 monoestearato, éteres de polioxietileno alquil, polioxietileno estearatos numa quantidade entre 0% e 70% do peso da formulação, um aqente neutralizante, seleccionado do grupo constituído por soluções aquosas de NaOH, KOH e trietanolamina, numa quantidade suficiente de forma a posicionar o pH da formulação entre 2 e 6, — estriol numa quantidade entre 0,001% e 0,05% do peso da formulação, - água, em quantidade suficiente para completar a formulação.
Numa forma de realização mais preferida utiliza-se policarbofil AA1 numa quantidade entre 0,5% e 2,5%, e ainda mais preferencialmente entre 0,75% e 1,5%, enquanto carbopol 971P é usado numa quantidade entre 0,1% e 1%, e mais preferencialmente entre 0,25% e 0,5% do peso da formulação.
Quando as formulações da presente invenção contêm um agente hidratante, este será preferencialmente numa quantidade entre 5% e 15% do peso da formulação.
Quando incluem um componente gordo e/ou solubilizante, este será preferencialmente numa quantidade entre 5% e 50% e, mais preferencialmente, entre 10% e 40% do peso da formulação.
Se for também necessário incluir um agente emulsionante, este será preferencialmente numa quantidade entre 0,1% e 15% do peso da formulação. 14 ΕΡ1652535Β1
Além dos componentes supracitados, as formulações da presente invenção pode também incluir outros aditivos farmaceuticamente aceitáveis.
Aditivos usuais incluem agentes conservantes seleccionados entre os parabenos e os seus sais (por exemplo metilparabeno, propilparabeno), ácido sórbico e os seus sais, ácido benzóico e os seus sais, etc., numa quantidade entre 0,02% e 1% do peso da formulação.
Outros aditivos que podem ser utilizados são ajustadores de pH, aromatizantes, corantes e facilitadores de penetração.
Os ajustadores de pH incluem agentes acidificantes seleccionados de soluções aquosas de HC1, ácido láctico e ácido acético.
Outra forma de realização especialmente preferida está relacionada com formulações mucoadesivas que contêm estriol numa quantidade entre 0,001 e 0,05%, preferencialmente entre 0,001 e 0,002% do peso da formulação. Estas composições são úteis no tratamento ou prevenção de atrofia urogenital devida a défice de estrogénio.
As composições mucoadesivas da invenção podem ser aplicadas numa quantidade suficiente de forma a formar uma camada sobre toda a superfície vaginal, habitualmente entre 1 e 5 gramas, o que permite obter um regime de dosagem relativamente eficaz e seguro.
Os dispositivos que podem ser usados com este propósito são quaisquer uns conhecidos do conhecimento actual, por exemplo um aplicador com êmbolo. 15 ΕΡ1652535Β1
Um dos processos que pode ser utilizado para preparar as formulações mucoadesivas da presente invenção compreende os passos: 1 - dissolver os conservantes em água destilada, adicionando, se necessário, um agente acidificante até se obter um pH adequado para que os polímeros não gelifiquem no próximo passo (aproximadamente entre 2,5 e 3,5) , 2 - adicionar os polímeros gelificantes à solução do passo anterior, agitar vigorosamente até atingir uma dispersão perfeita, 3 - adicionar o agente neutralizante à mistura do passo anterior, agitar até obter o pH adequado para a gelificação dos polímeros e para aplicação vaginal (aproximadamente entre 4 e 5) , 4 - incorporar os outros componentes da formulação ao gel resultante do passo anterior.
Em alternativa, e particularmente no caso de agentes activos hidrossolúveis, os outros componentes podem ser incorporados antes de se formar o gel.
Além disso, os ingredientes activos lipossolúveis podem ser dissolvidos ou dispersos no agente hidratante/humidificador antes de serem incorporados no gel.
Outro método que pode ser utilizado para obter as formulações mucoadesivas da presente invenção compreende os passos: 16 ΕΡ1652535Β1 1' - dissolver os conservantes em água destilada, adicionando um agente acidificante até se obter um pH adequado para que os polímeros não gelifiquem no próximo passo, 2' - adicionar os polímeros gelificantes à solução do passo anterior, agitar vigorosamente até atingir uma dispersão perfeita, 3' - incorporar os ingredientes activos à mistura formada pelo componente gordo/lipofílico e o agente solubilizante/emulsionante, 4' - adicionar a mistura do passo 2' à dispersão do passo 1', 5' - adicionar o agente neutralizante até se obter o pH adequado para gelificação dos polímeros e aplicação vaginal .
Sem prejuízo do que acima se referiu, qualquer outro método entre os conhecidos pelos especialistas desta área pode ser usado para preparar as formulações da presente invenção.
ENSAIOS
As propriedades das formulações da presente invenção são reveladas através dos seguintes, mas não limitativos, ensaios in vitro e in vivo: 17 ΕΡ1652535Β1 1- Ensaios de bioadesão in vitro 0 equipamento usado para medir esta propriedade é um texturómetro, tal como o texturómetro TA-XT 21 da Stable Micro Systems, U.K., e o método é o descrito por Peh, K. et al. em J. Pharm. Sei. 2, 1999 com algumas modificações descritas a seguir.
Uma membrana de couro curtida, ligeiramente humedecida com água destilada, é colocada no suporte superior móvel da unidade. A quantidade necessária de gel para formar um disco de aproximadamente 4 cm de diâmetro é depositada na plataforma inferior do texturómetro. A membrana é deslocada para baixo até entrar em contacto com o gel e é aplicada uma força predeterminada (0,1 kg durante 30 segundos). De seguida, inicia-se a separação, deslocando a membrana para cima a uma velocidade pré-determinada (1 mm/s).
Para avaliar a mucoadesão das diferentes formulações, são determinadas a força de adesão e o trabalho de adesão. A medida correspondendo à força de adesão é obtida quando o gel se separa completamente da membrana. O trabalho de adesão é calculado através da área debaixo da curva obtida quando representando a força que opõe o gel relativamente à separação em função do tempo. Foi analisado cada gel em quintuplicado.
Usando o método supracitado (a uma temperatura de 25°C) foi determinado a bioadesão das formulações A a H, definidas a seguir. 18 ΕΡ1652535Β1
Formulação A:
Clotrimazol 25% (p/p) Carbopol 971P 0,5% Policarbofil AA-1 1,5% Glicerina 10% NaOH qs pH 4,5 Água Formulação B: qs 100% Progesterona 25% (p/p) Carbopol 971P 0,5% Policarbofil AA-1 1,5% Glicol de propileno 10% Cremophor 10% NaOH qs pH 4,5 Água Formulação C: qs 100% Progesterona 25% (p/p) Carbopol 971P 0,5% Policarbofil AA-1 1,5% Glicol de propileno 10% NaOH qs pH 4,5 Água qs 100% 19 ΕΡ1652535Β1
Formulação D:
Estriol 0,05% (p/p) Carbopol 971P 0,5% Policarbofil AA-1 1,5% Glicerina 10% Cremophor 10% NaOH gs pH 4,5 Água Formulação E: qs 100% Estriol 0,05% (p/p) Carbopol 971P 0,5% Policarbofil AA-1 1,5% Glicerina 10% NaOH qs pH 4,5 Água qs 100% Formulação F: disponível comercialmente (Crinone®) Progesterona Formulação G: 8% Progesterona 8% (p/p) Carbopol 971P 0,5% Policarbofil AA-1 1,5%
Glicol de propileno 10%
NaOH qs pH 4,5 Água qs 100% 20 ΕΡ1652535Β1
Formulação Η:
Progesterona
Carbopol 971P
Policarbofil AA-1
Glicol de propileno
Cremophor
NaOH Água
Os resultados obtidos são figuras 1 e 2. 8% (p/p) 0,5% 1,5% 10% 10% gs pH 4,5 qs 100% mostrados na tabela I e nas
Tabela I
Formulação Força (g) Área média (g s) A 95.221 603,392 B 118,525 861,549 C 84.324 566,349 D 178,637 580,897 E 118.318 529,677 F 88,760 332,231 G 89,830 515,224 H 115,476 660,255 A análise destes resultados leva á conclusão de que os geles da presente invenção têm excelente capacidade bioadesiva, excedendo os valores obtidos com a formulação comercialmente disponível (formulação F).
Esta característica mantém-se, mesmo quando com elevadas quantidades de ingredientes activos (formulações A, B e C), o que se torna útil naquelas situações onde é pretendido uma aplicação diária ou aplicação única da fórmula, como no caso 21 ΕΡ1652535Β1 de tratamentos IVF com progesterona e tratamento antifúngico com clotrimazol, respectivamente. 2- Ensaios bioadesivos in vivo 0 presente estudo usou um total de 40 ratos fêmeas Wistar rats, 20 ovariectomizados e 20 não-ovariectomizados. Os 20 ratos operados foram aleatoriamente distribuídos em 4 grupos com 5 animais cada (grupo IA a 4A) . Os 2 0 ratos não operados foram distribuídos da mesma forma (grupos 1B a 4B). A formulação do exemplo 5 foi administrada topicamente, usando uma cânula por via vaginal, com um volume de 150 μΐ; aos 40 ratos dos 8 grupos. Os animais podem ser mantidos por um tempo ligeiramente suspendidos pelas suas caudas, para prevenir que o gel saía para fora.
Uma hora após a administração, foi realizado um esfregaço vaginal em cada rato dos grupos IA e 1B. O mesmo foi realizado após 2 horas em cada rato dos grupos 2A e 2B, após 4 horas nos ratos dos grupos 3A e 3B, e após 6 horas nos animais dos grupos 4A e 4B.
Foi permitida a eliminação natural do gel remanescente na mucosa vaginal dos 40 ratos e uma semana mais tarde, foi- lhes administrado um volume de 150 μ]0 da formulação em estudo. 8 horas após a administração, foi realizado um esfregaço vaginal em cada rato dos grupos IA e 1B. 10 horas após a administração, foi realizado o esfregaço em cada rato dos grupos 2A e 2B, após 11 horas para os ratos dos grupos 3A e 3B, e após 12 horas para os animais dos grupos 4A e 4B. 22 ΕΡ1652535Β1
Mais uma vez, foi permitida a eliminação natural do gel remanescente na mucosa vaginal de todos os ratos e foi repetido o processo do parágrafo anterior, neste caso realizando o esfregaço após 15, 18, 21 e 24 horas para os grupos 1, 2, 3 e 4, respectivamente.
Resultou assim o seguinte esguema de trabalho:
Grupo IA: ratos ovariectomizados, esfregaço realizado após 1, 8 e 15 horas,
Grupo 2A: ratos ovariectomizados, esfregaço realizado após 2, 10 e 18 horas,
Grupo 3A: ratos ovariectomizados, esfregaço realizado após 4, 11 e 21 horas,
Grupo 4A: ratos ovariectomizados, esfregaço realizado após 6, 12 e 24 horas,
Grupo 1B: ratos nao-ovariectomizados, esfregaço realizado após 1, 8 e 15 horas,
Grupo 2B: ratos realizado após 2, 10 não-ovariectomizados, e 18 horas, esfregaço
Grupo 3B: ratos realizado após 4, 11 não-ovariectomizados, e 21 horas, esfregaço
Grupo 4B: ratos realizado após 6, 12 e não-ovariectomizados, 24 horas. esfregaço 23 ΕΡ1652535Β1
Os esfregaços foram corados com Azul de Alcian e a mucoadesão foi avaliada de acordo com o método proposto por Kockisch et. al no Journal of Controlled Release 77, 1-6 (2001) .
Os resultados são mostrados nas figuras 3 e 4. A análise dos resultados leva à conclusão de que a elevada capacidade bioadesiva mostrada nos ensaios in vitro também é manifestada in vivo·, ainda havia gel aderido às membranas mucosas 24 horas após a sua administração em ratos ovariectomizados e após 12 horas nos ratos não operados. 3- Ensaios in vitro de libertação de formulações de estriol 0 equipamento utilizado para determinar os perfis de libertação é um micro dialyizer, tal com o Quix Sep® da Membrane Filtration Products, Inc. USA, e o método é semelhante ao descrito por Senel, S. et al. em Proceed. Int. Symp. Control. Rei. Bioact. Mater., 1998 ou Chang, J.Y. et al. em Int.J.Pharm., 2002 com algumas modificações descritas a seguir. É depositado aproximadamente 1 g de gel no dispositivo micro dialyizer e é coberto com uma membrana Cellu Sep® T2, de 6.000-8.000 Da, tamanho molecular limite. O sistema é introduzido num recipiente com 25-50 ml de solução tampão e é mantido com agitação magnética média. É retirado 1 ml do meio de solução em momentos pré-estabelecidos, e é substituído por solução nova. 24 ΕΡ1652535Β1
As amostras obtidas são quantificadas por espectrofluorimetro (%excitação = 280 nm, %emissão = 312 nm). É preparada uma linha de calibração com valores de fluorescência para soluções padrão (0,05-10 μς/ιπΐ) e é usada para obter a concentração de estriol das diferentes amostras.
Os perfis de libertação das formulações J a R, definidas zando o método supracitado. a seguir, sao determinados utild
Formulação J: 0,05% (p/p) 0,5% 1,0% 10% qs pH 4,5 qs 100 0,05% (p/p) 0,5% 1,5% 10% qs pH 4,5 qs 100 K, mas também contém 10%
Estriol
Carbopol 971P
Policarbofil AA-1
Glicol de propileno
NaOH Água
Formulação K:
Estriol
Carbopol 971P
Policarbofil AA-1
Glicerina
NaOH Água
Formulação L: A mesma que a formulação cremophor. 25 ΕΡ1652535Β1
Formulação Μ: A mesma que a formulação K, mas também contém 5% parafina.
Formulação N: A mesma que a formulação K, mas com 10% glicol de propileno em vez de 10% glicerina.
Formulação O: A mesma que a formulação labrafil. Formulação P: A mesma que a formulação vaselina. Formulação Q: Estriol Carbopol 971P Policarbofil AA-1 Glicerina NaOH Água Formulação R: A mesma que a formulação cremophor. K, mas também contém 5% K, mas também contém 5% 0,005% (p/p) 0,5%1,0% 10% qs pH 4,5 qs 10 0 Q, mas também contém 10% 26 ΕΡ1652535Β1
Os resultados obtidos são mostrados nas figuras 5 e 6. A sua análise leva à conclusão de que a selecção qualitativa e quantitativa dos polímeros e outros excipientes permite-nos obter diferentes perfis de libertação do ingrediente activo, de acordo com os objectivos pretendidos em cada caso.
Esta característica é particularmente importante nos geles que contêm fármacos com efeitos secundários dependentes da dose, tal como no caso dos estrogénios. 4- Testes in vivo de libertação e eficácia das formulações de estriol 0 presente estudo utilizou um total de 32 fêmeas de ratos Wistar Han ovariectomizados, que foram aleatoriamente distribuídos em 4 grupos com 8 animais cada (2 animais/jaula):
Grupo 1: tratados com a formulação T (0,125 mg estriol)
Grupo 2: tratados com a formulação E (0,125 mg estriol)
Grupo 3: tratados com a formulação Q (0,0125 mg estriol)
Grupo 4: tratados com a formulação S (0,005 mg estriol)
Formulação E: detalhada anteriormente.
Formulação Q: detalhada anteriormente. 27 ΕΡ1652535Β1
Formulação S: o mesmo que as formulações E e Q mas contendo 0,002% de estriol em vez de 0,05% e 0,005% de estriol, respectivamente.
Formulação T: comercialmente disponível (Ovestinon®) contendo 0,1% de estriol.
As formulações farmacêuticas foram administradas topicamente, por uma cânula por via vaginal, com um volume de 125 μύ para a primeira formulação e 250 μΐ, para as três restantes formulações. 15 dias após a ovariectomia, foi realizado um esfregaço vaginal diário em cada rato até se verificar o estado menopáusico em todos os ratos, determinando a ausência de células cornifiçadas.
No mesmo dia em que não foram detectadas nenhumas células cornifiçadas, foi colhida uma amostra de 0,1 mL de sangue de cada rato para determinar os níveis basais de estriol através de ensaios imuno-enzimáticos (EIA) (kit comercial da Oxford Biomedical).
No dia seguinte foram administradas as 4 formulações aos 4 grupos experimentais e foram colhidas amostras de 0,25 mL de sangue após 30 minutos e após 1, 2, 4, 6, 8, 24 e 48 horas. O primeiro esfregaço vaginal foi realizado coincidindo com a última colheita (48 h) . Continuaram a ser realizados esfregaços vaginais diariamente até ao aparecimento de células cornifiçadas e depois cessou-se de realizá-los. 28 ΕΡ1652535Β1
Determinação dos níveis plasmáticos de estriol
As amostras de sangue foram centrifugadas a 12000 rpm durante 2 minutos para obter o plasma, que foi congelado a -20°C. Após ter sido colhida a última amostra de sangue (48 h) , foi extraído o estriol das amostras de plasma e foi imediatamente determinado por EIA.
Os resultados obtidos são mostrados na tabela II.
Tabela II Níveis plasmáticos de estriol (ng/ml) Tempo Formulação T Formulação E Formulação Q Formulação S Basal 0,152 0, 144 0,131 0,109 30 minutos 1,405 7, 665 0,854 0,635 1 hora 1,680 5, 035 4.106 0,857 2 horas 0,684 0, 970 0,666 0,289 4 horas 0, 846 0, 648 0,283 0,264 6 horas 0, 932 1, 932 0,837 0,426 8 horas 0,304 0, 661 0,335 0,433 24 horas 0,333 0, 390 0,221 0,224 48 horas 0,250 0, 285 0,266 0,267
Determinação da actividade de estrogénio.
Foi introduzido 1 mL de solução salina estéril na vagina dos ratos, via vulva, e foi realizado cuidadosamente a extracção do exsudado. Depois o esfregaço foi alargado. Foram realizados dois esfregaços em cada rato, que depois foram fixados e corados, um utilizando o método de Diff-Quick e o outro com o método de Papanicolau. 29 ΕΡ1652535Β1 0 efeito do tratamento com cada uma das formulações foi observado de acordo com aparência do epitélio cornificado vaginal, de acordo com o teste Allen-Doisy. Este é um teste de actividade do estrogénio. 0 desaparecimento dos leucócitos e a aparência das células cornificadas no esfregaço vaginal constituem um resultado positivo.
Os resultados obtidos são mostrados na tabela III.
Tabela III Número de ratos com presença de células cornificadas Dia 0 2 3 4 5 6 Formulação T 0/8 8/8 - - - - Formulação E 0/8 8/8 8/8 - - - Formulação Q 0/8 7/8 7/8 7/8 7/8 7/8 Formulação S 0/8 7/8 8/8 — — A análise dos resultados obtidos levam à conclusão de que as formulações da presente invenção (E, Q, S) , apesar de terem concentrações entre 2 e 50 vezes menos, mostram uma eficácia terapêutica semelhante à da formulação disponível comercialmente (formulação T).
EXEMPLOS A invenção é ilustrada com os seguintes, não limitativos, exemplos: 30 ΕΡ1652535Β1 1- Processo de preparação de gel com 0,002% estriol
Num tanque de capacidade adequada, misturar 2 kg de glicerina e 0,4 g de estriol. Agitar a 300 r.p.m. até estar completamente dissolvido (aproximadamente 12 h).
Num outro tanque de capacidade adequada, dotado de um sistema de agitação do tipo turbo, carregar com 17,2 kg de água desmineralizada e adicionar lentamente, com agitação constante a 900 r.p.m., 36,63 g de metilparabeno de sódio (equivalente a 32 g de metilparabeno) e 4,49 g de propilparabeno de sódio (equivalente a 4 g de propilparabeno) . É então acidulada com HC1 37% (q.s. pH=3,0-3,5) .
Agitar a 500 r.p.m. durante 5 minutos. Adicionar lentamente, com agitação, 300 g de policarbofil e 100 g de carbopol 971P. Quando a mistura está concluída, manter a agitação a 900 r.p.m. durante 30 minutos, até se atingir uma mistura perfeita. O tanque é coberto e a fase anterior é deixada a repousar durante 2 horas para atingir humidificação perfeita dos agentes gelificantes. A solução de estriol em glicerina é adicionada à dispersão obtida com os agentes gelificantes, com o agitador turbo ligado. Agitar durante 20 minutos. É adicionada lentamente uma solução de 10% hidróxido de sódio à dispersão obtida no passo anterior com agitação contínua. É mantida a agitação durante 15 minutos. 31 ΕΡ1652535Β1
Se for necessário, ajustar o pH do gel resultante com 10% NaOH ou 10% HC1 al 10% para obter um valor final de pH entre 4,5 e 5,5. O peso é ajustado com água desmineralizada e bem misturado. É retirado o ar ao gel com vácuo (0,8 bar) durante 2 horas. 7- Formulação de estriol
Estriol 0,05% (p/p) Carbopol 971P 0,5% Policarbofil AA- 1 1,5% Glicerina 10% Metilparabeno 0, 15% Propilparabeno 0, 05% HC1 37% qs pH 2,5 - KOH 10% qs pH 4,5 Água qs 100% 8- Formulação de estriol Estriol 0,005% (p/p) Carbopol 971P 0,5% Policarbofil AA- 1 1,5% Glicerina 10% Metilparabeno 0,16% Propilparabeno 0,02% HC1 37% qs pH 2,5 - NaOH 10% qs pH 4,5 Água qs 100%
Lisboa, 11 de Novembro de 2010 32

Claims (15)

  1. ΕΡ1652535Β1 REIVINDICAÇÕES 1. Formulação mucoadesiva semi-sólida, caracterizada por compreender: pelo menos um primeiro polímero bioadesivo gelificante, do tipo ácido poliacrílico reticulado com glicol divinil, numa guantidade entre 0,1% e 5% do peso da formulação, - pelo menos um segundo polímero bioadesivo gelificante derivado de ácido acrílico reticulado com sacarose alilo ou pentaeritritol alilo, numa guantidade entre 0,1% e 5% do peso da formulação, - pelo menos um agente hidratante/humidificador numa quantidade entre 0% e 20% do peso da formulação, pelo menos um componente gordo/lipofílico, numa quantidade entre 0% e 50% do peso da formulação, - pelo menos um agente solubilizante/emulsionante numa quantidade entre 0% e 70% do peso da formulação, - pelo menos um agente neutralizante, numa quantidade suficiente de forma a posicionar o pH da formulação entre 2 e 6, - estriol numa quantidade entre 0,001% e 0,05% do peso da formulação, - água, em suficiente quantidade para completar a formulação. 1 ΕΡ1652535Β1
  2. 2. Formulação de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por o estriol ser numa quantidade entre 0,001% e 0,005% do peso da formulação.
  3. 3. Formulação de acordo com as reivindicações 1 ou 2, caracterizada por o estriol ser numa quantidade entre 0,001% e 0,002% do peso da formulação.
  4. 4. Formulação de acordo com qualquer das reivindicações supracitadas, caracterizada por o polímero ácido acrílico reticulado com glicol divinil ser policarbofil AA1.
  5. 5. Formulação de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, caracterizada por o polímero ácido acrílico reticulado com sacarose alilo ou pentaeritritol alilo ser um carbómero.
  6. 6. Formulação de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, em que o agente hidratante/humidificador é seleccionado do grupo constituído por glicerina, glicol de propileno, dipropileno glicol, polietileno glicóis, poligliceróis, sorbitol, pentaeritritol e éter derivados de metil glucose.
  7. 7. Formulação de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, em que o componente gordo/lipofílico é seleccionado do grupo constituído por parafina, vaselina, óleo mineral, óleos vegetais e óleos vegetais hidrogenados.
  8. 8. Formulação de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, em que o agente solubilizante/emulsionante é seleccionado do grupo constituído por ésteres de ácidos gordos de polietileno glicol, derivados polioxietilenados de 2 ΕΡ1652535Β1 óleo de rícino, fosfolípidos e as suas misturas, ácidos gordos de polioxietileno sorbitano, alquil sulfato de sódio, ésteres de sorbitano, gliceril monoestearato, éteres de polioxietileno alquil e polioxietileno estearatos.
  9. 9. Formulação de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, em que o agente neutralizante é seleccionado do grupo constituído por soluções aquosas de NaOH, KOH e trietanolamina.
  10. 10. Formulação de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizada por compreender ainda um agente conservante seleccionado entre os parabenos e os seus sais, ácido benzóico e os seus sais e ácido sórbico e os seus sais, numa quantidade entre 0,02% e 1% do peso da formulação.
  11. 11. Processos para a preparação das formulações de acordo com as reivindicações anteriores, caracterizados por compreender os passos de: 1 dissolver os conservantes em água destilada, adicionando, se necessário, um agente acidificante até se obter um pH entre 2,5 e 3,5, para que os polímeros não gelifiquem no próximo passo. 2 adicionar os polímeros gelificantes à solução do passo anterior, agitar vigorosamente até atingir uma dispersão perfeita, 3 adicionar o agente neutralizante à mistura do passo anterior, agitar até obter o pH entre 4 e 5, adequado para a gelificação dos polímeros e para aplicação vaginal, 3 ΕΡ1652535Β1 4 incorporar os outros componentes da formulação ao gel resultante do passo anterior.
  12. 12. Processo de acordo com a reivindicação 11, caracterizado por compreender ainda estriol dissolvido ou disperso no agente hidratante/humidificador antes de ser incorporado no gel.
  13. 13. Processo para a preparação das formulações de acordo com as reivindicações 1 a 10 caracterizado por compreender os passos: 1' dissolver os conservantes em água destilada, adicionando um agente acidificante até se obter um pH entre 2,5 e 3,5, para que os polímeros não gelifiquem no próximo passo, 2' adicionar os polímeros gelificantes à solução do passo anterior, agitar vigorosamente até atingir uma dispersão perfeita, 3' incorporar estriol à mistura formada pelo componente gordo e o agente solubilizante/emulsionante, 4' adicionar a mistura do passo 2' à dispersão do passo 1' , 5' adicionar o agente neutralizante até se obter o pH entre 4 e 5, adequado para gelificação dos polímeros e aplicação vaginal. 4 ΕΡ1652535Β1
  14. 14. Uso das formulações de acordo com as reivindicações 1 a 10 para a preparação de um medicamento para ser aplicado nas membranas mucosas por via vaginal.
  15. 15. Uso de acordo com a reivindicação 14 para a preparação de um medicamento para o tratamento ou prevenção de atrofia urogenital devido a défice de estrogénio. Lisboa, 11 de Novembro de 2010 5
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