PT96654A - Processo para a preparacao de analogos de esqualeno di- e tetra-fluorados com accao inibidora da esqualeno-epoxidase - Google Patents

Processo para a preparacao de analogos de esqualeno di- e tetra-fluorados com accao inibidora da esqualeno-epoxidase Download PDF

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James Ray Mccarthy
Esa Tero Jarvi
Michael Louis Edwards
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Description

MERRELL„D0^=PHARMAgEg2Jg^g=JIg^
"PROCESSO PARA A PREPARAÇÃO DE ANÃLOGOS DE ESQUALENO Dl- E TETRA-FLUORADOS COM ACgÃO INIBIDORA DA ESQUALENO-EPOXIDASE
Antecedentes da invengão A presente invenção refere-se a certos novos análogos di- e tetra-fluorados de esqualeno que são úteis como inibido-res da esqualeno-epoxidase e como agentes que reduzem o colesterol total no soro em doentes com essa necessidade. A presen te invenção também proporciona composições farmacêuticas que con têm os novos compostos, assim como um novo processo para a sua síntese. A conversão de esqualenos poliolefínicos acíclicos em lanosterol esteroidico cíclico é um passo fundamental da biogé nese de colesterol. Esta conversão ocorre em dois passos. A esqualeno-epoxidase catalisa a conversão do esqualeno em (3S)— -2,3-oxidosqualeno. Em seguida, a oxidosqualeno-ciclase conver te o (3S)-2,3-oxidosqualeno em lanosterol. 0 lanosterol é convertido através de outros passos enzimáticos subsequentes em colesterol. A inibição da esqualeno-epoxidase reduz a quantida de de oxidosqualeno disponível para a conversão em colesterol. A inibição da esqualeno-epoxidase, resulta, portanto, numa redução da quantidade de colesterol sintetizado e, finalmente , Á'
provoca uma redução da colesterolenia.
Sen e Prestwich [J. Med. Chem. 32, (1989) 2152-2158 sin tetizaram diversos análogos de esqualeno na tentativa de produzirem um inibidor eficaz da esqualeno-epoxidase.
Nos compostos sintetizados e testados relativamente à actividade de esqualeno-epoxidase incluíram-se os análogos de esqualeno 1,1-di- e 1,1,22,22-tetrabromo- e 1,1-di- e 1,1,22,22--tetracloro. Verificou-se que estes compostos, ao contrário dos análogos di- e tetrafluoro da presente invenção, não pro duzem ou produzem muito pouco efeito inibidor sobre a esqualeno-epoxidase. Surpreendentemente, os análogos di- e tetrafluo rados da presente invenção são inibidores muito eficazes da es qualeno-epoxidase. A aterosclerose cuja manifestação principal clínica é a doença isquémica cardíaca continua a ser a causa maior de morte nos países industrializados. Presentemente está, de um modo ge ral, aceite que a aterosclerose pode iniciar-se com a lesão local no endotélio arterial seguida pela proliferação de células musculares lisas arteriais da camada média para a camada íntima com a deposição de lípidos e acumulação de células espumosas na lesão. Como a placa aterosclerótica se desenvolve progressivamente obstroi mais e afecta a maioria dos vasos sanguíneos e pode, eventualmente, conduzir a isquémia ou enfarte. Portanto, é necessário a existência de métodos para a inibição da progrejs são da aterosclerose nos doentes. 3-f
Existem presentemente numerosas provas que demonstram que a hipercolesterolemia é um grande factor de risco associa do à doença cardíaca. Por exemplo, em Dezembro de 1984, o Na tional Institute of Health Consensus Development Conference Pa nel concluiu que a redução dos níveis colesterolémicos definitivamente elevados (especificamente vasos sanguíneos de coles^ terol de lipoproteínas de baixa densidade) reduzirá o risco de ataque cardíaco devido a doença cardíaca das coronárias. Deste modo, é necessário proporcionar um método para a redução da colesterolemia nos doentes com hipercolesterolemia.
Habitualmente, o colesterol é transportado no sangue dos animais de sangue quente sob a forma de certos complexos lípido--proteicos, tais como os quilomicro, lipoproteínas de muito baj. xa densidade (VLDL) lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e lipoproteínas de alta densidade (HDL). Está, de um modo geral, aceite que as LDL funcionam de forma que resultam directamente na deposição de colesterol de LDL na parede dos vasos sanguíneos e que as HDL funcionam de forma a retirarem o colesterol de HDL da parede dos vasos sanguíneos e fazerem o seu transporte para o fígado onde são metabolizados [Brown e Goldstein, Ann. Rev. Biochem., 52 (1983) 223; Miller, Ann. Rev. Med. 31 (1980) 97.
Por exemplo, em vários estudos epidemiológicos, os níveis de co lesterol de LDL correlacionam-se bem com o risco de doença cardíaca coronária, enquanto os níveis de colesterol de HDL estão inversamente relacionados com a doença cardíaca coronária [Pat ton et al. , Clin. Chem. 29 (1983) 1890] . Está geralmente acei^ te pelos especialistas desta área que a redução dos níveis de -4- f colesterol de HDL anormalmente altos é uma terapêutica eficaz, não somente para o tratamento da hipercolesterolemia mas também no tratamento de aterosclerose.
Os novos análogos di- e tetrafluorados do esqualeno da presente invenção são inibidores da esqualeno-epoxidase. Estes compostos são, portanto, utilizáveis para a redução da coleste rolemia nos doentes.
Resumo da Invenção A presente invenção proporciona novos análogos de esqua leno di- e tetrafluorados dè fórmula geral
na qual cada linha a ponteado representa uma ligação dupla even tual -5
R^ representa um grupo -CH=CF2 ou um grupo de fórmula geral -CEMIR^R^ ou R^-OH, em que R^ e R^ representam, cada um, independentemente, um gru po alquilo C^_4 e R^ representa um grupo alquile no 01-4, e cada um dos símbolos R2 representa, independentemente, um átomo de hidrogénio ou um grupo metilo. A presente invenção também proporciona novos análogos de esqualeno di- e tetrafluorados de fórmula geral
Ri (II) na qual cada linha a ponteado representa, uma ligação dupla even tual; R^ representa um grupo -CH=CF2, ou um grupo de fõrmu la geral —CH=CR2R4 ou R^-OH em que R^ e R^ repre sentam, cada um, independentemente um grupo alqui lo e R^ representa um grupo alquileno C^_4? e -6 cada um dos símbolos R2 representa, independentemente, um átomo de hidrogénio ou um grupo metilo. A presente invenção também proporciona novos análogos de esqualeno di- e tetrafluorados de fórmula geral
(III) na qual cada linha a ponteado representa uma ligação dupla eventual; R^ representa um grupo -CENCF^ ou de fórmula geral -CHNCR^R^ ou Rjj-OH, em que e representam, cada um, independentemente, um grupo alquilo C^_4 e Rç representa um grupo alquileno e cada um dos símbolos R2 representa, independentemente, um átomo de hidrogénio ou um grupo metilo. A presente invenção também proporciona um método de inò. bição da esqualeno-epoxidase num doente que necessite desse tra tamento, que consiste em administrar a esse doente uma quanti-
i .% dade inibidora eficaz da esqualeno-epoxidase de um composto de fórmula geral I, II ou III. A presente invenção também proporciona um método para a redução do colesterol plasmático num doente que necessite des^ se tratamento, que consiste em administrar a esse doente uma quantidade eficaz para a redução do colesterol de um composto de fórmula geral I, II ou III.
Finalmente, a presente invenção proporciona um novo composto intermédio químico de fórmula geral 0
P-CHF2
IV na qual ζρ representa um grupo fenilo. Este composto intermédio químico é utilizável para a síntese dos compostos de fórmula geral I, II ou III.
Descrição Pormenorizada da Presente Invenção A estrutura apresentada para os compostos de fórmula ge ral I, II ou III, representa a estrutura dos novos análogos do esqualeno di- e tetrafluorados. As linhas ponteadas represen tam nestas fórmulas, cada uma, individualmente, uma ligação du -8- s> pia eventual.
Tal como utilizado aqui, o símbolo "R^" representa um radical monovalente de fórmula -CH-CF2 ou de fórmula geral -CH^CR^R^ ou R^-OH, em que R3 e R4 representam, cada um, inde pendentemente , um grupo alquilo C1-4 e R^ representa um gru po alquileno C1_4· Especificamente incluído no âmbito da definição do símbolo estão os grupos -CH=CE2, -CH=C(CH3)2 e -ch2ch2-oh.
Os símbolos "R^" e "R^", representam, independentemente, cada um, um grupo alquilo saturado com 1 a 4 átomos de car bono, de cadeia linear ou ramificada, em que se incluem os gru pos metilo, etilo, propilo, isopropilo·, butilo, isobutilo, t-bu tilo e outros. 0 símbolo "Rj." representa um grupo alquileno saturado com 1 a 4 átomos de carbono, de cadeia linear ou ramificada , em que se incluem os grupos -CH2-, -CH2CH2-, -CH2CH2CH2-, -ch(ch3)ch2-, -ch(ch3)-, -c(ch3)2-, -ch2ch2ch2ch2-, -ch2ch(ch3)2- etc.
Os análogos di- e tetrafluorados do esqualeno de fórmula geral I podem preparar-se de acordo com o processo de síntese geral indicado no Esquema A, em que todos os símbolos, têm os significados definidos antes e o símbolo "R'^" representa um grupo -C(0)H ou um grupo de fórmula geral -CH=CR3R4 ou R^-OH. -9
ESQUEMA A
Faz-se reagir o aldeído apropriado (5) com o óxido de trifluorometil-difenil-fosfina (IV) na presença de uma base para se obter um composto de fórmula geral (I) . Embora se pos^ sa utilizar diversas bases, as bases derivadas de butil-lítio e uma amina secundária são particularmente úteis para este pro cesso. As bases preferidas são a diisopropilamideto de lltio e o bis(trimetilsilil)-amideto de lítio. Esta reacção pode -1 .-r-realizar-se inicialmente a uma temperatura compreendida entre -78°C e -20°C, aproximadamente, submetendo-se em seguida a re fluxo a cerca de 65°C. Habitualmente, esta reacção realiza--se de forma conveniente no seio de um dissolvente inerte , como, por exemplo, o tetra-hidrofurano. Geralmente, o aldeído (5) é adicionado ã mistura óxido de difluorometil-difenil-fo£3 fina óxido (IV) juntamente com a base num dissolvente inerte.
Quando se pretende um análogo difluorado equaleno de fórmula geral (I), o aldeído apropriado será um monoaldeído , como, por exemplo, (Ε,Ε,Ε,Ε)-4,8,13,17,21-pentametil-4,8,12, 16,20-docosapentaenal. Quando se prepara um análogo tetra-fluo ro-esqualeno, o adeído apropriado (5) é um dialdeído, tal como (E,E,E,E)-4,8,13,17-tetrametil-4,8,12,16-icosatetraendial.
Pode-se preparar o óxido de difluorometil-difenil-fos-fina (IV) mediante reacção do óxido de difenilfosfina com clo-rodifluorometano, na presença de uma base, designadamente uma base de butil-litio, hidreto de potássio, diisopropilamideto de lítio ou bis(trimetilsilil)-amideto de litio. Prefere-se como base nesta reacção o butil-lítio.
Também se podem preparar os análogos di- e tetrafluoro--esqualeno de fórmula geral II e III de acordo com os processos indicados no Esquema A mediante a utilização de um aldeído apro priado como composto inicial.
Os aldeídos que são utilizáveis para a síntese dos compostos de fórmulas gerais I, II e III são adquiridos facilmente ou podem preparar-se de acordo com processos e técnicas conven cionais que são bem conhecidas . Por exemplo, podem-se preparar (Ε,Ε,Ε,Ε)-4,8,13,17,21-pentametil-4,8,12,16,20-docosapenta enal e (E,E,E,E)-4,8,13,17-tetrametil-4,8,12,16-icosatetraen-dial de acordo com o processo descrito por Ceruti et al., [Eur, J. Med. Chem. 22 (1987) 199-208]. Este processo está descrito no Esquema B, em que todos os símbolos têm os significados definidos antes e R"^ representa um grupo de fórmula geral -CH^CR-jR^ ou R|--OH; R" 1 ^ representa um grupo -C (Br)-C (OH) (CH^) 2” ou um grupo de fórmula geral -CH=CR3CR4 ou -R^-OH; e R"" ^ repre senta um grupo
O
—— C—- CH(CH3)2 , -CH=CR3R4 ou um grupo de fórmula geral
-R.--0H
D
ESQUEMA B / -12-
(5) -13
No passo a, o ácido hipobromoso adiciona-se a uma ou a ambas as ligações duplas terminais do esqualeno ou de um seu análogo (7) para permitir a formação das mono- ou dibromi drinas, terminais (8). 0 esqualeno ou um seu análogo (7) é depois tratado com um reagente, como, por exemplo, N-bromossuc cinimida em solução aquosa. Quando se pretende obter um mono-aldeído, utiliza-se um equivalente de N-bromossuccinimida. Quan do se pretende obter um aldeído utilizam-se dois equivalentes de N-bromossuccinimida.
No passo b), o derivado dibromidrina (8) é convertido no correspondente mono- ou di-epõxido (9), mediante tratamento com uma base, como, por exemplo, o carbonato de potássio.
No passo c, o mono- ou di-epõxido (9) é depois conver tido no correspondente mono- ou dialdeído (5), por oxidação com ácido periódico em éter dietílico.
Mediante adição de ácido hipobromoso ao esqualeno ou ao seu análogo (7), as. ligações duplas com excepção da ligação dupla terminal podem ser atacadas pelo reagente. Quando as l_i gações duplas não terminais são submetidas a esta adição, a dess bromação e a oxidação originam a formação de um aldeído que pode ser utilizado na síntese dos compostos de fórmula geral II e III.
Alternativamente, podem preparar-se os compostos de fórmulas gerais I, II e III pelo método de Hayashi et al., Chemistry
-14-
Letters, Chemical Society of Japan, (1979) 983-986, por reac ção do aldeído apropriado in situ, com dibromodifluorometano e trifenilfosfina, na presença de pó de zinco.
Os exemplos seguintes descrevem sínteses típicas, como as referidas anteriormente. Os exemplos são entendidos a-penas como ilustrativos e não como limitativos do âmbito da presente invenção em qualquer sentido. Tal como se utilizam nos exemplos seguintes, as designações seguintes têm os signi ficados: "g" significa gramas, "mmole" significa milimole, "ml" significa mililitros, "M" significa molar, "C" significa graus "Celsius", "CCF" significa cromatografia em camada fina, "mg" significa miligramas, "THF" significa tetra-hidrofurano. EXEMPLO 1 óxido de difluorometil-difenil-fosfina
Arrefece-se uma mistura de 4,96 g (24,5 mmoles) de óxi. do de difenilfosfina em 100 ml de tetra-hidrofurano anidro com um banho de neve carbónica/isopropanol. Adiciona-se a esta mis^ tura 16,0 ml (25,6 mmoles) de n-butil-lítio em hexano 1,6 M e agita-se a mistura arrefecida durante 30 minutos.
Condensam-se 4 ml de clorodifluorometano na mistura reac cional utilizando um condensador de neve carbónica e agita-se no banho de arrefecimento durante 2 horas. Retira-se o banho de
-15- arrefecimento e agita-se a mistura reaccional durante uma noi te sob um condensador de neve carbónica, de modo a manter o refluxo de clorodifluorometano durante a reacção.
Evapora-se a totalidade de tetra-hidrofurano sob vazio e partilha-se o resíduo entre 300 ml de diclorometano e água. Seca-se a fase de diclorometano com sulfato de magnésio anidro e evapora-se sob vazio para se obterem 4,61 g (rendimento 74%) do composto em título sob a forma de um óleo, que solidificou após repouso. A recristalização com hexano/diclorometano dá agulhas com o pf. 93°-94°C. A análise por CCF (gel de sjL lica e eluição com acetato de etilo), revela a presença do com posto em título com um Rf de 0,64. RMN 1H (CDC13): S 6,357 (1H, td, J=49,l, 22,3), 7,5-7,92 (10H, m) . RMN 19F ( S deCFCl3, 000^)-132,64 (dd, J=69,7, 49,4 Hz). EXEMPLO 2 (Ε,Ε,Ε,Ε)-1,l-difluoro-5,9,14,18,22-pentametil-l,5,9,13,17,21--tricosa-hexaeno A partir de 0,98 ml de n-butil-lítio (1,32 mmole) em hexano 1,48 M, 0,20 ml de diisopropilamina e 3 ml de tetra-hl drofurano anidro, prepara-se diisopropilamideto de lítio, à temperatura de 0°ç# _16— ψ
Arrefece-se a mistura com neve carbónica/isopropanol e adiciona-se, gota agota, 300 mg (1,2 mmole) de óxido de di^ fluorometil-difenil-fosfina em 1,5 ml de tetra-hidrofurano. La va-se o recipiente com 0,5 ml de THF duas vezes adicionando a lavagem à mistura reaccional. Manteve-se a mistura reaccional sob agitação durante 15 minutos. Adiciona-se, gota a gota , (E,E,E,E)-4,8,13,17,21-pentametil-4,8,12,16,20-docosapentaenal (preparado de modo descrito por Ceruti et al., Eur. J. Med. Chem., 22 (1987) 199-208 em 1 ml de THF. Lava-se o recipiente com 0,5 ml de THF e adiciona-se este à mistura reaccional. Agd. ta-se a mistura reaccional num banho de neve carbónica/isopropanol, durante 1 hora, e deixa-se a mistura retomar a temperatura ambiente e, em seguida, submete-se a refluxo durante 2 horas.
Arrefece-se a mistura reaccional e verte-se sobre 10 ml de solução aquosa saturada de hidrogenocarbonato de sódio. Ex trai-se a mistura aquosa com 100 ml de acetato de etilo. Seca--se a fase orgânica com sulfato de magnésio anidro e concentra--se sob vazio para se obterem 483 mg de um óleo castanho. Faz--se passar o óleo através de uma coluna de gel de sílica rápida (30 mm x 14 cm) utilizando como eluente acetato de etilo a 5% em ciclo-hexano (o Rf do composto em título é 0,78) para se obterem 204 mg (rendimento de 48%) do composto em título (sob a forma de um óleo incolor). RMN 1H (300 MHz, CDC13): 6 1,42 (3H, s), 1,60 (15H, s), 1,93-2,14 (20H, m), 4,10 (1H, dtd, J=26, 7,7- 2,6 Hz, CH=CE2) , 5,08-5,18 (5H, m). -17-/
Espectro de Massa (Ionização Química, CH^): 419 (M+H)+ RMN 19F (282 MHz, CDC13, & de CFC13): -90,196 (d, J=49 Hz), -92,47, (dd, J=49, 24). EXEMPLO 3 (E,E,E,E)-l,l,22,22-tetrafluoro-5,9,14,18-tetrametil-l,5,9,13-17,21-docosa-hexaeno
Prepara-se diisopropilamideto de lítio à temperatura de 0°C a partir de 1,75 ml de n-butil-lítio em hexano 1,48 M (2,6 mmoles), 0,39 ml (2,8 mmoles) de diisopropilamina e 5,5 ml de tetra-hidrofurano anidro. Arrefece-se a mistura num banho de neve carbónica/isopropanol e adicionam-se, gota a gota, 605 mg (2,4 mmoles) de óxido de difluorometil-difenil-fosfina em 4 ml de tetra-hidrofurano. Após 10 minutos adicionam-se 370 mg (1 mmole) de (Ε,Ε,Ε,Ε)-4,8,13,17-tetrametil-4,8,12,16-icosatetra endial (preparado do modo descrito por Ceruti et al., Eur. J. Med. Chem. 22, (1987) 199-208) em 2 ml de tetra-hidrofurano du rante 1 minuto. Após 1 hora, retira-se o banho de arrefecimen to, agita-se ã temperatura ambiente durante 1 hora e, em seguj. da, submete-se a refluxo durante 2 horas.
Arrefece-se a mistura reaccional e verte-se sobre 20 ml de solução aquosa saturada de hidrogenocarbonato de sódio. Extrai-se a mistura aquosa com 100 ml de acetato de etilo e con- centra-se a fase orgânica sob vazio, obtendo-se um óleo que se dissolve numa quantidade mínima de diclorometano e se fez passar através de uma coluna de gel de sílica rápida (30 mm x x 17 cm) , eluindo com hexano para se obterem 178 mg (rendimen to 42%) do composto em título sob a forma de um óleo incolor. RMN 1H (CDC13): S 1,58 (6H, s) , 1,59 (6B,s) ,. 1,95-2,05 (20H,m) , 4, (2H, dtd, J=25,8, 7,7, 2,6) , 5,1-5,2 (4H, m) . RMN 19F (CDC13, 6 de CFC13): -90,205 (d, J=48,8), -92,369 (dd, J=25,9, 48,8) .
Espectro de Massa (Ionização Química, CH^) : m/z 427 M++H)„.
Análises: Calculada para C26H38F4: C 73,21, H 8,98;
Determ.: C 73,33, H 9,26.
Ainda num outro aspecto, a presente invenção proporcio na um método para a inibição da esqualeno-epoxidase num doente, que consiste em administrar a esse doente numa quantidade eficaz inibidora da esqualeno-epoxidaseide um composto de fórmula geral I, II ou III. A presente invenção também proporciona ummétodo para a redução do colesterol plasmãtico num doente que necessjl te deste tratamento que consiste em administrar a esse doente uma quantidade eficaz hipocolesterolémica de um composto de fõr mula geral I, II ou III.
Tal como aqui se utiliza, a designação "doente" refere--se a animais de sangue quente ou mamíferos incluindo seres hu- manos. Trata-se de um doente que necessita de tratamento para inibir a esqualeno-epoxidase ou para reduzir o colesterol pias: mático quando o doente sofre de hipercolesterolémia, tal como, por exemplo, no caso de doentes com hiperlipidémia familiar. A hipercolesterolémia é uma doença caracterizada por níveis plasmáticos de colesterol ou de colesterol de LDL que são elevados numa quantidade com significado clínico para além do valor considerado normal. A identificação destes doentes , com necessidade de tratamento para a hipercolesterolémia é da competência do médico. Por exemplo, os indivíduos que têm níveis de colesterol séricos ou de colesterol de LDL, determinados pela análise laboratorial clínica, que são substancial ou cronicamente altos, para além do valor considerado normal, são os doentes que necessitam de tratamento da hipercolesterolémia. Ainda como exemplo, podem citar-se os indivíduos em risco de desenvolverem hipercolesterolémia e que necessitam de tratamen to para esta. 0 médico facilmente identifica através das análises clínicas, exame físico e história médico/familar os doen tes que sofrem de hipercolesterolémia e os que estão em risco de desenvolvimento desta, determinando, deste modo, facilmente se um indivíduo é um doente com necessidade de tratamento da hipercolesterolémia.
Uma quantidade eficaz para provocar a redução da hiper colesterolémia de um composto de fórmula geral I, II ou III é uma quantidade que é capaz de reduzir eficazmente os níveis plasmáticos de colesterol ou de colesterol LDL num doente que 20- necessite desse tratamento. Como tal, considera-se que o tra tamento com êxito de um doente com hipercolesterolémia inclui a redução dos níveis plasmáticos de colesterol e do colesterol LDL. Também se entende que o sucesso do tratamento da hl percolesterolémia inclui a profilaxia e a prevenção dos aumen tos clinicamente significativos de níveis plasmáticos de colejs terol e de colesterol LDL num doente com risco de desenvolver hipercolesterolémia.
Uma quantidade eficaz inibidora da esqualeno-epoxidase de um composto de fórmula geral I, II ou III é uma quantidade que inibe eficazmente a esqualenoepoxidase num doente, originan do a redução dos níveis plasmáticos de colesterol ou dos níveis de colesterol LDL. A dose eficaz para produzir hipocolesterolêmia ou uma dose eficaz inibidora da esqualeno-epoxidase podem ser facilmen te determinadas de acordo com as técnicas convencionais ou por observação dos resultados obtidos em circunstâncias análogas. Para se determinar a dose eficaz, consideram-se diversos facto-res que incluem, mas não estão limitados a: espécie de doente, estatura, idade e saúde geral, doença específica envolvida, grau ou envolvimento ou a gravidade da doença, resposta individual do doente, o composto que é administrado, a via de administra ção, as características da biodisponibilidade da preparação ad ministrada, a posologia escolhida e a medicação concomitante. A quantidade eficaz para reduzir a hipocolesterolêmia
y, e uma quantidade eficaz inibidora da esqualeno-epoxidase de um composto de fórmula geral I, II ou III está geralmente com preendidâ entre cerca de 0,1 mg por quilograma de peso do cor po e por dia (mg/kg/dia) e cerca de 0,5 g por quilograma de peso do corpo e por dia (mg/kg/dia), A posologia diária está compreendida de preferência entre 1 mg/kg e 5mg/kgf aproxima-damente.
Para se tratar eficazmente um doente, os compostos de fórmula geral I, II ou III podem administrar-se sob qualquer forma ou de qualquer modo que torne o composto biodisponível em quantidades eficazes, incluindo as vias oral e parenteral. Por exemplo, pode administrar-se o composto por via oral, subcutânea, intramuscular, endovenosa, transdêrmica, intranasal, rectal e outras. A administração oral é, de um modo geral, a preferida. Um técnico de composições farmacêuticas pode faciJL mente escolher a forma adequada e a via de administração, rela tivamente ã doença a tratar, ao seu estádio e a outras circuns^ tâncias relevantes.
Os compostos de fórmula geral I, II ou III podem administrar-se sob a forma de composições farmacêuticas ou de medi^ camentos que são preparados pela associação dos compostos de fórmula geral I, II ou III com veículos ou excipientes aceitáveis sob o ponto de vista farmacêutico cuja proporção e natureza são determinadas de acordo com a via de administração es colhida e com a prática farmacêutica corrente.
As composições farmacêuticas ou os medicamentos são preparados de acordo com a técnica farmacêutica convencional. 0 veículo ou excipiente pode ser um material sólido, semi-só-lido ou líquido que sirva como veículo ou meio para o componente activo. Os veículos ou excipientes apropriados são bem conhecidos na técnica. As composições farmacêuticas podem adaptar-se para administração oral ou parenteral e podem admi-nistrar-se ao doente sob a forma de comprimidos, cápsulas, supositórios, soluções, suspensões, etc.
As composições farmacêuticas podem administrar-se por via oral, por exemplo, com um dissolvente inerte ou com um veículo comestível. Podem ser introduzidas cápsulas de gelati na ou comprimidos para se obterem comprimidos. Para administração terapêutica oral, os compostos de fórmula geral I, II ou III podem incorporar-se com excipientes e utilizarem-se sob a forma de comprimidos, trociscos, cápsulas, elixires, suspensões, xaropes, hóstias, gomas de mascar e outros. Estas pre parações devem conter pelo menos 4% do composto de fórmulas gerais I, II ou III, o componente activo, mas podem variar depen dendo da forma particular e podem situar-se, de um modo conveniente entre 4% e cerca de 70% do peso da unidade. A quantida de de componente activo presente nas composições deve ser tal que se obtenha a forma unitária de dosagem apropriada para a administração.
Os comprimidos, pílulas, cápsulas, trociscos e outros podem ainda conter um ou mais dos agentes adjuvantes seguin- >23- tes: agentes ligantes, tal como a celulose microcristalina, goma tragacanta ou gelatina; excipientes, tais como o amido ou a lactose, agentes de desagregação, como o ácido algínico, Primogel, amido de milho, etc.; agentes lubrificantes, como o estearato de magnésio ou o Esterotex; agentes deslizantes, co mo o dióxido de silício coloidal; e agentes edulcorantes, tal como a sacarose ou a sacarina, que se podem adicionar, ou ain da agentes apaladantes, como a essência de hortelã-pimenta, sa licilato de metilo ou o aroma de laranja. Quando a forma po-sológica unitária é uma cápsula, pode conter também, além dos materiais citados anteriormente, um veículo líquido, como, por exemplo, o polietilenoglicol ou um óleo gordo. Outras formas posológicas unitárias podem conter diversos materiais que modi^ ficam a forma física dessa unidade de dosagem, por exemplo, re vestimentos. Assim os comprimidos ou as pílulas podem ser revestidos com açúcar, goma-laca, ou outros agentes de revestimento entérico. Um xarope pode conter, além. do componente ac tivo, sacarose como agente eâulcorante e certos agentes conser vantes, corantes, aromas ou agentes de coloração. Os materiais utilizados para a preparação destas diversas composições devem ser farmaceuticamente puros não tóxicos nas quantidades utilizadas .
Para a administração por via parenteral podem incorporar-se os compostos de fórmula geral I, II ou III em soluções ou suspensões. Estas preparações., devem conter pelo menos 0,1% de um composto da presente invenção, mas podem conter cerca de 0,1 a cerca de 50%, em peso. A quantidade do componente acti- vo presente nestas composições é tal que se obtenha iuma dosa gem apropriada.
As soluções ou suspensões podem ainda incluir um ou mais dos seguintes agentes adjuvantes: dissolventes estéreis, como, por exemplo, a água para injectáveis, a solução de clore to de sódio, óleos fixos, polietilenoglicóis, glicerina, pro-pilenoglicol e outros dissolventes sintéticos; agentes anti-bacterianos como o álcool benzilico ou o metilparabeno; agen tes anti-oxidantes, como o ácido ascórbico ou o bissulfito de sódio; agentes de quelação, como o ácido etileno-diaminotetra acético ; agentes tampão, tais como os acetatos, citratos ou fosfatos e agentes de correcção da toxicidade, como, por exem pio, o cloreto de sódio e a dextrose. As preparações parente rais podem ser distribuídas em ampolas, em seringas descartáveis ou em frascos-ampola de plástico ou de vidro para dose múltipla.
Tal como em qualquer grupo de compostos estruturalmen te relacionados que possui uma utilidade genérica especial, dá-se preferência a certos grupos e configurações para os com postos de fórmula geral I, II e. m na sua aplicação final.
Os compostos de fórmulas gerais I, II ,e m em que a ligação dupla eventual está presente são geralmente os compojs tos preferidos. São preferidos os compostos de fórmulas gerais I, II e... III em que representa um grupo CH=CF2 ,
Clk OH. Os compostos de formulas gerais I, -ch=c(ch3)2 ou -ch2- r-25- " ·» ,...,. .-*>* II e III em que representa um grupo metilo são ainda compojs tos preferidos. 0 exemplo seguinte apresenta o efeito de(Ε,Ε,Ε,Ε)-1,1--difluoro-5,9,14,18,22-pentametil-l,5,9,13,17,21-tricosa-hexae no na síntese do esterol. 0 exemplo é entendido como apenas ilustrativo e não como limitativo do âmbito da presente inven ção em qualquer sentido. Tal como se utilizam aqui, no exemplo seguinte, os termos seguintes têm os significados indicados: "g" significa gramas, "mg/kg" significa miligrama por quilograma de peso do corpo, "CCF" significa cromatografia em camada fina, "dpm" significa a desagregações por minuto, "i.p" significa intraperitoneal. EXEMPLO 4
Efeito de (Ε,Ε,Ε,Ε)-1rl-difluoro-5,9,14,18,22-pentametil-l,5, 9,13,17,21-tricosa-hexaeno sobre a síntese do esterol no murganho
Administrou-se por via oral em óleo de amendoim a dois grupos de seis murganhos em doses únicas de 2 mg/kg, 7 mg/kg e 20 mg/kg, (E,E,E,E)-l,l-difluoro-5,9,14,18f22-pentametil- -1,5,9,13,17,21-tricosa-hexaeno. Decorridas 6 horas, injectou-se 14 3 C-acetato/ H-mevalonato por via intraperitoneal e sacrificaram-se os animais 30 minutos depois. Prepararam-se extrac-tos não saponifiçáveis de fígado e separaram-se por cromatogra -26-
fia em camada fina em fracções correspondentes a colesterol, lanosterol, . dioxoesqualeno, coxoesqualeno e esqualeno. Cal_ 3 „ culou-se a H-radioactividade das fracções calculando o nume ro de desintegrações por minuto. Os resultados estão indicados no Quadro 1.
Quadro 1
Efeito de (E,E,E,E)-l,l-difluoro-5,9,14,18,22--pentametil-1,5,9,13,17,21-tricosa-hexaeno sobre a síntese do esterol no murganho
Grupo de Tratamento Colesterol dpm/g.figa do Lanosterol dpm/g.figa do Dioxoesqualeno dpm/g.figa do esqualeno dpm/g.figa do esqualeno . dpm/g.figa do Controlo 5566+2464 1172+210 137+91 92+46 4466+2562 2mg/kg 1847+2538* 463 +396* 208+105 62+28 9656+6305 7mg/kg 1241+1243* 362 +187* 156+ 75 56+25 12183+5974* 20mg/kg 359+161* 248+94* 226+53* 72+33 _J 19152+2753* _ *
Significativamente diferente do valor do controlo -21-
Estes resultados demonstram uma inibição significativa da síntese do esterol por acção de (Ε,Ε,Ε,Ε)-1,1-difluoro--5,9,14,18,22-pentametil-l,5,9,13,17,21-tricosa-hexaeno no murganho, o que é consistente com uma inibição da esqualeno--epoxidase.

Claims (8)

  1. 8 ί REIVINDICAÇÕES 1·- Processo para a preparação de compostos de fórmula geral
    (I) -29-
    na qual cada linha ponteada representa, individualmente, uma ligação dupla eventual, R^ representa um grupo -CH=CF2 ou um grupo de fórmula geral -CH=CR3R4 ou -Rj-OH, em que R3 e R^ representam, cada um, independentemente, um grupo alquilo Cl 4 e R5 representa um grupo alquileno , e cada um dos símbolos R2 representa, independentemente, um átomo de hidrogénio ou um grupo metilo, caracterizado pelo facto de se fazer reagir o composto de fórmula geral ll 0
    (IV) na qual 0 representa um grupo fenilo, com um composto de fórmula geral
    na qual Rl, r2 e as liniias ponteadas têm os significados definidos antes na fórmula geral I. -30- -30-
  2. 2.- Processo de acordo com a reivindicação 1, para a preparação de compostos de fórmula geral
    na qual R^, R2 e as linhas ponteadas têm os significados definidos antes na reivindicação 1, caracterizado pelo facto de se utilizarem compostos iniciais cor respondentemente substituídos.
  3. 3.- Processo de acordo com a reivindicação lf para a preparação de '•'çompostos de fórmula geral
    na qual Rl' R2 e as ponteadas têm os significados de finidos antes na reivindicação 1, caracterizado pelo facto de se utilizarem compostos iniciais cor respondentemente substituídos.
  4. 4.- Processo para a preparação do composto inicial de fórmula geral 0 11 ç(2p-chf2 (IV) na qual 0 representa um grupo fenilo, caracterizado pelo facto de se fazer reagir o óxido de dife-nilfosfina com clorodifluorometano na presença de uma base.
  5. 5.- Processo de acordo com a reivindicação 1, para a preparação de (E,E,E,E)-l,l-difluoro-5,9,14,18,22-pentametil--1,5,9,13,17,21-tricosa-hexaeno, caracterizado pelo facto de se i utilizarem compostos iniciais correspondentemente substituídos.
  6. 6.- Processo de acordo com a reivindicação 1, para a preparação de (Ε,Ε,Ε,Ε)-1,1,22,22-tetrafluoro-5,9,14,18-tetrame til-l,5,9,13,17,21-docosa-hexaeno, caracterizado pelo facto de se utilizarem compostos iniciais correspondentemente substituídos.
  7. 7.- Processo para a preparação de composições farmacêuticas apropriadas para baixar o nível do colesterol plasmático. -32-
    / caracterizado pelo facto de se misturar, como ingrediente acti-vo, uma quantidade efectiva de um composto de fórmula geral I, II ou III, preparado pelo processo de acordo com as reivindicações 1, 2 ou 3 e que apresenta acção inibidora da esqualeno-epo xidase com um ou mais veículos ou excipientes inertes aceitáveis sob o ponto de vista farmacêutico.
  8. 8.- Método para baixar o nível do colesterol plasmáti-co, caracterizado pelo facto de se administrar a um doente uma quantidade eficaz compreendida entre 0,1 mg e 0,5 g/Kg de peso do corpo e por dia, de preferência entre 1 e 5 mg, de um composto de fórmula geral I, II ou III preparado pelo processo de acor do com as reivindicações 1, 2 ou 3 e que apresenta acção inibidora da esqualeno-epoxidase. Lisboa, 1 de Fevereiro de 1991 O Agente Oficial da Propriedade Industrial
    I
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