PT852128E

PT852128E - Agrafo cirurgico

Info

Publication number: PT852128E
Application number: PT97402889T
Authority: PT
Inventors: Jorge Abel Groiso
Original assignee: S C I Digo
Priority date: 1996-12-03
Filing date: 1997-12-02
Publication date: 2001-12-28
Also published as: US5947999A; DE69705489T2; ES2161421T3; EP0852128A1; EP0852128B1; DK0852128T3; ATE202687T1; GR3036806T3; US5993476A; DE69705489D1

Description

DESCRIÇÃO EPÍGRAFE: “AGRAFO CIRÚRGICO”

ANTECEDENTES DA INVENÇÃO A presente invenção diz respeito a um agrafo para procedimentos cirúrgicos como, por exemplo, para ajudar na consolidação ou osteossíntese entre partes ósseas, onde é necessário manter essas partes juntas durante o processo de união entre as mesmas. Além disso, a presente invenção permite também a consolidação correcta de duas partes dè um osso, corrigindo qualquer tendência para malformação daí proveniente. Adicionalmente, o agrafo da presente invenção permite que ligamentos ou tendões sejam fixados a partes ósseas. Mais particularmente, a presente invenção diz respeito a um agrafo cirúrgico que tem propriedades elásticas ou que é deformável por forma a ser colocado na devida posição. São conhecidos vários dispositivos que permitem a osteossíntese entre duas partes ou fragmentos ósseos, mantendo-os juntos e evitando o respectivo movimento na medida do possível. Assim, existem elementos externos tais como moldes, bem como elementos internos tais como parafusos, placas, agrafos, etc., que executam esta função. A patente Argentina 203.977 faz referência a um pino curvo para tratamento de fracturas compreendendo um corpo alongado que, numa extremidade, possui uma parte de união a ser inserida no osso. As Patentes Argentinas 212.889 e 214.240 divulgam tipos de placas e parafusos para união de cabeças do fémur. Placas de união para dois fragmentos ósseos são também divulgadas na Patente Argentina 211.803, onde uma placa com orifícios para parafusos deve ser colocada sobre os elementos a serem unidos. A Patente Argentina 236.884 faz referência a um agrafo de aperto especialmente concebido para a osteossíntese, e para a sua aplicação o mesmo tem

-V de ser inserido no osso em pelo menos duas pernas do agrafo, enquanto uma parte de ligação que une as duas pernas permanece fora do osso e efectua a união entre os dois fragmentos ósseos. Este agrafo deve ser especialmente utilizado juntamente com um agrafo semelhante, sendo cada um colocado em cada parte adjacente do osso a ser unida; as partes de ligação dos dois agrafos são então juntas por um elemento elástico que puxa conjuntamente as duas partes ósseas que estão a ser unidas. A Patente US 5.449.359 divulga um agrafo elástico para osteossíntese construído através da junção de vários grampos em forma de U. Numa das modalidades, o agrafo tem duas secções de ligação entre as pernas, sendo as secções separadas por um espaço livre. Insere-se um dispositivo nesse espaço de forma a alargá-lo e fazer com que as pernas do agrafo se movam conjuntamente, resultando na aproximação dos fragmentos ósseos em que as respectivas pernas foram inseridas.

No entanto, o agrafo da patente norte-americana acima referida tem a desvantagem de ter sido fabricado, nas modalidades ilustradas nessa patente, em várias partes, aumentando assim os custos. São conhecidos também outros dispositivos para prender tecidos moles, tais como tendões ou ligamentos, ao osso. Os tendões ou ligamentos têm de ser fixados ao osso através de um dispositivo que forneça estabilidade suficiente para que o tratamento de reabilitação possa ser iniciado o mais rapidamente possível. Isto foi demonstrado na cirurgia do joelho; os novos sistemas de fixação para cirurgia dos ligamentos cruciais são bastante fortes. Não é necessária uma imobilização com aparelho de gesso; um suporte no joelho é suficiente, sendo removido parcialmente bastante cedo para dar início ao movimento da articulação, pois foi demonstrado que o movimento melhora a cicatrização dos tendões ou ligamentos.....

Seguem-se os dispositivos conhecidos para fixação de tecidos moles que são utilizados actualmente: 1) Parafusos de interferência, onde um ligamento ou tendão é submergido num furo efectuado no osso e um parafuso é inserido nesse furo. As espirais fixam o tendão à parede do furo. A desvantagem consiste no facto de quando o parafuso é 2 rodado, o tendão rodar igualmente, podendo cortar também as fibras do tendão se o parafuso estiver muito apertado. 2) Parafuso com uma anilha de pontas, onde o aperto do parafuso faz com que as pontas da anilha atravessem as fibras do tendão, premindo-as contra o osso. A desvantagem deste sistema consiste no facto de o tendão ser premido de maneira desigual, inclinando assim a anilha. 3) Dispositivo de ancoragem, onde é fornecido um aparelho com duas-garras numa extremidade. A outra extremidade tem duas suturas para prender o tendão, o que constitui o ponto fraco do sistema.

Apesar de alguns dos dispositivos conhecidos terem dado geralmente bons resultados, o cirurgião é confrontado com o problema de alguns dos elementos de ligação de invenções anteriores serem volumosos e complicados, aumentando assim o sofrimento traumático ao qual o paciente está sujeito. Alguns dos dispositivos de dimensões mais reduzidas, como agrafos, não conseguem fixar de forma eficiente as partes ósseas ou elementos de tecido, pois não é possível evitar que as partes ósseas ou os elementos de tecido se desloquem ou rodem relativamente um ao outro. Quando se pretende consolidar dois fragmentos ósseos, é necessário um contacto excelente entre as partes, bem como uma compressão entre duas extremidades ósseas. Investigações científicas demonstraram que uma compressão adequada entre as partes a serem unidas conduz a uma consolidação mais rápida e de melhor qualidade.

Uma vez que é necessário trabalhar no local da ferida do paciente para pôr em contacto as partes a serem unidas e fixá-las, é preferível que o meio de união seja o mais simples possível. Também é preferível que os elementos de união sejam o mais simples possível, por forma a permanecerem fixos na posição correcta, e que seja necessário o mínimo de tempo possível para os aplicar, por forma a minimizar o trauma.

Nas invenções anteriores, existem agrafos simples em forma de U que são bastante semelhantes aos agrafos utilizados em agrafadores de papel. Estes agrafos em forma de U têm extremidades aguçadas que são inseridas numa parte óssea, mantendo a respectiva posição graças à estrutura rígida das pernas em 3 forma de U. No entanto, estes agrafos convencionais mantêm sempre a mesma distância entre os fragmentos ósseos. Consequentemente, se não houver coaptação, a rotação torna-se instável, o que significa que as partes ósseas poderão rodar relativamente uma à outra, podendo até chegar ao ponto de se separarem. Este fenómeno não ocorreria se se conseguisse manter as extremidades ósseas comprimidas uma contra a outra.

No caso contrário, onde se pretende manter um grau de separação entre os fragmentos ósseos (caso particularmente útil para correcção de malformação óssea), seria vantajosa a utilização de agrafos que possibilitassem obter este resultado a baixo custo. O agrafo da patente US 5.449.359 alcança este objectivo, mas deveria ser melhorado, sendo fornecido um agrafo de custos reduzidos.

Conforme citado anteriormente, poderia alcançar-se um espaço pretendido entre fragmentos ósseos através de elementos de união, tais como placas e parafusos, mas estes são muito mais volumosos e necessitam de maiores procedimentos cirúrgicos para a respectiva colocação, aumentando a possibilidade de trauma.

SUMÁRIO DA INVENÇÃO É um objectivo da presente invenção fornecer um agrafo cirúrgico para osteossíntese que resolva os problemas acima mencionados. Ou seja, um agrafo que evite que, uma vez colocado no devido lugar, os fragmentos ósseos se desloquem em relação um ao outro e que, em contraste, mantenha as extremidades dos fragmentos ósseos comprimidas e unidas, sem que sejam necessários dispositivos volumosos e complicados que implicariam maiores procedimentos cirúrgicos traumáticos.

Outro objectivo da presente invenção é fornecer um agrafo cirúrgico que seja capaz de manter uma separação especificada entre fragmentos ósseos aos quais o agrafo está preso.

Outro objectivo da presente invenção é fornecer uma agrafo cirúrgico mais simples de fabricar do que o dispositivo divulgado na Patente US 5.449.359. 4

Outro objectivo da presente invenção é fornecer um agrafo cirúrgico útil para fixação de tecido mole, como ligamentos ou tendões, a partes ósseas.

Os objectivos acima citados e outros da presente invenção são alcançados por um agrafo cirúrgico de acordo com a reivindicação 1.

Outros objectivos, características e vantagens da presente invenção serão evidentes a partir da descrição que se segue da invenção referente aos desenhos anexos.

BREVE DESCRICÃO DOS DESENHOS

Para maior clareza e compreensão, a presente invenção foi apresentada em várias figuras que ilustram as modalidades preferenciais, todas como forma de ilustração e não de limitação, nas quais: A Figura 1 mostra uma perspectiva lateral de uma modalidade preferencial do agrafo da invenção; A Figura 2 mostra uma perspectiva da extremidade do agrafo da Figura 1; A Figura 3 mostra uma vista do plano superior do agrafo da Figura 1; A Figura 4 mostra uma perspectiva lateral de outra modalidade do agrafo de acordo com a presente invenção; A Figura 5 mostra uma perspectiva da extremidade do agrafo da Figura 4; A Figura 6 mostra perspectiva do plano superior do agrafo da Figura 4; A Figura 7 mostra uma perspectiva lateral de outra modalidade do agrafo, não fazendo parte da presente invenção; A Figura 8 mostra uma perspectiva da extremidade do agrafo da Figura 7; A Figura 9 mostra perspectiva do plano superior do agrafo da Figura 7; A Figura 10 mostra uma perspectiva lateral de ainda outra modalidade, de acordo com á presente invenção; A Figura 11 mostra uma perspectiva da extremidade do agrafo da Figura 10; A Figura 12 mostra perspectiva do plano superior do agrafo da Figura 10; A Figura 13 mostra uma perspectiva lateral de outra modalidade do agrafo de acordo com a presente invenção; A Figura 14 mostra uma perspectiva da extremidade do agrafo da Figura 13; 5 A Figura 15 mostra uma vista do plano superior do agrafo da Figura 13; A Figura 16 mostra uma perspectiva do agrafo da Figura 1; A Figura 17 mostra um desenho esquemático em perspectiva, ilustrando as forças aplicadas ao agrafo da Figura 16 e apresentando as translacções de várias partes do agrafo, bem como a forma como a invenção alcança a compressão; A Figura 18 mostra uma perspectiva do agrafo de acordo com a Figura 16 após ter sido aplicada uma força ao agrafo para o fixar; A Figura 19 mostra uma vista superior esquemática correspondendo à Figura 16, apresentando um agrafo colocado em dois fragmentos ósseos antes de ser aplicada uma força para alcançar a compressão; A Figura 20 mostra uma vista superior esquemática do agrafo da Figura 18, apresentando um agrafo colocado em dois fragmentos ósseos após ter sido aplicada uma força para alcançar a compressão entre os fragmentos; A Figura 21 mostra uma projecção lateral de outra modalidade de acordo com a presente invenção: A Figura 22 mostra uma projecção da extremidade do agrafo da Figura 21; A Figura 25 mostra uma perspectiva plana do topo do agrafo da figura 21; A Figura 23 mostra uma projecção lateral de outra modalidade de acordo com a presente invenção; A Figura 24 mostra uma projecção da extremidade do agrafo da Figura 23; A Figura 26 mostra uma vista do plano superior da agrafo da Figura 23; A Figura 27 mostra uma projecção lateral de outro agrafo, não constituindo uma modalidade do agrafo da invenção; A Figura 28 mostra uma projecção da extremidade do agrafo da Figura 27; A Figura 29 mostra uma vista do plano superior do agrafo da Figura 27; A Figura 30 mostra uma perspectiva esquemática do agrafo da Figura 21 antes da respectiva colocação; A Figura 31 mostra um diagrama com as forças aplicadas ao agrafo da Figura 30 para o colocar, bem como os movimentos de partes do agrafo; A Figura 32 mostra o agrafo da Figura 30 após a respectiva colocação.

DESCRICÃO DETALHADA DAS MODALIDADES DA INVENÇÃO

Aludindo agora aos desenhos, convém salientar que, nas várias modalidades, os números de referência utilizados na Figura 1 serão utilizados para partes equivalentes das modalidades das diversas figuras com o mesmo dígito mas aumentados em 10. Assim sendo, a modalidade das Figuras 1, 2 e 3 será identificada pelo número 1; a modalidade seguinte das Figuras 4, 5 e 6 será portadora do número 11; a modalidade das Figuras 7, 8 e 9 será portadora do número 21, e assim por diante. Com referência à Figura 1, é apresentada a vista lateral de um agrafo cirúrgico, de acordo com a presente invenção. Como se pode confirmar no conjunto das Figuras 1, 2 e 3, o agrafo (1) é formado por uma única peça de um material biocompatível. De preferência, o agrafo é fabricado a partir de uma folha de metal biocompatível, por exemplo aço inoxidável 316L. De preferência, o agrafo é fabricado a partir da folha de metal através de corte por raio laser ou outra técnica que confira um corte perfeito. Após o agrafo ser cortado da folha de metal, o agrafo é dobrado em forma de U (mostrado na Figura 1), por forma a conferir-lhe pernas verticais (4) que lhe dão essa mesma forma de U. Conforme ilustrado na Figura 3, o agrafo (1) é cortado da folha de metal de forma a possuir uma parte de ligação (6) que compreende duas secções de ligação alongadas adjacentes (10), separadas uma da outra por um espaço livre (8). Esse espaço livre (8) pode ser formado quando o agrafo (1) é cortado da folha de metal ou em seguida, separando-se as secções (10) para criar o espaço livre (8).

Após o agrafo (1) ser cortado do metal, as pernas serem dobradas em forma de U e o espaço livre (8) ser formado, o agrafo é preferencialmente aperfeiçoado, por exemplo, com uma técnica de grenalhagem ou uma técnica electrolítica.

Conforme demonstrado nas Figuras 16-20, para utilizar o agrafo cirúrgico, de acordo com a modalidade das Figuras 1-3 para a osteossíntese de duas partes, ósseas, as pernas (4) são inseridas no3 respectivos furos feitos nos membros ósseos (70 e 80), conforme apresentado na Figura 19. Uma ferramenta como, por exemplo, um alicate e ilustrada na patente US 5.449.359 é então inserida no espaço livre (8), por forma a aumentar esse espaço livre. Este procedimento é mostrado na Figura 17, onde c apresentada uma força (Fa) a estender-se nas direcções 7 indicadas, fazendo com que o espaço livre (8) aumente do espaço mostrado a tracejado na Figura 17 para a largura de espaço mostrada em linhas sólidas nas Figuras 17 e 18. Conforme demonstrado na Figura 20, o aumento da largura do espaço livre (8) faz com que as pernas (4) se aproximem, juntando assim os fragmentos ósseos (70 e 80) e diminuindo o espaço livre (G) (Figura 19) entre os fragmentos ósseos, permitindo assim que a osteossíntese tenha lugar.

Quando a força, (Fa), é aplicada ao agrafo, de acordo com a presente invenção, para alargar o espaço livre (8) entre as secções de ligação (10), as pernas (4) aproximam-se, fazendo com que o espaço livre entre os fragmentos ósseos diminua. Como resultado do aumento do espaço livre (8) entre secções de ligação (10), as pernas (4) movem-se na direcção uma da outra de maneira desigual (articulando-se em torno das respectivas conexões às secções de ligação (10)), por forma a que as partes distais das pernas (4A) se aproximem mais do que as partes proximais das pernas (4B), como ilustrado na Figura 17. Conforme apresentado aqui, o movimento de translacção das partes distais (4A) das pernas é maior do que o movimento das partes proximais (4B) das pernas. Isto faz com que os fragmentos ósseos (70 e 80) sejam firmemente comprimidos um no outro, minimizando a possibilidade de extrusão do agrafo para fora do osso.

Um aspecto importante da invenção consiste no facto de o agrafo elástico ser fabricado de uma única peça de metal (por exemplo, uma folha de metal), por intermédio de raio laser ou outro meio que confira uma superfície bem definida. Também podem ser empregues outros meios como, por exemplo, estampagem, fundição em molde, trabalho mecânico ou corte por jacto de plasma. No entanto, descobriu-se que a utilização de raios laser para cortar os agrafos a partir de uma folha de metal biocompatível, por exemplo aço inoxidável, forneceu os melhores e mais económicos resultados. Contudo, não é necessário recorrer ao corte por raio laser. Podem ser utilizados também outros meios, desde que o agrafo seja fabricado a partir de uma única peça de metal.

De acordo com a invenção, o agrafo também pode ser empregue para fixar tecido mole, como tendões ou ligamentos, ao osso. Para utilizar o agrafo da invenção para prender tecido mole ao osso, dois furos de largura adequada para fornecer o encaixe perfeito nas pernas (4) e de comprimento adequado para receber as pernas (4) são feitos no osso intacto onde o tendão ou ligamento deve ser fixado. De acordo com a invenção, as duas pernas (4) do agrafo são inseridas nos furos, por exemplo com um martelo, até metade do respectivo comprimento. Em seguida, faz-se deslizar o tendão ou ligamento por baixo das secções de ligação (10), sendo aquele segurado com a tensão adequada; em seguida, a restante metade do agrafo é então forçado por exemplo com um martelo para dentro dos furos no osso. O espaço entre as secções de ligação (10) é então aumentado ou reduzido para fazer com que as pernas (4) agarrem bem o osso. O espaço livre (8) pode ser reduzido, sendo que as pernas (4) se afastam uma da outra mas permanecem firmemente comprimidas contra as paredes do furo no osso. Assim sendo, o tendão ou ligamento fica fixo por baixo das secções de ligação (10). Não é preciso movimentar muito as secções de ligação (10) para alterar o espaço livre (8).

Como será explicado mais detalhadamente em seguida, na modalidade preferencial do agrafo para fixar ligamentos ou tendões ao osso, as pernas do agrafo possuem dentes ou recortes serrilhados para agarrar ao osso e, em vez de o espaço livre (8) entre as secções de ligação ser aumentado, esse espaço é diminuído para fazer com que as pernas se afastem uma da outra. Além disso, nesta modalidade, os dentes ou recortes serrilhados estendem-se de preferência distalmente por baixo das secções de ligação (10) para prender o tecido mole. Este aspecto será descrito detalhadamente mais adiante. Porém, cada uma das modalidades descritas pode ser também utilizada para fixar tecido mole ao osso.

As Figuras 4, 5 e 6 mostram uma segunda modalidade, de acordo com a presente invenção. O agrafo (11) é substancialmente o mesmo que o da modalidade das Figuras 1, 2 e 3. A única diferença consiste no facto de possuir dentes serrilhados (41) nas partes voltadas para dentro dás pernas (14), por forma a permitir que as pernas (14) agarrem firmemente o fragmento ósseo onde estão inseridas.

As Figuras 7, 8 e 9 mostram ainda outra modalidade do agrafo, que não faz parte da presente invenção. Este agrafo (21) tem substancialmente a forma de um rectângulo, possivelmente ligeiramente arqueada para que o espaço livre (28) seja 9 mais largo no centro. Existem pernas (24) em cada canto do rectângulo. As pernas (24) em cada extremidade estão ligadas por uma secção transversal (25). As secções de ligação (30) da parte de ligação alongada (26) estão separadas por um espaço livre (28) que, como nas modalidades das Figuras 1-3 e 4-6, é aumentado para fazer com que as pernas (24) se aproximem para causar o efeito de compressão demonstrado nas Figuras 16-20 que, por sua vez, conduz à junção dos fragmentos ósseos (70 e 80).

De preferência, como nas outras modalidades, o agrafo (21) é formado a partir de uma peça de metal, de preferência uma folha de metal, e dobrado em forma de U, conforme ilustrado.

As Figuras 10, 11 e 12 mostram outra modalidade de acordo com a presente invenção. Nesta modalidade, o agrafo cirúrgico (31) tem uma forma semelhante à da modalidade das Figuras 1-3. No entanto, as pernas pendendo para baixo (34) incluem pontas horizontais (35) que se estendem na direcção uma da outra. Nesta modalidade, o agrafo (31) com as extremidades (35) estendendo-se por 1 ou 2 mm é útil para consolidar ossos chatos como o esterno após cirurgia torácica. Adicionalmente, conforme ilustrado na modalidade das Figuras 10, 11 e 12, as pontas (35) das pernas (34) podem ser formadas sem extremidades aguçadas. Conforme demonstrado nas modalidades já descritas, todas as pernas (4, 14 e 24) possuem extremidades aguçadas para ajudar na colocação das pernas nos furos feitos no osso. Em alternativa, o agrafo da invenção pode também ser utilizado, em circunstâncias adequadas, como agrafo de auto-punção, sendo inserido no osso com um martelo, formando assim o seu próprio furo. Neste caso, não é preciso fazer antecipadamente furos.

Na modalidade mostrada nas Figuras 4, 5 e 6, as pontas ou recortes serrilhados em cada perna voltados para a perna oposta agarram o furo no osso ou os cantos do osso, evitando a extrusão ou o afastamento do agrafo quando este é colocado. (O agrafo só pode ser retirado intencionalmente se o espaço livre entre as secções de ligação for alterado com o dispositivo adequado.) Este é um meio adicional de obter uma fixação firme do agrafo no osso, para além do movimento

convergente e de torção das pernas descrito relativamente às Figuras 16-20, isto é, o maior afastamento da parte 4B em vez da parte 4A das pernas.

As Figuras 13, 14 e 15 mostram outra modalidade de acordo com a presente invenção. Neste agrafo (41), as secções de ligação (50) da parte de ligação (46) são escalonadas, de forma que as pernas (44) têm comprimentos diferentes. Este aspecto poderá ser útil para fixar ossos de diferentes espessuras. Conforme demonstrado na Figura 15, a modalidade das Figuras 13-15 também pode ser substancialmente semelhante, na perspectiva plana à modalidades das Figuras 1-3, 4-6 e 10-12.

De preferência, o agrafo de acordo com a invenção é feito de material biocompatível adequado, com boa elasticidade e boa força mecânica. Os materiais deste género que são apropriados para utilização na presente invenção são, por exemplo, metais de liga de titânio (tais como Ta6V de qualidade médica), ou aço inoxidável de qualidade médica (tal como 316L). Podem ser utilizados outros materiais, inclusive materiais biocompatíveis não metálicos. Além disso, o agrafo pode ser feito de material bioabsorvente adequado caso em que o agrafo é absorvido pelo corpo após cicatrização das partes ósseas.

Apesar de a presente invenção poder ser aplicada através da perfuração de um furo em cada um dos ossos a serem fixados e através da inserção das respectivas pernas nos furos, esta invenção também pode ser utilizada de forma a que as pernas envolvam os fragmentos ósseos a serem fixados. A modalidade das Figuras 10-12 é particularmente adequada para este fim.

Em contraste com a utilização desta invenção para manter dois fragmentos ósseos juntos, o agrafo da presente invenção pode ser utilizado também em aplicações onde se pretende manter um grau de separação entre as extremidades ósseas a serem fixadas Isto é necessário em casos em que se pretenda a correcção de uma parte óssea que, caso contrário, se consolidaria e cresceria até de forma não desejada. O agrafo da invenção seria então colocado nas partes ósseas conforme descrito anteriormente mas, em vez de se separar as secções de ligação alongadas, por exemplo as secções de ligação 10, 20, 40 ou 50, o espaço livre na parte de ligação é diminuído através da compressão das secções de ligação 10, 20, ll 40 ou 50, de forma a produzir um movimento de afastamento entre as pernas 4, 14, 34 ou 44 das extremidades do agrafo 1, 11,31 ou 41.

Relativamente à modalidade mostrada nas Figuras 7, 8 e 9, onde a vista lateral de agrafo se assemelha um verdadeiro rectângulo, só é possível aproximar substancialmente as pernas (24) em cada extremidade do agrafo (21), pois tanto um aumento como uma diminuição do tamanho da abertura (28) faz com que as pernas (24) em extremidades opostas do agrafo se aproximem uma da outra. Para permitir que o agrafo da modalidade das Figuras 7, 8 e 9 separe as pernas, o espaço livre (28) tem de ser aumentado no centro para além da dimensão transversal (T) das secções (25). Isto permitirá uma diminuição do espaço livre (28) para fazer com que as pernas opostas (24) se afastem. A Figura 21 mostra outra modalidade de acordo com a presente invenção. Nesta modalidade, o agrafo (51) tem pernas (54) com dentes ou recortes serrilhados (53) nas partes viradas para fora das pernas (54). Nesta modalidade, o espaço (58) entre as secções de ligação (60) é preferencialmente aumentado, a exemplo da modalidade das Figuras 1-3. De acordo com as Figuras 21, 22 e 25, para colocar o agrafo (51), o espaço livre (58) é diminuído, fazendo com que as pernas se afastem, encaixando de forma segura a parte exterior serrilhada das pernas (54) nos furos em que as pernas estão inseridas. Este agrafo é particularmente adequado para a fixação de tecidos moles, como ligamentos e tendões, ao osso. Neste caso, o agrafo (51) é inserido parcialmente nos furos do osso. Faz-se deslizar o tendão ou ligamento por baixo das secções de ligação (60) e, em seguida, insere-se totalmente o agrafo no osso, segurando-se assim o tendão ou ligamento por baixo das secções de ligação (60). O espaço livre (58) é então diminuído, fazendo com que os recortes serrilhados (53) nas pernas (54) agarrem de modo seguro ao osso, fixando assim o tendão ou ligamento ao osso.

As Figuras 23, 24 e 26 mostram uma modalidade preferencial do agrafo útil para fixar tecidos moles ao osso. Nesta modalidade, o agrafo (61) inclui um conjunto de dentes ou recortes serrilhados (73), projectando-se verticalmente ou distalmente a partir das secções de ligação (70). As pernas (64) incluem recortes serrilhados ou dentes (63). Após se dispor o tendão ou ligamento por baixo das secções de ligação (70) do agrafo (61) e após o resto do agrafo ser inserido dentro do osso, os dentes ou recortes serrilhados (73) localizados na parte de baixo das secções de ligação (70) penetram nas fibras do tendão ou ligamento, fixando-o ao osso. O espaço (68) entre as secções de ligação (70) é então diminuído. Como o osso está intacto, não é necessário muito movimento ao diminuir o espaço (68) para fazer com que os recortes serrilhados ou dentes laterais (63) das pernas (64) se comprimam firmemente contra as paredes dos furos no osso. Como se pode comprovar, a modalidade das Figuras 23, 24 e 26 proporciona uma fixação bastante segura do tendão ou ligamento. A Figura 27 mostra outro agrafo que não faz parte da invenção. Nesta modalidade, o agrafo tem uma forma bastante semelhante à do agrafo das Figuras 7-9. No entanto, este agrafo (71) possui braços (75) que se estendem para o lado. Cada um destes braços (75) contém um orifício (77) para que seja inserido um parafuso que irá conferir uma maior fixação do agrafo ao osso. Este agrafo pode ser utilizado na osteossíntese de duas partes ósseas onde se pretenda que as partes sejam unidas através do aumento do espaço livre (78), bem como numa situação em que se pretenda manter um certo distanciamento entre as partes ósseas, podendo o espaço (78) ser diminuído em tamanho. Isto fará com que as pernas (74) em partes opostas do agrafo se afastem. O agrafo das Figuras 27-29 também pode ser utilizado para fixar tecidos moles ao osso, da mesma forma descrita anteriormente. O espaço livre (78) pode ser aumentado ou diminuído para efectivar a fixação e, após a colocação do agrafo, são inseridos parafusos nos orifícios (77) para fixar o agrafo ao osso.

As Figuras 30-32 mostram um esquema do agrafo das Figuras 21, 22 e 25 e 23, 24 e 26. A Figura 30 mostra um agrafo antes da respectiva colocação. A Figura 32 mostra o agrafo após a res;pectiva colocação, onde o espaço livre (58) foi diminuído para fazer com que as pernas (54) se afastem, conforme demonstrado na Figura 31. Os dentes ou recortes serrilhados (53) encaixam assim nos furos onde as pernas (54) foram inseridas, por forma a segurar firmemente o agrafo ao osso. Conforme demonstrado na Figura 31, foi aplicada uma força (Fa) para diminuir o espaço (58) do espaço inicial mostrado a tracejado para o espaço mostrado em linhas contínuas. Isto faz com que ocorra um movimento na direcção Fd de cada uma das pernas (54) para longe uma da outra.

Como a presente invenção foi descrita relativamente a modalidades específicas, os técnicos especializados conceberão outras variações, modificações e utilizações. Por este motivo, a presente invenção não deve ser limitada à apresentação, mas apenas às reivindicações anexas.

Lisboa, 3 de Outubro de 2001 O JCBraOVMfláfMMMDftCX NDUSTRiai

ÍRANCISCO DF NOVaéS ACINTE OnOAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAI A v. DtK|ue 0' Ávila, 32, Γ - I000 EíSBOa ILL: 547763/315¾¾ 14

Claims

REIVINDICAÇÕES 1- Agrafo cirúrgico concebido para fixar pelo menos dois elementos de tecido bio-orgânico, caracterizado pelo facto de o agrafo ser formado a partir de uma única peça de material biocompatível e compreendendo um corpo em forma de U definido por uma parte de ligação deformável com duas pernas separadas que se estendem para baixo das extremidades da mesma, possuindo a dita perna (4) uma extremidade distai adequada para ser inserida de cima para baixo num orifício perfurado num elemento de tecido bio-orgânico e uma extremidade proximal, a dita parte de ligação (6) compreendeendo duas secções de ligação adjacentes alongadas (10), separadas uma da outra por um espaço livre (8), estando, cada secção de ligação (10), virada para baixo em cada extremidade da mesma e unida apenas em cada uma das suas extremidades a uma dita respectiva extremidade proximal da perna e a uma respectiva extremidade da outra dita secção de ligação (10), por forma a que como um resultado do aumento do espaço livre (8) entre as ditas secções de ligação (10), as pernas se aproximem uma da outra em torno das respectivas conexões à parte de ligação (6).
2- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 1, caracterizado pelo facto de as pernas (4) terem recortes serrilhados para que as pernas agarrem firmemente as partes ósseas.
3- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 2, caracterizado pelo facto de os recortes serrilhados em cada perna estarem voltados uns para os outros.
4- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 1, caracterizado pelo facto de as pernas (4) possuírem ainda uma ponta que se estende de modo transversal a partir das ditas pernas e substancialmente paralelo às secções de ligação.
5- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 1, caracterizado pelo facto de as secções de ligação (10) serem escalonadas para que as pernas tenham comprimentos diferentes.
6- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 1, caracterizado pelo facto de o espaço livre (8) entre as secções de ligação poder ser diminuído para fazer com que as pernas (4) se afastem, mantendo assim um espaço entre as partes ósseas.
7- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 1, caracterizado pelo facto de a única peça de material compreender uma peça de metal cortada de uma folha de metal.
8- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 7, caracterizado pelo facto de a única peça de metal ser cortada por raio laser.
9- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 1, caracterizado pelo facto de o metal biocompatível compreender aço inoxidável ou liga de titânio.
10- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 1, caracterizado pelo facto de a única peça de metal ser fabricada por grenalhagem para fornecer um acabamento adequado.
11- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 1, caracterizado pelo facto de o agrafo compreender um material bioabsorvível.
12- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 2, caracterizado pelo facto de os recortes serrilhados em cada perna não estarem voltados uns para os outros.
13- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 12, caracterizado pelo facto de o espaço livre entre as secções de ligação (10) ser diminuído por forma a afastar as pernas, fazendo com que os recortes serrilhados agarrem firmemente ao osso.
14- Agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 1, caracterizado pelo facto de as secções de ligação (10) possuírem dentes ou recortes serrilhados que se estendem distalmente para encaixarem num elemento de tecido mole fixado entre a ligação elástica e o osso.
15- Processo de fabrico de um agrafo cirúrgico, conforme reivindicado na reivindicação 1, compreendendo os passos: - cortar a peça de metal de forma a ter uma parte de ligação que compreenda duas secções de ligação alongadas adjacentes, separadas uma da outra por um espaço livre, - dobrar o agrafo em forma de U após o corte, caracterizado pelo facto de o agrafo ser formado por uma única folha de metal e sendo o corte efectuado de forma a que as secções de ligação fiquem separadas por um espaço livre em todo o comprimento e unidas uma à outra abaixo da curvatura da forma de U.
16- Processo, conforme reivindicado na reivindicação 15, caracterizado pelo facto de o espaço livre ser formado quando o agrafo é cortado, ou após o corte do agrafo através do afastamento das secções de ligação.
17- Processo, conforme reivindicado em qualquer uma das reivindicações 15 ou 16, caracterizado pelo facto de o agrafo ser formado por raio laser.
18- Processo, conforme reivindicado em qualquer uma das reivindicações 15 a 17, caracterizado pelo facto de o agrafo ser fabricado a partir de materiais biocompatíveis seleccionados de entre: metal de liga de titânio, tal como Ta6V, ou aço inoxidável, tal como 316L. Lisboa, 3 de Outubro de 2001 9 *9μι<μο* o* mkwmemof Λ

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