PT640569E - Processo e dispositivo para o bambeamento de folhas de vidro - Google Patents

Processo e dispositivo para o bambeamento de folhas de vidro Download PDF

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PT640569E
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Saint Gobain Vitrage
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Description

ÊíO 562>
DESCRICÃO
EPÍGRAFE: “PROCESSO E DISPOSITIVO PARA O BAMBEAMENTO DE FOLHAS DE VIDRO” A invenção diz respeito ao bambeamento de folhas de vidro e em particular o bambeamento sobre uma forma ou configuração recortada designada geralmente por quadro ou esqueleto de bambeamento. O bambeamento das folhas de vidro sobre esqueleto é uma técnica geralmente empregada para bambear as folhas de vidro e em particular para bambear simultaneamente as duas folhas de vidro destinadas a formar uma vidraça folheada bambeada tal como um pára-brisas de veículo automóvel. Uma tal técnica de bambeamento sobre quadro permite a realização de vidraças apresentando curvaturas complexas e mais particularmente uma dupla curvatura. Nesta técnica, as duas folhas de vidro colocadas uma sobre a outra com interposição de um agente de separação adequado são suportadas ao longo das suas partes das extremidades marginais de uma maneira sensivelmente horizontal por um quadro tendo o perfil desejado, quer dizer o perfil correspondente àquele definitivo das duas folhas de vidro bambeadas. Assim suportadas, as duas folhas de vidro passam num forno de 1
bambeamento, geralmente um forno túnel tendo zonas de aquecimento temperaturas diferentes. A primeira destas zonas é geralmente uma zona de pré-aquecimento na qual as folhas de vidro são aquecidas até uma temperatura do vidro sensivelmente próxima do ponto de amolecimento. A zona seguinte é a zona de bambeamento onde as folhas de vidro levadas a uma temperatura de aproximadamente 600° C vão se curvar progressivamente por gravidade para consagrar finalmente na periferia a forma do quadro e atingir as curvaturas desejadas. As folhas de vidro são de seguida arrefecidas para ser, na saída do forno túnel, retiradas do quadro de enformação.
Este processo de bambeamento sobre esqueleto dá inteira satisfação sobretudo quando as curvaturas não são muito acentuadas e/ou quando o bambeamento é essencialmente cilíndrico. Quando as curvaturas são mais acentuadas, em particular na proximidade da periferia das vidraças, pode-se produzir o que se chama um contra-bambeamento nos cantos das folhas de vidro, geralmente em dois destes cantos, ou mesmo nos quatro cantos conforme a geometria da vidraça, quer dizer as suas curvaturas definitivas e também a sua forma inicial de recorte. O contra-bambeamento corresponde a uma inversão não desejada neste caso da curvatura.
As folhas de vidro bambeadas obtidas não respondem mais então às condições impostas na vidraça para poder ser montadas num vão de carroçaria. 2
Para remediar o contra-bambeamento, foi proposto no pedido de patente EP-A-448 447, um processo de bambeamento por gravidade compreendendo pelo menos duas etapas. A primeira etapa consiste em bambear por gravidade as folhas de vidro segundo uma primeira forma correspondendo a um esboço da forma definitiva. Durante esta primeira etapa, as folhas de vidro são suportadas por uma primeira linha periférica existente no quadro de bambeamento. A segunda etapa consiste em bambear por gravidade as folhas de vidro segundo a forma definitiva sendo suportadas por uma segunda linha periférica, existente no mesmo quadro. Para isso, o quadro é constituído sobre pelo menos uma parte da sua periferia por uma estrutura dupla.
Este processo de bambeamento é completamente satisfatório para o bambeamento de duas folhas de vidro destinadas à realização de uma vidraça tal como um pára-brisas de veículo automóvel actual. Ele comporta entretanto um limite ligado ao ângulo de “encosto" quer dizer o ângulo formado por um vector tangente na extremidade lateral da parte mais larga da vidraça com o plano horizontal, quando a vidraça bambeada é colocada numa posição horizontal. O processo de bambeamento descrito precedentemente permite realizar vidraças apresentando ângulos de encosto de um valor máximo de aproxímadamente 45 graus, para pequenos raios de curvatura. 3
Ora a exigência actual nomeadamente no que diz respeito aos pára-brisas de veículos automóveis orienta-se para ângulos de enconsto superiores a 50 graus e podendo atingir 80 graus.
Para remediar o contra-bambeamento, no caso do bambeamento de uma única folha de vidro, destinada a ser temperada térmicamente e que para este fim é fortemente aquecida, foi já proposto nomeadamente na patente US-3 511 628 manter os bordos da dita folha durante a operação de bambeamento. Com um tal processo, parece possível bambear uma folha de vidro apresentando ângulos de encosto superiores a 50 graus. Entretanto, este processo não é satisfatório em particular no caso do bambeamento de várias folhas de vidro em simultâneo.
Foi igualmente proposto na patente EP-B-0 250 311 a utilização de uma força adicional à força da gravidade aplicando se sobre a face superior da folha de vidro por cima dos locais sujeitos a um contra-bambeamento. Um tal processo parece igualmente poder facilitar a realização de ângulos de encosto superiores a 50 graus. Entretanto, este processo não é satisfatório para todas as formas de vidraças, sujeitas a um contra-bambeamento não desejado no decurso da sua passagem nos fornos de bambeamento por gravidade. O documento EP-A-0 414 232 descreve um processo de bambeamento de duas folhas de vidro simultâneamente combinando forças de gravidade e de prensagem segundo o qual a folha exterior é amolecida mais rápidamente numa atmosfera quente. 4
0 documento EP-A-0 445 672 descreve ainda um processo de bambeamento de uma folha de vidro colocada sobre um quadro comportando partes giratórias, o bambeamento efectuando-se sob efeito da gravidade e de forças de prensagem. A invenção tem por objectivo o bambeamento de uma ou várias folhas de vidro simultâneamente sobre um quadro ou esqueleto permitindo evitar o contra-bambeamento sobre uma zona muito importante da vidraça e que permite além disso obter vidraças que apresentam ângulos de encosto importantes, mais particularmente superiores a 50 graus, com pequenos raios de curvatura, entende-se raios de curvatura inferiores a 200 milímetros e muitas vezes inferiores a 150 milímetros.
Este objectivo é atingido de acordo com a invenção por um processo de bambeamento sobre quadro, de pelo menos uma folha de vidro, no decurso do qual a ou as folhas de vidro empilhadas, colocadas sobre um quadro de bambeamento em posição horizontal, são levadas à temperatura de deformação e são bambeadas em pelo menos duas etapas, a primeira consistindo na acção da gravidade sobre a ou as folhas de vidro suportando a ou as folhas de vidro segundo uma primeira linha periférica, e conduzindo a um esboço da forma definitiva, e a última etapa conduzindo à forma definitiva da ou das folhas de vidro suportando a ou as folhas de vidro segundo uma segunda linha periférica de curvatura diferente que se substitui à primeira, esta forma definitiva sendo atingida no decurso da última etapa, pela combinação de acções simultâneas ou não da gravidade e de pelo menos uma força mecânica adicional. 5
Numa primeira variante de acordo com a invenção a força mecânica adicional é uma força de prensagem exercida por pelo menos uma peça de forma. O processo assim definido permite obter vidraças bambeadas apresentando contra-bambeamento apenas em zonas limitadas a 20 milímetros do bordo da vidraça e possuindo ângulos de encosto superiores a 50 graus, para raios de curvatura inferiores a 150 milímetros nas zonas de encosto. Entretanto, as acções de prensagem exercidas sobre o vidro à sua temperatura de deformação podem segundo a peça de forma utilizada deixar marcas. Estas podem ser, no caso presente, eliminadas na sequência, nomeadamente por um esmalte, quando elas são suficientemente próximas dos bordos da vidraça.
Numa segunda variante vantajosa segundo a invenção, a força mecânica adicional é uma força de resistência exercida por pelo menos uma peça de forma sobre a qual vêem se aplicar a ou as folhas de vidro.
Segundo esta segunda variante o vidro é submetido a uma espécie de extensão ou de enrolamento em volta da peça de forma e esta não deixa assim quase nenhum traço ou marca sobre a superfície da folha de vidro que vem ao contacto com ela.
De acordo com um modo preferido da invenção, no decurso da primeira etapa realiza-se essencialmente pelo menos um esboço da curvatura transversal. As etapas seguintes do bambeamento consistem então em terminar a curvatura transversal e em realizar a curvatura longitudinal. É igualmente possível na primeira etapa de bambear essencialmente segundo a curvatura transversal e segundo a curvatura longitudinal localizada para esta última na parte mediana da ou das folhas de vidro. Realiza-se então na última etapa essencialmente o bambeamento complementar longitudinal, localizado sobre as partes periféricas da ou das folhas de vidro.
Sob uma forma de realização do processo que utiliza duas linhas periféricas, estas duas linhas periféricas são inteiramente distintas uma da outra. A substituição de uma linha por outra opera-se seja por uma elevação do nível da segunda linha em relação ao nível da primeira, seja por um abaixamento do nível dessa primeira linha, seja por uma combinação de uma elevação do nível de uma parte da segunda linha e um abaixamento do nível de uma parte da primeira linha.
Sob uma outra forma de realização do processo que utiliza duas linhas periféricas, a segunda linha periférica é distinta únicamente em partes da primeira linha. A distinção existe de preferência sobre as partes laterais das duas linhas.
As linhas periféricas de acordo com a invenção são geralmente linhas contínuas em particular para a linha definindo a forma bambeada definitiva da ou das folhas de vidro, ainda que uma linha formada de vários pontos ou secções colocadas em lugares adequados possa igualmente convir, em particular para a linha definindo o esboço.
Sob um dos aspectos da invenção e em particular para evitar um contrabambeamento, a primeira linha periférica destinada à realização da primeira etapa de bambeamento é tal que o ângulo formado por todo o vector tangente à dita linha com o plano horizontal é inferior a 20 graus e de preferência inferior a 15 graus. A invenção propõe igualmente um dispositivo para a realização do processo tal como descrito precedentemente.
Este dispositivo para o bambeamento sobre quadro de pelo menos uma folha de vidro compreende por um lado um quadro cujo pelo menos uma parte é dupla de maneira a permitir duas posições, a primeira conduzindo a um esboço da forma e a segunda à forma definitiva, e por outro, pelo menos uma peça de forma interveniente em combinação com a segunda posição para a enformação da forma definitiva, e meios permitindo uma aproximação relativa da peça de forma e do quadro para a aplicação da peça de forma sobre a vidraça ou recíprocamente.
De preferência, durante a enformação da forma definitiva, pelo menos uma parte do quadro é móvel na direcção de pelo menos uma peça de forma imóvel.
De acordo com um primeiro modo de realização, pelo menos as partes laterais extremas do quadro são duplas.
De acordo com um segundo modo de realização a parte dupla do quadro estende-se sobre a quase totalidade da periferia do quadro. 8
De acordo com um modo vantajoso da invenção, as partes duplas do quadro são realizadas por elementos giratórios do quadro.
Sob um dos aspectos da invenção, o quadro esboço é tal que o ângulo formado por todo o vector tangente a este quadro, com o plano horizontal é inferior a 20 graus e de preferência inferior a 15 graus. O quadro apresenta vantajosamente na sua posição definitiva um ângulo, formado por um vector tangente na extremidade lateral da parte mais larga do quadro e o plano horizontal, superior a 50 graus e podendo atingir 80 graus.
As peças de forma são de preferência elementos de superfície, quer dizer que são destinadas a ter um contacto de superfície. O dispositivo de bambeamento de acordo com a invenção compreende geralmente duas peças de forma colocadas simétricamente em relação ao eixo do quadro. A peça de forma pode ser numa realização extrema um elemento único recobrindo toda a vidraça.
Numa variante, o contacto com a folha de vidro pode ser linear segundo uma ou várias linhas consecutivas dispostas nos locais desejados.
Numa outra variante, o contacto pode ser pontual segundo um ou vários pontos dispostos nos locais desejados. 9
Segundo estas duas variantes, as peças de forma são vantajosamente múltiplas de maneira a constituir superfícies descontínuas.
Outros detalhes e características vantajosas ressaltam mais adiante da descrição de exemplos do dispositivo segundo a invenção em referência às figuras 1, 2, 3, que representam: figura 1 : uma vista em perspectiva de um esquema de um dispositivo de acordo com a invenção, figura 2 : uma representação esquemática em seis etapas do processo de acordo com a invenção, figura 3 : uma representação esquemática de um outro exemplo de realização de um dispositivo de acordo com a invenção. A figura 1 representa um esquema de um dispositivo de acordo com a invenção. Um quadro 1 comporta duas partes longitudinais ou longarinas 2 cujas uma só é visível sobre a figura e duas partes transversais ou travessas de extremidades 3. Uma só dessas travessas 3 é igualmente visível sobre a figura. Estes diferentes elementos são ligados por eixos, não representados, que asseguram a rigidez do sistema, e formam assim um quadro fixo que representa o perfil do esboço desejado.
SF
Em redor das partes transversais fixas 3 são montadas interiormente travessas giratórias 4 que apresentam curvaturas diferentes daquelas das travessas fixas 3.
Estas travessas giratórias 4 podem adoptar duas posições diferentes. A primeira é representada sobre a figura 1. Neste caso, uma folha de vidro que é colocada vem ao contacto com o conjunto do quadro fixo e toma a sua forma quando é conduzida à sua temperatura de amolecimento.
Ela será virada, em sequência, sobre a segunda posição das travessas giratórias 4. A passagem de uma a outra destas posições pode fazer-se no caso da figura 1 por uma acção sobre o puxador 5, que implica a rotação da travessa 4. O puxador 5 considerado para modificar a posição das travessas giratórias 4, só é um exemplo de realização. Poderia igualmente tratar-se, por exemplo, de pesos, que fixos às hastes solidárias das travessas giratórias 4, desempenham uma função de pêndulo e implicam a rotação destas partes móveis 4. O quadro 1 é suportado por um esqueleto 6 previsto para ser deslocável segundo os railes 7. Desta maneira, é possível veicular o quadro sobre o qual são colocadas as folhas de vidro no seio de um forno túnel tendo zonas de aquecimento a temperaturas diferentes.
Por cima do quadro, está representada uma peça de forma 8 que intervem durante o bambeamento das folhas de vidro. Ela será virada em sequência sobre esta peça de forma 8. Ela é ligada a uma outra peça de forma, não representada, colocada 11 simétricamente na outra extremidade do quadro 1, por intermédio de duas vigas 9, 10. Estas vigas 9, 10 são elas mesmas mantidas pelos dispositivos 11, simbolizados por uma corrente, que permitem variar a altura da posição das peças de forma 8. São igualmente associados a estas vigas 9, 10 elementos 12 ou “dedos” que permitem, em vindo a se posicionar nos “elementos fêmeas” 13, centrar as peças de forma 8 em relação ao quadro 1. Estes elementos 12 permitem igualmente manter um espaço definido entre as peças de forma 8 e o quadro 1. Estes elementos 12 são vantajosamente colocados nos quatros cantos do quadro 1. A peça de forma 8 é representada sobre esta figura 1 como um elemento apresentando uma curvatura segundo um pequeno pequeno raio de curvatura, inferior a 200 mm, e estendendo-se sobre toda a largura do quadro. E esta peça de forma 8 é associada a uma outra peça idêntica colocada simétricamente na outra extremidade do quadro. Entretanto, esta representação não é limitativa. Elas podem por exemplo cada uma ser substituída por vários elementos colocados uns ao lado dos outros de maneira a formar uma superfície descontínua. É igualmente possível colocar uma peça de forma única que recobre todo o quadro 1. A figura 2 esquematiza o processo de acordo com a invenção em seis etapas cronológicas 14, 15, 16, 17, 18, 19. Afim de facilitar as explicações, falar-se-à da primeira posição ou posição de esboço e da segunda posição ou posição definitiva, a passagem de uma a outra fazendo-se por rotação das partes giratórias 4. 12 0 esquema 14 representa o quadro 1 na sua primeira posição. As duas folhas de vidro 20, simbolizadas por um traço espesso, são colocadas sobre o quadro sendo centradas por exemplo graças a moletas, não representadas, colocadas sobre o circuito do quadro. A folha de vidro inferior suportada em diferentes pontos ou secções sobre o quadro, a aproximadamente 5 mm do seu bordo. O ângulo formado por um vector tangente na extremidade lateral mais larga do quadro e as folhas de vidro, que formam então um plano horizontal, é de aproximadamente 15 graus. As figuras são apenas esquemas que não fazem ressaltar este valor com exactidão.
Este valor permite evitar um contra-bambeamento quando as folhas de vidro vão tomar a forma do quadro. O quadro 1 é então conduzido num forno de bambeamento por deslocamento ao longo do railes 7. Numa primeira fase, o conjunto sofre um pré-aquecimento. Depois numa segunda fase, que leva e mantém o vidro a uma temperatura próxima da sua temperatura de amolecimento, as folhas de vidro deformando-se por gravidade. O resultado é representado sobre o esquema 15. As folhas de vidro tomam apoio sobre o contorno do quadro fixo e principalmente sobre as partes centrais das longarinas 2, tomando assim a forma de um esboço das curvaturas definitivas a obter. Esta forma esboço apresenta nomeadamente uma curvatura transversal próxima ou superior à curvatura transversal definitiva. A forma esboço sendo obtida, o quadro pode de novo ser deslocado ao longo dos railes 7 e é posicionado sob as peças de forma 8. As peças de forma 8 estão então
em posição alta de maneira a prevenir todos os riscos de fricção das folhas de vidro durante o deslocamento. As peças de forma são de seguida conduzidas à posição baixa com a ajuda dos dispositivos 11. Este movimento é simbolizado pela flecha 21 sobre o esquema 16. As peças de forma 8 ficam então em contacto com as folhas de vidro mas não exercem nenhuma força sobre elas. Isto é possível graças aos elementos 11 que permitem uma regulação final da posição destas peças de forma.
Os esquemas 17, 18 representam a modificação do quadro 1. O esquema 17 representa o quadro em curso de modificação e o esquema 18 representa-o na sua posição definitiva.
Os elementos 22 animados, por exemplo, de um movimento de rotação simbolizado pelas flechas 23 arrastam o movimento dos puxadores 5, simbolizado pelas flechas 24 e portanto a rotação das travessas giratórias 4. Estas travessas móveis 4 giram no interior das travessas 3 e posicionam-se finalmente por cima das travessas 3 para formar assim a posição definitiva do quadro. As curvaturas definitivas são assim obtidas.
Na posição definitiva representada sobre o esquema 18, um vector tangente na extremidade lateral da parte mais larga do quadro forma um ângulo com o plano horizontal superior a 50 graus e podendo atingir 80 graus ou mais, segundo a curvatura dada às travessas giratórias 4. 14
As forças exercidas sobre as partes móveis 4 devem ser suficientes para implicar a sua rotação e das folhas de vidro que repousam sobre estas travessas 4.
As peças de forma 8 exercem então forças de resistência sobre toda a superfície das folhas de vidro em contacto com elas. A rotação das partes transversais giratórias 4 implica a contraformação por enrolamento das folhas de vidro em redor dessas peças de forma 8. É assim possível obter ângulos de enconsto superiores a 50 graus sem aparecimento de contra-bambeamento nos cantos das folhas de vidro.
Quando a forma definitiva é obtida, as peças de forma 8 são elevadas. Esta etapa é simbolizada pela flecha 25 sobre o esquema 19. O quadro 1 pode de novo ser deslocado ao longo dos railes 7 para uma zona de arrefecimento. A figura 3 representa um outro exemplo de realização de um quadro de acordo com a invenção. Este quadro é igualmente constituído de uma parte fixa formada de duas longarinas 28 e duas travessas 29. Em compensação, as partes giratórias duplicam o quadro sobre a quase totalidade da sua periferia. Cada parte giratória é composta de uma travessa 30 e duas meia-longarinas 31. Segundo esta variante de realização, o quadro conduzindo a uma forma esboço, representada sobre o esquema 26, compõe-se das travessas fixas 29 e das meia-longarinas 31.
Na segunda posição representada sobre o esquema 27, o quadro correspondendo à forma definitiva é formado pelas travessas 30 giratórias e longarinas fixas 28.
No caso representado sobre a figura 3, a curvatura longitudinal sendo pouco pronunciada na primeira posição (esquema 26), obtem-se essencialmente a curvatura transversal sobre a posição de esboço do quadro.
As folhas de vidro bambeadas obtidas de acordo com a invenção podem ser utilizadas para a fabricação de uma vidraça folheada por interposição entre elas de pelo menos uma folha intercalar em polivinilbutiral por exemplo.
De acordo com a invenção, parece que o dispositivo deixa muito poucos traços ou marcas sobre as folhas de vidro. Com efeito, os traços deixados pelo quadro sobre a folha de inferior são na periferia e muito próximos do bordo e podem assim estar na zona coberta pela junta utilizada para a montagem da vidraça no vão da carroçaria e são pois invisíveis sobre a vidraça montada.
Por outro lado, aparece pelo menos parcialmente uma dupla marca visto que o quadro é pelo menos parcialmente dobrado. Mas as partes dobradas são realizadas de tal maneira que a parte giratória deixa uma marca o mais próximo possível desta deixada pela parte fixa. Estas duas marcas são pois disfarçadas ao mesmo tempo pela junta de montagem. 16
Estas duas marcas, caracterizadas de uma vidraça folheada obtida segundo este processo podem por exemplo ser observadas por reflexão em forte incidência sob um projector.
No que diz respeito aos contactos entre as peças de formas 9, 10 e a folha de vidro superior, parece que estas não deixam quase nenhuma marca. Além disso, é possível utilizar intercalares do tipo redes de malha metálica que envolvem as peças de forma e que protegem mais eficazmente ainda as folhas de vidro.
Lisboa, 19 de Abril de 2000
O AGENTE OFICIAL
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Claims (4)

  1. REIVINDICAÇÕES 1a - Processo de bambeamento sobre quadro (1) de pelo menos uma folha de vidro (20), no decurso do qual a ou as folhas de vidro empilhadas, colocadas sobre um quadro de bambeamento em posição horizontal são levadas à temperatura de deformação e são bambeadas em pelo menos duas etapas, a primeira consistindo na acção da gravidade sobre a ou as folhas de vidro suportando a ou as folhas de vidro segundo uma primeira linha periférica e conduzindo a um esboço da forma definitiva, e a última etapa conduzindo à forma definitiva da ou das folhas de vidro suportando a ou as folhas de vidro segundo uma segunda linha periférica de curvatura diferente que se substitui à primeira, caracterizado pelo facto de a forma definitiva ser atingida no decurso da última etapa pela combinação de acções, simultâneas ou não, da gravidade e de pelo menos uma força mecânica adicional. 2a - Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de a força mecânica adicional ser uma força de pressão. 3a - Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de a força mecânica adicional ser uma força de resistência permitindo uma conformação da folha de vidro (20).
    4a - Processo de acordo com uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo facto de a primeira etapa de bambeamento consistir em realizar pelo menos um esboço de curvatura transversal. 5a - Processo de acordo com uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo facto de na primeira etapa de bambeamento bambear-se essencialmente segundo a curvatura transversal e segundo a curvatura longitudinal localizada para esta última na parte mediana da ou das folhas de vidro (20) e pelo facto de na última etapa realizar-se o bambeamento complementar essencialmente longitudinal e localizado sobre as partes periféricas da ou das folhas de vidro. 6a - Processo de acordo com a reivindicação 1 a 5, caracterizado pelo facto de as linhas periféricas serem pelo menos em parte distintas uma da outra. 7a - Processo de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo facto de a substituição verificar-se sobre as partes laterais da primeira linha. 8a - Processo de acordo com a reivindicação 6 ou 7, caracterizado pelo facto de a substituição consistir em elevar o nível de pelo menos uma parte da segunda linha. 9a - Processo de acordo com uma das reivindicações 5 a 8, caracterizado pelo facto de a primeira linha periférica ser tal que o ângulo formado por todo o vector tangente à dita linha com o plano horizontal é inferior a 20 graus e de preferência inferior a 15 graus.
  2. 2 10a - Dispositivo para o bambeamento sobre quadro de pelo menos uma folha de vidro (20) compreendendo um quadro (1) cujo pelo menos uma parte é duplicada de maneira a permitir duas posições, a primeira conduzindo a um esboço de forma e a segunda à forma definitiva, caracterizado pelo facto de compreender pelo menos uma peça de forma (8) intervindo para a formação da forma definitiva, e dos meios (5, 22, 23) permitindo uma aproximação relativa da peça de forma e do quadro. 11a - Dispositivo de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo facto de durante a formação da forma definitiva, pelo menos uma parte do quadro (1) é móvel na direcção de pelo menos uma peça de forma (8) imóvel. 12a - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 10 ou 11, caracterizado pelo facto de pelo menos as partes laterais extremas do quadro (1) serem duplicadas. 13a - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 10 a 12, caracterizado pelo facto de a parte duplicada do quadro (1) se estender sobre a quase totalidade da periferia do quadro. 14a - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 10 a 13, caracterizado pelo facto de as partes duplicadas do quadro (1) serem realizadas por elementos giratórios (4, 30) fixados sobre um quadro esboço e podendo se substituir às partes deste quadro esboço para a formação da forma definitiva.
  3. 3 15a - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 10 a 14, caracterizado pelo facto de a primeira posição do quadro (1) ser tal que o ângulo formado por todo o vector tangente a este quadro com o plano horizontal é inferior a 20 graus e de preferência inferior a 15 graus. 16a - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 10 a 15, caracterizado pelo facto de a segunda posição do quadro (1) ser tal que o ângulo formado por um vector tangente na extremidade lateral da parte mais larga do quadro, e o plano horizontal é superior a 50 graus. 17a - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 10 a 16, caracterizado pelo facto de pelo menos uma peça de forma (8) ser tal que um contacto pelo menos pontual é realizado com a vidraça (20). 18a - Dispositivo de acordo com a reivindicação 17, caracterizado pelo facto de o contacto entre a peça de forma (8) e a vidraça (20) ser pelo menos linear. 19a - Dispositivo de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo facto de o contacto entre a peça de forma (8) e a vidraça (20) ser de superfície. 20a - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 10 a 19, caracterizado pelo facto de a ou as peças de forma (8) serem recobertas de uma rede de malha metálica de maneira que esta esteja em contacto com uma folha de vidro (20).
  4. 4 21a - Aplicação do processo de acordo com uma das reivindicações 1 a 9, para o bambeamento de folhas de vidro (20) sujeitas a um contra-bambeamento. 22a - Aplicação do processo de acordo com uma das reivindicações 1 a 9, para o bambeamento simultâneo de pelo menos duas folhas de vidro (20) sobrepostas. Lisboa, 19 de Abril de 2000 O AGENTE OFICIAL
    5
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