PT2385922E - Cápsula e método para a preparação de uma bebida, tal como café a partir da referida cápsula - Google Patents

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DESCRIÇÃO "CÁPSULA E MÉTODO PARA A PREPARAÇÃO DE UMA BEBIDA, TAL COMO CAFÉ A PARTIR DA REFERIDA CAPSULA" A presente invenção refere-se a uma cápsula e um método para a preparação de uma bebida, tal como extracto de café a partir de uma cápsula descartável contendo um ingrediente de bebida (e. g., café torrado e mordo) inserida num dispositivo para produção de bebidas.

Um método bem sucedido para a preparação de uma bebida a partir de cápsulas que contêm um ingrediente de bebida está descrito no documento EP 0468570. O principio consiste na inserção de uma cápsula contendo pó de café e extracção de um liquido de café por rasgagem de uma membrana de distribuição da cápsula sob o efeito de pressão contra um suporte de cápsula compreendendo uma rede de pequenas pirâmides truncadas. As pirâmides truncadas criam orifícios controlados na membrana e filtram o extracto de café que é descarregado através de suporte de cápsula e depois para baixo para um tubo de descarga.

Outras publicações de patentes referem-se a proporcionar um elemento de vedação na cápsula para melhorar a estanquidade ao líquido entre a cápsula e o sistema de injecção de água pressurizada, tal como os documentos EP 1654966, EP 1702543, EP 1700548, EP 1816936 e o WO 2009/115474. 1

Alguns consumidores preferem cafés que não têm características de sabor ou aroma muito fortes que tipicamente podem ser obtidos pelo método de extracção a alta pressão do da técnica anterior. Para determinados cafés como o "lungo", o método também pode produzir sobre-extracção de compostos que conferem sabor amargo indesejado ao extracto de café.

Por conseguinte, seria vantajoso distribuir uma bebida de café de concentração ou sabor mais leve, ou café "creme" menos denso, enquanto se mantém a eficácia do princípio de extracção da técnica anterior que pode distribuir a pedido bebidas de café que são infimamente extraídas com uma intensidade de aroma elevada e creme espesso.

Um objectivo da presente invenção é proporcionar uma solução para esta necessidade, propondo um método cujo princípio é criar uma derivação de água para diluir o extracto de café que é extraído através da cápsula com água quente do dispositivo.

Mais particularmente, a invenção refere-se a um método para a preparaçao de uma bebida, de um modo preferido, café, utilizando uma cápsula contendo uma dose de ingrediente de bebida, de um modo preferido, café moido, por inserção da cápsula numa unidade de preparação de bebidas compreendendo um suporte de cápsula e um elemento envolvente de injecçao de água; compreendendo as operações de: inserir a cápsula entre o suporte de cápsula e o elemento envolvente de injecção de água enquanto se pressiona o bordo de vedação contra o suporte de cápsula por meio de uma 2 superfície de compressão com ranhuras do elemento envolvente de injecção de água, - injectar água sob pressão no volume entre a cápsula e o elemento envolvente de injecção de água e na cápsula, em que é proporcionada uma derivação de água no início da operação de injecção de água entre a superfície de compressão que compreende ranhuras radiais e a cápsula, em que tal derivação de água é parada ou, pelo menos, reduzida quando se executa ainda o passo de injecção de água, em que o extracto líquido é forçado a fluir do interior da cápsula através da parede de distribuição, através do suporte de cápsula e para um tubo de descarga e em que a derivação de água é recolhida e também guiada para o referido tubo de descarga.

No modo preferido, a derivação de água é interrompida ou, pelo menos, reduzida durante a injecção de água por amolecimento do material do bordo sob o efeito de líquido quente injectado entre a cápsula e o elemento envolvente e a pressão mecânica exercida no bordo pelo elemento envolvente de injecção.

Num primeiro modo, o material do bordo é, de um modo preferido, um material polimérico semi-cristalino seleccionado de uma qualidade que tem uma temperatura de amolecimento Vicat (ISO 10350) entre cerca de 30 e 100 °C, de um modo preferido 3 entre 40 e 90 °C, de um modo muito preferido, entre 40 °C e 80 °C.

De um modo preferido, o material semicristalino compreende polímero termoplástico do grupo das poliolefinas.

De um modo mais preferido, o material é seleccionado entre o grupo de: - polietileno em especial polietileno de alta densidade, polietileno de média densidade, polietileno de baixa densidade linear, - Uma mistura de: a) um polímero seleccionado de entre polietileno (PE) ou polipropileno (PP) e, b) pelo menos, um copolímero seleccionado de entre o grupo consistindo em: copolímero(s) de etileno ou terpolímero (s) de etileno e as suas combinações.

De um modo muito preferido, o referido copolímero da lista b) é escolhido de entre o grupo consistindo em: bl) EVA (etileno-acetato de vinilo), EMA (acetato do monómero éter monobutílico de etilenoglicol acetato), EBA (poli(etileno-co-acrilato de butilo) e as suas combinações, ou b2) um elastómero de poliolefina ou plastómero, de um modo preferido, EPDM (monómero de etileno-propileno-dieno) , 4 ou as suas combinações.

Em particular, o referido polímero a (i. e., PE ou PP) confere as propriedades mecânicas à cápsula, em particular, a sua resistência contra deformação durante a perfuração pelas agulhas de injecção. Também compensa a menor resistência ao calor do segundo polímero ou poliolefinas funcionais (i. e., EVA, EMA, EBA, etc.)

Em vez das ou além das poliolefinas com baixa resistência térmica, um elastómero de borracha (TPE) ou plastómero pode ser adicionado ao primeiro polímero para proporcionar funcionalidades semelhantes.

Portanto, de um modo preferido, a proporção de polímero(s) e copolímero(s) a:b está compreendida entre 10:0,1 e 10:5, de um modo mais preferido, 10:0,2 a 10:3, de um modo muito preferido, 10:0,3 a 10:1.

Cargas adicionais e/ou aditivos específicos podem também ser adicionados ao material, tal como ao(s) copolímero(s) da lista b, tais como carbonato de cálcio, dióxido de titânio, fibras, pérolas de vidro e as suas combinações.

Noutro modo, o material que constitui, pelo menos, uma parte do bordo é um polímero (e. g., termoplástico) seleccionado numa qualidade tendo uma temperatura de transição vítrea (Tg) entre 30 e 80 °C, de um modo preferido, entre 40 e 60 °C. Quando a temperatura de transição vítrea do material tiver sido atingida, por causa do líquido quente injectado, o material 5 comporta-se como borracha. Isto faz com que as ranhuras da superfície de compressão do elemento envolvente da injecção fiquem obstruídas pelo material e, consequentemente, faz parar a derivação de água.

De um modo preferido, o material polimérico que constitui, pelo menos, uma parte do bordo é um poliéster biodegradável. Este poliéster é também, de um modo preferido, um poliéster baseado em recursos agrários.

De um modo preferido, o material polimérico que constitui, pelo menos, uma parte do bordo é seleccionado de entre o grupo consistindo em: poliéster, tal como PET cristalizado ou semi-cristalizado (cPET), ácido poliláctico cristalizado ou semicristalizado (cPLA), PET (tereftalato de polietileno), PLA (ácido poliláctico) e as suas combinações. É preferido PLA ou PET, pelo menos parcialmente, cristalizado em relação a PLA ou PET não cristalizado, uma vez que proporciona uma maior resistência à temperatura e à pressão durante a extracção.

Num modo, o poliéster PLA é uma mistura ou copolímero de PLLA (poli-L-lactido) e PDLA (poli-D-lactido). A proporção de PLLA:PDLA pode ser variada, dependendo do grau de cristalinidade, propriedades mecânicas e resistência à temperatura desejadas.

De acordo com a presente invenção, a sinergia entre as propriedades de comportamento do material da cápsula, em particular o seu bordo, e a configuração do dispositivo 6 proporciona uma certa proporção de diluição da bebida final. A proporção de diluição pode ser controlada por escolha do material apropriado da cápsula e dimensionamento em conformidade da superfície de compressão com ranhuras do dispositivo. A extracção é realizada basicamente em dois passos; um primeiro passo durante o qual é proporcionado uma certa derivação da água ao longo do bordo e um segundo passo durante o qual a bebida é essencialmente extraída através da cápsula e a derivação reduzida ou parada. Isto resulta num café mais fraco, com menos creme, em comparação com bebidas de café típicas de bares (espresso/lungo) obtidas pelos sistemas de cápsulas da técnica anterior que não proporcionam um efeito de derivação. A parede de distribuição da cápsula, de um modo preferido, é rasgada sob pressão contra saliências proporcionadas no suporte de cápsula durante a injecção de água. Em particular, a parede de distribuição é uma membrana de alumínio de espessura compreendida entre 10 e 120 micrometros, de um modo preferido, entre 20 e 100 micrometros. Só é permitido que a membrana se rasgue quando é atingido um limiar de pressão na cápsula de acordo com o princípio descrito no documento EP 0468570. Isto permite proporcionar uma maior interacção de café e água quente na cápsula. Além disso, promove a derivação da água na primeira parte da extracção. No entanto, deve ser alcançado um compromisso para garantir que a derivação não é excessivamente grande, o que impediria a pressão de aumentar suficientemente na cápsula e, assim, a membrana de se rasgar contra o suporte de cápsula. Esse controlo pode ser obtido por escolha do material do bordo, bem como da espessura do bordo. Para isto, o bordo 7 tem, de um modo preferido, uma espessura compreendida entre 0,5 e 1,2 mm, de um modo muito preferido 0,7 a 1,1 mm.

Numa alternativa, a parede de distribuição pode ser uma parede porosa. A vantagem é um menor aumento de pressão na cápsula e resultados de extracção potencialmente mais fracos (i. e., teores de sólidos totais (Tc) menores na chávena). A presente invenção refere-se ainda a uma cápsula para a preparação de uma bebida num dispositivo de preparação de bebidas compreendendo: um corpo em forma de chávena compreendendo uma cavidade contendo um ingrediente de bebida e um bordo do tipo flange que se projecta para fora a partir da base do referido corpo, uma parede de distribuição ligada ao bordo do tipo flange, caracterizada por o bordo do tipo flange ser formado por um material polimérico seleccionado de uma qualidade tendo uma temperatura de amolecimento Vicat (ISO 10350) entre cerca de 30 e 100 °C, de um modo preferido entre 40 e 90 °C, de um modo muito preferido, entre 40 e 80 °C ou um polímero seleccionado de uma qualidade que tem uma temperatura de transição vítrea (Tg) entre 30 e 80 °C, de um modo preferido, entre 40 e 60 °C.

Embora a cápsula da invenção seja, de um modo preferido, utilizada para realizar o método da invenção, não está limitada a este método.

Num modo, o material do polímero é um poliéster baseado em recursos agrários.

Num modo, o material do polímero é seleccionado de entre o grupo consistindo em: poliéster, tais como PET cristalizado ou semi-cristalizado (cPET), ácido poliláctico cristalizado ou semicristalizado (CPLA), PET (tereftalato de polietileno), PLA (ácido poliláctico) e as suas combinações.

Num modo, o poliéster PLA é uma mistura ou copolímero de PLLA (i. e., poli-L-lactido) e PDLA (i. e., poli-D-lactido) . A proporção de PLLA:PDLA pode ser variada, dependendo do grau de cristalinidade, propriedades mecânicas e resistência à temperatura desejadas. A proporção de PLLA para PDLA pode variar de 99:1 a 40:60, de um modo mais preferido, de 95:5 a 50:50.

Num modo, a parede de distribuição é uma membrana configurada para ser, pelo menos parcialmente, rasgada sob pressão contra protuberâncias proporcionadas no suporte de cápsula durante a injecção de água.

Num modo, a parede de distribuição está configurada com aberturas de filtração. As aberturas de filtração, de um modo preferido, têm um diâmetro inferior a 300 micrometros, de um modo mais preferido, inferior a 200, de um modo muito preferido inferior a 100 micrometros. O bordo, de um modo preferido, tem uma espessura entre 0,5 e 1,2 mm.

Num modo, o bordo do tipo flange tem uma espessura que compreende, pelo menos, uma parte que tem espessura maior do que a espessura da parede lateral do corpo. Este aumento de 9 espessura assegura material suficiente que pode ser amolecido e premido pela superfície de compressão com ranhuras do elemento de injecção de água para proporcionar um acoplamento final estanque a líquidos.

Num modo, o bordo do tipo flange compreende, pelo menos, um lábio que forma um aumento local da espessura saliente a partir do bordo em direcção oposta à da membrana. Novamente, esta configuração assegura que suficiente material do bordo pode ser amolecido e pressionado pela superfície de compressão com ranhuras do elemento de injecção de água para proporcionar um acoplamento final estanque a líquidos, enquanto mantém uma estrutura leve e ecológica da cápsula.

Num modo, a membrana é uma membrana de alumínio ou de liga de alumínio.

Noutro modo, a membrana é feita do mesmo material que o material do polímero do corpo. A invenção também se refere a um sistema para a preparação de uma bebida compreendendo uma cápsula como referido acima e uma unidade de preparação de bebidas, em que a unidade compreende um suporte de cápsula e um elemento envolvente para receber a cápsula; compreendendo o referido elemento envolvente uma superfície anular de compressão compreendendo ranhuras radiais; estando a referida superfície de compressão configurada para comprimir o bordo do tipo flange da cápsula, em que o material do bordo do tipo flange está configurado durante a injecção de água para obstruir as ranhuras da superfície de 10 compressão, proporcionando assim, um acoplamento estanque a líquidos entre a cápsula e o elemento envolvente. A invenção será melhor compreendida em relação às figuras anexas, que são apresentadas como uma forma de realização preferida. A Figura 1 mostra a operação de inserção da cápsula no dispositivo de preparação de bebidas de acordo com o método da invenção. A Figura 2 mostra a operação de injecção de água no início da extracção de café no dispositivo fechado. A Figura 3 mostra a operação de injecção de água durante a extracção do café. A Figura 4 mostra a operação de inserção da cápsula no dispositivo de preparação de bebidas de acordo com uma segunda forma de realização da cápsula. A Figura 5 mostra a operação de inserção da cápsula no dispositivo de preparação de bebidas de acordo com uma terceira forma de realização da cápsula.

No método da presente invenção, é proporcionado um dispositivo 1 de preparação de bebidas em que é inserido uma cápsula 2. 0 dispositivo 1 compreende um suporte 3 de cápsula, um elemento 4 envolvente da injecção de água e um colector 5. 11 0 suporte 3 de cápsula é formado por um elemento de suporte compreendendo protuberâncias, tais como pirâmides 6 truncadas, canais 7 entre as protuberâncias e orifícios 8 proporcionados através do suporte 3 para drenagem de extracto líquido através do suporte de cápsula. 0 elemento 4 envolvente de injecção de água tem a forma de um sino com uma cavidade 9 interna, uma conduta 10 de injecção e lâminas 16 que permitem perfurar entradas de água na face de entrada da cápsula 2. Na extremidade livre do elemento 4 envolvente é proporcionada uma superfície 17 de compressão compreendendo uma pluralidade de ranhuras 15 radiais como descrito no documento WO 2009/115474 aqui incluído por citação. Na presente invenção, as ranhuras são aqui utilizadas para controlar um desvio temporário de água entre a cápsula e o elemento envolvente, até ser obtida uma vedação estanque a líquido por obstrução das ranhuras com o material da cápsula, como vai ser explicado. A jusante do suporte de cápsula é proporcionado um colector 5 para recolha do extracto líquido, bem como da água que vaza do dispositivo. 0 colector está concebido para guiar o líquido para um tubo 11 comum de descarga de líquidos. Portanto, o colector é suficientemente grande para abranger a periferia do suporte de cápsula. Por exemplo, o colector pode ser concebido como descrito no documento WO 2009/115474. Deve notar-se que o dispositivo pode estar orientado de modo diferente, por exemplo, com o elemento 4 envolvente e suporte de cápsula a estarem substancialmente horizontais, em vez de verticais (i. e., o referido suporte 3 por baixo do referido elemento 4) como representado aqui. 12 A cápsula 2 de acordo com a invenção tem um corpo 12 em forma de chávena que contém uma dose de ingrediente de bebida, e. g. , café torrado e moido, e uma parede 13 de distribuição selada ao bordo 14 do corpo. A parede 13 de distribuição pode ter várias configurações. Numa configuração preferida, a parede de distribuição é uma membrana fina que se rompe sob o aumento de pressão de extracção na cápsula contra as protuberâncias 6, e. g. membrana de alumínio entre 20-120 micrometros, como descrito no documento EP 0468570. "Alumínio" também abrange aqui qualquer tipo adequado de ligas de alumínio. A membrana fina pode compreender meios para reduzir a resistência da membrana, tais como linhas de enfraquecimento ou cortes ou meios para reduzir a pressão de abertura da membrana na cápsula, tal como um número limitado de orifícios minúsculos pré-perfurados.

Numa segunda configuração, a parede de distribuição é formada por uma parede porosa que não rasga ou só se rompe parcialmente sob a pressão contra o suporte de cápsula. O corpo da cápsula é, de um modo preferido, formado integralmente com o bordo 14 do tipo flange. O material para o bordo é, de um modo preferido, pelo menos parcialmente, feito de ou, pelo menos, coberto por um material vedante que amolece por contacto com o líquido quente pressurizado. De um modo preferido, o corpo é feito integralmente deste material.

Como referido anteriormente, o material é formado por um material polimérico tendo uma temperatura de amolecimento Vicat 13 (ISO 10350) entre cerca de 30 e 100 °C, de um modo preferido entre 40 e 90 °C.

Como é conhecido per se, a temperatura de amolecimento Vicat é a temperatura à qual uma agulha de extremidade plana penetra na amostra até uma profundidade de 1 mm sob uma carga específica (50 N).

Num primeiro modo, o material polimérico pode ser um polímero termoplástico, de um modo preferido poliolefinas. No modo preferido, o polímero é polietileno, tal como polietileno de alta densidade (HDPE), polietileno de média densidade (MDPE) ou de polietileno linear de baixa densidade (LLDPE), em que a qualidade do material de polietileno é seleccionado para satisfazer a temperatura de amolecimento Vicat dentro da gama definida.

Num segundo modo o material polimérico é uma mistura de: al - um polímero seleccionado de entre polietileno (PE) ou polipropileno (PP) e, bl - pelo menos, um segundo copolímero de copolímero de etileno ou terpolímero de etileno, de um modo muito preferido, seleccionado de entre EVA (etileno-acetato de vinilo), EMA (acetato do monómero éter monobutílico de etilenoglicol acetato), EBA (poli(etileno-co-acrilato de butilo) e as suas combinações. 14 A proporção de a:bl está, de um modo preferido, compreendida entre 10:0,1 e 10:5, de um modo mais preferido 10:0,2 a 10:3, de um modo muito preferido, 10:0,3 a 10:1.

Num terceiro modo, o polímero é uma mistura de: a - um polímero seleccionado de entre polietileno (PE) ou polipropileno (PP) e b2 - um elastómero de borracha ou plastómero. O polímero b2 pode ser EPDM (monómero de etileno-propileno-dieno) ou uma mistura de EPDM e plastómero metaloceno. A proporção de a:b2 está, de um modo preferido, compreendida entre 10:0,1 e 10:5, de um modo mais preferido 10:0,2 a 10:3, de um modo muito preferido, 10:0,3 a 10:1.

Noutro modo, o material do polímero também pode ser seleccionado de entre polímero(s) seleccionado(s) numa qualidade que compreende uma temperatura de transição vítrea (Tg) entre 30 e 80 °C, de um modo preferido, entre 40 e 60 °C. O material polimérico pode ser seleccionado de entre poliésteres à base de recursos agrários.

Portanto, num quarto modo, o material é seleccionado de entre o grupo consistindo em: poliéster, tais como PET cristalizado ou semi-cristalizado (cPET), ácido poliláctico cristalizado ou semicristalizado (cPLA) , PET (tereftalato de polietileno), PLA (ácido poliláctico) e as suas combinações. 15 0 ácido poli (láctico) (i. e., PLA) pode ser produzido de diferentes modos: químicas ou biológicas, tal como por fermentação de hidratos de carbono a partir de lactobacilos. 0 PLA compreende diferentes monómeros enantioméricos (PLLA ou PDLA) que são policondensados através do seu dímero cíclico (lactido) por polimerização com abertura do anel a um polímero de elevado peso molecular. As propriedades térmicas e a cristalinidade do PLA estão relacionadas com a proporção entre as duas mesoformas D e L. Para a invenção, a proporção de PLLA:PDLA varia, de um modo preferido, de 95:5 até 40:60. O PLA pode ser ainda plastificado por ácido láctico oligomérico (OLA), éster de citrato, polietilenoglicol (PEG) de baixo peso molecular e as suas combinações.

Como ilustrado na figura 2, o dispositivo é fechado sobre a cápsula através da aplicação de uma pressão mecânica e/ou hidráulica da superfície de compressão do elemento 4 envolvente sobre para o bordo da cápsula. Um fechamento obtido por combinação de meios mecânicos e hidráulico está descrito, por exemplo, no documento WO 2008/037642 aqui incorporado por referência. O método compreende uma operação de injecção de água quente através do elemento 4 envolvente de injecção na cavidade depois de fechado como ilustrado na figura 2. Na fase inicial da operação (figura 2), o material do bordo não está ainda amolecido pelo líquido pressurizado. Assim as ranhuras 15 permanecem, pelo menos parcialmente, abertas, formando a derivação de água através de orifícios no elemento 4 envolvente. A bomba do dispositivo, e. g. uma bomba de pistão (não 16 ilustrada) força a água sob pressão na cavidade. 0 aumento da pressão faz assim com que a água flua através da restrição formada pelas ranhuras que ainda não estão obstruídas pelo material do bordo. Este derrame proporciona uma derivação 18 para o fluxo de água que é recolhida pelo colector 5 e drena através do tubo 11 de descarga para encher o receptáculo (e. g., chávena de café) colocado por baixo. Durante esta fase, a perda de pressão criada na cápsula (e. g., pelo leito de café e a parede de distribuição) pode ser maior do que a perda de pressão criada fora da cápsula, i. e., pela restrição de fluxo causada pelas ranhuras 15. Como resultado, essencialmente água é drenada na interface entre o bordo e o elemento envolvente. Durante esta fase, a membrana não perfura ainda contra o suporte 3 de cápsula ou perfura só parcialmente, fazendo assim com que algum extracto líquido comece a ser distribuído a partir da cápsula. Água ou mistura resultante (i. e., água e algum extracto líquido) é recolhida pelo colector 5 e para dentro do receptáculo.

Na fase seguinte do método da invenção, a água quente pressurizada amoleceu o bordo suficientemente para que o elemento envolvente penetre mais para dentro do bordo devido à pressão mecânica/hidráulica fazendo com que as ranhuras 15 fiquem obstruídas pelo material do bordo. Como resultado, a derivação 18 de água cessa ou é, pelo menos, significativamente reduzida, o que faz com que a pressão na cápsula aumente significativa mais. A interacção entre o pó de café e água é normalmente obtida a uma pressão mais elevada do que na primeira fase de extracção. Quando a parede de distribuição é uma membrana de rasgar, pode perfurar contra as protuberâncias (ou ser ainda mais rasgada)) e o extracto líquido é libertado, como ilustrado, com um maior caudal do que na primeira fase. 17

Quando a parede de distribuição é um elemento poroso, o extracto liquido supera a contra-pressão da parede e descarrega através do suporte de cápsula. A Figura 4 ilustra uma variante da invenção em que a cápsula 2 compreende um bordo 14 do tipo flange que compreende um lábio 19 que forma um aumento local da espessura saliente numa direcção oposta à parede 13 de distribuição. 0 lábio está configurado no bordo do tipo flange para ser deformado pela superfície 17 de compressão do elemento 4 envolvente para preencher as ranhuras 15 depois de suficiente amolecimento por água quente sob pressão pressionando para fora na superfície externa do corpo. Um ou mais do que um lábio pode projectar-se a partir da parte da base do bordo, tal como uma série de dois ou três lábios anelares concêntricos. 0 lábio pode ser feito de modo que é mais flexível e/ou mais fino do que a parede anelar transversal do bordo. Como resultado, o lábio amolece mais rapidamente enquanto o resto do bordo permanece rígido. 0 lábio compreende, de um modo preferido, uma secção transversal que diminui desde a sua base até à sua extremidade livre, e. g., formando uma secção cónica, piramidal ou arredondada. A Figura 5 ilustra outra variante em que a cápsula 2 compreende um bordo 14 do tipo flange que é mais espessa do que, pelo menos, uma parte da parede do corpo 12 para fora do bordo. Em particular, o corpo compreende três partes, um bordo 14 do 18 tipo flange, uma parede 20 lateral e uma parede 21 inferior. A espessura (tl) do bordo 14 do tipo flange está dimensionada para ser mais espessa do que a espessura (12) da parede 20 lateral ou do que a espessura (t3) da parede 21 inferior. De um modo preferido, a espessura (12) da parede 20 lateral é igual ou maior do que a espessura (13) da parede inferior. A parede 21 inferior é, de um modo preferido, feita mais fina para proporcionar uma menor resistência à perfuração pelos elementos 16 perfurantes ao passo que o bordo do tipo flange é feita mais espessa para assegurar uma quantidade de material suficiente para efeitos de vedação. É claro que o bordo 14 do tipo flange pode também podia ser feita tão espessa como a parede 20 lateral e só a parede inferior feita mais fina. Além disso, o bordo do tipo flange também podia ser como na forma de realização da figura 4, i. e., com um lábio saliente desde a parte de base do bordo.

Num modo possível, os meios de vedação (e. g. o lábio 19 ou a espessura aumentada) proporcionam um acoplamento estanque a líquidos com a superfície de compressão que é eficaz desde o início da operação de injecção de água sem a criação de uma derivação como referido anteriormente. Em particular, pode ser desejado um acoplamento estanque para assegurar condições de pressão mais elevada na cápsula, por exemplo, quando se extrai um café curto e/ou mais forte como os dos tipos expresso ou ristretto.

Lisboa, 27 de Agosto de 2012 19

Claims (15)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Cápsula para a preparaçao de uma bebida num dispositivo de preparação de bebidas compreendendo: um corpo (12) em forma de chávena compreendendo uma cavidade contendo um ingrediente de bebida e um bordo (14) do tipo flange gue se projecta para fora da base do referido corpo, uma parede (13) de distribuição da bebida ligada ao bordo do tipo flange, caracterizada por o bordo do tipo flange ser formado por um material polimérico seleccionado numa gualidade com uma temperatura de amolecimento Vicat de acordo com a ISSO 10350 que está entre cerca de 30 e 100 °C, de um modo preferido, entre 40 e 90 °C ou um polímero seleccionado numa qualidade compreendendo uma temperatura de transição vítrea (Tg) entre 30 e 80 °C, de um modo preferido, entre 40 e 60 °C.
2. 2. Cápsula de acordo com a reivindicação 1, em que o material polimérico é seleccionado de entre o grupo de: - polietileno em particular HPDE, MDPE ou LLDPE, - uma mistura de: a) um polímero seleccionado de entre polietileno (PE) ou polipropileno (PP) e, 1 pelo menos, um polímero seleccionado de entre o grupo de: b) copolímeros de etileno e terpolímeros e as suas combinações.
3. 3. Cápsula de acordo com a reivindicação 2, em que o referido pelo menos um copolímero é seleccionado de entre o grupo consistindo em: bl) etileno-acetato de vinilo (EVA), acetato do monómero éter monobutílico de etilenoglicol acetato (EMA), polietileno-co-acrilato de butilo (EBA) e suas combinações, ou b2) um elastómero de poliolefina ou plastómero, de um modo preferido, monómero de etileno-propileno-dieno (EPDM), e as suas combinações.
4. 4. Cápsula de acordo com a reivindicação 1, em que o material polimérico é um poliéster à base de recursos agrários.
5. 5. Cápsula de acordo com as reivindicações 1 ou 4, em que o referido material polimérico é seleccionado de entre o grupo consistindo em: poliéster, tal como PET cristalizado ou semi-cristalizado (cPET), ácido poliláctico cristalizado ou semicristalizado (cPLA), tereftalato de polietileno (PET), ácido poliláctico (PLA) e as suas combinações. 2
6. 6. Cápsula de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 5, em que a parede de distribuição é uma membrana configurada para ser, pelo menos parcialmente, rasgada sob pressão contra protuberâncias proporcionadas no suporte de cápsula durante a injecção de água.
7. 7. Cápsula de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 5, em que a parede de distribuição é configurada com aberturas de filtração.
8. 8. Cápsula de acordo com a reivindicação 7, em que as aberturas de filtração têm um diâmetro inferior a 300 micrometros.
9. 9. Cápsula de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, em que o bordo do tipo flange tem uma espessura que compreende, pelo menos, uma parte que tem espessura maior do que a espessura de pelo menos uma das outras paredes, i. e. a parede lateral e/ou a parede inferior do corpo.
10. 10. Cápsula de acordo com qualquer das reivindicações 6 a 9, em que o bordo do tipo flange compreende, pelo menos, um lábio formando um aumento local da espessura saliente desde o bordo numa direcção oposta à da membrana.
11. 11. Cápsula de acordo com qualquer das reivindicações 6 a 10, em que a membrana é uma membrana de aluminio ou de liga de alumínio. 3
12. 12. Cápsula de acordo com qualquer das reivindicações 6 a 10 anteriores, em que a membrana é feita do mesmo material que o material polimérico do corpo.
13. 13. Cápsula de acordo com qualquer das reivindicações anteriores, em que o bordo tem uma espessura entre 0,5 e 1,2 mm.
14. 14. Sistema para a preparação de uma bebida compreendendo uma cápsula de acordo com qualquer das reivindicações anteriores e uma unidade de preparação de bebidas, em que a unidade compreende um suporte de cápsula e um elemento envolvente para receber a cápsula; compreendendo o referido elemento envolvente uma superfície (17) de compressão anular compreendendo ranhuras (15) radiais; estando a referida superfície de compressão configurada para comprimir o bordo do tipo flange da cápsula em que o material do bordo do tipo flange está configurado durante a injecção de água para obstrução das ranhuras (15) da superfície de compressão proporcionando assim um acoplamento estanque a líquidos entre a cápsula e o elemento envolvente.
15. 15. Método para a preparação de uma bebida, de um modo preferido café, utilizando uma cápsula de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 13 por inserção da cápsula (2) numa unidade (1) de preparação de bebidas compreendendo um suporte (3) de cápsula e uma elemento (4) envolvente de injecção de água; compreendendo as operações de: 4 inserção da cápsula entre o suporte de cápsula e o elemento envolvente de injecção de água enquanto se pressiona o bordo (14) do tipo flange contra o suporte de cápsula por uma superfície (17) de compressão com ranhuras do elemento envolvente da injecção de água, - injecção de água quente sob pressão no volume entre a cápsula e o elemento envolvente de injecção de água e na cápsula, em que é proporcionada uma derivação (18) de água no início da operação de injecção de água entre as ranhuras (15) radiais da referida superfície (17) de compressão e a cápsula (2), pelo que a referida derivação (18) de água é recolhida ou escoada através de um tubo (11) de descarga, em que a referida derivação (18) de água é parada ou reduzida quando se realiza ainda o passo de injecção de água por amolecimento do material polimérico do bordo (14) do tipo flange da cápsula sob o efeito do líquido quente injectado, e em que o extracto líquido é forçado a fluir desde o interior da cápsula através da parede de distribuição de bebida e as aberturas (8) do suporte de cápsula até ao tubo (11) de descarga. Lisboa, 27 de Agosto de 2012 5