PT1968573E - Utilização de derivados de sulfamida heterocíclica benzofundida para o tratamento da mania e da doença bipolar - Google Patents

Utilização de derivados de sulfamida heterocíclica benzofundida para o tratamento da mania e da doença bipolar Download PDF

Info

Publication number
PT1968573E
PT1968573E PT06847788T PT06847788T PT1968573E PT 1968573 E PT1968573 E PT 1968573E PT 06847788 T PT06847788 T PT 06847788T PT 06847788 T PT06847788 T PT 06847788T PT 1968573 E PT1968573 E PT 1968573E
Authority
PT
Portugal
Prior art keywords
compound
benzo
group
dihydro
week
Prior art date
Application number
PT06847788T
Other languages
English (en)
Inventor
Allen B Reitz
Virginia L Smith-Swintosky
Original Assignee
Janssen Pharmaceutica Nv
Priority date (The priority date is an assumption and is not a legal conclusion. Google has not performed a legal analysis and makes no representation as to the accuracy of the date listed.)
Filing date
Publication date
Application filed by Janssen Pharmaceutica Nv filed Critical Janssen Pharmaceutica Nv
Publication of PT1968573E publication Critical patent/PT1968573E/pt

Links

Classifications

    • AHUMAN NECESSITIES
    • A61MEDICAL OR VETERINARY SCIENCE; HYGIENE
    • A61KPREPARATIONS FOR MEDICAL, DENTAL OR TOILETRY PURPOSES
    • A61K31/00Medicinal preparations containing organic active ingredients
    • A61K31/33Heterocyclic compounds
    • A61K31/335Heterocyclic compounds having oxygen as the only ring hetero atom, e.g. fungichromin
    • A61K31/35Heterocyclic compounds having oxygen as the only ring hetero atom, e.g. fungichromin having six-membered rings with one oxygen as the only ring hetero atom
    • A61K31/352Heterocyclic compounds having oxygen as the only ring hetero atom, e.g. fungichromin having six-membered rings with one oxygen as the only ring hetero atom condensed with carbocyclic rings, e.g. methantheline 
    • A61K31/3533,4-Dihydrobenzopyrans, e.g. chroman, catechin
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A61MEDICAL OR VETERINARY SCIENCE; HYGIENE
    • A61KPREPARATIONS FOR MEDICAL, DENTAL OR TOILETRY PURPOSES
    • A61K31/00Medicinal preparations containing organic active ingredients
    • A61K31/33Heterocyclic compounds
    • A61K31/335Heterocyclic compounds having oxygen as the only ring hetero atom, e.g. fungichromin
    • A61K31/357Heterocyclic compounds having oxygen as the only ring hetero atom, e.g. fungichromin having two or more oxygen atoms in the same ring, e.g. crown ethers, guanadrel
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A61MEDICAL OR VETERINARY SCIENCE; HYGIENE
    • A61PSPECIFIC THERAPEUTIC ACTIVITY OF CHEMICAL COMPOUNDS OR MEDICINAL PREPARATIONS
    • A61P25/00Drugs for disorders of the nervous system
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A61MEDICAL OR VETERINARY SCIENCE; HYGIENE
    • A61PSPECIFIC THERAPEUTIC ACTIVITY OF CHEMICAL COMPOUNDS OR MEDICINAL PREPARATIONS
    • A61P25/00Drugs for disorders of the nervous system
    • A61P25/18Antipsychotics, i.e. neuroleptics; Drugs for mania or schizophrenia
    • AHUMAN NECESSITIES
    • A61MEDICAL OR VETERINARY SCIENCE; HYGIENE
    • A61PSPECIFIC THERAPEUTIC ACTIVITY OF CHEMICAL COMPOUNDS OR MEDICINAL PREPARATIONS
    • A61P25/00Drugs for disorders of the nervous system
    • A61P25/24Antidepressants

Landscapes

  • Health & Medical Sciences (AREA)
  • Pharmacology & Pharmacy (AREA)
  • Animal Behavior & Ethology (AREA)
  • Veterinary Medicine (AREA)
  • Chemical & Material Sciences (AREA)
  • Public Health (AREA)
  • Medicinal Chemistry (AREA)
  • Life Sciences & Earth Sciences (AREA)
  • General Health & Medical Sciences (AREA)
  • Epidemiology (AREA)
  • Engineering & Computer Science (AREA)
  • Bioinformatics & Cheminformatics (AREA)
  • Chemical Kinetics & Catalysis (AREA)
  • Nuclear Medicine, Radiotherapy & Molecular Imaging (AREA)
  • Biomedical Technology (AREA)
  • General Chemical & Material Sciences (AREA)
  • Neurosurgery (AREA)
  • Neurology (AREA)
  • Organic Chemistry (AREA)
  • Psychiatry (AREA)
  • Pain & Pain Management (AREA)
  • Pharmaceuticals Containing Other Organic And Inorganic Compounds (AREA)
  • Heterocyclic Compounds That Contain Two Or More Ring Oxygen Atoms (AREA)
  • Nitrogen And Oxygen Or Sulfur-Condensed Heterocyclic Ring Systems (AREA)

Description

1
DESCRIÇÃO
"UTILIZAÇÃO DE DERIVADOS DE SULFAMIDAS HETEROCICLICAS BENZOFUNDIDAS PARA O TRATAMENTO DA MANIA E DA DOENÇA BIPOLAR"
CAMPO DA INVENÇÃO A presente invenção diz respeito à utilização de derivados de sulfamidas heterociclicas benzofundidas para o tratamento de mania e da doença bipolar.
ANTECEDENTES DA INVENÇÃO A doença bipolar é uma doença psiquiátrica caracterizada por alterações imprevisíveis de humor, variando entre mania (ou hipomania) e depressão. Alguns pacientes padecem apenas de ataques recorrentes de mania que está associada, na sua forma pura, a um aumento da actividade psicomotora, uma extroversão social excessiva, reduzida necessidade de dormir, impulsividade e diminuição da capacidade de discernimento e ainda humor expansivo, arrebatado e por vezes irritável. Nos casos de mania grave, os pacientes podem ter alucinações e pensamentos paranóides indistinguíveis da esquizofrenia. Metade dos pacientes com doença bipolar apresenta uma mistura de agitação e activação psicomotoras com disforia, ansiedade e irritabilidade. Eventualmente, pode ser difícil distinguir entre mania mista e depressão agitada. Em alguns pacientes bipolares (doença bipolar li) não são satisfeitos todos os critérios de diagnóstico de mania e as indispensáveis 2 depressões recorrentes estão separadas por períodos de activação ligeira e maior energia (hipomania). Na doença ciclotímica, há diversos períodos hipomaníacos, normalmente de duração relativamente curta, alternando com conjuntos de sintomas depressivos que não correspondem, quer pela sua gravidade quer pela sua duração, aos critérios de depressão grave. As flutuações de humor são crónicas e têm de estar presentes durante pelo menos 2 anos antes de se fazer tal diagnóstico.
Os episódios maníacos aparecem ao longo de um período variável entre dias e semanas, mas é possível um surto de algumas horas, normalmente nas horas da madrugada. Um episódio não tratado de depressão ou de mania pode ter uma duração de apenas algumas horas ou durar entre 8 e 12 meses e em alguns pacientes tem uma duração crónica ininterrupta. Utiliza-se o termo periodo rápido no caso dos pacientes que têm quatro ou mais episódios de depressão ou de mania num determinado ano. Este padrão é observado em 15% da totalidade dos pacientes, sendo quase todos mulheres. Em alguns casos, o periodo rápido está associado a uma disfunção subjacente da tiróide e noutros casos é desencadeado iatrogenicamente por um tratamento antidepressivo prolongado. Aproximadamente metade dos pacientes revela dificuldades prolongadas de desempenho laborai e de actividade psicossocial.
Os pacientes que padecem de doença bipolar queixam-se, tipicamente, dos tipos de sintomas a seguir indicados, consoante se encontrem numa fase "maniaca" ou "aguda" por contraposição a uma fase "deprimida" ou "atenuada". Os sintomas da fase maniaca compreendem (a) maior actividade e energia física e mental, (b) humor elevado, optimismo exagerado e autoconfiança, (c) irritabilidade excessiva e 3 comportamento agressivo, (d) reduzida necessidade de dormir sem revelar fadiga, (e) alucinações megalómanas, sentido empolado de auto-importância, (h) discurso acelerado, pensamentos acelerados e ideias extravagantes, (i) impulsividade, discernimento fraco e desvarios, (j) comportamento irreflectido e na maior parte dos casos há (k) alucinações e delírios. Os sintomas da fase maníaca são, mas sem que isso constitua qualquer limitação, (a) uma tristeza prolongada ou palavras clamorosas inexplicadas, (b) alterações significativas dos padrões de apetite e sono, (c) irritabilidade, ira, inquietação, agitação e ansiedade, (d) pessimismo e indiferença, (e) perda de energia e letargia persistente, (f) sentimentos de culpa e de demérito, (g) incapacidade de concentração e indecisão, (h) incapacidade para conviver com pessoas conhecidas e isolamento social, (i) padecimentos e dores inexplicáveis e (j) pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. A doença bipolar é vulgar, afectando aproximadamente 1% da população dos estados Unidos da América do Norte. Tal doença começa, tipicamente, entre os 20 e os 30 anos de idade, mas há muitos indivíduos em que foram observados sintomas pré-mórbidos nos últimos anos da infância ou nos primeiros anos da adolescência. A prevalência é semelhante para homens e mulheres; ao longo da sua vida, os episódios depressivos são mais frequentes nas mulheres e os episódios maníacos são mais frequentes nos homens. O carbonato de lítio é o agente principal para o tratamento da doença bipolar, embora o valproato de sódio e a olanzapina sejam igualmente eficazes na mania aguda, sendo o fármaco lamotrigina o mais eficaz na fase depressiva. A taxa de resposta ao carbonato de lítio é de 70 a 80% na mania 4 aguda, aparecendo os efeitos benéficos ao fim de 1 a 2 semanas. 0 litio tem também um efeito profilático na prevenção da mania recorrente e, com menor intensidade, na prevenção da depressão recorrente. São raros os efeitos secundários graves provocados pelo litio, sendo todavia vulgares sintomas secundários, tais como o desconforto gastrintestinal, náuseas, diarreia, poliúria, aumento de peso, erupções cutâneas, alopecia e edema.
No tratamento da mania aguda, começa-se com o litio à razão de 300 mg, 2 ou 3 vezes por dia, sendo a dose aumentada depois, progressivamente, em 300 mg em cada 2 a 3 dias para se conseguir concentrações sanguíneas entre 0,8 e 1,2 meq/L. Uma vez que o efeito terapêutico pode não ocorrer até ao final do período de 7 a 10 dias de tratamento, a utilização complementar de lorazepam (1 a 2 mg em cada 4 horas) ou de clozepam (0,5 a 1 mg em cada 4 horas) pode ser benéfica para controlar a agitação. Nos pacientes com agitação grave, que respondam apenas parcialmente às benzodiazepinas, são aconselháveis os antipsicóticos. O ácido valpróico é uma alternativa em pacientes que não tolerem o litio ou que reajam mediocremente a este fármaco. O ácido valpróico pode ser melhor do que o litio para pacientes com períodos rápidos (isto é, mais de quatro episódios por ano) ou que apresentem uma mania mista ou disfórica. As tremuras e o aumento de peso são os efeitos secundários mais vulgares; a hepatotoxicidade e a pancreatite são toxicidades raras. Os fármacos carbamazepina e oxcarbazepina, embora não estejam formalmente aprovados pela Food and Drug Administration (Administração Alimentar e Farmacêutica) (FDA), dos Estados Unidos da América do Norte para a doença 5 bipolar, têm eficácia clinica no tratamento da mania aguda. Há provas preliminares que sugerem que outros agentes anticonvulsivos, tais como levtiracetam, zonisamida e topiramato podem ter algum beneficio terapêutico. A natureza recorrente da doença humoral bipolar necessita de tratamento permanente. A anuência do paciente é frequentemente um problema a resolver e implica normalmente o empenho participativo e a educação dos membros da familia em causa. São importantes os esforços para identificar e modificar os factores psicológicos que possam desencadear os episódios, como também é importante a ênfase no que respeita à regularidade do modo de vida. Em alguns casos, são necessárias medicações com antidepressivos para o tratamento de surtos de depressões graves, mas a sua utilização deve ser, de um modo geral, evitada durante o tratamento de manutenção, devido ao risco de ocorrência prematura de mania ou de aceleração da frequência do ciclo. É possível concluir que há perda de eficácia, ao longo do tempo, de todos os agentes estabilizadores do humor. Em tais situações, uma terapia ou um agente alternativo pode ser normalmente útil. 0 documento US5753693 descreve a utilização de topiramato para o tratamento de doenças bipolares maníaco-depressivas.
Continua a haver a necessidade de se dispor de um tratamento eficaz para a mania e/ou para a doença bipolar. De preferência, o tratamento da doença bipolar consiste em tratar a depressão e a mania. Mais preferencialmente, o tratamento da doença bipolar consiste em tratar a depressão, a mania e a ocorrência cíclica das características da doença. 6
DESCRIÇÃO ABREVIADA DA INVENÇÃO A presente invenção diz respeito a um processo para o tratamento da mania e/ou da doença bipolar, o qual consiste em administrar a um paciente que disso necessite uma quantidade terapeuticamente eficaz de um composto de fórmula (I)
em que cada um dos radicais R1 e R2 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior; o radical R4 é seleccionado entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior, o símbolo a representa um inteiro igual a 1 ou 2, o radical
é seleccionado entre o conjunto constituído por 7
em que o símbolo b representa um inteiro compreendido entre 0 e 4 e em que o símbolo c representa um inteiro compreendido entre 0 e 2, cada um dos radicais R5 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de halogéneo e grupos alquilo inferior e nitro, desde que no caso de o radical
ser ou
então a é igual a 1, ou um seu sal farmaceuticamente aceitável. A presente invenção também diz respeito a um processo para tratar a mania e/ou a doença bipolar, o qual consiste em administrar a um paciente que disso necessite uma quantidade terapeuticamente eficaz de um composto de fórmula (II) 9
ou um seu sal farmaceuticamente aceitável. A presente invenção também diz respeito a um processo para tratar a mania, o qual consiste em realizar uma co-terapia com uma quantidade terapeuticamente eficaz de pelo menos um agente antipsicótico e um composto de fórmula I ou de fórmula II, conforme aqui descrito. A presente invenção também tem por objecto um processo para tratar a doença bipolar, o qual consiste em realizar uma co-terapia com uma quantidade terapeuticamente eficaz de pelo menos um agente antidepressivo e/ou pelo menos um agente antipsicótico de um composto de fórmula I ou de fórmula II, conforme aqui descrito. A presente invenção também tem por objecto um processo para tratar a doença bipolar, o qual consiste em realizar a co-terapia com uma quantidade terapeuticamente eficaz de pelo menos um agente estabilizador do humor e um composto de fórmula I ou de fórmula II, conforme aqui descrito.
Para exemplificar a invenção, refere-se o tratamento da mania pelo processo que consiste em administrar a um paciente, que disso necessite, uma quantidade terapeuticamente de um qualquer dos compostos descritos supra. Para exemplificar a invenção refere-se o tratamento da doença bipolar por um processo que consiste em administrar a um paciente, que disso 10 necessite, uma quantidade terapeuticamente eficaz de um qualquer dos compostos descritos supra.
De acordo com uma forma de realização, a presente invenção tem por objecto o tratamento da mania. De acordo com uma outra forma de realização, a presente invenção tem por objecto o tratamento da mania bipolar. De acordo com uma outra forma de realização, a presente invenção tem por objecto o tratamento da depressão bipolar. De acordo com uma outra forma de realização, a presente invenção tem por objecto o tratamento da doença bipolar. De acordo com uma outra forma de realização, a presente invenção tem por objecto o tratamento das ocorrências cíclicas bipolares. De acordo com uma outra forma de realização, a presente invenção tem por objecto o tratamento da depressão e da mania associadas à doença bipolar. Ainda de acordo com mais uma outra forma de realização, a presente invenção tem por objecto o tratamento da depressão, da mania e das ocorrências cíclicas associadas à doença bipolar. De acordo com mais uma outra forma de realização, a presente invenção tem por objecto um processo para tratar a doença bipolar, o qual consiste em estabilizar a ocorrência de ciclos. Assim, de acordo com uma outra forma de realização, a presente invenção tem por objecto um processo para estabilizar a ocorrência cíclica bipolar.
DESCRIÇÃO MINUCIOSA DA INVENÇÃO
A presente invenção diz respeito a um processo para o tratamento da mania e/ou da doença bipolar, o qual consiste em administrar a um paciente, que disso necessite, uma quantidade terapeuticamente eficaz de um composto de fórmula I 11
ou um seu sal farmaceuticamente aceitável, em que os símbolos
a, R1, R2 e R4 possuem as significações aqui definidas. Mais concretamente, os compostos da presente invenção são úteis para o tratamento da mania, independentemente da sua causa. Além disso, os compostos da presente invenção são úteis para o tratamento de depressão, mania e/ou da ocorrência de ciclos que são característicos ou sintomáticos da doença bipolar ou que lhe estão associados. A presente invenção também diz respeito a processos para tratamento de mania, depressão bipolar, mania bipolar, ocorrência de ciclos bipolares e/ou doença bipolar, os quais consistem em aplicar a um paciente, que disso necessite, uma co-terapia em que se lhe administra pelo menos um agente antidepressivo e/ou um agente antipsicótico e/ou pelo menos um agente estabilizador do humor e um composto de fórmula I ou de fórmula II, conforme aqui descrito. A doença bipolar é uma patologia psiquiátrica caracterizada por variações imprevisíveis de humor, desde a 12 mania (ou hipomania) até à depressão. Tal como aqui utilizado, o termo "doença bipolar" serve para designar a doença bipolar I (v.g., episódio maníaco singular, a maior parte de episódios recentes hipomaníacos, a maior parte de episódios recentes maníacos, a maior parte de episódios recentes mistos, a maior parte de episódios recentes de depressão e a maior parte de episódios recentes não especificados), a doença bipolar II, a doença ciclotímica e a doença bipolar que não tenha sido especificada particularmente (estes termos são definidos no contexto dos critérios de diagnostico explicitados em "Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders", 4a Edição, Text Revision, American Psychiatric Association, 2000 (DSM-IV-TR) . De preferência, a doença bipolar caracteriza-se por fases depressivas maníacas (ou hipomaníacas), em que as fases vão alternando. De preferência, a doença bipolar é a doença bipolar I ou a doença bipolar II.
Tal como aqui utilizado, o termo "mania" serve para designar a mania ou uma fase humoral maníaca, independentemente da causa subjacente. Tal como aqui utilizado, o termo "mania bipolar" serve para designar a mania característica ou sintomática da doença bipolar e que lhe está associada. Assim, os métodos da presente invenção para o tratamento da mania bipolar são métodos que servem para tratar a mania e/ou a fase maníaca das doença bipolares.
Tal como aqui utilizado, o termo "depressão bipolar" serve para designar a depressão característica ou sintomática da doença bipolar e que lhe está associada. Assim, os métodos da presente invenção para o tratamento da depressão bipolar são métodos que servem para tratar a depressão e/ou a fase deprimida das doenças bipolares. 13
Tal como aqui utilizados, salvo quando especificado de outra forma, os termos "ocorrência de ciclos" ou "ocorrência cíclica bipolar" servem para designar as variações alternadas de humor entre as fases depressiva e maníaca caracteristicas das doenças bipolares. Deste modo, a presente invenção compreende os métodos para estabilizar a referida ocorrência de ciclos, incluindo, mas sem que isso constitua qualquer limitação, a diminuição da frequência da ocorrência de ciclos e/ou a diminuição da amplitude das fases maníaca e/ou depressiva.
Tal como aqui utilizado, o termo "estabilizador do humor" serve para designar qualquer agente farmacêutico que sirva para regular o humor, incluindo, mas sem que isso constitua qualquer limitação, os seleccionados entre lítio, ácido valpróico, valproato de sódio, carbamazepina, lamotrigina, topiramato e não só. Mais concretamente, um agente estabilizador do humor é qualquer agente farmacêutico que sirva para estabilizar o humor dos pacientes, podendo actuar como agente antidepressivo, agente antimaniaco ou tendo ambos os efeitos e reoriente o humor do paciente no sentido da eutimia
Tal como aqui utilizado, salvo quando especificado de outro modo, o termo "antidepressivo" serve para designar qualquer agente farmacêutico que sirva para tratar a depressão. Como exemplos adequados refere-se os inibidores da monoamina-oxidase, tais como fenelzina, tranilcipromina, moclobemida; compostos tricíclicos, tais como imipramina, amitriptilina, desipramina, nortriptilina, doxepina, protriptilina, trimipramina, clomipramina, amoxapina; compostos tetraciclicos tais como maprotilina, compostos não cíclicos tais como nomifensina; triazolopiridinas tais 14 como trazodona; inibidores da reincorporação da serotonina, tais como fluoxetina, sertralina, paroxetina, citalopram, fluvoxamina; antagonistas dos receptores da serotonina, tais como nefazadona; inibidores da reincorporação noradrenergica da serotonina, tais como venlafaxina, milnacipran; agentes noradrenérgicos e serotonérgicos específicos, tais como mirtazapina; inibidores da reincorporação da noradrenalina, tais como reboxetina; antidepressivos atípicos, tais como bupropion; produtos naturais, tais como Kava-Kava, St. John's Wort; suplementos dietéticos, tais como s-adenosilmetionina; e neuropeptidos, tais como a hormona libertadora da tirotropina e não só; compostos de encaminhamento para os receptores de neuropeptidos, tais como os antagonistas dos receptores da neuroquinina; e hormonas, tais como triiodotironina. De preferência, o agente antidepressivo é seleccionado entre o conjunto constituído por fluoxetina, imipramina, bupropion, venlafaxina e sertalina.
Tal como aqui utilizado, o termo "antipsicóptico" serve para designar, mas sem que isso constitua qualquer limitação, (a) os antipsicóticos típicos ou tradicionais, tais como as fenotiazinas (v.g., clorpromazina, tioridazina, flufenazina, perfenazina, trifluoperazina, levomepromazina), tioxantenos (v.g., tiotixeno, flupentixol), butirofenonas (v.g., haloperidol), dibenzoxazepinas (v.g., loxapina), di-hidroindolonas (v.g., molindona), benzamidas substituídas (v.g., sulprida, amissulprida); e (b) antipsicóticos atípicos, tais como divalproato de sodio, paliperidona, clozapina, risperidona, olanzapina, quetiapina, zotepina, ziprasidona, iloperidona, perospirona, blonanserina, sertindol, ORG-5222 (Organon); e outros, tais como sonepiprazol, aripiprazol, nemonaprida, SR- 15 31742 (Sanofi), CX-516 (Córtex), SC-111 (Scotia), NE-100 (Taisho).
Mais concretamente, os antipsicóticos atípicos compreendem: 2- metil-4-(4-metil-l-piperazinil)-10H-tieno[2,3-b] benzodiazepina, designado por olanzapina e descrito na patente de invenção norte-americana n° 5 229 382, onde é considerado útil para o tratamento da esquizofrenia, doença esquizofreniforme, mania aguda, estados de ansiedade ligeira e psicose, sendo recomendada uma dose de 5-30 mg/dia, de preferência 5-10 mg/dia (Physician's Desk Reference; Kaplan & Sadock's Comprehensive Textbook of Psychiatry, Sétima Edição, Volume II, Lippincott Williams & Wilkins: Philadelphia, 2000); 8-cloro-ll-(4-metil-l-piperazinil)-5H-dibenzo[b,e][1,4] diazepina, designado por clozapina e descrito na patente de invenção norte-americana n° 3 539 573, com eficácia clínica para o tratamento da esquizofrenia, conforme descrito por Hanes, et al., Psychopharmacological Bulletin, 24, 62 (1988)); com uma dosagem recomendada de 12,5-600 mg/dia, de preferência 250-450 mg/dia (Physician's Desk Reference; Kaplan & Sadock's Comprehensive Textbook of Psychiatry, Sétima Edição, Volume II, Lippincott Williams & Wilkins: Philadelphia, 2000); 3- [2-[4-(6-flúor-l,2-benzisoxazol-3-il)piperidino]etil]- 2-metil-6,7,8,9-tetra-hidro-4H-pirido-[1,2-a]pirimidin-4-ona, designado por risperidona e descrito na patente de invenção norte-americana n° 4 804 663, considerado útil para o tratamento de doenças psicóticas, com uma dosagem recomendada de 0,25-16 mg/dia, de preferência 1-16 mg/dia, mais preferencialmente 2-8 mg/dia (Physician's Desk
Reference; Kaplan & Sadock's Comprehensive Textbook of 16
Psychiatry; Sétima Edição, Volume II, Lippincott Williams & Wilkins: Philadelphia, 2000); 3-[2-[4-(6—flúor-1,2-benzisoxazol-3-il)-1-piperidinil] etil]-6,7,8,9-tetra-hidro-9-hidroxi-2-metil-H-pirido[1,2-a] pirimidin-4-ona, designado por paliperidona, também conhecido como 9-hidroxi-risperidona, descrito na patente de invenção norte-americana n° 5 5158 952, útil para o tratamento de doenças psicóticas, com dosagens previstas compreendidas no intervalo entre 0,01 mg/kg e cerca de 2 mg/kg de massa corporal por dia; 1- [2- [3-[5-cloro-l-(4-fluorofenil)-lH-indol-3-il]-1-piperidinil]etil]imidazolidin-2-ona, conhecido por sertindol e descrito na patente de invenção norte-americana n° 4 710 500, referindo-se que a patente de invenção norte-americana n° 5 112 838 e a patente de invenção norte-americana n° 5 238 945 descrevem a utilização do sertindol para o tratamento da esquizofrenia, com uma dose inicial de 4 mg/dia, que vai aumentando em 4 mg de dois em dois dias, até se chegar a 24 mg/dia, com uma dosagem final recomendada compreendida entre 12 e 20 mg/dia (Kaplan & Sadock's Comprehensive Textbook of Psychiatry, Sétima Edição, Volume II, Lippincott Williams & Wilkins: Philadelphia, pp. 2467-2468, 2000); 5-[2-(4-dibenzo[b,f][1,4]tiazepin-ll-il-l-piperazinil) etoxi]etanol, conhecido por quetiapina e descrito na patente de invenção norte-americana n° 4 879 288 para o tratamento da esquizofrenia, com uma dosagem recomendada de 25-800 mg/dia, de preferência 150-750 mg/dia (Physician's Desk Reference; Kaplan & Sadock's Comprehensive Textbook of Psychiatry, Sétima Edição, Volume II, Lippincott Williams & Wilkins: Philadelphia, 2000); 17 5-[2-[4-(1,2-dibenzoisotiazol-3-il)-1-piperazinil]etil]-6-cloro-1,3-di-hidro-2H-indol-2-ona, conhecido por ziprasidona e descrito na patente de invenção norte-americana n° 4 831 031 e na patente de invenção norte-americana n° 5 312 925, considerado útil para o tratamento da esquizofrenia conforme descrito na patente de invenção norte-americana n° 4 831 031, com uma dosagem recomendada de 40-160 mg/dia, com uma dosagem preferencial, para tratamento de manutenção e para prevenção de recidivas, compreendida entre 40 e 60 mg duas vezes por dia (Kaplan & Sadock's Comprehensive Textbook of Psychiatry, Sétima Edição, Volume II, Lippincott Williams & Wilkins: Philadelphia, pp. 2470-2471, 2000); e hidrogeno-bis(2-propilpentanoato) de sódio, também conhecido por divalproex sódico, descrito na patente de invenção norte-americana n° 5 212 326, com uma dosagem recomendada para o tratamento da mania com um valor inicial de 750 mg/dia e com uma dosagem máxima recomendada igual a 60 mg/kg/dia (Physicians Desk Reference). O termo "paciente", tal como aqui utilizado, designa um animal, de preferência um mamífero, mais preferencialmente um ser humano, que esteja a ser objecto de tratamento, observação ou experiência. O termo "quantidade terapeuticamente eficaz", tal como aqui utilizado, designa a quantidade de composto ou agente farmacêutico activo que suscite uma resposta médica num sistema tecidual, num animal ou no ser humano que esteja a ser acompanhado por um investigador, veterinário, médico de clínica geral ou qualquer outro médico, subentendendo-se que nessa resposta está abrangida a mitigação dos sintomas da doença ou patologia que se pretende tratar. 18
Nos casos em que a presente invenção prevê a co-terapia ou a terapia combinada, que consiste em administrar um ou vários compostos de fórmula I ou de fórmula II e um ou vários agentes antipsicóticos e/ou antidepressivos, o termo "quantidade terapeuticamente eficaz" serve para designar a quantidade da combinação de agentes tomados conjuntamente, de tal modo que o efeito combinado suscite a desejada resposta biológica ou médica. Por exemplo, a quantidade terapeuticamente eficaz de uma co-terapia, que consiste em administrar um composto de fórmula (I) ou de fórmula (II) e pelo menos um agente antidepressivo e/ou pelo menos um agente psicótico, poderia ser a quantidade do composto de fórmula (I) ou de fórmula (II) e a quantidade de um agente antidepressivo e/ou antipsicótico que ao serem tomadas conjunta ou sequencialmente tenham um efeito combinado que seja terapeuticamente eficaz. Mais ainda, faz-se observar aos especialista na matéria que no caso de uma co-terapia com uma quantidade terapeuticamente eficaz, tal como explicitado no exemplo anterior, a quantidade de composto de fórmula (I) ou de formula (II) e/ou a quantidade do agente antidepressivo e/ou do agente antipsicótico ingeridas individualmente podem ser ou não terapeuticamente eficazes.
Tal como aqui utilizados, os termos "co-terapia" e "terapia combinada" servem para designar o tratamento de um paciente que disso necessite, administrando-lhe um ou vários compostos de fórmula (I) ou de fórmula (II) em combinação com um ou vários agentes antidepressivos e/ou agentes antipsicóticos, em que os compostos de fórmula (I) ou de fórmula (II) e aos agentes antidepressivos e/ou os agentes antipsicóticos são administrados por quaisquer 19 meios convenientes, simultânea, sequencial ou separadamente ou numa formulação farmacêutica única. No caso de os compostos de fórmula (I) ou de fórmula (II) e os agentes antidepressivos e/ou os agentes antipsicóticos serem administrados em formas de dosagens separadas, o número de dosagens administradas por dia para cada composto pode ser igual ou diferente. Os compostos de fórmula (I) ou fórmula (II) e os agentes antidepressivos e/ou os agentes antipsicóticos podem ser administrados pela mesma via de administração ou através de vias diferentes. Como exemplos de vias convenientes de administração refere-se, mas sem que isso constitua qualquer limitação, as vias oral, intravenosa (iv), intramuscular (im), subcutânea (sc), transdermal e rectal. Os compostos também podem ser administrados directamente ao sistema nervoso, incluindo, mas sem que isso constitua qualquer limitação, as vias de administração intracerebral, intraventricular, intracerebroventricular, intratecal, intracisternal, intraespinal e/ou periespinal, podendo ser utilizados catéteres e/ou agulhas para administração por via intracraniana ou intravertebral, com ou sem dispositivos de bombagem. Os compostos de fórmula (I) ou de fórmula (II) e os agentes antidepressivos e/ou os agentes antipsicóticos podem ser administrados segundo regimes simultâneos ou alternados, no mesmo momento ou em momentos diferentes no decurso da terapia, concorrentemente em formas divididas ou singulares.
De acordo com uma forma de realização, a presente invenção diz respeito a um processo para o tratamento da depressão característica ou sintomática da doença bipolar ou que lhe está associada. De acordo com uma outra forma de realização, a presente invenção diz respeito a um processo 20 para o tratamento da mania característica ou sintomática da doença bipolar ou que lhe está associada. Ainda de acordo com uma outra forma de realização, a presente invenção diz respeito a um processo para o tratamento da ocorrência de ciclos (entre depressão e mania ou as fases depressiva e maníaca) característicos ou sintomáticos da doença bipolar ou que lhe estão associados.
De acordo com uma outra forma de realização da presente invenção, o radical R1 é seleccionado entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos metilo. De acordo com uma outra forma de realização da presente invenção, o radical R2 é seleccionado entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos metilo. Ainda de acordo com uma outra forma de realização da presente invenção, cada um dos radicais R1 e R2 é um átomo de hidrogénio ou cada um dos radicais R1 e R2 é um grupo metilo.
De acordo com uma forma de realização da presente invenção, o radical -(CH2)a- é seleccionado entre o conjunto constituído por -CN2- e -CH2-CH2-. De acordo com uma outra forma de realização da presente invenção o radical -(CH2)a- é -CH2-.
De acordo com uma forma de realização da presente invenção, o radical R4 é seleccionado entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos metilo, sendo R4, preferencialmente, um átomo de hidrogénio.
De acordo com uma forma de realização da presente invenção, a é igual a 1.
De acordo com uma forma de realização da presente invenção, b representa um inteiro compreendido entre 0 e 2. De acordo com uma forma de realização da presente invenção, 21 c representa um inteiro compreendido entre 0 e 2. De acordo com uma forma de realização da presente invenção, b é um inteiro igual a 0 ou 1. De acordo com uma forma de realização da presente invenção, c representa um inteiro igual a 0 ou 1. De acordo com mais uma forma de realização da presente invenção, a soma de b e c é um inteiro compreendido entre 0 e 2, de preferência é um inteiro igual a 0 ou 1. Ainda de acordo com mais uma forma de realização da presente invenção, b representa um inteiro compreendido entre 0 e 2 e c é igual a 0.
De acordo com uma forma de realização da presente invenção, o radical
é seleccionado entre o conjunto constituído por
(R*)b e
» 22
De acordo com uma outra forma de realização da presente invenção, o radical
é seleccionado entre o conjunto constituído por
De acordo com uma forma de realização da presente invenção, o radical
23 é seleccionado entre o conjunto constituído por 2-(2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2-(benzo[1,3]dioxolilo), 3-(3,4- di-hidro-benzo[1,4]dioxepinilo), 2-(6-cloro-2,3-di-hidro- benzo[1,4]dioxinilo), 2-(6-flúor-2,3-di-hidro-benzo[1,4] dioxinilo), 2-(cromanilo), 2-(5-flúor-2,3-di-hidro-benzo[1,4] dioxinilo), 2-(7-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2- (6-cloro-benzo[1,3]dioxolilo), 2-(7-nitro-2,3-di-hidro- benzo [1, 4]dioxinilo), 2-(7-metil-2,3-di-hidro-benzo[1,4] dioxinilo), 2-(5-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2-(6-bromo-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2-(6,7- dicloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2-(8-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2-(2,3-di-hidro-nafto[2,3- b][l,4] dioxinilo) e 2-(4-metil-benzo[1,3]dioxolilo).
De acordo com uma outra forma de realização da presente invenção, o radical
é seleccionado entre o conjunto constituído por 2-(benzo[1,3]dioxolilo), 2-(2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo), 2-(6-cloro-2,3-di-hidrobenzo[1, 4]dioxinilo), 2-(7-cloro-2,3-di-hidro-benzo [1, 4]dioxinilo), 2-(7-metil-2,3-di-hidro-benzo[1,4] dioxinilo), 2-(6-bromo-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo) e 2-(6,7-dicloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo). De acordo com uma outra forma de realização da presente invenção, o radical
24 é seleccionado entre o conjunto constituído por 2-(2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2-(7-metil-2,3-di-hidro-benzo [1,4]dioxinilo) e 2-(6-bromo-2,3-di-hidro-benzo[1,4] dioxinilo).
De acordo com uma forma de realização da presente invenção, o radical R5 é seleccionado entre o conjunto constituído por átomos de halogéneo e grupos alquilo inferior. De acordo com uma forma de realização da presente invenção o radical R5 é seleccionado entre átomos de cloro, flúor e bromo e grupos metilo.
De acordo com uma forma de realização da presente invenção, o centro espacial do composto de fórmula (I) está na configuração S. De acordo com uma outra forma de realização da presente invenção, o centro espacial do composto de fórmula (I) está na configuração R.
De acordo com uma forma de realização da presente invenção, o composto de fórmula (I) encontra-se presente sob a forma de uma mistura enantiomericamente enriquecida, em que a percentagem (%) de enriquecimento enantiomérico (% ee) é superior a cerca de 75%, de preferência é superior a cerca de 90%, mais preferencialmente é superior a cerca de 95% e muito mais preferencialmente é superior a cerca de 98%.
Outras formas de realização da presente invenção são aquelas em que os substituintes seleccionados para uma ou mais das variáveis aqui definidas (isto é, R1, R2, R3, R4, X-Y e A) são escolhidos independentemente, de forma a serem quaisquer substituintes individuais ou qualquer conjunto de substituintes seleccionados entre a lista completa, conforme aqui se define. 25
Os compostos representativos da presente invenção estão enumerados no quadro 1 subsequente. Outros compostos da presente invenção são os que estão enumerados no quadro 3. Nos quadros 1 e 2 subsequentes, a coluna identificada pelo termo "estéreo" define a estereoconfiquração no átomo de carbono do heterociclo acoplado à ligação identificada por um asterisco. No caso de não estar explicitada nenhuma designação, o composto foi preparado sob a forma de uma mistura de estereoconfigurações. No caso de estar identificada uma designação "R" ou "S", então a estereoconfiguração teve por base a material inicial enatiomericamente enriquecido.
Quadro 1: Compostos representativos de fórmula (I) ,-v R4 0 R1 (l R lY-r—(CHjífci—N—S—H o R na ID // \\ i* R \Λ ^ // Esté reo (CH2)a NR4 R1 R2 1 2-(2,3-di- hidrobenzo[1,4]dioxinilo) ch2 NH H H 2 2-(benzo[1,3]dioxolilo) ch2 NH H H 3 3- (3,4-di-hidro-2H-benzo[1,4]dioxepinilo) ch2 NH H H 4 2-(2,3-di- hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 5 2-(2,3-di- hidrobenzo[1,4]dioxinilo) R ch2 NH H H 6 2-(2,3-di- hidrobenzo[1,4]dioxinilo) ch2 NH metilo metilo 26
/^N. R4 ο η1 Λ „ Λ II / (' R '/-*-(CH2}—Ν—S—Ν \>_-y * η \ , - 0 Ra nfi ID /✓ ν\ (t R *) \> — y Esté reo (CH2)a NR4 R1 R2 7 2-(2,3-di- hidrobenzo[1,4]dioxinilo) ch2 N(CH3) H H 8 2- (6-cloro-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 9 2- (6—flúor-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 10 2-(chomanilo) ch2 NH H H 13 2- (5—flúor-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 14 2- (7-cloro-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 15 2-(6- clorobenzo[1,3]dioxolilo) ch2 NH H H 16 2- (2,3-di- hidrobenzo[1,4]dioxinilo) ch2ch2 NH H H 18 2- (7-nitro-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 19 2- ( 7-metil-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 20 2- (5-cloro-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 22 2- (8-metoxi-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 24 2- (6-bromo-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 29 2-(6,7-dicloro-2,3-di-hidroenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 30 2- (8-cloro-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 33 2-(2,3-di-hidronafto[2, 3-b][1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 35 2- (4- metilbenzo[1,3]dioxolilo) ch2 NH H H 27
Quadro 2: Compostos representativos de fórmula (I)
.—. R14 O o” /^\ i B / (l γ l}~——x—N—S—N j v» Ω l-l Ol C (i Y l) Estéreo X NR14 R11 R12 23 2-(5-metoxi-2, 3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) S ch2 NH H H 26 2-(6-metilcarbonil-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) S ch2 NH H H 32 2-(6-metoxicarbonil-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 34 2-(6-hidroximetil-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H 36 2-(7-amino-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo) s ch2 NH H H
Tal como aqui utilizado, salvo quando especificado de outro modo, o termo "haloqéneo" desiqna um átomo de cloro, bromo, flúor e iodo.
Tal como aqui utilizado, salvo quando especificado de outro modo, o termo "alquilo", por si só ou como parte de um qrupo substituinte, compreende os grupos de cadeias lineares e ramificadas. Por exemplo, os radicais alquilo são seleccionados entre grupos metilo, etilo, propilo, isopropilo, butilo, isobutilo, sec-butilo, t-butilo e pentilo. Salvo quando especificado de outro modo, o termo "inferior", quando associado a grupos alquilo, significa que estes contêm entre 1 e 4 átomos de carbono. 28
Tal como aqui utilizado, salvo quando especificado de outro modo, o termo "alcoxi" designa um radical éter oxigenado correspondente aos grupos alquilo de cadeia linear ou ramificada descritos antes. Por exemplo, metoxi, etoxi, n-propoxi, sec-butoxi, t-butiloxi e n-hexiloxi.
Tal como aqui utilizada, a notação identifica a presença de um centro estereogénico.
Quando um grupo particular é "substituído" (v.g., alquilo, arilo, etc.), tal grupo pode ter um ou vários substituintes, de preferência entre 1 e 5 substituintes, mais preferencialmente entre 1 e 3 substituintes, muito mais preferencialmente 1 ou 2 substituintes seleccionados independentemente na lista de substituintes. A propósito dos substituintes, o termo "independentemente" significa que no caso de ser possível mais do que um desses substituintes, então tais substituintes podem ser iguais ou diferentes uns dos outros.
Ao abrigo da nomenclatura normalizada, utilizada na presente memória descritiva, a parte terminal da cadeia lateral designada é descrita em primeiro lugar, seguindo-se a funcionalidade adjacente, no sentido do ponto de acoplamento. Assim, por exemplo, um substituinte "fenil-alquilamino-carbonilo-alquilo" designa um grupo de fórmula estrutural
O
29
As abreviaturas utilizadas na presente memória descritiva, em particular nos esquemas e exemplos, são as seguintes: DCC = Diciclo-hexil-carbodiimida DCE = Dicloroetano DCM = Diclorometano DIPEA ou DIEA = Diisopropiletilamina DMF = N,N-dimetilformamida DMSO = Sulfóxido de dimetilo EDC = Etilcarbodimida
Et3N ou TEA = Trietilimina
Et20 = Éter dietilico EA ou EtaAc = Acetato de etilo
EtOH = Etanol IPA = 2-Propanol
Hept = Heptano HOBT = 1-Hidroxibenzotriazol HPLC = Cromatografia em Liquido de Elevado Rendimento LAH = Hidreto de alumínio e lítio M ou MeOH = Metanol NMR = Ressonância Magnética Nuclear
Pd-C = Catalisador de Paládio sobre Carvão RP HPLC = Cromatografia em Líquido de Elevado Rendimento de Fase Inversa RT ou rt = Temperatura ambiente TEA = Trietilamina TFA = Ácido trifluoroacético THF = Tetra-hidrofurano TLC = Cromatografia de Camada Fina 30
No caso de os compostos de acordo com a presente invenção terem pelo menos um centro quiral, então podem existir, consequentemente, sob a forma de enantiómeros. No caso de os compostos possuírem dois ou mais centros quirais, então podem existir, complementarmente, sob a forma de diasteriómeros. Faz-se observar que todos estes isómeros e suas misturas estão abrangidos no âmbito da presente invenção. Além disso, algumas das formas cristalinas dos compostos podem existir como compostos polimorfos e por tal motivo estão abrangidas na presente invenção. Além disso, alguns dos compostos podem formar solvatos com água (isto é, hidratos) ou com solventes orgânicos vulgares, pelo que tais solvatos também estão abrangidos no âmbito da presente invenção.
Para utilizações em medicina, os sais dos compostos da presente invenção são os considerados "sais farmaceuticamente aceitáveis" não tóxicos. No entanto, há outros sais que podem ser úteis para a preparação de compostos de acordo com a presente invenção ou para a preparação dos seus sais farmaceuticamente aceitáveis. Os sais, farmaceuticamente aceitáveis e convenientes, de tais compostos compreendem os sais de adição de ácidos que podem ser formados, por exemplo, misturando uma solução do composto com uma solução de um ácido farmaceuticamente aceitável, por exemplo, ácido clorídrico, ácido sulfúrico, ácido fumárico, ácido maleico, ácido succínico, ácido acético, ácido benzóico, ácido cítrico, ácido tartárico, ácido carbónico ou ácido fosfórico. Além do mais, se os compostos da presente invenção forem portadores de um radical acídico, os seus sais farmaceuticamente aceitáveis e convenientes podem ser sais de metais alcalinos, v.g., sais de sódio ou potássio; sais de metais alcalino-terrosos, v.g., sais de cálcio ou magnésio; e sais obtidos com ligandos 31 orgânicos adequados, v.g., sais de amónio quaternário. Assim, os sais farmaceuticamente aceitáveis representativos são seleccionados entre os seguintes: acetato, benzenossulfonato, benzoato, bicarbonato, bissulfato, bitartarato, borato, brometo, edetato de cálcio, camsilato, carbonato, cloreto, clavulanato, citrato, dicloridrato, edetato, edisilato, estolato, esilato, fumarato, gluceptato, gluconato, glutamato, glicolilarsanilato, hexilresorcinato, hidrabamina, bromidrato, cloridrato, hidroxinaftoato, iodeto, isotionato, lactato, lactobionato, laurato, malato, maleato, mandelato, mesilato, metilbrometo, metilnitrato, metilsulfato, mucato, napsilato, nitrato, sal de N-metilglucamina-amónio, oleato, pamoato (embonato), palpitato, pantotenato, fosfato/difosfato, poligalacturonato, salicilato, estearato, sulfato, subacetato, succinato, tanato, tartarato, teoclato, tosilato, trietiodeto e valerato.
Os ácidos e bases representativos, que é possível utilizar para a preparação dos sais farmaceuticamente aceitáveis, são seleccionados entre os seguintes: ácidos, incluindo ácido acético, ácido 2,2-dicloroacético, ácidos acilados adípicos, ácido adípico, ácido algínico, ácido ascórbico, ácido L-aspártico, ácido benzenossulfónico, ácido benzóico, ácido 4-acetamidobenzóico, (+)-ácido canfórico, ácido canforsulfónico, (+)-(1 S)-ácido canfor-10-sulfónico, ácido cáprico, ácido capróico, ácido caprílico, ácido cinâmico, ácido cítrico, ácido ciclâmico, ácido dodecilsulfúrico, ácido etano-1,2-dissulfónico, ácido etanossulfónico, ácido 2-hidroxi-etanossulfónico, ácido fórmico, ácido fumárico, ácido galactárico, ácido gentísico, ácido gluco-heptónico, D-ácido glucónico, D-ácido glucorónico, L-ácido glutâmico, ácido a-oxoglutárico, ácido glicólico, ácido hipúrico, ácido bromídrico, 32 ácido clorídrico, (+)-L-ácido láctico, (±)-DL-ácido láctico, ácido lactobiónico, ácido maleico, (-)-L-ácido málico, ácido malónico, (+)-DL-ácido mandélico, ácido metano-sulfónico, ácido naftaleno-2-sulfónico, ácido naftaleno-1,5-dissulfónico, ácido 1- hidroxi-2-naftóico, ácido nicotínco, ácido nítrico, ácido oleico, ácido orótico, ácido oxálico, ácido palmítrico, ácido pamóico, ácido fosfórico, L-ácido piroglutâmico, ácido salicílico, ácido 4-amino-salicílico, ácido sebáico, ácido esteárico, ácido succínico, ácido sulfúrico, ácido tânico, (+)-L-ácido tartárico, ácido tiociânico, ácido p-tolueno-sulfónico e ácido undecilénico; e bases, incluindo amónia, L-arginina, benetamina, benzatina, hidróxido de cálcio, colina, deanol, dietanolamina, dietilamina, 2- (dietilamino)-etanol, etanolamina, etilenodiamina, N-metil-glucamina, hidrabamina, lH-imidazol, L-lisina, hidróxido de magnésio, 4-(2-hidroxietil)-morfolina, piperazina, hidróxido de potássio, 1-(2-hidroxietil)-pirrolidina, aminas secundárias, hidróxido de sódio, trietanolamina, trometamina e hidróxido de zinco.
Os compostos de fórmula (I) podem ser preparados de acordo com o processo explicitado no esquema 1
(XI)
Esquema 1 33
Assim sendo, faz-se reagir um composto de fórmula (X), convenientemente substituído, um composto conhecido ou um composto preparado por métodos conhecidos, com sulfamida, um composto conhecido, de preferência na situação em que a sulfamida se encontra presente numa quantidade compreendida entre cerca de 2 e cerca de 5 equivalentes, num solvente orgânico, tal como o THF ou o dioxano, de preferência a uma temperatura elevada compreendida entre cerca de 50 °C e cerca de 100°C, mais preferencialmente a um valor próximo da temperatura de refluxo, para se obter o correspondente composto de fórmula (Ia).
Em alternativa, faz-se reagir um composto de fórmula (X), convenientemente substituído, um composto conhecido ou um composto preparado por métodos conhecidos, com um composto convenientemente substituído de fórmula (XI), um composto conhecido ou com um composto preparado por métodos conhecidos, na presença de uma base tal como TEA, DIPEA ou piridina num solvente orgânico, tal como DMF ou DMSO, para se obter o correspondente composto de fórmula (I).
Os compostos de fórmula (X) em que o radical
34 podem ser preparados de acordo com os processos evidenciados no Esquema 2.
--- fr y—(^2)0-1 {sjHg m
Esquema 2
Deste modo, faz-se reagir um composto de fórmula (XII), convenientemente substituído, um composto conhecido ou um composto preparado por métodos conhecidos (por exemplo, conforme descrito no esquema 3 anterior,) com NH4OH, um composto conhecido, facultativamente num solvente orgânico, tal como o acetonitrilo, para se obter o correspondente composto de fórmula (XIII).
Faz-se reagir o composto de fórmula (XIII) com um agente redutor, convenientemente seleccionado, tal como lah num solvente orgânico, tal como o THF ou o éter dietílico, para se obter o correspondente composto de fórmula (Xa).
Os compostos de fórmula (X) em que o radical
35 é seleccionado entre
podem ser preparados de acordo com processos evidenciados no esquema 3.
(Xb)
Esquema 3
Assim sendo, faz-se reagir um composto de fórmula (XIV), convenientemente substituído, um composto conhecido ou um composto preparado por métodos conhecidos, com NH4OH na presença de um agente de acoplamento, tal como DCC, facultativamente num solvente orgânico, tal como o acetonitrilo, para se obter o correspondente composto de fórmula (XV).
Faz-se reagir o composto de fórmula (XV) com um agente redutor, convenientemente seleccionado, tal como LAH, num solvente orgânico, tal como o THF ou o éter dietílico para se obter o correspondente composto de fórmula (Xb). 36
Os compostos de fórmula (X), em que o radical 36
é seleccionado entre
e em que a é igual a 2, podem ser preparados de acordo com processos evidenciados no esquema 4.
(Kc)
Esquema 4
Assim sendo, faz-se reagir um composto de fórmula (XVI), convenientemente substituído, em que o símbolo J1 representa um grupo removível adequado, tal como Br, Cl, I, tosilo, mesilo, triflilo, um composto conhecido ou um composto preparado por métodos conhecidos, (por exemplo, 37 mediante activação do correspondente composto em que o símbolo J1 representa o grupo OH), com um cianeto, tal como o cianeto de potássio ou o cianeto de sódio, num solvente orgânico, tal como DMSO, DMF, THF, para se obter o correspondente composto de fórmula (XVII).
Efectua-se a redução do composto de fórmula (XVII) em conformidade com métodos conhecidos, por exemplo, fazendo-o reagir com um agente redutor adequado, tal como LAH ou um borato, para se obter o correspondente composto de fórmula (Xc) .
Os compostos de fórmula (X), em que o radical
é seleccionado entre
e em que a é igual a 1, podem ser preparados de acordo com o processo evidenciado no esquema 5. 38
Assim sendo, efectua-se a activação de um composto de fórmula (XVIII), convenientemente substituído, um composto conhecido ou um composto preparado por métodos conhecidos, de acordo com um método conhecido, para se obter o correspondente composto de fórmula (XIX), em que o símbolo J2 representa um grupo removível adequado, tal como tosilato, Cl, Br, I, mesilato e triflato
Faz-se reagir o composto de fórmula (XIX) com um sal de ftalimida, tal como a ftalimida de potássio ou a ftalimida de sódio, num solvente orgânico, tal como DMF, DMSO ou acetonitrilo, de preferência a uma temperatura elevada compreendida no intervalo entre cerca de 50"C e cerca de 200°C, mais preferencialmente a um valor próximo da temperatura de refluxo, para se obter o correspondente composto de fórmula (XX).
Faz-se reagir o composto de fórmula (XX) com N2H4, um composto conhecido, num solvente orgânico, tal como o etanol ou o metanol, de preferência a uma temperatura elevada 39 compreendida entre cerca de 50°C e cerca de 100°C, mais preferencialmente a um valor próximo da temperatura de refluxo, para se obter o correspondente composto de fórmula (Xd).
Qualquer especialista na matéria conclui facilmente que os compostos de fórmula (X), em que o radical
é seleccionado entre
ou
40 podem ser preparados igualmente em conformidade com métodos conhecidos ou então, por exemplo, em conformidade com o processo evidenciado nos esquemas 2 a 5 anteriores, seleccionando e substituindo os materiais de partida fundidos com radicais benzo, pelos correspondentes compostos fundidos com radicais naftilo.
Um especialista na matéria também conclui facilmente que no caso de se desejar um único enantiómero (ou uma mistura de enantiómeros em que haja o enriquecimento com um enantiómero) de um composto de fórmula (X), é possível aplicar os processos anteriormente descritos nos esquemas 1 a 5, substituindo o adequado material de partida pelo correspondente enantiómero singular (ou por uma mistura de enantiómeros enriquecida com um dos enantiómeros).
Um especialista na matéria também conclui facilmente que no caso em que um passo de reacção da presente invenção possa ser executado em diversos solventes ou em diversos sistemas solventes, então tal passo de reacção também pode ser executado numa mistura de solventes ou de sistemas solventes adequados.
No caso de os processos para a preparação dos compostos de acordo com a presente invenção darem origem a uma mistura de esteroisómeros, então tais isómeros podem ser separados por meio de técnicas convencionais, tais como a cromatografia preparativa. Os compostos podem ser preparados numa forma racémica ou então é possível preparar enantiómeros individuais, quer por síntese enantioespecífica quer por resolução. A resolução dos compostos pode ser efectuada, por exemplo, de modo a que sejam obtidos os seus enantiómeros componentes, recorrendo a técnicas convencionais, tais como a formação de pares diasterioméricos, por formação de sais com 41 um ácido opticamente activo, tal como o (-)-ácido di-p-toluoil-D-tartárico e/ou o (+)-ácido di-p-toluoil-L-tartárico, seguindo-se a cristalização fraccional e a regeneração da base livre. Também é possível efectuar a resolução dos compostos, mediante a formação de amidas ou ésteres diasterioméricos, seguindo-se a separação cromatográfica e a remoção do composto quiral auxiliar. Em alternativa, é possível efectuar a resolução dos compostos recorrendo a uma coluna de HPLC quiral.
Durante os processos para a preparação dos compostos da presente invenção pode ser, eventualmente, necessário e/ou desejável proteger os grupos sensíveis ou reactivos existentes em todas as moléculas em causa. Isto pode ser conseguido recorrendo a grupos de protecção convencionais, tais como os descritos nas obras 'Protective Groups in Organic Chemistry', ed. J.F.W. McOmie, Plenum Press, 1973; e T.W. Greene & P.G.M. Wuts, 'Protective Groups in Organic Synthesis', John Wiley & Sons, 1991. Os grupos de protecção podem ser removidos num passo subsequente e conveniente, recorrendo a métodos conhecidos na especialidade. A presente invenção compreende também as composições farmacêuticas que contenham um ou vários compostos de fórmula (I) conjuntamente com um veículo farmaceuticamente aceitável. As composições farmacêuticas, que contêm como ingrediente activo um ou vários dos compostos da invenção aqui descritos, podem ser preparadas misturando muito bem o composto ou os compostos com um veículo farmacêutico, em conformidade com as técnicas convencionais de formulação de composições farmacêuticas. 0 veículo pode assumir uma grande variedade de formas, dependendo isso da via de administração desejada (v.g., oral, parentérica). Assim, para as preparações orais 42 líquidas, tais como suspensões, elixires e soluções, os veículos e aditivos adequados são a água, glicóis, óleos, álcoois, agentes aromatizantes, conservantes, estabilizadores, agentes corantes e não só; para as preparações orais sólidas, tais como os pós, cápsulas e comprimidos, os veículos e aditivos adequados compreendem os amidos, açúcares, diluentes, agentes de granulação, lubrificantes, aglutinantes, agentes desintegradores e não só. As preparações orais sólidas também podem ser revestidas com substâncias tais como os açúcares, ou podem ser revestidas com revestimentos entéricos por forma a modular o local principal de absorção. Para a administração parentérica, o veículo irá ser constituído, normalmente, por água esterilizada, sendo possível acrescentar outros ingredientes para aumentar a solubilidade ou as características de conservação. Também é possível preparar suspensões ou soluções injectáveis, utilizando veículos aquosos conjuntamente com aditivos adequados.
Para a preparação de composições farmacêuticas da presente invenção, mistura-se muito bem um ou vários compostos da presente invenção, enquanto ingredientes activos, com um veículo farmacêutico, em conformidade com técnicas convencionais para a preparação de composições farmacêuticas, podendo o referido veículo assumir uma grande variedade de formas, dependendo isso da forma de preparação desejada para administração, v.g., oral ou parentérica, por exemplo, intramuscular. Para a preparação das composições segundo uma forma de dosagem oral é possível utilizar os meios farmacêuticos habituais. Deste modo, para as preparações orais líquidas, tais como por exemplo as suspensões, elixires e soluções, os veículos e aditivos adequados são a água, glicóis, óleos, álcoois, agentes 43 aromatizantes, agentes conservantes e agentes corantes; para as preparações orais sólidas, tais como, por exemplo, os pós, cápsulas, trociscos, drageias e comprimidos, os veículos e aditivos adequados são os amidos, açúcares, diluentes, agentes de granulação, lubrificantes, aglutinantes e agentes desintegradores. Devido à sua facilidade de administração, os comprimidos e as cápsulas representam a forma unitária de dosagem oral mais vantajosa, sendo neste caso utilizados, obviamente, veículos farmacêuticos sólidos. Se desejado, os comprimidos podem ser revestidos com açúcar ou com um revestimento entérico, por meio de técnicas convencionais. Para as formulações parentéricas, o veículo irá ser constituído normalmente, por água esterilizada, embora possam ser incluídos outros ingredientes, por exemplo, com a finalidade de se melhorar a solubilidade ou as características de conservação. Também é possível preparar suspensões injectáveis, podendo neste caso ser utilizados veículos líquidos e agentes de suspensão convenientes. As composições farmacêuticas aqui referidas irão conter, por unidade de dosagem, v.g., os comprimidos, cápsulas, pós, injecções ou colheres de chá, uma quantidade do ingrediente activo necessária para administrar uma dose eficaz, conforme descrito supra. As composições farmacêuticas aqui descritas irão conter, por unidade de dosagem, v.g., um comprimido, cápsula, pó, injecção, supositório ou colher de chá, entre cerca de 0,1-1000 mg, podendo ser administradas segundo uma dosagem compreendida entre cerca de 0,01-200,0 mg/kg/dia, de preferência entre cerca de 0,1 e 100 mg/kg/dia, mais preferencialmente entre cerca de 0,5-50 mg/kg/dia, muito mais preferencialmente entre cerca de 1,0-25,0 mg/kg/dia ou em qualquer intervalo subconjunto destes. No entanto, os regimes 44 de dosagem podem variar, dependendo isso da necessidade dos pacientes, da gravidade do estado que se pretenda tratar e do composto que esteja a ser utilizado. É possível fazer quer uma administração diária quer uma pós-dosagem periódica.
De preferência, estas composições são apresentadas em formas de dosagem unitárias, seleccionadas entre comprimidos, pílulas, cápsulas, pós, grânulos, soluções ou suspensões parentéricas estéreis, aerossóis calibrados ou líquidos micronizados e calibrados, gotas, ampolas, dispositivos autoinjectores ou supositórios, destinando-se a aplicações para administração parentérica, intranasal, sublingual ou rectal ou então para administração por inalação ou por insuflação. Em alternativa, a composição pode ser apresentada numa forma adequada para administração uma vez por semana ou uma vez por mês; por exemplo, é possível adaptar um sal insolúvel do composto activo, tal como o sal decanoato, para proporcionar uma preparação em artefacto implantável para injecção intramuscular. Para a preparação de composições sólidas, tais como os comprimidos, mistura-se o ingrediente activo principal com um veículo farmacêutico, v.g., ingredientes convencionais para a preparação de comprimidos, tais como amido de milho, lactose, sacarose, sorbitol, talco, ácido esteárico, estearato de magnésio, fosfato de dicálcio ou gomas, e com os outros diluentes farmacêuticos, v.g., a água, para se obter uma composição da pré-formulação sólida contendo uma mistura homogénea de um composto da presente invenção ou de um seu sal farmaceuticamente aceitável. Quando se diz que estas composições de pré-formulação são homogéneas, isso significa que o ingrediente activo se encontra disperso uniformemente por toda a composição, pelo que a referida composição pode ser facilmente subdividida em 45 formas de dosagem igualmente eficazes, tais como comprimidos, pílulas e cápsulas. A composição da pré-formulação sólida é depois subdividida em formas de dosagem unitária do tipo descrito supra, contendo entre 0,1 e cerca de 1000 mg do ingrediente activo da presente invenção. Os comprimidos ou as pílulas da nova composição podem ser revestidos ou de qualquer outra forma protegidos para se conseguir obter uma forma de dosagem que tenha a vantagem de permitir uma acção prolongada. Por exemplo, o comprimido ou a pílula podem compreender um componente de dosagem interior e um componente de dosagem exterior, assumindo este último a forma de um invólucro aplicado sobre o primeiro. Os dois componentes podem ser separados por uma camada entérica que vai resistir à desintegração no estômago e que vai permitir que o componente interior passe intacto para o duodeno ou para que a sua libertação seja retardada. É possível utilizar diversos materiais para estas camadas ou revestimentos entéricos, sendo tais materiais seleccionados entre diversos ácidos poliméricos, referindo-se, designadamente, a goma-laca, o álcool cetílico e o acetato de celulose.
As formas líquidas em que é possível incorporar as novas composições da presente invenção para administração por via oral ou por injecção compreendem as soluções aquosas, os xaropes convenientemente aromatizados, as suspensões aquosas ou oleosas e as emulsões aromatizadas com óleos alimentares, tais como o óleo de sementes de algodão, o óleo de sésamo, o óleo de coco ou o óleo de amendoim, e também os elixires e veículos farmacêuticos similares. Os agentes dispersantes ou de suspensão adequados para as suspensões aquosas compreendem as gomas sintéticas e naturais, tais como as gomas de alcatira, acácia, alginato, dextrano, carboximetil-celulose sódica, metil-celulose, polivinil-pirrolidona ou gelatina. O processo para o tratamento da depressão, descrito na presente invenção, também pode ser executado utilizando uma composição farmacêutica que compreenda qualquer um dos compostos aqui definidos e um veiculo farmaceuticamente aceitável. A composição farmacêutica pode conter entre cerca de 0,1 mg e 1000 mg, de preferência entre cerca de 50 e 500 mg do composto e pode apresentar qualquer forma conveniente para o modo de administração escolhido. Os veículos compreendem os excipientes farmaceuticamente inertes e necessários, incluindo os aglutinantes, agentes de suspensão, lubrificantes, aromatizantes, edulcorantes, conservantes, corantes e revestimentos. As composições adequadas para administração oral compreendem as formas sólidas, tais como pílulas, comprimidos, trociscos, cápsulas (podendo qualquer destas formas conter formulações para libertação imediata, para libertação ao fim de um período determinado e para libertação prolongada), grânulos e pós, e também as formas líquidas, tais como soluções, xaropes, elixires, emulsões e suspensões. As formas úteis para administração parentérica compreendem as soluções, emulsões e suspensões estéreis.
De uma forma vantajosa, os compostos da presente invenção podem ser administrados numa única dose diária ou então a dosagem diária total pode ser administrada em doses divididas, duas, três ou quatro vezes por dia. Além disso, os compostos da presente invenção podem ser administrados numa forma intranasal, mediante a aplicação tópica de veículos intranasais convenientes, ou por via transdermal, mediante a aplicação de emplastros dérmicos perfeitamente 47 conhecidos pelos especialistas na matéria. Para a sua administração na forma de um sistema de aplicação transdermal, a administração da dosagem irá ser feita, como é evidente, de maneira continua em vez de intermitente, durante todo o regime de dosagem.
Por exemplo, para a administração oral sob a forma de um comprimido ou cápsula, o componente farmacêutico activo pode ser combinado com um veiculo inerte farmaceuticamente aceitável, não tóxico, para administração oral, tal como o etanol, o glicerol a água. Além do mais, sempre que desejado ou necessário, também é possível incorporar na mistura aglutinantes, lubrificantes, agentes de desintegração e agentes corantes adequados. Os aglutinantes adequados compreendem os seleccionados entre amido, gelatina, açúcares naturais, tais como a glicose ou a betalactose, edulcorantes derivados de cereais, benzoato de sódio, acetato de sódio e cloreto de sódio. Os agentes de desintegração compreendem, sem nenhuma limitação, os seleccionados entre amido, metil-celulose, gelose, bentonite e goma de xantano.
As formulações líquidas são preparadas em agentes de suspensão ou dispersantes convenientemente aromatizados, tais como as gomas sintéticas e naturais, por exemplo, a goma de alcatira, a goma de acácia e metil-celulose. Para administração parentérica são desejáveis as suspensões e as soluções estéreis. No caso de ser desejável uma administração intravenosa, então as preparações isotónicas irão conter, geralmente, conservantes convenientes.
Os compostos da presente invenção podem ser administrados num tipo qualquer das composições referidas anteriormente e em conformidade com os regimes de dosagem 48 estipulados na especialidade, sempre que seja necessário o tratamento da depressão. A dosagem diária dos produtos pode variar num intervalo amplo compreendido entre 0,01 e 200 mg/kg por dia para um ser humano adulto. Para a administração oral as composições são fornecidas, preferencialmente, sob a forma de comprimidos contendo 0,01, 0,05, 0,1, 0,5, 1,0, 2,5; 5,0, 10,0, 15,0, 25,0, 50,0, 100, 150, 200, 250, 500 e 1000 mg de ingrediente activo para o ajustamento sintomático da dosagem ao paciente que se pretende tratar. Uma quantidade eficaz de fármaco é aquela que corresponde vulgarmente a um nivel de dosagem compreendido entre cerca de 0,01 mg/kg e cerca de 200 mg/kg de massa corporal por dia. De preferência, o intervalo está compreendido entre cerca de 0,1 e cerca de 100,0 mg/kg de massa corporal por dia, mais preferencialmente entre cerca de 0,5 mg/kg e cerca de 50 mg/kg de massa corporal por dia e ainda muito mais preferencialmente entre cerca de 1,0 e cerca de 25,0 mg/kg de massa corporal por dia. Os compostos podem ser administrados segundo um regime de 1 a 4 vezes por dia.
As dosagens óptimas que irão ser administradas podem ser determinadas facilmente pelos especialistas na matéria e irão variar consoante o composto particular utilizado, o modo de administração, a potência da preparação, o modo de administração e o estado geral da situação patológica. Além disso, os factores associados ao paciente particular que se pretende tratar, incluindo a idade do paciente, o seu peso, a dieta alimentar e o momento da administração, irão determinar a necessidade de ajustamento das dosagens.
Um especialista na matéria conhece, certamente, metodologias experimentais, tanto in vivo como in vitro, 49 com modelos celulares e/ou de animais, conhecidos e geralmente aceites, que permitem prever a aptidão do composto experimentado para tratar ou evitar uma determinada doença.
Um especialista na matéria também sabe que há experiências clinicas feitas com seres humanos, incluindo as experiências feitas pela primeira vez em seres humanos, as de definição de intervalos de dosagem e de eficácia, em pacientes saudáveis e/ou naqueles que padeçam de uma determinada doença, que podem ser levadas a cabo em conformidade com processos perfeitamente conhecidos na especialidade clinica e médica. Os exemplos a seguir descritos têm por objecto facilitar a compreensão da presente invenção e não devem ser considerados, de forma alguma, como sendo limitativos da invenção, tal como explicitada nas reivindicações anexas.
Exemplo 1 ((3,4-di-hidro-2H-benzo[b][1,4]dioxepin-3-il)metil)sulfamida (composto n2 3)
Misturou-se catecol (5,09 g, 46,2 mmol) e carbonato de potássio em acetonitrilo e aqueceu-se ao refluxo durante 1 50 hora. Acrescentou-se 2-clorometil-3-cloro-l-propeno (5,78 g, 46,2 mmol) e manteve-se a reacção ao refluxo durante 24 horas. Deixou-se a solução arrefecer para a temperatura ambiente e filtrou-se. Evaporou-se o filtrado, diluiu-se o residuo com água e extraiu-se com éter dietilico (3 x) . Secou-se sobre MgS04 a solução orgânica combinada e depois concentrou-se. A cromatografia (éter etilico a 2% em hexano) proporcionou 3-metileno-3,4-di-hidro-2H-benzo[b][1,4]dioxepina com um aspecto de um óleo incolor MS (ESI): 163,2 (M+H+) 1H NMR (300 MHz, CDC13) , δ 6,94 (m, 4H), 5,07 (s, 2H), 4, 76 (s, 4H) .
Dissolveu-se 3-metileno-3,4-di-hidro-2H-benzo[b][1,4] dioxepina (5,00 g, 30,8 mmol) em THF anidro (100 mL) . Acrescentou-se borano-THF (1,0 M em THF, 10,3 mL) a 0°C. Agitou-se a mistura de reacção à temperatura ambiente durante 5 horas. Acrescentou-se ácido amino-sulfónico (6,97 g, 61,6 mmol). Aqueceu-se a mistura de reacção ao refluxo de um dia para o outro. Deixou-se a mistura de reacção arrefecer para a temperatura ambiente e acrescentou-se uma solução aquosa de hidróxido de sódio (3,0 M, 100 mL) . Extraiu-se a solução com acetato de etilo (3 x 100 mL) . Secou-se sobre MgS04 a solução orgânica combinada. Concentrou-se a solução in vacuo e purificou-se por cromatografia (metanol entre 2% e 8% em diclorometano) para proporcionar ((3,4-di-hidro-2H-benzo[b][1,4]dioxepin-3-il)metil)-amina com o aspecto de um óleo incolor. MS (ESI): 180,1 (M+H+) XH NMR (300 MHz, DMSO), δ: 6,92 (m, 4H), 4,21 (m, 2H), 4,07 (m, 2H), 3,33 (largo, 2H) , 3,16 (d, J = 4 Hz, 1H), 2,72 (d, J= 4 Hz, 1H), 2,30 (m, 1H). 51
Misturou-se ((3,4-di-hidro-2H-benzo[b][1,4]dioxepin-3-il)metil)-amina (2,90 g, 16,2 mmol) e sulfamida (3,11 g, 32,4 mmol) em dioxano anidro (60 mL) e aqueceu-se ao refluxo de um dia para o outro. Acrescentou-se clorofórmio e removeu-se o precipitado por filtração. Concentrou-se o filtrado in vacuo e purificou-se por cromatografia (acetona entre 2% e 8% em diclorometano) para proporcionar o composto em epígrafe com o aspecto de um sólido esbranquiçado. 258,8 (M+H+) ΧΗ NMR (300 MHz, DMSO), δ: 6,92.(m, 4H), 6,71 (largo, 1H), 6,59 (largo, 2H), 4,19 (m, 2H), 4,04 (m, 2H), 3,00 (m, 2H), 2,39 (m, 1H).
Exemplo 2 N-(2,3-di-hidro-benzo[1.4]dioxin-2-ilmetil-sulfamida (composto ns 1)
Misturou-se 2,3-di-hidro-l,4-benzdioxin-2-ilmetilamina (4,4 g, 26 mmol) racémica e sulfamida (5,1 g, 53 mmol) em 1,4-dioxano (100 mL) e manteve-se ao refluxo durante 2 horas. Deixou-se a mistura de reacção arrefecer para a temperatura ambiente, filtrou-se uma pequena quantidade de uma substância sólida e deitou-se fora. Evaporou-se o 52 filtrado in vácuo e purificou-se o resíduo por cromatografia em coluna intermitente (DCMrmetanol - 10:1) para se obter um sólido branco. Deixou-se o sólido recristalizar a partir de DCM para se obter o composto em epígrafe com o aspecto de um sólido branco.
p.f.: 97, 5 - 98,5 °C
Análise elementar:
Anal Cale: C, 44,25; H, 4,95; N, 11,47; s, 13,13 Anal Encontrada: C, 44,28; H, 4,66; N, 11,21; S, 13:15 H1 NMR (DMSO d6) δ 6,85 (m, 4H), 6,68 (s lr, 3H, NH), 4,28 (m, 2H), 3,97 (dd, J = 6,9, 11,4 Hz, 1H), 3,20 (m, 1H), 3,10 (m, 1H).
Exemplo 3 (benzo[1,3]dioxol-2-ilmetil)-sulfamida (composto ng 2)
Misturou-se catecol (10,26 g, 93,2 mmol), metóxido de sódio (a 25% em peso em metanol, 40,3 g, 186 mmol) e dicloroacetato de metilo (13,3 g, 93.2 mmol) em metanol anidro (100 mL). Aqueceu-se a solução ao refluxo de um dia para o outro. Deixou-se a mistura de reacção arrefecer para a temperatura ambiente, acidificou-se por adição de ácido 53 clorídrico concentrado e reduziu-se o volume in vacuo para cerca de 50 mL. Acrescentou-se água e extraiu-se a mistura com éter dietílico (3 x 100 mL). Secou-se com MgS04 a soluça orgânica combinada, concentrou-se até se obter um sólido castanho e efectuou-se a cromatografia (acetato de etilo a 2% em hexano) para proporcionar o éster metílico do ácido benzo[1,3]dioxol-2-carboxílico com o aspecto de um óleo incolor. MS (ESI): 195,10 (M+H+) . ΧΗ NMR (300 MHz, CDC13), δ: 6,89 (largo, 4H), 6,29 (s, 1H), 4,34 (q, J =7 Hz, 2H), 1,33 (t, J =7 Hz, 3H).
Ao éster metílico do ácido benzo[1,3]dioxol-2-carboxílico (7,21 g, 40,0 mmol) acrescentou-se hidróxido de amónio (a 29% em água, 10 mL) e uma quantidade suficiente de acetonitrilo para tornar a mistura homogénea (~5 mL). Agitou-se a solução durante 2 horas à temperatura ambiente e depois acrescentou-se água destilada. Ocorreu a precipitação da amida do ácido benzo[1,3]dioxol-2-carboxílico com o aspecto de um sólido branco que foi recolhido por filtração e utilizado sem mais nenhuma purificação. MS (ESI): 160,00 (M+H+) 1H NMR (300 MHz, DMSO) , δ: 7,99 (s, largo, 1H), 7,72 (s, largo, 1H), 6,94 (m, 2H) 6,86 (m, 2H), 6,30 (s, 1H).
Dissolveu-se a amida do ácido benzo[1,3]dioxol-2-carboxílico (5,44 g, 32,9 mmol) em tetra-hidrofurano (THF, 100 mL). Acrescentou-se lentamente à solução, à temperatura ambiente, hidreto de alumínio e lítio (LAH, 1M em THF, 39,5 mL; 39,5 mmol). Agitou-se a mistura de reacção à temperatura ambiente durante 24 horas. Acrescentou-se água destilada para destruir o excesso de LAH. Acrescentou-se uma solução 54 aquosa de hidróxido de sódio (3,0 M, 100 mL) e extraiu-se a solução com acetato de etilo (3 x 100 mL). Lavou-se com água a solução orgânica concentrada e depois secou-se sobre MgS04. Evaporou-se o solvente para proporcionar C-benzo[1,3]dioxol-2-il-metilamina com o aspecto de um óleo incolor. MS (ESI): 152,1 (M+H+) XH NMR (300 MHz, CDC13) , δ: 6,87 (m, 4H), 6,09 (t, J = 4 Hz, 1H), 3,13 (d, J= 4 Hz, 2H)
Misturou-se C-benzo[1,3]dioxol-2-il-metilamina (2,94 g, 19,4 mmol) e sulfamida (3,74 g, 38,9 mmol) em dioxano anidro (50 mL) e aqueceu-se a solução ao refluxo de um dia para o outro. Concentrou-se a mistura de reacção e submeteu-se o resíduo a cromatografia (acetona entre 2% e 10% em diclorometano) para se obter o composto em epígrafe com 0 aspecto de um sólido branco. MS (ESI): 230,0 (M+H+) XH NMR (300 MHz, CDC13) , δ: 6,87 (m, 4H), 6,25 (t, J = 4 Hz, 1H) , 4,79 (largo, 1H), 4,62 (largo, 1H), 3,64 (d, J= 4 Hz, 2H).
Exemplo 4 (2S)-(-)-N-(2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-sulfamida (composto na 4)
55
Agitou-se catecol (13,2 g, 0,12 mol) e carbonato de potássio (16,6 g, 0,12 mol) em DMF (250 mL) e acrescentou-se (2R)-tosilato de glicidilo (22,8 g, 0,10 mol) e agitou-se a mistura de reacção a 60°C durante 24 horas. Deixou-se a mistura de reacção arrefecer para a temperatura ambiente e diluiu-se com gelo fundente (1 L) e extraiu-se com éter dietilico (4 vezes). Lavou-se 3 vezes a solução orgânica combinada, utilizando para tal uma solução de carbonato de potássio a 10%, uma vez com água e uma vez com salmoura e depois evaporou-se in vacuo para se obter um sólido branco que foi purificado por cromatografia em coluna intermitente (DCM:metanol - 50:1) para proporcionar ((2S)-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-il)-metanol no estado sólido.
Dissolveu-se o sólido (13,3 g, 68 mmol) em piridina (85 mL) arrefecida para 0°C, acrescentou-se cloreto de p-tolueno-sulfonilo (13,0 g, 68 mmol) e agitou-se a mistura de reacção à temperatura ambiente durante 20 horas. Diluiu-se a mistura de reacção com éter dietilico (1 L) e HC1 IN (1,2 L) . Separou-se a camada orgânica e lavou-se 2 vezes com HC1 IN (500 mL), 4 vezes com água (150 mL), uma vez com salmoura, secou-se (MgSCg) e evaporou-se in vacuo para se obter um sólido branco que foi purificado por cromatografia em coluna intermitente (HeptEA - 2:1) para proporcionar o éster (2S)-2, 3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetílico do ácido tolueno-4-sulfónico como aspecto de um sólido branco.
Misturou-se o sólido branco com ftalimida de potássio (14,4 g, 78 mmol) em DMF (250 mL) e aqueceu-se ao refluxo durante 1 hora, deixou-se arrefecer até à temperatura ambiente e verteu-se em água vigorosamente agitada (1,5 L), tendo a agitação prosseguido durante 30 minutos. Filtrou-se o sólido branco e depois lavou-se esse sólido várias vezes 56 com água, com solução de NaOH a 2% e novamente com água e a seguir deixou-se secar ao ar para se obter a (2S)-2-(2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-isoindol-1,3-diona com o aspecto de um sólido pulveriforme branco.
Misturou-se o sólido pulveriforme branco com hidrazina (2,75 g, 86 mmol) em EtOH (225 mL) e aqueceu-se ao refluxo durante 2 horas, deixou-se arrefecer até à temperatura ambiente e acrescentou-se HC1 1 N até se obter o valor de pH 1,0 e agitou-se durante 15 minutos. Filtrou-se o sólido branco e lavou-se com EtOH recente (deitou-se fora o sólido) e evaporou-se o filtrado in vacuo até se obter um sólido que foi depois repartido entre éter dietilico e uma solução aquosa diluida de NaOH. Submeteu-se a solução de éter dietilico a um procedimento de secagem (Na2S04) e evaporou-se in vacuo para se obter um óleo amarelo claro. Purificou-se o óleo por cromatografia em coluna intermitente (DCM:MeOH - 10:1) para se obter um óleo. Uma parte do óleo (4,82 g, 29 mmol) em 2-propanol (250 mL) foi tratada com HC1 IN (30 mL) e aqueceu-se em banho de vapor até se obter um produto homogéneo e depois deixou-se arrefecer para a temperatura ambiente. Decorridas 3 horas, arrefeceu-se a mistura em gelo durante 2 horas. Removeu-se por filtração um sólido com o aspecto de flocos brancos (o correspondente sal de (2S)-C-(2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-il)-metilamina obtido com HC1) e depois deixou-se recristalizar outra vez a partir de 2-propanol para se obter um sólido branco.
[a] d = -69,6° (c =1,06, EtOH)
Repartiu-se o sólido branco entre DCM e a solução de NaOH diluida, secou-se o DCM (NaS04) e evaporou-se in vacuo para se obter (2S)-C-(2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-il)-metilamina com o aspecto de um óleo. 57 [α] d = -57,8° (c = 1,40, CHC13)
Manteve-se ao refluxo o óleo (2,1 g, 12.7 mmol) e a sulfamida (2,44 g, 25,4 mmol) em dioxano (75 mL) durante 2 horas e depois purificou-se o produto impuro por cromatografia em coluna intermitente (DCM:MeOH 10:1) para se obter um sólido branco que recristalizou a partir de DCM para proporcionar o composto em epígrafe com o aspecto de um sólido cristalino branco, p.f. 102-103 °C [a] D = -45,1° (c = 1,05, M) ; XH NMR (DMSOd6) δ 6,86 (m, 4H), 6,81 (S lr, 3H, NH) , 4,3 (m, 2H), 3,97 (dd, J =6,9, 11,4 Hz, 1H), 3,20 (dd, J = 5,5, 13,7 Hz, 1H), 3:10 (dd, J = 6,9, 13,7 Hz, 1H)
Análise elementar:
Anal Cale: C, 44,25; H, 4,95; N, 11,47; s, 13,13 Anal Encontrada: C, 44,20; H, 4, 69; N, 11,40; s, 13,22
Exemplo 5 N- (2,3-di-hidro-benzo [1,4] dioxin-2-ilmetil) -Ν', Ν' -dimetilsulfamida (composto na 6)
Misturou-se 2,3-di-hidro-l,4-benzdioxin-2-ilmetilamina racémica (8,25 g, 5,0 mmol) e trietilamina (1,52 g, 15 mmol) 58 em DMF (10 mL) e arrefeceu-se em banho de gelo à medida que se acrescentava cloreto de dimetilsulfamoílo (1,44 g, 10 mmol). A seguir agitou-se a mistura de reacção durante 3 horas com arrefecimento constante. Repartiu-se a mistura de reacção entre acetato de etilo e água e lavou-se com salmoura a solução de acetato de etilo, secou-se (MgS04) e evaporou-se in vacuo para se obter um óleo. Purificou-se o óleo por cromatografia em coluna intermitente (acetato de etilo:heptano - 1:1) para se obter um sólido branco que recristalizou (acetato de etilo /hexano) para proporcionar o composto em epigrafe com o aspecto de um sólido flocular branco, p.f. 76 - 78°C MS 273 (MH+)
Análise Elementar:
Anal Cale: C, 48,52 ; H, 5,92; N, 10,29; S, 11,78 Anal Encontrada :C, 48,63 ; H, 5, 62; N, 10,20; S, 11,90 ΧΗ NMR (CDC13) δ 6,87 (m, 4H), 4,59 (m lr, 1H, NH) (m, 1H), 4,27 (dd, J = 2,3, 11,4 Hz, 1H), 4,04 (dd, = 7,0, 11,4, 1H), 3,36 (m, 2H), 2,82 (s, 6H) .
Exemplo 6 N-(2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-N-metilsulfamida (composto ng 7)
59
Dissolveu-se 2,3-di-hidro-l,4-benzdioxin-2-ilmetilamina racémica (825 mg, 5 mmol) em formiato de etilo (15 mL), manteve-se ao refluxo durante 30 minutos e evaporou-se in vácuo para se obter N-(2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-formamida com o aspecto de um óleo. O óleo em éter dietilico (25 mL) foi submetido a um tratamento com LAH 1M em THF (9,0 mL, 9,0 mmol) a 0°C e agitou-se durante 5 horas à temperatura ambiente. Arrefeceu-se a mistura de reacção em banho de gelo e extinguiu-se com água (0,50 mL), seguindo-se a adição de NaOH 3 N (0,50 mL) e água (0,50 mL). Depois agitou-se a mistura à temperatura ambiente, durante 1 hora. Filtrou-se o sólido e evaporou-se o filtrado in vacuo para se obter um resíduo que foi repartido entre HC1 IN e éter dietilico. Alcalinizou-se a fase aquosa com NaOH IN e extraiu-se com éter dietilico. Secou-se (MgS04) a fase orgânica e evaporou-se in vacuo para proporcionar (2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-metil-amina com o aspecto de um óleo. MS 180 (MH+) XH NMR (CDC13) δ 6,85 (m, 4H), 4,30 (m, 2H), 4,02 (dd, J = 7,9, 11,6 Hz, 1H), 2,85 (m, 2H), 2,50 (s, 3H)
Misturou-se o óleo (380 mg, 2,1 mmol) e sulfamida (820 mg, 8.5 mmol) em dioxano (15 mL), manteve-se tudo ao refluxo durante 1.5 horas e evaporou-se in vacuo para se obter um resíduo impuro. Purificou-se o resíduo por cromatografia em coluna (acetato de etilo/heptano 1:1) e deixou-se o sólido resultante recristalizar a partir de acetato de etilo/hexano para se obter o composto em epígrafe com o aspecto de um sólido branco.
p.f. 97-98°C MS 257 (M-1) 60
Análise Elementar:
Anal Cale: C, 46,50; H, 5,46; N, 10,85; s, 12,41 Anal Encontrada: C, 46,48; H, 5, 65; N, 10,90; s, 12,07 XH NMR (CDC13) δ 6,86 (m, 4H), 4,52 (s lr, 2H), 4,46 (m, 1H), 4,29 (dd, J = 2,3, 11,5 Hz, 1H), 4,05 (dd, J = 6,5, 11,5 Hz, 1H), 3,51 (dd, J = 6,7, 14,9 Hz, 1H), 3,40 (dd, J = 5,9, 14, 9 Hz, 1H), 2, 99 (s, 3H)
Exemplo 7 (2S)-(-)-N-(6-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-sulfamida (composto ng 8)
Repetindo o procedimento explicitado no Exemplo 4 anterior, fez-se reagir 4-clorocatecol para se obter uma mistura de (2S)-C-(7-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-il)-metilamina e (2S)-C-(6-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-il)-metilamina (razão aproximada de 3:1 entre os isómeros de 6-cloro:7-cloro, conforme verificado por RP HPLC).
Dissolveu-se a mistura em 2-propanol (100 mL) e acrescentou-se HC1 IN em éter dietilico até se obter um valor de pH = 1,0. Filtrou-se o sal cloridrato precipitado (2,65 g) e deixou-se recristalizar a partir de metanol/IPA para se 61 obter cristais brancos. Os cristais brancos foram repartidos entre DCM e uma solução diluida de NaOH. Secou-se o DCM e evaporou-se in vacuo para se obter (2S)-C-(6-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-il)-metilamina purificada, com o aspecto de um óleo.
[a] D = -67,8° (c = 1,51, CHC13)
Misturou-se o óleo (7,75 mmol) e sulfamida (1,50 g, 15,5 mmol) em dioxano (50 mL) e manteve-se tudo ao refluxo durante 2,0 horas, deixou-se arrefecer até à temperatura ambiente e evaporou-se in vacuo para se obter um sólido. Purificou-se o produto por cromatografia em coluna intermitente, utilizando DCM/metanol a 20:1 para proporcionar o composto em epígrafe com o aspecto de um sólido branco. MS 277 (M_1) [a] D - -59,9° (c = 1, 11, M) xh : NMR (CDCls) δ 6,90 (d, J = 2,2 Hz, 1H), 6,81 (m, 2H), 4, 76 (m, 1H) , 4,55 (s, 2H) , 4, 40 (m, 1H), 4,29 (dd, J = 2,4, 11,5 Hz, 1H) , 4,05 (dd, J = = 7, 1, 11,5 Hz, 1H), 3,45 (m, 2H)
Análise Elementar:
Anal Cale: C, 38,78; H, 3,98; N, 10,05
Anal Encontrada: C, 38, 80; H, 3,67; N, 9,99.
Efectuou-se a recuperação dos filtrados do sal cloridrato cristalizado, obtido a partir de (2S)-C-(6-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-il)-metilamina, preparado anteriormente (aproximadamente 1:1 entre os isómeros 6-cloro:7-cloro) e depois evaporou-se in vacuo para se obter um sólido que foi
repartido entre DCM (200 mL) e uma solução diluída de NaOH (0,5 M, 50 mL). Lavou-se a solução de DCM uma vez com salmoura, secou-se (Na2S04) e evaporou-se in vacuo para se 62 obter um óleo que foi purificado por HPLC de fase inversa (ACN entre 10-50% com TFA a 0,16% em água com TFA a 0,20%) para proporcionar (2S)-C-(7-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-il)-metilamina sob a forma de um resíduo.
Misturou-se o resíduo com sulfamida (0,90 g, 9.4 mmol) em dioxano (25 mL) e manteve-se tudo ao refluxo durante 2,5 horas, deixou-se arrefecer até à temperatura ambiente e evaporou-se in vacuo para se obter um óleo. Purificou-se o óleo por cromatografia em coluna intermitente, utilizando DCM/metanol-10:1 para proporcionar (2S)-(-)-N-(7-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-sulfamida com o aspecto de um sólido branco. MS 277 (M1) NMR (CDCI3/CD3OD) δ 6,88 (d, J = 0,7 Hz, 1H) , 6,81 (m, 2H), 4,37 (m, 1H), 4,30 (dd, J = 2,3, 11,6 Hz, 1H), 4,04 (dd, J = 7,0, 11,6 Hz, 1H), 3,38 (m, 2H).
Exemplo 8 croman-2-ilmetilsulfamida (composto na 10)
Misturou-se ácido croman-2-carboxílico (4,5 g, 25 mmol) e HOBT (3,86 g, 25 mmol) em DCM (40 mL) e DMF (10 mL) . Acrescentou-se dimetilaminopropil-etilcarbodiimida (EDC, 4,84 g, 25 mmol) à temperatura ambiente e agitou-se a mistura de 63 reacção durante 30 minutos. Acrescentou-se hidróxido de amónio (2,26 mL, 33,4 mmol) e agitou-se a mistura de reacção durante 16 horas. Diluiu-se a mistura de reacção com DCM (50 mL) e água (50 mL) e ajustou-se o valor de pH da mistura para cerca de pH = 3,0 com HC1 IN. Separou-se o DCM e extraiu-se a fase aquosa duas vezes com DCM. Efectuou-se a secagem (Na2S04) das fases de DCM combinadas e evaporou-se in vacuo para se obter um óleo que foi purificado por cromatografia em coluna intermitente (acetato de etilo) para proporcionar um óleo.
Agitou-se o óleo (5,35 g, 30 mmol) em THF (90 mL), à medida que se adicionava lah 1m em THF (36 mL, 36 mmol), e agitou-se a mistura de reacção à temperatura ambiente durante 20 horas. Extinguiu-se a reacção com água, agitou-se durante 2 horas, decantou-se a solução, secou-se (Na2S04) e evaporou-se in vacuo para proporcionar C-croman-2-il-metilamina com o aspecto de uma amina oleosa.
Misturou-se a amina oleosa (1,63 g, 10 mmol) e sulfamida (1,92 g, 20 mmol) em dioxano (50 mL) e manteve-se tudo ao refluxo durante 2 horas. Arrefeceu-se a solução e evaporou-se in vacuo para se obter um óleo que foi purificado por cromatografia me coluna (DCM:metanol 10: 1) para proporcionar um sólido branco. Deixou-se o sólido recristalizar a partir de acetato de etilo/hexano para se obter croman-2-ilmetilsulfamida com o aspecto de um sólido branco, p.f. 100-101°C MS 241 (M-1)
Análise Elementar:
Anal Cale: C, 49,57; H, 5, 82; N, 11,56; s, 13,23 Anal Encontrada: C, 49,57; H, 5, 80; N, 11,75; S, 13,33
Exemplo 9 2-(2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-il)-etilsulfamida (composto na 16)
Acrescentou-se cianeto de potássio (2,05 g, 31,5 iranol) a 2-bromometil-(2, 3 di-hidrobenzo[1,4]-dioxina) (6,87 g, 30 mmol) em DMSO (90 mL) e agitou-se à temperatura ambiente durante 20 horas. Depois diluiu-se a mistura de reacção com água (250 mL) e extraiu-se duas vezes com éter dietilico. Lavou-se o éter dietilico com água, depois lavou-se duas vezes com salmoura, secou-se (Na2SC>4) e evaporou-se in vacuo para se obter 2-cianometil-(2,3 di-hidrobenzo[1,4]dioxina) com o aspecto de um sólido branco. ΧΗ NMR (CDC13) δ 6,89 (m, 4H), 4,50 (m, 1H), 4,31 (dd, J = 2,3, 11,5 Hz, 1H), 4,08 (dd, J = 6,2, 11,6 Hz, 1H), 2, 78 (d, J = 6,1, Hz, 2H)
Dissolveu-se o composto 2-cianometil-(2,3 di-hidrobenzo [1,4]dioxina) em THF (50 mL) e acrescentou-se BH3 1M em THF (80 mL, 80 mmol) e depois manteve-se a mistura de reacção ao refluxo durante 5 horas e a seguir agitou-se à temperatura ambiente durante 16 horas. Arrefeceu-se em banho de gelo e acrescentou-se HC1 2N até se obter o valor de pH = 1,0. Depois agitou-se a mistura de reacção à temperatura ambiente e evaporou-se in vacuo para se obter um óleo. Repartiu-se o óleo entre NaOH 3N e éter dietilico e a seguir lavou-se com salmoura a solução de éter 65 dietílico, secou-se (NaaS04) e evaporou-se in vacuo para se obter 2-(2,3 di-hidrobenzo[1,4]dioxin-2-il)etilamina impura. MS (M+H)+ 180.
Misturou-se com sulfamida (3,0 g, 31 mmol) a solução de 2-(2,3 di-hidrobenzo[1,4]dioxin-2-il)-etilamina em dioxano (100 mL) e aqueceu-se ao refluxo durante 2 horas. Arrefeceu-se a solução e evaporou-se in vacuo para se obter um sólido cor de laranja que foi purificado por cromatografia em coluna (DCM:MeOH - 10:1) para proporcionar um sólido branco. Deixou-se o sólido recristalizar a partir de DCM para se obter o composto em epígrafe no estado sólido. MS (M-l) 257 p.f. 101-103°C (corr) XH NMR (CDC13) : δ 6,86 (m, 4H), 4,70 (m, 1H), 4,52 (s, 2H) , 4,30 (m, 2H), 3, 94 (dd, J = 7,4, 11,3 Hz, 1H) , 3,43 (dd, J = 6,4, 12, 9 Hz, 2H), 1, 94 (dd, J = 6,5, 12 ,9, 2H) . Análise Elementar : Medida: C, 46,48; H, 5, 60; N, 10,81; s, 12, 41 Calculada: C, 46,50; H, 5,46; N, 10,85; S, 12, 41
Exemplo 10 (2S)-(-)-N-(6,7 dicloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-sulfamida (composto ng 29)
66
Agitou-se 4,5-diclorocatecol (8,6 g, 48 mmol) e carbonato de potássio (6,64 g, 48 mmol) em DMF (200 mL) . Acrescentou-se (2R)-tosilato de glicidilo (9,12 g, 40 mmol) e agitou-se a mistura de reacção a 60°C durante 24 horas. Deixou-se a mistura de reacção arrefecer para a temperatura ambiente e depois diluiu-se com água de gelo fundente (600 mL) e extraiu-se com éter dietílico (4 vezes). Lavou-se três vezes a solução orgânica combinada, utilizando para tal uma solução de carbonato de potássio a 10%, e duas vezes com salmoura, secou-se (MgS04) e evaporou-se in vacuo para se obter um óleo viscoso de (2S)-2-(6,7-dicloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxina)-metanol.
Dissolveu-se o óleo de (2S)—2—(6,7 dicloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxina)-metanol (6,4 g, 27 mmol) em piridina (50 mL) arrefecida para 0°C. Depois acrescentou-se cloreto de p-tolueno-sulfonilo (5,2 g, 27 mmol) e agitou-se a mistura de reacção à temperatura ambiente durante 20 horas. Diluiu-se a mistura de reacção com éter dietílico e HC1 IN (750 mL) e depois separou-se a camada orgânica e lavou-se duas vezes com HC1 IN (250 mL), uma vez com água (150 mL) e duas vezes com salmoura, secou-se (MgS04) e evaporou-se in vacuo para se obter um sólido amarelo claro constituído por éster (2S)-6,7-dicloro-2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxin-2-ilmetílico do ácido tolueno-4-sulfónico. NMR (CDC13) : δ 7,79 (d, J = 8,3 Hz, 2H), 7,36 (d, J = 8,0 Hz, 2H), 6,94 (s, 1H) , 6,83 (S, 1H) , 4,37 (m, 1H) , 4,2 (m, 3H), 4,03 (dd, J = 6,3, 11,7 Hz, 1H), 2,47 (s, 3H).
Misturou-se o éster (2 S)-6,7-dicloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetlíco do ácido tolueno-4-sulfónico (8,0 g, 20.5 mmol) com ftalimida de potássio (6,1 g, 33 mmol) em DMF 67 (75 mL) e aqueceu-se ao refluxo durante 1 hora, deixou-se arrefecer para a temperatura ambiente, verteu-se em água vigorosamente agitada (0,5 L) e depois agitou-se durante 30 minutos. Filtrou-se o sólido branco e lavou-se esse sólido várias vezes com água, com solução de NaOH a 2% e novamente com água e depois deixou-se secar ao ar para se obter (2S)—2—(6,7— dicloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-isoindol-1,3-diona (6,0 g, 80%) com o aspecto de um sólido pulverulento branco.
Combinou-se o sólido pulverulento branco com hidrazina (1,06 g, 33 mmol) em EtOH (80 mL) e aqueceu-se ao refluxo durante 2 horas, depois deixou-se arrefecer para a temperatura ambiente, acrescentou-se HC1 IN e ajustou-se o pH da mistura de reacção para o valor de pH 1,0 e a seguir agitou-se a mistura de reacção durante 15 minutos. Filtrou-se o sólido branco e lavou-se com EtOH recente (deitou-se fora o sólido) e evaporou-se o filtrado in vacuo para se obter um sólido que foi repartido entre éter dietilico e uma solução aquosa diluída de NaOH. Secou-se (Na2S04) a solução de éter dietilico e evaporou-se in vacuo para se obter um óleo viscoso de (2S) — 2-aminometil-(6,7-dicloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxina). XH NMR (CDC13) : δ 6,98 (s, 1H) , 6,96 (s, 1H) , 4,25 (dd, J = 2,0, 11,2 Hz, 1H), 4,15 (m, 1H), 4,0 (m, 1H), 2,97 (d, J = 5,5 Hz, 2H)
Manteve-se ao refluxo uma porção do óleo (3,8 g, 16 mmol) e sulfamida (3,1 g, 32,4 mmol) em dioxano (100 mL) durante 2 horas e purificou-se o produto impuro por cromatografia em coluna intermitente (DCM:MeOH 20:1) para se obter o composto em epígrafe com o aspecto de um sólido branco que depois recristalizou a partir de acetato de 68 etilo/hexano para proporcionar o composto em epígrafe com o aspecto de um sólido cristalino branco. MS [M-H]- 311,0
p.f. 119-121°C
[a] d=-53,4 °(c=l,17, M) XH NMR (DMS0d6): δ 7,22 (s, 1H), 7,20 (s, 1H) , 6,91 (s lr, 1H), 6,68 (s lr, 2H), 4,35 (m, 2H), 4,05 (dd, J = 6,5, 11,5 Hz, 1H), 3,15 (m, 2H)
Análise Elementar:
Medida C, 34,52; H, 3,22; N, 8,95; Cl, 22,64; S, 10,24
Calculada C, 34,64; H, 2,68; N, 8,87; Cl, 22,94; S, 10,35
Exemplo 11 (2S)-(-)-N-(7-amino-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-sulfamida (composto na 36)
Preparou-se (2S)-(-)-N-(2,3-di-hidro-7-nitro-benzo[1,4] dioxin-2-ilmetil)-sulfamida (1,2 g, 4,15 mmol) a partir de 4-nitrocatecol, em conformidade com o processo descrito no exemplo 4. Depois misturou-se a (2S)-(-)-N-(2,3-di-hidro-7-nitro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-sulfamida com Pd a 10%/C em metanol (120 mL) e agitou-se sob uma atmosfera de hidrogénio (39 psi) à temperatura ambiente, durante 3 69 horas. Efectuou-se a filtração dos sólidos e lavou-se com 10% M em DCM e a seguir evaporou-se o filtrado in vacuo para se obter um produto impuro. Dissolveu-se o produto impuro em HC1 0,2 N (25 mL), congelou-se e liofilizou-se para proporcionar o composto em epígrafe com o aspecto de um sólido branco em flocos, sob a forma do correspondente sal cloridrato. MS(M+H)+ 260 XH NMR (DMSO d6) : δ 10,2 (s lr, 3H) , 6,86 (m, 1H) ,
3,88 (dd, J = 6,7, 11,4 Hz, 1H), 3,04 (m, 2H)
Exemplo 12 (2S)-(-)-N-(7-metil-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-sulfamida (composto na 19)
Q
Preparou-se o composto em conformidade com o processo descrito no exemplo 4 anterior, a partir de 4-metilcatecol, para se obter um sólido branco que depois recristalizou a partir de acetato de etilo/hexano para proporcionar o composto em epígrafe, com o aspecto de um sólido branco. MS [Μ-ΗΓ 257 70 XH NMR (CDC13) : δ 6,76 (m, 1Η), 6,66 (m, 2H) , 4,80 (m, 1H), 4,57 (s lr, 1H), 4,40 (m, 1H), 4,28 (m, 1H), 4,03 (dd, J = 6,9, 11,4 Hz, 1H), 3,45 (m, 2H), 2,25 (s, 3H).
Análise Elementar
Calculada: c, 46,50; H, 5,46; N, 10,85; s, 12,41 Encontrada: c, 46,65; H, 5, 60; N, 10,84; S, 12, 61
Exemplo 13
Relações dominante-subsmisso (RDS) numa experiência com ratos in vivo
Dividiu-se uma experiência de RSD em dois modelos: Redução do Modelo de Comportamento Dominante (RDBM) de mania e Redução do Modelo de Comportamento Submisso (RSBM) de depressão. O modelo RDBM, em que os animais dominantes são tratados com o composto experimental testado, permite antever a aptidão do composto experimental testado para tratar a mania. O modelo RSBM, em que os animais submissos são tratados com o composto experimental testado, permite antever a aptidão do composto experimental testado para tratar a depressão.
Foram utilizados, nesta experiência, ratos (machos) da estirpe Sprague Dawley (140 a 160g) provenientes dos laboratórios Wilmington de Charles River, MA. Os diversos lotes de ratos foram recebidos com intervalos de duas semanas. Cada lote ficou sujeito a um período de cinco dias de quarentena, um período de aclimatação de uma semana e um processo de selecção de uma semana, seguindo-se um período 71 de cinco semanas de tratamento com fármaco ou veículo aos pares seleccionados.
Os ratos foram alojados em conjuntos de quatro por gaiola. 0 acesso aos alimentos foi restringido a uma hora por dia após os testes, entre segunda-feira e sexta-feira. Após os testes de sexta-feira, permitiu-se que os ratos tivessem acesso livre aos alimentos, até voltarem a ficar novamente em jejum no domingo. Em nenhum momento os ratos estiveram impedidos do acesso à água. Os períodos de restrição de acesso aos alimentos tiveram um efeito diminuto sobre o aumento de peso, uma vez que o peso médio dos ratos era de cerca de 300 g no final do estudo. No final da experiência, os ratos foram sacrificados por decapitação, tendo-lhes sido retirados sangue do tronco e os cérebros para experiências in vitro e para medições da concentração do fármaco. O equipamento básico para os ensaios era constituído por duas câmaras ligadas por um túnel com largura apenas suficiente para permitir a passagem de um rato de cada vez. Colocado sobre o chão, no ponto médio do túnel, havia um recipiente com leite condensado. Este equipamento básico foi replicado de modo a permitir que houvesse um total de quatro pares de ratos que pudessem ser observados simultaneamente por meio de uma câmara de vídeo. A câmara permitia distinguir ratos marcados com cores diferentes. Para tal, as cabeças dos ratos foram pintadas para que pudessem ser vistos e distinguidos por meio da câmara de vídeo, estando os vermelhos numa gaiola e os amarelos noutra gaiola. Apenas um animal de cada vez conseguia ter um acesso confortável aos alimentos, mas ambos os animais conseguiam beber leite durante a sessão diária de cinco 72 minutos. Durante as sessões diárias de cinco minutos, o tempo gasto por cada rato na zona de alimentação foi registado por meio de uma aplicação informática de rastreio, adaptada à câmara de video, tendo os valores sido guardados num ficheiro de texto. A experiência começou com um agrupamento aleatório dos ratos em pares. Cada membro de um par foi colocado numa câmara oposta do equipamento experimental. Registou-se o tempo gasto por cada animal na zona de alimentação. Durante a primeira semana (cinco dias) a experiência consistiu em permitir que os animais se habituassem ao novo ambiente. Foi atribuída a classificação de dominância ao animal com o registo mais elevado durante a segunda semana da experiência, desde que os critérios fossem satisfeitos. Em primeiro lugar, considerou-se imprescindível que houvesse uma diferença significativa (teste t de duplo resto, P<0,05) entre a média dos registos diários de ingestão de leite. Em segundo lugar, considerou-se imperativo que o registo para o animal dominante teria de ser pelo menos 25% superior ao do registo do animal submisso. Finalmente, impôs-se como condição que não poderia haver nenhumas "inversões" durante a semana de selecção do par, em que o putativo rato submisso levou a registos superiores aos observados com o seu parceiro dominante em ocasiões isoladas. De forma ideal, o número de inversões também foi mínimo durante a semana de adaptação. Aproximadamente entre 25% e 33% dos pares de animais iniciais corresponderam a estes critérios e apenas estes pares foram seleccionados para a conclusão do estudo.
As diferenças significativas entre o tempo gasto na zona de alimentação pelos ratos dominantes e submissos 73 foram determinadas pelo protocolo ANOVA, utilizando a aplicação informática 'GraphPad Prism' (GraphPad Software, Inc. San Diego, CA), seguindo-se um teste t de resto duplo (P<0,05). Foram efectuadas comparações entre grupos de tratamento, utilizando valores normalizados para os niveis de dominância em animais emparelhados. 0 nivel de dominância é um valor que mede a relação social entre indivíduos emparelhados. Determina-se o nível de dominância pela expressão (DL) = FTD-FTS, em que FTD é o tempo de alimentação dos ratos dominantes e FTS é o tempo de alimentação dos ratos submissos. A normalização dos resultados foi feita em conformidade com a expressão seguinte: Nível de dominância (semana n em %) = (nível de dominância (semana n))/(nível de dominância (2a semana)) A significância estatística da diferença no nível de dominância entre o grupo de referência (pares de ratos em que tanto os animais dominantes como os animais submissos foram tratados com veículo) e o grupo de tratamento (ratos submissos tratados com fármaco e ratos dominantes tratados com veículo) foi determinada pelo protocolo ANOVA, seguindo-se um teste t. Calculou-se o momento do início de actividade a 50% de resposta (AOT-50) e também a resposta mínima e a resposta máxima ao fármaco, tomando por base a redução do valor do nível de dominância, recorrendo a uma análise de regressão não linear (GraphPad Software, Inc., San Diego, CA). Para este cálculo foram utilizados os valores DL normalizados, sendo a normalização dos valores DL para o tratamento sido feita em termos de percentagem do 74 valor do correspondente par, verificado na segunda semana (pré-tratamento), em conformidade com a expressão de cálculo anterior. Neste protocolo, o minimo da resposta (DL) determinou a existência de actividade positiva ao fármaco, correspondente a eficácia, uma vez que os valores DL foram sempre reduzidos quando a resposta a um fármaco foi positiva. No caso da resposta negativa a um fármaco (agravamento dos sintomas), os valores DL aumentaram. No caso de o fármaco não ter tal actividade, o máximo da resposta não excedeu 100%. Qualquer valor DL máximo, significativamente superior ao valor de referência (cerca de 100%), indica uma actividade negativa do fármaco.
Avaliou-se o composto n° 8 pelo protocolo RDBM do rato, em conformidade com a metodologia a seguir descrita de forma mais minuciosa.
Os grupos de ratos dominantes foram tratados p.o. QD com o composto n° 8 nas doses de 0,05 mg/kg (n-4), 0,5 mg/kg (n=6), 2,5 mg/kg (n=6), 5,0 mg/kg (n=6) e 50,0 mg/kg (n=3). Tratou-se com veiculo um grupo de referência de ratos dominantes, utilizando para tal uma solução aquosa de metil-celulose a 0,5% (n=3) e tratou-se um segundo grupo de referência de ratos dominantes i.p. QD com valproato de sódio na dose de 30 mg/kg (n=6 em 2 estudos com n=3 cada um) .
Todos os tratamentos foram feitos aproximadamente 1 hora antes dos testes experimentais.
Todos os tratamentos começaram no sábado a seguir à segunda semana de testes experimentais (semana de selecção). O composto n° 8 foi administrado por via oral (p.o) .
Quando os animais dominantes foram tratados com o composto n° 8 nas doses de 0,05 mg/kg, 0,5 mg/kg e 50,0 75 mg/kg, a diferença entre ratos dominantes e submissos deixou de existir após a primeira semana de tratamento e também deixou de existir após a segunda semana de tratamento, quando os animais foram tratados com doses de 2,5 mg/kg e 5,0 mg/kg. De igual modo, quando os animais dominantes foram tratados com valproato de sódio, a diferença entre ratos dominantes e submissos também deixou de existir após a primeira semana de tratamento. Neste estudo, verificou-se o aumento da permissividade dos ratos dominantes tratados com o composto n° 8 ou com valproato de sódio. Assim, os ratos dominantes tratados permitiram que os seus correspondentes parceiros submissos aumentassem o seu tempo de permanência no local de alimentação.
Para comparação dos efeitos de diferentes fármacos e doses, os dados foram normalizados relativamente aos valores da semana inicial de referência. O efeito mais forte do composto n° 8 foi observado para uma dose de 0,5 mg/kg, com uma diferença significativa dos valores nos níveis de dominância (DL) entre ratos tratados com veículo e com o composto, começando na segunda semana e prosseguindo ao longo da duração do tratamento de 5 semanas. Para doses mais elevadas de composto n° 8 (2,5 mg/kg, 5,0 mg/kg e 50,0 mg/kg) foram observados valores de resposta mais fracos, que não foram significativamente diferentes dos valores observados com a dose de 0,5 mg/kg.
Em comparação, os animais tratados com valproato de sódio (30 mg/kg) manifestaram, consistentemente, um menor nível de dominância após a segunda semana de tratamento, com um efeito crescente nas semanas subsequentes. O efeito do cloreto de lítio (100 mg/kg) foi significativamente 76 diferente dos valores de referência de contraprova apenas após a terceira semana de tratamento.
Para se estimar o momento de inicio de actividade (AOT), desenhou-se um gráfico dos valores médios diários respeitantes ao periodo de residência no local de alimentação para os pares de animais dominantes e submissos, tendo as diferenças significativas entre estes dois grupos sido calculadas, recorrendo ao teste t de residuos duplos. 0 primeiro dia de falta consistente de significância estatística ocorreu após o tratamento com o composto n° 8 com a dose de 0,05 mg/kg no terceiro dia; com a dose de 0,5 mg/kg no 4o dia, com a dose de 2,5 mg/kg no 10° dia, com a dose de 5,0 mg/kg no 11° dia e com a dose de 50,0 mg/kg no 3o dia.
Para comparação dos momentos de início de actividade (AOT) entre diferentes tratamentos, estimou-se o momento de início de actividade a partir do ajustamento da regressão não linear. O modelo de regressão não linear foi ajustado para cada fármaco e para os valores DL diários normalizados para as doses. Os valores AOT50 para o composto n° 8 nas doses de 0,05 mg/kg e 0,5 mg/kg foram significativamente mais curtos do que com o lítio.
Os efeitos do composto n° 8 no protocolo RDBM foram dependentes das doses, tendo sido calculado um valor DE50 igual a 0,03 ± 0, 004 mg/kg [IC = 0,01 -0,04] e um valor Emáx igual a 116,4 ± 2,3% [IC = 109,2 - 123,6].
Nesta experiência, o composto n° 8 reduziu o comportamento dominante, indicando isso que o composto é activo como agente antimaníaco. 77
Exemplo 14
Relações dominantes-submissos (RDS) num ensaio experimental in vivo com ratos
Dividiu-se uma experiência de RSD em dois modelos: Redução do Modelo de Comportamento Dominante (RDBM) de mania e Redução do Modelo de Comportamento Submisso (RSBM) de depressão. 0 modelo RDBM, em que os animais dominantes são tratados com o composto experimental testado, permite antever a aptidão do composto experimental testado para tratar a mania. 0 modelo RSBM, em que os animais submissos são tratados com o composto experimental testado, permite antever a aptidão do composto experimental testado para tratar a depressão.
Foram utilizados nesta experiência ratos (machos) da estirpe Sprague Dawley (140 a 160g) provenientes dos laboratórios Wilmington de Charles River, MA. Os diversos lotes de ratos foram recebidos com intervalos de duas semanas. Cada lote ficou sujeito a um período de cinco dias de quarentena, um período de aclimatação de uma semana e um processo de selecção de uma semana, seguindo-se um período de cinco semanas de tratamento, com fármaco ou veículo, dos pares seleccionados.
Os ratos foram alojados em conjuntos de quatro por gaiola. O acesso aos alimentos foi restringido a uma hora por dia após os testes, entre segunda-feira e sexta-feira. Após os testes de sexta-feira, permitiu-se que os ratos tivessem acesso livre aos alimentos, até voltarem a ficar novamente em jejum no domingo. Em nenhum momento os ratos estiveram impedidos do acesso à água. Os períodos de 78 restrição de acesso aos alimentos tiveram um efeito diminuto sobre o aumento de peso, uma vez que o peso médio dos ratos era de cerca de 300 g no final do estudo. No final da experiência, os ratos foram sacrificados por decapitação, tendo-lhes sido retirado sangue do tronco e os cérebros para experiências in vitro e para medições da concentração do fármaco. O equipamento básico para os ensaios era constituído por duas câmaras ligadas por um túnel com largura apenas suficiente para permitir a passagem de um rato de cada vez. Colocado sobre o chão, no ponto médio do túnel, havia um recipiente com leite condensado. Este equipamento básico foi replicado de modo a permitir que houvesse um total de quatro pares de ratos que pudessem ser observados simultaneamente por meio de uma câmara de vídeo. A câmara permitia distinguir ratos marcados com cores diferentes. Para tal, as cabeças dos ratos foram pintadas para que pudessem ser vistos e distinguidos por meio da câmara de vídeo, estando os vermelhos numa gaiola e os amarelos noutra gaiola. Apenas um animal, de cada vez, conseguia ter um acesso confortável aos alimentos, mas ambos os animais conseguiam beber leite durante a sessão diária de cinco minutos. Durante as sessões diárias de cinco minutos, o tempo gasto por cada rato na zona de alimentação foi registado por meio de um programa informático de rastreio adaptado à câmara de vídeo, tendo os valores sido guardados num ficheiro de texto. A experiência começou com um agrupamento aleatório dos ratos em pares. Cada membro de um par foi colocado numa câmara oposta do equipamento experimental. Registou-se o tempo gasto por cada animal na zona de alimentação. Durante 79 a primeira semana (cinco dias) a experiência consistiu em permitir que os animais se habituassem ao novo ambiente. Foi atribuída a classificação de dominância ao animal com o registo mais elevado durante a segunda semana da experiência, desde que os critérios fossem satisfeitos. Em primeiro lugar, considerou-se imprescindível que houvesse uma diferença significativa (teste t de duplo resto, P<0,05) entre a média dos registos diários de ingestão de leite. Em segundo lugar, considerou-se imperativo que o registo para o animal dominante teria de ser pelo menos 25% superior ao do registo do animal submisso. Finalmente, impôs-se como condição que não poderia haver nenhumas "inversões" durante a semana de selecção do par, em que o putativo rato submisso tivesse superado os registos observados com o seu parceiro dominante em ocasiões isoladas. De forma ideal, o número de inversões também foi mínimo durante a semana de adaptação. Aproximadamente entre 25% e 33% dos pares de animais iniciais corresponderam a estes critérios e apenas estes pares foram seleccionados para a conclusão do estudo.
Após cada experiência, efectuou-se uma colheita de amostras de sangue terminal (0,5-1,0 mL) para dentro de tubos heparinizados. As amostras foram centrifugadas para remoção de células e depois transferiu-se 200 pL do sobrenadante do plasma para um frasco limpo que foi colocado sobre neve carbónica e guardado subsequentemente num congelador a -80°C, antes das análises. Acrescentou-se 200 pL de acetonitrilo, contendo o padrão interno, a 100 pL de plasma ou de tecido cerebral para fazer precipitar as proteínas e/ou os resíduos teciduais. Efectuou-se a centrifugação das amostras, tendo sido removidos os sobrenadantes para análise por cromatografia 80 em líquido - espectrometria de massa quadripolar tripla (LC-MS-MS). Efectuou-se a preparação dos padrões de calibração, acrescentando volumes adequados de solução da provisão original directamente ao plasma ainda inalterado ou aos homogenados de tecido cerebral, tendo sido tratados de modo idêntico ao das amostras colhidas. Os padrões de calibração foram preparados no intervalo de concentração entre 0,01 e 10 μΜ, para quantificação. Efectuou-se a análise por LC-ESI-MS/MS (modo negativo), monitorizando as reacções múltiplas (MRM) para detecção dos iões característicos do composto experimental testado.
As diferenças significativas entre o tempo gasto, na zona de alimentação, pelos ratos dominantes e submissos foram determinadas pelo protocolo ANOVA, utilizando a aplicação informática 'GraphPad Prism' (GraphPad Software, Inc. San Diego, CA), seguindo-se um teste t de resto duplo (P<0,05). Foram efectuadas comparações entre grupos de tratamento, utilizando valores normalizados para os níveis de dominância em animais emparelhados. O nível de dominância é um valor que mede a relação social entre indivíduos emparelhados. Determina-se o nível de dominância pela expressão (DL) = FTD-FTS, em que FTD é o tempo de alimentação dos ratos dominantes e FTS é o tempo de alimentação dos ratos submissos. A normalização dos resultados foi feita em conformidade com a expressão seguinte: Nível de dominância (semana n em %) = (nível de dominância (semana n))/(nível de dominância (2a semana)) A significância estatística da diferença no nível de dominância entre o grupo de referência (pares de ratos em 81 que tanto os animais dominantes como os animais submissos foram tratados com veiculo) e o grupo de tratamento (ratos submissos tratados com fármaco e ratos dominantes tratados com veiculo) foi determinada pelo protocolo ANOVA, seguindo-se um teste t. Calculou-se o momento do início de actividade a 50% de resposta (AOT-50) e também a resposta mínima e a resposta máxima ao fármaco, tomando por base a redução do valor do nível de dominância, recorrendo a uma análise de regressão não linear (GraphPad Software, Inc., San Diego, CA) . Para este cálculo foram utilizados os valores dl normalizados, sendo a normalização dos valores DL para o tratamento sido feita em termos de percentagem do valor do correspondente par, verificado na segunda semana (pré-tratamento), em conformidade com a expressão de cálculo anterior. Neste protocolo, o mínimo da resposta (DL) determinou a existência de actividade positiva ao fármaco, correspondente a eficácia, uma vez que os valores DL foram sempre reduzidos quando a resposta a um fármaco foi positiva. No caso da resposta negativa a um fármaco (agravamento dos sintomas), os valores DL aumentaram. No caso de o fármaco não ter tal actividade, o máximo da resposta não excedeu 100%. Qualquer valor DL máximo, significativamente superior ao valor de referência (cerca de 100%), indicou uma actividade negativa do fármaco.
Avaliou-se o composto n° 8 no Modelo de Redução do Comportamento Submisso dos Ratos (RSBM) com depressão (Malatynska, E., Rapp, R., Harrawood, D., e Tunnicliff, G., Neuroscience and Biobehavioral Review, 82 (2005) 306-313; Malatynska, E., e Knapp, R.J., Neuroscience and Biobehavioral Review, 29 (2005) 715-737). 82
Mais concretamente, administrou-se o composto n° 8 p.o. (por via oral) a ratos submisso nas doses de 2,5 mg/kg (n=8), 12 mg/kg (n=12), 60 mg/kg (n=12) e 120 mg/kg (n=7), uma vez por dia durante 5 dias, ao passo que os correspondentes parceiros dominantes receberam doses de veiculo (solução aquosa de metil-celulose a 0,5%). Como referências de contraprova foram tratados outros grupos de ratos por via i.p. com fluoxetina na dose de 10,0 mg/kg (n=10) e por via i.p. com venlafaxina na dose de 30,0 mg/kg (n=6). Todos os tratamentos foram feitos aproximadamente 1 hora antes dos testes experimentais. Verificou-se que o composto n° 8 reduzia o comportamento submisso, de uma maneira dependente da dose.
Quando os animais submissos foram tratados com o composto n° 8, deixou de existir a diferença significativa entre ratos dominantes e submissos, após a primeira semana de tratamento. Isto foi verificado para todas as doses utilizadas, significando que o inicio de actividade foi independente da dose. Pelo contrário, quando os animais submissos foram tratados com fluoxetina, a diferença significativa entre ratos dominantes e submissos deixou de existir após a terceira semana de tratamento. (Este método de análise de dados não leva em consideração a flutuação de comportamento que ocorre no grupo de contraprova de referência). Para a comparação dos efeitos de fármacos e doses diferentes, os dados foram normalizados em relação aos valores da semana de referência.
Os valores dos niveis de dominância (DL) no grupo de ratos submissos tratados com o composto n° 8 na dose de 2,5 mg/kg não foram significativamente diferentes do valor de referência. No entanto, o grupo tratado com o composto n° 8, 83 na dose de 12,0 mg/kg, revelou valores de DL significativamente diferentes dos que foram observados nos animais de contraprova de referência tratados com veiculo, após a segunda, a quarta e a quinta semanas de tratamento. De igual modo, o grupo tratado com o composto n° 8, na dose de 60 mg/kg, revelou uma diferença significativa nos valores DL, relativamente aos animais tratados com veiculo, começando na primeira semana e prosseguindo ao longo de toda a duração do tratamento de 5 semanas. Para a dose mais elevada (120 mg/kg), os valores obtidos com o composto n° 8 foram significativamente diferentes dos valores do grupo de referência após a primeira semana; no entanto, esta significância dissipou-se após a segunda semana de tratamento.
Os animais tratados com fluoxetina (10 mg/kg) revelaram, consistentemente, uma maior submissão durante a primeira semana de tratamento. Em comparação com os animais tratados com fluoxetina (10 mg/kg), os animais dos grupos tratados com o composto n° 8 não manifestaram este efeito. Quando se administrou o composto n° 8, na dose de 60,0 mg/kg, a diferença nos valores DL para o grupo tratado com fluoxetina foi estatisticamente significativa a p<0,001 ao fim da primeira semana e a p<0,05 após a segunda semana de tratamento. Não houve nenhuma diferença significativa entre os níveis de valores DL normalizados para os pares tratados com fluoxetina e com o composto n° 8 durante as semanas de tratamentos subsequentes.
Para se estimar o momento de início de actividade, desenhou-se um gráfico dos valores médios diários respeitantes ao período de residência no local de alimentação para os pares de animais dominantes e submissos, tendo as diferenças significativas entre estes dois grupos sido calculadas 84 recorrendo ao teste t de resíduos duplos. 0 primeiro dia de falta consistente de significância estatística ocorreu após o tratamento com o composto n° 8, com a dose de 12,0 mg/kg no 6° dia e com a dose de 60 mg/kg no 4o dia. Não houve nenhuma perda consistente de significância entre ratos dominantes e submissos no que respeita ao período de residência na zona de alimentação após o tratamento com o composto n° 8 nas doses de 2,5 mg/kg e 120,0 mg/kg.
Para comparação dos momentos de início de actividade entre diferentes tratamentos, estimou-se o momento de início de actividade a partir do ajustamento da regressão não linear. O modelo de regressão não linear foi ajustado para cada fármaco e para os valores DL diários normalizados para as doses. Os momentos de início de actividade, para um efeito de 50% (AOT50) e Emáx para o composto n° 8, nas doses de 2,5 mg/kg, 12 mg/kg e 60 mg/kg, ocorreram respectivamente ao fim de 2,1, 5,3 e 1,6 dias, não tendo havido diferenças significativas entre doses. O máximo do efeito determinado a partir destas análises foi de 52,4 + 32,7% (D.P.), 87,9 ± 42,6% (D.P.) e 116,9 ± 29,5% (D.P.) respectivamente para as doses de 2,5 mg/kg, 12 mg/kg e 60 mg/kg, e também não houve diferença significativa entre estas doses.
Em resumo, o efeito do composto n° 8 no protocolo de ensaio RSBM foi dependente da dose, com um valor calculado DE50 igual a 6,6 ± 0,8 mg/kg [IC = 3,0 -10,2] e Emáx igual a 131,4 ± 4,7% [IC=111,3-151,5].
Nesta experiência, o composto n° 8 reduziu o comportamento submisso, indicando isso que o composto é activo como agente antidepressivo. 85
Exemplos 15-17 Efeito estimulador e ocorrência de ciclos bipolares
Textos publicados na literatura actual sugerem que os mecanismos subjacentes à estimulação especifica de alguns órgãos podem ser semelhantes aos mecanismos de ocorrência de ciclos na doença bipolar e/ou podem estar relacionados com a estabilização do humor. Assim, os ensaios experimentais de estimulação das amígdalas cerebrais e de estimulação do hipocampo, adiante descritos de forma mais minuciosa, podem permitir antever a aptidão de compostos experimentais para tratarem a ocorrência de ciclos caracteristicos ou sintomáticos da doença bipolar ou que lhe estão associados. (Ghaemi, S.N., Boiman, E.E., e Goodwin, F.K., Soc. of Bio. Psychiatry, (1999), vol. 45, ppl37-144; Stoll, A.L., e
Severus, W.E., Harvard Rev. Psychiatry, Julho/Agosto (1996), Vol. 4, No. 2. pp 77-89).
Exemplo 15
Ensaio de estimulação das amígdalas cerebrais (prevenção do efeito estimulador)
Dito de forma abreviada, realizou-se um procedimento de ensaio conforme a seguir se descreve. Foram utilizados ratos adultos (machos) da estirpe Sprague-Dawley pesando entre 250-300 g, obtidos em Charles River, Wilmington, MA. Todos os animais ficaram alojados de modo a terem um ciclo de luz e escuridão de 12:12 horas, tendo-lhes sido permitido acesso livre aos alimentos (Prolab RMH 3000) e à água, excepto quando foram retirados das gaiolas para os procedimentos 86 experimentais. Os animais foram manipulados e tratados em conformidade com as recomendações pormenorizadas da instituição 'National Research Council Publication', "Guide for the Care and Use of Laboratory Animais", em instalações com uma temperatura controlada e sem pesticidas. As estimulações foram realizadas de forma rotineira, entre as 09h00 e 14h00, para se evitar quaisquer variações circadianas.
Triturou-se o composto n° 8 num pequeno volume de solução aquosa de metil-celulose a 0,5%, submeteu-se a um campo de ultra-sons durante 20 minutos e ajustou-se o volume final com solução aquosa de metil-celulose a 0,5%. O composto n° 8 foi administrado sistemicamente (i.p.) num volume de 0,04 mL/10 g de massa corporal e todos os testes foram efectuados no momento predeterminado de efeito máximo correspondente a 0,5 horas após a administração por via i.p..
Determinou-se a aptidão do composto n° 8 para bloquear a expressão das convulsões estimuladas das amígdalas cerebrais, do modo a seguir descrito. Os ratos foram anestesiados com uma mistura de cetamina (120 mg/kg, i.p.) e xilazina (12 mg/kg, i.p.). Em condições acéticas, implantou-se, de forma estereotáxica um eléctrodo bipolar (Plastic One, Roanoke, VA), na amígdala basolateral direita (AP -2,2, ML -4,7, DV -8,7; Paxinos e Watson). Foram feitas medições anteroposteriores e laterais a partir da bregma, e foram feitas medições dorsal-ventrais a partir da superfície do crânio. Foram implantados parafusos cranianos estéreis (3-4) para o eléctrodo de referência indiferente. Os eléctrodos foram fixados utilizando cimento dental e acrílico. A incisão cirúrgica foi depois fechada, utilizando agrafos de sutura Michel 18/8 (Roboz, Gaithersburg, MD). Aplicou-se sobre a lesão um unguento contendo o antibiótico 87 neomicina e administrou-se a cada rato uma dose única de penicilina (60 000 UI, im, AgriLabs), antes de os animais serem recolocados nas gaiolas limpas, durante uma semana de recuperação pós-operatória.
Realizou-se então o estimulo das amígdalas cerebrais, em conformidade com o protocolo a seguir descrito. Após um período breve de aclimatação (< 5 minutos) à câmara de registo, foram obtidos os registos de EEG de referência (MP 100, Biopac Systems Inc., Goleta, CA). Os ratos foram seleccionados depois aleatoriamente para receberem quer veículo (solução aquosa de metil-celulose a 0,5%) quer composto n° 8 (75 mg/kg, i.p.) (n =10 ratos por grupo). No dia da experiência, administrou-se uma dose única de composto n° 8 ou de solução aquosa de metil-celulose a 0,5% no momento correspondente a 30 minutos antes do estímulo das amígdalas cerebrais (200 μΑ durante 2 segundos). Registou-se a classificação comportamental das convulsões e a duração AD para os ratos de cada grupo de tratamento. As classificações comportamentais das convulsões foram determinadas utilizando a escala de Racine, isto é, 0 = ausência de resposta, fase 1 = almofaçagem/hiperactividade, fase 2 = cabeceamento/tremor, fase 3 = clónus unilateral dos membros anteriores, fase 4 = clónus com empinamento e fase 5 = convulsão tónico-clónica generalizada com empinamento e queda (Racine, 1972). Registou-se digitalmente a actividade após descarga (AD) durante um período até 180 segundos a seguir à sequência de estimulação e mediu-se a duração da actividade AD primária. Considerou-se que os ratos estavam completamente estimulados quando manifestaram cinco convulsões consecutivas generalizadas de fase 4 ou de fase 5. Os estímulos diários prosseguiram durante 13 dias consecutivos na totalidade dos três grupos, até 88 os ratos do grupo tratado com veículo estarem completamente estimulados (isto é, cinco convulsões consecutivas de fase 4 ou 5) . Nesta altura, permitiu-se que os ratos se mantivessem durante um período de uma semana sem estímulo e sem fármacos; decorrido este período, foram novamente estimulados, na ausência de fármaco, com o mesmo estímulo utilizado durante a fase de aquisição (isto é, entre os dias 1-13) . Os ratos tratados com o composto n° 8 foram subsequentemente estimulados uma vez por dia até alcançarem um estado completamente estimulado. A duração de actividade após descarga (AD), tanto nos grupos tratados com veículo como nos grupos tratados com o composto n° 8, revelou um aumento progressivo, comparativamente com o decurso da fase de aquisição dos estímulos. Não foi observada nenhuma diferença estatística entre grupos de tratamento. 0 composto n° 8 evitou a aquisição das convulsões estimuladas totalmente generalizadas. Esta conclusão baseia-se no facto de se ter verificado que a classificação das convulsões, no momento da conclusão do período sem fármaco e sem estímulo, continuou a ser significativamente inferior à dos ratos do grupo tratado com veículo (composto n° 8 = 1,4 ± 0,40 vs veículo = 4,6 ± 0,24). Além disso, quando estimulados na ausência de fármaco, a classificação das convulsões dos ratos do grupo de tratamento com o composto n° 8 aumentou a um ritmo paralelo ao observado nos ratos tratados com veículo, o que fundamenta a conclusão de que o composto n° 8 retardou em vários dias a aquisição de estímulos.
Os resultados deste estudo demonstram que o composto n° 8 tem aptidão para modificar o desenvolvimento de estímulos no modelo de epilepsia parcial de ratos estimulados nas 89 amígdalas cerebrais. Estes resultados são consistentes com a conclusão de que o composto n° 8 possui efeitos modificadores da patologia. Esta conclusão baseia-se no facto de se ter verificado que a classificação das convulsões, no momento da conclusão do período sem fármaco e sem estimulação, dos ratos do grupo de tratamento com o composto n° 8 continuou a ser significativamente inferior à dos ratos tratados com veículo. Por outro lado, uma vez que o protocolo de estimulação foi retomado na ausência de fármaco, a classificação das convulsões progrediu a um ritmo paralelo ao do grupo tratado com veículo. A conclusão de que a classificação das convulsões, mas não a duração da actividade após descarga, no grupo de tratamento com o composto, uma semana após a semana sem estímulo e sem fármaco, foi nitidamente inferior à do grupo tratado com veículo, sugere que o composto n° 8 evitou a aquisição das convulsões secundariamente generalizadas, mas não a da convulsão focal.
Exemplo 16
Modelo de estimulação do hipocampo (interrupção do estado estimulado)
As convulsões estimuladas proporcionam um modelo experimental de convulsões focais, permitindo aos cientistas estudarem redes cerebrais complexas que possam, eventualmente, contribuir para as lesões disseminadas e generalização a partir de um foco.
No presente modelo rápido de estimulação do hipocampo foram utilizados ratos (machos) adultos da estirpe Sprague- 90
Dawley (300-400 g) nos quais se implantou cirurgicamente eléctrodos bipolares colocados no hipocampo. Os ratos foram estimulados por meio de impulsos eléctricos estimuladores repetitivos (50 Hz, sequência de 10 segundos de impulsos bifásicos de 200 μΑ de 1 ms em cada 30 minutos durante 6 horas, dia sim dia não, para um total de 60 estimulações), dai resultando convulsões motoras bilaterais de fase 5. Decorrida uma semana, os ratos receberam 2-3 estimulações supralimiares aplicadas em cada 30 minutos antes do tratamento com o composto experimental, para se garantir a estabilidade da fase comportamental das convulsões e a duração após descarga. Decorridos 15 minutos após a última estimulação, administrou-se uma dose única de veiculo ou de composto experimental por via i.p. (intraperitonealmente) . Após 15 minutos, cada rato foi então estimulado em cada 30 minutos durante 3 a 4 horas. A seguir a cada estimulação, efectuou-se o registo individual das classificações das convulsões e das durações após descarga. Para cada parâmetro calculou-se a grandeza média ± D.P.. Para se definir um valor DE50 foram utilizados oito ratos por dose e o minimo de quatro doses. Mediu-se a eficácia como sendo a aptidão de um composto para modificar a classificação das convulsões (gravidade da disseminação) e da duração após descarga (DAD; excitabilidade), das convulsões generalizadas.
Utilizando esta metodologia, um composto que reduza a classificação da convulsão de 5 para 3, sem nenhum efeito sobre a DAD, sugere que o composto é útil para o tratamento de convulsões secundariamente generalizadas. Pelo contrário, um composto que reduza a classificação das convulsões de 5 para menos de 1, e que reduza também a DAD, sugere que o composto é útil para o tratamento de convulsões focais. Deste modo, de acordo com teorias apresentadas na literatura 91 presentemente existente (Ghaemi, S.N., Boiman, E.E., e Goodwin, F.K., Soc. of Bio. Psychiatry, (1999), vol. 45, ppl37-144; Stoll, A.L., e Severus, W.E., Harvard Rev. Psychiatry, Julho/Agosto (1996), Vol. 4, No. 2, pp 77-89), uma diminuição da classificação das convulsões e/ou da DAD também pode, eventualmente, vaticinar a aptidão de um composto experimental para tratar a ocorrência cíclica associada à doença bipolar. 0 composto n° 8 (formulado em solução aquosa de metil-celulose a 0,5%) manifestou actividade anticonvulsiva neste modelo, com um valor DE50= 68,5 ±1,3 mg/kg (correspondente a uma diminuição na classificação das convulsões ao fim de 45 minutos e uma actividade máxima ao fim de 165 minutos) . As classificações das convulsões foram significativamente reduzidas de 5 para 1 em 4 de 8 ratos (p = 0,0003). Não houve nenhum efeito estatisticamente significativo nos valores de DAD (p = 0,07). O fármaco etosuximida foi ineficaz neste modelo, ao passo que os fármacos fenitoína, carbamazepina e ácido valpróico suprimiram, significativamente, a actividade convulsiva, mas em doses associadas a valores de toxicidade.
Neste modelo, 6 de 8 ratos manifestaram uma redução significativa na actividade convulsiva global (classificação inferior a 3), após o tratamento com o composto n° 8, conforme ilustrado na figura 5. Foi observada uma protecção semelhante com o ácido valpróico (em doses tóxicas superiores a 300 mg/kg) e com o fármaco carbamazepina (em doses tóxicas superiores a 26 mg/kg).
Os resultados das comparações obtidos nesta experiência estão transpostos para o quadro 4 subsequente. 92
Quadro 4: avaliação do composto ng 8 e de fármacos de referencia no teste de estimulação do hipocampo de ratos
Dose (mg/kg), i · P · Classificação média das convulsões Duração após descarga (% do valor de referência) Composto n° 8 100 2,1 ± 0,5 153 ± 24% DT50 ~ 100 (p = 0,0003) (p = 0,07) Etosuximida 250 5 ± 0,1 78 ± 13% DT50 = 189 (P = 0,20) (P = 0,03) Fenitoína 30 4,3 ± 0,3 209 ± 43% DTS0 = 15 (P = 0,02) (P = 0,02) Carbamazepina 75 2,3 ± 0,6 72 ± 13% DTS0 = 26 (p = 0,005) (P = 0,02) Ácido 350 0,3 ± 0,2 3 ± 1% valpróico DTS0 = 316 (p = 0,0001) (p = 0,0001) DE50 = dose média terapêutica; DT50 = dose média tóxica P = teste t emparelhado; um resto
Exemplo 17
Modelo com ratos com amígdalas cerebrais estimuladas resistentes à lamotrigina (interrupção do estado estimulado)
Avaliou-se o composto n° 8 no modelo do rato com amígdalas cerebrais estimuladas, resistente à lamotrigina (LTG). A estimulação das amígdalas cerebrais é menos grave do que a estimulação do hipocampo, de tal modo que muitos AED são eficazes contra as convulsões estimuladas das amígdalas cerebrais, mas são ineficazes contra as convulsões 93 estimuladas do hipocampo. Por exemplo, a lamotrigina consegue reduzir significativamente a classificação de convulsões estimuladas das amígdalas cerebrais e a DAD (DE50 = 25 mg/kg, i.p., IC = 4 - 50 mg/kg; classificação - 2; DAD reduzida em 62%), mas não serve para conferir protecção contra as convulsões estimuladas do hipocampo.
No modelo de estimulação das amígdalas cerebrais de rato resistentes à LTG, os animais foram doseados com LTG (5 mg/kg, i.p., q.d.) durante a fase de aquisição do estímulo. Comprovou-se depois que esta dose não tinham nenhum efeito sobre a própria estimulação, mas conduziu ao desenvolvimento de ratos completamente estimulados que eram resistentes aos efeitos anticonvulsivos da LTG. Depois de estimulados (estimulação supralimiar com um impulso de uma corrente bifásica de 150 μΑ e 60 Hz durante 2 segundos; - 2 semanas), os ratos foram novamente estimulados com uma dose elevada de LTG (45 mg/kg, i.p.) uma semana depois, para se garantir a resistência. Após um período de 3-4 dias de depuração, os ratos receberam 2-3 estimulações supralimiares, administradas em cada 30 minutos antes do tratamento com o composto n° 8 (ou com um veículo) para se garantir a estabilidade da fase comportamental das convulsões e a duração após descarga. Decorridos 15 minutos após a última estimulação, administrou-se uma dose única de veículo ou de composto experimental por via i.p.. Após 15 minutos, cada rato foi então estimulado em cada 30 minutos durante 3 a 4 horas. Após cada estimulação, efectuou-se o registo das classificações individuais das convulsões e das durações após descarga. Calculou-se para cada parâmetro e para cada grupo um valor médio ± D.P.. 94 0 composto η° 8 (75 mg/kg, i.p., η = 9) reduziu significativamente a classificação das convulsões e a duração após descarga. Houve 8 de 9 ratos que ficaram protegidos, de tal modo que a classificação das convulsões foi reduzida de 5 para 0,8 e a duração após descarga foi reduzida 86% (de 73 segundos para 10 segundos) . Houve quatro de nove ratos que revelaram ataxia e sedação com esta dose.
Exemplo 18
Teste de suspensão pela cauda (agudo)
No teste de suspensão pela cauda (TSC) para avaliação dos compostos pela sua actividade antidepressiva, os murganhos foram suspensos pelas suas caudas numa vareta de metal ou de plástico, utilizando um grampo ou fita adesiva. Normalmente, o teste é bastante curto, 5-7 minutos, registando-se o intervalo de tempo em que os murganhos permanecem imóveis, quer manualmente quer por meio de um dispositivo automático. Os agentes que possuem actividade antidepressiva diminuem a duração da imobilidade dos murganhos neste teste. O equipamento básico para a experiência de suspensão pela cauda era constituído por uma câmara de plástico amarelo (91 x 45 x 10 cm), dividida em quatro zonas com as larguras de 25, 20, 20 e 25 cm separadas por paredes de plástico amarelo com a espessura de 0,75 cm. Os murganhos foram suspensos pelas suas caudas, utilizando um grampo de borracha (7 cm de comprimento) fixado à vareta de plástico que foi colocada na parte de cima de uma câmara de ensaio, 95 a meia distância da sua dimensão em profundidade. Cada sessão experimental foi videogravada e analisada para quatro animais em tempo real, recorrendo a uma aplicação informática ("Depression Scan" Clever Sys Inc.). A justificação informática da imobilidade foi calibrada mediante a utilização de animais doseados com lorazepam, ao passo que a justificação do movimento foi calibrada mediante a utilização de animais tratados com a dose elevada de desipramina. Os animais de contraprova de referência tratados com veiculo e os animais tratados com o composto n° 8 foram analisados tendo em conta os parâmetros calibrados. Os referidos parâmetros foram ajustados separadamente para os murganhos pretos (estirpes CH3/HeJ e C57BI/6J) e para os murganhos brancos (estirpes Balb/cJ e A/J). Para o registo dos movimentos dos murganhos pretos utilizou-se um fundo de contraste amarelo e para os murganhos brancos utilizou-se um fundo de contraste azul.
Mediu-se a aptidão do composto experimental para diminuir a duração da imobilidade, ou para aumentar a imobilidade, utilizando o processo do TSC descrito supra. 0 tratamento agudo com antidepressivos clinicamente eficazes e/ou com compostos novos que possuem propriedades antidepressivas potenciais diminuiu a duração da imobilidade e aumentou, simultaneamente, a mobilidade no TSC.
Os dados foram analisados utilizando a aplicação informática 'GraphPad Prism' (GraphPad Software, Inc. San Diego, CA). Para a comparação do efeito de diferentes doses de diversos fármacos sobre a imobilidade no TSC, recorreu-se a análises de variância unidireccional (ANOVA), seguindo-se o teste de comparações múltiplas de Dunnett. 96
Foram calculados os valores DE50 e Emáx para os fármacos DMI, VLX, DLX e composto n° 8, recorrendo à análise de regressão não linear, com uma equação de decaimento de fase exponencial para ajustamento das curvas. Os valores de DE50 e Emáx foram comparados utilizando o algoritmo de análise ANOVA bidireccional e o teste post-hoc de Bonferroni.
Avaliou-se a relação dose-resposta para diferentes antidepressivos e para 0 composto n° 8 nos murganhos CH3/HeJ. 0 composto n° 8 estava em suspensão em solução aquosa de metil-celulose a 0,5%. Os fármacos de contraprova positiva foram duloxetina (DLX), venlafaxina (VLX) e desipramina (DMI) dissolvidos em solução aquosa de metil-celulose 0,5% e lorazepam (LOR) que estava em suspensão em solução aquosa de metil-celulose a 0,5%, por tratamento com ultra-sons. Todos os fármacos e veiculos foram administrados por via oral (p.o.) por entubação, num volume de 10 mL/kg.
Os murganhos foram adquiridos com 5 semanas de idade e no inicio da experiência tinham pesos de 20 ± 5 g. Os animais foram alojados em grupos de quatro em gaiolas de plástico e a uma temperatura ambiente entre 21 °C e 23°C, com um ciclo automático de 12/12 horas de luz/escuridão e com acesso a água e a uma ração alimentar para roedores, existente nos circuitos comerciais, ad libitum.
Este grupo foi dividido em oito experiências para se testar os efeitos do composto n° 8, dos fármacos de contraprova positiva (DMI, VLX, DLX) em doses diferentes e do fármaco de contraprova negativa (LOR) na dose de 5 mg/kg. Cada experiência consistiu em sete grupos de tratamento, com quatro animais por grupo. Utilizou-se um total de 28 animais por cada experiência. Cada duas experiências consecutivas (1 & 2, 3 & 4, 5 & 6 e 7 & 8) 97 foram réplicas exactas uma da outra. Isto teve como resultado um número total de oito animais por cada grupo de tratamento no final do estudo. Um grupo de tratamento de quatro animais em cada experiência era um grupo tratado com veiculo. Para além do grupo tratado com veiculo, foram testados também os efeitos do fármaco DMI nas doses de 6 mg/kg, 12 mg/kg, 30 mg/kg, 60 mg/kg e 120 mg/kg e do fármaco LOR na dose 5 mg/kg nas experiências 1 e 2. Nas experiências 3 e 4 foram testados os efeitos do composto n° 8 nas doses de 6 mg/kg, 12 mg/kg, 30 mg/kg, 60 mg/kg, 120 mg/kg e 240 mg/kg. Nas experiências 5 e 6 foram testados os efeitos do fármaco DLX nas doses de 6 mg/kg, 12 mg/kg, 30 mg/kg, 60 mg/kg, 120 mg/kg e do fármaco LOR na dose de 5 mg/kg. Nas experiências 7 e 8 foram testados os efeitos do fármaco VLX nas doses de 6 mg/kg, 12 mg/kg, 30 mg/kg, 60 mg/kg, 120 mg/kg e do fármaco LOR na dose de 5 mg/kg. Durante o estudo morreu um murganho, devido a um doseamento errado no grupo tratado com o composto n° 8 com a dose de 12 mg/kg, pelo que este grupo tinha apenas sete animais no final do estudo. O composto n° 8 e a totalidade dos fármacos antidepressivos testados diminuíram o período de imobilidade e aumentaram o período de mobilidade em murganhos CH3/HeJ durante a sessão experimental de 7 minutos. Os efeitos do composto n° 8 foram estatisticamente significativos para as doses de 12 mg/kg, 60 mg/kg e 120 mg/kg. Determinou-se a significância por comparação com animais de contraprova utilizados paralelamente e tratados com veículo.
Os efeitos dos fármacos DMI foram estatisticamente significativos nas doses de 12, 30, 60 e 120 mg/kg. Os 98 efeitos do fármaco VLX foram estatisticamente significativos nas doses de 6, 12, 30, 60 e 120 mg/kg. Os efeitos do fármaco DLX foram estatisticamente significativos nas doses de 60 e 120 mg/kg.
Os valores DE50 e E^x foram calculados a partir destes resultados, por análise de regressão não linear. Os valores DE50 e Emáx estão enumerados no quadro 5 subsequente. Os valores DE50 calculados para a imobilidade a para a mobilidade não foram significativamente diferentes entre tratamentos. O valor DE50 para o composto n° 8 foi significativamente menor do que o valor DE50 para o fármaco DLX, mas não foi diferente dos valores DE50 para os fármacos DMI e VLX. Os valores Emáx calculados para a imobilidade e para a mobilidade não foram significativamente diferentes para o composto n° 8, mas foram significativamente diferentes para todos os antidepressivos testados. O valor de imobilidade Emáx para o composto n° 8 também foi significativamente menor do que os correspondentes valores para os fármacos antidepressivos.
Quadro 5: valores DE50 e Emáx para os diferentes fármacos no
TSC
Mobilidade Fármaco DE50 mg/kg DES0 (D.P.) IC Composto n° 8 3,6 2,9 03 \—1 \—1 1 CD 1 DMI 24,4 9, 0 -0,5 - 49,3 VLX 21,1 8,4 -2,1 - 44,4 DLX 61,5 20, 9 3,6 - 119,3 Fármaco Emáx de C Emáx (D.P.) IC Composto n° 8 95,6 13, 0 59,4 - 131,7 DMI 195, 7 24, 9 126,7 - 264,7 99 Fármaco Emáx de C Emáx (D.P.) IC VLX 412, 6 53, 9 263,0 - 562,2 DLX 175,5 28, 3 96,9 - 254,2 Imobi] Lidade Fármaco DE5o mg/kg DEso (D.P.) IC Composto n° 8 5,6 3,3 1,7 - 12,1 DMI 27, 4 16,0 11,3 - 55,0 VLX 25,0 15, 4 8,8 - 55,1 DLX 31,4 15, 7 22,4 - 42,6 Fármaco Emáx de C Emáx (D.P.) IC Composto n° 8 22,2 6,1 2,8 - 41,6 DMI 38,5 6,3 18,5 - 58,5 VLX 63,7 11, 1 28,4 - 98,9 DLX 80,4 6,4 59,9 - 100,9
Em resumo, os estudos descritos neste exemplo revelam que o composto n° 8 possui actividade de tipo antidepressivo, conforme medido pelo teste de suspensão pela cauda. 0 valor calculado DE50 para o composto n° 8 foi de 3,6 ± 2,9 mg/kg e um valor calculado de Emáx foi de 22,2 ± 6,1 % nas condições do nosso estudo.
Exemplo 19
Teste de natação forçada (agudo) 0 teste de natação forçada (TNF) é um procedimento vulgarmente utilizado para pesquisar compostos em função das suas possíveis propriedades antidepressivas. Este teste também é conhecido pela designação de teste do desespero comportamental. Os roedores colocados em tanques familiares 100 cheios de água apresentam uma grande variedade de comportamentos de escape ou de imobilidade. Os fármacos antidepressivos de diferentes classes aumentam, nitidamente, os comportamentos de escape e/ou diminuem a latência ou a duração da imobilidade. Uma vez que estes efeitos são característicos de antidepressivos clinicamente activos, os compostos com actividade clínica desconhecida, que induzam tais efeitos no TNF são considerados como possuidores de potencial para o tratamento de patologias do humor de seres humanos.
Foram utilizados o composto n° 8 e maprotilina dissolvidos em solutol a 10%. Os fármacos venlafaxina e desipramina foram dissolvidos em água. Todos os fármacos e seus veículos foram administrados por via oral (p.o.), por entubação, num volume de 5 mL/kg.
Foram utilizados ratos (machos) da estirpe Sprague Dawley (140 a 160 g) provenientes de Charles River Laboratories Wilmington, MA. Os animais ficaram sujeitos a um período de cinco dias de quarentena, antes de terem sido submetidos ao procedimento experimental.
Os animais foram alojados em grupos de quatro em gaiolas de plástico a uma temperatura ambiente entre 21°C e 23°C, com um ciclo automático de 12 horas de luz /escuridão, e tiveram acesso a água e a alimentos para roedores existentes nos circuitos comerciais, ad libitum. Os animais apenas foram manipulados durante o período necessário para a vulgar mudança de ninho antes da sessão de natação pré-teste. O estudo foi dividido em seis experiências para se testar os efeitos do composto n° 8, três fármacos de contraprova positiva (desipramina, maprotilina, venlafaxina) 101 e um fármaco de contraprova negativa (lorazepam) em doses diferentes. Cada experiência consistiu em sete grupos de tratamento com n = 4 animais por grupo. Utilizou-se um total de 28 animais por experiência. Duas experiências consecutivas (le2, 3e4e5e6) foram réplicas exactas uma da outra. Daqui resultou um número total de oito animais por grupo de tratamento no final do estudo. Houve um grupo de tratamento com n = 4 animais em cada experiência que foi um grupo tratado com veículo. Para além do grupo tratado com o veículo, testou-se os efeitos do fármaco desipramina nas doses de 3 mg/kg, 6 mg/kg, 12 mg/kg, 30 mg/kg e 60 mg/kg e do fármaco lorazepam na dose de 1 mg/kg nas experiências 1 e 2. Nas experiências 3 e 4 foram testados os efeitos do composto n° 8 nas doses de 3 mg/kg, 6 mg/kg, 12 mg/kg, 30 mg/kg, 60 mg/kg e 120 mg/kg. Nas experiências 5 e 6 foram testados os efeitos dos fármacos venlafaxina e maprotilina nas doses de 12 mg/kg, 30 mg/kg e 60 mg/kg. No decurso do estudo morreu um rato, devido a uma dosagem errada no grupo tratado com desipramina na dose de 12 mg/kg, pelo que este grupo tinha apenas sete animais no final do estudo. O equipamento básico era constituído por um cilindro (46 cm de altura x ~20 cm de diâmetro) repleto de água com 30 cm de profundidade, a uma temperatura de 25 ± 1°C. Utilizou-se a versão automática do TNF para a execução das experiências. Havia tubagens ligadas aos quatro cilindros para o enchimento e esvaziamento automático da água. Os cilindros foram colocados nas câmaras separadas, cada uma com a largura de 25 cm, para separação dos animais visualmente. Cada sessão experimental de 5 minutos foi videogravada e analisada em tempo real, por meio de uma aplicação informática (Clever Systems, Inc.) para quatro 102 animais simultaneamente. A aplicação informática registou os períodos de imobilidade, natação, escalada e escape. Estas quatro actividades são definidas do modo a seguir indicado. Imobilidade: o animal flutua imobilizadamente ou faz apenas os movimentos necessários para manter a sua cabeça acima da água; Escalada: o animal desloca-se vigorosamente em sentido vertical ascendente, arranhando a parede em torno do cilindro; Natação: o animal desloca-se horizontalmente em torno do cilindro, mais do que o necessário para manter a sua cabeça acima da água; Escape: é a soma de todos os movimentos activos vigorosos.
Mediu-se a aptidão do composto experimental para
diminuir a duração ou a frequência dos períodos de imobilidade ou das mudanças dos movimentos de natação, escalada e escape, utilizando o procedimento do TNF descrito antes. Os antidepressivos clinicamente activos e/ou os novos compostos com propriedades antidepressivas potenciais fazem diminuir a duração ou a frequência da imobilidade no tnf, quando administrados entre as sessões de pré-teste e de teste. As análises dos resultados nestes estudos descritos incidiram sobre o período de imobilidade durante a sessão de teste de 5 minutos.
Houve duas sessões de natação em cada experiência. Em primeiro lugar, efectuou-se uma sessão de natação de pré-teste durante 15 minutos. Depois de decorridas 48 horas, efectuou-se uma sessão de teste com a duração de 5 minutos. Depois de completada uma sessão de natação, cada animal foi colocado sobre uma lâmpada calorífera numa gaiola com o leito macio durante aproximadamente 15 minutos, para se evitar a hipotermia. 103
Os animais foram pré-tratados com um veiculo ou com o composto experimental, depois de terem completado a sessão de natação pré-teste, seguidamente após decorridas 24 horas e depois quase imediatamente antes da sessão de teste de 5 minutos; isto é, foram administradas a cada animal três injecções entre as duas sessões de natação que tiveram lugar em 3 dias consecutivos. O intervalo de tempo antes da sessão de teste foi de 1 hora no caso dos fármacos desipramina, maprotilina, venlafaxina, lorazepam ou de 4 horas no caso do composto n° 8, que é o tempo do efeito máximo no teste das convulsões máximas por electrochoques (MES).
Efectuou-se a análise dos dados recorrendo à aplicação informática 'GraphPad Prism' (GraphPad Software; Inc. San Diego, CA) . Para a comparação dos efeitos das diferentes doses para os diversos fármacos sobre a imobilidade no TNF utilizou-se um algoritmo ANOVA unidireccional, seguindo-se o teste de comparações múltiplas de Dunnett. Os valores DE50 e Emáx foram calculados para o fármaco desipramina e para o composto n° 8, recorrendo a uma análise de regressão não linear, com uma equação monofásica de decaimento exponencional para ajustamento das curvas. Os valores DE50 e Emáx foram comparados estatisticamente, utilizando um teste t de resíduo duplo.
Todos os fármacos antidepressivos experimentados diminuíram o período de imobilidade durante a sessão experimental de 5 minutos. O efeito do fármaco desipramina foi estatisticamente significativo nas doses de 6 mg/kg, 12 mg/kg, 30 mg/kg e 60 mg/kg. O valor DE50 calculado para o fármaco desipramina foi de 2,0 ± 0,1 mg/kg (IC = 1,3 - 3,3 mg/kg) e o seu valor Emáx foi de 50,0 ±8,4 segundos (IC = 104 31,8 - 57,7). O efeito do tratamento com o composto n° 8 foi estatisticamente significativo nas doses de 12 mg/kg, 60 mg/kg e 120 mg/kg, comparativamente com os grupos de contraprova tratados com veiculo. A grande variabilidade entre ratos individuais fez com que o efeito do composto n° 8 na dose de 30 mg/kg dose não fosse significativamente diferente dos animais de contraprova. Por este motivo, os dados de imobilidade para a dose de 30 mg/kg não foram utilizados no cálculo dos valores DE50. O valor DE50 calculado para o composto n° 8 foi de 5,6 ± 0,6 mg/kg (IC = 2,2 - 15,6 mg/kg) e o seu valor Emáx foi de 67,0 ± 11,6 segundos (IC = 30,3 - 103,8). O valor DE só para o composto n° 8 foi significativamente diferente do valor DE50 para o fármaco desipramina a p < 0,001 (teste t de resíduo duplo). Não houve nenhuma diferença estatisticamente significativa entre os valores Emáx para o fármaco desipramina e para o composto n° 8. Os fármacos venlafaxina e maprotilina (contraprovas positivas) foram testados apenas em três doses de 12 mg/kg, 30 mg/kg e 60 mg/kg. Os períodos de imobilidade dos animais tratados com as doses de 30 mg/kg e 60 mg/kg foram significativamente diferentes dos animais de contraprova tratados com veículo, para ambos os fármacos venlafaxina e maprotilina. No entanto, o número de pontos era demasiadamente diminuto para o cálculo dos valores DE50 para estes dois fármacos. Experimentou-se o fármaco lorazepam (contraprova negativa) na dose de 1 mg/kg e verificou-se que não houve nenhum efeito significativo sobre o período de imobilidade dos ratos durante a sessão experimental. Os resultados indicam que o composto n° 8 possui actividade de tipo antidepressivo no TNF. 105
Quadro 6: valores DE50 e para o composto ng 8 e para o
fármaco DMI no TNF DE50 mg/kg DE50 (D.P.) IC DE50 Emáx % Emáx (D.P.) IC Emáx Composto n° 8 5, 6 0,6 2,2-15,6 57, 0 11,6 30,3-103,8 DMI 2, 0 0,1 1,3-3,3 50,5 8,4 31,8-57,7
Exemplo 20
Modelo de stress crónico ligeiro (crónico)
No modelo de stress crónico ligeiro (SCL), os ratos sujeitos a diversos agentes indutores de stress ligeiro, durante um intervalo de tempo prolongado, manifestaram, entre outras, dificuldades comportamentais, bioquímicas e fisiológicas e uma diminuição substancial da sua resposta de reacção a estímulos recompensadores. Esta insuficiência é monitorizada normalmente por uma diminuição do consumo de uma solução aquosa de sacarose a 1%, mas também pode ser observada noutros testes, tais como o condicionamento da preferência de lugar ou a autoestimulação intracraniana. Uma vez que a subsensibilidade à recompensa parece reflectir a anedonia (incapacidade para experimentar prazer), que é um sintoma central das doenças depressivas de maior importância, o modelo do SCL pode servir como ferramenta de pesquisa conveniente em estudos que abordem os mecanismos da acção antidepressiva.
Os ratos (machos) da estirpe Wistar foram levados para o laboratório dois meses antes do início da experiência. 106
Com excepção do que se descreve adiante, os animais ficaram alojados individualmente com livre acesso aos alimentos e à água e foram mantidos num ciclo de 12 horas/escuridão e em condições de temperatura constante (22 ± 2°C) e humidade constante (50 ± 5%).
Em primeiro lugar, os animais foram treinados para consumirem uma solução de sacarose a 1%; o treino consistiu num conjunto de oito testes de aferição com a duração de 1 hora em que apenas tinham disponível na sua gaiola a solução de sacarose, seguindo-se um período de 14 horas de privação de alimentos e água; mediu-se o consumo de sacarose pesando as garrafas no final do teste, cuja tara havia sido previamente determinada, as quais continham a solução de sacarose. Depois monitorizou-se o consumo de sacarose, em condições semelhantes, em intervalos semanais durante todo a experiência.
Com base nos correspondentes consumos de sacarose no teste de aferição final, os animais foram divididos em dois grupos emparelhados. Um grupo de animais foi sujeito a um procedimento de stress crónico ligeiro durante um período de 7 semanas consecutivas. Cada semana de regime de stress consistiu no seguinte: dois períodos de privação de alimentos e água, dois períodos de oscilação da gaiola com inclinação de 45 graus, dois períodos de iluminação intermitente (luzes ligadas e desligadas em cada 2 horas), dois períodos de gaiola suja desconfortável (250 mL de água em leito de serradura), um período de alojamento aos pares, dois períodos de iluminação estroboscópica de intensidade fraca (150 intermitências/minuto) e três períodos sem stress. Todos os indutores de stress tiveram uma duração de 10 - 14 horas e foram aplicados individual e continuamente, dia e noite. Os 107 animais de referência de contraprova ficaram alojados em compartimentos separados e não tiveram nenhum contacto com os animais sujeitos ao stress. Ficaram privados de alimentos e água durante as 14 horas antecedentes a cada teste com sacarose, mas independentemente disso houve sempre na gaiola alimentos e água a que os animais tinham livre acesso.
Com base na ingestão de sacarose após as 2 semanas iniciais de stress, tanto os animais sujeitos a stress como os animais de referência foram divididos ainda em subgrupos concordantes (n = 8), tendo recebido subsequentemente, durante cinco semanas, uma vez por dia, por administração intraperitoneal, veiculo (solução aquosa de metil-celulose a 0,5% na dose de 1 mL/kg), composto n° 8 na dose de 12 mg/kg, 30 mg/kg ou 60 mg/kg, imipramina na dose de 10 g/kg ou venlafaxina na dose de 10 mg/kg, como tratamentos de referência. Os fármacos foram administrados aproximadamente às lOhOO e os testes semanais com sacarose foram efectuados 24 horas após as últimas injecções de fármacos. Decorridas 5 semanas, todos os tratamentos foram terminados e 124 horas mais tarde efectuou-se a colheita de amostras de sangue e/ou cérebro dos animais, tendo sido submetidas a subsequentes análises bioquímicas. A indução de stress ocorreu permanentemente ao longo de todo o periodo de tratamento.
Os animais foram retirados individualmente dos compartimentos onde estavam alojados e foram transferidos para um compartimento para serem sacrificados. Foram então decapitados por ordem semialeatória. Foram-lhes retirados os cérebros inteiros que foram rapidamente congelados em neve carbónica/n-heptano, imediatamente após terem sido sacrificados, tendo sido guardados em frascos de plástico a -70°C. Colheu-se sangue do tronco para obtenção de plasma 108 em tubos de EDTA que continham EDTA (aproximadamente 1,6 mg/mL de sangue). Centrifugou-se a mistura de sangue e EDTA directamente a 1500 x g durante 10 minutos a 4°C. Aspirou-se o plasma e guardou-se em tubos de Eppendorf a -70°C. Além disso, foram preparados 2 lotes de 20 mL de plasma proveniente de animais no seu estado natural, para geração de uma curva composta normalizada para bioanálise.
Todos os resultados obtidos neste estudo foram analisados por meio de análises múltiplas da variância com três factores entre animais (stress/controlo, tratamentos farmacológicos e testes sucessivos com sacarose). Praticou-se o teste LSD de Fisher para as comparações de médias post-hoc. O stress crónico ligeiro causou uma diminuição gradual do consumo de solução de sacarose a 1%. No teste final de aferição, todos os animais beberam aproximadamente 11 g de solução de sacarose. A seguir às duas semanas iniciais de stress, os consumos permaneceram a um nível semelhante nos animais de contraprova, mas caíram para aproximadamente 6 g nos animais com stress, daí resultando um significativo efeito de grupo [F (1,84) = 87, 204; p<0,001]. Tal diferença entre os animais de contraprova de referência e os animais com stress tratados com veículo persistiu a um nível semelhante durante a parte restante da experiência.
Comparativamente com a administração de veículo, concluiu-se que o fármaco imipramina era inactivo nos animais de contraprova de referência [efeito do tratamento: F(1,84) = 1,578; NS] e que causou um efeito significativo de tratamento: F(l,84) = 22,651; p<0,001 e que houve uma interacção entre tratamento x número de semanas: F(5,84) = 2,717; p=0,025] nos animais com stress. De igual modo, o fármaco venlafaxine foi inactivo nos animais de contraprova 109 de referência [efeito de tratamento: F(l,84) = 0,208; NS] e causou um efeito significativo de tratamento: F(l,84) = 35,724; p<0,001 e uma interacção entre tratamento x número de semanas: F(5,84) = 3,219; p=0,010] nos animais com stress.
Comparativamente com as classificações da semana 0, o aumento da ingestão da sacarose pelos animais com stress atingiu um valor estatisticamente significativo após quatro semanas de tratamento com imipramina (p<0,05) e com venlafaxina (p<0,01), mantendo-se este efeito posteriormente. Houve um animal com stress (n° 480) que não respondeu ao tratamento com o fármaco venlafaxina, mas não foi excluído das análises estatísticas.
Comparativamente com a administração de veículo, o composto n° 8 não provocou efeitos de tratamento significativos nos animais de contraprova de referência [F (3, 168) = 1,198; NS] e nos animais com stress [F (3,168) = 1,676; NS], indicando isso que o composto é inactivo no modelo de depressão SCL.
Exemplo 21
Ensaio residente/intruso (também designado por ensaio do stress crónico social)
Utilizou-se o ensaio comportamental do residente/intruso para a pesquisa de compostos com actividade de tipo antidepressivo. Testou-se o composto n° 8 neste ensaio, o qual foi praticado em conformidade com o procedimento descrito por Rygula, R., Abumaria, N., Flugge, G., Fuchs, E., Ruther, E., Havemann-Reinecke, U., 'Behavioral Brain Research', 162 (2005), pp 127-134. 110
Os quadros 5, 6 e 7 subsequentes agrupam os valores médios e os desvios padrão para os parâmetros medidos, para os compostos a seguir indicados, administrados p.o. (por via oral): veiculo, compostos de contraprova imipramina na dose de 10 mg/kg e venlafaxina na dose de 10 mg/kg, composto n° 8 na dose de 60 mg/kg e composto n° 8 na dose de 120 mg/kg.
Quadro 5: efeito do residente/intruso sobre a ingestão de sacarose
Dose Ingestão de sacarose Média ± D.P. Tratamento mg/kg 3- semana 4- semana 5- semana Veículo - sem stress 0 90,2 ± 2,5* 89,0 ± 4,2* 91,7 ± 2,1* Veículo - com stress 0 51,7 ± 26,7 69,3 ± 7,5 66,3 ± 6,1 Imipramina - sem stress 10 87,9 ± 2,7 89,7 ± 5,3 91,0 ± 3,7 Imipramina - com stress 10 70,5 ± 19,5 78,3 ± 15,1 73,6 ± 19,4 Venlafaxina - sem stress 10 88,4 ± 9,1 91,5 ± 5,6 87,9 ± 15,0 Venlafaxina - com stress 10 74,5 ± 16,7 76,1 ± 18,2 73,3 ± 17,6 Composto n° 8 - sem stress 60 90,9 ± 3,5 92,3 ± 1,4 88,9 ± 7,4 Composto n° 8 - com stress 60 92,1 ± 3,2* 89,5 ± 6,9* 92,4 ± 4,5* Composto n° 8 - sem stress 120 83,6 ± 22,1 91,3 ± 4,6 89,3 ± 5,1 Composto n° 8 - com stress 120 76,1 ± 20,8 75,5 ± 20,6 87,4 ± 7,9* * estatística e significativamente diferentes dos animais tratados com veículo
Quadro 6: efeito do residente/intruso sobre a actividade locomotora
Dose mg/kg Actividade locomotora média ± D.P. Actividade de empinamento média ± D.P. Actividade aspiratória média ± D.P. Actividade expiratória média ± D.P. Veículo 0 Ia semana Ia semana Ia semana Ia semana sem 8184,711597,2 50,8 1 10,2* 47, 8 19,6 24,5 1 4,9 stress 5a semana 5a semana 5a semana 5a semana 8102,311805,6* 46,8 1 7,6* 43 1 6,6* 29,8 1 5,3 111
Dose mg/kg Actividade locomotora média ± D.P. Actividade de empinamento média ± D.P. Actividade aspiratória média ± D.P. Actividade expiratória média ± D.P. Veículo 0 Ia semana Ia semana Ia semana Ia semana com 5816,8+1589,6 28 1 11,2 27,5 1 10,8 15,8 1 5 stress 5a semana 5a semana 5a semana 5a semana 3920,8 ± 887,3 18 1 9,1 14, 5 + 6,7 9 1 2,6 Imipra- 10 Ia semana Ia semana Ia semana Ia semana mina 8162,8 ± 929,9 51,5 1 12,6 48,1 1 10,3 25,8* 4,9 sem 5a semana 5a semana 5a semana 5a semana stress 7278 ± 1030 42, 112,9 37, 5 12,1 26,4 1 5,2 Imipra- 10 Ia semana Ia semana Ia semana Ia semana mina 6037,811382,8 30 1 9,5 27, 5 1 7, 9 14,4 1 4,4 com 5a semana 5a semana 5a semana 5a semana stress 5642,8 ± 998,6 27, 8 1 7, 4 24,3 1 5,1 17,3 1 3,4* Venla- 10 Ia semana 1a semana Ia semana Ia semana faxina 9094,911832,7 48,3 1 11,2 43, 3 18,9 27,115,2 sem 5a semana 5a semana 5a semana 5a semana stress 8078,611665,2 40, 118,9 38,6 1 7,7 27 1 4,7* Venla- 10 Ia semana Ia semana Ia semana Ia semana faxina 6233,611087,2 30,8 1 6,6 28,6 1 6,5 14,9 1 3,5 com 5a semana 5a semana 5a semana 5a semana stress 6250,1+789,2* 35,1 1 7,4 33,1 1 7,5* 18,3 1 3,6* Compos- 60 Ia semana Ia semana Ia semana Ia semana to n° 8 8288,6+2117,5 49, 6 + 8,7 44, 1 + 9,4 20,9 1 3,3 sem 5a semana 5a semana 5a semana 5a semana stress 7922,2 1 1476 37, 4 1 11,5 33,4 1 11,2 23,5 1 6,4 Compos- 60 Ia semana Ia semana Ia semana Ia semana to n° 8 5858,5 1 708,2 26, 5 16,1 25 1 7,3 13 13,3 com 5a semana 5a semana 5a semana 5a semana stress 7080,911238,7* 32,8 1 10,3 30,6 1 11,1 24,8 15,7 Compos- 120 Ia semana 1a semana Ia semana Ia semana to n° 8 8056,6 1 867,2 42 1 10,6 37, 6 18,4 22,8 1 3 sem 5a semana 5a semana 5a semana 5a semana stress 8648,3+1060,9 36,5 1 6,3 33,5 1 5,9 25,5 1 4 112
Dose mg/kg actividade locomotora média ± D.P. Actividade de empinamento média ± D.P. Actividade aspiratória média ± D.P. Actividade expiratória média ± D.P. Compos- 120 Ia semana Ia semana Ia semana Ia semana to n° 8 6168,311132,1 29,3 ± 7 27,5 ± 6,1 13 ± 3,6 com 5a semana 5a semana 5a semana 5a semana stress 6444 ± 1010,3* 30,1 ± 6,4 30,4 ± 7,5 22,5 ± 4 * estatística veículo e significativamente diferente dos animais tratados com
Quadro 7: efeito do residente/intruso sobre o teste da natação forçada
Tratamento Dose mg/kg Imobilidade durante 5 minutos: 58 semana Média ± D.P. Veiculo - sem stress 0 165,5 ± 25* Veiculo - com stress 0 227 ± 40,2 Imipramina - sem stress 10 125,3 ± 50,1 Imipramina - com stress 10 157,5 ± 71,6 Venlafaxina - sem stress 10 181,8 ± 27,6 Venlafaxina - com stress 10 190,4 ± 36,8 Composto n° 8 - sem stress 60 164,3 ± 25,3 Composto n° 8 - com stress 60 175,1 ± 29,5 Composto n° 8 - sem stress 120 136,7 ± 34,9 Composto n° 8 - com stress 120 128,3 ± 37,4* * estatística e significativamente diferente dos animais tratados com veiculo 0 composto n° 8 foi activo no ensaio do residente/intruso, indicando que o composto n° 8 pode ser considerado como activo enquanto agente antidepressivo. 113
Exemplo 22
Como forma de realização concreta de uma composição oral, utilizou-se 100 g de composto n° 8, preparado conforme descrito no exemplo 7, o qual foi formulado com uma quantidade suficiente de lactose finamente dividida para proporcionar uma quantidade total de 580 a 590 mg para encher uma cápsula de gelatina dura de tamanho 0. 114
REFERÊNCIAS CITADAS NA DESCRIÇÃO A presente listagem de referências citadas pela requerente é apresentada meramente por razões de conveniência para o leitor. Não faz parte da patente de invenção europeia. Embora se tenha tomado todo o cuidado durante a compilação das referências, não é possível excluir a existência de erros ou omissões, pelos quais o IEP não assume nenhuma responsabilidade.
Patentes de invenção citadas na descrição us 5753693 A [0009] us 5229382 A [0025] us 3539573 A [0025] us 4804663 A [0025] us 55158952 B [0025] us 4710500 A [0025] us 5112838 A [0025] us 5238945 A [0025] us 4879288 A [0025] us 4831031 A [0025] us 5312925 A [0025] us 5212326 A [0025]
Literatura citada na descrição, para além das patentes de invenção • Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders. American Psychiatric Association, 2000 [0018] 115 • Physician's Desk Reference. Kaplan & Sadock's Comprehensive Textbook of Psychiatry. Lippincott Williams & Wilkins, 2000, vol. II [0025] • Hanes et ai. Psychopharmacological Bulletin, 1988, vol. 24, 62 [0025] • Kaplan & Sadock's Comprehensive Textbook of Psychiatry. Lippincott Williams & Wilkins, 2000, vol. II, 2467-2468 [0025] • Kaplan & Sadock's Comprehensive Textbook of Psychiatry. Lippincott Williams & Wilkins, 2000, vol. II, 2470-2471 [0025] • Protective Groups in Organic Chemistry. Plenum Press, 1973 [0076] • T.W. Greene; P.G.M. Wuts. Protective Groups in Organic Synthesis. John Wiley & Sons, 1991 [0076] • Malatynska, E.; Rapp, R.; Harrawood, D.; Tunnicliff, G.
Neuroscience and Biobehavioral Revíew, 2005, vol. 82, 306-313 [0218] • Malatynska, E.; Knapp, R.J. Neuroscience and
Biobehavioral Revíew, 2005, vol. 29, 715-737 [0218] • Ghaemi, S.N.; Boiman, E.E.; Goodwin, F.K. Soc. of Bio.
Psychiatry, 1999, vol. 45, 137-144 [0227] [0238] • Stoll, A.L.; Severus, W.E. Harvard Rev. Psychiatry, July 1996, vol. 4 (2), 77-89 [0227] [0238] • Rygula, R.; Abumaria, N.; Flugge, G.; Fuchs, E.; Ruther, E.; Havemann-Reinecke, U. Behavioral Brain Research, 2005, vol. 162, 127-134 [0278]

Claims (16)

1 REIVINDICAÇÕES 1. Composto de fórmula (I)
(I) ou um seu sal farmaceuticamente aceitável para utilização no tratamento de mania, em que cada um dos radicais R1 e R2 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior; o radical R4 é seleccionado entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior; o símbolo a representa um inteiro igual a 1 ou 2, o radical
é seleccionado entre o conjunto constituído por
2
em que o símbolo b representa um inteiro compreendido entre 0 e 4 e em que o símbolo c representa um inteiro compreendido entre 0 e 2, cada um dos radicais R5 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de halogéneo, grupos alquilo inferior e nitro, em que o termo "alquilo inferior" designa uma cadeia de átomos de carbono contendo entre 1 e 4 átomos de carbono, desde que no caso de o radical 3
ser
ou
então a é igual a 1,
2. Composto de fórmula (I)
(l) 4 ou um seu sal farmaceuticamente aceitável para utilização no tratamento de doença bipolar, em que cada um dos radicais R1 e R2 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior; o radical R4 é seleccionado entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior; o símbolo a representa um inteiro igual a 1 ou 2, o radical
é seleccionado entre o conjunto constituído por
I 5
em que o símbolo b representa um inteiro compreendido entre 0 e 4 e em que o símbolo c representa um inteiro compreendido entre 0 e 2, cada um dos radicais R5 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de halogéneo, grupos alquilo inferior e nitro; em que o termo "alquilo inferior" designa uma cadeia de átomos de carbono contendo entre 1 e 4 átomos de carbono, desde que no caso de o radical
ser 6
ou
então a é igual a 1,
3. Composto de fórmula (I)
ou um seu sal farmaceuticamente aceitável para utilização no tratamento de depressão bipolar, em que cada um dos radicais R1 e R2 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior; 7 o radical R4 é seleccionado entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior; o símbolo a representa um inteiro igual a 1 ou 2, o radical
é seleccionado entre o conjunto constituído por
e 8 8
A- em que o símbolo b representa um inteiro compreendido entre 0 e 4 e em que o símbolo c representa um inteiro compreendido entre 0 e 2, cada um dos radicais R5 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de halogéneo e grupos alquilo inferior e nitro; em que o termo "alquilo inferior" designa uma cadeia de átomos de carbono contendo entre 1 e 4 átomos de carbono, desde que no caso de o radical
ser ou
9
então a é igual a 1,
4. Composto ou um seu sal farmaceuticamente aceitável de acordo com uma qualquer das reivindicações í, 2 e 3, em que cada um dos radicais R1 e R2 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior; o radical R4 é seleccionado entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior; o simbolo a representa um inteiro igual a 1 ou 2, o radical
é seleccionado entre o conjunto constituído por
10
em que o símbolo b representa um inteiro compreendido entre 0 e 2 e em que o símbolo c representa um inteiro igual a 0 ou 1, cada um dos radicais R5 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de halogéneo, grupos alquilo inferior e nitro; em que o termo "alquilo inferior" designa uma cadeia de átomos de carbono contendo entre 1 e 4 átomos de carbono, desde que no caso de o radical ser
ou
então a é igual a 1,
5. Composto ou um seu sal farmaceuticamente aceitável de acordo com a reivindicação 4, em que cada um dos radicais R1 e R2 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior; o radical R4 é seleccionado entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior; o símbolo a representa um inteiro igual a 1 ou 2, o radical 12
é seleccionado entre o conjunto constituído por
6. Composto ou um seu sal farmaceuticamente aceitável de acordo com a reivindicação 5, em que cada um dos radicais R1 e R2 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos alquilo inferior; o radical R4 é seleccionado entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos metilo; o símbolo a representa um inteiro igual a 1 ou 2, o radical
é seleccionado entre o conjunto constituído por 2-(2,3-dihidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2-benzo[1,3]dioxolilo), 2-(3,4-dihidro-2H-benzo[1,4]dioxepinilo), 2-(2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2-(6-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2-(6-flúor-2,3-di-hidro-benzo [1,4]dioxinilo), 2-(cromanilo), 2-(5-flúor-2,3-di-hidro-benzo [1, 4]dioxinilo), 2-(7-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4] dioxinilo), 2-(6-cloro-benzo[1,3]dioxolilo), 2-(7-nitro-2,3-di-hidro-benzo [1, 4]dioxinilo), 2-(7-metil-2,3-di-hidro-benzo[1,4] dioxinilo), 2-(5-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2 —(6 — bromo-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2-(6,7-dicloro-2,3-di-hidro-benzo [1, 4]dioxinilo), 2-(8-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4] dioxinilo), 2-(2,3-di-hidro-nafto[2,3—b][1,4]dioxinilo) e 2—(4— metil-benzo[1,3]dioxolilo); 15 em que o termo "alquilo inferior" designa uma cadeia de átomos de carbono contendo 1 e 4 átomos de carbono, desde que no caso de o radical
ser 2-(3,4-di-hidro-2H-benzo[1,4]dioxepinilo), então a é igual a 1.
7. Composto ou um seu sal farmaceuticamente aceitável de acordo com a reivindicação 6, em que os radicais R1 e R2 são seleccionados individualmente entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos metilo; o radical R4 é seleccionado entre o conjunto constituído por átomos de hidrogénio e grupos metilo; o símbolo a representa um inteiro igual a 1 ou 2, o radical
é seleccionado entre o conjunto constituído por 2-(benzo[1,3]dioxolilo), 2-(2,3-di-hidro-benzo[l,4]dioxinilo), 2-(2,3-di-hidrobenzo[1,4]dioxinilo), 2-(6-cloro-2,3-di-hidro-benzo [1,4]dioxinilo), 2-(7-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2-(7-metil-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo), 2-(6-bromo-2,3- 16 di-hidro-benzo[1,4]dioxinilo) e 2-(6,7-dicloro-2,3-di-hidro-benzo [1,4]dioxinilo).
8. Composto de acordo com uma qualquer das reivindicações 1, 2 e 3, em que o composto de fórmula (I) é seleccionado entre o conjunto constituído por (2S)-(-)-N-(6-cloro-2,3-di-hidro-benzo [1,4]dioxin-2-ilmetil)-sulfamida; e seus sais farmaceuticamente aceitáveis.
9. Composto seleccionado entre o conjunto constituído por (2S)— (-)-N-(6-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-sulfamida e seus sais farmaceuticamente aceitáveis, para utilização no tratamento de mania.
10. Composto seleccionado entre o conjunto constituído por (2S)— (-)-N-(6-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-sulfamida e seus sais farmaceuticamente aceitáveis, para utilização no tratamento da doença bipolar.
11. Composto seleccionado entre o conjunto constituído por (2S)— (-)-N-(6-cloro-2,3-di-hidro-benzo[1,4]dioxin-2-ilmetil)-sulfamida e seus sais farmaceuticamente aceitáveis, para utilização no tratamento da depressão bipolar.
12. Composto de fórmula (II) 17
ou um seu sal farmaceuticamente aceitável, para utilização no tratamento de mania.
13. Composto de fórmula (II)
ou um seu sal farmaceuticamente aceitável, para utilização no tratamento da doença bipolar .
» 13 em que o símbolo b representa um inteiro compreendido entre 0 e 2 e em que o símbolo c é igual a 0; cada um dos radicais R5 é seleccionado independentemente entre o conjunto constituído por átomos de halogéneo, grupos alquilo inferior e nitro; em que o termo "alquilo inferior" designa uma cadeia de átomos de carbono contendo entre 1 e 4 átomos de carbono, desde que no caso de o radical
ser
ou
então a é igual a 1 14
14. Composto de fórmula (II)
18 ou um seu sal farmaceuticamente aceitável, para utilização no tratamento da depressão bipolar.
15. Composto ou um seu sal farmaceuticamente aceitável de acordo com uma qualquer das reivindicações 2 e 10, em que o tratamento da doença bipolar consiste em tratar a depressão e a mania da doença bipolar.
16. Composto ou um seu sal farmaceuticamente aceitável de acordo com uma qualquer das reivindicações 2 e 10, em que o tratamento da doença bipolar consiste em tratar a depressão, a mania e a ocorrência de ciclos da doença bipolar.
PT06847788T 2005-12-19 2006-12-19 Utilização de derivados de sulfamida heterocíclica benzofundida para o tratamento da mania e da doença bipolar PT1968573E (pt)

Applications Claiming Priority (2)

Application Number Priority Date Filing Date Title
US75149305P 2005-12-19 2005-12-19
US11/612,222 US8937096B2 (en) 2005-12-19 2006-12-18 Use of benzo-fused heterocyle sulfamide derivatives for the treatment of mania and bipolar disorder

Publications (1)

Publication Number Publication Date
PT1968573E true PT1968573E (pt) 2011-04-29

Family

ID=38007127

Family Applications (1)

Application Number Title Priority Date Filing Date
PT06847788T PT1968573E (pt) 2005-12-19 2006-12-19 Utilização de derivados de sulfamida heterocíclica benzofundida para o tratamento da mania e da doença bipolar

Country Status (25)

Country Link
US (1) US8937096B2 (pt)
EP (1) EP1968573B1 (pt)
JP (1) JP5190372B2 (pt)
KR (1) KR20080085878A (pt)
CN (1) CN101370495B (pt)
AT (1) ATE501718T1 (pt)
AU (1) AU2006331857B2 (pt)
BR (1) BRPI0620085A2 (pt)
CA (1) CA2634255C (pt)
CR (1) CR10166A (pt)
CY (1) CY1111519T1 (pt)
DE (1) DE602006020775D1 (pt)
EA (1) EA015514B1 (pt)
HK (1) HK1124546A1 (pt)
HR (1) HRP20110384T1 (pt)
IL (1) IL192181A0 (pt)
MY (1) MY147643A (pt)
NO (1) NO20083032L (pt)
NZ (1) NZ569104A (pt)
PL (1) PL1968573T3 (pt)
PT (1) PT1968573E (pt)
RS (1) RS51790B (pt)
SI (1) SI1968573T1 (pt)
SV (1) SV2008002958A (pt)
WO (1) WO2007075695A2 (pt)

Families Citing this family (17)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
MY147767A (en) 2004-06-16 2013-01-31 Janssen Pharmaceutica Nv Novel sulfamate and sulfamide derivatives useful for the treatment of epilepsy and related disorders
JP2008545650A (ja) * 2005-05-20 2008-12-18 ジヤンセン・フアーマシユーチカ・ナームローゼ・フエンノートシヤツプ スルファミド誘導体の製造方法
US20070155827A1 (en) * 2005-12-19 2007-07-05 Smith-Swintosky Virginia L Use of benzo-fused heterocycle sulfamide derivatives for the treatment of depression
US8691867B2 (en) 2005-12-19 2014-04-08 Janssen Pharmaceutica Nv Use of benzo-fused heterocycle sulfamide derivatives for the treatment of substance abuse and addiction
US8497298B2 (en) 2005-12-19 2013-07-30 Janssen Pharmaceutica Nv Use of benzo-fused heterocycle sulfamide derivatives for lowering lipids and lowering blood glucose levels
US8937096B2 (en) 2005-12-19 2015-01-20 Janssen Pharmaceutica Nv Use of benzo-fused heterocyle sulfamide derivatives for the treatment of mania and bipolar disorder
TW200812573A (en) * 2006-05-19 2008-03-16 Janssen Pharmaceutica Nv Co-therapy for the treatment of epilepsy and related disorders
CA2688125A1 (en) * 2007-05-02 2008-11-13 The Mclean Hospital Corporation Methods and compositions for mitochondrial replacement therapy
US20090247617A1 (en) * 2008-03-26 2009-10-01 Abdel-Magid Ahmed F Process for the preparation of benzo-fused heteroaryl sulfamates
US20090247616A1 (en) * 2008-03-26 2009-10-01 Smith-Swintosky Virginia L Use of benzo-fused heterocyle sulfamide derivatives for the treatment of anxiety
EP2271638B1 (en) * 2008-04-29 2011-08-31 NSAB, Filial af NeuroSearch Sweden AB, Sverige Modulators of dopamine neurotransmission
WO2009133109A1 (en) * 2008-04-29 2009-11-05 Nsab, Filial Af Neurosearch Sweden Ab, Sverige Modulators of dopamine neurotransmission
US8524766B2 (en) * 2008-04-29 2013-09-03 Nsab, Filial Af Neurosearch Sweden Ab, Sverige Modulators of dopamine neurotransmission
MX2011000090A (es) 2008-06-23 2011-03-02 Janssen Pharmaceutica Nv Forma cristalina de (2s)-(-)-n-(6-cloro-2,3-dihidro-benzo[1,4]diox in-2-ilmetil)sulfamida.
US8815939B2 (en) * 2008-07-22 2014-08-26 Janssen Pharmaceutica Nv Substituted sulfamide derivatives
AU2012314317A1 (en) 2011-09-29 2014-04-03 Janssen Pharmaceutica Nv Improved process for the preparation of sulfamide derivatives
AU2012316279A1 (en) 2011-09-29 2014-04-17 Janssen Pharmaceutica Nv Process for the preparation of sulfamide derivatives

Family Cites Families (122)

* Cited by examiner, † Cited by third party
Publication number Priority date Publication date Assignee Title
US2527861A (en) * 1948-05-07 1950-10-31 Monsanto Chemicals Mono alkyl sulfamides
BE636655A (pt) * 1962-09-14
DE1211166B (de) 1962-11-20 1966-02-24 Ciba Geigy Verfahren zur Herstellung neuer Sulfamide
US3318952A (en) * 1964-01-22 1967-05-09 Sandoz Ag Dibenzylsulfamides
US3320314A (en) 1964-01-22 1967-05-16 Sandoz Ag Chlorobenzyl sulfamides
US3383414A (en) * 1964-08-26 1968-05-14 Sandoz Ag Benzocycloalkyl sulfamides
DE1542785A1 (de) 1965-07-24 1970-05-06 Bayer Ag Insekten- und milbenabweisende Mittel
US3539573A (en) 1967-03-22 1970-11-10 Jean Schmutz 11-basic substituted dibenzodiazepines and dibenzothiazepines
US3621096A (en) * 1969-04-03 1971-11-16 Univ North Carolina Antidepressant method and composition for same comprising a tricyclic antidepressant and a thyroid hormone
DE2022370A1 (de) 1970-05-08 1971-12-02 Bayer Ag N-Fluordichlormethylthio-sulfamidsaeure-Derivate,Verfahren zu ihrer Herstellung und ihre mikrobizide und fungizide Verwendung
US5212326A (en) 1979-08-20 1993-05-18 Abbott Laboratories Sodium hydrogen divalproate oligomer
FR2479825A1 (fr) * 1980-04-04 1981-10-09 Fabre Sa Pierre Benzodioxanne 1,4 methoxy-2 propanolamines, leur preparation et leur application en tant que medicaments
US4513006A (en) 1983-09-26 1985-04-23 Mcneil Lab., Inc. Anticonvulsant sulfamate derivatives
US4804663A (en) 1985-03-27 1989-02-14 Janssen Pharmaceutica N.V. 3-piperidinyl-substituted 1,2-benzisoxazoles and 1,2-benzisothiazoles
IE58370B1 (en) * 1985-04-10 1993-09-08 Lundbeck & Co As H Indole derivatives
GB8607684D0 (en) 1986-03-27 1986-04-30 Ici America Inc Thiazepine compounds
US4831031A (en) 1988-01-22 1989-05-16 Pfizer Inc. Aryl piperazinyl-(C2 or C4) alkylene heterocyclic compounds having neuroleptic activity
US5158952A (en) * 1988-11-07 1992-10-27 Janssen Pharmaceutica N.V. 3-[2-[4-(6-fluoro-1,2-benzisoxozol-3-yl)-1-piperidinyl]ethyl]-6,7,8,9 tetrahydro-9-hydroxy-2-methyl-4H-pyrido [1,2-a]pyrimidin-4-one, compositions and method of use
US5238945A (en) * 1989-04-11 1993-08-24 H. Lundbeck A/S Method of treating psychoses
GB8908085D0 (en) 1989-04-11 1989-05-24 Lundbeck & Co As H New therapeutic use
US5194446A (en) * 1989-06-12 1993-03-16 A. H. Robins Company, Incorporated Compounds having one or more aminosulfaonyloxy radicals useful as pharmaceuticals
US5273993A (en) * 1989-06-12 1993-12-28 A. H. Robins Company, Incorporated Compounds having one or more aminosulfonyloxy radicals useful as pharmaceuticals
US5192785A (en) * 1989-09-03 1993-03-09 A. H. Robins Company, Incorporated Sulfamates as antiglaucoma agents
US5229382A (en) 1990-04-25 1993-07-20 Lilly Industries Limited 2-methyl-thieno-benzodiazepine
US5189179A (en) 1990-08-29 1993-02-23 Merrell Dow Pharmaceuticals Inc. Serotonin 5ht1a agonists
AU641052B2 (en) 1990-11-02 1993-09-09 Aventisub Ii Inc. 3-amidoindolyl derivatives
GB9026998D0 (en) 1990-12-12 1991-01-30 Glaxo Group Ltd Medicaments
US5120758A (en) 1991-02-08 1992-06-09 Ciba-Geigy Corporation Certain benzodioxole, benzodioxane and benzodioxepin derivatives useful as 5-lipoxygenase inhibitors
GB9104890D0 (en) 1991-03-08 1991-04-24 Glaxo Group Ltd Compositions
AU651244B2 (en) * 1991-09-19 1994-07-14 Mcneilab, Inc. Process for the preparation of chlorosulfate and sulfamate derivatives of 2,3:4,5-bis-0-(1-methylethylidene)-beta-D- fructopyranose and (1-methylcyclohexyl)methanol
US5242942A (en) 1992-04-28 1993-09-07 Mcneilab, Inc. Anticonvulsant fructopyranose cyclic sulfites and sulfates
US5258402A (en) * 1992-06-11 1993-11-02 Mcneil-Ppc, Inc. Imidate derivatives of pharmaceutically useful anticonvulsant sulfamates
US5312925A (en) 1992-09-01 1994-05-17 Pfizer Inc. Monohydrate of 5-(2-(4-(1,2-benzisothiazol-3-yl)-1-piperazinyl)-ethyl)-6-chloro-1,3-dihydro-2H-indol-2-one-hydrochloride
US5384327A (en) 1992-12-22 1995-01-24 Mcneilab, Inc. Anticonvulsant sorbopyranose sulfamates
DK0736029T3 (da) 1993-12-23 2006-05-15 Ortho Mcneil Pharm Inc Antikonvulsive pseudofructopyranosesulfamater
GB9417532D0 (en) 1994-08-31 1994-10-19 Zeneca Ltd Aromatic compounds
CA2216648A1 (en) * 1995-02-15 1996-08-22 Bearsden Bio, Inc. Alkylcarboxy amino acids-modulators of the kainate receptor
JP3235448B2 (ja) * 1995-03-24 2001-12-04 ダイソー株式会社 1,4−ベンゾジオキサン誘導体の製法
US5998380A (en) * 1995-10-13 1999-12-07 New England Medical Center Hospitals, Inc. Treatment of migraine
WO1997019919A1 (fr) 1995-11-30 1997-06-05 C & C Research Laboratories Derives de sulfamides
WO1997019682A1 (en) 1995-12-01 1997-06-05 Synaptic Pharmaceutical Corporation Aryl sulfonamide and sulfamide derivatives and uses thereof
CA2250042A1 (en) 1996-03-25 1997-10-02 Eli Lilly And Company Treating pain using a synergistic combination of an atypical antipsychotic and a drug used in treatment of pain
CA2258893C (en) 1996-06-28 2005-06-14 Ortho-Mcneil Pharmaceutical, Inc. Anticonvulsant sulfamate derivatives useful in treating obesity
US5753694A (en) * 1996-06-28 1998-05-19 Ortho Pharmaceutical Corporation Anticonvulsant derivatives useful in treating amyotrophic lateral sclerosis (ALS)
WO1998000124A1 (en) 1996-06-28 1998-01-08 Ortho Pharmaceutical Corporation Use of topiramate or derivatives thereof for the manufacture of a medicament for the treatment of postischemic neurodegeneration
US5753693A (en) * 1996-06-28 1998-05-19 Ortho Pharmaceutical Corporation Anticonvulsant derivatives useful in treating manic-depressive bipolar disorder
ES2188971T3 (es) 1996-08-14 2003-07-01 Searle & Co Forma cristalina de la 4-(5-metil-3-fenilisoxazol-4-il)benzensulfonamida.
WO1998007447A1 (en) 1996-08-23 1998-02-26 Algos Pharmaceutical Corporation Anticonvulsant containing composition for treating neuropathic pain
ES2187795T3 (es) 1996-10-08 2003-06-16 Ortho Mcneil Pharm Inc Derivados de anticonvulsivos utiles en el tratamiento del dolor neuropatico.
US20020015713A1 (en) * 1996-10-24 2002-02-07 Murdock Robert W. Methods and transdermal compositions for pain relief
US5935933A (en) * 1997-07-16 1999-08-10 Ortho-Mcneil Pharmaceutical, Inc. Anticonvulsant derivatives useful in treating neuropathic pain
US5760007A (en) * 1997-07-16 1998-06-02 Ortho Pharmaceutical Corporation Anticonvulsant derivatives useful in treating neuropathic pain
AU9021298A (en) * 1997-08-15 1999-03-08 Carolyn Ann Fairbanks Agmatine as a treatment for neuropathic pain
GB9803536D0 (en) 1998-02-19 1998-04-15 Black James Foundation Histamine H,receptor ligands
UA65607C2 (uk) 1998-03-04 2004-04-15 Орто-Макнейл Фармацевтикал, Інк. Фармацевтична композиція (варіанти) та спосіб її приготування
DK72798A (da) 1998-05-28 1998-05-28 Novo Nordisk As Treatment of GABA-uptake related disorders
CZ20004280A3 (cs) 1998-05-29 2001-09-12 Eli Lilly And Company Lék pro léčbu bipolárních poruch a farmaceutický prostředek
JP2002519373A (ja) 1998-07-02 2002-07-02 エーザイ株式会社 製薬組成物及びそれらの使用
US6541520B1 (en) 1998-08-05 2003-04-01 Brookhaven Science Associates Treatment of addiction and addiction-related behavior
US6319903B1 (en) * 1999-01-19 2001-11-20 Ortho-Mcneil Pharmaceutical, Inc. Anticonvulsant derivatives useful in treating cluster headaches
AR022321A1 (es) 1999-01-21 2002-09-04 Ortho Mcneil Pharm Inc Derivados de anticonvulsivo utiles para el tratamiento de la migrana transformada
GB9903784D0 (en) 1999-02-18 1999-04-14 Lilly Co Eli Pharmaceutical compounds
DE60019904T2 (de) 1999-02-24 2006-05-04 University Of Cincinnati, Cincinnati Verwendung von sulfamatderivaten zur behandlung von impulskontrollerkrankungen
WO2000054588A1 (en) 1999-03-15 2000-09-21 John Claude Krusz Treatment of acute headaches and chronic pain using rapidly-cleared anesthetic drug at sub-anesthetic dosages
US6583172B1 (en) * 1999-04-08 2003-06-24 Richard P. Shank Anticonvulsant derivatives useful in treating chronic neurodegenerative disorders
NZ514811A (en) 1999-04-08 2005-01-28 Ortho Mcneil Pharm Inc Anticonvulsant derivatives useful in reducing blood glucose levels
AU4050100A (en) 1999-04-08 2000-11-14 Ortho-Mcneil Pharmaceutical, Inc. Anticonvulsant derivatives useful in maintaining weight loss
AU774732B2 (en) 1999-04-08 2004-07-08 Ortho-Mcneil Pharmaceutical, Inc. Anticonvulsant derivatives useful in lowering lipids
EP1181012B1 (en) 1999-05-04 2004-09-15 Keith R. Edwards Intravenous valproate for acute treatment of migraine headache
DE60035870T2 (de) 1999-06-14 2008-05-08 Vivus Inc., Mountain View Kombinationstherapie zur gewichtsreduzierung und fettleibigkeitsbehandlung
MXPA02001820A (es) * 1999-08-20 2003-07-14 Johnson & Johnson Composicion que comprende un material de tramadol y un farmaco anticonvulsivo.
FR2803848B1 (fr) 2000-01-19 2002-02-15 Adir Nouveaux derives de benzenesulfonamide, leur procede de preparation et les compositions pharmaceutiques qui les contiennent
US6322503B1 (en) * 2000-02-17 2001-11-27 G. Roger Sparhawk, Jr. Method of diagnosing, tracking, and treating depression
US20010036943A1 (en) 2000-04-07 2001-11-01 Coe Jotham W. Pharmaceutical composition for treatment of acute, chronic pain and/or neuropathic pain and migraines
WO2002003984A2 (en) 2000-07-07 2002-01-17 Ortho-Mcneil Pharmaceutical, Inc. Anticonvulsant derivatives useful for treating and preventing the development of type ii diabetes mellitus and syndrome x
DE10035227A1 (de) 2000-07-20 2002-01-31 Solvay Pharm Gmbh Verfahren zum Auffinden von Verbindungen, welche zur Behandlung und/oder Prophylaxe von Fettleibigkeit geeignet sind
US6627653B2 (en) * 2000-08-02 2003-09-30 Ortho-Mcneil Pharmaceutical, Inc. Anticonvulsant derivatives useful for the treatment of depression
AR034160A1 (es) 2000-09-30 2004-02-04 Gruenenthal Gmbh Sulfonilguanidinas, medicamentos que contienen estos compuestos y el uso de sulfonilguanidinas
US7256184B2 (en) * 2000-10-16 2007-08-14 Rodriguez Victorio C Treatment of aging disorders in humans
CA2434491A1 (en) * 2001-01-30 2002-08-08 Merck & Co., Inc. Acyl sulfamides for treatment of obesity, diabetes and lipid disorders
JP2004535390A (ja) 2001-05-07 2004-11-25 スミスクライン・ビーチャム・コーポレイション スルホンアミド
EP1397136A1 (en) 2001-05-25 2004-03-17 Queen's University At Kingston Heterocyclic beta-aminoacids and their use as anti-epileptogenic agents
US20030100594A1 (en) 2001-08-10 2003-05-29 Pharmacia Corporation Carbonic anhydrase inhibitor
US6559293B1 (en) * 2002-02-15 2003-05-06 Transform Pharmaceuticals, Inc. Topiramate sodium trihydrate
US8637512B2 (en) * 2002-07-29 2014-01-28 Glaxo Group Limited Formulations and method of treatment
RU2226357C1 (ru) 2003-02-12 2004-04-10 Санкт-Петербургский научно-исследовательский психоневрологический институт им. В.М.Бехтерева Способ диагностики эпилепсии у пациентов с доклинической стадией болезни
RU2246727C2 (ru) 2003-02-12 2005-02-20 Санкт-Петербургский научно-исследовательский психоневрологический институт им. В.М. Бехтерева (НИПИ) Способ диагностики доклинической стадии эпилепсии
CA2521937A1 (en) 2003-04-10 2004-10-28 Amgen, Inc. Bicyclic compounds having bradykinin receptors affinity and pharmaceutical compositions thereof
US7375120B2 (en) 2003-04-16 2008-05-20 Smithkline Beecham Corporation Peptide deformylase inhibitors
JPWO2004093912A1 (ja) 2003-04-23 2006-07-13 協和醗酵工業株式会社 好中球性炎症疾患の予防および/または治療剤
GB0309781D0 (en) 2003-04-29 2003-06-04 Glaxo Group Ltd Compounds
US6949518B1 (en) * 2003-06-25 2005-09-27 Pao-Hsien Chu Methods for treating macular degeneration with topiramate
JP2007504228A (ja) 2003-09-02 2007-03-01 メルク エンド カムパニー インコーポレーテッド 高眼圧症を治療するための眼組成物
CN1897950A (zh) 2003-10-14 2007-01-17 惠氏公司 稠合芳基和杂芳基衍生物及其使用方法
TW200612905A (en) * 2004-06-16 2006-05-01 Janssen Pharmaceutica Nv Novel sulfamate and sulfamide derivatives useful for the treatment of epilepsy and related disorders
MY147767A (en) 2004-06-16 2013-01-31 Janssen Pharmaceutica Nv Novel sulfamate and sulfamide derivatives useful for the treatment of epilepsy and related disorders
EP1776106B1 (en) 2004-06-22 2013-08-07 Vertex Pharmaceuticals Incorporated Heterocyclic derivatives for modulation of calcium channels
JP4948403B2 (ja) 2004-07-28 2012-06-06 ジヤンセン・フアーマシユーチカ・ナームローゼ・フエンノートシヤツプ ヒストン・デアセチラーゼの新インヒビターとしての置換インドリルアルキルアミノ誘導体
MX2007002309A (es) 2004-08-24 2007-10-08 Johnson & Johnson Novedosos derivados de heteroarilsulfamida benzofusionados utiles como agentes anticonvulsivos.
US20060276528A1 (en) * 2004-08-24 2006-12-07 Abdel-Magid Ahmed F Novel benzo-fused heteroaryl sulfamide derivatives useful as anticonvulsant agents
JP2008538575A (ja) * 2005-04-22 2008-10-30 ワイス ベンゾジオキサンおよびベンゾジオキソラン誘導体ならびにそれらの使用
JP2008545650A (ja) 2005-05-20 2008-12-18 ジヤンセン・フアーマシユーチカ・ナームローゼ・フエンノートシヤツプ スルファミド誘導体の製造方法
US20070155824A1 (en) * 2005-12-19 2007-07-05 Smith-Swintosky Virginia L Use of benzo-fused heterocycle sulfamide derivatives for disease modification / epileptogenesis
US8691867B2 (en) 2005-12-19 2014-04-08 Janssen Pharmaceutica Nv Use of benzo-fused heterocycle sulfamide derivatives for the treatment of substance abuse and addiction
US20070155823A1 (en) 2005-12-19 2007-07-05 Smith-Swintosky Virginia L Use of benzo-fused heterocycle sulfamide derivatives as neuroprotective agents
US8937096B2 (en) 2005-12-19 2015-01-20 Janssen Pharmaceutica Nv Use of benzo-fused heterocyle sulfamide derivatives for the treatment of mania and bipolar disorder
US8492431B2 (en) 2005-12-19 2013-07-23 Janssen Pharmaceutica, N.V. Use of benzo-fused heterocycle sulfamide derivatives for the treatment of obesity
US20070155827A1 (en) 2005-12-19 2007-07-05 Smith-Swintosky Virginia L Use of benzo-fused heterocycle sulfamide derivatives for the treatment of depression
US8716231B2 (en) 2005-12-19 2014-05-06 Janssen Pharmaceutica Nv Use of benzo-fused heterocycle sulfamide derivatives for the treatment of pain
US8497298B2 (en) 2005-12-19 2013-07-30 Janssen Pharmaceutica Nv Use of benzo-fused heterocycle sulfamide derivatives for lowering lipids and lowering blood glucose levels
US20070191452A1 (en) 2006-02-15 2007-08-16 Smith-Swintosky Virginia L Use of benzo-heteroaryl sulfamide derivatives for the treatment of pain
US20070191474A1 (en) 2006-02-15 2007-08-16 Smith-Swintosky Virginia L Use of benzo-fused heterocyle sulfamide derivatives for the treatment of migraine
TW200738669A (en) 2006-02-22 2007-10-16 Janssen Pharmaceutica Nv Crystalline forms of N-(benzo[b]thien-3-ylmethyl)-sulfamide
TW200812574A (en) * 2006-05-19 2008-03-16 Janssen Pharmaceutica Nv Co-therapy for the treatment of epilepsy and related disorders
TW200812573A (en) * 2006-05-19 2008-03-16 Janssen Pharmaceutica Nv Co-therapy for the treatment of epilepsy and related disorders
WO2009089210A1 (en) 2008-01-07 2009-07-16 Janssen Pharmaceutica N. V. Preparation of sulfamide derivatives
US20090247618A1 (en) * 2008-03-26 2009-10-01 Ballentine Scott A Process for preparation of benzo-fused heteroaryl derivatives
US20090247617A1 (en) * 2008-03-26 2009-10-01 Abdel-Magid Ahmed F Process for the preparation of benzo-fused heteroaryl sulfamates
EP2280950A1 (en) 2008-03-26 2011-02-09 Janssen Pharmaceutica, N.V. Process for the preparation of benzo-fused heteroaryl sulfamates and crystalline form of n- ( ( (2s) -6-chloro-2,3-dihydro-l,4-benzodioxin-2-yl) methyl-sulfamide
BRPI0822396A2 (pt) 2008-03-26 2019-09-24 Janssen Pharmaceutica Nv processo para preparação de derivados de dioxina benzo-fundidos
MX2011000090A (es) * 2008-06-23 2011-03-02 Janssen Pharmaceutica Nv Forma cristalina de (2s)-(-)-n-(6-cloro-2,3-dihidro-benzo[1,4]diox in-2-ilmetil)sulfamida.
US8815939B2 (en) * 2008-07-22 2014-08-26 Janssen Pharmaceutica Nv Substituted sulfamide derivatives

Also Published As

Publication number Publication date
HK1124546A1 (en) 2009-07-17
NO20083032L (no) 2008-09-16
EA015514B1 (ru) 2011-08-30
IL192181A0 (en) 2009-08-03
CR10166A (es) 2008-11-24
CA2634255C (en) 2014-08-05
US8937096B2 (en) 2015-01-20
CY1111519T1 (el) 2015-08-05
KR20080085878A (ko) 2008-09-24
MY147643A (en) 2012-12-31
EA200870086A1 (ru) 2008-12-30
HRP20110384T1 (hr) 2011-06-30
SI1968573T1 (sl) 2011-06-30
JP5190372B2 (ja) 2013-04-24
SV2008002958A (es) 2010-01-18
JP2009520030A (ja) 2009-05-21
CA2634255A1 (en) 2007-07-05
PL1968573T3 (pl) 2011-07-29
EP1968573B1 (en) 2011-03-16
ATE501718T1 (de) 2011-04-15
AU2006331857B2 (en) 2013-01-10
WO2007075695A3 (en) 2007-11-15
CN101370495B (zh) 2011-10-19
WO2007075695A2 (en) 2007-07-05
AU2006331857A1 (en) 2007-07-05
BRPI0620085A2 (pt) 2011-11-01
US20070155826A1 (en) 2007-07-05
CN101370495A (zh) 2009-02-18
EP1968573A2 (en) 2008-09-17
RS51790B (en) 2011-12-31
NZ569104A (en) 2011-04-29
DE602006020775D1 (de) 2011-04-28

Similar Documents

Publication Publication Date Title
PT1968573E (pt) Utilização de derivados de sulfamida heterocíclica benzofundida para o tratamento da mania e da doença bipolar
ES2342846T3 (es) Uso de derivados de sulfamida heterociclica benzo-fusionada para el tratamiento de la depresion.
ES2510495T3 (es) Uso de derivados de sulfamidas heterocíclicos benzo-condensados para el tratamiento del abuso y adicción de sustancias
ES2369761T3 (es) Uso de derivados sulfamida heterocíclicos benzocondensados para el tratamiento de la obesidad.
BRPI0620017A2 (pt) uso de compostos derivados de heterociclo sulfamida benzofundidos para tratamento de epileptogênese
KR20080089405A (ko) 신경보호제로써 벤조-융합된 헤테로사이클 설파미드유도체의 용도
US20070191450A1 (en) Use of Benzo-Heteroaryl Sulfamide Derivatives for the Treatment of Mania and Bipolar Disorder
ES2360135T3 (es) Uso de derivados de sulfamidas heterociclicos benzo-condensados para el tratamiento de la mania y el trastorno bipolar.
ES2517598T3 (es) Uso de derivados de sulfamida heterocíclica benzo - fusionada para el tratamiento de la ansiedad
MX2008008092A (en) Use of benzo-fused heterocycle sulfamide derivatives for the treatment of epilepsy