PT1809273E - Utililização de 2-fenil-1,2-etanodiol-(di)carbamatos para tratamento de epileptogénese - Google Patents
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Description
DESCRIÇÃO "UTILILIZAÇÃO DE 2-FENIL-l,2-ETANODIOL-(Dl)CARBAMATOS PARA TRATAMENTO DE EPILEPTOGÉNESE"
ANTECEDENTES DA INVENÇÃO
CAMPO DA INVENÇÃO
Esta invenção refere-se, em geral, aos campos de farmacologia, neurologia e psiquiatria. Em particular, a presente invenção proporciona compostos para utilização no tratamento, prevenção, reversão, paragem ou inibição de epileptogénese, como definido na reivindicação 1.
DESCRIÇÃO DA TÉCNICA RELACIONADA
Lesões ou traumatismos de vários tipos no sistema nervoso central (SNC) ou no sistema nervoso periférico (SNP) podem produzir sintomas e distúrbios neurológicos e psiquiátricos profundos e duradouros. Um mecanismo comum para a produção destes efeitos é a indução de actividade convulsiva ou fenómenos tipo convulsão no SNC ou nos nervos e gânglios do SNP. Sintomáticos de distúrbios paroxísticos no SNC ou actividade eléctrica no SNP, julga-se que as convulsões ou mecanismos neurológicos tipo convulsão estejam subjacentes a muitos dos fenómenos patológicos numa grande variedade de distúrbios neurológicos e psiquiátricos. 1
Um estado neurológico grave caracterizado por convulsões é a epilépsia. A epilépsia é um distúrbio comum mas devastador que afecta mais de dois milhões e meio de pessoas apenas nos Estados Unidos. A epilépsia descreve um estado no qual uma pessoa tem convulsões recorrentes devido a um processo subjacente, crónico. A epilépsia refere-se a um fenómeno clinico e não a uma entidade patológica única, uma vez que existem muitas formas e causas de epilépsia. Utilizando uma definição de epilépsia como duas ou mais convulsões não provocadas, a incidência de epilépsia é estimada em, aproximadamente, 0,3 a 0,5 por cento em populações diferentes ao longo do planeta, com a prevalência de epilépsia estimada em 5 a 10 pessoas por cada 1000.
Com base no fenómeno clinico e encefalográfico são reconhecidas quatro subdivisões de epilépsia: epilépsia tipo grande mal (com os subgrupos: generalizada, focal, jacksoniana), epilépsia tipo pequeno mal, epilépsia psicomotora ou do lobo temporal (com os subgrupos: psicomotora própria ou tónica com movimentos adversos ou de torção ou fenómeno de mastigação, automática com amnésia ou sensorial com alucinações ou onirismos) e epilépsia autónoma ou diencefálica (com rubor, palidez, taquicardia, hipertensão, transpiração ou outros sintomas viscerais).
Embora a epilépsia seja um dos exemplos mais avançados de um distúrbio relacionado com convulsões, uma grande variedade de sintomas neurológicos e psiquiátricos pode ter, como sua etiologia, convulsões ou fenómenos neurológicos relacionados tipo convulsão. Em termos simples, uma convulsão ou um fenómeno neurológico relacionado tipo convulsão é um evento clinico discreto único, provocado por uma descarga eléctrica excessiva de um conjunto de neurónios ou de um grupo de neurónios 2 susceptível a convulsão através de um processo chamado de "ictogénese". Como tal, as convulsões ictogénicas podem ser apenas o sintoma de uma doença. No entanto, a epilépsia e outros distúrbios análogos relacionados com convulsão, são doenças dinâmicas e frequentemente progressivas, com um processo de maturação caracterizado por uma sequência complexa e mal compreendida de transformações patológicas. 0 desenvolvimento e maturação de tais alterações é o processo de "epileptogénese", pelo qual a colecção mais lata de neurónios que é o cérebro normal, é alterada e torna-se subsequentemente, susceptível a descargas eléctricas anormais, espontâneas, súbitas, recorrentes, excessivas, i. e., convulsões. A maturação do processo epileptogénico resulta no desenvolvimento de um "foco epileptogénico", de acordo com o que as colecções de neurónios de descarga anormal ou neurónios susceptíveis a convulsões formam grupos localizados ou "zonas epileptogénicas" dispersas ao longo do tecido cortical. As zonas epileptogénicas estão bioquimicamente interligadas, pelo que uma descarga ictogénica anormal é capaz de passar em cascata de zona para zona. À medida que a epileptogénese progride, as áreas envolvidas do sistema nervoso tornam-se mais susceptíveis a uma convulsão e torna-se mais fácil o desencadeamento de uma convulsão, resultando em sintomas progressivamente debilitantes da convulsão ou distúrbio relacionado com convulsão.
Embora a ictogénese e epileptogénese possam ter uma origem comum em determinados fenómenos bioquímicos e vias neuronais comuns em várias doenças, os dois processos não são idênticos. A ictogénese é a iniciação e propagação de uma convulsão num tempo 3 e espaço discretos, um evento eléctrico/químico rápido e definitivo que ocorre ao longo de um período de tempo que varia desde alguns segundos até minutos.
Comparativamente, a epileptogénese é um processo de reestruturação bioquímico ou neuronal gradual pelo qual o cérebro normal é transformado por eventos ectogénicos num cérebro epileptogenicamente focado, possuindo circuitos neuronais que se tornam sensibilizados e reactivos a eventos ictogénicos, tornando um indivíduo cada vez mais susceptível à recorrência de convulsões espontâneas, episódicas, limitadas no tempo, resultando em sintomas progressivamente debilitantes da convulsão ou distúrbio relacionado com convulsão e tolerância progressiva ao tratamento. A maturação de um "foco epileptogénico" é um processo bioquímico e/ou estrutural lento que geralmente ocorre ao longo de meses a anos.
Epileptogénese é um Processo de Duas Fases: A "Fase 1 da epileptogénese" é a iniciação do processo epileptogénico antes da primeira convulsão epiléptica ou sintoma de um distúrbio análogo relacionado com convulsão e é, frequentemente, o resultado de algum tipo de lesão ou traumatismo no cérebro, i. e., ataque cardíaco, doença (e. g., infecção tal como meningite) ou traumatismo, tal como uma pancada acidental na cabeça ou um procedimento cirúrgico realizado no cérebro. A "Fase 2 da epileptogénese" refere-se ao processo durante o qual o tecido cerebral que já está susceptível a convulsões epilépticas ou fenómenos relacionados com convulsão de um 4 distúrbio análogo relacionado com convulsão, torna-se ainda mais susceptível a convulsões de frequência e/ou gravidade crescentes e/ou torna-se menos reactivo ao tratamento.
Embora os processos envolvidos na epileptogénese não tenham sido definitivamente identificados, alguns investigadores acreditam que esteja envolvida a regulação positiva do acoplamento excitante entre neurónios, mediada pelos receptores de N-metil-D-aspartato (NMDA). Outros investigadores implicam a regulação negativa do acoplamento inibidor entre neurónios, mediada pelos receptores de ácido gama-amino-butírico (GABA). Neste processo podem estar envolvidos muitos outros factores relacionados com a presença, concentração ou actividade de NO (óxido nítrico) ou iões ferro, cálcio ou zinco.
Embora as convulsões epilépticas sejam raramente fatais, um grande número de doentes requer medicação para evitar as consequências disruptivas e potencialmente perigosas das convulsões. Em muitos casos, a medicação utilizada para gerir as convulsões epilépticas ou os sintomas de um distúrbio análogo relacionado com convulsão é necessária durante períodos de tempo prolongados e, em alguns casos, o doente tem de continuar a tomar a medicação prescrita durante toda a vida. Além disso, esses fármacos são apenas eficazes no controlo de sintomas e têm efeitos secundários associados à utilização crónica, prolongada.
Uma grande variedade de fármacos disponíveis para o controlo de convulsões epilépticas inclui agentes mais antigos, tais como as fenitoína, valproato e carbamazepina (bloqueadores de canais iónicos), bem como agentes mais recentes, tais como felbamato, gabapentina, topiramato e tiagabina. Além disso, por exemplo, foi relatado que a β-alanina tem actividade 5 anticonvulsiva, actividade inibidora de NMDA e actividade estimuladora GABAérgica mas não foram utilizados para tratar a epilépsia.
Os fármacos aceites para o tratamento de epilépsia são agentes anticonvulsivos ou, mais correctamente designados, fármacos antiepilépticos (AED), em que o termo "antiepiléptico" é sinónimo de "anticonvulsivo" ou "anti-ictogénico". Estes fármacos suprimem terapeuticamente as convulsões bloqueando o começo de um único evento ictogénico. Mas os AED clinicamente disponíveis hoje em dia, não previnem o processo de epileptogénese.
No tratamento de convulsões ou sintomas relacionados de distúrbios análogos relacionados com convulsão, isto é para doenças e distúrbios com fenómenos neurológicos tipo convulsão que possam estar aparentemente relacionados com distúrbios convulsivos, tais como o humor cíclico no Distúrbio Bipolar, comportamento impulsivo em doentes com Distúrbios do Controlo de Impulsos ou para convulsões resultantes de lesão cerebral, alguns AED também podem ser terapeuticamente úteis. No entanto, os AED presentemente aprovados são incapazes de prevenir profiláctica ou terapeuticamente o desenvolvimento inicial ou maturação progressiva da epileptogénese num foco epileptogénico que também caracteriza os distúrbios análogos relacionados com convulsão. 0 mecanismo patológico mal compreendido que está subjacente à epileptogénese desempenha, certamente, um papel no desenvolvimento de epilépsia e de distúrbios análogos relacionados com convulsão numa variedade de circunstâncias clínicas incluindo desenvolvimento espontâneo ou em consequência 6 de lesão ou traumatismo de muitos tipos no sistema nervoso central ou periférico. 0 tratamento actual da epilépsia está focado na supressão da convulsão pela administração de AED depois de se ter desenvolvido epilépsia clinica notória. Embora as AED possuam efeitos positivos na supressão de convulsões, os actualmente disponíveis foram universalmente mal sucedidos na prevenção de epileptogénese, i. e., no desenvolvimento inicial ou progressão e agravamento de epilépsia e outras doenças relacionadas tipo convulsão. Até mesmo o pré-tratamento com AED não previne o desenvolvimento de epilépsia após lesão ou traumatismo do sistema nervoso. Além disso, se a terapia com AED é interrompida, tipicamente as convulsões reaparecem e, em casos infelizes, pioram com o tempo. Presentemente, não existe nenhum método clinicamente disponível para tratamento, prevenção, reversão, paragem ou inibição do aparecimento e/ou progressão de epilépsia ou de outros distúrbios tipo convulsão ou dos muitos distúrbios análogos relacionados com convulsão.
Além disso, julga-se também que mecanismos neurológicos semelhantes correspondentes à epileptogénese possam estar envolvidos na evolução e desenvolvimento de muitos distúrbios relacionados com convulsões clinicamente análogos à epilépsia que não parecem ser notoriamente "epilépticos", tais como o desenvolvimento inicial e agravamento progressivo observado no estado patológico maduro de Distúrbio Bipolar, Distúrbios do Controlo dos Impulsos, distúrbios Obsessivo-Compulsivos, distúrbios Esquizoafectivos, Distúrbios de Abuso ou Dependência de Substâncias e muitos outros distúrbios psiquiátricos e neurológicos. 7
Assim, apesar do grande número de fármacos disponíveis para o tratamento de epilépsia (i. e., através da supressão da convulsão de epilépsia, i. e., às convulsões associadas às convulsões epilépticas) e outros distúrbios análogos relacionados com convulsão, não existem fármacos geralmente reconhecidos para o tratamento, prevenção, reversão, paragem ou inibição do processo subjacente à epileptogénese que pode ser etiológico em muitos distúrbios neurológicos e psiquiátricos devastadores, tais como epilépsia e distúrbios análogos relacionados com convulsão incluindo o Distúrbio Bipolar.
Presentemente não existem métodos conhecidos de inibição do processo epileptogénico para prevenir o desenvolvimento de epilépsia ou de outros distúrbios análogos relacionados com convulsão em doentes que ainda não apresentaram sintomas clínicos dos mesmos, mas que têm a doença sem saber ou que estão em risco de desenvolver a doença. Além disso, não existem métodos conhecidos para prevenir o desenvolvimento ou inverter o processo de epileptogénese, convertendo, desse modo, as colecções de neurónios numa zona epileptogénica, a qual é a fonte ou é susceptível ou é capaz de participar na actividade convulsiva de tecido nervoso que não exibe descargas eléctricas anormais, espontâneas, súbitas, recorrentes ou excessivas ou não é susceptível ou capaz de tal actividade convulsiva. Além do mais, não existem medicações aprovadas ou não aprovadas reconhecidas como possuindo propriedades antiepileptogénicas, i. e., fármacos verdadeiramente antiepileptogénicos (AEGD) (Ver, Schmidt, D. e Rogawski, Μ. A., Epilepsy Research, 2002, 50; 71-78).
Assim, existe uma grande necessidade de desenvolver fármacos ou AED seguros e eficazes e métodos de tratamento que 8 tratem, previnam, parem, inibam e revertam eficazmente a epileptogénese nos distúrbios neurológicos e/ou psiquiátricos relacionados com convulsão.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO
Esta invenção refere-se a compostos para utilização no tratamento e/ou prevenção, paragem, inibição e reversão de epileptogénese num doente em risco de desenvolver um distúrbio convulsivo ou um distúrbio análogo relacionado com convulsão.
Esta invenção baseia-se, parcialmente, na propriedade anteriormente desconhecida dos compostos de carbamato da invenção. Estes compostos são AED eficazes e podem suprimir convulsões epilépticas e, além disso, são fortemente antiepileptogénicos e podem prevenir o desenvolvimento inicial e maturação das alterações patológicas no sistema nervoso que permitem a ocorrência e/ou disseminação das convulsões e fenómenos relacionados e podem ser capazes de reverter aquelas alterações. Assim, os compostos de carbamato da presente invenção, como utilizados nesta invenção, são verdadeiros fármacos antiepileptogénicos (AEGD) e têm propriedades que são claramente diferentes e não detidas por qualquer outra medicação AED presentemente aprovada.
Os compostos utilizados na presente invenção são de Fórmula 1 ou Fórmula 2: 9
ou uma sua forma de sal ou éster farmaceuticamente aceitável, em que Ri, R2, R3 e R4 são independentemente hidrogénio ou alquilo C1-C4, em que alquilo C1-C4 está substituído ou não substituído com fenilo e em que fenilo está substituído ou não substituído com até cinco substituintes independentemente seleccionados de halogéneo, alquilo C1-C4, alcoxilo C1-C4, amino, em que amino está opcionalmente mono ou dissubstituído com alquilo C1-C4, nitro ou ciano; e Χχ, X2/· X3, X4 e X5 são independentemente hidrogénio, flúor, cloro, bromo ou iodo. As formas de realização da presente invenção incluem um composto de Fórmula 1 ou Fórmula 2, em que Xi, X2, X3, X4 e X5 são independentemente seleccionados de hidrogénio, flúor, cloro, bromo ou iodo.
Em determinadas formas de realização, X4, X2, X3, X4 e X5 são independentemente seleccionados de hidrogénio ou cloro. Noutras formas de realização, X4 é seleccionado de flúor, cloro, bromo ou iodo. Noutra forma de realização, Xi é cloro, e X2, X3, X4 e X5 são hidrogénio. Noutra forma de realização, R4, R2, R3 e R4 são hidrogénio. A presente invenção proporciona enantiómeros de Fórmula 1 ou Fórmula 2 para utilização no tratamento de epileptogénese num indivíduo necessitado daquele, como definido na reivindicação 1. 10
Em determinadas formas de realização, um composto de Fórmula 1 ou Fórmula 2 estará na forma de um único enantiómero daquele. Noutras formas de realização, um composto de Fórmula 1 ou Fórmula 2 estará na forma de uma mistura enantiomérica, na qual um enantiómero predomina em relação ao outro enantiómero.
Noutro aspecto, um enantiómero predomina numa gama desdesde cerca de 90% ou mais. Num outro aspecto, um enantiómero predomina numa gama desdesde cerca de 98% ou mais.
Num composto de Fórmula 1 ou Fórmula 2, Ri, R2, R3 e R4 podem ser independentemente seleccionados de hidrogénio ou alquilo Ci-C4; e X4, X2, X3, X4 e X5 são independentemente seleccionados de hidrogénio, flúor, cloro, bromo ou iodo.
Antes da administração profiláctica ou terapêutica da composição da invenção ao indivíduo será feita uma determinação se o indivíduo está em risco elevado, ou não, de desenvolver epilépsia ou distúrbios relacionados com convulsão.
Em determinadas formas de realização da presente invenção, uma quantidade profiláctica ou terapeuticamente eficaz de um composto de Fórmula 1 ou Fórmula 2 para o tratamento de epileptogénese está numa gama desde cerca de 400 mg/dia a cerca de 3000 mg/dia (cerca de 5,7 mg/Kg/dia a cerca de 43,0 mg/Kg/dia num humano de 70 kg). Assim, os compostos e composições farmacêuticos da invenção podem ser administrados a uma dosagem desde cerca de 5,7 a cerca de 43,0 mg/kg/dia (400-3000 mg/dia num humano de 70 kg), de um modo preferido, desde cerca de 6,4 a cerca de 35,7 mg/kg/dia (450-2500 mg/dia num humano de 70 kg), de um modo mais preferido, desde cerca de 7,1 a cerca de 28,6 mg/kg/dia (500-2000 mg/dia num humano de 70 kg) ou de um 11 modo ainda mais preferido, desde cerca de 7,9 a cerca de 21,4 mg/kg/dia (550-1500 mg/dia num humano de 70 kg) ou, de um modo muito preferido, desde cerca de 8,6 a cerca de 17,1 mg/kg/dia (600-1200 mg/dia num humano de 70 kg). No entanto, as dosagens podem variar dependendo das características individuais e tolerâncias do indivíduo e da natureza exacta do estado a ser tratada.
Em determinadas formas de realização, uma quantidade profiláctica ou terapeuticamente eficaz de uma composição farmacêutica para prevenção, tratamento, reversão, paragem ou inibição de epileptogénese compreendendo um ou mais dos enantiómeros de um composto de Fórmula 1 ou Fórmula 2, inclui um sal ou éster farmaceuticamente aceitável daquele, misturado com um veículo ou excipiente farmaceuticamente aceitável, de acordo com o que essa composição é administrada ao indivíduo necessitado de tratamento com um AEGD. As composições farmacêuticas compreendendo, pelo menos, um composto possuindo a Fórmula 1 ou Fórmula 2 e um ou mais excipientes farmaceuticamente aceitáveis são administradas a um indivíduo necessitado daquelas.
Noutro aspecto, o indivíduo ou doente será identificado como estando em risco de desenvolver epilépsia ou um distúrbio análogo relacionado com convulsão na altura de administração e nesta base será considerado como sendo um doente necessitado de tratamento com um AEGD. 12
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
Figura 1: é um gráfico que mostra os efeitos de doses crescentes de TC no número de neurónios em áreas diferentes do hipocampo contados 14 dias após SE li-pilo. Os valores são expressos como o número de corpos de células neuronais em cada área de interesse ± S.E.M.
Figura 2: é um gráfico que mostra os efeitos de doses crescentes de TC no número de neurónios em núcleos diferentes da amigdala contados 14 dias após li-pilo SE. Os valores são expressos como o número de corpos de células neuronais em cada área de interesse ± S.E.M.
Figura 3: é um gráfico que mostra os efeitos de doses crescentes de TC no número de neurónios em núcleos diferentes do tálamo contados 14 dias após li-pilo SE. Os valores são expressos como o número de corpos de células neuronais em cada área de interesse ± S.E.M.
Figura 4: é um gráfico que mostra os efeitos de doses crescentes de TC no número de neurónios em áreas diferentes do córtex contados 14 dias após li-pilo SE. Os valores são expressos como o número de corpos de células neuronais em cada área de interesse ± S.E.M.
Figura 5: é um gráfico que mostra os efeitos de doses crescentes de TC no periodo de latência para a primeira convulsão espontâneo. Os valores são expressos como a latência média em dias para cada grupo ± S.E.M. 13
Figura 6: é um gráfico que mostra os efeitos de doses crescentes de TC na frequência de convulsões espontâneos registados em vídeo ao longo de um período de 4 semanas. Os valores são expressos como o número médio de convulsões ± S.E.M. 0 total representa o número total de convulsões observados durante as 4 semanas de registo vídeo e a média representa o número médio de convulsões por semana. 0 teste Anova demonstrou um efeito do tratamento no número total de convulsões (p=0,045) e o número médio de convulsões por semana (p=0,045)
Figura 7: mostra o número total de convulsões registados em vídeo ao longo de quatro semanas representados graficamente de acordo com o período de latência para o primeira convulsão espontâneo (SL = período de latência curto, LL = período de latência longo). Os valores são expressos como o número médio de convulsões para cada subgrupo ± S.E.M. 0 teste ANOVA não mostrou qualquer efeito significativo do tratamento.
Figura 8: mostra a correlação entre o período de latência para a primeira convulsão espontâneo e o número total de convulsões observados durante as quatro semanas seguintes.
DESCRIÇÃO DETALHADA DA INVENÇÃO A presente invenção proporciona 2-fenil-1,2-etanodiol monocarbamatos e dicarbamatos para utilização no tratamento e/ou prevenção de epileptogénese como definido na reivindicação 1. 14
Os Compostos de Carbamato da Invenção a ou
Compostos de carbamato representativos de acordo com presente invenção, incluem aqueles possuindo a Fórmula 1 Fórmula 2:
Fórmula 1 Fórmula 2 em que:
15
Ri, R2, R3 e R4 são, independentemente, hidrogénio ou alquilo C1-C4 e Xi, X2, X3, X4 e X5 são, independentemente, hidrogénio, flúor, cloro, bromo ou iodo. "Alquilo C1-C4" como aqui utilizado refere-se a hidrocarbonetos alifáticos substituídos ou não substituídos possuindo desde 1 a 4 átomos de carbono. Estão especificamente incluídos na definição de "alquilo" os hidrocarbonetos alifáticos que estão opcionalmente substituídos. Numa forma de realização preferida da presente invenção, o alquilo C1-C4 está não substituído ou substituído com fenilo. 0 termo "fenilo", como aqui utilizado, sozinho -ou como parte de outro grupo, é definido como um grupo de anel hidrocarboneto aromático substituído ou não substituído, possuindo 6 átomos de carbono. Estão especificamente incluídos na definição de "fenilo" os grupos fenilo que estão opcionalmente substituídos. Por exemplo, numa forma de realização preferida da presente invenção, o grupo "fenilo" está não substituído ou substituído com halogéneo, alquilo C1-C4, alcoxilo C1-C4, amino, nitro ou ciano.
Numa forma de realização preferida da presente invenção, Xi é flúor, cloro, bromo ou iodo e X2, X3, X4 e X5 são hidrogénio.
Noutra forma de realização preferida da presente invenção, Xlr X2, X3, X4 e X5 são, independentemente, cloro ou hidrogénio.
Noutra forma de realização preferida da presente invenção, Rlf R2, R3 e R4 são todos hidrogénio. 16
Entende-se que os substituintes e padrões de substituição nos compostos da presente invenção podem ser seleccionados por um especialista na técnica para proporcionar compostos que são quimicamente estáveis e que podem ser facilmente sintetizados por técnicas conhecidas na matéria, bem como pelos métodos aqui proporcionados.
Os 2-fenil-l,2-etanodiol monocarbamatos e dicarbamatos representativos incluem, por exemplo, os compostos seguintes:
Fórmula 3
Fórmula 4 17
Fórmula 6
Fórmula 7 18
Q
Fórmula 8
Os métodos adequados para sintetizar e purificar os compostos de carbamato, incluindo os enantiómeros de carbamato, utilizados nos métodos da presente invenção, são bem conhecidos pelos especialistas na técnica. Por exemplo, formas enantioméricas puras e misturas enantioméricas de 2-fenil-l,2-etanodiol monocarbamatos e dicarbamatos são descritas nas Patentes dos Estados Unidos Números 5854283, 5698588 e 6103759, cujas divulgações são aqui incorporadas por referência na sua totalidade.
Os compostos para utilização na presente invenção incluem enantiómeros isolados de Fórmula 1 ou Fórmula 2.
Numa forma de realização preferida, uma composição farmacêutica compreendendo o enantiómero S isolado de Fórmula 1 é utilizada para tratar epileptogénese num indivíduo.
Noutra forma de realização preferida, uma composição farmacêutica compreendendo o enantiómero R isolado de Fórmula 2 é utilizada para tratar epileptogénese num indivíduo. 19
Noutra forma de realização, uma composição farmacêutica compreendendo o enantiómero S isolado de Fórmula 1 e o enantiómero R isolado de Fórmula 2 pode ser utilizada para tratar epileptogénese num indivíduo.
Os compostos para utilização na presente invenção, também, incluem a utilização de misturas de enantiómeros de Fórmula 1 ou Fórmula 2. Num aspecto da presente invenção, predominará um enantiómero. Um enantiómero que predomina na mistura é um que está presente na mistura numa quantidade superior a qualquer dos outros enantiómeros presentes na mistura, e. g., numa quantidade superior a 50%. Num aspecto, um enantiómero predominará num teor de 90% ou num teor de 91%, 92%, 93%, 94%, 95%, 96%, 97% ou 98% ou maior. Numa forma de realização preferida, o enantiómero que predomina na composição compreendendo um composto de Fórmula 1 é o enantiómero S de Fórmula 1. Noutra forma de realização preferida, o enantiómero que predomina na composição compreendendo um composto de Fórmula 2 é o enantiómero R de Fórmula 2.
Numa forma de realização preferida da presente invenção, o enantiómero que está presente como o único enantiómero ou como o enantiómero predominante numa composição da presente invenção é representado pela Fórmula 3 ou Fórmula 5, em que Xi, X2, X3, X4, X5, Ri, R2, R3 e R4 são definidos como acima, ou pela Fórmula 7 ou Fórmula 8. 20 Fórmula 3
Fórmula 7 21
Q
Fórmula 8
Um enantiómero de carbamato de Fórmula 1 ou Fórmula 2 contém um carbono quiral assimétrico na posição benzilica, o qual é o carbono alifático adjacente ao anel fenilo.
Um enantiómero que está isolado é um que está essencialmente livre do enantiómero correspondente. Assim, um enantiómero isolado refere-se a um composto que é separado via técnicas de separação ou preparado isento do enantiómero correspondente. "Essencialmente livre", como aqui utilizado, significa que o composto é feito por uma proporção significativamente maior de um enantiómero. Em formas de realização preferidas, o composto inclui, pelo menos, cerca de 90% em peso de um enantiómero preferido.
Noutras formas de realização da invenção, o composto inclui pelo menos cerca de 99% em peso de um enantiómero preferido. Os enantiómeros preferidos podem ser isolados de misturas racémicas por qualquer método conhecido pelos especialistas na técnica, incluindo cromatografia liquida de alta eficiência (HPLC) e a formação e cristalização de sais quirais ou os enantiómeros preferidos podem ser preparados por métodos aqui descritos. 22
Os métodos de preparação de enantiómeros preferidos seriam conhecidos por um especialista na técnica e são descritos, por exemplo, em Jacques, et al., Enantiomers, Racemates and Resolutions (Wiley Interscience, Nova Iorque, 1981); Wilen, S.H., et al., Tetrahedron 33:2725 (1977); Eliel, E.L. Stereochemistry of Carbon Compounds (McGraw-Hill, NI, 1962); e Wilen, S.H. Tables of Resolving Agents and Optical Resolutions p. 268 (E.L. Eliel, Ed., Univ. of Notre Dame Press, Notre Dame, IN 1972) .
Adicionalmente, os compostos da presente invenção podem ser preparados como descrito na Patente dos Estados Unidos Número 3265728 3313692 e nas Patentes dos Estados Unidos anteriormente referenciadas Números 5854283, 5698588 e 6103759. 0 Tratamento de Epileptogénese
Utilizando os compostos e composições desta invenção é possível suprimir, controlar e prevenir o processo de epileptogénese que resulta no agravamento, progressão clínica ou aumento da resistência ao tratamento de epilépsia e distúrbios de convulsão relacionados ou ao começo de-novo destes distúrbios e os seus sintomas em consequência de alguma forma de lesão ou traumatismo do sistema nervoso. O indivíduo ou doente necessitado de tratamento é um indivíduo que não apresentou os sintomas de epilépsia, i. e., convulsões ou convulsões antes do momento de administração. O indivíduo ou doente será identificado como estando em risco de desenvolver epilépsia e, nesta base, será considerado como sendo um doente necessitado de tratamento com um AEGD. 23
Ao suprimir o processo de epileptogénese o desenvolvimento de um distúrbio convulsivo ou de um distúrbio relacionado pode ser prevenido num indivíduo que tem alguma forma de lesão ou deterioração do sistema nervoso ou que, de outro modo, está em risco.
Epilépsia 0 termo epilépsia refere-se a um distúrbio da função cerebral caracterizado pela ocorrência periódica e imprevisível de convulsões (Ver, The Treatment of Epilepsy, Principies & Practice, Terceira Edição, Elaine Willie, M.D. Editor, Lippincott Williams & Wilkins, 2001; Goodman & Gilman's The
Pharmacological Basis of Therapeutics, 9a edição, 1996). Convulsões que ocorrem sem provocação evidente são classificados como epilépticos. A epilépsia pode ser idiopática ou pode estar relacionada com algum tipo de lesão, malformação ou deterioração no sistema nervoso central em qualquer fase da vida. Tipicamente considera-se que um indivíduo sofre de epilépsia depois de sofrer dois ou mais convulsões que ocorrem separados de mais de 24 horas.
Clinicamente, um ataque epiléptico resulta de uma descarga eléctrica súbita e anormal com origem num grupo de neurónios interligados no cérebro ou em qualquer outra parte do sistema nervoso. Dependendo do tipo de epilépsia envolvida, a actividade resultante das células nervosas pode manifestar-se por uma grande variedade de sintomas clínicos, tais como movimentos motores incontroláveis, mudanças no nível de consciência do doente e semelhantes. A epilépsia e as convulsões epilépticas e as síndromes podem ser classificados de vários modos (Ver, The
Treatment of Epilepsy, Principies & Practice, Terceira Edição, Elaine Willie, M.D. Editor, Lippincott Williams & Wilkins, 2001). No entanto, como aqui utilizado os termos; "epilépsia", "convulsões epilépticas" e "síndromes epilépticos" destinam-se a incluir todos os tipos conhecidos de ataques e síndromes epilépticos incluindo convulsões parciais, incluindo convulsões simples, complexos e parciais com desenvolvimento para convulsões tónicas-clónicas qeneralizadas e convulsões generalizados, convulsões epilépticas convulsivos e não convulsivos e não classificados. O Processo Epileptogénico 0 processo epileptogénico consiste geralmente de duas fases. A primeira fase epileptogénica é conhecida como a fase de ofensa ou lesão inicial. A ofensa ou lesão inicial é geralmente uma lesão danosa do cérebro provocada por um ou mais de um sem-número de factores possíveis incluindo, por exemplo, lesão cerebral traumática, incluindo traumatismo craniano contundente e penetrante ou um procedimento neurocirúrgico; infecção do SNC, tais como, por exemplo, meningite bacteriana, encefalite virai, abcesso cerebral bacteriano ou neurocisticercose); doença cerebrovascular (tais como ataque cardíaco ou tumor cerebral incluindo, por exemplo, gliomas malignos; neurocirurgia (tal como, por exemplo, craniotomias) e estado epiléptico.
Nalguns casos, a ofensa inicial será uma consequência de problemas do desenvolvimento antes do nascimento (tais como, mas não se limitando a asfixia no parto, traumatismo intracraniano durante o nascimento, distúrbios metabólicos ou malformações 25 congénitas do cérebro) ou uma consequência de determinantes genéticos. A segunda fase epileptogénica é conhecida como a fase de latência. A segunda fase epileptogénica inclui ainda o processo de reestruturação neuronal, a qual se caracteriza por convulsões recorrentes (e. g., epilépsia sintomática) ou pelos sintomas manifestados nos distúrbios análogos relacionados com convulsão. 0 processo epileptogénico também pode ser observado entre pessoas que sofrem efectivamente de epilépsia ou distúrbios análogos relacionados com convulsão. As convulsões experimentados por pessoas que sofrem de epilépsia são por si só epileptogénicos, pelo facto de estas tenderem a tornar mais provável a ocorrência de convulsões subsequentes ou alargarem a área de tecido nervoso que está sujeito a actividade convulsiva ou tornar o distúrbio convulsivo mais resistente ao tratamento. As consequências deste processo, para um doente que tem um distúrbio convulsivo, é que as convulsões tendem a tornarem-se mais frequentes e mais graves e frequentemente mais resistente ao tratamento com AED convencionais.
De um modo semelhante, a resposta tipo convulsão relacionada nos distúrbios neurológicos ou psiquiátricos análogos a epilépsia pode tornar-se cada vez mais grave ao longo do tempo ou resistente ao tratamento à medida que o distúrbio amadurece.
Em determinadas formas de realização, a fase 1 da epileptogénese pode ser iniciada por factores que não os listados acima, tais como por ingestão de compostos com 26 potencial epileptogénico, e. g., medicações psicotrópicas tais como, por exemplo, antidepressivos tricíclicos, clozapina e lítio e semelhantes. Os compostos da presente invenção destinam-se também a tratar, prevenir, parar, inibir ou reverter o desenvolvimento de epileptogénese que foi iniciada por factores que tendem a aumentar o potencial para um indivíduo se tornar epileptogénico.
Portanto, ao tratar a epileptogénese, os compostos da invenção podem prevenir o desenvolvimento de convulsões, em particular de convulsões epilépticas. Por conseguinte, tais compostos podem ser utilizados para reduzir o risco de desenvolvimento de epilépsia, parar o desenvolvimento de epilépsia (em particular, o desenvolvimento de grupos de neurónios que são a fonte ou são susceptíveis a convulsão ictogénico), inibir o desenvolvimento e maturação de epilépsia (em particular, o desenvolvimento de zonas epileptogénicas e do foco epileptogénico).
Além disso, ao tratar, prevenir, inibir, parar ou reverter a epileptogénese, de acordo com a presente invenção, será tratado, prevenido, inibido, parado ou revertido o desenvolvimento ou a progressão de distúrbios neurológicos e/ou psiquiátricos análogos cuja etiologia se baseia parcial ou totalmente num mecanismo de acção tipo convulsão.
Nalgumas formas de realização, os compostos da presente invenção serão vantajosamente utilizados para tratar um doente que não sofre ou que se sabe que sofre de um estado que é conhecido na técnica como sendo eficazmente tratado com as medicações anticonvulsivas ou antiepilépticas (AED) presentemente conhecidas. Nestes casos, a decisão para utilizar 27 os métodos e compostos da presente invenção seria tomada com base na determinação se o doente é um "doente necessitado de tratamento com um fármaco antiepileptogénico (AEGD)", tal como esse termo é definido acima.
Os compostos da presente invenção são para administração a um doente que não desenvolveu epilépsia ou qualquer tipo de distúrbio convulsivo ou um distúrbio análogo relacionado com convulsão mas que possa estar em risco elevado de desenvolvimento de convulsões ou de um distúrbio análogo relacionado com convulsão devido a lesão ou traumatismo que tenha sofrido no sistema nervoso, incluindo mas não se limitando a lesão craniana ou ataque cardíaco ou que possa ocorrer no futuro, incluindo mas não se limitando a procedimentos neurocirúrgicos planeados ou devido a alguma predisposição conhecida bioquímica ou genética ou pela detecção de um biomarcador verificado de um ou mais destes distúrbios.
Assim, as composições da presente invenção são dirigidas para o tratamento de epileptogénese num indivíduo que está em risco de desenvolver epilépsia ou um distúrbio relacionado com convulsão mas não tem epilépsia ou evidência clínica de convulsões.
Um indivíduo que está em risco de desenvolver epilépsia mas que não tem epilépsia ou outro distúrbio convulsivo pode ser um indivíduo no qual ainda não foi diagnosticada epilépsia mas que tem um risco maior, do que a população em geral, para desenvolver epilépsia. Este "risco maior", pode ser determinado pelo reconhecimento de qualquer factor num indivíduo, ou no seu passado clínico familiar, exame físico ou teste que é indicador de um risco superior à média para desenvolver epilépsia. Por 28 conseguinte, esta determinação que um doente pode estar em "maior risco" por qualquer meio disponível pode ser utilizada para determinar se o doente deveria ser tratado com os compostos da presente invenção.
Os doentes que estão em maior risco também incluiriam, mas não se limitariam àqueles que não sofreram deterioração ou lesão do seu sistema nervoso central mas que têm uma probabilidade elevada de uma tal deterioração ou lesão devido ao seu estado físico ou ao seu ambiente. Isto incluiria, mas não se limitaria a doentes com um passado de Ataques Isquémicos Transitórios (TIA) ou estenose conhecida da artéria carótida ou simplesmente arteriosclerose significativa conhecida bem como doentes próximos de serem submetidos a um procedimento neurocirúrgico. Além disso, poderiam ser profilacticamente administrados com compostos da invenção, indivíduos com probabilidade de sofrer de deterioração neurológica devido a lesão de guerra ou desportiva; isto incluiria soldados em combate ou atletas em desportos de contacto violento, tal como pugilismo.
Por conseguinte, numa forma de realização ilustrativa, os indivíduos que podem beneficiar do tratamento com os compostos desta invenção podem ser identificados utilizando métodos de rastreio aceites para determinar factores de risco associados à epileptogénese, epilépsia ou outros distúrbios de convulsão.
Uma determinação que um indivíduo tem, ou pode estar em risco de desenvolver, epilépsia, outro distúrbio convulsivo também incluiria, por exemplo, uma avaliação médica que inclui um passado clínico minucioso, um exame físico e um conjunto relevante de testes sanguíneos. Aquela também pode incluir um electroencefalograma (EEG), tomografia computorizada (CT) , 29 imagiologia por ressonância magnética (MRI) ou tomografia de emissão de positrões (PET) . Uma determinação de um maior risco de desenvolver epilépsia também pode ser feita por meio de testes genéticos, incluindo obtenção de perfis de expressão genética ou técnicas proteómicas (Ver, Schmidt, D. Rogawski, M. A. Epilepsy Research 50; 71-78 (2002), e Loscher, W, Schmidt D. Epilepsy Research 50; 3-16 (2002)).
Estes métodos de rastreio incluem, por exemplo, processamentos médicos convencionais para determinar factores de risco que possam estar associados à epileptogénese incluindo mas não se limitando a, por exemplo, traumatismo craniano, fechado ou penetrante, procedimentos neurocirúrgicos, infecções do SNC, Nevralgia do Trigémio, bacteriana ou virai, doença cerebrovascular, incluindo mas não se limitando a ataque cardiaco ou um passado de TIA, tumores cerebrais, edema cerebral, cisticercose, porfíria, encefalopatia metabólica, abstinência de substâncias incluindo mas não se limitando a abstinência de hipnóticos sedativos ou álcool, passado perinatal anormal incluindo anoxia no parto ou lesão de qualquer tipo no parto, paralisia cerebral, deficiências na aprendizagem, hiperactividade, passado de convulsões febris, passado de estado epiléptico, passado familiar de epilépsia ou qualquer de um distúrbio relacionado com convulsão, doença inflamatória do cérebro ou vasos sanguíneos incluindo lúpus, intoxicação por substâncias, directamente ou por transferência placentária, incluindo mas não se limitando a toxicidade de cocaína e metanfetamina, consanguinidade parental e tratamento com medicações que baixam o limiar de convulsão, incluindo medicações psicotrópicas, tais como medicações antidepressivas ou antipsicóticas. 30
Nalgumas formas de realização, os compostos da presente invenção seriam utilizados para o fabrico de um medicamento para o propósito de tratar um doente necessitado de tratamento com um fármaco antiepileptogénico (AEGD). Isto incluiria o fabrico de um medicamento para o propósito de tratar um doente que está em risco de desenvolver; epilépsia, um distúrbio convulsivo ou fenómeno neurológico tipo convulsão relacionado com epilépsia ou distúrbio relacionado com convulsão, como definidos acima, ou qualquer distúrbio em que o estado clínico actual ou prognóstico do doente poderia beneficiar da supressão ou inibição do processo de epileptogénese para prevenir a extensão, agravamento ou maior resistência ao tratamento de qualquer distúrbio neurológico ou psiquiátrico. A determinação de quais os doentes que podem beneficiar do tratamento com um AEGD em doentes que não têm sinais clínicos ou sintomas de epilépsia ou outro distúrbio convulsivo pode basear-se numa variedade de "marcadores sucedâneos" ou "biomarcadores". Tais biomarcadores incluiriam mas não se limitariam a perfis de expressão de genes ou proteínas no tecido, sangue ou CSF ou à presença de marcadores genéticos, tal como SNP.
Como aqui utilizados, os termos "marcador sucedâneo" e "biomarcador" são utilizados alternadamente e referem-se a qualquer indicador ou marcador anatómico, bioquímico, estrutural, eléctrico, genético ou químico que pode ser correlacionado com segurança com a existência actual ou desenvolvimento futuro de epilépsia ou de um distúrbio convulsivo. Nalguns casos, podem ser utilizadas técnicas de imagiologia cerebral, tais como tomografia computorizada (CT) , imagiologia por ressonância magnética (MRI) ou tomografia de emissão de positrões (PET) ou outras técnicas de imagiologia 31 neurológica para determinar se um indivíduo está em risco de desenvolver um dos distúrbios anteriores.
Exemplos de biomarcadores adequados para os métodos desta invenção incluem, mas não se limitam à determinação por MRI, CT ou outras técnicas de imagiologia, de esclerose, atrofia ou perda de volume no hipocampo ou da presença de esclerose mesial temporal (MTS) ou patologia anatómica relevante semelhante; a detecção no sangue, soro ou tecidos do doente de uma espécie molecular, tais como uma proteína ou outro biomarcador bioquímico, e. g., níveis elevados de factor neurotrófico ciliar (CNTF) ou níveis elevados no soro de um produto de degradação neuronal; ou outra evidência de marcadores sucedâneos ou biomarcadores que o doente está necessitado de tratamento com um fármaco antiepileptogénico, e. g., um EEG sugestivo de um distúrbio convulsivo, fenómeno neurológico tipo convulsão relacionado com epilépsia ou distúrbio relacionado com convulsão.
Antecipa-se que serão desenvolvidos no futuro muitos mais desses biomarcadores utilizando uma grande variedade de técnicas de detecção. Pretende-se que qualquer marcador ou indicador da existência ou possível desenvolvimento futuro de um distúrbio convulsivo ou epilépsia possa ser utilizado nesta invenção para determinar a necessidade de tratamento com as composições e métodos desta invenção.
Nalgumas formas de realização da presente invenção, os compostos de carbamato adequados para utilização na prática desta invenção serão administrados isoladamente ou concomitantemente com, pelo menos, um ou mais de outros compostos ou agentes terapêuticos, e. g., com outros fármacos 32 antiepilépticos, fármacos anticonvulsivos ou fármacos neuroprotectores ou terapia electroconvulsiva (ECT). Nestas formas de realização, a presente invenção proporciona composições para tratar, prevenir ou reverter a epileptogénese
Como aqui utilizado, o termo "administração concomitante" ou "administração de associação" de um composto, agente terapêutico ou fármaco conhecido com um composto da presente invenção significa a administração do fármaco e um ou mais compostos numa altura tal, em que o fármaco conhecido é o composto terão um efeito terapêutico. Nalguns casos, este efeito terapêutico será sinérgico. Esta administração concomitante pode envolver administração simultânea (i. e. ao mesmo tempo), anterior ou subsequente do fármaco em relação à administração de um composto da presente invenção. Um especialista na matéria não teria dificuldade em determinar a altura, sequência e dosagens apropriadas de administração para fármacos e composições particulares da presente invenção. 0 referido um ou mais de outros compostos ou agentes terapêuticos pode ser seleccionado de compostos que têm uma ou mais das propriedades seguintes: actividade antioxidante; actividade antagonista do receptor de NMDA, aumento da inibição de GABA endógeno; actividade inibidora da NO-sintase; capacidade de fixação de ferro, e. g., um agente quelante de ferro; capacidade de fixação de cálcio, e. g., um agente quelante de Ca (II); capacidade de fixação de zinco, e. g., um agente quelante de Zn (II); a capacidade de bloquear eficazmente os canais de iões sódio ou cálcio ou abrir os canais de iões potássio ou cloreto no SNC de um doente, incluindo AED conhecidos ou são agentes terapêuticos úteis no tratamento de Abuso e dependência de Substâncias, incluindo mas não se limitando a metadona, 33 antipsicóticos, naloxona dissulfiram, bupropiona, benzodiazepinas, buspirona, antidepressivos, ou naltrexona.
Nalgumas formas de realização preferidas, o um ou mais de outros compostos ou agentes terapêuticos antagonizariam os receptores de NMDA por ligação aos receptores de NMDA (e. g., por ligação ao sítio de ligação da glicina dos receptores de NMDA) e/ou o agente aumentaria a inibição de GABA diminuindo a captação de GABA glial.
Além disso, os referidos um ou mais de outros compostos ou agentes terapêuticos pode ser qualquer agente que se sabe que suprime a actividade convulsiva, mesmo que não se saiba que esse composto inibe a epileptogénese. Tais agentes incluiriam mas não se limitariam a qualquer AED ou anticonvulsivo eficaz conhecido de um especialista na técnica ou verificado no futuro, por exemplo os agentes adequados incluem, mas não se limitam a; carbamazepina, clobazam, clonazepam, etossuximida, felbamato, gabapentina, lamotigina, levetiracetam, oxcarbazepina, fenobarbital, fenitoína, pregabalina, primidona, retigabina, talampanel, tiagabina, topiramato, valproato, vigabatrina, zonisamida, benzodiazepinas, barbituratos ou hipnóticos sedativos.
Definições
Como aqui utilizado, o termo "epileptogénese" significa os processos ou as alterações bioquímicas, genéticas, histológicas ou outras estruturais ou funcionais que tornam o tecido nervoso, incluindo o sistema nervoso central (SNC) susceptível a convulsões espontâneas, recorrentes. Além disso, o termo 34 "epileptogénese" também é aqui utilizado num sentido mais lato, para referir as alterações e processos que contribuem para a progressão clinica observada em doentes com epilépsia ou outro distúrbio convulsivo ou um distúrbio análogo relacionado com convulsão incluindo mas não se limitando ao agravamento ou progressão do distúrbio e os seus sintomas ou ao desenvolvimento de "resistência aos fármacos", em que o distúrbio se torna mais difícil de tratar em consequência de modificações neurobiológicas que resultam em sensibilidade reduzida ao fármaco ou do recrutamento pelo processo de epileptogénese de tecido nervoso não propenso a convulsão. 0 termo "inibição de epileptogénese", como aqui utilizado, refere-se à prevenção, abrandamento, paragem ou reversão do processo de epileptogénese. 0 termo "agente ou fármaco antiepileptogénico" (AEGD), como aqui utilizado, refere-se a um agente que é capaz de inibir a epileptogénese quando o agente é administrado a um indivíduo necessitado daquele. 0 termo "distúrbio convulsivo", como aqui utilizado, refere-se a um distúrbio num indivíduo no qual o indivíduo sofre de convulsões, e. g., convulsões devido a ataque epiléptico. Os distúrbios convulsivos incluem, mas não se limitam a epilépsia e convulsões não epilépticas, e. g., convulsões devido à administração de um agente convulsivo ou toxina ao indivíduo.
Como aqui utilizado, o termo "indivíduo" ou "doente" é um humano que ainda não manifestou os sintomas de epilepsia, mas que pode estar num grupo de risco elevado. 35
Como aqui utilizado, o termo "um indivíduo necessitado de tratamento com um AEGD" incluiria um indivíduo que não tem epilépsia mas que pode estar num grupo de risco elevado para desenvolver convulsões ou um distúrbio relacionado com convulsão devido a lesão ou traumatismo do sistema nervoso central (SNC) ou periférico (SNP). Um indivíduo ou doente é considerado como estando em risco elevado de desenvolver tais convulsões ou distúrbios relacionados com convulsão devido a lesão ou traumatismo do SNC ou SNP, devido a alguma predisposição bioquímica ou genética conhecida para epilépsia ou distúrbio análogo relacionado com convulsão, ou porque foi detectado um biomarcador ou marcador sucedâneo verificado de um ou mais destes distúrbios. 0 termo "um indivíduo necessitado de tratamento com um AEGD" também incluiria qualquer indivíduo cujo estado físico ou prognóstico poderia beneficiar de tratamento com um AEGD. Isto incluiria, mas não se limitaria a qualquer indivíduo identificado como estando em maior risco de desenvolver epilépsia, um distúrbio convulsivo ou fenómeno neurológico tipo convulsão relacionado com epilépsia ou distúrbio relacionado com convulsão como definidos acima, devido a qualquer factor de predisposição. Os factores de predisposição incluem, mas não se limitam a: lesão ou traumatismo de qualquer tipo do SNC ou SNP; infecções do SNC, e. g., meningite ou encefalite; anoxia; ataque cardíaco, i. e., acidentes cerebrovasculares (CVA); doenças autoimunes que afectam o SNC, e. g., lúpus; lesões de parto, e. g. , asfixia perinatal; paragem cardíaca; procedimentos cirúrgicos vasculares terapêuticos ou de diagnóstico, e. g., endarterectomia carotídea ou angiografia cerebral; cirurgia de ponte coronária; traumatismo da medula espinal; hipotensão; lesão do SNC por êmbolos, hiper ou hipoperfusão do SNC; hipoxia 36 que afecta o SNC; predisposição genética conhecida para distúrbios que se sabe que respondem a AEGD; lesões de compressão do SNC; tumores cerebrais, e. g., glioblastomas; sangramento ou hemorragia no ou circunjacente ao SNC, e. g. , sangramentos intracerebrais ou hematomas subdurais; edema cerebral; convulsões febris; hipertermia; exposição a agentes tóxicos ou venenosos; intoxicação por substâncias, e. g. cocaína; passado familiar de distúrbios de convulsão passado de estado epiléptico; tratamento actual com medicações que baixam o limiar de convulsão, e. g. , carbonato de lítio, torazina ou clozapina; evidência de marcadores sucedâneos ou biomarcadores que o doente está necessitado de tratamento com um fármaco antiepileptogénico, e. g. , varrimento por MRI que mostra esclerose do hipocampo ou outra patologia do SNC, níveis elevados de produtos de degradação neuronal no soro.
Como aqui utilizado, a menos que indicado de outro modo, o termo "epilépsia" deverá significar qualquer distúrbio no qual um indivíduo (de um modo preferido, um humano adulto, criança ou bebé) experimenta um ou mais convulsões e/ou tremores. Os exemplos adequados incluem, mas não se limitam a epilépsia (incluindo, mas não se limitando a epilépsias relacionadas com localização, epilépsias generalizadas, epilépsias com convulsões locais e generalizados e semelhantes), convulsões como uma complicação de uma doença ou estado (tais como convulsões associadas a encefalopatia, fenilcetonúria, doença juvenil de Gaucher, epilépsia mioclónica progressiva de Lundborg, ataque cardíaco, traumatismo craniano, stress, modificações hormonais, utilização ou abstinência de substâncias, utilização ou abstinência de álcool, privação de sono e semelhantes) e semelhantes. 0 termo destina-se a referir ao distúrbio clínico 37 independentemente do tipo de convulsão, origem da convulsão, progressão da convulsão ou causa ou etiologia subjacente. 0 termo "fármaco antiepiléptico" (AED) será utilizado alternadamente com o termo "agente anticonvulsivo", e como aqui utilizado, ambos os termos referem-se a um agente capaz de; tratar, inibir ou prevenir a actividade convulsiva ou ictogénese quando o agente é administrado a um indivíduo ou doente.
Como aqui utilizado, o termo "um indivíduo necessitado de tratamento com um AED" incluiria um indivíduo que se sabe que tem a doença de epilépsia ou que teve convulsões ou convulsões repetidos ou manifestou os sintomas de um distúrbio análogo relacionado com convulsão independentemente da etiologia destes sintomas.
Como aqui utilizado, "halogéneo" deverá significar cloro, bromo, flúor e iodo.
Como aqui utilizado, o termo "alquilo" quer utilizado sozinho ou como parte de um grupo substituinte, inclui cadeias lineares e ramificadas. Por exemplo, radicais alquilo incluem metilo, etilo, propilo, isopropilo, butilo, isobutilo, sec-butilo, t-butilo, pentilo e semelhantes. A menos que indicado de outro modo, "alquilo Ci_4" significa uma composição de cadeia de carbono de 1-4 átomos de carbono.
Quando um grupo particular está "substituído" (e. g., alquilo, fenilo, arilo, heteroalquilo, heteroarilo), esse grupo pode ter um ou mais substituintes, de um modo preferido, desde um a cinco substituintes, de um modo mais preferido, desde um a três substituintes, de um modo muito preferido, desde um a dois 38 substituintes, independentemente seleccionados da lista de substituintes.
Relativamente aos substituintes, o termo "independentemente" significa que quando é possível mais do que um desses substituintes, tais substituintes podem ser iguais ou diferentes uns dos outros.
Para proporcionar uma descrição mais concisa, algumas das expressões quantitativas aqui dadas não são qualificadas com o termo "cerca." Entenda-se que o termo "cerca" seja utilizado explicitamente ou não, todas as quantidades aqui fornecidas referem-se, ao valor efectivo indicado e referem-se, também, à aproximação desse valor indicado que seria razoavelmente deduzida com base na perícia corrente na técnica, incluindo aproximações devido às condições experimentais e/ou de medição para um tal valor indicado.
Os termos "indivíduo" ou "doente" são aqui utilizados alternadamente e como aqui utilizados referem-se a um humano que foi objecto de tratamento, observação ou experimentação.
Como aqui utilizado, o termo "composições" destina-se a abranger um produto compreendendo os ingredientes especificados nas quantidades especificadas, bem como qualquer produto que resulte, directa ou indirectamente, de associações dos ingredientes especificados nas quantidades especificadas.
Nos casos em que os compostos de acordo com esta invenção têm, pelo menos, um centro quiral, estes podem existir como enantiómeros. Nos casos em que os compostos possuem dois ou mais centros quirais, estes podem existir adicionalmente como 39 diastereómeros. Entender-se-á que todos esses isómeros e as suas misturas estão abrangidos no âmbito da presente invenção. Além disso, algumas das formas cristalinas dos compostos podem existir como polimorfos e, como tal, estão incluídas na presente invenção. Além disso, alguns dos compostos podem formar solvatos com água (i. e., hidratos) ou solventes orgânicos comuns e tais solvatos também estão incluídos no âmbito desta invenção. A presente invenção inclui no seu âmbito profármacos dos compostos desta invenção. Em geral, tais profármacos serão derivados funcionais de compostos que são facilmente convertidos in vivo no composto requerido. Assim, nos métodos de tratamento da presente invenção, o termo "administração" abrangerá o tratamento dos vários distúrbios descritos com as composições especificamente divulgadas ou com uma composição que pode não estar especificamente divulgada, mas que se converte no composto especificado in vivo após administração ao doente. Os procedimentos convencionais para selecção e preparação de derivados profármacos adequados são descritos, por exemplo, em "Design of Prodrugs", ed. H. Bundgaard, Elsevier, 1985.
Para utilização em medicina, os sais dos compostos desta invenção referem-se a "sais farmaceuticamente aceitáveis" não tóxicos. No entanto, outros sais podem ser úteis na preparação de compostos de acordo com esta invenção ou dos seus sais farmaceuticamente aceitáveis. Os sais farmaceuticamente aceitáveis adequados dos compostos, incluem os sais de adição de ácido os quais, por exemplo, podem ser preparados misturando uma solução do composto com uma solução de um ácido farmaceuticamente aceitável tais como ácido clorídrico, ácido sulfúrico, ácido fumárico, ácido maleico, ácido succínico, ácido 40 acético, ácido benzóico, ácido cítrico, ácido tartárico, ácido carbónico ou ácido fosfórico.
Além do mais, nos casos em que os compostos da invenção são portadores de uma unidade ácida, os seus sais farmaceuticamente aceitáveis adequados podem incluir os sais de metal alcalino, e. g., sais de sódio ou potássio; sais de metal alcalino-terroso, e. g., sais de cálcio ou magnésio; e sais preparados com ligandos orgânicos adequados, e. g., sais de amónio quaternário. Assim, os sais farmaceuticamente aceitáveis representativos incluem os seguintes; acetato, benzenossulfonato, benzoato, bicarbonato, bissulfato, bitartarato, borato, brometo, cálcio edetato, camsilato, carbonato, cloreto, clavulanato, citrato, dicloridrato, edetato, edisilato, estolato, esilato, fumarato, gluceptato, gluconato, glutamato, glicolilarsanilato, hexilresorcinato, hidrabamina, bromidrato, cloridrato, hidroxinaftoato, iodeto, isotionato, lactato, lactobionato, laurato, malato, maleato, mandelato, mesilato, metilbrometo, metilnitrato, metilsulfato, mucato, napsilato, nitrato, sal de amónio de N-metilglucamina, oleato, pamoate (embonato), palmitato, pantotenato, fosfato/difosfato, poligalacturonato, salicilato, estearato, sulfato, subacetato, succinato, tanato, tartarato, teoclato, tosilato, trietiodeto e valerato.
Os ácidos e bases representativos que podem ser utilizados nas preparações de sais farmaceuticamente aceitáveis incluem os seguintes: ácidos; incluindo ácido acético, ácido 2,2-dicloroacético, aminoácidos acilados, ácido adípico, ácido algínico, ácido ascórbico, ácido L-aspártico, ácido benzenossulfónico, ácido benzóico, ácido 4-acetamidobenzóico, ácido (+)-canfórico, ácido canforsulfónico, ácido 41 ( + ) -(IS)-canfor-10-sulfónico, ácido cáprico, ácido capróico, ácido caprilico, ácido cinâmico, ácido cítrico, ácido ciclâmico, ácido dodecilsulfúrico, ácido etano-1,2-dissulfónico, ácido etanossulfónico, ácido 2-hidroxi-etanossulfónico, ácido fórmico, ácido fumárico, ácido galactárico, ácido gentísico, ácido gluco-heptónico, ácido D-glucónico, ácido D-glucorónico, ácido L-glutâmico, ácido α-oxo-glutárico, ácido glicólico, ácido hipúrico, ácido bromídrico, ácido clorídrico, ácido (+)-L-láctico, ácido (±)-DL-láctico, ácido lactobiónico, ácido maleico, ácido (-)-L-málico, ácido malónico, ácido (±)-DL-mandélico, ácido metanossulfónico, ácido naftaleno-2-sulfónico, ácido naftaleno-1,5-dissulfónico, ácido l-hidroxi-2-naftóico, ácido nicotínico, ácido nítrico, ácido oleico, ácido orótico, ácido oxálico, ácido palmítico, ácido pamóico, ácido fosfórico, ácido L-piroglutâmico, ácido salicílico, ácido 4-amino-salicílico, ácido sebaico, ácido esteárico, ácido succínico, ácido sulfúrico, ácido tânico, ácido (+)-L-tartárico, ácido tiociânico, ácido p-toluenossulfónico e ácido undecilénico; e bases; incluindo amoníaco, L-arginina, benetamina, benzatina, hidróxido de cálcio, colina, deanol, dietanolamina, dietilamina, 2-(dietilamino)-etanol, etanolamina, etilenodiamina, N-metil-glucamina, hidrabamina, lH-imidazole, L-lisina, hidróxido de magnésio, 4-(2-hidroxietil)-morfolina, piperazina, hidróxido de potássio, 1-(2-hidroxietil)-pirrolidina, amina secundária, hidróxido de sódio, trietanolamina, trometamina e hidróxido de zinco. 0 termo "tratar" ou "tratamento", como aqui utilizado, refere-se a acções que originam quaisquer indícios de sucesso na prevenção ou melhoramento de uma lesão, patologia, sintomas ou condição, incluindo quaisquer parâmetros objectivos ou subjectivos, tais como enfraquecimento; remissão; diminuição de 42 sintomas ou tornando a lesão, patologia ou estado mais suportável pelo doente; abrandamento na taxa de degeneração ou declínio; tornando o ponto final de degeneração menos debilitante; ou melhorando o bem-estar físico ou mental do indivíduo.
Assim, o termo "tratamento" ou "tratar" destina-se a incluir qualquer acção que melhore, previna, reverta, pare ou iniba o processo patológico de epileptogénese, como esse termo é definido e aqui utilizado. 0 tratamento ou melhoramento de sintomas pode basear-se em parâmetros objectivos ou subjectivos; incluindo os resultados de um exame físico, exame neurológico e/ou avaliações psiquiátricas.
Por conseguinte, o termo "tratar" ou "tratamento" inclui a administração dos compostos ou agentes da presente invenção para tratar, prevenir, reverter, parar ou inibir o processo de epileptogénese. 0 termo "efeito terapêutico", como aqui utilizado, refere-se ao tratamento, inibição, enfraquecimento, reversão ou prevenção de epileptogénese, os efeitos ou sintomas de epileptogénese, ou efeitos secundários de epileptogénese num indivíduo. 0 termo "uma quantidade terapeuticamente eficaz" ou "uma dose terapeuticamente eficaz" são utilizados alternadamente e, como aqui utilizados, significam uma quantidade ou dose suficiente de um ou mais dos compostos ou composições da invenção para produzir um efeito terapêutico, como definido acima, num indivíduo ou doente necessitado desse; tratamento, inibição, enfraquecimento, reversão ou prevenção de 43 epileptogénese, dos efeitos ou sintomas de epileptogénese, ou efeitos secundários de epileptogénese. A gama de doses requerida para estes efeitos terapêuticos distintos diferirá de acordo com as caracteristicas do indivíduo ou doente e com a natureza exacta do estado a ser tratado. 0 termo "forma de dosagem farmacêutica", como esse termo é aqui utilizado, referir-se-á a uma forma de um ou mais dos compostos ou composições desta invenção, juntamente com excipientes farmaceuticamente aceitáveis para produzir uma formulação adequada para administração a um indivíduo. A forma pode ser adaptada para administração por qualquer via apropriada incluindo, mas não se limitando a oral, de libertação imediata e retardada, intravenosa (IV), transdérmica, intramuscular, intraventricular ou nasal e pode compreender; comprimidos, pílulas, cápsulas, semi-sólidos, pós, formulações de libertação prolongada, soluções, suspensões, emulsões, xaropes, elixires, aerossoles ou quaisquer outras composições apropriadas.
Regimes de Dosagem A quantidade do composto de carbamato necessária para tratar a epileptogénese é definida como uma quantidade ou dose terapêutica ou farmaceuticamente eficaz. Para se conseguir este objectivo, os compostos ou as composições desta invenção têm de ser utilizados na quantidade ou dose terapeuticamente eficaz correcta, como se descreve abaixo. 0 plano de dosagem e as quantidades eficazes para esta utilização, i. e., a dose ou regime de dosagem, dependerá de uma variedade de factores incluindo a natureza exacta da doença ou 44 lesão, do estado físico, peso, idade do doente e semelhantes. Ao calcular o regime de dosagem para um doente também é tido em consideração o modo de administração. A gama de doses que são esperadas serem eficazes na produção de um efeito antiepileptogénico em humanos nas situações clínicas grave e aguda que são análogas ao modelo com base em rato de lítio-pilocarpina no Exemplo 2 são determinadas comparando doses eficazes conhecidas e níveis no sangue em ratos e humanos.
Nos humanos, sabe-se que a farmacocinética de um dos compostos da invenção aqui referidos como Composto de Ensaio (TC), i. e., Fórmula 7, é linear após administração oral única e repetida em homens adultos saudáveis. Níveis no sangue em humanos;
Nos estudos toxicológicos em humanos, a administração oral do Composto de Ensaio a várias doses durante 7 dias produziu os C max e AUC (0-24) seguintes: 1) A 100 mg. b.i.d. (200 mg em 24 horas ou 2,85 mg/kg/dia num humano de 70 kg) o C max foi de 3,6-micrograma/mL e a AUC foi de 42,2 micrograma-hora/mL; 2) A 250 mg. b.i.d (500 mg em 24 horas ou 7,14 mg/kg/dia num humano de 70 kg) o C max foi de 8,2 micrograma/mL e a AUC foi de 102,3 micrograma-hora/mL; 45 3) A 500 mg. b.i.d. (1000 mg em 24 horas ou 14,28 mg/kg/dia num humano de 70 kg) o C max foi de 17,2-micrograma/mL e a AUC foi de 204,1 micrograma-hora/mL; 4) A 750 mg. b.i.d. (1500 mg em 24 horas ou 21,4 mg/kg/dia num humano de 70 kg) o C max foi de 2 8,2-micrograma/mL e a AUC foi de 322,7 micrograma-hora/mL. Níveis no sangue em ratos;
Nos estudos toxicológicos em ratos, a administração oral do Composto de Ensaio (TC) durante 8 dias produziu o C max e AUC seguintes: 1) A 30 mg/kg/dia o C max foi de 9,33 micrograma/ mL e a AUC foi de 97,32 micrograma-hora/mL; 2) A 100 mg/kg/dia o C max foi de 20,63 micrograma/ mL e a
AUC foi de 230,33 micrograma-hora/mL 3) A 300 mg/kg/dia o C max foi de 70,34 micrograma/ mL e a
AUC foi de 525,95 micrograma-hora/mL
As doses testadas em ratos relativamente ao efeito antiepileptogénico no Exemplo 2, variaram dsde 30 mg/kg/dia a 120 mg/kg/dia. A dose mais baixa testada neste Exemplo, i. e., 30 mg/kg, produziu alguns efeitos protectores mensuráveis enquanto a dose mais baixa testada no Exemplo 1 foi 10 mg/kg/dia e produziu efeitos protectores mínimos ou nulos (Ver Exemplos 1 e 2 abaixo). Em ratos, seria esperado que doses desde 30 mg/kg/dia de Composto de Ensaio (TC) produzissem níveis no 46 sangue de; C max de 9,33 micrograma/mL e uma AUC de 97,32 micrograma-hora/mL. Em humanos, seria esperado estes níveis no sangue a doses desde cerca de 500 mg/dia a cerca de 600 mg/dia ou desde cerca de 7,1 a cerca de 8,6 mg/kg/dia num humano de 70 kg.
No entanto, nos Exemplos 1 e 2 foram necessárias doses e níveis no sangue relativamente elevados devido ao modelo animal agudo e muito grave que foi utilizado e à necessidade de produzir efeitos antiepileptogénicos dramáticos e rápidos demonstrados. Além disso, neste modelo animal agudo grave o composto foi administrado depois de ter ocorrido o evento ou a lesão traumática, i. e., a indução de estado epiléptico pela administração de Li-Pilocarpina. Este tipo de modelo pós-lesão provavelmente correlaciona com situações analogamente agudas e graves em doentes humanos incluindo mas não se limitando ao início da medição depois de já ter ocorrido a lesão do SNC.
Nestas situações é expectável que as dosagens necessárias para um efeito antiepileptogénico sejam superiores às que seriam provavelmente necessárias em circunstâncias menos agudas ou graves ou em situações crónicas e especialmente nos casos em que a medicação é utilizada profilacticamente.
Na situação em que a medicação é utilizada profilacticamente numa prevenção primária ou paradigma de pré-tratamento, será esperado que as doses e níveis no sangue requeridos para produzir efeitos antiepileptogénicos clinicamente importantes sejam algo menores do que o equivalente humano da dose de 30 mg/kg/dia nos Exemplos 2.
Como tal, na maioria dos casos, as doses que se espera que sejam terapeuticamente eficazes na prática clínica seriam menores do que as identificadas neste modelo animal grave de epileptogénese. A ED50 para o Composto de Ensaio para prevenção de convulsões em ratos é desde cerca de 4 mg/kg a cerca de 30 mg/kg (dependendo do tempo e tipo de experiência) pelo que uma dose eficaz mínima de 30 mg/kg nos modelos de epileptogénese em rato não é inesperada. Com base nestes dados, uma dose antiepileptogénica eficaz humana expectável seria superior à dose mínima necessária para eficácia anticonvulsiva em humanos. Num paradigma de prevenção primário, onde a administração é feita muito antes de ser iniciada qualquer ofensa ou processo patológico, será esperado que as doses e níveis no sangue eficazes em humanos sejam algo inferiores ao equivalente humano da dose de 3 0 mg/kg que se determinou ser minimamente eficaz no modelo de lítio-pilocarpina em rato nos Exemplos 1 e 2.
Em doentes humanos, num paradigma de prevenção primário em que a medicação começaria antes de qualquer lesão ou deterioração do sistema nervoso humano, será esperado que os limites inferiores de uma dose antiepileptogénica sejam desde cerca de 400 mg/dia a cerca de 500 mg/dia ou cerca de 5,7 mg/kg/dia a cerca de 7,14 mg/kg/dia. Nas situações em que a medicação é iniciada após a lesão ter sido continuada será esperado que a gama de dose seja algo superior, por exemplo, cerca de 500 mg/dia a cerca de 600 mg/dia ou cerca de 7,14 a cerca de 8,6 mg/kg/dia num humano de 70 kg.
Os compostos e composições da invenção não têm uma extremidade teórica superior relativamente à sua gama de dose clinicamente eficaz. Assim, a extremidade superior da gama terapeuticamente eficaz seria determinada pela quantidade máxima que poderia ser tolerada pelo doente. No entanto, seria esperado, com base nos dados acima que a dose mais elevada, 48 testada em ratos, i. e., 120 mg/kg, a qual mostrou efeitos neuroprotectores e antiepileptogénicos acentuados, tivesse um C max e AUC semelhantes ou inferiores ao produzidos em humanos a uma dose de 750 mg duas vezes por dia (1500 mg/dia ou aproximadamente 21,4 mg/kg/dia) . Esta dose foi facilmente tolerada em humanos e a dose máxima tolerada seria consideravelmente maior do que esta para muitos doentes eventualmente 2500 até 3000 mg/dia ou cerca de 35,7 mg/kg/dia a cerca de 42,9 mg/kg/dia num humano de 70 kg.
Assim, os compostos e composições farmacêuticos da invenção podem ser administrados a uma dosagem desde cerca de 5,7 mg/kg/dia a cerca de 43,0 mg/kg/dia (400-3000 mg/dia num humano de 70 kg), de um modo preferido, desde cerca de 6,4 a cerca de 35,7 mg/kg/dia (4550-2500 mg/dia num humano de 70 kg), de um modo mais preferido, desde cerca de 7, 1 a cerca de 28,6 mg/kg/dia (500-2000 mg/dia num humano de 70 kg) ou, de um modo ainda mais preferido, desde cerca de 7, 8 a cerca de 21, 4 mg/kg/dia (550-1500 mg/dia num humano de 70 kg) ou, de um modo muito preferido, desde cerca de 8 ,6 a cerca de 17,1 mg/kg/dia (600-1200 mg/dia num humano de 70 kg) . No entanto, estas dosagens podem ser modificadas dependendo das características individuais e das tolerâncias do indivíduo e da natureza exacta do estado a ser tratado.
Com base nesta divulgação, um técnico médio na matéria será capaz, sem experimentação excessiva, tendo em consideração essa perícia, determinar uma dose ou quantidade terapeuticamente eficaz de um composto de carbamato substituído particular da invenção, para tratar epilépsia e para produzir um efeito antiepileptogénico clinicamente significativo. (Ver, e. g., Lieberman, Pharmaceutical Dosage Form (Vols. 1-3, 1992); Lloyd, 49 1999, The art, Science and Technology of Pharmaceutical Compounding; e Pickar, 1999, Dosage Calculations).
Uma dose terapeuticamente eficaz é também aquela em que quaisquer efeitos secundários tóxicos ou prejudiciais do agente activo são mais que compensados em termos clínicos pelos efeitos terapeuticamente benéficos. Assinale-se ainda que para cada indivíduo particular, os regimes de dosagem específicos deveriam ser avaliados e ajustados ao longo do tempo de acordo com as necessidades do indivíduo e opinião profissional da pessoa que administra ou supervisiona a administração dos compostos. Também será esperado que as composições desta invenção possam ser iniciadas a uma dose baixa ou moderada e, em seguida, aumentada até uma dose e nível no sangue integralmente eficazes em termos terapêuticos ao longo de um período de tempo.
Para efeitos de tratamento, as composições ou os compostos aqui divulgados podem ser administrados ao indivíduo numa única administração de "bólus", via administração contínua ao longo de um período de tempo prolongado ou num protocolo de administração repetida (e. g. , por um protocolo de administração repetida de hora a hora, diariamente ou semanalmente). As formulações farmacêuticas da presente invenção podem ser administradas, por exemplo, uma ou mais vezes ao dia, 3 vezes por semana ou semanalmente. Numa forma de realização da presente invenção, as formulações farmacêuticas da presente invenção são administradas por via oral uma ou duas vezes por dia.
Nalgumas formas de realização, um regime de tratamento com os compostos da presente invenção pode começar, por exemplo, depois de um indivíduo sofrer uma lesão no cérebro ou outra ofensa inicial, mas antes de ser diagnosticada epilépsia no 50 indivíduo, e. g., antes do indivíduo ter uma primeira ou segunda convulsão. Numa forma de realização, um indivíduo que está a ser tratado com um composto possuindo potencial epileptogénico, e. g., fármaco psicotrópico, ou um indivíduo possuindo uma doença associada a um risco de desenvolver epilépsia, e. g., autismo, pode começar um regime de tratamento com um composto de carbamato da presente invenção.
Ainda noutras formas de realização, um regime de tratamento com os compostos da presente invenção pode começar antes de ter ocorrido qualquer deterioração ou lesão do sistema nervoso mas numa altura em que pode ser esperada ou é provável que ocorra essa deterioração ou lesão. Por exemplo, um tal regime de tratamento pode começar antes de um indivíduo ser submetido a um procedimento neurocirúrgico ou em que é provável que venha a sofrer traumatismos cranianos ou cerebrais ou de outro tipo, e. g., combate, desportos violentos ou corridas, acidentes vasculares cerebrais recorrentes, TIA, etc.
Em determinadas formas de realização; os compostos de carbamato podem ser administrados diariamente durante um período de tempo estabelecido (semana, mês, ano) após a ocorrência da lesão cerebral ou ofensa inicial. Um médico assistente saberá como determinar se um composto de carbamato atingiu um nível terapeuticamente eficaz, e. g., exame clínico de um doente ou medindo os níveis de fármaco no sangue ou fluido cerebrospinal. Um especialista na técnica seria capaz de determinar a dose máxima tolerada por meio de um exame físico para determinar a presença e gravidade de efeitos secundários, tais como discurso pouco claro, letargia ou coordenação reduzida. 51
Neste contexto, uma dosagem terapeuticamente eficaz do(s) agente(s) biologicamente activo(s) pode incluir doses repetidas num regime de tratamento prolongado que produzirá resultados clinicamente significativos para prevenir, reverter, parar ou inibir a epileptogénese. A determinação de dosagens eficazes neste contexto baseia-se tipicamente em estudos de modelos animais seguidos de ensaios clínicos humanos e é orientada pela determinação das dosagens eficazes e protocolos de administração que reduzem significativamente a ocorrência ou gravidade de sintomas ou condições da exposição selectiva no indivíduo. Os modelos adequados a este respeito incluem, por exemplo, modelos murídeos, em ratos, suínos, felinos, primatas não humanos e outros modelos animais aceites, conhecidos na técnica. Alternativamente, as dosagens eficazes podem ser determinadas utilizando modelos in vitro (e. g., ensaios imunológicos e histopatológicos). Utilizando tais modelos são apenas tipicamente necessários cálculos e ajustes correntes para determinar uma concentração e dose apropriada para administrar uma quantidade terapeuticamente eficaz do(s) agentes(s) biologicamente activo(s) (e. g. , quantidades que são eficazes por via intranasal, eficazes por via transdérmica, eficazes por via intravenosa ou eficazes por via intramuscular para desencadear uma resposta desejada).
Numa forma de realização ilustrativa da presente invenção, são preparadas formas de dosagem unitárias dos compostos para regimes de administração padrão. Deste modo, a composição pode ser facilmente subdividida em doses mais pequenas sob orientação do médico. Por exemplo, as dosagens unitárias podem ser transformadas em pós embalados, frascos ou ampolas e, de um modo preferido, na forma de cápsula ou comprimido. 52 0 composto activo presente nestas formas de dosagem unitárias da composição podem estar presentes numa quantidade de, por exemplo, desde cerca de 25 mg a cerca de 800 mg ou, de um modo preferido, em quantidades de dosagem unitárias desde cerca de; 50, 100, 200 250, 400, 450, 500 e 600 mg de um ou mais dos compostos de carbamato activos da invenção, para administração diária única ou múltipla, de acordo com a necessidade particular do doente.
Compostos de Carbamato como Fármacos: A presente invenção proporciona misturas enantioméricas e enantiómeros isolados de Fórmula 1 e/ou Fórmula 2 como fármacos. Os compostos de carbamato são formulados como fármacos para tratar a epileptogénese.
Composições Farmacêuticas A presente invenção compreende ainda composições farmacêuticas contendo um ou mais compostos de Fórmula 1 ou Fórmula 2 com um veiculo farmaceuticamente aceitável.
As composições farmacêuticas contendo um ou mais dos compostos da invenção aqui descritos como o ingrediente activo podem ser preparadas misturando infimamente o composto ou compostos com um veiculo farmacêutico de acordo com técnicas convencionais de formulação farmacêutica. 0 veiculo pode tomar uma grande variedade de formas dependendo da via de administração desejada (e. g., oral, parentérica) . Assim, para preparações liquidas orais, tais como suspensões, elixires e 53 soluções, os veículos e aditivos adequados incluem água, glicóis, óleos, álcoois, aromatizantes, conservantes, estabilizantes, corantes e semelhantes; para preparações sólidas orais, tais como pós, cápsulas e comprimidos, os veículos e aditivos adequados incluem amidos, açúcares, diluentes, agentes de granulação, lubrificantes, aglutinantes, desintegrantes e semelhantes. As preparações sólidas orais também podem estar revestidas com substâncias, tal como açúcares ou estar revestidas entericamente de modo a modular o sítio principal de absorção. Para administração parentérica, o veículo consistirá geralmente de água estéril e podem ser adicionados outros ingredientes para aumentar a solubilidade ou conservação. Também podem ser preparadas suspensões ou soluções injectáveis utilizando veículos aquosos juntamente com aditivos apropriados.
Para preparar as composições farmacêuticas desta invenção, um ou mais compostos da presente invenção como o ingrediente activo são intimamente misturados com um veículo farmacêutico de acordo com técnicas convencionais de formulação farmacêutica, veículo esse que pode tomar uma grande variedade de formas dependendo da forma de preparação desejada para administração, e. g., oral ou parentérica, tal como intramuscular. Na preparação de composições na forma de dosagem oral pode utilizar-se qualquer um dos meios farmacêuticos habituais. Assim, para preparações orais líquidas, tais como, por exemplo, suspensões, elixires e soluções, os veículos e aditivos adequados incluem água, glicóis, óleos, álcoois, aromatizantes, conservantes, corantes e semelhantes; para preparações sólidas orais tais como, por exemplo, pós, cápsulas, comprimidos ovais, cápsulas de gelatina e comprimidos, os veículos e aditivos adequados incluem amidos, açúcares, diluentes, agentes de granulação, lubrificantes, aglutinantes, desintegrantes e 54 semelhantes. Devido à sua facilidade de administração, os comprimidos e cápsulas representam a forma unitária de dosagem oral mais vantajosa, em cujo caso são obviamente utilizados veículos farmacêuticos sólidos.
Se desejado, os comprimidos podem ser revestidos com açúcar ou com revestimento entérico por técnicas correntes. Para utilização parentérica, o veículo compreenderá geralmente água estéril, embora possam ser incluídos outros ingredientes, por exemplo, para efeitos, tais como auxiliar a solubilidade ou para conservação. Também podem ser preparadas suspensões injectáveis, em cujo caso podem ser utilizados veículos líquidos, agentes de suspensão apropriados e semelhantes.
Aqui as composições farmacêuticas conterão, por unidade de dosagem, e. g., comprimido, cápsula, pó, injecção, conteúdo de uma colher de chá e semelhantes, uma quantidade do ingrediente activo necessária para administrar uma dose eficaz como descrita acima. Aqui as composições farmacêuticas conterão, por unidade de dosagem unitária, e. g. , comprimido, cápsula, pó, injecção, supositório, conteúdo de uma colher de chá e semelhantes, desde cerca de 10 mg a cerca de 1000 mg de um ou mais compostos de Fórmula 1 ou Fórmula 2 e, de um modo preferido, doses unitárias desde cerca de 25 mg a cerca de 800 mg e, de um modo mais preferido, em doses unitárias desde cerca de 50 mg, 100 mg, 250 mg, 400 mg, 450 mg, 500 mg e 600 mg.
As composições farmacêuticas podem ser administrados a uma dosagem desde cerca de 5,7 mg/kg/dia a cerca de 43,0 mg/kg/dia (400-3000 mg/dia num humano de 70 kg), de um modo preferido, desde cerca de 6,4 mg/kg/dia a cerca de 35,7 mg/kg/dia (450-2500 mg/dia num humano de 70 kg), de um modo mais 55 preferido, desde cerca de 7,1 mg/kg/dia a cerca de 28,6 mg/kg/dia (500-2000 mg/dia num humano de 70 kg), ou de um modo ainda mais preferido, desde cerca de 7,9 mg/kg/dia a cerca de 21,4 mg/kg/dia (550-1500 mg/dia num humano de 70 kg) ou, de um modo muito preferido, desde cerca de 8,6 a cerca de 17,1 mg/kg/dia (600-1200 mg/dia num humano de 70 kg). No entanto, as dosagens podem ser modificadas dependendo dos requisitos do doente, da gravidade do estado a ser tratado e do composto a ser utilizado.
Vantajosamente, os compostos da presente invenção podem ser administrados numa única dose diária ou a dosagem diária total pode ser administrada em doses divididas de duas, três ou quatro vezes por dia. Além disso, os compostos da presente invenção podem ser administrados na forma intranasal via utilização tópica de veiculos intranasais adequados, ou via adesivos transdérmicos bem conhecidos dos especialistas na matéria. Ao ser administrada na forma de um sistema de administração transdérmico, a administração da dosagem será, evidentemente, continua em vez de alternada ao longo do regime de dosagem.
De um modo preferido, estas composições estão em formas de dosagem unitárias, tais como comprimidos, pílulas, cápsulas, pós, granulados, soluções ou suspensões parentérica estéreis, aerossoles ou formulações para pulverização de volume medido, gotas, ampolas, dispositivos auto-injectores ou supositórios; para administração oral, parentérica, intranasal, sublingual ou rectal, ou para administração por inalação ou insuflação. Alternativamente, a composição pode ser apresentada numa forma adequada para administração uma vez por semana ou uma vez por mês; por exemplo, um sal insolúvel do composto activo, tal como o sal de decanoato, pode ser adequado para proporcionar uma 56 preparação de deposição para injecção intramuscular. Para preparar composições sólidas, tais como comprimidos, o ingrediente activo principal é misturado com um veiculo farmacêutico, e. g. , ingredientes convencionais para a preparação de comprimidos tais como amido de milho, lactose, sacarose, sorbitol, talco, ácido esteárico, estearato de magnésio, fosfato dicálcico ou gomas, e outros diluentes farmacêuticos, e. g. água, para formar uma composição de pré-formulação sólida contendo uma mistura homogénea de um composto da presente invenção ou um seu sal farmaceuticamente aceitável. Quando se refere estas composições de pré-formulação como homogéneas, pretende-se referir que o ingrediente activo está disperso de modo uniforme ao longo da composição, pelo que a composição pode ser prontamente subdividida em formas de dosagem igualmente eficazes, tais como comprimidos, pílulas e cápsulas. Esta composição de pré-formulação sólida é, depois, subdividida em formas de dosagem unitárias do tipo descrito acima contendo de 25, 0 mg a cerca de 800 mg do ingrediente activo da presente invenção.
Os comprimidos ou pílulas da nova composição podem ser revestidos ou formulados de outro modo para proporcionar uma forma de dosagem possuindo a vantagem de acção prolongada. Por exemplo, o comprimido ou pílula pode compreender uma componente de dosagem interior e uma componente de dosagem exterior, estando a última na forma de um envelope sobre a primeira. As duas componentes podem ser separadas por uma camada entérica que serve para resistir à desintegração no estômago e permite que a componente interior passe intacta para o duodeno ou que seja de libertação retardada. Pode utilizar-se uma diversidade de materiais para tais camadas ou revestimentos entéricos, incluindo esses materiais um número de ácidos poliméricos com 57 materiais, tais como goma-laca, álcool cetilico e acetato de celulose.
As formas liquidas nas quais as novas composições da presente invenção podem ser incorporadas para administração por via oral ou por injecção incluem, soluções aquosas, xaropes adequadamente aromatizados, suspensões aquosas ou oleosas, e emulsões aromatizadas com óleos comestíveis tais como óleo de semente de alqodão, óleo de sésamo, óleo de coco ou óleo de amendoim, bem como elixires e veículos farmacêuticos semelhantes. Os agentes de dispersão ou suspensão adequados para suspensões aquosas incluem gomas sintéticas e naturais tais como tragacanta, goma-arábica, alginato, dextrano, carboximetilcelulose de sódio, metilcelulose, polivinil-pirrolidona ou gelatina.
Por exemplo, para administração oral na forma de um comprimido ou cápsula, o componente fármaco activo pode ser combinado com um veículo inerte, farmaceuticamente aceitável, não tóxico, oral, tais como etanol, glicerol, água e semelhantes. Além disso, quando desejado ou necessário, também podem ser incorporados na mistura aglutinantes; lubrificantes, desintegrantes e corantes adequados. Os aglutinantes adequados incluem, sem restrição, amido, gelatina, açúcares naturais, tais como glucose ou beta-lactose, adoçantes de milho, gomas naturais e sintéticas, tais como goma-arábica, tragacanta ou oleato de sódio, estearato de sódio, estearato de magnésio, benzoato de sódio, acetato de sódio, cloreto de sódio e semelhantes. Os desintegrantes incluem, sem limitação, amido, metilcelulose, agar, bentonite, goma de xantana e semelhantes. 58
As formas de dosagem líquidas em agentes de suspensão ou dispersão adequadamente aromatizados, tais como as gomas sintéticas e naturais, por exemplo, tragacanta, goma-arábica, metilcelulose e semelhantes. Para administração parentérica são desejadas suspensões e soluções estéreis. Utiliza-se preparações isotónicas, as quais contêm geralmente conservantes adequados, quando é desejada a administração intravenosa.
As dosagens óptimas a serem administradas podem ser facilmente determinadas pelos especialistas na técnica e variarão com o composto particular utilizado, o modo de administração, a potência da preparação, o modo de administração e o avanço do estado patológico. Além disso, factores associados ao doente particular a ser tratado, incluindo idade, peso, regime alimentar do doente e tempo de administração, resultarão na necessidade de ajustar as dosagens.
Um especialista na técnica reconhecerá que os ensaios in vivo e in vitro utilizando modelos celulares e/ou animais adequados, conhecidos e geralmente aceites, permitem prever a aptidão de um composto de ensaio para tratar ou prevenir um dado distúrbio.
Um especialista na técnica reconhecerá ainda que podem ser concluídos ensaios clínicos humanos incluindo ensaios primeiro em humanos, de gama de dosagem e de eficácia, em doentes saudáveis e/ou naqueles que sofrem de um dado distúrbio, de acordo com métodos bem conhecidos nas técnicas clínica e médica.
Em geral, os compostos de carbamato da presente invenção podem ser administrados como composições farmacêuticas por qualquer método conhecido na técnica para administrar fármacos 59 terapêuticos incluindo oral, bucal, tópico, sistémico (e. g., transdérmico, intranasal ou supositório) ou parentérico (e. g., injecção intramuscular, subcutânea ou intravenosa.) A administração dos compostos directamente no sistema nervoso pode incluir, por exemplo, a administração pelas vias de administração intracerebral, intraventricular, intacerebroventricular, intratecal, intracisternal, intraespinal ou peri-espinal através da administração via agulhas ou cateteres intracranianos ou intravertebrais com ou sem dispositivos de bomba.
As composições podem tomar a forma de comprimidos, pílulas, cápsulas, semi-sólidos, pós, formulações de libertação prolongada, soluções, suspensões, emulsões, xaropes, elixires, aerossoles ou quaisquer outras composições apropriadas; e compreendem, pelo menos, um composto desta invenção em associação com pelo menos um excipiente farmaceuticamente aceitável. Os excipientes adequados são bem conhecidos dos especialistas na matéria e estes e os métodos de formulação de composições, podem ser encontrados em referências clássicas tais como Alfonso AR: Remington's Pharmaceutical Sciences, 17a ed., Mack Publishing Company, Easton PA, 1985, cuja divulgação é aqui incorporada por referência na sua totalidade e para todos os efeitos. Os veículos líquidos adequados, especialmente para soluções injectáveis, incluem água, soro fisiológico, solução aquosa de dextrose e glicóis.
Os compostos de carbamato podem ser proporcionados como suspensões aquosas. As suspensões aquosas da invenção podem conter um composto de carbamato misturado com excipientes adequados para o fabrico de suspensões aquosas. Tais excipientes podem incluir, por exemplo, um agente de suspensão, tais como 60 carboximetilcelulose de sódio, metilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, alginato de sódio, polivinilpirrolidona, goma de tragacanta e goma-arábica, e agentes de dispersão ou humectantes, tais como um fosfatideo natural (e. g., lecitina), um produto de condensação de um óxido de alquileno com um ácido gordo (e. g., estearato de polioxietileno), um produto de condensação de óxido de etileno com um álcool alifático de cadeia longa (e. g., heptadecaetileno oxicetanol), um produto de condensação de óxido de etileno com um éster parcial derivado de um ácido gordo e um hexitol (e. g., mono-oleato de polioxietileno sorbitol) ou um produto de condensação de óxido de etileno com um éster parcial derivado de ácido gordo e um anidrido de hexitol (e. g., mono-oleato de polioxietileno sorbitano). A suspensão aquosa também pode conter um ou mais conservantes, tais como p-hidroxibenzoato de etilo ou n-propilo, um ou mais corantes, um ou mais aromatizantes e um ou mais edulcorantes, tais como sacarose, aspartamo ou sacarina. As formulações podem ser ajustadas em relação à osmolaridade.
As suspensões oleosas para utilização nos actuais métodos podem ser formuladas suspendendo um composto de carbamato num óleo vegetal, tais como óleo de amendoim, azeite, óleo de sésamo ou óleo de coco, ou num óleo mineral, tal como parafina líquida; ou uma sua mistura. As suspensões oleosas podem conter um agente espessante, tais como cera de abelha, parafina dura ou álcool cetílico. Podem ser adicionados edulcorantes para proporcionar uma preparação oral agradável ao paladar, tais como glicerol, sorbitol ou sacarose. Estas formulações podem ser conservadas pela adição de um antioxidante tal como ácido ascórbico. Como um exemplo de um veículo oleoso injectável, ver Minto, J. 61
Pharmacol. Exp. Ther. 281:93-102, 1997. As formulações farmacêuticas da invenção também podem estar na forma de emulsões óleo em água. A fase oleosa pode ser um óleo vegetal ou um óleo mineral, descrito acima ou uma sua mistura.
Os agentes emulsionantes adequados incluem gomas naturais, tais como goma-arábica e goma de tragacanta, fosfatídeos naturais, tais como lecitina de soja, ésteres ou ésteres parciais derivados de ácidos gordos e anidridos de hexitol, tais como mono-oleato de sorbitano e produtos de condensação destes ésteres parciais com óxido de etileno, tais como mono-oleato de polioxietileno e sorbitano. A emulsão também pode conter edulcorantes e aromatizantes, como na formulação de xaropes e elixires. Tais formulações também podem conter um demulcente, um conservante ou um corante. O composto de eleição, sozinho ou em associação com outros componentes adequados podem ser transformados em formulações de aerossol (i. e., eles podem ser "nebulizados") para serem administrados via inalação. As formulações de aerossol podem ser colocadas em propulsores aceitáveis pressurizados, tais como diclorodifluorometano, propano, azoto e semelhantes.
As formulações da presente invenção adequadas para administração parentérica, tais como, por exemplo, pelas vias intraarticular (nas articulações), intravenosa, intramuscular, intradérmica, intraperitoneal, intraventricular e subcutânea, podem incluir solução injectáveis isotónicas estéreis, aquosas ou não aquosas, as quais podem conter antioxidantes, tampões, bacteriostáticos e solutos para tornar a formulação isotónica com o sangue do receptor pretendido, e suspensões estéreis aquosas e não aquosas que podem incluir agentes de suspensão, 62 solubilizantes, agentes espessantes, estabilizantes e conservantes. Entre os veículos e solventes aceitáveis que podem ser utilizados encontram-se a água e a solução de Ringers, um cloreto de sódio isotónico. Além disso, podem ser convencionalmente utilizados óleos fixos estéreis como um solvente ou meio de suspensão. Para este feito pode utilizar-se qualquer óleo fixo suave incluindo mono- ou diglicéridos sintéticos. Além disso, também podem ser utilizados ácidos gordos, tal como ácido oleico, na preparação de injectáveis. Estas soluções são estéreis e geralmente isentas de matéria indesejável.
Nos casos em que os compostos são suficientemente solúveis eles podem ser directamente dissolvidos em soro fisiológico normal com ou sem a utilização de solventes orgânicos adequados, tal como propilenoglicol ou polietilenoglicol. Podem ser preparadas dispersões dos compostos finamente divididos em solução aquosa de amido ou carboximetilcelulose de sódio, ou num óleo adequado, tal como óleo de amendoim. Estas formulações podem ser esterilizadas por técnicas de esterilização convencionais, bem conhecidas. As formulações podem conter substâncias auxiliares farmaceuticamente aceitáveis como requerido para se aproximar dos estados fisiológicos, tais como agentes de ajuste de pH e tampões, agentes de ajuste da toxicidade, e. g. , acetato de sódio, cloreto de sódio, cloreto de potássio, cloreto de cálcio, lactato de sódio e semelhantes. A concentração de um composto de carbamato nestas formulações pode variar muito e será principalmente seleccionada com base nos volumes, viscosidades do fluido, peso corporal e semelhantes, de acordo com o modo de administração particular seleccionado e as necessidades do doente. Para administração IV, 63 a formulação pode ser uma preparação injectável estéril, tais como uma suspensão aquosa ou oleaginosa injectável estéril. Esta suspensão pode ser formulada de acoredo com a técnica conhecida utilizando os agentes de dispersão ou humectantes e agentes de suspensão adequados. A preparação injectável estéril também pode ser uma solução ou suspensão injectável estéril num diluente ou solvente não tóxico, parentericamente aceitável, tal como uma solução de 1,3-butanodiol.
Estas formulações podem ser apresentadas em recipientes selados de dose unitária ou multidose, tais como ampolas e frasquinhos. As soluções e suspensões injectáveis podem ser preparadas de pós, granulados e comprimidos estéreis do tipo anteriormente descrito.
Um composto de carbamato adequado para utilização na prática desta invenção pode ser e é, de um modo preferido, administrado por via oral. A quantidade de um composto da presente invenção na composição pode variar muito dependendo do tipo de composição, tamanho de uma dosagem unitária, tipo de excipientes e outros factores bem conhecidos dos técnicos médios na matéria. Em geral, a composição final pode compreender, por exemplo, de 1,0% por cento em peso (% p) até 90% p do composto de carbamato, de um modo preferido, 10% p a 75% p, com o remanescente a corresponder ao excipiente ou excipientes.
As formulações farmacêuticas para administração oral podem ser formuladas utilizando veículos farmaceuticamente aceitáveis bem conhecidos na técnica em dosagens adequadas para administração oral. Tais veículos permitem que as formulações farmacêuticas sejam formuladas em formas de dosagem unitárias como comprimidos, pílulas, pó, drageias, cápsulas, líquidos, 64 pastilhas, geles, xaropes, pastas, suspensões, etc. adequadas para ingestão pelo doente.
As formulações adequadas para administração oral podem consistir de (a) soluções liquidas, tal como uma quantidade eficaz do ácido nucleico empacotado suspensa em diluentes, tais como água, soro fisiológico ou PEG 400; (b) cápsulas, saquetas ou comprimidos, contendo cada uma quantidade predeterminada do ingrediente activo, como líquidos, sólidos, granulados ou gelatina; (c) suspensões num líquido apropriado; e (d) emulsões adequadas.
As preparações farmacêuticas para utilização oral podem ser obtidas através da combinação dos compostos da presente invenção com um excipiente sólido, opcionalmente triturando a mistura resultante e processando a mistura de grânulos, depois de adicionar compostos adicionais adequados, se desejado, para se obter comprimidos ou núcleos de drageia. Os excipientes sólidos adequados são enchimentos de hidrato de carbono ou proteína e incluem, mas não se limitam a açúcares, incluindo lactose, sacarose, manitol ou sorbitol; amido de milho, trigo, arroz, batata ou outras plantas; celulose, tais como metilcelulose, hidroximetilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose ou carboximetilcelulose de sódio; e gomas incluindo goma-arábica e tragacanta; bem como proteínas, tais como gelatina e colagénio.
Se desejado podem ser adicionados desintegrantes ou solubilizantes, tais como polivinilpirrolidona reticulada, agar, ácido algínico ou um seu sal, tal como alginato de sódio. As formas em comprimido podem incluir um ou mais de lactose, sacarose, manitol, sorbitol, fosfatos de cálcio, amido de milho, amido de batata, celulose microcristalina, gelatina, dióxido de 65 silício coloidal, talco, estearato de magnésio, ácido esteárico, e outros excipientes, corantes, enchimentos, aglutinantes, diluentes, tampões, humectantes, conservantes, aromatizantes, corantes, desintegrantes e veículos farmaceuticamente compatíveis.
As formas de pastilha podem compreender o ingrediente activo num aroma, e. g., sacarose, bem como pastilhas compreendendo o ingrediente activo numa base inerte, tais como gelatina e glicerina ou emulsões de sacarose e goma-arábica, geles e semelhantes contendo, além do ingrediente activo, veículos conhecidos na técnica.
Os compostos da presente invenção também podem ser administrados na forma de supositórios para administração rectal do fármaco. Estas formulações podem ser preparadas misturando o fármaco com um excipiente não irritante adeguado que é sólido às temperaturas correntes mas líquido às temperaturas rectais e, por isso, fundirá no recto para libertar o fármaco. Tais materiais são manteiga de cacau e polietilenoglicóis.
Os compostos da presente invenção também podem ser administrados pelas vias intranasal, intraocular, intravaginal e intra-rectal incluindo supositórios, insuflação, pós e formulações de aerossol (para exemplos de inalantes esteróides, ver Rohatagi, J. Clin. Pharmacol. 35:1187-1193,1995; Tjwa, Ann.
Allergy Asthma Immunol. 75:107-111, 1995). cremes,
Os compostos da presente invenção podem ser administrados por via transdérmica, por uma via tópica, formulada como barras aplicadoras, soluções, suspensões, emulsões, geles, pomadas, pastas, geleias, pinturas, pós e aerossoles.
Também podem ser utilizados materiais de encapsulação com os compostos da presente invenção e o termo "composição" pode incluir o ingrediente activo em associação com um material de encapsulação como uma formulação, com ou sem outros veículos. Por exemplo, os compostos da presente invenção também podem ser administrados como microesferas para libertação lenta no corpo. Numa forma de realização, as microesferas podem ser administradas via injecção intradérmica de microesferas contendo fármaco (e. g. , mifepristona), o qual se liberta subcutaneamente de forma lenta (ver Rao, J. Biomater Sei. Polim. Ed. 7:623-645, 1995; como formulações de gel biodegradável e injectável (ver, e. g. , Gao, Pharm. Res. 12:857-863, 1995); ou como microesferas para administração oral (ver, e. g., Eiles, J. Pharm. Pharmacol. 49:669-674, 1997). Ambas as vias, transdérmica e intradérmica, proporcionam administração constante durante semanas ou meses. Também podem ser utilizadas hóstias na administração dos compostos da presente invenção.
As composições desta invenção podem ser administradas numa diversidade de formas de dosagem oral adaptadas para libertação lenta ou controlada. Por exemplo, a composição pode ser colocada numa cápsula insolúvel com um orifício numa extremidade e uma composição dilatável absorvente de fluido na cápsula do lado oposto da extremidade perfurada. Após administração, a composição absorvente de fluido absorve água do aparelho GI do doente e dilata e força o fármaco activo para fora através do orifício a uma velocidade conhecida e controlável. Também podem ser utilizadas muitas outras formas de dosagem de libertação retardada ou libertação controlada conhecidas na técnica em conjunção com os métodos e composições desta invenção. 67
Noutra forma de realização, os compostos da presente invenção podem ser administrados através da utilização de lipossomas, os quais se fundem com a membrana celular ou sofrem endocitose, i. e., utilizando ligandos fixados no lipossoma que se ligam aos receptores proteicos da membrana superficial da célula resultando em endocitose. Ao utilizar lipossomas, em particular quando a superfície do lipossoma é portadora de ligandos específicos para células alvo, ou quando são de outro modo orientados, de modo preferencial, para um órgão específico, pode focalizar-se a administração do composto de carbamato em células alvo in vivo. (Ver, e. g., Al-Muhammed, J.
Microencapsul. 13:293-306, 1996; Chonn, Curr. Opin. Biotechnol. 6:698-708, 1995; Ostro, Am. J. Hosp. Pharm. 46:1576-1587, 1989).
As formulações farmacêuticas da invenção podem ser proporcionadas como um sal e podem ser preparadas com muitos ácidos, incluindo mas não se limitando as ácidos clorídrico, sulfúrico, acético, láctico, tartárico, málico, succínico, etc. Os sais tendem a ser mais solúveis em solventes aquosos ou outros protónicos do que as correspondentes formas de base livre.
Noutros casos, a preparação preferida pode ser um pó liofilizado o qual pode conter, por exemplo, qualquer ou todos os seguintes: histidina 1 mM-50 mM, 0,1 %-2% de sacarose, 2%-7% de manitol, a uma gama de pH de 4,5 a 5,5 que é combinado com tampão antes da utilização.
Os sais e ésteres farmaceuticamente aceitáveis referem-se a sais e ésteres que são f armaceuticamente aceitáveis e têm as propriedades farmacológicas desejadas. Tais sais incluem sais que podem ser preparados quando estão presentes protões ácidos 68 nos compostos que sejam capazes de reagir com bases inorgânicas ou orgânicas. Os sais inorgânicas adequados incluem os preparados com os metais alcalinos, e. g., sódio e potássio, magnésio, cálcio e alumínio. Os sais orgânicos adequados incluem os preparados com bases orgânicas, tais como as bases de amina, e. g., etanolamina, dietanolamina, trietanolamina, trometamina, N-metilglucamina e semelhantes.
Os sais farmaceuticamente aceitáveis também podem incluir os sais de adição de ácido preparados por reacção de unidades amina no composto parental com ácidos inorgânicos (e. g. ácidos clorídrico e bromídrico) e ácidos orgânicos (e. g. ácido acético, ácido cítrico, ácido maleico e os ácidos alcano- e areno-sulfónicos, tais como os ácido metanossulfónico e ácido benzenossulfónico). Os ésteres farmaceuticamente aceitáveis incluem os ésteres preparados de grupos carboxilo, sulfoniloxilo e fosfonoxilo presentes nos compostos. Quando existem dois grupos ácidos presentes, um sal ou éster farmaceuticamente aceitável pode ser um mono-ácido-mono-sal ou éster ou um di-sal ou diéster; e analogamente quando existem mais do que dois grupos ácidos presentes, alguns ou todos os grupos podem estar salifiçados ou esterifiçados.
Os compostos designados nesta invenção podem estar presentes na forma não salificada ou não esterifiçada, ou na forma salificada e/ou esterifiçada, e a indicação de tais compostos pretende incluir o composto original (não salificado e não esterifiçado) e os seus sais e ésteres farmaceuticamente aceitáveis. A presente invenção inclui formas de sal e éster farmaceuticamente aceitáveis de Fórmula 1 e Fórmula 2. Podem existir mais do que uma forma cristalina de um enantiómero de 69 Fórmula 1 ou Fórmula 2 e como tal também estão incluídas na presente invenção.
Uma composição farmacêutica da invenção pode conter opcionalmente, além de um composto de carbamato, pelo menos um outro agente terapêutico útil no tratamento de uma doença ou condição associada a epilépsia ou epileptogénese ou um distúrbio análogo relacionado com convulsão
Os métodos de formulação de composições farmacêuticas foram descritos num grande número de publicações tais como Pharmaceutical Dosage Forms: Tablets. Segunda Edição. Revista e Alargada. Volumes 1-3, editado por Lieberman et al; Pharmaceutical Dosage Forms: Parenteral Medications. Volumes 1-2, editado por Avis et al; e Pharmaceutical Dosage Forms: Disperse Systems. Volumes 1-2, editado por Lieberman et al; publicado por Mareei Dekker, Inc, cujas divulgações são aqui incorporadas por referência na sua totalidade e para todos os efeitos.
As composições farmacêuticas são geralmente formuladas como estéreis, substancialmente isotónicas e em total conformidade com todas as regulamentações de Boas Práticas de Fabrico (GMP) do U.S. Food and Drug Administration.
Os Exemplos seguintes são explicitados para ajudar à compreensão da invenção e não pretendem e não deverão ser interpretados como imitando de qualguer modo a invenção explicitada nas reivindicações que se seguem. 70
EXEMPLOS A actividade de um enantiómero S de Fórmula 1 isolado (e. g., Fórmula 7), aqui referido como o "Composto de Ensaio" ou "TC" ou "composto de ensaio" foi avaliada nas experiências seguintes para determinar a eficácia do composto para neuroprotecção e no tratamento de epileptogénese no modelo de epilépsia do lobo temporal induzida por litio e pilocarpina no rato.
Exemplo 1 0 modelo de lítio-pilocarpina de epilépsia do lobo temporal 0 modelo induzido em ratos pela pilocarpina associada a litio (Li-Pilo) reproduz a maioria das particularidades clinicas e neurofisiológicas de epilépsia humana do lobo temporal (Turski et al., 1989, Synapse 3:154-171; Cavalheiro, 1995, Ital J Neurol Sei 16:33-37). Nos ratos adultos, a administração sistémica de pilocarpina conduz ao estado epiléptico (SE) . A taxa de letalidade atinge 30-50% durante os primeiros dias. Nos animais sobreviventes predomina a deterioração neuronal na formação do hipocampo, nos córtices piriforme e entorrinal, tálamo, complexo amigdalóide, neocórtex e substantia nigra. Este período de convulsão aguda é seguida de uma fase "silenciosa" isenta de convulsões que persiste durante uma duração média de 14-25 dias após o que todos os animais exibem convulsões espontâneas recorrentes à frequência habitual de 2 a 5 por semana (Turski et ai., 1989, Synapse 3:154-171; Cavalheiro, 1995, Ital J Neurol Sei 16:33-37; Dube et al., 2001, Exp Neurol 167:227-241). 71 Lítio-pilocarpina e tratamentos com o composto de ensaio
Ratos Wistar machos com 225-250 g de peso, fornecidos por Janvier Breeding Center (Le Genest-St-Iste, França) foram alojados em condições correntes controladas (ciclo luz/escuro, 7,00 a.m.-7,00 p.m. luzes ligadas), com alimento e água disponíveis ad libitum. Toda a experiência animal foi realizada de acordo com as regras da Directiva do Conselho das Comunidades Europeias de 24 de Novembro de 1986 (86/609/EEC) e o Departamento de Agricultura Francês (Licença N° 67-97). Para a implantação de eléctrodos, os ratos foram anestesiados por uma injecção i.p. de 2,5 mg/kg diazepam (DZP, Valium, Roche, França) e 1 mg/kg de cloridrato de cetamina (Imalgene 1000, Rhone Merrieux, França) . Quatro eléctrodos de registo de contacto simples foram colocados no crânio, sobre o córtex parietal, dois de cada lado.
Indução do estado epiléptico:
Tratamento com o composto de ensaio e ocorrência de convulsões recorrentes espontâneos (SRS)
Todos os ratos receberam cloreto de lítio (3 meq/kg, i.p., Sigma, St Louis, Mo, E.U.A.); cerca de 20 h depois, os animais foram colocados em caixas em pexiglas, para registar o EEG cortical de fundo. Foi administrado brometo de metilescopolamina (1 mg/kg, s.c., Sigma) para restringir os efeitos periféricos da convulsão. 0 SE foi induzido injectando cloridrato de pilocarpina (25 mg/kg, s.c., Sigma) 30 min após a metilescopolamina. A actividade cortical EEG bilateral foi 72 registada durante a duração total do SE e foram registadas as alterações comportamentais.
Foram estudados os efeitos de doses crescentes do Composto de Ensaio nos 3 grupos de ratos. Os animais do primeiro grupo receberam 10 mg/kg do composto de ensaio, i.p., 1 h depois do aparecimento de SE (pilo-TClO), enquanto os animais dos grupos 2 e 3 receberam 30 e 60 mg/kg do Composto de Ensaio (pilo-TC30 e pilo-TC60), respectivamente.
Outro grupo foi injectado com 2 mg/kg de diazepam (DZP, i.m.) 1 h depois do aparecimento de SE o qual é o tratamento padrão da resquerente para melhorar a sobrevivência dos animais após SE (pilo-DZP). O grupo de controlo recebeu soro fisiológico em vez de pilocarpina e o Composto de Ensaio (soro fisiológico-soro fisiológico). Os ratos pilo-Composto de Ensaio que sobreviveram ao SE foram então injectados, cerca de 10 h após a primeira injecção do composto de ensaio, com uma segunda injecção i.p. da mesma dose do composto de ensaio e foram mantidos sob um tratamento de duas vezes por dia com o composto de ensaio durante mais 6 dias. Os Pilo-DZP receberam uma segunda injecção de 1 mg/kg DZP no dia de SE cerca de 10 h depois da primeira. Depois disso, os ratos Pilo-DZP e soro fisiológico-soro fisiológico receberam duas vezes por dia um volume equivalente de soro fisiológico.
Os efeitos do composto de ensaio no EEG e no período de latência para a ocorrência de SRS foram investigados por registo diário dos animais em vídeo durante 10 h por dia e por registo da actividade electrográfica duas vezes por semana durante 8 h. 73
Quantificação das densidades celulares A quantificação das densidades celulares foi realizada aos 6 dias após SE em 8 ratos pilo-DZP, 8 ratos pilo-TClO, 7 ratos pilo-TC30, 7 ratos pilo-TC60 e 6 ratos soro fisiológico-soro fisiológico. Aos 14 dias após SE, os animais foram anestesiados profundamente com 1,8 g/kg de pentobarbital (Dolethal®, Vetoquinol, Lure, França. Os cérebros foram removidos e congelados. Foram cortadas fatias sucessivas de 20 pm num criostato, secas ao ar durante vários dias antes da revelação com tionina. A quantificação das densidades celulares foi realizada com uma grelha microscópica de 1 cm2 com 10 x 10 caixas em secções coronais segundo as coordenadas estereotáxicas do atlas do cérebro de rato. (Ver Paxinos G, Watson C (1986) The Rat Brain in Stereotaxic Coordinates, 2a ed. Academic Press, San Diego)
As contagens de células foram realizadas duas vezes de um modo cego e foram a média de, pelo menos, 3 valores de 2 secções adjacentes em cada animal individual. As contagens envolveram apenas células maiores do que 10 μm, sendo as mais pequenas consideradas como células gliais.
Revelaçao de Timm
Aos 2 meses após o aparecimento de convulsões recorrentes espontâneos foi examinado o desenvolvimento de fibra musgosa nos ratos no período crónico exposto ao composto de ensaio ou DZP e em 3 ratos soro fisiológico-soro fisiológico. Os animais foram profundamente anestesiados e perfundidos transcardiacamente com 74 soro fisiológico seguido de 100 mL de 1,15% (p/v) de Na2S em tampão fosfato 0,1 Me 100 mL de 4% (v/v) de formaldeído em tampão fosfato 0,1 M. Os cérebros foram removidos do crânio, pós-fixados em formaldeído a 4% durante 3-5 h e foram cortadas secções de 40 pm num vibratome deslizante e montados em lamelas revestidas com gelatina.
No dia seguinte, as secções foram desenvolvidas no escuro numa solução a 26 °C de 50% (p/v) de goma-arábica (160 mL) , tampão de citrato de sódio (30 mL) , 5,7% (p/v) de hidroquinona (80 mL) e 10% (p/v) de nitrato de prata (2,5 mL) durante 40-45 min. As secções foram então lavadas com água da torneira a 40°C durante, pelo menos, 45 min, enxaguadas rapidamente com água destilada e deixadas secar. Elas foram desidratadas com etanol e tapadas com uma lâmina. O desenvolvimento de fibra musgosa foi avaliado segundo os critérios anteriormente descritos no hipocampo dorsal (Cavazos et al., 1991, J Neurosci 11:2795-2803.), os quais são como se segue: 0 - sem grânulos entre as pontas e a coroa do DG; 1 - grânulos escassos na região supragranular numa distribuição irregular entre as pontas e a coroa do DG; 2 - grânulos mais numerosos numa distribuição contínua entre as pontas e a coroa do DG; 3 - grânulos proeminentes num padrão contínuo entre as pontas e a coroa, com porções ocasionais de grânulos confluentes entre as pontas e a coroa; 4 - grânulos proeminentes que formam uma banda laminar confluente densa entre as pontas e a coroa e 5 - banda laminar confluente densa de grânulos que se prolonga para a camada molecular interna. 75
Análise de dados
Para comparar as características do SE em animais pilo-soro fisiológico e pilo-composto de ensaio foi utilizado um teste t de Student não emparelhado. A comparação entre o número de ratos que sofreram ataques em ambos os grupos foi efectuada por meio de um teste de Chi quadrado. Para a deterioração neuronal, a análise estatística entre grupos foi realizada utilizando ANOVA seguida de teste de Fischer para comparações múltiplas utilizando o software Statview (Fisher RA, 1946a, Statistical Methods for Research Workers (10a edição) Oliver & Boyd, Edinburgh; Fisher RA, 1946b, The Design of Experiments (4a edição) Oliver & Boyd, Edinburgh)
Características comportamentais e EEG do estado epiléptico de lítio-pilocarpina
Um número total de ratos Sprague-Dawley com 250-330 g de peso foi submetido a SE induzido por Li-pilo. As características comportamentais do SE foram idênticas nos grupos pilo-soro fisiológico e pilo-composto de ensaio. Em menos de 5 min após injecção de pilocarpina, os ratos desenvolveram diarreia, piloerecção e outros sinais de estimulação colinérgica. Durante os 15-20 min seguintes, os ratos apresentavam a cabeça oscilante, raspavam, mastigavam e tinham um comportamento exploratório. As convulsões recorrentes começaram cerca de 15-20 min após administração de pilocarpina. Estas convulsões, os quais associavam episódios de mioclonia da cabeça e bilateral dos membros posteriores com empinamento e queda, progrediram até SE aos cerca de 35-40 min após pilocarpina, como anteriormente descrito (Turski et al., 1983, Behav Brain Res 9:315-335.). 76
Padrões de EEG durante SE
Durante a primeira hora de SE, na ausência de tratamento farmacológico, a amplitude do EEG aumentou progressivamente enquanto a frequência diminuía. Em menos de 5 min após a injecção de pilocarpina, a actividade normal do EEG de fundo foi substituída por actividade rápida de baixa tensão no córtex ao mesmo tempo que surgiu ritmo teta (5-7 Hz) no hipocampo. Aos 15-20 min, uma actividade rápida de tensão elevada sobrepôs-se ao ritmo teta do hipocampo e foram registados picos isolados de alta tensão apenas no hipocampo enquanto a actividade do córtex não se alterou substancialmente.
Aos 35-40 min após injecção de pilocarpina, os animais desenvolveram convulsões electrográficos típicos com actividade rápida de tensão elevada presente no hipocampo e no córtex que ocorreu primeiro como impulsos de actividade que precediam as convulsões e foram seguidos por sequências contínuas de picos de alta tensão e picos múltiplos que duraram até à administração de DZP ou do composto de ensaio. Às cerca de 3-4 h de SE, o EEG do hipocampo caracterizava-se por descargas electrográficas periódicas (PED, cerca de uma/sec) no grupo pilo-DZP e no pilo-10 no hipocampo e no córtex. A amplitude da actividade EEG de fundo era baixa nos animais pilo-TC60. Cerca das 6-7 h de SE ainda continuava presente a actividade de picos eléctricos no córtex e no hipocampo nos ratos tratados com DZP e TC10 quanto a amplitude do EEG diminuiu e regressou aos níveis de fundo no hipocampo de ratos TC30 e em ambas as estruturas nos ratos tratados com TC60. Não houve qualquer diferença entre os grupos TC10, TC30 e TC60. Cerca das 9 h de SE ainda eram registados picos isolados no hipocampo de ratos tratados com composto de 77 ensaio e ocasionalmente no córtex. Em ambas as estruturas, a actividade de fundo era de amplitude muito baixa nessa altura.
Mortalidade induzida por SE
Durante as primeiras 46 h após SE, o grau de mortalidade foi semelhante nos ratos pilo-DZP (23%, 5/22), ratos pilo-TClO (26%, 6/23) e ratos pilo-TC30 (20%, 5/25). A taxa de mortalidade foi largamente reduzida nos ratos pilo-TC60, nos quais atingiu apenas 4% (1/23). A diferença foi estatisticamente significativa (P <0,01).
Características do EEG da fase silenciosa e ocorrência de convulsões recorrentes espontâneos
Os padrões de EEG durante o período silencioso foram semelhantes nos ratos pilo-DZP e pilo-TClO, 30 ou 60. Aos 24 e 48 h dias após SE, o EEG de fundo era ainda caracterizado pela ocorrência de PED nas quais podiam estar sobrepostas ondas largas ou picos. Entre as 1 e 8 h após injecção do composto de ensaio ou injecção de veículo, não existia qualquer alteração nos grupos pilo-DZP ou pilo-TClO. Nos ratos TC30 e TC60, a frequência e amplitude das PED diminuíram tão rapidamente quanto 10 min após injecção e foram substituídas por picos de grande amplitude no grupo TC30 e de pequena amplitude no grupo TC60. Cerca das 4 h após injecção, o EEG tinha regressado aos níveis de base nos últimos dois grupos. Cerca dos 6 dias após SE, o EEG era ainda de menor amplitude do que antes da injecção de pilocarpina e na maioria dos grupos podia registar-se ainda picos, ocasionalmente nos ratos pilo-DZP, -TC10 e -TC30. Nos 78 ratos pilo-TC60, a frequência dos picos de grande amplitude foi maior do que em todos os outros grupos.
Depois da injecção de composto de ensaio ou veiculo, o registo de EEG não era afectado pela injecção nos grupos pilo-DZP e pilo-TClO. Nos ratos pilo-TC30, a injecção induziu a ocorrência de ondas lentas no EEG do hipocampo e do córtex e uma menor frequência de picos nos ratos pilo-TC60.
Todos os ratos expostos a DZP, TC10 e TC30 e estudados até à fase crónica desenvolveram SRS com um período de latência semelhante. 0 período de latência foi de 18,2 ±6,9 dias (n = 9) em ratos pilo-DZP, 15,4 ± 5,1 dias (n = 7) em ratos pilo-TClO, 18,9 ± 9,0 dias (n = 10) em ratos pilo-TC30. No grupo de ratos submetidos a TC60, um subgrupo de ratos tornou-se epiléptico com um período de latência semelhante ao dos outros grupos, i. e. 17,6 ± 8,7 dias (n= 7) enquanto um outro grupo de ratos tornou-se epiléptico com um atraso muito mais prolongado que varia desde 109 a 191 dias pós-SE (149,8 ± 36,0 dias, n = 4) e um rato não se tornou epiléptico num período de 9 meses pós-SE. A diferença no período de latência relativamente à SRS entre os pilo-DZP, pilo-TClO, pilo-TC30 e o primeiro subgrupo de ratos pilo-TPM60 não foi estatisticamente significativa. Nenhum dos ratos de soro fisiológico-soro fisiológico (n =5) desenvolveu SRS.
Para calcular a frequência de SRS em ratos expostos a pilocarpina foi medida a gravidade da convulsão e distinguidos as convulsões de fase III (convulsões clónicos dos músculos faciais e membros anteriores) e fase IV-V (empinamento e queda). A frequência de SRS de fase III por semana nos ratos pilo-DZP e pilo-composto de ensaio foi variável entre os grupos. Foi baixa, 79 constante nos grupos pilo-DZP e pilo-TC60 (com aparecimento precoce de SRS) durante as primeiras 3 semanas e desapareceu durante a 4a semana no grupo pilo-DZP. A frequência de SRS de fase III foi maior no grupo pilo-TClO onde estava significativamente aumentada em relação aos valores de pilo-DZP durante as semanas 3 e 4. A frequência do SRS mais grave de fase IV—V foi a mais elevada durante as primeiras semanas na maioria dos grupos, excepto nos pilo-TC30 e TC60 com aparecimento tardio de convulsão onde a frequência de SRS foi constante ao longo das 4 semanas no grupo TC30 e ao longo das primeiras duas semanas no grupo pilo-TC60 com aparecimento tardio de SRS sem convulsões de fase IV—V onde não foram registadas convulsões após a segunda semana. A frequência de SRS de fase IV-V foi significativamente reduzida nos grupos TC10, TC30 e TC60 (com aparecimento precoce de SRS) (2,3-6,1 SRS por semana) relativamente ao grupo pilo-DZP (11,3 SRS por semana) durante as primeiras semanas. Durante as semanas 2-4v, a frequência do SRS de fase IV-V foi reduzida em todos os grupos relativamente à primeira semana, atingindo valores de 2-6 convulsões por semana, excepto no grupo pilo-TC60 com aparecimento precoce de SRS, onde a frequência de convulsões foi significativamente reduzida para 0,6-0,9 convulsões por semana por comparação com o grupo pilo-DZP no qual a frequência de SRS variou de 3,3 até 5,8.
Densidades celulares no hipocampo, tálamo e córtex
Nos ratos pilo-DZP por comparação com ratos soro fisiológico-soro fisiológico, o número de células foi maciamente diminuído na região CAI do hipocampo (70% de perda celular na camada celular piramidal) enquanto a região CAS foi menos extensivamente deteriorada (54% de perda celular na CA3a e 31% 80 na CA3b). Na circunvolução dentada, os ratos pilo-DZP experimentaram uma perda celular extensa no hilus (73%) enquanto a camada de células granulares não mostrou qualquer deterioração visível. Deterioração semelhante foi observada no hipocampo ventral mas não foram realizadas contagens de células nesta região. Também foi registada deterioração extensa no núcleo talâmico lateral (91% de perda celular) enquanto o núcleo talâmico mediodorsal foi mais moderadamente deteriorado (56%) . No córtex piriforme, a perda celular foi total nas camadas III-IV a qual deixou de ser visível e atingiu 53% na camada II em ratos pilo-DZP. No córtex entorrinal dorsal, as camadas II e III-IV sofreram uma ligeira deterioração (9 e 15%, respectivamente). A camada II do córtex entorrinal ventral foi totalmente preservada enquanto as camadas III-IV sofreram uma perda celular de 44%.
No hipocampo de animais pilo-composto de ensaio, a perda celular foi reduzida em comparação com os ratos pilo-DZP na camada piramidal CAI na qual a perda celular atingiu 75% em animais pilo-DZP e 35 e 16% nos animais pilo-TC30 ou pilo-TC60, respectivamente. Esta diferença foi estatisticamente significativa às duas doses de composto de ensaio. Na camada piramidal CAS, o composto de ensaio não proporcionou qualquer protecção na área CA3a enquanto a dose de 60 mg/kg do composto de ensaio foi significativamente neuroprotectora na CA3b. Na circunvolução dentada, a perda celular no hilus foi semelhante nos animais pilo-composto de ensaio (69-72%) e pilo-DZP (73%). Nos dois núcleos talâmicos, a dose de 60 mg/kg também foi protectora ao reduzir a deterioração neuronal em 65 e 42% nos núcleos lateral e mediodorsal, respectivamente. No córtex cerebral, o tratamento com o composto de ensaio proporcionou protecção neuronal relativamente ao DZP sozinho à dose mais 81 elevada, 60 mg/kg. Às duas doses mais baixas, 10 e 30 mg/kg, a perda total de células e desorganização de tecido observada nas camadas III-IV do córtex piriforme foram idênticas nos ratos pilo-DZP e ratos pilo-composto de ensaio e não permitiram qualquer contagem em qualquer dos grupos. Nas camadas II e III-IV do córtex piriforme, o tratamento com TC60 reduziu a deterioração neuronal registada nos ratos pilo-DZP em 41 e 44%, respectivamente. No córtex entorrinal ventral, foi induzida neuroprotecção pela administração de TC60 nas camadas III-IV e atingiu 31% por comparação com os ratos pilo-DZP. No córtex entorrinal, houve um ligeiro agravamento da perda celular em ratos pilo-TClO relativamente aos ratos pilo-DZP nas camadas III-IV do córtex entorrinal dorsal (28% pais de deterioração) e nas camadas III-IV do córtex entorrinal ventral (35% pais de deterioração). Às outras doses do composto de ensaio, a perda celular no córtex entorrinal foi semelhante à registada nos ratos pilo-DZP.
Desenvolvimento de fibra musgosa no hipocampo
Todos os ratos que apresentaram SRS nos grupos pilo-DZP e pilo-TPM mostraram intensidade semelhante de revelação de Timm na camada molecular interna da circunvolução dentada (classificações 2-4) . A revelação de Timm estava presente nas lâminas superior e inferior da circunvolução dentada. O valor médio do índice de Timm na lâmina superior atingiu 2,8 ± 0,8 nos ratos pilo-DZP (n = 9), 1,5 ± 0,6 nos ratos pilo-TClO (n = 7), 2,6 ± 1,0 nos ratos pilo-TC30 (n = 10) e 1,5 + 0,7 no grupo todo dos ratos pilo-TC60 (n = 11) . Quando o grupo pilo-composto de ensaio a 60mg/kg foi subdividido segundo o período de latência até SRS, o subgrupo com ocorrência precoce de SRS apresentou um 82
índice de Timm de 1,8 ± 0,6 (n = 6) e o subgrupo de ratos com ocorrência tardia ou ausência de SRS tinha um índice de Timm de 1,2 ± 0,6 (n = 5). Os valores registados nos ratos pilo-DZP foram significativamente diferentes em termos estatísticos dos valores do pilo-TClO (p = 0,032) e do subgrupo pilo-TC60 com convulsões tardios ou ausentes (p = 0,016).
Discussão e conclusões
Os resultados deste estudo mostram que um tratamento de 7 dias com o composto de ensaio começando 1 h depois do aparecimento de SE, é capaz de proteger algumas áreas do cérebro da deterioração neuronal, e. g., na camada celular piramidal das áreas CAI e CA3b, o tálamo mediodorsal, as camadas II e II MV do córtex piriforme e as camadas III-IV do córtex entorrinal ventral, mas apenas à dose mais elevada do composto de ensaio, i. e., 60 mg/kg. A última dose do composto de ensaio também é capaz de retardar a ocorrência de SRS, pelo menos num subgrupo de animais que se tornou epiléptico com um atraso médio que foi cerca de 9 vezes mais comprido do que nos outros grupos de animais e um animal não se tornou epiléptico num período de 9 meses após SE.
Estes resultados mostram que um composto com propriedades anti-ictais, as quais são as propriedades clássicas da maioria dos fármacos antiepilépticos comercializados, também é capaz de retardar a epileptogénese, i. e. ser antiepileptogénico. Os dados deste estudo também mostram que o tratamento com composto de ensaio, qualquer que seja a dose utilizada, diminui a gravidade da epilépsia uma vez que diminui o número de convulsões de fase IV-V, principalmente durante as primeiras 83 semanas de ocorrência e durante todo o período de observação de 4 semanas com o tratamento com o composto de ensaio a 60mg/kg. Além disso, no grupo TC10, existe um desvio para um aumento na ocorrência de convulsões menos graves de fase III que são mais numerosos do que no grupo pilo-DZP. EXEMPLO 2 0 objectivo desta parte alargada do estudo foi o de continuar o estudo descrito no Exemplo 1 acima relativamente às propriedades neuroprotectoras e antiepileptogénicas potenciais do mesmo Composto de Ensaio (TC) no modelo de lítio-pilocarpina (Li-Pilo) de epilépsia do lobo temporal. No primeiro estudo demonstrou-se que o TC foi capaz de proteger as áreas CAI e CA3 do hipocampo, córtex piriforme e entorrinal ventral da deterioração neuronal induzida pelo estado epiléptico (SE) Li-Pilo. A maioria destas propriedades neuroprotectoras ocorreram à dose mais elevada estudada, 60 mg/kg e o tratamento foi capaz de retardar a ocorrência de convulsões espontâneos em 36% (4 de 11) dos ratos. Neste exemplo são estudadas as consequências do tratamento com doses mais elevadas de TC na deterioração neuronal e epileptogénese O modelo de lítio-pilocarpina de epilépsia do lobo temporal O modelo de epilépsia induzido em ratos por pilocarpina associada a lítio (Li-Pilo) reproduz a maioria das particularidades clínicas e neurofisiológicas da epilépsia humana do lobo temporal (Ver, Turski L, Ikonomidou C, Turski WA, Bortolotto ZA, Cavalheiro EA (1989) Review: Cholinergic 84 mechanisms and epileptogenesis. The seizures induced by pilocarpine: a novel experimental model of intractable epilepsy, Synapse 3:154-171; Cavalheiro EA (1995) The pilocarpine model of epilepsy. Ital J Neurol Sei 16:33-37).
Nos ratos adultos, a administração sistémica de pilocarpina leva ao SE o qual pode durar até 24 h. A taxa de letalidade atinge 30-50% durante os primeiros dias. Nos animais sobreviventes, predomina a deterioração neuronal na formação do hipocampo, nos córtices piriforme e entorrinal, tálamo, complexo amigdalóide, neocórtex e substantia nigra. Este período de convulsão agudo é seguido de uma fase "silenciosa" isenta de convulsões que persiste durante uma duração média de 14-25 dias após o que todos os animais exibem convulsões convulsivos espontâneos recorrentes à frequência habitual de 2 a 5 por semana (Ver, Turski L, Ikonomidou C, Turski WA, Bortolotto ZA, Cavalheiro EA (1989) Review: Cholinergic mechanisms and epileptogenesis, The seizures induced by pilocarpine: a novel experimental model of intractable epilepsy Synapse 3:154-171; Cavalheiro EA (1995) The pilocarpine model of epilepsy. Ital J Neurol Sei 16:33-37; Dubé C, Boyet S, Marescaux C, Nehlig A (2001) Relationship between neuronal loss and interictal glucose metabolism during the chronic phase of the lithium-pilocarpine model of epilepsy in the immature and adult rat. Exp Neurol 167:227-241)) .
Os fármacos antiepilépticos correntes (AED) não previnem a epileptogénese e são apenas transitoriamente eficazes em convulsões recorrentes.
No estudo anterior da requerente, foi estudado os efeitos neuroprotectores e antiepileptogénicos potenciais de doses 85 crescentes do Composto de Ensaio (TC) administrado em monoterapia e comparamos com o nosso tratamento padrão de diazepam (DZP) administrado principalmente para impedir mortalidade elevada. Estes dados mostram que um tratamento de 7 dias com 10, 30 ou 60 mg/kg TC começando 1 h depois do aparecimento de SE é capaz de proteger algumas áreas do cérebro da deterioração neuronal. Este efeito é estatisticamente significativo na camada celular piramidal das áreas CAI e CA3b, no tálamo mediodorsal, camadas II e III-IV do córtex piriforme e camadas III-IV do córtex entorrinal ventral, mas apenas à dose mais elevada de TC, i. e., 60 mg/kg. Além disso, parece que a última dose de TC também é a única capaz de retardar a ocorrência de SRS, pelo menos num subgrupo de animais que se tornou epiléptico com um atraso médio que foi cerca de 9 vezes mais comprido do que nos outros grupos de animais e um animal não se tornou epiléptico num período de 9 meses após SE.
Neste estudo, foram testados os efeitos de doses diferentes de Composto de Ensaio (TC), i. e., 30, 60, 90 e 120 mg/kg (TC30, TC60, TC90 e TC120) utilizando a mesma concepção que no estudo anterior. O tratamento foi iniciado uma hora depois do aparecimento de SE e os animais foram tratados com uma segunda injecção da mesma dose de fármaco. Este tratamento inicial de SE foi seguido de um tratamento de 6 dias com TC. Este relatório refere-se aos efeitos das quatro doses diferentes de TC na deterioração neuronal avaliada no hipocampo, córtices para-hipocampais, tálamo e amígdala aos 14 dias após SE e no período de latência e frequência de convulsões epilépticas espontâneos. 86 Métodos
Animais
Ratos Sprague-Dawley machos adultos fornecidos por Janvier Breeding Center (Le Genest-St-Isle, França) foram alojados em condições correntes controladas com baixa densidade animal a 20-22 °C (ciclo luz/escuro, 7,00 a.m.-7,00 p.m. luzes ligadas), com alimento e água disponíveis ad libitum. Toda a experiência animal foi realizada de acordo com as regras da Directiva do Conselho das Comunidades Europeias de 24 de Novembro de 1986 (86/609/EEC) e do Departamento de Agricultura Francês (Licença N° 67-97).
Indução de estado epiléptico, tratamento com Composto de Ensaio (TC) e ocorrência de SRS
Todos os ratos receberam cloreto de lítio (3 meg/kg, i.p., Sigma, St Louis, Mo, E.U.A.) e cerca de 20 h depois, todos os animais receberam também brometo de metilescopolamina (1 mg/kg, s.c., Sigma) que foi administrado para restringir os efeitos periféricos da convulsão. O SE foi induzido injectando cloridrato de pilocarpina (25 mg/kg, s.c., Sigma) 30 min após a metilescopolamina. Os efeitos de doses crescentes de TC foram estudados em 5 grupos de ratos. Os animais receberam 2,5 mg/kg de DZP, i.m., ou 30, 60, 90 ou 120 mg/kg de TC (TC30, TC60, TC90, TC120), i.p., 1 h depois do aparecimento de SE. O grupo de controlo recebeu veículo em vez de pilocarpina e TC. Os ratos que sobreviveram ao SE foram, depois, injectados, cerca de 10 h depois da primeira injecção de TC, com uma segunda injecção i.p. de 1,25 mg/kg de DZP para o grupo DZP ou com a mesma dose de TC 87
que de manhã e foram mantidos em tratamento (s.c.) com TD duas vezes por dia durante mais 6 dias, enquanto os ratos DZP recebiam uma injecção de veículo.
Os efeitos de DZP e das 4 doses de TC na epileptogénese foram investigados por registo diário dos animais em vídeo durante 10 h por dia. O registo em vídeo foi realizado durante 4 semanas no decurso das quais foi assinalado a primeira convulsão, bem como o número total de convulsões ao longo de todo o período. O sistema de registo de vídeo foi, depois, retirado dos animais e estes foram mantidos durante mais 4 semanas nas nossas instalações para animais antes de serem sacrificados após um período total de 8 semanas de epilépsia. Os ratos que não exibiram convulsões foram sacrificados após 5 meses de registo em vídeo.
Quantificação de densidades celulares A quantificação de densidades celulares foi realizada em dois momentos após SE: um primeiro grupo foi estudado 14 dias após SE e era composto por 7 ratos DZP, 8 ratos TC30, 11 ratos TC60, 10 ratos TC90, 8 ratos TC120 e 8 ratos de controlo não submetidos a SE. Um segundo grupo utilizado para o estudo do período de latência até SRS foi sacrificado 8 semanas após o primeiro SRS ou aos 5 meses quando já não era observável SRS nesse momento e era composto por 14 ratos DZP, 8 ratos TC30, 10 ratos TC60, 11 ratos TC90, 9 ratos TC120. No momento ainda está a decorrer a contagem neuronal no segundo grupo de animais estudados quanto à epileptogénese e as contagens a longo prazo e os dados respeitantes a essa parte do estudo não serão incluídos neste relatório.
Para contagem neuronal, os animais foram profundamente anestesiados com 1,8 g/kg de pentobarbital (Dolethal®, Vétoquinol, Lure, França). Os cérebros foram removidos e congelados. Foram cortadas fatias sucessivas de 20 pm num criostato, secas ao ar durante vários dias antes da revelação com tionina. A quantificação de densidades celulares foi realizada com uma grelha microscópica de 1 cm2 com 10 x 10 caixas em secções coronais segundo as coordenadas estereotáxicas do atlas do cérebro de rato (Paxinos G, Watson C (1986) The Rat Brain in Stereotaxic Coordinates, 2a ed. Academic Press, San Diego). A grelha de contagem foi colocada numa área bem definida da estrutura cerebral de interesse e a contagem foi realizada com uma ampliação do microscópio de 200 ou 400 vezes definida para cada estrutura cerebral única. As contagens de células foram realizadas duas vezes em cada lado de três secções adjacentes para cada região por um único observador desconhecedor do tratamento do animal. Foi determinada a média do número de células obtido nos 12 campos de contagem em cada estrutura cerebral. Este processo foi utilizado para minimizar os erros potenciais que poderiam resultar de contagens duplas que conduziriam a uma estimativa por excesso do número de células. Os neurónios que tocavam as extremidades inferior e direita da grelha não foram contados. As contagens envolveram apenas neurónios com corpos celulares maiores do que 10 pm. As células com corpos celulares mais pequenos foram consideradas como células gliais e não foram contadas.
Análise de dados
Para a deterioração neuronal e epileptogénese, a análise estatística entre grupos foi realizada por meio de uma análise 89 unifactorial da variância, seguida de um teste post-hoc de Dunnett ou Fisher, utilizando o software Statistica.
Resultados
Caracteristicas comportamentais do estado epiléptico de litio-pilocarpina
Um número total de 143 ratos Sprague-Dawley pesando 250-330 g foram submetidos a SE induzido por litio-pilocarpina -(Li-pilo). Deste número, 10 não desenvolveram SE enquanto 133 ratos desenvolveram um SE Li-pilo característico completo. As caracteristicas comportamentais de SE foram idênticas nos grupos li-pilo-DZP e li-pilo-TC. Em menos de 5 min após injecção de pilocarpina, os ratos desenvolveram diarreia, piloerecção e outros sinais de estimulação colinérgica. Durante os 15-20 min seguintes, os ratos apresentaram cabeça oscilante, raspavam, mastigavam e tinham um comportamento exploratório. As convulsões recorrentes começaram cerca de 15-20 min após administração de pilocarpina. Estas convulsões, os quais associavam episódios de mioclonia da cabeça e bilateral dos membros posteriores com empinamento e queda, progrediram para SE cerca de 35-40 min após pilocarpina, como anteriormente descrito (Turski L, Ikonomidou C, Turski WA, Bortolotto ZA, Cavalheiro EA (1989) Review: Cholinergic mechanisms and epileptogenesis. The seizures induced by pilocarpine: a novel experimental model of intractable epilepsy. Synapse 3:154-171; Dubé C, Boyet S, Marescaux C, Nehlig A (2001) Relationship between neuronal loss and interictal glucose metabolism during the chronic phase of the lithium-pilocarpine model of epilepsy in the immature and adult rat. Exp Neurol 167:227-241; André V, Rigoulot MA, Koning E, 90
Ferrandon A, Nehlig A (2003) Long-term pregabalin treatment protects basal cortices and delays the occurrence of spontaneous seizures in the lithium-pilocarpine model in the rat. Epilépsia 44:893-903). O grupo de controlo não submetido a SE e que recebeu lítio e soro fisiológico era composto por 20 ratos.
No grupo de 57 animais destinados à contagem de células aos 14 dias após SE, um número total de 13 ratos morreram durante as primeiras 48 h após SE. O grau de mortalidade variou com o tratamento: morreram 36% (4/11) dos ratos DZP, 33% (4/12) dos ratos TC30, 8% (1/12) dos ratos TC60, 0%(0/10) dos ratos TC90 e 33% (4/12) dos ratos TC120. No grupo DZP, os 4 ratos morreram nas primeiras 24 h após SE. No grupo dos ratos TC30, um rato morreu no dia do SE, um rato estava morto cerca de 24 h após SE e dois ratos cerca de 48 h. No grupo dos ratos TC60, um rato morreu às 48 h após SE. No grupo dos ratos TC120, dois ratos estavam mortos cerca de 24 h e dois cerca de 48 h após SE.
No grupo de 55 animais destinados ao estudo do período de latência até SRS e contagem celular tardia, o grau de mortalidade ao longo das primeiras 48 h após SE foi o seguinte: morreram 7% (1/14) dos ratos DZP, 27% (3/11) dos ratos TC30, 0% (0/10) dos ratos TC60, 0% (0/11) dos ratos TC90 e 0% (0/9) dos ratos TC120. No grupo de ratos DZP, um rato morreu durante as primeiras 24 h após SE. No grupo de TC30, dois ratos estavam mortos cerca de 24 h e um cerca de 48 h após SE. 91
Densidades celulares no hipocampo e córtex na fase inicial (14 dias após SE)
Nos ratos DZP relativamente aos ratos de controlo, o número de neurónios estava maciçamente diminuído na região CAI do hipocampo (85% de diminuição na camada celular piramidal) enquanto a região CA3 foi menos extensivamente deteriorada (40% de perda) (Quadro 1 e Figura 1) . Na circunvolução dentada, os ratos DZP experimentaram perda neuronal extensa no hilus (65%) enquanto a camada de células granulares não manifestou deterioração notória. Foi observada a mesma distribuição de deterioração no hipocampo ventral mas não foram realizadas contagens de células nesta região.
No tálamo, a perda neuronal foi moderada no mediodorsal central e lateral, no dorsolateral medial dorsal e nos núcleos mediais centrais (18, 24, 40 e 34% de diminuição, respectivamente), mais acentuada no núcleo mediodorsal (49%) e muito importante na divisão ventral lateral do núcleo dorsolateral (90%) (Quadro 1 e Figura 2) . Na amígdala, a perda neuronal foi moderada no núcleo posterior medial ventral (38%) e mais acentuada nos núcleos anteriores basolateral e dorsal medial (73 e 53% de diminuição, respect ivamente) . Não houve qualquer deterioração neuronal no núcleo central (Quadro 1 e Figura 3).
No córtex piriforme, a perda neuronal foi quase total na camada III (94%) a qual deixou de ser visível e atingiu 66 e 89% na camada II dorsal e ventral, respectivamente nos ratos DZP relativamente aos ratos de controlo tratados com soro fisiológico. No córtex entorrinal dorsal, as camadas II e III-IV sofreram uma deterioração ligeira (18 e 24%, respectivamente) e 92 nas camadas II e III/IV ventrais, a deterioração atingiu 22 e 74%, respectivamente (Quadro 1 abaixo e Figura 4).
Quadro 1: Efeitos de doses crescentes de Composto de Ensaio (TC) no número de corpos de células neuronais no hipocampo, tálamo, amígdala e córtex cerebral de ratos submetidos a SE li-pilo.
Controlo (n-10) pilo-DZP (n-7) pilo-TC30 (n=8) pilo-TC60 (n=l1) pilo-TC90 (n=10) pilo-TC120 (n=8) Hipocampo Área CAI 74,8 ± 1,5 10, 9 ± 1, 9** 39, 3 ± 4 4**00 31,9 ± 4 4* * o o 47, 7 ± 6,6*° 65,5 ± 2, 9o ° Área CA3 52,1 ± 2,7 31, 3 ± 2, 9** 35, 7 ± 1, 8** 31,6 ± 1,4** 35, 1 ± 2,9** 39,8 ± 1,5** Hilus 96,4 ± 3,5 33, 5 ± 3, 0** 33, 0 ± 3,2** 32,8 ± 3,3** 37, 5 ± 3,1** 44,8 ± 2, 9** Tálamo Mediodorsal medial 31,9 ± 0,9 16, 4 ± 1, 9** 11, 5 ± 2, 5** 19,1 ± 2, 6** 23,1 ± 2, 8°° 28,6 ± 0, 8°° Mediodorsal central 31,9 ± 1,2 26,3 ± 1, 8** 26, 9 ± 0, 6* 24,1 ± 1** 27,4 ± 1,5 29,9 ± 1, 7o Mediodorsal lateral 25,9 ± 0,6 19, 6 ± 0, 8** 20, 5 ± 0, 7** 18,9 ± 0, 6** 22 ± 1,2*° 24,4 ± 1, 1°° Dorsolateral, medial, dorsal 102,2 ± 2,5 61 ± 6,3** 64, 2 ± 9,3 * * ° ° 77,5 ± 3^9**00 79, 4 ± 3,l**°° 89,8 ± 3, 7* ° Dorsolateral, ventral lateral 97,8 ± 1,7 9,7 ± 2:5** 8, 8 ± 2, 8** 56, 7 ± 8, 7** 71, 8 ± 5, 3 ° °* 79,0 ± 4, 7°° Central medial 113,1 ± 5,9 74, 2 ± 7, 4* 75, 6 ± 7, 7* 83,7 ± 9,6* 88,2 ± 8,5 108,2 ± 6,6° Amígdala Basolateral 46,7 ± 1,2 12, 8 ± 5, 3** 27, 3 ± 4, 9**° 27, 8 ± 4, 3 * * ° ° 40, 7 ± 1,6°° 42, 7 ± l,3oo Medial, dorsal anterior 84,3 ± 3,8 40, 0 ± 2, 5** 46, 8 ± 5, 0** 58, 4 ± 2,8**° 72,2 ± 5, 7° ° 80,2 ± 2,6°° Medial, ventral posterior 35,1 ± 1,7 21, 8 ± 2, 4** 22, 3 ± 1, 8** 26,2 ± 2,9** 30, 7 ± 3, 7°° 34, 7 ± 1, 7°° Córtex cerebral Piriforme, camada II, dorsal 36,6 ± 0,8 12, 6 ± 4, 2** 15, 7 ± 2, 9** 27, 5 ± 2,8**°° 32, 4 ± 1, 1°° 35,2 ± 1,1°° Piriforme, camada II, ventral 33,0 ± 0,8 3,6 ± 0, 7** 7,2 ± 3, 8** 13, 7 ± 4,2** 18, 4 ± 4, 0° ° 30,5 ± 1,3°° 93 (continuação)
Controlo (n=10) pilo-DZP (n=7) pilo-TC30 (n=8) pilo-TC60 (n=ll) pilo-TC90 (n=10) pilo-TC120 (n=8) Hipocampo Piriforme, camada 19,2 ± 0,7 1,2 ± 1,2** 1,8 ± 1, 8** 6,4 ± 2,3** 9 ± 3,0°° 15 ± 2,2°° Entorrinal, camada II, dorsal 29 ± 0,6 23, 5 ± 0, 7** 23, 4 ± 0, 6** 23, 9 ± 0, 5** 26, 3 ± 0, 9** 27,3 ± 0, 5°° Entorrinal, camada II, ventral 26,8 ± 0,7 21, 7 ± 1,3** 22, 7 ± 0,9 23, 3 ± 0, 8** 25,4 ± 1,1° 25,1 ± 0, 6 Entorrinal, camada III/IV, dorsal 29,2 ± 0,9 22, 3 ± 0, 5** 22, 3 ± 0, 5** 23,2 ± 0, 8** 26, 7 ± 0,8* 26,4 ± 0,70°° Entorrinal, camada III/IV, ventral 28,7 ± 1,7 7,7 ± 2,3** 13, 2 ± 1, 9** 16, 5 ± 2,2** 23, 7 ± 1,5°° 24, 5 ± 1,4°° * p < 0,05, ** p< 0,01, diferença estatisticamente significativa entre os ratos pilo- S TC e de controlo li-soro fisiológico s ° p < 0,05, °° p< 0,01, diferença estatisticamente significativa entre os ratos pilo- S TC e pilo-DZP \
No hipocampo de animais tratados com TC, a perda celular foi significativamente reduzida relativamente a ratos DZP na camada celular piramidal CAI. Esta redução foi acentuada nos ratos TC30, 60 ou 90 (36-47% de perda celular) e proeminente no grupo TC120 (12% de perda celular). As diferenças foram estatisticamente significativas a todas as doses de TC (Quadro 1 e Figura 1) . Na camada piramidal CA3, houve uma tendência para uma neuroprotecção ligeira induzida pelo Composto de Ensaio, apenas à dose de 120 mg/kg mas a diferença com o grupo DZP não foi significativa. Na circunvolução dentada, a perda celular no hilus foi semelhante nos grupos DZP e TC30, 60 e 90 (61-66% de diminuição) e houve uma tendência ligeira para uma menor deterioração no grupo TC120 (53% de perda neuronal) relativamente aos animais DZP (66% de diminuição). Nenhuma destas diferenças foi estatisticamente significativa.
No tálamo, a perda neuronal foi semelhante em ratos DZP e TC30 e TC60. O TC foi significativamente protector à dose de 94 60 mg/kg no núcleo dorsolateral medial dorsal e às duas doses mais elevadas, 90 e 120 mg/kg em todos os núcleos talâmicos, embora a diferença não fosse significativa nos núcleos mediodorsal central e central medial nos ratos TC90. Nos ratos TC120, a diminuição neuronal foi consideravelmente reduzida relativamente aos ratos DZP. Ela variou de 4-19% e o número de neurónios deixou de ser significativamente diferente dos animais de controlo, excepto no núcleo dorsolateral medial dorsal (Quadro 1 e Figura 2) . Na amigdala, o TC foi significativamente protector à dose de 30 mg/kg no núcleo basolateral e à dose de 60 mg, também no núcleo medial dorsal anterior. À dose mais elevada, o TC foi largamente neuroprotector; o número de neurónios deixou de ser significativamente diferente do nivel de controlo e atingiu 86-99% do nivel de controlo em todos os núcleos da amigdala (Quadro 1 e Figura 3).
No córtex cerebral, o tratamento com TC não protegeu significativamente qualquer área cortical relativamente ao tratamento com DZP à dose de 30 mg/kg. A 60 mg/kg, o TC reduziu significativamente a perda neuronal apenas na camada II do córtex piriforme dorsal (25% de diminuição em comparação com 66% no grupo DZP) A 90 e 120 mg/kg, o TC protegeu significativamente todas as três áreas do córtex piriforme por comparação com o tratamento com DZP e à dose mais elevada de TC, 120 mg/kg, a densidade neuronal atingiu 78-96% dos níveis de controlo, mesmo nas camada II e camada III do córtex piriforme, dorsal onde a população neuronal foi quase totalmente eliminada no grupo DZP. Em todas as camadas do córtex dorsal e entorrinal ventral, as duas doses mais baixas de TC, 30 e 60 mg/kg não proporcionaram qualquer neuroprotecção. A dose de 90-mg/kg de TC protegeu significativamente as camadas II e III/IV do córtex entorrinal ventral (permanecendo 4 e 17% de deterioração nas 95 camadas II e II/IV da parte dorsal e na camada II da parte ventral em comparação com 19 e 73% no grupo DZP) . À dose mais elevada de TC, 120 mg/kg, todas as partes do córtex entorrinal, tanto a dorsal como a ventral foram protegidas e o número de neurónios nestas áreas deixou de ser significativamente diferente do nível nos controlos (85-94% de neurónios sobreviventes em comparação com 27-81% no grupo DZP). O período de latência e a frequência de convulsões recorrentes
O período de latência para convulsões espontâneos atingiu um valor médio de 15,5 ± 2,3 dias no grupo DZP (14 ratos) e foi semelhante (11,6 ± 2,5 dias) no grupo TC30 (8 ratos). A concentrações mais elevadas de TC, os animais poderiam ser subdivididos em subgrupos com períodos de latência curto e longo. Foi considerado um período de latência curto como qualquer duração mais curta do que 40 dias após SE. Alguns ratos exibiram um período de latência para a primeira convulsão espontâneo que foi semelhante ao registado nos grupos DZP e TC mas o número de ratos que exibiu estes valores de período de latência curto diminuiu progressivamente com o aumento da concentração de TC. Assim, a 30 mg/kg, 70% dos ratos (7/10) tiveram tempos de latência curtos para convulsões enquanto a 90 e 120 mg/kg, esta percentagem atingiu 36% (4/11) e 11% (1/9), respectivamente (Quadro 2 abaixo e Figura 5). 96
Quadro 2: Efeito de doses crescentes de TC no período de latência para convulsões espontâneos.
Tratamento Número de animais Período de latência para o primeira convulsão espontâneo (dias) DZP 14 15,5 ± 2,34 pilo-TC30 8 11,6 ± 2,5 pilo-TC60 10 2 grupos Período de latência curto (n=7) Período de latência longo (n=3) 17, 4 ± 5, 4 76,7 ± 15,6**°° pilo-TC90 11 3 grupos Período de latência curto (n=4) Período de latência longo (n=2) Não epiléptico (n=5) 14, 8 ± 5, 7 52,0 ± 1,0*° 150** 00 3 grupos pilo-TC12 0 9 Período de latência curto (n=l) Período de latência longo (n=4) Não epiléptico (n=4) 13, 0 84,5 ± 16,7** 0 0 150** 00
** p < 0,01, * p < 0,05, diferenças estatisticamente significativas em comparação com o grupo pito-DZP 00 p < 0,01, ° p < 0,05, diferenças estatisticamente significativas em comparação com o grupo de período de latência curto
Nos grupos TC60, 90 e 120, o valor médio dos ratos com períodos de latência longos foi semelhante e variou desde 52 a 85 dias. Finalmente, às duas doses mais elevadas de TC, nós conseguimos identificar uma percentagem de ratos que não desenvolveram qualquer convulsão ao longo de um período de 150 dias pós-SE. A percentagem de ratos não epilépticos atingiu 45% a ambas as doses de TC. A frequência de convulsões espontâneas foi semelhante ao longo das quatro semanas de registo. Ela mostrou uma tendência para ser maior nos grupos DZP e TC30, enquanto foi menor nos grupos TC60, 90 e 120 (Figura 6). Estas diferenças não atingiram significância estatística ao nível de cada frequência semanal 97 individual mas alcançou significância para o número total ou médio de convulsões ao longo de quatro semanas. 0 número de convulsões também foi representado graficamente de acordo com a duração do período de latência para a primeira convulsão espontâneo. Os animais com um período de latência curto mostraram uma tendência para apresentar 2-3 vezes mais convulsões ao longo das quatro semanas de registo do que os ratos com um período de latência longo. Não poderia ser realizada nenhuma análise estatística uma vez que a ANOVA não mostrou qualquer significância, muito provavelmente porque só havia um animal no subgrupo de período de latência curto dos animais TC120 (Figura 7) . No entanto, quando todos os períodos de latência foram representados graficamente contra o número de convulsões, houve uma correlação inversa significativa que originou uma linha recta com um coeficiente de correlação de -0,4 (Figura 8).
Para finalizar esta análise serão realizadas mais duas medições. A primeira é a contagem de células nos animais que foram registados em vídeo e seguidos durante 2 meses após o primeira convulsão espontâneo ou sacrificados aos 5 meses para estudar a correlação potencial entre a extensão e localização da deterioração cerebral e a ocorrência e/ou período de latência para convulsões espontâneos. A segunda consistirá em realizar um seguimento de um ano quanto à ocorrência de convulsões num grupo de ratos para estudar se os animais que a requerente considerou "não epilépticos" aos 5 meses permanecem isentos de convulsões, ou não.
Os resultados do presente estudo mostram que um tratamento com TC começando 1 h depois do aparecimento de SE induzido por 98
Li-pilo tem propriedades neuroprotectoras na camada celular piramidal CAI do hipocampo e em todas as camadas do córtex piriforme ventral e dorsal e entorrinal. 0 TC também protege os núcleos do tálamo e amígdala. No entanto, o TC não é protector à dose de 30 mg/kg, excepto na CAI, num núcleo talâmico e num núcleo de amígdala. À dose de 60 mg/kg, também são protegidas a camada II do córtex piriforme dorsal e um segundo núcleo da amígdala. A 90 e 120 mg/kg, o fármaco protege a maioria das regiões cerebrais estudadas, excepto a CA3 hipocampal e o hilus da circunvolução dentada. As duas últimas estruturas e o núcleo talâmico dorsolateral ventral dorsal são as únicas regiões onde o número de neurónios permanece significativamente diferente dos controlos à dose de 120 mg/kg TC. Deste dados parecem evidentes as propriedades de neuroprotecção extremamente poderosas do TC. A molécula parece prevenir a morte neuronal na maioria das regiões pertencentes ao circuito de epilépsia límbica induzida por Li-pilo, i. e., o hipocampo, tálamo, amígdala e córtices para-hipocampais. Estas são todas as regiões nas quais nós a requerente detectou sinais de MRI no decurso da epileptogénese em ratos tratados com Li-pilo (Roch C, Leroy C, Nehlig A, Namer IJ (2002a) Contribution of magnetic resonance imaging to the study of the lithium-pilocarpine model of temporal lobe epilepsy in adult rats. Epilépsia 43:325-335). As duas únicas regiões que não são eficazmente protegidas pelo TC são a camada celular piramidal CA3 e o hilus da circunvolução dentada. A última região sofre deterioração celular rápida e maciça (André V, Marescaux C, Nehlig A, Fritschy JM (2001) Alterations of the hippocampal GABAergic system contribute to the development of spontaneous recurrent seizures in the lithium-pilocarpine model of temporal lobe epilepsy. Hippocampus 11:452-468.; Roch C, Leroy C, Nehlig A, Namer IJ (2002a) Contribution of magnetic resonance imaging to the study of the lithium-pilocarpine model 99 of temporal lobe epilepsy in adult rats. Epilépsia 43:325-335) e nenhuma da neuroprotecção que a requerente utilizou em estudos anteriores foi capaz de proteger esta estrutura. Com base em estudos anteriores, a requerente também identificou esta estrutura como uma área chave na iniciação e manutenção de convulsões epilépticas no modelo Li-pilo. (Dubé C, Marescaux C, Nehlig A (2000) A metabolic and neuropathological approach to the understanding of plastic changes occurring in the immature and adult rat brain during lithium-pilocarpine induced epileptogenesis. Epilépsia 41(Supl 6):S36-S43)
Obviamente, os actuais dados demonstram que a epileptogénese pode ser prevenida mesmo que a deterioração permaneça muito acentuada nesta área. A contagem de células a longo prazo, no grupo de animais que foram registados em vídeo será capaz de demonstrar se a extensão da deterioração nesta região é crítica para a epileptogénese neste modelo ou não. O tratamento não afectou o período de latência para a primeira convulsão espontânea à dose de 30 mg/kg. Às 3 doses mais elevadas, uma percentagem de animais desenvolveu epilépsia de modo tão rápido quanto os ratos DZP ou TC30 mas a importância relativa deste subgrupo foi inversamente relacionada com a dose de TC utilizada. Outro subgrupo, constante em tamanho (2-4 animais por grupo) desenvolveu epilépsia após um período de latência 4-6 vezes mais longo, enquanto às duas doses mais elevadas do fármaco, 4-5 ratos não se tornaram epilépticos após 5 meses, i. e., cerca de 10 vezes a duração do período de latência curto e 2-3 vezes a do período de latência longo. Este atraso na ocorrência de epilépsia poderá correlacionar com o número de neurónios protegidos nos córtices basais nos animais. Esta suposição baseia-se no facto de que a requerente verificou 100 alguma heterogeneidade na extensão da neuroprotecção nos córtices basais dos animais submetidos a contagem neuronal a curto prazo aos 14 dias após SE. No entanto, na altura, a reguerente não realizaou a contagem neuronal nos animais utilizados para o estudo da epileptogénese e, portanto, não se pode retirar nenhuma conclusão quanto à relação potencial entre o número de neurónios sobreviventes nos córtices basais e a taxa ou até mesmo a ocorrência de epileptogénese.
Os dados obtidos no presente estudo estão em consonância com o estudo anterior deste grupo que refere que a dose de 60 mg/kg de Composto de ensaio (TC) protegeu o hipocampo e os córtices basais de deterioração neuronal e atrasou a ocorrência de convulsões recorrentes (ver Exemplo 1). Estes confirmam que a protecção dos córtices basais poderia ser um factor chave na indução de um efeito modificador de doença no modelo de litio-pilocarpina de epilépsia. 0 papel chave dos córtices basais como iniciadores do processo epiléptico foi anteriormente demonstrado pelo grupo da requerente no modelo de litio-pilocarpina (André V, Rigoulot MA, Koning E, Ferrandon A, Nehlig A (2003) Long-term pregabalin treatment protects basal córtices e delays the occurrence of spontaneous seizures in the lithium-pilocarpine model in the rat. Epilépsia 44:893-903; Roch C, Leroy C, Nehlig A, Namer IJ (2002a) Contribution of magnetic resonance imaging to the study of the lithium-pilocarpine model of temporal lobe epilepsy in adult rats. Epilépsia 43:325-335; Roch C, Leroy C, Nehlig A, Namer IJ (2002b) Predictive value of cortical injury for the development os temporal lobe epilepsy in P21-day-old rats: a MRI approach using the lithium-pilocarpine model. Epilépsia 43:1129-1136. 101
Referências para o Exemplo 2
André V, Marescaux C, Nehlig A, Fritschy JM (2001) Alterations of the hippocampal GABAergic System contribute to the development of spontaneous recurrent seizures in the lithium-pilocarpine model of temporal lobe epilepsy. Hippocampus 11:452-468.
André V, Rigoulot MA, Koning E, Ferrandon A, Nehlig A (2003) Long-term pregabalin treatment protects basal cortices and delays the occurrence of spontaneous seizures in the lithium-pilocarpine model in the rat. Epilépsia 44:893-903.
Cavalheiro EA (1995) The pilocarpine model of epilepsy. Ital J Neurol Sei 16:33-37.
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Roch C, Leroy C, Nehlig A, Namer IJ (2002b) Predictive value of cortical injury for the development of temporal lobe epilepsy in P21-day-old rats: a MRI approach using the lithium-pilocarpine model. Epilépsia 43:1129-1136.
Turski L, Ikonomidou C, Turski WA, Bortolotto ZA,
Cavalheiro EA (1989) Review: Cholinergic mechanisms and epileptogenesis. The seizures induced by pilocarpine: a novel experimental model of intractable epilepsy. Sinapse 3 :154-171. O Composto de Ensaio (TC) referido no exemplo abaixo é o composto de Fórmula 7 e o mesmo composto que nos outros exemplos 1 e 2 acima. EXEMPLO 3 O objectivo deste estudo foi avaliar a farmacocinética (PK) do Composto de Ensaio (TC) após administração oral única e repetida num homem adulto saudável a doses clinicamente relevantes MÉTODOS:
Foram realizados dois estudos monocentrados, controlados com placebo, duplamente cegos de dose ascendente em homens saudáveis >18 e >45 anos. No estudo 1 (N=70), os indivíduos foram destinados aleatoriamente a uma única dose de Composto de Ensaio (TC) ou placebo. Foram recebidas doses ascendentes como 100, 250, 400, 750, 1000, 1250 e 1500 mg. Os parâmetros PK foram estimados a partir de amostras de plasma e urina colhidas até 103 3 dias após a dose. 0 estudo 2 (N=53) avaliou a PK de doses repetidas de Composto de Ensaio (TC) em grupos de 4 doses (100, 250, 500 ou 750 mg) . Dentro de cada grupo, 12 indivíduos foram destinados a tratamento ql2h com fármaco ou placebo durante 1 semana e foram cruzados após um período de eliminação de 14 dias. Os parâmetros de PK foram estimados a partir de amostras de plasma e urina nos dias 1 e 7. RESULTADOS:
Dose única: O composto de Ensaio (TC) foi rapidamente absorvido após administração oral. Cmax e AUC0_~ aumentaram em proporção relativamente à dose ao longo da gama de 100-1500 mg. O tmax médio variou de 1,3-2,7 h. Os valores médios de ti/2 (11,5 - 13,9 h) , CUF (2, 87-3,67 Uh) e Vd/F (52,1-66,3 Uh) foram semelhantes para todos os 7 grupos de dose.
Doses repetidas: As concentrações do Composto de Ensaio (TC) no plasma atingiram o estado estacionário após 3-4 dias como previsto a partir da sua semivida de dose única. O tmax médio ocorreu 1,3-1,8 h após administração. Os valores médios de 11/2 (11,9-12,8 h) e CUF (3,40-3, 78 Uh) no estado estacionário foram comparáveis aos parâmetros PK após administração de uma dose única no dia 1 e no estudo 1. As Cmax e AUC0-12 no estado estacionário aumentaram em proporção à dose.
Como esperado, houve um grau moderado de acumulação de Composto de Ensaio (T-C); as Cmax e AUCo-12 foram cerca de duas vezes superiores no dia 7 vs. dia 1 (P<0,001). As estimativas das CLr médias para o Composto de Ensaio (TC) foram <5% da 104 eliminação média oral, sugerindo uma eliminação nao renal como o mecanismo primário para a eliminação do Composto de Ensaio (TC). CONCLUSÕES: 0 Composto de Ensaio (TC) exibiu PK linear após doses únicas (100-1500 mg) e repetidas (100-750 mg bid). Ele foi rapidamente absorvido e teve uma semivida de eliminação média de 11,5-13,9 h, após administração bid. Após administração gl2h, o Composto de Ensaio (TC) acumulou duplamente e foi eliminado principalmente por uma via não renal. EXEMPLO 4
Exemplo vaticinador de um regime de tratamento com o Composto de Ensaio (TC) :
Um soldado masculino com 23 anos de idade é admitido no hospital com uma ferida penetrante na cabeça de um fragmento de bomba. 0 fragmento entrou no lobo frontal direito do cérebro e penetrou, aproximadamente, uma polegada para o interior do cérebro. O fragmento é removido cirurgicamente e o doente recupera bem com disfunção neurológica mínima. O doente não tem qualquer passado pessoal ou familiar de um distúrbio convulsivo e não manifesta qualquer evidência de um distúrbio convulsivo após cirurgia e os EEG são negativos em relação a actividade convulsiva. O médico do doente inicia imediatamente um regime de tratamento com o Composto de Ensaio (TC) a uma dose de 500 mg duas vezes por dia para prevenir o desenvolvimento de um distúrbio convulsivo em consequência da lesão. O tratamento 105 profiláctico continua durante um ano e no seguimento o doente não mostra qualquer evidência de desenvolvimento de um distúrbio convulsivo. 0 doente é seguido durante mais um ano e não mostra qualquer evidência de desenvolvimento de um distúrbio convulsivo. EXEMPLO 5
Exemplo vaticinador de um regime de tratamento com o
Composto de Ensaio (TC):
Uma mulher com 3 7 anos de idade é admitida no hospital depois de sofrer traumatismo craniano contundente num acidente de carro. 0 doente não tem qualquer passado de qualquer tipo de distúrbio convulsivo e o passado clinico pessoal e familiar são essencialmente negativos. A cabeça do doente bateu no painel de instrumentos do carro e esta perdeu consciência durante 30 minutos após o acidente. O varrimento por CT mostra uma pequena contusão na região frontal esquerda do cérebro e o doente é diagnosticado como tendo traumatismo craniano contundente com uma concussão. O médico do doente está preocupado com o possível desenvolvimento futuro de um distúrbio convulsivo em consequência da lesão do lobo frontal do doente. O médico do doente inicia imediatamente um regime de tratamento com o Composto de Ensaio (TC) a uma dose de 300 mg duas vezes por dia para prevenir o desenvolvimento de um distúrbio convulsivo. O doente é seguido durante um ano e não mostra qualquer evidência de desenvolvimento de convulsão. A dose de Composto de Ensaio é gradualmente reduzida e terminada e o doente permanece isento de convulsão no seguimento dois anos mais tarde. 106 EXEMPLO 6
Exemplo vaticinador de um regime de tratamento com o Composto de Ensaio (TC) :
Uma mulher com 74 anos de idade é admitida no hospital após um episódio em casa em que desenvolveu fraqueza do lado direito e incapacidade de falar. Uma MRI mostrou um ataque cardíaco da artéria cerebral média esquerda. 0 doente não tinha qualquer passado pessoal ou familiar de convulsões ou outros problemas neurológicos. Além dos cuidados de apoio de rotina, o médico do doente iniciou um regime de Composto de Ensaio (TC) a uma dose de 250 mg duas vezes por dia para prevenir o desenvolvimento de um distúrbio convulsivo no período de recuperação pós-ataque cardíaco. O doente é visto numa consulta de seguimento um ano mais tarde e não tem qualquer evidência de desenvolvimento de um distúrbio convulsivo e a medicação é gradualmente reduzida. O doente continua a estar isento de convulsão no seguimento ao fim de dois anos. EXEMPLO 7
Exemplo vaticinador de um regime de tratamento com o Composto de Ensaio (TC):
Um rapaz com 7 anos de idade anteriormente de saúde é examinado no gabinete do seu médico depois de ter convulsões repetidas em casa, no contexto de uma febre de 105 graus, secundária a uma infecção virai das vias respiratórias superiores. O doente recuperou da infecção virai e não mostra quaisquer sinais de ter um distúrbio convulsivo. O médico 107 diagnostica convulsões febris. 0 rapaz pesa 27 quilograma e o médico decide iniciar um regime de Composto de Ensaio (TC) a uma dose de 7,1 mg/kg/dia e, por conseguinte, medica o rapaz com 100 mg duas vezes por dia para prevenir o desenvolvimento de um distúrbio convulsivo. O doente é visto na consulta de seguimento ao fim de um ano e encontra-se isento de convulsão. A medicação é prosseguida durante dois anos e terminada. O doente não mostra qualquer evidência de um distúrbio convulsivo, no seguimento durante três anos. EXEMPLO 8
Exemplo vaticinador de um regime de tratamento com o Composto de Ensaio (TC):
Um homem com 47 anos de idade é admitido no hospital para excisão de um AVM pré-frontal direito. O doente não tem qualquer passado pessoal ou familiar de distúrbio convulsivo. Antes do procedimento neurocirúrgico, o médico do doente inicia um regime de Composto de Ensaio a uma dose de 200 mg duas vezes por dia para minimizar o risco de desenvolvimento de um distúrbio convulsivo após cirurgia. O doente é visto na consulta de seguimento um ano após o procedimento e a medicação é reduzida e terminada. O doente continua bem e não mostra qualquer evidência de desenvolvimento de um distúrbio convulsivo, no seguimento três anos mais tarde. A presente invenção não está limitada pelas formas de realização ou exemplos particulares descritos neste pedido, os quais são meras ilustrações de aspectos individuais da invenção. Pode efectuar-se muitas modificações e variações desta invenção 108 sem se sair do seu âmbito, como será evidente para os especialistas na técnica. Métodos e combinações funcionalmente equivalentes no âmbito da invenção, além dos aqui enumerados, serão evidentes para os especialistas na técnica a partir da descrição e exemplos anteriores e dos desenhos apensos. Tais modificações e variações caem dentro do âmbito das reivindicações apensas. A presente invenção é apenas limitada pelos termos das reivindicações apensas.
Lisboa, 30 de Abril de 2010 109
Claims (36)
- REIVINDICAÇÕES 1. Composto, ou um seu sal ou éster f armaceuticamente aceitável, seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (I) e Fórmula (II):em que fenilo está substituído em X com um a cinco átomos de halogéneo seleccionados do grupo consistindo de flúor, cloro, bromo e iodo; e, Ri, R2, R3, R4, R5 e R6 são independentemente seleccionados do grupo consistindo de hidrogénio e alquilo C1-C4; em que alquilo C1-C4 está opcionalmente substituído com fenilo (em que fenilo está opcionalmente substituído com substituintes independentemente seleccionados do grupo consistindo de halogéneo, alquilo C1-C4, alcoxilo C1-C4, amino, nitro e ciano) para utilização no tratamento prevenção, reversão, paragem ou inibição de epileptogénese num indivíduo humano que está em risco 1 de desenvolver epilépsia ou um distúrbio relacionado com convulsão mas não tem epilépsia ou evidência clinica de convulsões.
- 2. Composto como reivindicado na reivindicação 1, em que X é cloro.
- 3. Composto como reivindicado na reivindicação 1, em que X está substituído na posição orto do anel fenilo.
- 4. Composto como reivindicado na reivindicação 1, em que Ri, R2, R3, R4, R5 e Rg são seleccionados de hidrogénio.
- 5. Enantiómero, ou um seu sal ou éster farmaceuticamente aceitável, seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (I) e Fórmula (II) ou mistura enantiomérica em que predomina um enantiómero seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (I) e Fórmula (II) :Fórmula (I) Fórmula (II) em que 2 fenilo está substituído em X com um a cinco átomos de halogéneo seleccionados do grupo consistindo de flúor, cloro, bromo e iodo; e, Rx, R2, R3, R4, R5 e R6 são independentemente seleccionados do grupo consistindo de hidrogénio e alquilo C1-C4; em que alquilo C1-C4 está opcionalmente substituído com fenilo (em que fenilo está opcionalmente substituído com substituintes independentemente seleccionados do grupo consistindo de halogéneo, alquilo C1-C4, alcoxilo C1-C4, amino, nitro e ciano) para utilização no tratamento prevenção, reversão, paragem ou inibição de epileptogénese num indivíduo humano que está em risco de desenvolver epilépsia ou um distúrbio relacionado com convulsão mas que não tem epilépsia ou evidência clínica de convulsões.
- 6. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 5, em que X é cloro.
- 7. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 5, em que X está substituído na posição orto do anel fenilo.
- 8. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 5, em que Ri, R2, R3, R4, R5 e R6 são seleccionados de hidrogénio.
- 9. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 5, em que um enantiómero seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (I) e Fórmula (II) predomina num teor desde cerca de 90% ou ma is. 3
- 10. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 5, em que um enantiómero seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (I) e Fórmula (II) predomina num teor desde cerca de 98% ou ma is.
- 11. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 5, em que o enantiómero seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (I) e Fórmula (II) é um enantiómero seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (Ia) e Fórmula (lia):em que fenilo está substituído em X com um a cinco átomos de halogéneo seleccionado do grupo consistindo de flúor, cloro, bromo e iodo; e, Rir R2r R-3 r r4, R5 e Rg são independentemente seleccionados do grupo consistindo de hidrogénio e alquilo Ci-C4; em que alquilo Ci-C4 está opcionalmente substituído com fenilo (em que fenilo está opcionalmente substituído com substituintes independentemente seleccionados do grupo consistindo 4 de halogéneo, alquilo C1-C4, alcoxilo C1-C4, amino, nitro e ciano) .
- 12. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 11, em que X é cloro.
- 13. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 11, em que X está substituído na posição orto do anel fenilo.
- 14. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 11, em que Ri, R2, R3, R4, R5 e Rg são seleccionados de hidrogénio.
- 15. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 11, em que um enantiómero seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (Ia) e Fórmula (11a) predomina num teor desde cerca de 90% ou mais.
- 16. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 11, em que um enantiómero seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (Ia) e Fórmula (lia) predomina num teor desde cerca de 98% ou mais.
- 17. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 5, em que o enantiómero seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (I) e Fórmula (II) é um enantiómero seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (Ib) e Fórmula (Ilb) ou uma sua forma de sal ou éster farmaceuticamente aceitável: 5Fórmula (Ib) Fórmula (llb)
- 18. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 17, em que um enantiómero seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (Ib) e Fórmula (llb) predomina num teor desde cerca de 90% ou mais.
- 19. Enantiómero como reivindicado na reivindicação 17, em que um enantiómero seleccionado do grupo consistindo de Fórmula (Ib) e Fórmula (llb) predomina num teor desde cerca de 98% ou mais.
- 20. Composto ou enantiómero como reivindicado nas reivindicações 1 ou 5, em que o(s) factor(es) de predisposição que tornam o doente em risco de desenvolver epilépsia ou um distúrbio relacionado com convulsão é seleccionado do grupo consistindo de: lesão ou traumatismo de qualquer tipo do SNC; procedimentos neurocirúrgicos, actividades com risco de lesão do SNC, e. g., actividades de combate, corridas de automóveis ou cavalo e desportos de contacto incluindo pugilismo; traumatismo da medula espinal; infecções do SNC; anoxia; ataque cardíaco (CVA); passado de Ataques Isquémicos Transitórios (TIA); estenose da carótida; passado de doença de vasos ateroscleróticos; passado de embolia pulmonar; doença vascular periférica; 6 doenças autoimunes que afectam o SNC, e. g., lúpus; lesões de parto, e. g., asfixia perinatal; paragem cardíaca; procedimentos cirúrgicos vasculares terapêuticos ou de diagnóstico, e. g., endarterectomia carotídea ou angiografia cerebral; hipotensão; lesão do SNC por embolias, híper- ou hipoperfusão; hipoxia; predisposição genética conhecida para distúrbios que se sabe que respondem a AEGD; lesões de compressão do SNC; tumores cerebrais, e. g. , glioblastomas; sangramento ou hemorragia no ou circunjacente ao SNC, e. g., sangramentos intracerebrais ou hematomas subdurais; edema cerebral; convulsões febris; hipertermia; exposição a agentes tóxicos ou venenosos; intoxicação ou abstinência de substâncias, e. g. cocaína, metanfetamina ou álcool; passado familiar de distúrbios de convulsão ou um distúrbio neurológico tipo convulsão relacionado com epilépsia ou distúrbio relacionado com convulsão, passado de estado epiléptico; tratamento actual com medicações que reduzem o limiar de convulsão, e. g. , carbonato de lítio, torazina ou clozapina; evidência a partir de marcadores sucedâneos ou biomarcadores que o doente está necessitado de tratamento com um fármaco antiepileptogénico, e. g. varrimento por MRI que mostre esclerose do hipocampo, níveis elevados de produtos de degradação neuronal no soro, níveis elevados de factor neurotrófico ciliar (CNTF) ou um EEG sugestivo de um distúrbio convulsivo ou de um distúrbio neurológico tipo convulsão relacionado com epilépsia.
- 21. Composto ou enantiómero como reivindicado na reivindicação 20, em que o(s) factor (es) de predisposição que tornam o doente em risco de desenvolver epilépsia ou um distúrbio relacionado com convulsão é seleccionado do grupo 7 consistindo de: traumatismo craniano fechado ou penetrante; procedimentos neurocirúrgicos, estenose da carótida, ataque cardíaco ou outro acidente cerebrovascular (CVA); estado epiléptico e lesões de compressão do SNC.
- 22. Composto ou enantiómero como reivindicado na reivindicação 21, em que o(s) referido(s) factor(es) de predisposição são traumatismo craniano fechado ou traumatismo craniano penetrante ou um procedimento neurocirúrgico.
- 23. Composto ou enantiómero como reivindicado na reivindicação 21, em que o(s) referido(s) factor(es) de predisposição são ataque cardíaco, outro acidente cerebrovascular (CVA), presença de estenose da carótida ou Ataque Isquémico Transitório.
- 24. Composto ou enantiómero como reivindicado na reivindicação 23, em que o referido factor de predisposição é o estado epiléptico.
- 25. Compostos ou enantiómeros como reivindicados nas reivindicações 1 ou 5, em que o referido composto (ou enantiómero) ou um seu sal ou éster farmaceuticamente aceitável é administrado, em administração de associação com um ou mais de outros compostos ou agentes terapêuticos.
- 26. Compostos ou enantiómeros como reivindicados na reivindicação 25, em que o referido um ou mais de outros compostos ou agentes terapêuticos são seleccionados do grupo consistindo de compostos que têm uma ou mais das propriedades seguintes: actividade antioxidante; antagonismo do receptor de NMDA; capacidade para aumentar a 8 inibição de GABA endógeno; actividade inibidora da NO-sintase; capacidade de fixação de ferro, e. g., um agente quelante de ferro; capacidade de fixação de cálcio, e. g., um agente quelante de Ca (II); capacidade de fixação de zinco, e. g., um agente quelante de Zn (II) ; a capacidade para bloquear canais de iões sódio ou cálcio; a capacidade para abrir os canais de iões potássio ou cloreto, agentes terapêuticos úteis no tratamento do Abuso de Substâncias.
- 27. Compostos ou enantiómeros como reivindicados na reivindicação 25, em que o referido um ou mais compostos são seleccionados do grupo consistindo de fármacos antiepilépticos (AED).
- 28. Compostos ou enantiómeros como reivindicados na reivindicação 27, em que o referido fármaco antiepiléptico (AED) é seleccionado do grupo consistindo de; carbamazepina, clobazam, clonazepam, etossuximida, felbamato, gabapentina, lamotigina, levetiracetam, oxcarbazepina, fenobarbital, fenitoina, pregabalina, primidona, retigabina, talampanel, tiagabina, topiramato, valproato, vigabatrina, zonisamida, benzodiazepinas, barbituratos ou hipnóticos sedativos.
- 29. Composto ou enantiómero como reivindicado nas reivindicações 1 ou 5, em que a quantidade terapeuticamente eficaz é desde cerca de 5,7 mg/Kg/dia a cerca de 42,9 mg/Kg/dia.
- 30. Composto ou enantiómero como reivindicado nas reivindicações 1 ou 5, em que a referida quantidade 9 terapêutica é progressivamente diminuída à medida que progride o tratamento do processo epileptogénico no referido doente.
- 31. Composto ou enantiómero como reivindicado nas reivindicações 25, 26, 27 ou 28, em que a quantidade do referido um ou mais de outros compostos ou agentes terapêuticos administrados em associação com o referido composto (ou enantiómero) ou um seu sal ou éster farmaceuticamente aceitável é progressivamente diminuída à medida que progride o tratamento do processo epileptogénico no referido doente.
- 32. Composto ou enantiómero como reivindicado nas reivindicações 1 ou 5 em que a dose administrada é desde cerca de 6,4 mg/Kg/dia a cerca de 35, 7 mg/Kg/dia.
- 33. Composto ou enantiómero como reivindicado nas reivindicações 1 ou 5 em que a dose administrada é desde cerca de 7,1 mg/Kg/dia a cerca de 28,6 mg/Kg/dia.
- 34. Composto ou enantiómero como reivindicado nas reivindicações 1 ou 5 em que a dose administrada é desde cerca de 7,9 mg/Kg/dia a cerca de 21, 4 mg/Kg/dia.
- 35. Composto ou enantiómero como reivindicado nas reivindicações 1 ou 5 em que a dose administrada é desde cerca de 8,6 mg/Kg/dia a cerca de 17,1 mg/Kg/dia.
- 36. Composto ou enantiómero como reivindicado nas reivindicações 1 ou 5, em que a dose administrada é desde cerca de 400 mg/dia a cerca de 3000 mg/dia. 10 37. enantiómero 38 . 39 . 40 . Composto ou reivindicações 1 ou 5, em que cerca de 450 mg/dia a cerca de Composto ou enantiómero reivindicações 1 ou 5, em que cerca de 500 mg/dia a cerca de Composto ou enantiómero reivindicações 1 ou 5, em que cerca de 550 mg/dia a cerca de Composto ou enantiómero reivindicações 1 ou 5, em que cerca de 600 mg/dia a cerca de como reivindicado nas a dose administrada é desde 2500 mg/dia. como reivindicado nas a dose administrada é desde 2000 mg/dia. como reivindicado nas a dose administrada é desde 1500 mg/dia. como reivindicado nas a dose administrada é desde 1200 mg/dia. Lisboa, 30 de Abril de 2010 11
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