PT1608685E - Anatagonistas de vegf para o tratamento de diabetes. - Google Patents

Anatagonistas de vegf para o tratamento de diabetes. Download PDF

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PT1608685E
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Description

DESCRIÇÃO
ANTAGONISTAS DE VEGF PARA O TRATAMENTO DE DIABETES
ANTECEDENTES
Domínio da invenção O domínio da presente invenção está relacionado, de uma forma geral, com processos para o tratamento de diabetes.
Descrição das técnicas relacionadas Jã foi descrito que ratos db/db, um modelo de murino da diabetes do tipo 2, tratados com um anticorpo contra VEGF mostram melhorias das alterações renais de origem diabética, mas não exibem uma diminuição do peso do corpo, dos níveis de glicose, dos níveis de insulina ou do consumo de alimentos (Flyvbjerg et al. (2002) Diabetes 51: 3090--3094) . Além disso, as patentes de invenção WO 00/75319, WQ 02/060489 e a patente de invenção norte-americana US 2003/0017977 têm por objecto antagonistas de proteínas de fusão específicas de VEGF, à base dos componentes dos receptores de VEGF e as suas utilizações.
BREVE SUMÁRIO DA INVENÇÃO
Num primeiro aspecto, a presente invenção tem por objecto a utilização do antagonista de VEGF VEGFR1R2--FcACl(a) (SEQ ID N°: 1) na preparação de um medicamento para o tratamento de diabetes num mamífero. Em enquadramentos específicos, a presente invenção resulta na diminuição dos níveis de glicose do soro, na melhoria da 1 tolerância à glicose, no aumento da sensibilidade à insulina, na redução da hiperinsulinémia e/ou na melhoria do controlo glicémico.
Num enquadramento específico, a diabetes é uma diabetes do tipo 2 (também designada por diabetes mellitus não dependente de insulina (DMNDI - NIDDM na terminologia inglesa).
Em condições específicas, a presente invenção também se aplica à diabetes do tipo I ou à diabetes da gravidez. A administração do antagonista da presente invenção pode ser por feita por qualquer processo conhecido na técnica, incluindo as vias de administração subcutânea, intramuscular, intradérmica, intraperitoneal, intravenosa, intranasal ou as vias orais. 0 mamífero é preferencialmente um ser humano que sofre de diabetes. A presente invenção também se aplica a um indivíduo que está em risco de desenvolver diabetes do tipo 2, que exibe um ou mais sintomas da diabetes do tipo 2 ou uma condição associada com o desenvolvimento da diabetes do tipo 2, tal como, por exemplo, resistência à insulina, dislipidémia, síndroma do ovário poliquístico, obesidade, hiperglicémia, hiperlipidémia, hipercolesterémia, hipertri-gliceridémia, hiperinsulinémia e hipertensão. A presente invenção também se aplica na inibição ou no retardamento da progressão da diabetes do tipo 2 num mamífero. 2
Outros objectos e vantagens tornar-se-ão evidentes a partir da revisão da descrição detalhada que se segue.
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
Figuras 1A-B: (A) níveis de glicose no soro e (B) peso do corpo às 4 semanas em ratos diabéticos (db/db) e não diabéticos (db/?) tratados com VEGFRlR2-FcáCl(a).
Figura 2: Níveis de glicose no soro, ao longo de 8 semanas de tratamento de controlos e de ratos diabéticos (db/db) e não diabéticos (db/?) tratados com VEGFR1R2--FcACl(a).
Figura 3: Ensaio oral de tolerância ã glicose às 4 semanas de tratamento para o controlo e para os ratos diabéticos (db/db) e não diabéticos (db/?) tratados com VEGFR1R2-FcACl(a).
Figura 4: Ensaio oral de tolerância à glicose ao longo de 8 semanas de tratamento de controlos e de ratos diabéticos (db/db) e não diabéticos (db/?) tratados com VEGFR1R2-FcACl(a).
Figura 5A-B: Níveis de insulina e de glicose no soro em jejum após 8 semanas de tratamento de controlos e de ratos diabéticos (db/db) e de ratos não diabéticos (db/?) tratados com VEGFRlR2-FcACl(a).
DESCRIÇÃO DETALHADA
Deve entender-se que a presente invenção não está limitadas a processos e condições experimentais particulares, dado que esses processos e essas condições podem 3 variar. Deve entender-se também que a terminologia utilizada aqui tem fins apenas de descrição dos enquadramentos particulares e não pretende ser limitativa, dado que o âmbito da presente invenção será limitado apenas pelas reivindicações em anexo.
Tal como se utiliza na presente descrição e nas reivindicações em anexo, as formas singulares de "um", "uma", "a" e "o" incluem referências ao plural, a menos que o contexto dite claramente de outra forma. A menos que seja definido de outra forma, todos os termos científicos e técnicos aqui utilizados têm os mesmos significados que lhes são normalmente atribuídos e que são entendidos pelos especialistas na matéria à qual pertence a presente invenção. Embora se possam utilizar quaisquer processos e materiais semelhantes ou equivalentes aos descritos aqui, na prática ou nos ensaios da presente invenção, os processos e os materiais preferidos são os descritos agora.
Descrição geral A presente invenção baseia-se, em parte, na verificação de que a administração de um antagonista de VEGF é capaz de diminuir a glicose no soro e aumentar a distribuição de glicose em mamíferos diabéticos.
Definições
Pela expressão "dose efectiva sob o ponto de vista terapêutico" entende-se uma dose que produz o efeito desejado para o qual foi administrado. A dose exacta dependerá dos fins do tratamento e será acertada por um 4 especialista na matéria utilizando técnicas conhecidas (ver, por exemplo, Lloyd (1999) The Art, Science and Technology of Pharmaceutical Compounding).
Pelo termo "antagonista" entende-se uma substância que retarda ou previne uma reacção química ou fisiológica ou uma resposta. A presente invenção tem por objecto o antagonista à base do receptor de VEGF VEGFRlR2-FcACl(a) (SEQ ID N°: 1) . Para uma descrição completa dos antagonistas à base do receptor de VEGF, incluindo VEGFR1R2-FcACl (a), ver a publicação da patente de invenção WO 00/75319.
Uma "molécula pequena" define-se aqui como tendo um peso molecular inferior a cerca de 500 Daltons e pode incluir moléculas de produtos químicos assim como moléculas de péptidos.
Estruturas de ácidos nucleicos
Os componentes individuais dos antagonistas das proteínas de fusão específicas de VEGF da presente invenção podem ser produzidos por processos de biologia molecular conhecidos na técnica com as instruções dadas pela presente descrição. Estes componentes seleccionam-se de uma primeira proteína do receptor celular, tal como, por exemplo, VEGFR1; uma segunda proteína receptora celular, tal como, por exemplo VEGFR2; um componente de produção de multímeros tal como uma Fc.
Enquadramentos específicos dos antagonistas das proteínas de fusão específicas de VEGF, úteis nos processos da presente invenção, compreendem um componente de multimerização que permite que a proteína de fusão se 5 associe, por exemplo, como multímeros, preferencialmente dímeros. Preferencialmente, o componente de multimerização compreende um domínio derivado de imunoglobulina. Os componentes de multimerização apropriados são sequências que codificam uma região charneira da cadeia pesada de imunoglobulina (Takahashi et al. 1982 Cell 29: 671-679); sequências de genes de imunoglobulina e as suas proteínas.
As estruturas de ácidos nucleicos que codificam os antagonistas das proteínas de fusão úteis nos processos da presente invenção inserem-se num vector de expressão pelos processos conhecidos na técnica, em que a molécula de ácido nucleico está operacionalmente ligada a uma sequência do controlo de expressão. Os sistemas de vectores de hospedeiros para a produção das proteínas são conhecidos na técnica. A célula hospedeira apropriada pode ser uma célula bacteriana tal como E. coli, uma célula de fungo, tal como Pichia pastoris, uma célula de insecto, tal como Spodoptera frugíperda, ou uma célula de mamífero, tal como uma célula de COS, ovário de hamster chinês (OHC), 293, BHK ou NSO.
População do tratamento
Espera-se que o número de pessoas que sofrem de diabetes mellitus atinja 300 milhões no ano de 2009 (Type 2 Diabetes Prediction and Prevention (1999) ed. G. A. Hitman, Jonh Wiley & Sons) das quais cerca de 80-90 % terão diabetes do tipo 2. A retinopatia diabética é a causa principal da cegueira; outras complicações da diabetes incluem doenças renais, problemas dos pés e condições neuropáticas. Na diabetes mellitus do tipo l ou diabetes mellitus dependente de insulina (DMDI), as células B do pâncreas que produzem insulina estão destruídas 6 provavelmente por uma doença autoimune. A insulina de substituição é o tratamento preferido.
Pensa-se que a patogénese do tipo 2 ou a diabetes mellitus não dependente de insulina (DMNDI) seja determinada em resultado tanto de um defito da célula B como da resistência à insulina. Assim, os pacientes com DMNDI do tipo 2 têm os dois defeitos fisológicos da hiper-secreção de insulina (durante a fase inicial da diabetes do tipo 2) e a resistência à insulina em tecidos alvo, Assim, na primeira fase da DMNDI, o nível de glicose no plasma é normal apesar da resistência à insulina demonstrável com elevados níveis de insulina. Na segunda fase a resistência à insulina piora de tal maneira que se desenvolve hiperglicémia post-prandial apesar de a insulina estar elevada. Na terceira ou na última fase da diabetes de tipo 2, a resistência à insulina não se altera mas o declínio da secreção de insulina causa hiperglicémia em jejum e diabetes patente.
Os distúrbios associados com a resistência à insulina incluem DMNDI, angiopatia diabética, aeterioesclerose, nefropatia diabética, neuropatia diabética e complicações oculares de origem diabética, tais como retinopatia, formação de cataratas e glaucoma, assim como resistência à insulina induzida por glicocorticoides, dislipidémia, síndroma de ovário quístico, obesidade, hiperglicémia, hipercolesterolémia, hipertrigliceridémia, hiperinsulinémia e hipertensão.
De acordo com isto, a população a que se aplica a presente invenção são indivíduos que sofrem de DMNDI, indivíduos que sofrem de resistência à insulina e indivíduos em risco de piorarem da DMNDI ou da resistência 7 à insulina. Além disso, um indivíduo com um ou mais sintomas associados à DMNDI é um candidato. 0 diagnóstico de um paciente em risco de desenvolver DMNDI ou de sofrer de DMNDI é feito, preferencialmente por um clínico qualificado. Os processos de diagnóstico de DMNDI estão descritos, por exemplo, na patente de invenção norte-americana US 5.719.022.
Administração
Num aspecto preferido, o antagonista da presente invenção está praticamente purificado (por exemplo, praticamente isento de substâncias que limitam o seu efeito ou produzem efeitos colaterais indesejados). 0 indivíduo é preferencialmente um animal, tal como vacas, porcos, cavalos, galinhas, gatos, cães, etc. e é preferencialmente um mamífero e ainda mais preferencialmente um ser humano. Há vários sistemas de distribuição conhecidos e que podem ser utilizados para administrar um agente da presente invenção, por exemplo, encapsulação em liposomas, micropartículas, microcápsulas, células recombinantes capazes de expressar o composto, endocitose mediada pelo receptor (ver, por exemplo, Wu e Wu, 1987, J. Bíol. Chem. 262: 4429-4432), construção de um ácido nucleico como parte de um vector retroviral ou de outro, etc. Os antagonistas da presente invenção podem ser formulados para introdução entérica ou parentérica, incluindo, mas não se limitando às vias intramuscular, intradérmica, intraperitoneal, intravenosa, subcutânea, intranasal ou as vias orais. Os compostos podem ser formulados para administração por qualquer via convencional, por exemplo, por infusão ou injecção bolus (injecção rápida), por absorção através dos revestimentos epitelial ou muco-cutâneo (por exemplo, mucosa oral, mucosa rectal e intestinal, etc.) e podem ser 8 administrados em conjunto com outros agentes activos sob o ponto de vista biológico. A administração pode ser sistémica ou local. A administração pode ser aguada ou crónica (por exemplo, diária, semanal, mensal, etc.) ou em combinação com outros agentes.
Num outro enquadramento, o agente activo pode ser formulado numa vesícula, em particular um liposoma (ver Langer (1990) Science 249: 1527-1533) . Ainda num outro enquadramento, o agente activo pode ser formulado num sistema de libertação controlada. Num dos enquadramentos, pode utilizar-se uma bomba (ver Langer (1990) supra). Num outro enquadramento, podem utilizar-se materiais polimêricos (ver Howard et al. (1989) J. Neurosurg. 71: 105) .
Terapias de combinação
Em numerosos enquadramentos, os antagonistas de proteína de fusão específicos de VEGF da presente invenção podem ser administrados em combinação com um ou mais compostos adicionais ou terapias adicionais. A terapia de combinação inclui a administração de uma formulação farmacêutica numa única dose que contém um antagonista de proteína de fusão específico de VEGF ou mais agentes hipoglicémicos adicionais ou agentes de perda de peso; assim como a administração de um antagonista de proteína de fusão específico de VEGF e um ou mais agentes hipoglicémicos adicionais ou agentes de perda de peso na sua própria formulação farmacêutica em dosagens separadas. Por exemplo, pode-se administrar ao paciente um antagonista de proteína de fusão específico de VEGF da presente invenção e um agente hipoglicémico numa composição numa única dose oral tal como um comprimido ou uma cápsula ou 9 cada agente é administrado separadamente em formulações em doses orais separadas. Quando se utilizam formulações em dosagens separadas, a proteína de fusão específico de VEGF da presente invenção e um ou mais agentes hipoglicémicos adicionais podem ser administrados pratícamente ao mesmo tempo, isto é, em conjunto ou em tempos escalonados, separadamente, isto é, sequencialmente.
Um exemplo desses agentes de perda de peso ê a Axokine® (Regeneron). Exemplos desses agentes hipoglicémicos incluem: insulina; biguanidinas, tais como metformina Glucophage ® (BMS), e buformina ; sulfonilureias, tais como aceto-hexamida, Diabinese® (Pfizer), Amaryl® (Aventis), Glynase Pres Tabs® (Pharmacia), Glucotrol XL® (Roering Pfizer), tolazamida, tolbutamida, DiaBeta® (Hoechst), Glucotrol® (Pfizer) e gliclazida; tiazolidinodionas, tais como Rezulin® (Park Davis), Actos® (Tekada) e Avandia® (GSK); inibidores de α-glicosidase, tais como Precose® (Bayer) e Gliset® (Bayer); Meglitinide tal como Prandin® (Novo Nordisk); agentes para aumentar a glicose como Glucagon® (Lilly) e agonistas do adrenorecepto β3 tal como CL-316.243.
Composições farmacêuticas
As composições farmacêuticas úteis na prática do processo da presente invenção incluem uma quantidade efectiva sob o ponto de vista terapêutico de um agente activo e um veículo aceitável sob o ponto de vista farmacêutico. A expressão "aceitável sob o ponto de vista farmacêutico" significa aprovado por uma agência reguladora do governo federal ou de um governo estadual ou estar listado na Farmacopeia norte-americana ou noutras farmacopeias geralmente reconhecidas para serem utilizadas 10 em animais e, mais particularmente, em seres humanos. 0 termo "veículo" refere-se a um diluente, adjuvante, excipiente ou veículo com o qual se administra a substância terapêutica. Esses veículos farmacêuticos podem ser líquidos esterilizados, tais como água e óleos, incluindo os de petróleo, os de origem animal, vegetal ou sintéticos, tais como óleo de amendoim, óleo de soja, óleo mineral, elos de sésamo e similares. Os excipientes farmacêuticos apropriados incluem amido, glicose, lactose, sacarose, gelatina, malte, arroz, farinha, giz, gel de sílica, estearato de sódio, mono-estearato de glicerol, talco, cloreto de sódio, leite desnatado em pó, glicerol, propileno, glicol, água, etanol e similares. A composição, se desejado, pode também conter quantidades menores de agentes de molhagem e agentes de emulsão ou agentes tampões de pH. Essas composições podem tomar a forma de soluções, suspensões, emulsões, comprimidos, pílulas, cápsulas, pós, formulações de libertação sustentada e similares. A composição pode ser formulada como um supositório, com ligantes e veículos tradicionais tal como triglicéridos. A formulação oral pode incluir veículos padrão tal como graus farmacêuticos de manitol, lactose, amido, estearato de magnésio, sacarina de sódio, celulose, carbonato de magnésio, etc. Exemplos de veículos farmacêuticos apropriados estão descritos em "Remington1s Pharmaceutical Sciences" por E. W. Martin.
Num enquadramento preferido, a composição é formulada de acordo com processos de rotina como uma composição farmacêutica adaptada para administração intravenosa, subcutânea ou intramuscular a seres humanos. Quando necessário, a composição pode incluir um agente de solubilização e um anestésico local tal como lidocaína para aliviar a dor no sítio da injecção. Quando se quer 11 administrar a composições por infusão, ela pode ser dispersa com um frasco de infusão contendo água ou solução salina de grau farmacêutico. Esterilizadas. Quando se administra a composição por injecção, pode-se providenciar uma ampola de água esterilizada para injecção ou uma solução salina de modo que se possam misturar os ingredientes antes da administração.
Os antagonistas de VEGF da presente invenção podem ser formulados como formas neutras ou como sais. Os sais aceitáveis sob o ponto de vista farmacêutico incluem os formados com grupos amino livres tais como os derivados dos ácidos clorídrico, fosfórico, acético, oxálico, tartárico, etc. e os formados com grupos carboxilo livres tal como os derivados de hidróxidos de sódio, potássio, amónio, cálcio, hidróxido férrico, isopropilamina, trietilamina, 2-etilamino-etanol, histidina, procaína, etc. A quantidade de antagonista de VEGF da presente invenção que será efectiva no tratamento da diabetes, pode ser determinada por técnicas clínicas normalizadas com base na presente descrição. Além disso, os ensaios in vitro podem eventualmente ser utilizados para ajudar a identificar os intervalos óptimos de dosagem. A dose precisa a ser utilizada na formulação dependerá também da via de administração e da severidade da condição e deve ser decidida de acordo com a decisão do médico e com as circunstâncias de cada indivíduo. Contudo, os intervalos de dose apropriados para administração intravenosa estão geralmente próximo de 50-5000 microgramas de composto activo por quilograma de peso do corpo. Os intervalos de dose apropriados para administração intranasal são geralmente de cerca de 0,01 pg/kg de peso do corpo a 1 mg/ kg de peso do corpo. As doses efectivas podem ser 12 extrapoladas a partir das curvas de dose-resposta derivadas dos sistemas de ensaio num modelo de animal ou in vitro.
Para administração sistémica, uma dose efectiva sob o ponto de vista terapêutico pode ser estimada inicialmente a partir de ensaios in vitro. Por exemplo, uma dose pode ser formulada em modelos de animais para se conseguir um intervalo de concentração de circulação que inclui a CI50 conforme determinada em cultura de células. Essa informação pode ser utilizada para determinar com mais precisão as doses úteis em seres humanos. As doses iniciais podem ser estimadas a partir de dados in vivo, por exemplo, modelos de animais, utilizando técnicas que são bem conhecidas na técnica. Um especialista nesta técnica pode facilmente optimizar a administração a ser humanos com base em dados de animais. A quantidade e o intervalo das doses podem ser ajustados individualmente para conferir níveis dos compostos no plasma que são suficientes para manter o efeito terapêutico. Um especialista nesta técnica pode facilmente optimizar as doses locais, efectivas sob o ponto de vista terapêutico, sem experimentação desnecessária. A quantidade de composto administrada dependerá,
obviamente, do indivíduo a ser tratado, do peso do indivíduo, da severidade da aflição, da forma de administração e da decisão de prescrição do médico. A terapia pode ser repetida intermitentemente enquanto se detectam os sintomas ou mesmo quando eles já não se detectam. A terapia pode ser dada isoladamente ou em combinação com outros fármacos. 13
Outras características da presente invenção tornar-se--ão evidentes no decurso da descrição que se segue de enquadramentos exemplificativos que são dados a título ilustrativo da presente invenção e não pretendem de nenhuma forma limitá-la.
EXEMPLOS
Os exemplos que se seguem são dados para dar aos especialistas na matéria uma descrição completa da forma como realizar e utilizar os processos e as composições da presente invenção e não pretendem limitar o âmbito do que os requerentes pretendem com a presente invenção. Têm-se feito esforços para assegurar a precisão no que respeita aos números utilizados (por exemplo, quantidades, temperatura, etc.) mas deve-se ter em conta alguns erros e desvios experimentais. A menos que seja indicado de outro modo, as partes são partes em peso, o peso molecular é o peso molecular médio, a temperatura está em graus centígrados e a pressão é a pressão atmosférica ou próxima dela.
Exemplo 1: Efeito do tratamento com VEGFRlR2-FcACl (a) em ratos (db/db) diabéticos
Fez-se a aclimatação de ratos (db/db) diabéticos, com 8-10 semanas de idade, durante 1 semana e a seguir começou o tratamento. Os grupos de ratos (db/db) (n = 6) foram distribuídos aleatoriamente pelo peso e tratados por meio de injecções s.c. uma vez por semana durante 4 semanas com uma das seguintes composições: veículo; proteína (Fc) de
FcACl; ou 25, 12,5 ou 2,5 mg/kg de VEGFRlR2-FcdCl (a).
Adicionalmente trataram-se dois grupos de ratos (db/?) não diabéticos com injecções s.c. como se segue: 25 mg/kg de 14 veículo VEGFRlR2-FcâCl (a) e veículo (veículo diabético). Analisaram-se os níveis de glicose no sangue ao mesmo tempo em cada semana, imediatamente antes da injecção seguinte durante as 4 semanas de tratamento. Analisaram-se todos os grupos ao mesmo tempo por meio de um teste oral de tolerância à glicose. 0 tratamento dos animais continuou durante mais 4 semanas (8 semanas no total) no seguimento do regime prescrito antes e analisaram-se os níveis de glicose no sangue depois de 8 semanas de tratamento.
Resultados às 4 semanas de tratamento. Todos os ratos (db/db) diabéticos tinham desenvolvido hiperglicémia no início da experiência, como se mostra pelos níveis elevados de glicose (grupos Preface DIA na fig. IA no momento 0). Os animais tratados com 25, 12,5 ou 2,5 mg/kg de VEGFR1R2--FcACl (a) mostraram uma redução significativa e progressiva na glicose do soro durante o período de tratamento de 8 semanas. Os animais tratados com 25, 12,5 ou 2,5 mg/kg de VEGFRlR2-FcACl (a) não mostraram uma redução significativa do peso do corpo comparada com a dos ratos de controlo com veículo ou FcACl durante o período das primeiras 4 semanas (medições repetidas ANOVA, N.S. ver fig. 18) .
Resultados ao fim de 8 semanas de tratamento. Todos os animais (db/db) diabéticos ainda exibiram hiperglicémia como se mostra pelos níveis elevados de glicose no sangue (grupos Preface DIA na fig. 2 no período de 8 semanas) . Os animais tratados com 25, 12,5 ou 2,5 mg/kg de VEGFR1R2- -FcACl (a) mostraram uma redução significativa na glicose do sangue de soro de animais que não estavam em jejum durante o período de tratamento de 8 semanas (medições repetidas ANOVA, d.f. 4,25 FGrupo = 6,36 p=0,001, FTempo =38,5 p < 0,0001; Finteracçã0 =1,8 p= 0,04 ; ver Fig. IA) . 15
Exemplo 2: Efeito de VEGFR1R2-FcACl (a) na tolerância oral à glicose em ratos diabéticos
Trataram-se ratos (db/db) diabéticos e ratos (db/?) não diabéticos, com 8 -10 semanas de idade, tal como se descreveu antes. A capacidade para dispor de uma injecção rápida de glicose fornecida ao estômago por alimentação forçada foi avaliada após 4 injecções (semana 5) e depois de 8 injecções (na semana 9) . Para esta avaliação, privaram-se os ratos de alimentos durante aproximadamente 18 horas e após terem sido alimentados â força, mediu-se a glicose no sangue aos 0, 30, 60 e 120 min.
Resultados às 4 semanas de tratamento. Os ratos (db/db) diabéticos tratados com veículo e proteína FcACl tinham uma capacidade diminuída para eliminar a glicose comparada com a propensão dos ratos (db/?) não diabéticos de controlo (fig. 3) . Após 4 injecções (na 5a semana) os animais tratados com 25, 12,5 ou 2,5 mg/kg de VEGFR1R2--FcACl (a) mostraram uma melhoria significativa na capacidade para eliminar a glicose administrada. Estes resultados demonstram que a inibição de VEGF melhora a tolerância à glicose em mamíferos diabéticos. Pelo contrário, os ratos (db/db) diabéticos tratados com veículo e proteína FcACl não mostraram melhorias na capacidade para eliminar a glicose nem na tolerância à glicose (fig. 3).
Resultados ao fim de 8 semanas de tratamento. Os ratos (db/db) diabéticos tratados com veículo e proteína FcACl tinham ainda uma capacidade diminuída para eliminar a glicose comparada com a propensão dos ratos (db/?) não 16 diabéticos de controlo (fig. 4). Após um total de 8 injecções (na 9a semana) os animais tratados com 25, 12,5 ou 2,5 mg/kg de VEGFRlR2-FcACl (a) mostraram uma melhoria significativa na capacidade para eliminar a glicose administrada. Estes resultados demonstram que a inibição de VEGF melhora a tolerância à glicose em mamíferos diabéticos. Pelo contrário, os ratos (db/db) diabéticos tratados com veículo e proteína FcACl não mostraram melhorias na capacidade para eliminar a glicose nem na tolerância à glicose (fig. 4).
Exemplo 3. Efeito do tratamento com VEGFRlR2-FcACl (a) na glicose do soro e na insulina de ratos (db/db) diabéticos
ΘΠΙ 3 β ] UIU
Fez-se a aclimatação de ratos (db/db) diabéticos, durante 1 semana e o tratamento começou como se descreveu antes. Após um total de 8 injecções (na 9a semana) analisou-se a glicose no sangue e a insulina em jejum (fig. 5B) .
Os ratos (db/db) diabéticos tratados com veículo e proteína FcACl tinham elevados níveis de glicose no sangue em jejum, comparados com a propensão dos ratos (db/?) não diabéticos de controlo (fig. 5A) . Os animais tratados com VEGFRlR2-FcACl (a) mostraram uma redução significativa na glicose do soro em jejum comparada com os controlos diabéticos (veículo ou FcACl; fig. 5a) e um nível de insulina significativamente reduzido. Isto demonstra que a inibição de VEGF aumenta não apenas a hiperglicémia num mamífero diabético mas também melhora a sensibilidade à insulina. 17 1 SEQ ID NO:
Met Vai Ser Tir Trp Asp Thr Gli Vai Leu Leu Cis Ala Leu Leu Ser Cis Leu Leu Leu Thr Gli Ser Ser Ser Gli Ser Asp Tre Gli Arg Pro Fen Vai Glu Met Tir Ser Glu Ile Pro Glu Ile Ile His Met Tre Glu Gli Arg Glu Leu Vai Ile Pro Cis Arg Vai Tre Ser Pro Asn Ile Tre Vai Tre Leu Lis Lis Fen Pro Leu Asp Tre Leu Ile Pro Asp G1 x Lis Arg Ile Ile Trp Asp Ser Arg Lis Gli Fen Ile Ile Ser Asn Ala Tre Tir Lis Glu Ile Gli Leu Leu Tre Cis Glu Ala Tre Vai Asn Gli His Leu Tir Lis Tre Asn Tir Leu Tre Ris Arg Gin Tre Asn Tre Ile Ile Asp Vai Vai Leu Ser Pro Ser His Gli Ile Glu Leu Ser Vai Gli Glu Lis Leu Vai Leu Asn cis Tre Ala Arg Tre Glu Leu Asn Vai Gli Ile Asp Fen Asn Trp Glu Tir Pro Ser Ser Lis His Gin His Lis Lis Leu Vai Asn Arg Asp Leu Lis Tre Gin Ser Gli Ser Glu Met Lis Lis Fen Leu Ser Tre Leu Tre Ile Asp Gli Vai Tre Arg Ser Asp Gin Gli Leu Tir Tre Cis Ala Ala Ser Ser Gli Leu Met Tre Lis Lis Asn Ser Tre Fen Vai Arg Vai Ris Glu Lis Asp Lis Tre His Tre Cis Pro Pro Cis Pro Ala Fro Glu Leu Leu Gli Gli Pro Ser Vai Fen Leu Fen Pro Pro Lis Pro Lis Asp Tre Leu Met Ile SerArg Tre Pro Glu Vai Tre Cis Vai Vai Vai Asp Vai Ser His Glu Asp Pro Glu Vai Lis Fen Asn Trp 18
Tir Vai Asp Gli Vai Glu Vai His Asn Ala Lis Tre Lis Pro Arg Glu Glu Gin Tir Asn Ser Tre Tir Arg Vai Vai Ser vai Leu Tre Vai Leu His Gin Asp Trp Leu Asn Gli Lis Glu Tir Lis Cis Lis Vai Ser Asn Lis Ala Leu Pro Ala Pro Ile Glu Lis Tre Ile Ser LÍS Ala Lis Gli Gin Pro Arg Glu Pro Gin Vai Tir Tre Leu Pro Pro Ser Arg Asp Glu Leu Tre Li s Asn Gin Vai Ser Leu Tre Cis Leu Vai Lis Gli Fen Tir Pro Ser Asp Ile Ala Vai Glu Trp Glu Ser Asn Gli Gin Pro Glu Asn Asn Tir Lis Tre Tre Pro Pro Vai Leu Asp Ser Asp Gli Ser Fen Fen Leu Tir Ser Lis Leu Tre Vai Asp Lis$ Ser Arg Trp Gin Gin Gli Asn Vai Fen Ser Cis Ser Vai Met His Glu Ala Leu His Asn His Tir Tre Gin Lis Ser Leu Ser Leu Ser Pro Gli Lis
Lisboa, 8 de Maio de 2007 19

Claims (8)

  1. REIVINDICAÇÕES 1. Utilização do antagonista de VEGF, VEGFRlR2-FcACl(a) (SEQ ID N°: 1), caracterizada pelo facto de se destinar à preparação de um medicamento para o tratamento de diabetes em mamíferos.
  2. 2. utilização de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo facto de a diabetes ser diabetes mellitus não dependente de insulina (DMNDI).
  3. 3. Utilização de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo facto de o tratamento da diabetes num mamífero ser inibidor do desenvolvimento ou da progressão da diabetes do tipo 2 num ser humano que sofre dela ou que esteja em risco de desenvolver diabetes de tipo 2.
  4. 4. Utilização de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 3, caracterizada pelo facto de o tratamento da diabetes resultar em uma ou mais das seguintes situações: diminuição das concentrações de glicose no soro, aumento da tolerância à glicose, aumento da sensibilidade à insulina, hiperinsulinémia reduzida e melhoria do controlo da glicémia.
  5. 5. Utilização de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo facto de se destinar à preparação de um medicamento para aumentar a tolerância à glicose ou a sensibilidade à insulina, num ser humano que dele necessita.
  6. 6. Utilização de acordo com uma qualquer das reivindicações precedentes, caracterizada pelo facto 1 de o referido mamífero ser um ser humano que sofre de diabetes.
  7. 7. Utilização de acordo com uma qualquer das reivindicações precedentes, caracterizada pelo facto de o medicamento compreender ainda um agente hipoglicémico ou um agente de perda de peso.
  8. 8. Utilização de acordo com uma qualquer das reivindicações precedentes, caracterizada pelo facto de o medicamento ser administrado por via subcutânea, intramuscular, intradérmica, intraperitoneal, intravenosa, intranasal ou por via oral. Lisboa, 8 de Maio de 2007 2
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