PT1281375E - Dispositivo e método de implantação de uma prótese interna - Google Patents

Description

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DESCRIÇÃO "Dispositivo e método de implantação de uma prótese interna" Campo Técnico 0 presente invento refere-se a um dispositivo de implantação de um implante bem como a um processo de colocação do dispositivo num elemento tubular. 0 problema na origem ao invento referia-se à implantação de válvulas cardíacas. Ainda recentemente, isto necessitava de uma intervenção cirúrgica de coração aberto, com fases tais como a paragem do coração, a execução de uma circulação sanguínea extra corporal e repor o coração em funcionamento após a implantação das válvulas cardíacas de substituição. Estas operações cirúrgicas são difíceis e delicadas e as mesmas apresentam riscos mortais ligados a choques operatórios. Técnica anterior 0 documento US n.° 5 824 063 descreve por conseguinte um dispositivo que leva as válvulas cardíacas de substituição, compreendendo o dispositivo um implante tubular em material sintético que leva interiormente uma válvula de substituição em material natural.

Os documentos US n.° 5 855 601 e US n.° 5 868 783 descrevem novos métodos de implantação de válvulas cardíacas, os quais apresentam a vantagem de evitar uma cirurgia de coração aberto. Estes métodos prevêem a implantação, por encaminhamento através do sistema de circulação sanguíneo, de um dispositivo de válvula de substituição cardíaca que compreende um cilindro intravascular expansível radialmente que leva interiormente uma válvula biológica. Uma parte insuflável de um cateter de balão é colocada no interior do cilindro portador e a implantação é realizada pela sua introdução numa veia e a sua movimentação por meio de um cateter até à válvula enfraquecida. Uma visualização num ecrã de imagiologia bidimensional permite detectar que o cilindro portador alcançou a posição desejada e o cilindro é então dilatado pela insuflação do balão através do cateter e o 2

ΕΡ 1 281 37 5/PT mesmo conserva a sua forma expandida. 0 balão é então esvaziado e retirado com o cateter. 0 cilindro portador apresenta um invólucro estanque, o qual é portanto encostado firmemente contra a parede da artéria, a fim de evitar que o fluxo sanguíneo contorne válvula de substituição.

No entanto, quando se trata da aorta, este processo não é aplicável porque as artérias coronárias desembocam próximo das válvulas nativas enfraquecidas, pelo que o cilindro portador é susceptível de obturar as mesmas, provocando a morte do paciente.

Em WO99/42058 é descrito um dispositivo de implantação que inclui elementos que permitem a colocação de uma prótese num vaso, a fim de encostar firmemente o mesmo, o melhor possível, contra a parede da cavidade.

Objectivo do invento

Os inventores do presente pedido pensaram, então, em proporcionar duas aberturas correspondentes na parede do invólucro do cilindro portador. No entanto, para que estas duas aberturas sejam colocadas em frente das duas coronárias é necessário controlar totalmente o posicionamento do cilindro portador dentro da aorta. Um seguimento no ecrã permitiria verificar bem o avanço, ou o posicionamento axial do cilindro portador, mas sua posição angular não seria nem visível nem controlada.

Os requerentes encontraram então uma solução, exposta a seguir, que permite controlar o posicionamento do cilindro portador.

Foi, então, pensado em aplicar a mesma na resolução do problema mais geral do posicionamento de um dispositivo ou veículo portador de um implante num elemento tubular de acesso difícil e para o qual uma imagiologia é insuficiente ou mesmo impossível. 0 campo de aplicação pode portanto dizer respeito a domínios diferentes dos médicos, por exemplo, à indústria petrolífera ou nuclear, para implantar captores, válvulas ou outros. 0 âmbito do presente pedido não deve pois ser considerado como devendo estar limitado à resolução do problema de origem. De uma maneira mais geral, o invento tem por objectivo permitir a colocação, num local de difícil 3 ΕΡ 1 281 375/ΡΤ acesso, num elemento tubular, de um dispositivo previsto para levar um implante, qualquer que seja da função do implante.

Sumário do invento

Para este efeito, o invento refere-se, em primeiro lugar, a um dispositivo para a implantação de um implante numa posição predeterminada num elemento tubular, que apresenta uma parede que inclui uma cavidade, estando o dispositivo disposto para cooperar com meios accionamento do dispositivo no elemento tubular, sendo o dispositivo caracterizado por compreender meios apalpadores deformáveis e dispostos para, sob o controlo de meios activação à distância, passarem de uma forma dobrada para uma forma desdobrada funcional, para detectarem a cavidade e posicionarem-se ai com referência à posição da mesma.

Assim, pode-se fazer avançar de modo cego o dispositivo e os seus meios apalpadores e detectar automaticamente a cavidade e posicionarem-se ai.

Pode-se portanto aceder à posição final desejada, mesmo através de um estreitamento do elemento tubular, por exemplo, uma artéria de acesso a uma artéria de maior diâmetro. 0 invento refere-se também a um processo, não cirúrgico e com objectivo não terapêutico, de implantação do dispositivo do invento, numa posição determinada num elemento tubular que apresenta uma parede que inclui uma cavidade, sendo o processo caracterizado por: - um utilizador introduzir o dispositivo por uma extremidade aberta do elemento tubular, - accionar os meios de accionamento para fazer avançar o dispositivo até a uma posição a montante da posição determinada, - comandar o meio de activação à distancia dos meios apalpadores e prosseguindo o avanço, - parar o accionamento dos meios de accionamento quando detectar um bloqueio do avanço, que reflecte o facto d os meios apalpadores se terem ter posicionado na cavidade. 4

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Breve Descrição de Desenhos

As características e vantagens do presente invento aparecerão mais claramente com o auxilio da descrição que se segue de uma forma particular de realização do dispositivo do invento e de uma variante, bem como o processo de execução do mesmo, com referência aos desenhos anexos, nos quais: - FIG. 1 é uma vista em corte lateral do dispositivo do invento, que representa elementos apalpadores para posicionamento e ancoragem, associados a um cilindro portador de uma prótese de válvula, estando o conjunto revestido com duas mangas de activação amovíveis concêntricas, - a FIG. 2 corresponde à FIG. 1, tendo os elementos apalpadores de posicionamento e ancoragem sido desdobrados radialmente por recuo axial da manga externa, - a FIG. 3 corresponde às FIGS. 1 e 2, tendo o cilindro portador, rodeado pelos elementos apalpadores de posicionamento e ancoragem, sido desdobrado radialmente após o recuo axial da manga interna, - a FIG. 4 é uma vista lateral do cilindro portador e dos elementos apalpadores de posicionamento e de ancoragem, - a FIG. 5 é uma vista lateral em perspectiva dos elementos apalpadores de posicionamento e de ancoragem, - a FIG. 6 é uma vista frontal esquemática do dispositivo do invento, e - a FIG. 7 é um corte lateral esquemático da variante. Descrição pormenorizada

Como mostra a FIG. 1, o presente exemplo de realização corresponde ao problema médico exposto no início, da implantação de uma válvula de substituição funcional de válvula nativa aórtica. 0 dispositivo 10 de implantação de válvulas inclui um elemento portador 20 de recepção do implante, solidário com uma pluralidade de elementos ou dedos apalpadores 30, 31, aqui regularmente repartidos angularmente em toda a periferia, de posicionamento e ancoragem em relação 5 ΕΡ 1 281 375/ΡΤ a um relevo, mais precisamente uma cavidade da parede aórtica, estando o dispositivo 10 ligado de modo amovível a um cateter 60 de colocação. O dispositivo 10 está associado a duas mangas concêntricas 41, 42 de comando de activações à distância sucessivas, para expansão radial dos elementos apalpadores 30, 31 a partir do elemento portador 20. O sentido de avanço do dispositivo 10 é pois para a esquerda nas FIGS. 1 a 3. A referência 62 representa um eixo de simetria e o sentido de accionamento do dispositivo 10 e do cateter 60. A válvula de implantação forma uma prótese 1 constituída pelas válvulas 2 da válvula, cuja forma e tamanho corresponde perfeitamente, na posição funcional, aos das válvulas nativas aórticas 50 (FIG. 2) . A prótese 1 é fixa ao elemento de veículo portador 20 de recepção do implante, aqui constituído por uma malha cilíndrica de um material biocompatível tal como o aço, ligas de ouro e, de preferência, como aqui, o nitinol, constituído por uma liga de níquel e titânio com memória de forma, que apresenta a capacidade de retomar a sua forma após ter sido deformado inicialmente, aqui por compressão radial. A fixação da prótese 1 na malha cilíndrica 20 em nitinol, é efectuada em localizações bem definidas, que deixam livres regiões, que correspondem às válvulas 2 após a sua implantação, tal como ilustrado mais abaixo com referência à FIG. 3, a partir da posição dobrada da FIG. 2. A FIG. 4 representa a malha cilíndrica 20, na sua forma desdobrada, que leva interiormente as válvulas 2 também desdobradas, na qual são ligados os elementos apalpadores 30, 31, aqui na forma de um coroa exterior globalmente cilíndrica com ansas de fio uma das quais (31), pelo menos, aqui de facto três, está saliente lateralmente e para a frente, na parte oposta do cateter 60. Neste exemplo, as ansas 31 prolongam-se na posição desdobrada, num sentido inclinado de cerca de 30° para a frente (sentido do avanço para a posição visada) em relação ao eixo 62 da malha 20 e da coroa 30. Os elementos apalpadores 30, 31 estão solidarizados com a malha cilíndrica 20, de tal modo que as suas posições axiais e angulares em relação a esta estão perfeitamente definidas. O conjunto da malha cilíndrica 20 e dos elementos apalpadores 30, 31, é aqui constituído no material biocompatível auto-expansível acima mencionado. 6 ΕΡ 1 281 375/ΡΤ A malha portadora cilíndrica 20 está aqui coberta por um invólucro lateral estanque 21, destinado a ser encostado firmemente à parede aórtica para evitar ser contornado pela circulação sanguínea. A FIG. 5 representa em perspectiva os elementos apalpadores 30, 31. A FIG. 6 é uma vista esquemática, numa direcção axial do dispositivo 10, que mostra as três ansas 31 que se salientam lateralmente para o exterior da grelha tubular 20 que suporta as mesmas, enquanto as duas válvulas 2 da válvula a implantar são fixas interiormente no cilindro portador 20.

Além disso, se necessário, um balão insuflável 3, solidário com o cateter 60, pode ser aqui colocado no interior do cilindro portador 20, para ser alimentado com o líquido sob pressão através de uma conduta do cateter 60, ou a fim de provocar ou auxiliar a expansão radial do cilindro portador 20 até à forma desdobrada desejada.

Como os elementos apalpadores 30, 31 são fabricados em material auto-expansível, tal como o nitinol, ou um elemento equivalente que forma uma patilha ou dedo saliente elástico, o dispositivo 10 está coberto por uma manga de inibição 42, para manter os elementos apalpadores 30, 31 numa posição dobrada, estando as ansas 31 rebatidas sobre a coroa 30 e, portanto, também sobre a malha 20. A manga 42 prolonga-se de modo a cobrir todo o cateter 60. Uma segunda manga 41, sensivelmente com o mesmo comprimento e sem efeito nos elementos apalpadores 30, 31, está aqui prevista do mesmo modo para manter o cilindro portador 20 na posição dobrada, a fim de evitar o desdobramento inopinado, mesmo na ausência de inflação do balão 3. As duas mangas 41, 42, estão montadas concentricamente sobre o cateter 60. As mangas 41 e 42 são acessíveis a partir da extremidade do cateter 60 oposta ao dispositivo 10. Os elementos 3, 41, 42 e 60 constituem um conjunto de cateter funcional e separável do dispositivo 10 para o posicionamento e colocação em serviço deste último e da sua carga útil (2).

As duas mangas 41, 42 inibem o desdobramento radial da estrutura 20, 30, 31 até que a mesma atinja a região da válvula nativa aórtica 50 a substituir funcionalmente, e, permitem assim a introdução do dispositivo 10 no sistema de 7

ΕΡ 1 281 37 5/PT circulação sanguíneo, tal como uma artéria de diâmetro reduzido na qual foi praticada uma incisão. Como indicado, o cateter 60, com o balão 3 é solidarizado de modo amovível com o dispositivo de implantação 10, a fim de permitir um avanço axial do dispositivo de implantação 10 no sistema de circulação sanguíneo até à localização da implantação e a retirada do conjunto de cateter 3, 41, 42, 60.

Para a sua libertação, o cateter 60 inclui, neste exemplo, na extremidade fixa ao cilindro portador 20, uma pinça com um efeito de mola (não representada) , com ganchos comandados à distância, montados com rotação radial, para solidarização com o dispositivo 10 e o mesmo inclui um fio metálico central deslizante de comando à distância para empurrar axialmente os ramos ou ganchos da pinça, a fim de afastar os mesmos radialmente e libertar assim o cateter 60 do dispositivo 10 de implantação de acordo com o princípio de uma pinça de açúcar.

Quando a malha cilíndrica 20 é desdobrada, a pressão sobre a parede interna aórtica é assegurada pelo efeito da memória de forma, o que assegura assim a dilatação radial da prótese 1. A válvula nativa enfraquecida 50 é tornada plana ao ser encostada firmemente a grelha tubular 20 contra a parede interna da aorta, cada uma das três ansas 31 que se salientam lateralmente foi previamente engatada numa válvula particular das três válvulas nativas 50 e sendo do mesmo modo encostada firmemente de modo a confirmar a sua ancoragem. As válvulas 50 são portanto apertadas entre a malha 20, 30 e as respectivas ansas 31. O processo de implantação do dispositivo 10, descrito acima, de acordo com o modo preferido de execução, inclui os seguintes passos. Após a introdução do dispositivo 10 de implantação no sistema circulatório, e depois do ter impelido por meio do cateter 60 até a uma posição a montante da posição final pretendida, precisamente aqui quando o dispositivo 10 tiver chegado dentro da aorta, e que um espaço de diâmetro maior fica portanto disponível para o mesmo, o passo seguinte consiste em libertar as ansas laterais 31, inicialmente encostadas firmemente à malha 20, 30 dobrada. A libertação das ansas 31 é efectuada pela remoção da manga externa de inibição 42 (FIG. 2), isto é, o recuo, mantendo ao mesmo tempo o impulso sobre o cateter 60. Prosseguindo o 8

ΕΡ 1 281 375/PT avanço do dispositivo 10, as ansas 31, que nitidamente se salientam então lateralmente para a frente em relação ao sentido axial do avanço, em oposição ao cateter 60, as mesmas constituem uma espécie de tripé e penetram simultaneamente, nas respectivas três válvulas nativas 50, sensivelmente idênticas, que constituem uma linha em anel completa de bolsas de junção, que se prolongam cada uma por 120 graus, guarnecendo em conjunto a totalidade da periferia da parede interna da aorta 51. Cada válvula nativa 50 apresenta um fundo arredondado.

Cada saliência lateral 31, virada para a frente, faz batente no fundo da válvula nativa 50 em frente, geralmente, de um qualquer ponto distanciado do ponto mais "baixo" deste fundo, isto é, o mais afastado do cateter 60. Trata-se então de um batente parcial uma vez que o avanço axial do dispositivo 10 prossegue pelo impulso do cateter 60, provocando o impulso axial no dispositivo 10 o seu deslizamento para o ponto mais baixo. O fundo da válvula 50 constitui assim uma espécie de pista de guia ou plano inclinado (não ortogonal ao eixo (62) da aorta), o qual, por reacção à força de avanço axial, cria uma força de reacção circunferencial, que provoca a rotação do dispositivo 10 até que a ansa de apalpador 31 considerada atinja o ponto mais baixo, o qual corresponde a um batente total (com o plano tangente ortogonal ao eixo (62) da aorta 51), o que corresponde à posição final procurada, axial e angular, do dispositivo 10.

Cada saliência lateral 31, com a extremidade arredonda, aqui em ansa, para poder deslizar sobre o fundo da válvula 50, constitui assim, por cooperação com o fundo arredondado das válvulas nativas 50 de profundidade variável de modo continuo, os meios de accionamento em rotação dos elementos apalpadores 30, 31 e, portanto, também de malha cilíndrica 20, a qual está solidária com o mesmo. No entanto, se por acaso as saliências laterais 31 fizerem batente numa comissura das válvulas nativas 50, o dispositivo de implantação 10 poderia ser ligeiramente recuado e o operador torceria o cateter 60 para que o mesmo rode angularmente a fim de recomeçar a operação de posicionamento e de ancoragem. O conjunto dos elementos apalpadores 30, 31 e da malha cilíndrica 20, ao ser assim posicionado axial e angularmente 9

ΕΡ 1 281 375/PT em relação ao relevo particular da aorta, que constituem as válvulas nativas 50, o mesmo encontra-se portanto automaticamente posicionado em relação aos dois orifícios coronários (52), cuja posição axial e angular em relação às válvulas 50 é determinada e conhecida, dependendo a distância axial das válvulas de coronárias, evidentemente, do tamanho do paciente.

No caso aqui considerado, no qual as três válvulas nativas 50 formam uma periferia circular da parede da aorta, que se prolonga por 360 graus, uma única saliência lateral 31 é suficiente para o posicionamento de módulo de 120 graus e a ancoragem da malha cilíndrica 20. Como mencionado mais acima, num caso geral, poder-se-ia ter apenas aí um único apalpador 30, 31 que coopera com uma linha de cavidades ou bolsas, que guarnecem toda a periferia do elemento tubular, ou até mesmo uma única bolsa ou cavidade 50, que ocupa apenas um sector da periferia e uma pluralidade de apalpadores 30, 31, todos em torno do dispositivo 10, para que um, de entre os mesmos, coopere com a cavidade.

Dever-se-á notar que, no presente exemplo, pode-se tolerar um posicionamento de módulo de 120 graus, uma vez que as duas coronárias (52) naturalmente apresentam sensivelmente este ângulo. Se não for este o caso, será necessário alargar lateralmente as duas aberturas ou ranhuras 22, previstas no invólucro 21, de modo a que as mesmas fiquem posicionadas em frente das coronárias (52) (FIG. 4 e posição marcada na FIG. 3) ou ainda apalpar, por meio dos apalpadores 31, as próprias coronárias (52), as quais constituem também as cavidades da aorta 51, e não detectar mais as válvulas nativas 50. Este caso corresponde à variante exposta mais abaixo.

Sendo o posicionamento efectuado deste modo, o próximo passo, tal como visualizado na FIG. 3, consiste em desdobrar a malha cilíndrica 20 que suporta interiormente as válvulas 2 pela remoção da manga interna 41 de manutenção, para consolidar a ancoragem e fazer passar as válvulas 2 à sua forma funcional. Para clareza do desenho, em particular das saliências 31, a malha 20 foi representada com um diâmetro reduzido, enquanto, de facto, o mesmo corresponde ao da aorta 51, com um ligeiro aumento para assegurar a pressão lateral desejada. Do mesmo modo, foram representadas duas saliências 31, enquanto, de facto, as mesmas estão separadas de 120 10

ΕΡ 1 281 375/PT graus, cortando apenas na realidade o plano da FIG. 3 uma única saliência. Por esta razão, foi apenas desenhada uma única artéria coronária (52).

As três ansas 31 salientes asseguram, no entanto, por si mesmas uma ancoragem elementar no fundo das bolsas, que constituem as válvulas nativas 50 e as mesmas garantem desse modo uma estabilidade de posição da prótese 1. Após algumas semanas, um tecido fibroso irá cobrir a prótese 1, cooperando com as saliências laterais 31 para melhorar ainda a sua fixação.

Deverá ser notado, no entanto, que, na posição desdobrada dos elementos apalpadores 31, não é necessário que as extremidades livres dos mesmos fiquem apoiadas firmemente na parede da aorta 51. É suficiente que o seu prolongamento radial seja suficiente para que as mesmas se agarrarem, na passagem, às válvulas 50. Devido a este facto, quando do desdobramento dos elementos apalpadores 31 efectua-se, a montante da posição final, a movimentação axial ulterior do dispositivo 10 até a esta posição é efectuada sem "grande" atrito, sob pressão, da parte das ansas 31 na parede da aorta 51. Isto portanto não faz correr qualquer risco de danos devidos a arranhão ou perfuração, sendo as ansas 31 apalpadores, os quais seguem a parede da aorta 51 para detectarem as válvulas 50. Como evocado mais acima, podem também ser convenientes patilhas ou linguetas com a ponta arredondada.

As ansas de apalpador 31 não têm portanto aqui por função principal ancorar, de modo muito firme, o dispositivo 10 na aorta 51, uma vez que os mesmos não se destinam a exercer uma grande pressão radial de ancoragem. Como indicado mais acima, trata-se apenas de uma ancoragem elementar. É em seguida o desdobramento radial da malha 20, o qual gera, pela memória de forma, uma pressão radial de ancoragem definitiva, a qual encosta firmemente sob pressão a malha 20 contra a parede da aorta 51 e bloqueia, desse modo, qualquer deslocamento relativo, tal como o recuo do dispositivo 10, que seria devido ao fluxo sanguíneo, de sentido oposto ao da introdução do dispositivo 10. Os elementos apalpadores 31 são, então, funcionalmente supérfluos. Os mesmos contribuem, no entanto, para a manutenção da posição pelo aperto das válvulas 2. Como a malha 20 apresenta uma superfície de 11 ΕΡ 1 281 375/ΡΤ contacto com a aorta 51 relativamente elevada qualquer risco de danificar a mesma é excluído. 0 material com memória de forma permite determinar com precisão a pressão radial exercida sobre a aorta 51, estando portanto o diâmetro assim aumentado desta última perfeitamente definido, o que elimina qualquer risco de tensão radial excessiva. 0 processo do invento pode ser executado de modo não cirúrgico e num objectivo não terapêutico, para implantar do dispositivo 10 (ou equivalente) numa posição determinada dentro de um elemento tubular que apresenta uma parede que inclui uma cavidade, incluindo o processo os passos seguintes: um utilizador introduz o dispositivo (10) por uma extremidade aberta do elemento tubular, o utilizador acciona os meios de accionamento (60) (cateter, ou imã externo ou outro) para fazer avançar o dispositivo (10) até a uma posição a montante da posição determinada, comanda os meios de activação (42) dos meios apalpadores (30, 31) e prosseguindo-se o avanço, pára o accionamento dos meios de accionamento (60) quando detecta um bloqueio do avanço, o que reflecte o facto de que os meios apalpadores (30, 31) estão posicionados na cavidade.

Para facilitar o accionamento do dispositivo 10, o mesmo pode ser associado com um género de espigão (rostre) 61 precursor (FIG. 1 a 3) que forma a guia com a forma de elemento cilíndrico de diâmetro limitado, solidário com o cateter 60. como

Deverá ser notado que o dispositivo de implantação de acordo com o invento pode, em primeiro lugar, ser implantado só, sem o implante ou carga útil, podendo este último ser implantado por cima no seguimento de acordo com o mesmo princípio. Em tal caso, o dispositivo do invento inclui meios de recepção do segundo suporte, para saírem do implante, dispostos para assegurarem o posicionamento e ancoragem do segundo suporte, tanto axialmente, por encosto, 12 ΕΡ 1 281 375/ΡΤ radialmente, com meios de acoplamento, tais como um dedo, ou cavidade, angular previstos para cooperarem com um elemento de forma complementar do segundo suporte.

Na variante de acordo com a FIG. 7, o dispositivo de implantação está indicado pela referência 110 e inclui os elementos funcionais homólogos dos do dispositivo 10, com a mesma referência precedidos por o número das centenas 1, os quais não foram, no entanto, representados todos, por motivos de clareza. 0 elemento portador cilíndrico 120 é solidário com um elemento apalpador 131, que se salienta lateralmente e o qual apresenta uma constituição do mesmo género do que a do elemento portador 120. Precisamente, o elemento apalpador 131 apresenta a forma em repouso de um cilindro, dobrado radialmente. Quando o dispositivo 110 é impelido pelo cateter 160, para baixo na FIG. 7, a partir de uma posição a montante da representada, o mesmo engata na coronária 52, quando a sua extremidade livre fica assim livre do contacto com a parede interna da aorta 51. 0 dispositivo 110 constitui assim uma espécie de garfo, o qual é bloqueado por encosto na bifurcação entre a aorta 51 e a coronária 52. Quando a posição de encosto é alcançada, os dois elementos cilíndricos 120, 131 são desdobrados por dois respectivos balões e formam uma espécie de luva de dois dedos.

Assim, durante a fase de colocação, o apalpador 131 apresenta uma forma dobrada radialmente, portanto com diâmetro reduzido sem risco de obturar a coronária 52. Em seguida, o apalpador 131 é desdobrado pela insuflação do balão associado à activação à distância, e constitui uma dobragem, ou "invólucro" interno, encostado firmemente contra a parede interna da coronária 52 de acordo com o princípio exposto anteriormente para o cilindro portador 20. É salientado que, como os elementos 120 e 131 ocupam cada um ramo particular 51, 52, os mesmos podem ser considerados como funcionalmente homólogos, eventualmente com as duas funções principais. Cada um deles pode com efeito ser o portador de uma carga (2) e pode também ser considerado como sendo um apalpador, uma vez que a aorta 51 pode ser considerada (funcionalmente no âmbito do presente invento) como sendo uma cavidade ou ramificação em relação à coronária 13

ΕΡ 1 281 375/PT 52. Assim, os meios apalpadores incluem um elemento cilíndrico 131, disposto para passar de uma forma dobrada para uma forma desdobrada radialmente, de apoio sobre uma parede da cavidade, aqui a coronária 52, sob o efeito dos meios activação à distância (balão e cateter 160).

Para evitar os perigos da passagem na posição de acoplamento do apalpador 131 na coronária 52, devido a um eventual desfasamento angular, que necessitaria de várias tentativas, pode ser previsto passar previamente um fio de guia dentro da coronária 52 e da parte a montante da aorta 51, sendo o dispositivo 110 enfiado para cima através do apalpador 131, o qual fica desse modo orientado angularmente para a coronária 52. Um outro fio de guia pode, do mesmo modo guiar o cilindro 120 dentro da aorta 51.

Lisboa, 2012-03-08

Claims (10)

1. ΕΡ 1 281 37 5/PT 1/3 REIVINDICAÇÕES 1 - Dispositivo de implantação de um implante (2) numa posição determinada num elemento tubular (51), que apresenta uma parede que inclui uma cavidade (50, 52), estando o dispositivo (10) disposto para cooperar com os meios de accionamento (60) do dispositivo no elemento tubular (51), dispositivo caracterizado por incluir meios apalpadores (30, 31, 131) deformáveis e dispostos para, sob o controlo de meios activação à distância (42), passarem de uma forma dobrada para uma forma desdobrada funcional, para detectarem a cavidade (50, 52) e posicionarem-se ai com referência à posição da mesma.
2. 2 - Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, em que os meios apalpadores (30, 31) são feitos à base de um material com memória de forma.
3. 3 - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 1 e 2, em que os meios de activação à distância são amovíveis e incluem uma manga de inibição (42) para manter os meios apalpadores (30, 31), na posição dobrada, prolongando-se a manga para além dos meios apalpadores (30, 31) para libertar os mesmos pelo recuo relativo da manga em relação a um elemento filiforme (60) de accionamento do dispositivo por impulso.
4. 4 - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 1 a 3, em que os meios apalpadores (30, 31) incluem uma coroa de forma geral cilíndrica, ansas (31) de fio com rigidez limitada no sentido radial, estando, pelo menos, uma das ansas (31) prevista para se salientar lateralmente a fim de formar um apalpador.
5. 5 - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 1 a 4, em que os meios apalpadores (30, 31) incluem uma pluralidade de dedos apalpadores (31) regularmente repartidos angularmente e dispostos para, na forma desdobrada, se prolongarem segundo respectivas direcções inclinadas, com ângulo agudo, num eixo longitudinal (62) de accionamento à frente do dispositivo para a cavidade (50).
6. 6 - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 1 a 5, em que os meios apalpadores (30, 31) são solidários com ΕΡ 1 281 37 5/PT 2/3 meios deformáveis (20) de recepção de um implante (2), dispostos para, sob a acção de meios de libertação (41), passarem de uma forma dobrada para uma forma desdobrada radialmente, de apoio na parede do elemento tubular (51) e de colocação em serviço do implante (2).
7. 7 - Dispositivo acordo com as reivindicações 3 e 6 em conjunto, em que os meios (20) de recepção do implante (2) incluem uma malha de forma globalmente cilíndrica, para suportar o implante, que apresenta uma rigidez limitada no sentido radial, e os meios de libertação incluem uma manga amovível (41) de manutenção do portador de malha (20) na forma dobrada, que se prolonga axialmente para além da malha para libertar a mesma pelo recuo relativo da manga (42) em relação a um elemento filiforme (60) de accionamento do dispositivo por impulso, estando as mangas (41, 42) de inibição e manutenção, concêntricas.
8. 8 - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 6 e 7, em que os meios de recepção (20) de um implante estão cobertos por um invólucro lateral (21) de estanqueidade, destinado a ser encostado firmemente à parede do elemento tubular (51) por este e o invólucro (21) inclui, pelo menos, uma abertura ou entalhe (22) que ocupa uma posição angular determinada em relação aos meios apalpadores.
9. 9 - Dispositivo de acordo com uma das reivindicações 1 a 8, em que os meios apalpadores (131) incluem um elemento cilíndrico disposto para passar de uma forma dobrada para uma forma desdobrada radialmente, de apoio sobre uma parede da cavidade (52) sob efeito de meios de activação à distância.
10. 10 - Processo, não cirúrgico e com objectivo não terapêutico, de implantação de um dispositivo (10) de acordo com a reivindicação 1, numa posição determinada num elemento tubular que apresenta uma parede (51) que inclui uma cavidade (50, 52), processo caracterizado por: um utilizador introduzir o dispositivo (10) por uma extremidade aberta do elemento tubular, o utilizador accionar os meios de accionamento (60) para fazer avançar o dispositivo (10) até a uma posição a montante da posição determinada, ΕΡ 1 281 37 5/PT 3/3 comandar os meios de activação à distância (42) dos meios apalpadores (30, 31, 131) e prosseguindo-se com o avanço, parar o accionamento dos meios de accionamento (60) quando ele detecta um bloqueio do avanço, o que reflecte o facto de que os meios apalpadores (30, 31, 131) estão posicionados dentro da cavidade (50, 52). Lisboa, 2012-03-08