BR112014022359B1 - Dispositivo de distribuição de líquido - Google Patents

Abstract

dispositivo de distribuição de líquido. a invenção se refere a um dispositivo (10) de distribuição de líquido compreendendo uma abertura (22, 50) de distribuição de líquido, um tampão de absorção (48) de líquido residual e uma tampa removível (16) compreendendo uma forma adjacente imediata e próxima à  abertura de distribuição (22, 50), chamada forma de expulsão (46) do líquido residual, configurada para evacuar o líquido residual para o tampão (48) quando a tampa (16) é montada sobre o dispositivo (10).

Description

[0001] A presente invenção trata do domínio técnico da distribuição de líquido. Em particular, mas não exclusivamente, ela trata do domínio da distribuição de líquido sob forma de gotas ou sob forma de spray, tal como o líquido oftálmico, nasal, bucal ou auricular.

[0002] Conhece-se do documento FR 2 937 018 um dispositivo de distribuição de líquido comportando um frasco e uma ponteira de distribuição. Esta ponteira compreende uma abertura de distribuição de líquido.

[0003] Todavia, durante a administração de líquido, um pouco de líquido pode estagnar adjacente da abertura de distribuição do líquido.

[0004] Quando ele escoa um certo tempo entre duas utilizações do dispositivo, o líquido residual localizado perto da abertura de distribuição pode evaporar. A concentração de princípio ativo contido no líquido residual é pois mais elevada e o princípio ativo pode finalmente se depositar perto da abertura, formando um precipitado. Durante a utilização seguinte do dispositivo, a quantidade de princípio ativo administrado é, pois aumentada deste precipitado que é carregado durante a administração da gota seguinte. A dose de princípio ativo administrada é, pois superior à dose prescrita. Há igualmente um risco de administrar partículas sólidas que não foram dissolvidos na gota seguinte administrada.

[0005] Além disso, o líquido residual localizado perto do orifício de saída pode ser contaminado por bactérias que podem contaminar a gota seguinte administrada. Há, pois também um risco de contaminação microbiana do líquido administrado.

[0006] A presente invenção propõe notadamente fornecer um dispositivo de distribuição de líquido permitindo administrar uma dose de produto mais precisa.

[0007] Para este efeito, a invenção tem por objeto um dispositivo de distribuição de líquido, compreendendo: - uma abertura de distribuição de líquido,- um tampão de absorção de líquido residual, disposto naproximidade da abertura de distribuição de líquido, e- uma tampa removível compreendendo uma forma adjacenteimediata e próxima à abertura de distribuição de líquido, chamada forma de expulsão do líquido residual, configurada para evacuar o líquido residual para o tampão quando a tampa é montada sobre o dispositivo.

[0008] Graças à presença da forma de expulsão do líquido residual realizada sobre a tampa removível, quando a tampa é montada sobre o dispositivo, a forma de expulsão situada adjacente imediata e próxima à abertura de distribuição de líquido expulsa a maior parte do líquido residual presente a jusante da abertura de distribuição, notadamente para o tampão de absorção de líquido residual disposto na proximidade, ou seja, evacua-se o líquido residual para o tampão de absorção. Compreende-se, pois que o tampão é disposto a jusante da abertura de distribuição. Realiza-se assim uma drenagem da maior parte do líquido residual fora da abertura de distribuição.

[0009] Compreende-se que como o volume do líquido residual presente a jusante da abertura de distribuição é geralmente baixo, é interessante que a forma de expulsão possa vir se posicionar suficientemente perto e próxima à abertura de distribuição quando a tampa é montada sobre o dispositivo e possa assim expulsar esta pequena quantidade de líquido para fora da abertura de distribuição de líquido.

[00010] A expulsão ou evacuação de líquido residual adjacente da abertura de distribuição evita o desenvolvimento de bactérias nesta zona, o que é particularmente interessante quando o líquido distribuído não comporta de agentes conservantes.

[00011] Graças a esta evacuação, a dose de princípio ativo administrado é assim mais reprodutível e mais precisa, porque o tampão evita a acumulação de líquido perto da abertura de distribuição do dispositivo.

[00012] Ademais o risco de administrar doses seguintes mais concentradas ou partículas sólidas é assim fortemente reduzido. Com efeito, podem se formar durante a evaporação do líquido residual a jusante da abertura de distribuição, depósitos devidos à precipitação do princípio ativo. Estes depósitos podem ser parcialmente dissolvidos durante a administração da dose de produto seguinte e assim aumentar a quantidade de princípio ativo administrado e/ou permanecer sob forma de partículas.

[00013] Enfim, devido ao fato de que se reduz o risco de formação de depósitos sólidas ou viscosos perto da abertura de distribuição, o efeito estético do dispositivo é igualmente melhorado.

[00014] Vantajosamente, a forma de expulsão é moldada integralmente com a tampa, geralmente vinda de moldagem.

[00015] Interpreta-se os termos a montante e a jusante tomando o sentido de distribuição do líquido como sentido de referência.

[00016] A invenção pode ainda comportar uma ou várias das características seguintes, tomadas isoladas ou em combinação.- A forma de expulsão é uma forma sensivelmente complementar à abertura de distribuição. Ela delimite de preferência com a abertura de distribuição de líquido uma via de evacuação do líquido residual.- A forma de expulsão é realizada em um material não absorvente. O líquido residual não pode ser absorvido por esta forma e a expulsão do líquido residual da abertura de distribuição para o tampão é mais eficaz.- O dispositivo comporta um trajeto de evaporação do líquido residual entre o tampão e o exterior do dispositivo quando a tampa é montada sobre o dispositivo. Favorece-se assim a evaporação do líquido residual absorvido pelo tampão. Esse trajeto de evaporação pode, por exemplo, compreender orifícios de passagem de ar na tampa, estes orifícios sendo levados preferencialmente por uma face superior da tampa.- O dispositivo pode tomar, quando a tampa é montada sobre o dispositivo, uma configuração de fechamento hermético do dispositivo, antes de sua primeira utilização, na qual o trajeto de evaporação do líquido residual é obturado entre o tampão e o exterior do dispositivo, e uma configuração de ventilação do dispositivo, na qual o trajeto de evaporação é aberto entre o tampão e o exterior. Assim, pode-se limitar a evaporação do líquido contido no dispositivo durante o armazenamento do dispositivo antes de sua primeira utilização. Com efeito, os dispositivos cheios de líquido podem ser armazenados vários meses ou mesmo vários anos antes de sua primeira utilização. Durante este armazenamento, pode se produzir uma difusão do líquido, notadamente através das paredes de alguns dos elementos do dispositivo, tais como uma válvula por exemplo. Se o trajeto de evaporação é aberto, há de modo permanente evacuação deste líquido para o exterior do dispositivo. Ao contrário, quando o trajeto de evaporação é fechado, chega-se a um equilíbrio, a difusão do líquido através da tampa sendo inferior à difusão do líquido através da válvula, por exemplo. De acordo com um modo de realização particular, o trajeto é obturado por um opérculo removível, de preferência descartável, articulado sobre a tampa. Este modo de realização é simples e eficaz. Vai-se notar que de acordo com uma alternativa, articula-se um opérculo a montante do trajeto de evaporação do líquido residual, por exemplo, articulando-o diretamente sobre a abertura de distribuição ou sobre uma válvula disposta na proximidade desta abertura. De acordo com um outro modo de realização, o dispositivo pode passar da configuração de fechamento hermético à configuração de ventilação por deslocamento de pelo menos uma parte da tampa em relação a um reservatório sobre o qual o dispositivo é monte.- O dispositivo compreende meios de travamento do dispositivo em configuração de ventilação. Estes meios são de preferência não amovíveis, ou seja, permanentes. Pode-se, pois passar da configuração de fechamento hermético, que corresponde a uma configuração de armazenamento do dispositivo, à configuração de ventilação, que corresponde a uma configuração de utilização do dispositivo, mas não se pode passar da configuração de ventilação à configuração de fechamento hermético. Garante- se assim que após a primeira utilização do dispositivo, o trajeto de evaporação do líquido residual fica aberto entre o tampão e o exterior do dispositivo.- A tampa compreende um invólucro exterior e um invólucro interior, montados móveis um em relação ao outro entre uma primeira configuração, correspondente à configuração de fechamento hermético do dispositivo e uma segunda configuração correspondente à configuração de ventilação do dispositivo. Par exemplo, o invólucro exterior e o invólucro interior são móveis em rotação um em relação ao outro, este movimento de rotação gerando de preferência um deslocamento longitudinal em translação de um em relação ao outro. Entende-se por direção longitudinal, a direção axial do dispositivo, correspondente geralmente ao eixo do reservatório. Vai- se notar que de preferência, os dois invólucros são coaxiais, seus eixos respectivos sendo confundidos com o eixo do dispositivo.- O invólucro exterior e o invólucro interior da tampa comportam, cada um, orifícios de passagem de ar e a tampa compreende meios de obturação, quando o dispositivo está na configuração de fechamento hermético, do trajeto de evaporação entre os orifícios do invólucro exterior e aqueles do invólucro interior. Os meios de obturação compreendem, por exemplo, uma coroa levada pelo invólucro exterior e cooperando por aperto com uma superfície troncocônica do invólucro interior da tampa, ou inversamente. De acordo com um outro exemplo, os meios de obturação compreendem pinos lavados pelo invólucro exterior e cooperando por aperto com os orifícios do invólucro interior da tampa, ou inversamente.- O invólucro interior compreende uma rampa cooperando com um batente complementar levado pelo invólucro exterior, ou inversamente, de modo que a rotação do invólucro exterior em relação ao invólucro interior gera um deslocamento longitudinal de um em relação ao outro. Durante esta rotação e este deslocamento longitudinal, o dispositivo passa da configuração de fechamento hermético à configuração de ventilação: o trajeto de evaporação está, pois aberto entre o tampão e o exterior do dispositivo. Assim, a passagem de uma configuração a outra se faz de modo transparente para o que, quando ele desatarraxa a tampa para utilizar o dispositivo pela primeira vez, faz inicialmente passar o dispositivo da configuração de fechamento hermético à configuração de ventilação antes de desatarraxar completamente a tampa.- O invólucro exterior e o invólucro interior compreendem batentes de retenção longitudinal do invólucro exterior sobre o invólucro interior. Os batentes permitem um deslocamento longitudinal limitado do invólucro exterior em relação ao invólucro interior se bem que, graças aos batentes de retenção, os dois invólucros não podem ser dessolidarizados um do outro. Compreende-se, pois que os dois invólucros podem se deslocar uma em relação ao outro longitudinalmente de uma distância predeterminada, mas não podem ser dessolidarizados um do outro.- O tampão de absorção compreende um ou vários materiais hidrófilos, permitindo a drenagem de líquido, ou seja, capazes de absorver líquido, os mesmo deixar evaporar se um trajeto de evaporação está aberto. O material do tampão pode compreender materiais tecidos ou não tecidos. Ele pode, por exemplo, compreender algodão hidrófilo, polietileno (PE) tendo sofrido um tratamento hidrófilo, tereftalato de polietileno (PET) tendo sofrido um tratamento hidrófilo, uma espuma de poli(acetato de vinila) (PVA) ou uma mistura de vários materiais hidrófilos.- O tampão de absorção compreende um material hidrófilo de porosidade aberta. Entende-se por material de porosidade aberta, um material compreendendo uma rede de canais contínuos definidos por poros que se comunicam uns com os outros, que permitem ao líquido absorvido no tampão ser drenado da abertura de distribuição para o exterior do dispositivo. Assim, o líquido pode migrar de uma face a outra do tampão e evaporar para o exterior do dispositivo.- O tampão de absorção compreende pelo menos dois materiais absorventes distintos, os pelo menos dois materiais sendo dispostos um acima do outro e o material a jusante sendo mais hidrófilo que o material a montante. Assim, o líquido é aspirado pelo material o mais hidrófilo e o líquido residual não estagna no material o menos hidrófilo disposto a proximidade da abertura de distribuição.- O material a montante compreende um material hidrófobo. Ele impede assim o líquido absorvido pelo material o mais hidrófilo retornar para a abertura de distribuição.- O tampão é fixo sobre a tampa, mais precisamente para o interior da tampa, em torno da forma de expulsão.- A forma de expulsão compreende um material absorvente. A maior parte do líquido residual presente a jusante da abertura de distribuição é expulsa para o tampão de absorção disposto na proximidade, ou seja, pode-se evacuar o líquido residual para o tampão de absorção por drenagem do líquido residual através da forma de expulsão. Realiza-se assim uma drenagem da maior parte do líquido residual para fora da abertura de distribuição.- O dispositivo compreende um véu hidrófobo de porosidade aberta, o véu sendo fixado sobre o tampão e a forma de expulsão. O líquido absorvido pelo material o mais hidrófilo não pode, pois retornar para a abertura de distribuição.

[00017] - O tampão compreende um material hidrófilo, este materialsendo mais hidrófilo que o material absorvente da forma de expulsão. Assim, o líquido drenado pela forma de expulsão é aspirado pelo material do tampão que é mais hidrófilo e assim mais absorvente que o material da forma de expulsão. O líquido residual não estagna, pois na forma de expulsão.- O material da forma de expulsão compreende um material hidrófobo. Ele impede, pois o líquido absorvido pelo tampão de retornar para a abertura de distribuição.- A forma de expulsão é moldada integralmente com o tampão. O tampão e a forma de expulsão podem, por exemplo, ser realizes em um material compreendendo um gradiente de absorção, a parte que forma a forma de expulsão sendo menos absorvente que a parte que forma o tampão.- O tampão compreende uma superfície de contato com o ar ambiente, a superfície apresentando pelo menos um relevo para aumentar a superfície de contato com o ar ambiente. Pode-se prever, por exemplo, um sulco do tampão de modo que para um volume ocupado dado, a superfície em contato com o ar ambiente do tampão é aumentada, o que facilita a evaporação do líquido contido no tampão.- O tampão é fixe sobre uma ponteira de distribuição. A ponteira de distribuição é de preferência um conjunto fixado sobre o reservatório, compreendendo notadamente um invólucro superior disposto em torno do orifício de distribuição de líquido, o tampão é fixo sobre este invólucro superior, em torno do orifício de distribuição.- O tampão é de forma sensivelmente axissimétrica. Ele se adapte facilmente sobre a tampa, na proximidade da forma de expulsão do líquido residual, ou em torno da ponteira.- O dispositivo é um dispositivo para a distribuição de líquido sob forma de gotas, compreendendo meios de formação de gotas, a forma de expulsão sendo sensivelmente complementar a estes meios de formação de gotas. Os meios de formação de gotas têm de preferência uma forma sensivelmente cônica divergente para o exterior do dispositivo. Este modo de realização é particularmente vantajoso devido ao fato de que a forma de expulsão permite reduzir o volume morto formado pelos meios de formação de gotas enquanto se delimita com os meios de formação de gotas, pelo menos parcialmente, uma via de evacuação do líquido residual. Assim, a dose das gotas distribuídas tem um volume e uma concentração mais reprodutíveis.- O dispositivo compreende uma válvula podendo tomar uma posição de liberação do líquido e uma posição de bloqueio do líquido, a forma de expulsão constituindo uma forma de imobilização da válvula em posição de bloqueio do líquido quando a tampa é montada sobre o dispositivo. Assim, não é possível que o líquido tendo passado pela válvula possa retornar ao dispositivo. Ainda mais, quando a tampa é montada sobre o dispositivo, não é possível distribuir o líquido por inadvertência, a válvula sendo bloqueada em posição de bloqueio do líquido. É particularmente vantajoso utilizar o tampão em combinação com uma forma de imobilização da válvula, devido ao fato de que o líquido estagnante a jusante da válvula pode ser evacuado, e assim evitar contaminações das doses posteriores.- O tampão não está em contato com a válvula. Há, pois pouco de líquido em contato com a válvula no caso em que o tampão contém o líquido.- O tampão e/ou a forma complementar compreende um agente antimicrobiano. O agente antimicrobiano permite destruir uma parte dos micro-organismos que poderiam se desenvolver a jusante da abertura de distribuição e contaminar a dose de produto seguinte que será administrada. O agente antimicrobiano pode, por exemplo, ser à base de prata ou conter um produto desinfetante ou um agente biocida.- O material o mais hidrófilo compreende um agente antimicrobiano e o material o menos hidrófilo é desprovido de agente antimicrobiano. Assim, o líquido é aspirado para o material o mais hidrófilo onde agentes antimicrobianos impedem o desenvolvimento de bactérias. O risco que agentes antimicrobianos possam ser contidos com a gota seguinte de líquido administrada pelo dispositivo é reduzido porque o agente antibacteriano não é compreendido no material o menos hidrófilo que é o mais próximo dos meios de formação de gota.

[00018] A invenção será melhor compreendida pela leitura da descrição que se segue, dada unicamente a título de exemplo e dada com referência aos desenhos em que:- a figura 1 é uma vista em corte de um dispositivo na configuração de fechamento hermético de acordo com um primeiro modo de realização do dispositivo;- a figura 2 é uma vista em corte do dispositivo da figura 1 em configuração de ventilação;- a figura 3 é uma vista em perspectiva do interior de um invólucro exterior de uma tampa do dispositivo da figura 1;- a figura 4 é uma vista em perspectiva de um invólucro interior da tampa do dispositivo da figura 1;- a figura 5A é uma vista em perspectiva e parcialmente em transparência da tampa do dispositivo da figura 1 na configuração de fechamento hermético;- a figura 5B é uma vista em corte transversal do dispositivo da figura 1, segundo um plano V visível nas figuras 1 e 5A;- a figura 6A é uma vista em perspectiva e parcialmente em transparência da tampa do dispositivo da figura 1 na configuração de ventilação;- a figura 6B é uma vista em corte transversal do dispositivo da figura 1, segundo um plano VI visível nas figuras 2 e 6A;- a figura 7 é uma vista em corte de um segundo modo de realização do dispositivo;- a figura 8 é uma vista em perspectiva de um terceiro modo de realização do dispositivo; - a figura 9 é uma vista em corte e em perspectiva do dispositivo da figura 8;- a figura 10 é uma vista em perspectiva de um quarto modo de realização do dispositivo na configuração de fechamento hermético;- a figura 11 é uma vista em perspectiva do dispositivo da figura 10 na configuração de ventilação;- a figura 12 é uma vista em corte de um quinto modo de realização do dispositivo;- a figura 13 é uma vista em corte de um sexto modo de realização do dispositivo;- a figura 14 é uma vista em corte de um tampão e de uma forma de expulsão de líquido segundo um sétimo modo de realização do dispositivo;- a figura 15 é uma vista em corte de um oitavo modo de realização do dispositivo;- a figura 16 é uma vista em corte de um nono modo de realização do dispositivo.

[00019] Representou-se nas figuras 1 e 2 um primeiro modo de realização de um dispositivo 10 de distribuição de líquido, respectivamente na configuração de fechamento hermético e na configuração de ventilação. Neste exemplo não limitativo, o dispositivo 10 é um dispositivo de distribuição de líquido sob forma de gotas.

[00020] O dispositivo 10 compreende um reservatório deformável 12 e uma ponteira de distribuição 14 coberta de uma tampa removível 16. A ponteira 14, munida da tampa 16, é destinada a ser montada e por atarraxamento sobre o colo de um reservatório 12. Este reservatório 12 é um reservatório de armazenamento de líquido, por exemplo, de líquido farmacêutico tal como líquido oftálmico. O reservatório 12 é deformável, de modo a distribuir o líquido por apoio sobre o reservatório. Mais precisamente, a distribuição de líquido se faz por pressão, da parte de um usuário, sobre o corpo do reservatório 12, este último podendo apresentar uma certa elasticidade para retomar sua forma inicial após a pressão exercida pelo usuário, o que gera uma depressão no interior do reservatório 12.

[00021] A ponteira 14 e a tampa 16 formam vantajosamente um conjunto que pode ser fixado em uma etapa sobre o colo do reservatório 12.

[00022] Neste modo de realização, a ponteira de distribuição 14 compreende um suporte 18, uma válvula de distribuição 20 e meios 24 de solicitação da válvula 20 contra o suporte 18 em posição de bloqueio de líquido, compostos aqui de uma arruela elástica 24, de material plástico. A válvula 20 compreende uma abertura de distribuição comportando um orifício ou abertura de distribuição 22 e meios de formação de gotas 50. A válvula 20 pode igualmente tomar uma posição de liberação de líquido. Assim neste exemplo, o orifício 22 de distribuição de líquido é levado pela válvula 20.

[00023] A ponteira 14 compreende igualmente um invólucro superior 26, compreendendo um orifício 28 atravessado pela válvula 20, um canal 30 de passagem do líquido do reservatório 12 para o orifício de distribuição 22, e um canal 32 de passagem de ar no reservatório 12, canal 32 obturado por um conjunto 34 compreendendo um órgão 36 de difusão de ar disposto em um invólucro 38 de isolamento do órgão de difusão 36. Vai-se notar que o canal 32 de passagem de ar é inteiramente moldado no suporte 18.

[00024] O invólucro 38 compreende vários elementos permitindo garantir o isolamento em relação ao líquido contido no reservatório 12 do órgão permeável ao ar 36. Este invólucro 38 compreende notadamente um filtro hidrófobo 40 que tem por função de impedir o líquido contido no reservatório 12 de entrar em contato com o órgão 36. Evita-se assim qualquer sorção de moléculas do princípio ativo sobre o órgão de difusão de ar 36.

[00025] Compreende-se que este órgão 36 permite compensar a depressão gerada pela administração de uma gota de líquido pelo usuário permitindo às moléculas de ar passar, por difusão, através do material denso deste órgão de difusão de ar 36, as bactérias ou as poeiras não podendo passar através do órgão de difusão de ar 36. Tem-se, pois um órgão permitindo a passagem de ar não contaminado do exterior para o interior do reservatório 12 e não apresentando de problema de obstrução.

[00026] Além disso, a parede anular exterior deste invólucro de isolamento 38 pode compreender caneluras delimitando com o suporte 18 pelo menos um canal de passagem de líquido que desempenha igualmente uma função de limitação de vazão.

[00027] Vai-se agora descrever a tampa 16, montada por atarraxamento sobre a ponteira de distribuição 14.

[00028] Esta tampa 16 compreende um invólucro exterior 42 e um invólucro interior 44. Estes invólucros 42, 44 são coaxiais, solidários um do outro sendo montados móveis um em relação ao outro em rotação e em translação longitudinal, entre a configuração de fechamento hermético do dispositivo, visível na figura 1, e a configuração de ventilação do dispositivo 10, visível na figura 2. O invólucro interior 44 compreende ainda uma forma 46 de expulsão do líquido residual. Esta forma de expulsão 46 é situada adjacente imediata e próxima à abertura de distribuição.

[00029] A forma de expulsão 46 é igualmente, neste exemplo, uma forma de imobilização da válvula 20 em posição de bloqueio do líquido quando a tampa 16 é montada sobre o dispositivo 10. Por exemplo, a forma de expulsão 46 é um pino cuja forma geral é complementar dos meios 50 de formação de gota, realizados na válvula 20, por exemplo, a forma 46 é troncocônica. Assim, a forma 46 assegura uma imobilização da válvula 20 por pinçamento desta última contra o suporte 18.

[00030] No modo de realização das figuras 1 a 5, a tampa 16 compreende um tampão 48 de absorção de líquido residual, fixe sobre a tampa 16 e mais particularmente sobre o invólucro interior 44. O tampão 48 é de forma sensivelmente anular e é disposto em torno da forma 46 de expulsão do líquido residual.

[00031] A seção do anel do tampão 48 é de forma sensivelmente retangular. Um dos cantos da face interior do tampão 48 é biselada e complementar da forma da válvula 20. Vantajosamente, os dois cantos da face interior são biseladas, o tampão 48 pode, pois ser fixado sobre o invólucro interno 44 da tampa indiferentemente em um sentido ou no outro. O invólucro interno 44 comporta igualmente batentes 54 de fixação do tampão 48 sobre o invólucro interno 44.

[00032] De modo vantajoso, o tampão 48 pode não estar em contato com a válvula e isto a fim de evitar os contatos entre o líquido residual presente no tampão e a válvula 20 quando a tampa 16 é montada sobre o dispositivo 10.

[00033] O tampão de absorção 48 compreende vantajosamente um material hidrófilo, de porosidade aberta.

[00034] Além disso, quando a tampa 16 é montada sobre o dispositivo 10, a forma de expulsão 46 delimita pelo menos parcialmente, no caso com os meios 50 de formação de gota da válvula 20, uma via 52 de evacuação, para o tampão 48, de líquido residual disposto a jusante da válvula 20. Neste exemplo, a via de evacuação 52 é realizada por uma canelura 92, ou sulco, realizada na forma 46. Mais precisamente, a forma 46 compreende vários canais, por exemplo, quatro, regularmente repartidos sobre a extremidade do pino 46, delimitados por um lado as caneluras 92, por outro lado pelos meios 50 de formação de gotas, estes canais sendo realizados quando a tampa 16 é montada sobre o dispositivo, a forma 46 estando então apoiada contra a válvula 20.

[00035] Na figura 4, representou-se o invólucro interior 44, compreendendo um fundo 56, levando a forma de expulsão 46 para o centro de sua superfície interior, e uma saia 58, de forma sensivelmente cilíndrica. O fundo 56 é delimitado por uma superfície troncocônica 60 e compreende, sobre sua parede horizontal, orifícios 62 de passagem de ar, no número de quatro neste exemplo.

[00036] O invólucro interior 44 compreende ainda meios 64, 66, 68 de travamento do dispositivo 10 na configuração de ventilação. Estes meios de travamento compreendem, neste modo de realização, fendas entalhaduras, abas elásticas 66, e rampas 68, no caso duas entalhaduras 64, duas abas 66 e duas rampas 68. A saia cilíndrica 58 compreende batentes 70, no caso dois, que se estendem em um plano longitudinal de maneira a formar um batente na direção transversal para o invólucro exterior 42, e assim permitir o atarraxamento da tampa 16 sobre a ponteira de distribuição 14. A saia cilíndrica 58 compreende adicionalmente batentes 72, ditos batentes de retenção longitudinal, de maneira a formar um batente na direção longitudinal, para a retenção do invólucro externo 42 sobre o invólucro interior 44 na direção longitudinal. Na figura 4, os batentes 72 de retenção longitudinal se estendem principalmente em um plano oblíquo transversal e compreendem igualmente uma parte horizontal. Ainda mais, a saia cilíndrica 58 leva sobre sua extremidade livre um anel frangível 74 do dispositivo 10, testemunho da primeira abertura, permitindo assegurar que o dispositivo não foi utilizado antes de sua primeira utilização.

[00037] Na figura 3, representou-se o invólucro exterior 42 que compreende um fundo 76 e uma saia 78, de forma sensivelmente cilíndrica. O fundo 76 é de forma circular e sensivelmente plana. Ele comporta uma coroa 80, que se salienta da superfície interior, e orifícios de passagem de ar 82 situados no exterior da coroa 80. Ele compreende igualmente meios 84, 86 de travamentos do dispositivo 10 na configuração de ventilação, que neste modo de realização compreendem dois entalhes 84 e dois batentes de atarraxamento 86. O invólucro exterior 42 compreende ainda batentes 88, ditos batentes de retenção longitudinal, que se estendem em um plano transversal, de maneira a formar um batente na direção longitudinal para a retenção do invólucro externo 42 sobre o invólucro interior 44 na direção longitudinal.

[00038] A figura 2 representa o dispositivo 10 em configuração de ventilação, na qual um trajeto de evaporação do líquido residual, representado pela seta 90, é aberto entre o tampão 48 e o exterior do dispositivo 10.

[00039] Vai-se agora descrever a montagem do dispositivo 10 e seu funcionamento.

[00040] Começa-se por ajustar em conjunto os diferentes elementos constitutivos da ponteira de distribuição 14. Pode-se, por exemplo, começar por montar o subconjunto de filtração do ar formado pelo invólucro 38 e o órgão de difusão de ar 36. Este subconjunto é em seguida montado sobre o suporte 18 por aperto mecânico. Vem-se em seguida posicionar a válvula 20, a arruela 24 e o invólucro superior 26.

[00041] Separadamente, fixa-se o tampão 48 no interior do invólucrointerior 44, em torno da forma 46 de expulsão da válvula, bloqueando a ajuda dos batentes de fixação 54.

[00042] Vem-se em seguida montar o invólucro exterior 42 sobre o invólucro interior 44 posicionando os batentes de atarraxamento 70 do invólucro interior 44 ao longo dos batentes de atarraxamento 86 do invólucro exterior 42, de maneira que os batentes 86 sejam posicionados em frente do baixo das rampas 68, e que os batentes de retenção longitudinal 72 do invólucro interior 44 cooperam com os batentes de retenção longitudinal 88 do invólucro exterior 42, como é visível nas figuras 5A e 5B. O invólucro exterior 42 não pode mais ser dessolidarizado do invólucro interior 44. Neste modo de realização, a tampa 16 está pronta para ser montado por atarraxamento sobre a ponteira de distribuição 14.

[00043] Uma vez o reservatório 12 cheio do líquido a distribuir, vem- se atarraxar o conjunto formado pela ponteira 14 e a tampa 16 sobre o colo do reservatório. O dispositivo 10 está pronto para ser utilizado.

[00044] Esta primeira configuração, dita configuração de armazenamento ou de fechamento hermético do dispositivo 10 é representada nas figuras 1, 5A e 5B. Representou-se na figura 5A o invólucro exterior 42 em modo filar a fim de apresentar a interação entre os elementos do invólucro interior 44 com os elementos do invólucro exterior 42.

[00045] Nestas figuras, a coroa 80 do invólucro exterior 42 coopera com a superfície troncocônica 60 do invólucro interior 44, de maneira que não há comunicação possível entre o tampão 48 e o exterior do dispositivo 10, como pode se o ver na figura 1. No caso presente, não há comunicação entre os orifícios de passagem de ar 62 do invólucro interior 44 e os orifícios de passagem de ar 82 do invólucro exterior 42; a coroa 80 forma, pois, com a superfície 60, um meio de obturação do trajeto de evaporação 90. A coroa 80 é ligeiramente deformada e uma estanqueidade por aperto mecânico da coroa 80 sobre a superfície cônica 60 é realizada. O trajeto de evaporação 90 do líquido residual é, pois obturado. Assim, quando o dispositivo 10 é armazenado antes de primeira utilização, ainda que possa se produzir uma pequena evaporação do líquido contido no reservatório 12, esta evaporação é limitada.

[00046] Além disso, esta evaporação é igualmente limitada pelo aperto mecânico entre o invólucro interior 44 e o suporte 18 que definem um volume fechado no qual não há renovação de ar enquanto que o dispositivo está na configuração de armazenamento.

[00047] Além do mais, esta evaporação é também limitada porque o órgão de difusão de ar 36 não deixa praticamente passar moléculas de líquido, mesmo sob forma de vapor, para este volume fechado.

[00048] Vai-se notar que a forma de expulsão 46 do invólucro interior 44 coopera com a válvula 20, mais particularmente com os meios de formação de gota 50, e bloqueia assim a válvula 20 na posição de bloqueio do líquido.

[00049] Durante a primeira utilização, o usuário desatarraxa a tampa removível 16. Ele aperta o invólucro exterior 42 em uma mão e o reservatório 12 na outra mão. Ele faz o invólucro exterior 42 girar em relação ao invólucro interior 44. Os batentes 86 são então guiados pelas rampas 68 e o movimento de rotação aplicado pelo usuário ao dispositivo 10 gera um movimento de translação longitudinal do invólucro exterior 42 em relação ao invólucro interior 44. Chegados no topo das rampas 68, os batentes 86 cooperam com as entalhaduras 64 para formar primeiros meios de travamento do dispositivo 10 na configuração de ventilação. Além disso, durante esta rotação, os entalhes 84 do invólucro exterior 42 se deslocam em relação às abas elásticas 66, por que eles passam à força, no fim de rotação, por deformação das abas 66, de maneira que os entalhes 84 se encontram em batente contra a extremidade das abas 66. Os entalhes 84 e as abas 66 formam assim segundos meios de travamento do dispositivo 10 na configuração de ventilação.

[00050] Nesta configuração de ventilação, apresentada nas figuras 2, 6A e 6B, graças ao deslocamento longitudinal do invólucro exterior 42 em relação ao invólucro interior 42, a coroa 80 do invólucro exterior 42 não coopera mais com a superfície cônica 60 do invólucro interior 44, se bem que um espaço é criado entre a coroa 80 e a superfície 60, e, pois um trajeto de evaporação do líquido residual 90 é aberto entre o tampão 48 e o exterior do dispositivo 10.

[00051] O usuário continua então o movimento de rotação da tampa 16 em relação ao reservatório 12 a fim de desatarraxar completamente a tampa 16 da ponteira 14. Ele quebra então as partes frangíveis do anel 74. Compreende-se, pois que este anel 74 permite verificar de maneira simples que o dispositivo não foi utilizado previamente.

[00052] Constata-se que a passagem da configuração de fechamento hermético do dispositivo 10 à configuração de ventilação se faz de maneira transparente para o usuário que desatarraxa simplesmente a tampa 16 da ponteira 14.

[00053] Ele apoia em seguida sobre o reservatório 12 e o deforma a fim de administrar uma gota de líquido. Sob a pressão exercida pelo usuário, a válvula 20 passa da posição de bloqueio do líquido à posição de liberação do líquido, uma gota se forma nos meios de formação de gota 50. Quando a gota atinge um volume predetermine, ela é liberada da válvula 20, por exemplo, para ir para o olho do usuário.

[00054] Desde que o usuário relaxe a pressão exercida sobre o reservatório 12, a válvula 20 retoma sua posição de bloqueio de líquido. Quando o usuário deseja administrar uma gota suplementar, ele deforma de novo o reservatório 12 até a administração da gota.

[00055] Todavia, uma pequena quantidade de líquido pode ficar a jusante da válvula 20, frequentemente nos meios de formação de gota 50.

[00056] Entre duas utilizações, o usuário reatarraxa a tampa 16 sobre a ponteira 14. Os meios de travamento 64, 66, 84, 86 impedem então o deslocamento do invólucro exterior 42 em relação ao invólucro interior 44. Compreende-se, pois que é possível de passar da configuração de fechamento hermético do dispositivo 10 à configuração de ventilação, mas o inverso não é possível. Assim, garante-se que uma vez que o dispositivo 10 foi utilizado pelo menos uma vez, o trajeto de evaporação 90 do líquido residual está sempre aberto. Os meios de travamento 64, 66, 84, 86 são, pois permanentes e não amovíveis.

[00057] Quando a tampa 16 é montada atarraxada sobre a ponteira 14, a forma de expulsão 46 da válvula coopera com a válvula 20. Além disso, esta forma de expulsão 46 comporta caneluras 92 que delimitam com a válvula 20 uma via de evacuação 52 do líquido residual contido nos meios de formação de gota 50. Esta via 52 permite evacuar o líquido residual para o tampão 48, no qual ele é absorvido.

[00058] Em seguida, o líquido absorvido pelo tampão 48 evapora para fora do dispositivo 10 pelo trajeto de evaporação 90 aberto entre o tampão 48 e o exterior do dispositivo 10.

[00059] Não há, pois de líquido residual que estagna nos meios de formação de gota 50 e evita-se a formação de resíduo sólido do princípio ativo podendo acarretar a administração de uma superdose durante a administração de uma gota ou a administração de partículas sólidas em suspensão na gota durante a utilização seguinte do dispositivo 10.

[00060] Vai-se descrever outros modos de realização do dispositivo em que os elementos comuns aos diferentes modos de realização são identificados pelas mesmas referências numéricas e para que as diferences são desenvolvidas na sequência.

[00061] Na figura 7, representou-se um segundo modo de realização no qual o invólucro exterior 42 compreende pinos 94 formando os meios de obturação do trajeto de evaporação 90 do líquido residual absorvido pelo tampão 48.

[00062] Em configuração de fechamento hermético, os pinos 94 cooperam com os orifícios de passagem de ar 62 do invólucro interior 44, de maneira que não há comunicação possível entre o tampão 48 e o exterior do dispositivo 10.

[00063] De maneira similar a este que foi descrito no modo de realização anterior, quando o usuário desatarraxa a tampa 16 durante uma primeira utilização do dispositivo 10, ele faz o invólucro exterior 42 girar em relação ao invólucro interior 44. Os batentes 86 percorrem as rampas 68 e o movimento de rotação aplicado pelo usuário ao dispositivo 10 gera um movimento de translação longitudinal do invólucro exterior 42 em relação ao invólucro interior 44. Durante este movimento longitudinal dos dois invólucros 42, 44 um em relação ao outro, os pinos 94 não cooperam mais com os orifícios 62 e o trajeto de evaporação 90 do líquido residual está aberto.

[00064] Tudo como no primeiro modo de realização, uma vez o dispositivo 10 na configuração de ventilação, os meios de travamento não permitem ao dispositivo tomar a configuração de fechamento hermético.

[00065] O terceiro modo de realização, apresentado nas figuras 8 e 9, é similar ao primeiro modo de realização, posta à parte a localização do tampão 48. Neste modo de realização, o tampão 48 não é montado sobre o invólucro interior 44 da tampa 16, mas é fixado sobre o invólucro superior 26 da ponteira de distribuição 14. O modo de funcionamento deste dispositivo é similar ao modo de funcionamento anteriormente descrito.

[00066] O quarto modo de realização, apresentado nas figuras 10 e 11, compreende uma ponteira de distribuição 14 similar às ponteiras anteriormente descritas. Ele difere dos modos de realização anteriores em que a tampa 16 não comporta senão um único invólucro comportando orifícios de passagem de ar 62. O resto do dispositivo 10 é conformado ao que foi descrito anteriormente.

[00067] Antes da primeira utilização, ou seja, na configuração de fechamento hermético, o dispositivo 10 compreende um opérculo 96 que obtura os orifícios de passagem de ar 62 da tampa 16; ele obtura pois o trajeto de evaporação 90 do líquido residual entre o tampão 48 e o exterior do dispositivo 10. Vantajosamente, este opérculo 96 comporta igualmente uma lingueta 98 aderindo à tampa 16 e ao suporte 18 da ponteira 14 de forma que não é possível desatarraxar a tampa 16 do dispositivo 10 sem remover o opérculo 96 e assim abrir o trajeto de evaporação 90 entre o tampão 48 e o exterior do dispositivo 10.

[00068] Na figura 12, representou-se uma vista em corte de um quinto modo de realização do dispositivo 10, no qual o tampão 48 compreende dois materiais absorventes distintos 48A e 48B, o material absorvente 48A sendo mais hidrófilo, e assim mais absorvente, que o material absorvente 48B. No modo de realização da figura 12, os dois materiais absorventes distintos têm, cada um uma forma axissimétrica, no caso presente, uma forma de anel. Os dois anéis 48A, 48B são dispostos um acima do outro, em contato um com o outro, o anel de material o mais hidrófilo 48A sendo posicionado a jusante e o anel de material o menos hidrófilo 48B sendo posicionado a montante em relação ao sentido de distribuição do líquido. Assim, o líquido que é expulso pela forma de expulsão 46 para o tampão 48 é preferencialmente absorvido pelo material hidrófilo o mais absorvente 48A. Devido ao contato entre os dois materiais hidrófilos 48A, 48B, o líquido absorvido pelo material o menos hidrófilo 48B é aspirado pelo material o mais hidrófilo 48A. O líquido residual assim não estagna ou estagna pouco no material o menos hidrófilo 48B que é o mais próximo dos meios de formação de gota 50. Reduz-se, pois o risco de uma acumulação possível de líquido na proximidade dos meios de formação de gota 50.

[00069] Em um modo de realização particular, o material 48B o menos absorvente e, pois o menos hidrófilo podem vantajosamente compreender um material hidrófobo. Assim, o material 48B é hidrófobo e absorvente e ele deixa passar o líquido situado a montante da abertura de distribuição 22 para o material o mais hidrófilo 48A e isto, graças à aspiração criada pelo material 48A, o mais hidrófilo e situado a jusante do material o menos hidrófilo em relação aos meios de formação de gota 50. Entretanto, o material 48B sendo hidrófobo, o líquido absorvido no material 48B não pode retornar para a abertura de distribuição 22. A abertura de distribuição 22 está, pois relativamente seca. Compreende-se que a porosidade do material hidrófobo 48B é tal que ela permite que o líquido aspirado pelo material o mais hidrófilo 48A passar através do material hidrófobo 48B. Vantajosamente, o material o mais hidrófilo 48A pode compreender um agente antimicrobiano, tal como íons prata (Ag+) e o material o menos hidrófilo, ou mesmo hidrófobo, 48B pode não compreender agente antimicrobiano. Assim, o líquido é aspirado para o material o mais hidrófilo 48A onde agentes antimicrobianos impedem o desenvolvimento de bactérias. O risco que agentes antimicrobianos possam estar contidos com a gota seguinte de líquido administrada pelo dispositivo 10 é reduzido porque o agente antibacteriano está compreendido no material o menos hidrófilo 48B que é o mais próximo dos meios de formação de gota 50.

[00070] A figura 13 apresenta um sexto modo de realização do dispositivo 10, no qual a forma de expulsão 46 é realizada em material absorvente. O princípio de funcionamento do dispositivo 10 é similar ao princípio descrito no quinto modo de realização. Com efeito, a forma de expulsão 46 compreende um material absorvente que é menos hidrófilo que o material hidrófilo do tampão 48. Assim, o líquido residual que se encontra nos meios de formação de gota 50 após distribuição de uma gota de líquido é absorvido pelo material absorvente da forma de expulsão 46 e é em seguida aspirado pelo material hidrófilo do tampão 48. O líquido é pois drenado para o tampão 48 através do material absorvente da forma de expulsão 46.

[00071] Tudo como no quinto modo de realização, o material o mais hidrófilo, ou seja, o material do tampão 48, pode compreender um agente antimicrobiano, tal como íons prata (Ag+) e o material o menos hidrófilo, ou seja o material da forma de expulsão 46 situado a jusante em relação ao material do tampão 48, pode não compreender agente antimicrobiano. Além disso, o material da forma de expulsão pode compreender um material hidrófobo. O material hidrófobo pode, por exemplo, ser obtido por um tratamento de superfície aplicado localmente sobre a forma de expulsão.

[00072] Vai-se notar adicionalmente que nos quinto e sexto modos de realização, o dispositivo 10 não compreende invólucro 38 de isolamento do órgão de difusão de ar 36 em relação ao líquido contido no reservatório 12. Todavia, o dispositivo 10 poderia compreender um tal invólucro 38.

[00073] Em variante, como representado na figura 15, o dispositivo pode compreender um tampão 48 e uma forma de expulsão 46 ambos realizados es em material absorvente, um véu hidrófobo 110 de porosidade aberta sendo fixado sobre o tampão 48 e a forma de expulsão 46. Graças a este véu hidrófobo 110 de porosidade aberta, o líquido presente nos meios de formação de gotas 50 é aspirado através do véu pela forma de expulsão 46 e, o véu sendo hidrófobo, o líquido absorvido pela forma de expulsão 46 e o tampão 48 não podem, pois retornar para o orifício de distribuição 22. O véu 110 pode, por exemplo, ser fixado por colagem parcial ou por soldagem parcial do véu sobre o tampão 48 e/ou a forma de expulsão 46.

[00074] A figura 14 apresenta um tampão 48 e uma forma de expulsão 46 de acordo com um sétimo modo de realização do dispositivo 10. De maneira similar ao sexto modo de realização, a forma de expulsão 46 é realizada em material absorvente. Todavia, no sétimo modo de realização, o tampão 48 compreende uma superfície de contato 106 com o ar ambiente, a superfície apresentando pelo menos um relevo 108 sob forma de um sulco vertical e central do tampão 48, para aumentar a superfície de contato com o ar ambiente sem modificar o volume ocupado do tampão. Este relevo 108 pode igualmente estar presente sobre a forma de expulsão 46, como se pode ver na figura 14.

[00075] Na figura 16, representou-se uma vista em corte de um nono modo de realização do dispositivo. O dispositivo compreende uma ponteira 100 de distribuição de líquido sob forma de spray, destinada a ser montada sobre uma bomba. Esta ponteira 100 compreende um invólucro 102 que desemboca na sua extremidade a jusante sobre uma abertura 104 de distribuição de líquido. Neste exemplo, a ponteira 100 pode comportar uma válvula de distribuição, tomando, por exemplo, a forma de uma agulha montada deslizante no invólucro 102 e vindo obturar a abertura 104 sob a ação de uma mola.

[00076] O invólucro 102 é coberta de uma tampa 16 comportam uma forma de expulsão 46 do líquido residual podendo se encontrar a jusante da abertura de distribuição 104. Vê-se que esta forma de expulsão 46 é situada adjacente imediata e próxima à abertura 104.

[00077] A tampa compreende igualmente orifícios de passagem de ar 62 e, um tampão 48, fixado sobre a tampa 16, mais precisamente no interior da tampa 16, em torno da forma de expulsão 46.

[00078] Neste modo de realização, a configuração de fechamento hermético do dispositivo 100 pode ser obtida por adição de um opérculo removível, de preferência descartável, fixado sobre a tampa 16.

[00079] A invenção não é limitada aos exemplos descritos acima.

[00080] Compreende-se em particular que o tampão 48 pode ser fixado por soldagem ultrassônica, por aperto mecânico ou por qualquer outro meio apropriado, que a tampa 16 pode tomar outras configurações permitindo associar um tampão com uma tampa que assegura uma expulsão de líquido residual ou ainda permitindo assegurar uma configuração permanente de evaporação, assim como uma configuração de fechamento hermético para o armazenamento do dispositivo antes de sua primeira utilização, ou ainda que os meios de solicitação da válvula 20 podem compreender uma mola helicoidal.

[00081] Além disso, os números de rampas, de batentes, de entalhes ou de orifícios assim que sua disposição são dados unicamente a título exemplificativo e não são limitativos.

[00082] Adicionalmente, os sete primeiros modos de realizações descritos nas figuras tratam de dispositivos de distribuição de líquido sob forma de gotas e munidos de uma válvula, em que a forma de expulsão constitui uma forma de imobilização da válvula em posição de bloqueio. Compreende-se que se pode considerar dispositivos de distribuição de líquido sob uma outra forma, por exemplo sob forma de spray, tal como o dispositivo de acordo com o oitavo modo de realização, ou ainda sob forma de jato, com ou sem válvula, ou ainda sem imobilização da válvula, enquanto se conserva a possibilidade de drenar o líquido residual para fora da abertura de distribuição, graças à presença do tampão de absorção e da forma de expulsão situada adjacente e próxima à abertura de distribuição de líquido.

Claims (9)

1. Dispositivo (10) de distribuição de líquido, caracterizado pelo fato de que ele compreende:- uma abertura de distribuição de líquido (22),- um tampão de absorção (48) para absorver líquido residual, disposto na proximidade da abertura de distribuição de líquido (22),- uma tampa removível (16) compreendendo uma forma, na proximidade imediata e voltada à abertura de distribuição (22), chamada forma de expulsão (46) do líquido residual, configurada para evacuar o líquido residual para o tampão (48) quando a tampa (16) é montada sobre o dispositivo (10),- um trajeto (90) para evaporação do líquido residual entre o tampão (48) e o exterior do dispositivo (10) quando a tampa (16) é montada sobre o dispositivo (10), e- o dispositivo (10) podendo tomar, quando a tampa (16) é montada sobre o dispositivo (10), uma configuração de fechamento hermético do dispositivo (10), antes de sua primeira utilização, na qual o trajeto (90) para evaporação do líquido residual é bloqueado entre o tampão (48) e o exterior do dispositivo (10), e uma configuração de ventilação do dispositivo (10), na qual o trajeto de evaporação (90) é aberto entre o tampão (48) e o exterior.

2. Dispositivo (10) de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a forma de expulsão (46) compreende um material absorvente.

3. Dispositivo (10) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 2, caracterizado pelo fato de que o tampão (48) compreende pelo menos dois materiais absorventes distintos, os pelo menos dois materiais sendo dispostos um acima do outro e o material a jusante sendo mais hidrófilo que o material a montante.

4. Dispositivo (10) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, para a distribuição de líquido sob forma de gotas, caracterizado pelo fato de que compreendendo meios (50) de formação de gotas, a forma de expulsão (46) sendo de forma sensivelmente complementar a estes meios de formação de gotas e uma válvula (20) podendo tomar uma posição de liberação do líquido e uma posição de bloqueio do líquido, a forma de expulsão (46) constituindo uma forma de imobilização da válvula (20) em posição de bloqueio do líquido quando a tampa (16) é montada sobre o dispositivo (10).

5. Dispositivo (10) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que o tampão (48) e/ou a forma de expulsão (46) compreende um agente antimicrobiano.

6. Dispositivo (10) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de que compreende meios de travamento (64, 66, 84, 86) do dispositivo (10) em configuração de ventilação.

7. Dispositivo (10) de acordo com a reivindicação 1 ou 6, caracterizado pelo fato de que a tampa (16) compreende um invólucro exterior (42) e um invólucro interior (44), montados móveis um em relação ao outro entre uma primeira configuração, correspondente à configuração de fechamento hermético do dispositivo e uma segunda configuração correspondente à configuração de ventilação do dispositivo.

8. Dispositivo (10) de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de que o invólucro exterior (42) e o invólucro interior (44) da tampa (16) comportam cada um, orifícios de passagem de ar (62, 82) e a tampa (16) compreende meios de obturação (60, 80, 94, 96), quando o dispositivo (10) está em configuração de fechamento hermético, do trajeto de evaporação (90) entre os orifícios do invólucro exterior (82) e aqueles do invólucro interior (62).

9. Dispositivo (10) de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que na configuração de fechamento hermético do dispositivo, antes de sua primeira utilização, o trajeto de evaporação (90) do líquido residual é bloqueado entre o tampão (48) e o exterior do dispositivo (10) por uma cobertura removível adicionada à tampa (16).

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