PT890655E - Processo de tratamento de superficie de chapas de aco galvanizado ligado e chapa obtida - Google Patents

Description

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Descrição “Processo de tratamento de superfície de chapas de aço galvanizado ligado e chapa obtida" A presente invenção diz respeito a um processo de tratamento da superfície de uma chapa de aço revestido por têmpera de liga que compreende essencialmente zinco e ferro e à chapa susceptível de ser obtida por esse processo.

Uma tal chapa revestida é geralmente revestida por têmpera de uma banda de aço nu num banho de zinco fundido seguida por um recozido de ligação em condições térmicas adaptadas para que a camada de zinco de revestimento se ligue ao substrato de aço.

As chapas de aço galvanizado por têmpera, ligado ou não, apresentam, de uma maneira geral, uma rugosidade mais importante do que as chapas de aço revestidas com zinco por electrodeposição; a superfície das chapas de aço galvanizado ligado apresenta, em particular, numerosos cristais salientes.

Após galvanização e, eventualmente, ligação, tais chapas são geralmente submetidas a uma operação de estiramento entre dois cilindros de laminagem a fim, em especial, de imprimir à sua superfície uma rugosidade adaptada às etapas de transformação ulteriores, tais como a brunidura e/ou a colocação em pintura.

Avalia-se correntemente a rugosidade de uma superfície pela maneira clássica seguinte de acordo com as normas alemãs DIN 4768 ou 4777 . efectua-se diversos levantamentos perfilométricos (ou “perfis”) da superfície, sendo cada perfil filtrado no decurso do registo, por meio de um filtro electrónico passa-alto que reduz a amplitude das ondulações que ultrapassam um linear pré-determinado de filtração (aqui: limiar fixado a 2,5 mm, percentagem de filtração para o valor do limiar: 50%); representa-se em seguida a aferição vertical desse perfil, ou seja a repartição da proíundidade registada relativamente a uma linha de referência dada (Ox); essa linha de referência (Ox) é a recta conduzida paralelamente à direcção geral do perfil e que passa pelos seus pontos superiores; no eixo das ordenadas (Oz), traçado perpendicularmente a Ox, leva-se as profundidades do perfil; o desvio do perfil de rugosidade em relação à linha de referência Ox pode ser considerado como uma variável aleatória e o conjunto dos desvios ou profundidades forma então uma distribuição estatística a partir da qual se calcula a posição de linha média do perfil e o desvio médio aritmético da profundidade em relação à linha média; esse desvio médio aritmético é denominado “rugosidade média aritmética” e é geralmente anotado como Ra.

Na prática, essa operação de estiramento tem lugar, de uma maneira geral, nas condições seguintes: - rugosidade dos cilindros de estiramento : 1,4 pm < Ra < 1,8 μτη; - taxa de alongamento da chapa compreendido entre 0,5% e 4%.

Assim, a rugosidade média aritmética Ra das chapas obtidas encontra-se geralmente compreendida entre 0,8 e 1,2 pm.

Todas as rugosidades Ra são expressas nas condições de filtração descritas anteriormente.

As chapas de aço galvanizadas ligadas apresentam, de uma maneira geral, uma excelente aptidão para a soldadura, em particular para a soldadura por resistência, por exemplo a soldadura por pontos ou a soldadura com rolete.

Para soldar por pontos duas chapas de aço galvanizado ligado, mantém-se uma pressão entre as duas chapas ao nível do ponto a soldar e faz-se passar uma corrente eléctrica ao nível do ponto de contacto, com uma intensidade e uma duração suficientes para fundir o metal das chapas ao nível desse ponto; após arrefecimento, obtém-se então um ponto de soldadura solidificado.

Os órgãos de transporte da corrente e de manutenção em pressão para a soldadura por pontos são geralmente formados por eléctrodos de soldadura por pontos.

Os eléctrodos geralmente utilizados são de cupro-liga com forte teor de cobre tal como cupro-crómio com 1% de crómio ou o cupro-crómio-zircónio com 1% de crómio e 0,1% no máximo de zircónio.

Quando se utiliza as chapas galvanizadas não ligadas, no local do contacto sob pressão mecânica do ponto de soldadura, podem produzir-se fenómenos de ligação ou de “latonagem” entre a cupro-liga do eléctrodo e o zinco do revestimento da chapa, o que provoca problemas de colagem entre os eléctrodos de soldadura e as chapas.

Sob o efeito da pressão de soldadura do eléctrodo sobre as chapas, a extremidade do eléctrodo acaba por se esmagar fortemente, tanto mais facilmente quanto se encontra “latonada”; o latão da extremidade do eléctrodo apresenta, com efeito, uma resistência mecânica menor que a da cupro-liga.

No seguimento deste esmagamento, a superfície de contacto eléctrico na interface eléctrodo-chapa aumenta e a densidade instantânea de corrente diminui até se tomar insuficiente para realizar uma soldadura correcta: nesse estádio, os eléctrodos devem, por consequência, ser trocados.

Além dos problemas de colagem, observa-se, por consequência, igualmente problemas de duração da vida dos eléctrodos de soldadura.

Para evitar ou limitar esses problemas, sabe-se que é preferível utilizar chapas galvanizadas ligadas em vez de chapas galvanizadas não ligadas.

Infelizmente, as chapas de aço galvanizadas ligadas põem problemas de colocação em pintura.

Na indústria automóvel, aplica-se de uma maneira geral a primeira camada de tinta em contacto com o metal por electroforese. E, quando se submete a pintura uma chapa galvanizada ligada por cataforese, observa-se muito ffequentemente, na camada de tinta aplicada, defeitos de aspecto de superfície em forma de pequenas crateras; esse fenómeno é denominado “craterização”.

Para evitar ou limitar o aparecimento desses defeitos no caso das chapas galvanizadas ligadas, o documento FR 93 09304 descreve um processo no qual, antes da colocação em pintura, se deposita sob vazio sobre a superfície zincada a pintar, uma película fina de crómio ou de liga de crómio, com uma espessura no máximo igual a 1 pm aproximadamente.

Na prática, para limitar sensivelmente o aparecimento desses defeitos, a espessura da película deve ser superior a 0,01 pm.

Infelizmente, constatou-se que se o tratamento da superfície da chapa galvanizada ligada que consiste em aplicar sob vazio uma película fina de crómio ou de liga de crómio sobre o revestimento de liga à base de zinco e de ferro permitia resolver esse problema de colocação em pintura, ele apresentava o inconveniente de retirar à chapa as suas vantagens de soldabilidade anteriormente citadas.

Constatou-se igualmente o mesmo problema de soldabilidade quando a película fina de crómio é aplicada por um outro método diferente do descrito na 'τα patente de invenção FR 93 09304, por exemplo por via química ou electroquimica. E muito provável que esse inconveniente seja proveniente de fenómenos de ligação entre a cupro-liga do eléctrodo de soldadura e o crómio da película fina de crómio. A invenção tem por objectivo fornecer chapas de aço galvanizado ligado apropriadas simultaneamente para a soldadura por resistência e para a colocação em pintura por electroforese. O documento JP 08 060326 (ΚΟΒΕ STELL LTD) descreve chapas de aço revestidas por têmpera com uma camada de zinco, de alumínio ou das suas ligas e dotadas com uma película metálica fina superficial de Cr, Si, Cu, Ni, Co, Sn ou Ag, ou das suas ligas; os exemplos dados na memória descritiva dizem unicamente respeito aos revestimentos de zinco, zinco-níquel ou de alumínio-silício (ver a segunda coluna dos quadros) e por películas metálicas de cobre, de silício ou de níquel (ver a quarta coluna dos quadros).

De acordo com esse documento, essas chapas são geralmente cobertas com um revestimento orgânico fino e são utilizadas nos domínios electrodoméstico e da construção.

De acordo com esse documento, essas chapas apresentam, em geral, defeitos de aspecto de superfície ligados aos mates presentes nos banhos de revestimento por têmpera e ao afloramento (“spangle” em língua inglesa) provocado pela solidificação do revestimento. A fim de suprimir esses defeitos e melhorar o aspecto brilhante dessas chapas, esse documento descreve um processo de acordo com o qual: - se deposita uma película metálica fina superficial em fase de vapor. portanto em geral sob vazio, - se efectua uma operação de estiramento (“skin-pass” em língua inglesa) sobre a chapa, por meio de cilindros de estiramento de superfície brilhante e adaptada para se obter, na chapa, uma rugosidade média aritmética Ra<0,2 pm.

Na prática, utiliza-se cilindros cuja superfície brilhante apresenta uma rugosidade Ra 0,1 pm; na prática, a rugosidade (Ra) das chapas obtidas permanece superior ou igual a 0,05 pm.

De acordo com esse documento, graças a essa técnica de depósito da película e à operação de estiramento “brilhante”, o brilho que se obtém já não depende da natureza do revestimento aplicado por têmpera ou da película metálica superficial.

De acordo com esse documento, para se obter o efeito pretendido sobre o brilho, a operação do estiramento pode ser efectuada indiferentemente antes, depois, ou antes e depois do depósito da película metálica (ver em particular nos exemplos, a sexta coluna dos quadros).

Em relação a esse documento, como a presente invenção tem por objectivo obter chapas zincadas simultaneamente sem defeitos de craterização e facilmente soldáveis e, sabendo-se que, para a craterização, apenas as chapas galvanizadas ligadas se encontram em causa, e que, para a soldabilidade, é o crómio que se encontra principalmente em causa, a invenção diz somente respeito aqui ao domínio muito mais específico das chapas revestidas com uma camada de liga de zinco e de ferro, dotadas com uma película metálica fina de crómio ou de liga à base de crómio, nenhum dos exemplos do documento JP 08 060326 A se insere neste domínio específico. O documento JP 08 060326 A é apenas uma divulgação genérica que não

'7SS comporta qualquer divulgação particular respeitante ao domínio da invenção; essa divulgação genérica refere-se às chapas de aspecto brilhante e de reduzida rugosidade (Ra<0,2 pm) enquanto que o domínio da invenção é das chapas galvanizadas ligadas que apresentam, de uma maneira geral, conforme indicado anteriormente, uma rugosidade mais elevada (geralmente, Ra>0,8 pm).

Com o objectivo de resolver simultaneamente os problemas de defeitos de pintura (craterização) e de soldabilidade postos pelas chapas desse domínio específico, a invenção tem por objecto um processo de tratamento de superfície de chapas de aço revestidas por têmpera de liga que compreende essencialmente zinco e ferro, caracterizado pelo facto de compreender as etapas que consistem em: - aplicar uma película fina de crómio ou de liga à base de crómio com uma espessura média no máximo igual a 1 pm sobre o referido revestimento de liga, - e depois efectuar sobre a referida chapa revestida dotada com a referida película uma operação de estiramento em condições adaptadas para manter a rugosidade média aritmética da referida superfície num valor Ra>0,2 pm.

De acordo com a presente invenção, a operação de estiramento tem por função fazer desaparecer o crómio dos relevos ou pratos de rugosidade da superfície, em particular nos locais onde a superfície a tratar é posta em contacto directo sob pressão com o cilindro de estiramento.

Assim, obtém-se uma superfície na qual a película de crómio ficaria largamente isenta de relevos ou pratos, enquanto se mantém nas cavidades de rugosidade. A chapa galvanizada ligada obtida é soldável por resistência sem os inconvenientes citados anteriormente; é muito provável que, estabelecendo-se o 8 8

contacto eléctrico entre o eléctrodo de soldadura e a chapa ao nível dos relevos ou pratos de rugosidade desprovidos de crómio de acordo com a presente invenção, se limite os riscos de ligação entre o eléctrodo e a chapa e se verifique uma boa soldabilidade.

Pelo contrário, a presença de crómio ou de liga de crómio nas cavidades de rugosidade permite sempre evitar os defeitos de craterização pela colocação em pintura.

Chegou-se, assim, pois, ao objectivo perseguido pela presente invenção.

Para se chegar a esse objectivo, calcula-se que, na superfície da chapa galvanizada ligada provida de uma película fina superficial de crómio ou de liga à base de crómio com espessura média no máximo igual a 1 pm, que apresenta uma rugosidade média aritmética Ra>0,2 pm e que comporta motivos em ocos e motivos em relevo, tais como pratos, a quantidade de crómio ou liga de crómio sobre a superfície dos referidos motivos em relevo deve permanecer inferior a 90% da quantidade total e global de crómio ou de liga de crómio da referida película fina.

Assim, é essencial que, de acordo com o processo da invenção: - se efectue a operação de estiramento após o depósito da película fina de crómio, - a chapa obtida conserve uma rugosidade superior a 0,2 pm de modo a não fazer desaparecer completamente o crómio da superfície. A invenção pode apresentar igualmente uma ou mais das caracteristicas objecto das reivindicações 2 a 4. A invenção tem igualmente por objecto um processo de soldadura por resistência de uma chapa de aço revestido por têmpera com liga que compreende '7SÍ essencialmente zinco e ferro, caracterizado pelo facto de, antes da operação de soldadura propriamente dita, se proceder a um tratamento de superfície de acordo com a invenção. A invenção tem igualmente por objecto um processo de colocação em pintura por electroforese de uma chapa de aço revestido por têmpera com liga que compreende essencialmente zinco e ferro caracterizado pelo facto de, antes da aplicação propriamente dita da tinta por electroforese, se proceder a um tratamento de superfície de acordo com a presente invenção. A invenção será melhor compreendida através da leitura da descrição que vai seguir-se dada a título de exemplo. O tratamento de superfície de acordo com a invenção aplica-se, pois, a chapas de aço galvanizadas ligadas, obtidas de uma maneira clássica por imersão de uma chapa de aço nu num banho constituído essencialmente por zinco líquido e por tratamento térmico da chapa assim revestida.

Essa chapa pode ser revestida numa única face ou nas duas faces.

Durante esse tratamento térmico de ligação, uma parte do ferro do substrato difunde-se na camada superficial de zinco de modo que se obtém um revestimento de liga Zn-Fe cujo o teor médio em ferro é da ordem de 10%. A espessura do revestimento de liga Zn-Fe encontra-se geralmente compreendida entre 5 e 10 pm; os numerosos cristais que se salientam na superfície conferem à chapa uma rugosidade elevada, que corresponde a valores Ra largamente superiores a 1 pm; esses cristais correspondem, de uma maneira geral, a fases ditas ξ βδ.

De acordo com a presente invenção, numa primeira operação, aplica-se no 10 revestimento de liga Zn-Fe uma película fina de crómio ou de liga de crómio cuja espessura média se encontra compreendida entre 0,01 e 1 pm, por exemplo igual a 0,5 pm.

Esta película fina pode ser depositada por via química e/ou electroquimica de uma maneira conhecida em si mesma por têmpera sob polarização eventual num banho de cromagem.

De preferência, deposita-se essa película fina sob vazio conforme descrito no documento FR 93 09304, por exemplo por evaporação, por pulverização iónica ou por pulverização catódica com magnetrão. A observação microscópica da superfície mostra então que os cristais que se salientam (em particular as fases ξ e δ) são revestidos aproximadamente de maneira uniforme com uma película de crómio ou de liga de crómio; a rugosidade da superfície encontra-se quase inalterada.

De acordo com a presente invenção, efectua-se em seguida uma operação de estiramento da chapa cujo revestimento de liga Zn-Fe se encontra coberto com a película fina.

Essa operação de estiramento é de um tipo clássico, conhecido em si mesmo, praticado habitualmente à saída da laminagem a frio das chapas de aço, em particular para imprimir à chapa uma rugosidade adaptada às transformações ou às utilizações ulteriores da chapa, inferior à evidência à da superfície antes do estiramento.

Assim, na prática, essa operação de estiramento é geralmente efectuada a seco nas condições seguintes: - rugosidade dos cilindros de estiramento: 1,4 pm < Ra < 1,8 pm; 11 - taxa de alongamento da chapa compreendido entre 0,2% e 4%.

Assim, a rugosidade Ra das chapas obtidas encontra-se geralmente compreendida entre 0,8 e 1,2 pm.

De acordo com uma variante, essa operação pode ser efectuada sob rega com uma solução de estiramento.

Obtém-se então uma chapa de aço galvanizado ligada tratada em superfície de acordo com a invenção que apresenta simultaneamente uma boa aptidão para a colocação em pintura e uma boa soldabilidade.

Se se colocar essa chapa tratada de acordo com a invenção em pintura por cataforese, obtém-se também menos defeitos em forma de crateras do que quando se põe a tinta da mesma chapa tratada pelo processo descrito no documento FR 93 09304, ou seja igualmente provida de uma película de crómio mas sem estiramento ulterior.

Se se praticar sobre essa chapa tratada de acordo com a invenção operações de soldadura por resistência ao mesmo tempo que os meios de soldadura, tais como eléctrodos, são aplicados por contacto da superfície da chapa, constata-se quase também pouca colagem com as chapas galvanizadas ligadas não tratadas; a duração de vida dos eléctrodos de soldadura é então absolutamente comparável à que se obtém ao soldar chapas galvanizadas ligadas não tratadas.

As observações microscópicas realizadas na superfície da chapa tratada de acordo com a invenção, mostram que, tal como após uma operação de estiramento clássico, os relevos ou “cristãs” de rugosidade foram nivelados em forma de pratos; essas observações põem em evidência que, no local desses pratos, o crómio ou a liga de crómio da película aplicada desapareceu da superfície sob a acção directa do » 12 estiramento, muito provavelmente por enterramento; constata-se, pelo contrário, que o crómio ou a liga crómio da película permanece visível à superfície nas “cavidades” da rugosidade que não são afectadas directamente pelo estiramento; nessas cavidades de rugosidade, vê-se sempre aparecer os cristais salientes com a sua película fina de crómio ou de liga de crómio.

Assim, a película de crómio deixa de ser homogénea e contínua como anteriormente; trata-se de uma película descontínua repartida essencialmente nas cavidades de rugosidade da superfície. O processo de acordo com a presente invenção permite, por consequência, preparar uma chapa de aço galvanizado ligado provida de uma película descontínua de crómio ou de liga à base de crómio, essencialmente repartida nas cavidades de rugosidade da chapa.

Para fazer desaparecer o crómio ou a liga de crómio dos motivos em relevo ou pratos da superfície, utiliza-se de preferência cilindros de estiramento cuja rugosidade Ra é superior à espessura média da película superficial de crómio ou de liga de crómio; no documento JP 08 060326 A, pelo contrário, a rugosidade dos cilindros de estiramento é muito reduzida uma vez que o objectivo em causa é obter uma superfície brilhante.

Os exemplos seguintes ilustram a invenção.

Exemplo 1 :

Este exemplo tem por objectivo ilustrar a melhoria da soldabilidade das chapas de aço galvanizado ligado que se obtém quando se trata as mesmas em superfície de acordo com a invenção.

Este exemplo tem igualmente por objectivo ilustrar a melhoria de aptidão para a colocação em pintura por cataforese de chapas de aço galvanizada ligado que se obtém quando se trata as mesmas em superfície de acordo com a invenção, em particular no plano da resistência à craterização.

Parte-se de amostras idênticas de chapa de aço galvanizado ligado numa só face, que provêm directamente de uma instalação de ligação sem estiramento intermediário e que apresentam, por tal razão, uma rugosidade média aritmética Ra de valor elevado, largamente superior a 0,2 pm.

Neste exemplo, para a aplicação de uma película fina de crómio, utiliza-se um método de depósito por evaporação sob vazio.

Neste exemplo, para a operação de estiramento: - procede-se a seco, - utiliza-se cilindros de estiramento cuja rugosidade é tal que 1,4 μτη < Ra< 1,8 pm, - fixa-se as condições de estiramento de maneira a obter-se uma taxa de alongamento compreendida entre 0,8 e 1,2% e obter-se uma superfície da chapa que apresenta uma rugosidade tal que 1,0 pm < Ra< 1,1 pm.

Caracteriza-se a soldabilidade por pontos de acordo com o ensaio definido na norma NFA 87-001.

Para caracterizar a soldabilidade, mede-se de acordo com a norma citada anteriormente o número máximo de pontos de soldadura Ns que é possível realizar com o mesmo jogo de eléctrodos sem colagem e/ou estiramento excessivo, nas condições seguintes: - pressão de soldadura ao nível dos eléctrodos : 230 daN, - intensidade instantânea de soldadura :11,1 kA.

Quando das operações de soldadura, coloca-se sempre os eléctrodos em contacto com o revestimento de liga - que compreende essencialmente zinco e ferro - das chapas a soldar.

Para caracterizar a aptidão para a colocação em pintura, mede-se a tensão máxima electroforética Vmax. no banho de tinta para além da qual aparecem defeitos em forma de crateras sobre a camada de tinta aplicada na face revestida da chapa. O banho de tinta utilizado é um banho cataforético clássico utilizado referenciado como PPG 718960 da Sociedade PPG.

Entende-se por banho “usado” um banho que já serviu em operações de colocação em pintura ao ponto de ser particularmente susceptível de gerar defeitos em forma de crateras sobre chapas galvanizadas ligadas.

Ensaiaram-se três tipos de amostras: - uma amostra E° na qual se efectua uma operação de estiramento; - um amostra E’° na qual se efectua uma operação de estiramento e depois se aplica uma película de crómio com uma espessura igual a 0,5 pm; - um amostra E de acordo com a invenção na qual se aplica uma película de crómio com uma espessura igual a 0,5 pm e depois se efectua uma operação de estiramento.

Os resultados obtidos encontram-se indicados no quadro I a seguir.

Quadro I: Melhoria da aptidão para a colocação em pintura e da soldabilidade.

Amostras de chapa de aço galvanizado ligado: E° E’° E (invenção) Tensão de cataforese Vmav 200 V > 275 V > 275 V Número de pontos soldados Ns >800 50 >800 íl)

Constata-se, por consequência, de acordo com o objectivo pretendido pela invenção, uma melhoria muito importante simultaneamente da aptidão para a colocação em pintura e da soldabilidade da amostra E tratada em superfície de acordo com a invenção em relação às amostras E° e E’°.

Exemplo 2 .

Este exemplo tem por objectivo ilustrar a melhoria da soldabilidade de chapas de aço galvanizado ligado que se obtém quando se promove o seu tratamento em superfície, de acordo com a invenção, mesmo quando a película de crómio tem uma espessura média muito reduzida, em particular inferior ou igual a 0,2 pm.

Preparou-se as amostras nas mesmas condições que no exemplo 1 com a única diferença de, quando se aplica uma película de crómio, a espessura média da película se encontrar aqui compreendida entre 0,1 e 0,2 pm, de modo que: - a amostra E° é idêntica à do exemplo 1; - a amostra ΕΓ° designa uma amostra sobre a qual se efectua uma operação de estiramento idêntica à do exemplo 1 e depois se aplica uma película de crómio com uma espessura compreendida entre 0,1 e 0,2 pm, - uma amostra EI designa uma amostra de acordo com a invenção sobre a qual se aplica uma película de crómio com uma espessura compreendida entre 0,1 e 0,2 pm e depois se efectua uma operação de estiramento idêntica à do exemplo 1.

Os resultados obtidos encontram-se indicados no quadro 11 a seguir.

Quadro II: Melhoria da soldabilidade no caso de películas muito finas (ΕΠ.

Amostras de chapa de aço galvanizado ligado: E° El’° EI (invenção) Tensão de cataforese V'™*. 200 V >275 V > 275 V Número de pontos soldados Ns >800 50 >800 16

Constata-se, por consequência, que mesmo uma película muito fina de crómio é susceptível de deteriorar sensivelmente a soldabilidade e que essa deterioração pode ser evitada de acordo com a invenção ao efectuar uma operação de estiramento ou “skin-pass” após a aplicação da película de crómio.

Lisboa, 12 de Julho de 2001

JOSE DE SAMPAIO A.O.P.I.

Rua do Salitre, 195, r/c-Drt. 1269-063 LISBOA

Claims (9)

1 Reivindicações 1. Processo de tratamento de superfície de chapas de aço revestido por têmpera de liga que compreende essencialmente zinco e ferro, caracterizado pelo facto de compreender as etapas que consistem em. - aplicar uma película fina de crómio ou de liga à base de crómio com uma espessura média no máximo igual a 1 pm sobre o referido revestimento de liga, - e depois efectuar sobre a referida chapa revestida dotada com a referida película uma operação de estiramento em condições adaptadas para manter a rugosidade média aritmética da referida superfície num valor Ra > 0,2 pm.

2. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de a referida película fina de crómio ou de liga à base de crómio ser depositada por um método de depósito sob vazio.

3. Processo de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de se realizar a operação de estiramento em condições adaptadas para realizar um alongamento da referida chapa compreendido entre 0,5 e 4%.

4. Processo de acordo com uma qualquer das reivindicações anteriores, caracterizado pelo facto de a espessura média da referida película ser superior a 0,01 pm.

5. Processo de soldadura por resistência de uma chapa de aço revestido por têmpera com liga que compreende essencialmente zinco e ferro, caracterizado pelo facto de, antes da operação de soldadura propriamente dita, se proceder a um tratamento de superfície de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 4.

6. Processo de colocação em pintura por electroforese de uma chapa de aço revestido por têmpera com liga que compreende essencialmente zinco e ferro, caracterizado pelo facto de, antes da aplicação propriamente dita da tinta por electroforese, se proceder a um tratamento de superfície de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 4.

7. Chapa de aço galvanizado ligado dotada de uma película fina superficial de crómio ou de liga à base de crómio com uma espessura média no máximo igual a 1 pm, susceptível de ser obtida pelo processo de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 4, caracterizada pelo facto de a referida película ser descontínua e se encontrar essencialmente repartida nas cavidades de rugosidade da referida chapa.

8. Chapa de acordo com a reivindicação 7, caracterizada pelo tacto de: - a sua superfície apresentar uma rugosidade média aritmética Ra > 0,2 pm e comportar motivos em oco e motivos em relevo, tais como pratos, - a quantidade de crómio ou de liga de crómio sobre a superfície dos referidos motivos em relevo ser inferior a 90% da quantidade total e global de crómio ou de liga de crómio da referida película fina.

9. Chapa de acordo com uma qualquer das reivindicações 7 e 8, caracterizada pelo facto de a espessura média da referida película ser superior a 0,01 pm.

._j>Uu3 L2SBOA Lisboa, 12 de Julho de 2001