PT850569E - Produto cerealifero gelatinizado que contem um oligossacarido - Google Patents

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PT850569E
PT850569E PT97203871T PT97203871T PT850569E PT 850569 E PT850569 E PT 850569E PT 97203871 T PT97203871 T PT 97203871T PT 97203871 T PT97203871 T PT 97203871T PT 850569 E PT850569 E PT 850569E
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Florence Rochat
Olivier Ballevre
Helen Gillian Anantharaman
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Nestle Sa
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Description

V SíãOS©^
DESCRIÇÃO
“PRODUTO CEREALÍFERO GELATINIZADO QUE CONTÉM UM OLIGOSSACÁRIDO” A presente invenção diz respeito a um produto cerealífero gelatinizado que contém um oligossacárido na forma de inulina e especialmente na forma de fontes naturais de inulina, tais como a chicória. Ao ser ingerido, o produto cerealífero tem um efeito benéfico sobre o tracto gastrointestinal do consumidor e em consequência no consumidor globalmente. A invenção também diz respeito a um processo para a produção de um produto cerealífero e aos. métodos para favorecer os efeitos benéficos nos tractos gastrointestinais de seres humanos e animais. 0 produto cerealífero é particularmente adequado para ser utilizado como alimento para animais de estimação.
Foi já afirmado que os oligossacáridos, tais como a inulina e diversos frutoligossacáridos favorecem o crescimento das bifidobactérias e das lactobactérias no tracto gastrointestinal, à custa de agentes patogénicos tais como o Clostridlum perfringens. Por exemplo, ver Gibson, et ai.; 1994; Food Microbiology, 11(6), 491-498. Embora a maior parte das experiências descritas tenham sido realizadas in vitro, há documentos que afirmam que tais oligossacáridos têm um efeito semelhante no intestino dos ratos e dos seres humanos. Além do mais, há documentos que afirmam que a indução do crescimento das bifidobactérias e das lactobactérias, mediante a utilização de oligossacáridos, tem diversos efeitos benéficos sobre os animais e os seres humanos. Tais efeitos benéficos compreendem a prevenção ou o tratamento de diarreia e um aumento do crescimento, maior capacidade de desenvolvimento e melhor saúde.
Estes efeitos benéficos tiveram como consequência a utilização de oligossacáridos, em particular os frutoligossacáridos, em alimentos para os seres humanos e em rações para o gado. Por exemplo, o pedido 1
V
1—^ de patente de invenção internacional WO 94/27617 divulga a utilização de iam tipo de caramelo que contém frutoligossacáridos em rações de animais para melhorar a saúde do gado. No entanto, também há documentos que descrevem a utilização de inuliria. Por exemplo, o pedido de patente de invenção japonesa n° 63-309147 divulga a utilização de uma inulina purificada em rações para animais mais jovens, para lhes evitar diarreias depois da desmama e para lhes aumentar a massa corporal. De igual modo, a patente de invenção norte-americana n° 4 865 852 divulga a utilização de inulina, sob a forma de chicória tratada, como ração alimentar para o gado.
Embora inicialmente se tivesse prestado atenção aos oli-gossacáridos enquanto alimentos para os seres humanos e como rações para o gado, também foi sugerida a utilização de frutoligossacáridos em dietas veterinárias para animais de estimação (Willard et ai.; 1994, Am. J. vet. Res., 55, 654-659) . Além disso, há no mercado produtos que contêm frutoligossacáridos, por exemplo o produto ‘Eukanuba’ (The IAMS Company).
No caso dos produtos que contêm inulina, esta é normalmente purificada a partir de plantas que possuem concentrações elevadas de inulina, tais como chicória, alcachofra-de-jerusalém, alho-porro e espargos. Por outro lado, o material vegetal é sempre tratado de uma ou de outra forma, antes de ser consumido. O motivo para a purificação ou para o tratamento é o facto de tais plantas terem um gosto amargo que dá origem a problemas, de sabor; ver, por exemplo, a patente de invenção norte-americana n° 4 865 852. Isto é particularmente verdadeiro no caso da chicória em que se presume que o gosto amargo seja devido a concentrações de lactonas sesquiterpénicas, tais como a lactucina e a lactucopicrina existentes na chicória. De um modo geral, também se admite que seja possível regular com maior exactidão as quantidades acrescentadas utilizando o produto purificado. Foram já descritos diversos procedimentos para purificar a inulina ou para tratar o material vegetal. No entanto, tais procedimentos compreendem os passos que consistem em cortar a planta aos pedacinhos , efectuar uma extracção e uma subsequente hidrólise com ácidos ou enzimas. Depois recolhe-se o hidrolisado e condensa- 2 r se para se obter a inulina. Por exemplo, o pedido de patente de invenção japonesa n° 63-309147 descreve um processo de cominuição dos tubérculos da chicória que são depois parcialmente hidrolisados com. ácidos, sendo então o hidrolisado submetido a um procedimento de secagem com ou sem neutralização.
Infelizmente, os frutoligossacáridos e a inulina purificada aumentam bastante o custo dos produtos. Em consequência, no caso dos alimentos para animais de estimação, a sua.utilização tem sido confinada especialmente a produtos de natureza veterinária, tais como o produto ‘Eukanuba’ e aos alimentos para tratar os animais de estimação.
De igual modo, no caso dos alimentos para os seres humanos, a sua utilização tem estado confinada a produtos especializados.
Assim sendo, é necessário criar um produto cerealífero que possua as propriedades de um alimento que contenha frutoligossacáridos e inulina purificada, que tenha um sabor agradável para os seres humanos e para os animais e que possa ser produzido de uma forma não dispendiosa.
Em consequência, de acordo com um dos seus aspectos, a presente invenção proporciona um alimento para animais de estimação, o qual compreende um produto cerealífero constituído por uma matriz de amido gelatinizado que contém uma determinada quantidade de um material vegetal natural que é uma fonte de inulina, suficiente para lhe conferir pelo menos cerca de 0,25% em peso de inulina, em termos de matérias secas.
Verificou-se surpreendentemente que ao adicionar um material vecjetal natural que seja uma fonte de inulina aos ingredientes habituais dos produtos cerealíferos gelatinizados e gelatinizando então os ingredientes, isso não vai afectar prejudicialmente o sabor dos alimentos para os animais de estimação. Isto é independente da presença de lactonas sesquiterpénicas, tais como a lactucina e a lactucopicrina nos materiais vegetais. De forma surpreendente, presume-se que a gelatinização dos ingredientes dos produtos cerealíferos elimine ou destrua tais compostos. Por outro lado, experiências efectuadas com cães indicam que os alimentos cozidos podem ter para estes animais um sabor ainda mais agradável do que 3 \
L-Cj t os alimentos comercialmente disponíveis. Tendo em conta que estes materiais vegetais eram considerados como possuidores de um sabor altamente desagradável para os animais, este resultado é extremamente surpreendente. No caso dos gatos, os alimentos cozidos são pelo menos de sabor tão agradável como os alimentos comercialmente disponíveis. Também é surpreendente concluir que a gelatinização dos ingredientes não determina nenhuma degradação significativa dos oligossacáridos de cadeia mais curta da inulina. Assim sendo, presume-se que o produto cerealífero gelatinizado conserva as propriedades da inulina não transformada industrialmente. 0 material vegetal compreende preferencialmente um material vegetal rico em inulina, tal como a chicória ou a alcachofra-de--jerusalém ou ambos, em especial a chicória. 0 produto cerealífero gelatinizado contém preferencialmente uma quantidade suficiente de material vegetal para que haja nesse produto pelo menos 0,5% em peso de inulina, relativamente ao peso das matérias secas. A quantidade máxima de inulina é, de preferência, de cerca de 10% em peso, tomando por base o peso das matérias secas. O produto cerealífero gelatinizado contém preferencialmente pelo menos cerca de 0,01% em peso de cestose, 0,01% em peso de nistose e 0,01% em peso de frutosil-nistose. De um modo mais preferencial, a cestose, a nistose e a frutosil-nistose constituem pelo menos cerca de 0,1% em peso do produto cerealífero gelatinizado; por exemplo, o produto cerealífero gelatinizado pode conter pelo menos cerca de 0,04% em peso de cestose, 0,04% em peso de nistose e 0,04% em peso de frutosil-nistose.
De um modo preferencial, a matriz gelatinizada também contém proteínas. O produto cerealífero gelatinizado é preferencialmente um produto confeccionado em extrusão. O produto confeccionado em extrusão pode ser apresentado sob a forma de grânulos secos, sob uma forma expandida desidratada ou sob a forma de flocos.
De acordo com outro dos seus aspectos, a presente invenção proporciona um processo para preparação de um produto cerealífero gelatinizado que é um alimento para animais de estimação, o qual contém pelo menos cerca de 0,25% em peso de inulina, tomando por 4 L u, ^—s· base o peso das matérias secas, compreendendo tal processo a gela-tinização de uma fonte de amido, uma fonte de proteínas e de um material vegetal natural que seja uma fonte de inulina, para proporcionar uma matriz de amido gelatinizado e de proteínas onde fica contida a inulina.
De preferência, a fonte de amido, a fonte de proteínas e o material vegetal são confeccionados em extrusão e finalmente extrudidos. Em coin.plemento, o produto extrudido pode ser desidratado.
De acordo com outro dos seus aspectos, a presente invenção proporciona um método para aumentar a facilidade de digestão de um produto cerealífero que é um alimento para animais de estimação, o qual consiste em incorporar no produto cerealíferp um material vegetal natural que seja uma fonte de inulina.
Ainda de acordo com outro dos seus aspectos, a presente invenção proporciona um método para fazer diminuir o volume fecal de um animal de estimação, consistindo tal método em alimentar o referido animal de estimação com um produto cerealífero gelatinizado que contenha uma quantidade de um material vegetal natural que seja uma fonte de inulina, suficiente para constituir pelo menos cerca de 0,25% em peso de inulina, tomando como base o peso das matérias secas.
Seguidamente efectuar-se-á a descrição de variantes da invenção, apenas a titulo exemplificativo. A presente invenção proporciona um produto cerealífero gelatinizado que contém uma quantidade de um material vegetal natural, o qual é uma fonte de inulina, suficiente para constituir pelo menos cerca de 0,25% em peso de inulina, tomando por base o peso das matérias secas. 0 material vegetal utilizado pode ser qualquer fonte conveniente de inulina, por exemplo, a chicória, a alcachofra-de-jerusalém, o alho-porro, as cebolas, os espargos, que contêm níveis elevados de inulina, e misturas de tais plantas. No entanto, são preferíveis os materiais vegetais ricos em inulina, tais como a chicória e a alcachofra-de-jerusalém, em especial a chicória. Estes materiais vegetais contêm normalmente pelo menos cerca de 50% em peso de inulina. Por razões de facilidade de manuseamento, o material vegetal é utilizado preferencialmente numa 5
V
forma cominuída e desidratada. Por razões de simplicidade de descrição, os processos a seguir explicitados pressupõem a utilização de chicória cominuída e desidratada. No entanto, faz-se observar que pode ser utilizado qualquer material vegetal conveniente, em qualquer forma adequada.
Os outros ingredientes que fazem parte do produto cerealífero gelatinizado podem ser quaisquer dos ingredientes habitualmente utilizados em. produtos cerealíferos gelatinizados. Vulgarmente tais ingredientes compreendem uma fonte de amido e uma fonte de proteínas. As fontes adequadas de amido são, por exemplo, cereais, tais como milho, arroz, trigo, cevada, aveia, soja ou beterraba e suas misturas. As fontes adequadas de proteínas podem ser escolhidas entre as diversas fontes proteicas de natureza animal ou vegetal, por exemplo, farinha de carne, farinha de ossos, farinha de peixe, concentrados proteicos de soja, proteínas do leite, glúten e não só. A escolha das fontes de amido e de proteínas irá ser determinada fundamentalmente pelas necessidades nutricionais do animal ou do ser humano em causa, por considerações associadas ao sabor e em função do tipo de produto cerealífero produzido. Se desejado, também é possível incorporar no produto cerealífero gelatinizado outros ingredientes, por exemplo, açúcar, sal, especiarias, condimentos, vitaminas, minerais, agentes aromatizantes, gorduras e outros que tais. 0 produto cerealífero gelatinizado pode ser produzido de várias maneiras, conforme desejado. No entanto, no caso de um produto cerealífero desidratado, uma forma especialmente conveniente para a produção do produto consiste em confeccioná-lo e extrudi-lo. Isto pode ser feito por um processo bem conhecido na especialidade. Por exemplo, de acordo com um processo conveniente, introduz-se num aparelho precondicionador uma mistura alimentar. A mistura alimentar é preparada essencialmente a partir de uma fonte de amido, uma fonte de proteínas e chicória. De preferência, a chicória constitui pelo menos cerca de 1% em peso do material alimentar e mais preferencialmente constitui pelo menos cerca de 2% em peso. A quantidade máxima de chicória é, de preferência, de cerca de 20% em peso e em especial é de cerca de 10% em peso. 6
No aparelho precondicionador trata-se a mistura alimentar com água ou com vapor ou com ambos. Junta-se uma quantidade suficiente de água ou de vapor à mistura alimentar para humedecer essa mistura alimentar. Se desejado, é possível aumentar a temperatura da mistura alimentar no aparelho precondicionador para um valor compreendido entre cerca de 60°C e cerca de 90°C. Na patente de invenção norte--americana n° 4 752 139 vem descrito um aparelho precondicionador adequado. Como é evidente, não é necessário utilizar um aparelho precondicionador. A mistura alimentar humedecida que sai do aparelho precondicionador vai depois ser injectada numa extrusora. A extrusora pode ser qualquer extrusora de tipo alimentar de veio simples ou de veio duplo. As extrusoras convenientes podem ser adquiridas em ‘Wenger Manufacturing Inc, Clextral SA, Biihler AG’ e não só. Durante a passagem pela extrusora, a mistura alimentar humedecida passa através de uma zona de confecção, onde é submetida a acções mecânicas de corte e é aquecida, por exemplo, até uma temperatura máxima de cerca de 150°C, e por uma zona de formação. A pressão barométrica na zona de formação irá estar compreendida entre cerca de 300 kPa e cerca de 10 MPa, conforme desejado. Eventualmente é possível introduzir, se pretendido, água ou vapor ou ambos, na zona de confecção. Durante a passagem pela extrusora, a fonte de amido da mistura alimentar humedecida é gelatinizada para proporcionar uma estrutura matricial gelatinizada à base de amido, proteínas e chicória. A matriz gelatinizada que sai da extrusora é forçada a passar por um molde conveniente, por exemplo, um molde do tipo descrito no pedido de patente de invenção europeia n° 0665051 cujo conteúdo se considera aqui incorporado por referência. Desse molde sai um produto extrudido com uma determinada forma cuja secção transversal corresponde à do orifício do molde. Consoante as condições existentes na extrusora e dependendo da fonte de amido utilizada, assim o produto extrudido com uma deteminada forma se expande mais ou menos. O produto extrudido com uma determinada forma é depois cortado num 7 r conjunto de peças por meio de facas. Seca-se depois cada uma dessa peças e a seguir, se desejado, cobre-se cada uma delas com agentes protectores ou aromatizantes ou ambos. Após o arrefecimento, tais peças são acondicionadas em embalagens adequadas. Em alternativa, cada uma dessas peças pode ser transformada em flocos e a seguir desidratada.
Consoante os ingredientes utilizados, assim o produto cerealífero gelatinizado pode assumir a forma de tracanaços desidratados que são adequados para serem utilizados como alimentos para animais de estimação, peças expandidas que são adequadas para serem utilizadas nos cereais do pequeno-almoço, flocos que são adequados para serem utilizados nos cereais do pequeno-almoço e não só.
Também é possível produzir um produto cerealífero desidratado misturando conjuntamente água e os ingredientes do produto cerealífero, por exemplo, num precondicionadór. Depois é possível conferir à mistura húmida a forma desejada, por exemplo, utilizando cilindros de moldagem. A mistura moldada pode ser então cozida num forno, por exemplo, a uma temperatura compreendida entre cerca de 220°C e cerca de 280°C durante um período compreendido entre cerca de 10 minutos e cerca de 1 hora. O produto cerealífero desidratado apresenta-se com o um aspecto de um biscoito cozido.
No caso de se pretender produzir um produto que imite a carne, que possa vir a ser utilizado como alimento enlatado para animais de estimação, é possível utilizar os processo descritos nas patentes de invenção norte-americanas n— 4 781 939 e 5 132 137. De acordo com esses processos, emulsiona-se uma fonte de proteínas, em especial um material comestível à base de carne, por exemplo, um material co-mestível obtido a partir dos músculos ou do esqueleto de mamíferos, aves e peixes, ou subprodutos comestíveis à base de carne, tais como os produtos comestíveis obtidos a partir de corações, fígados, rins, línguas e outras partes, ou farinhas de carne. Se desejado, também é possível incorporar fontes proteicas de origem vegetal. A composição exacta pode ser escolhida em função do custo e do sabor pretendido. A emulsificação pode ser executada com qualquer equipamento adequado. 8 r L-Ci
Junta-se à emulsão a chicória desidratada. Além disso, se desejado ou necessário, também é possível acrescentar à emulsão mais proteínas. Estas proteínas complementares podem ser provenientes de qualquer fonte proteica, conforme se disse antes. A escolha exacta vai depender da sua disponibilidade, custo e sabor. Normalmente utiliza-se entre cerca de 5% e cerca de 35% dessas proteínas complementares.
Se desejado, ou se for indispensável, também é possível acrescentar gorduras à emulsão. Normalmente, a quantidade de gordura na emulsão tem de ser controlada para facilitar o tratamento industrial e para se obter um produto aceitável. No entanto, o material à base de carne também pode conter a quantidade desejada de gorduras e consequentemente pode não ser necessário o tal ajustamento. De forma típica, nesta fase, a emulsão contém um nível máximo de gorduras que é de cerca de 25% em peso. De forma conveniente, a quantidade de gorduras na emulsão irá estar compreendida no intervalo entre cerca de 5% e cerca de 15% em peso e mais preferencialmente irá estar entre cerca de 7% e cerca de 12% em peso. A razão entre a massa de proteínas e a massa de gorduras na emulsão irá variar preferencialmente entre cerca de 1:1 e cerca de 7:1. As gorduras que eventualmente venham a ser acrescentadas podem ser gorduras adequadas de origem animal, por exemplo, o sebo, ou podem ser gorduras de origem vegetal.
Também é possível juntar à emulsão outros ingredientes, tais como açúcares, sais, especiarias, condimentos, agente aromatizantes, minerais e não só. A quantidade utilizada de ingredientes complementares é tal que constitua preferencialmente entre cerca de 1% e cerca de 5% em peso do produto cerealífero gelatinizado.
Também é possível juntar água que venha a constituir entre cerca de 45% e cerca de 80% em peso da água existente na emulsão. Se houver uma quantidade suficiente de humidade no material derivado de carne, não será necessário juntar água.
Depois de realizada a mistura, faz-se passar a emulsão preferencialmente por um dispositivo hipobárico de eliminação do ar, ou por um aparelho semelhante de eliminação do ar, para expulsar o ar 9
V I-- da emulsão. Este procedimento remove o ar que poderia, caso contrário, destruir o produto formulado em emulsão e reduzir o seu aspecto de carne. A emulsão é enviada depois para um moinho de emulsão que a submete a um aquecimento e a operações mecânicas de corte bastante rápidas. É possível utilizar qualquer moinho de emulsão convencional, por exemplo, o moinho de emulsão descrito na patente de invenção norte-americana n° 5 132 137. Há outros moinhos de emulsão convencionais que se encontram comercialmente disponíveis com o nome comercial ‘Trigonal’ e que podem ser adquiridos em “Siefer Machinenfabrik GmbH & Co KG”, Bahnhofstrasse 114, Postfach 101008, Velbert 1, Alemanha.
No moinho de emulsão a temperatura da emulsão aumenta até à temperatura de coagulação desejada em poucos segundos. Por exemplo, a temperatura pode aumentar de cerca de 100°C até cerca de 120°C. Em alternativa, a temperatura poderá aumentar desde cerca de 45°C até cerca de 75°C, conforme descrito na patente de invenção norte--americana n° 5 132 137. De um modo geral, a energia mecânica gerada no moinho de emulsão irá ser suficiente para aquecer a emulsão até à temperatura desejada, mas isto pode ser complementado mediante a injecção de vapor sobreaquecido. A emulsão aquecida que sai do moinho de emulsão é depois transferida para um tubo de suporte. No tubo de suporte, a emulsão aquecida vai coagular enquanto se desloca lentamente ao longo desse tubo de suporte. O período de residência da emulsão aquecida no tubo de suporte é suficiente para que a emulsão coagule, dando origem a um produto de emulsão consolidado ao chegar à saída do tubo dé suporte. O produto de emulsão consolidado que sai do tubo de suporte é depois transferido para uma cortadora onde é cortado em pedaços de tamanho conveniente para serem utilizados num alimento para animais de estimação. Os pedaços referidos têm o aspecto e a textura da carne. Se desejado, tais pedaços podem ser cortados às lascas. Os pedaços referidos também podem ser formulados num produto de tipo ‘nacos em molho de carne’. 10 Γ u t Há outros procedimentos conhecidos que também podem ser utilizados para a produção dos referidos pedaços, por exemplo, efectuando a extrusão de uma mistura alimentar, confeccionando a mistura alimentar numa caldeira de vapor e cortando aos pedaços o produto extrudido confeccionado.
No caso de se pretender produzir um alimento enlatado para animais de estimação, sob a forma de um rolo de carne, é possível preparar uma massa de carne emulsionando um material adequado derivado de carne para se obter uma emulsão de carne. 0 material derivado de carne pode ser qualquer fonte conveniente de carne, por exemplo, do tipo descrito supra. É possível acrescentar à emulsão de carne agentes gelificantes adequados, por exemplo, gomas, tais como a goma de k-carregenano, a goma das vagens de alfarroba, a goma de gúar e a goma de xantano. Normalmente, não é necessário mais do que cerca de 2% em peso de goma. A seguir acrescenta-se a chicória desidratada à emulsão de carne.
Também é possível acrescentar à emulsão de carne outros ingredientes, tais como açúcares, saís, especiarias, condimentos, agentes aromatizantes, minerais e outros que tais. A quantidade de ingredientes adicionais que se utiliza é preferencialmente tal que constitua entre cerca de 0,25% e cerca de 5% em peso da massa de carne. É possível acrescentar água à emulsão de carne para que constitua entre cerca de 70% e cerca de 85% em peso. Se houver humidade suficiente no material à base de carne, não será necessário juntar água. A seguir aquece-se a emulsão de carne até uma temperatura sensivelmente acima de 65°C num aparelho de mistura e cozedura. Eventualmente é possível injectar vapor na massa de carne, se desejado. A emulsão de carne aquecida é então novamente emulsionada para se obter uma massa mole e esta, por sua vez, é mantida a uma temperatura um pouco acima de 60°C, até ser introduzidas em latas.
Faz-se observar que o produto cerealífero gelatinizado pode ser produzido de acordo com qualquer processo conveniente e não apenas pelos processos descritos supra. Também é possível incorporar 11
outros tipos de oligossacáridos no produto cerealífero gelatinizado, por exemplo, oligossacáridos de frutos e oligossacáridos de soja. Os oligossacáridos de soja podem ser acrescentados sob a forma de farinha de soja ou a partir de qualquer outra fonte de soja conveniente.
Os produtos cerealíferos podem assumir qualquer forma adequada, por exemplo, podem ser desidratados, semi-hidratados e hidratados. No entanto, a matriz que constitui o produto cerealífero tem de se gelatinizada para se remover ou destruir os compostos sesquiterpénicos existentes no material vegetal que contém a inulina.
Seguidamente são descritos exemplos concretos para melhor ilustração.
Exemplo 1
Preparou-se uma mistura alimentar que continha cerca de 58% em peso de milho, cerca de 5,5% em peso de glúten de milho, cerca de 22% em peso de farinha de peixe e de carne de galinha, chicória desidratada e sais, sendo a parte restante constituída por vitaminas e minerais. Foram utilizados dois teores de chicória: um de cerca de 2,5% e outro de cerca de 5%. Também foram utilizados dois tipos comerciais de chicória: a mistura convencional de Leroux e a variedade Rubis de Leroux. Qualquer destes dois tipos pode ser adquirido no mercado francês, junto da empresa Leroux.
Introduziu-se a mistura alimentar num aparelho precondicionador e humedeceu-se. A mistura húmida que ia saindo do aparelho precondicionador foi então enviada para o dispositivo de extrusão e confecção e foi gelatinizada. A matriz gelatinizada que saiu da extrusora foi forçada a passar a través de um molde e foi extrudída. 0 produto extrudido que saiu da cabeça do molde foi depois cortado em pedaços adequados para alimentar gatos, foi desidratada e arrefeceu depois, assumindo a forma de grânulos.
Os grânulos obtidos foram utilizados para alimentar um painel de 80 gatos. Para efeitos de comparação, os gatos têm liberdade para escolher entre grânulos com chicória e grânulos de contraprova 12 idênticos aos primeiros, mas que não contêm nenhuma chicória. Verificou-se a quantidade de cada tipo de grânulos que cada um dos gatos comeu. Os resultados obtidos constam do quadro seguinte:
Exemplo N° Tipo de chicória Percentagem de chicória (%) Percentagem de animais que comem os grânulos que contêm chicória IA Convencional 2,5 42 1B Convencional 5, 0 52 1C Rubis 2,5 46 1D Rubis 5, 0 52
Os resultados obtidos indicam que os grânulos com chicória são bastante mais saborosos do que os que a não contêm. No entanto, o que é ainda mais surpreendente é o facto de parecer que o sabor aumenta à medida que aumenta o teor em chicória.
Analisou-se a flora do intestino dos gatos e confirmou-se que o número de bifidobactérias tinha aumentado, ao passo que o número de C. perfríngens tinha diminuído. Além do mais, comprovou-se que tinham diminuído os odores e os valores do pH fecais. A energia e a facilidade de digestão dos minerais tinham aumentado, com a consequente diminuição do volume fecal.
Esmagou-se os grânulos e efectuou-se uma extracção com metanol, fervendo a mistura ao refluxo durante 1 hora. Repartiu-se o extracto duas vezes entre água e clorofórmio e juntou-se santonina. Separou-se a fase clorofórmica, secou-se e evaporou-se. Dissolveu-se o resíduo numa mistura de metanol e de clorofórmio e analisou-se por CLER para pesquisar a existência de lactonas sesquiterpénicas livres. Fez-se passar a fase aquosa por uma coluna, tendo os compostos gli-cosilados sido eluídos de coluna, utilizando metanol. Evaporou-se o diluente, dissolveu-se em água e tratou-se com celulase a 40°C durante 2 horas. Juntou-se santonina ao produto hidrolisado e extraiu-se a mistura com acetato de etilo. A seguir analisou-se a
mistura por CLER para pesquisar a existência de lactonas sesqui-terpénicas ligadas. Não foram detectadas nenhumas lactonas sesquiterpénicas. Uma análise idêntica efectuada aos ingredientes iniciais de chicória revelou a existência de uma concentração entre 130 ppm e 350 ppm de lactonas sesquiterpénicas livres e uma concentração entre 380 ppm e 680 ppm de lactonas sesquiterpénicas ligadas.
Exemplo 2
Efectuou-se uma experiência utilizando 30 cães. O alimento de contraprova utilizado foi o produto ‘Friskies Menu Energy’, que é um alimento desidratado para cães, à venda no mercado. Foram preparados dois alimentos para a experiência: correspondem ao produto ‘Friskies Menu Energy’, com a excepção de conterem 5% em peso de chicória. Um dos alimentos experimentados continha a mistura de chicória convencional de Leroux e o outro continha a chicória Rubis de Leroux.
Estes alimentos serviram então para alimentar um painel de 30 cães. Verificou-se a quantidade de cada tipo de alimento que comeu cada cão. Depois repetiu-se a experiência. Os resultados obtidos constam do quadro seguinte:
Exemplo N° Tipo de chicória Percentagem de chicória (%) Percentagem de animais que comem os grânulos que contêm chicória 2A Convencional 5, 0 62 2B 69 2C Rubis 5, 0 80 2D 89
Estes resultados indicam que os alimentos com chicória tinham melhor sabor, comparativamente com os alimentos de contraprova. No caso da chicória convencional, a melhoria é pronunciada.
Analisou-se a flora do intestino dos gatos e confirmou-se que o número de bifidobactérias tinha aumentado, ao passo que o número 14 de C. perfringens tinha diminuído. Além do mais, comprovou-se que tinham diminuído os odores e os valores do pH fecais. A energia e a facilidade de digestão dos minerais tinham aumentado, com a consequente diminuição do volume fecal.
Exemplo 3
Mediu-se a quantidade de cestose, nistose e frutosil-nistose nos' grânulos do Exemplo 1.
Oligossacárido Exemplo IA Exemplo 1B Exemplo 1C Exemplo 1D cestose 0,04 0,08 0,04 0, 07 nistose 0, 04 0, 08 0,05 0,08 frutosil-nistose 0, 04 0, 09 0, 05 0, 09 Total 0,12 0,25 0,14 0,24
Mediu-se a quantidade de inulina total, de cestose, de nistose e de frutosil-nistose nos dois tipos diferentes de chicória utilizados no Exemplo 1. Com base nesta determinação e na quantidade de chicória acrescentada, determinou-se para cada grânulo uma quantidade teórica de cestose, de nistose e de frutosil-nistose. As quantidades teóricas combinadas de cestose, de nistose e de frutosil-nistose nos grânulos foram depois comparadas com as quantidades medidas combinadas. As quantidades teóricas e as quantidades medidas são comparáveis, indicando tal facto que não houve nenhuma ou apenas muito pouca degradação da cestose, da nistose e da frutosil-nistose durante a fase de cozedura em extrusão.
Exemplo 4
Preparou-se uma mistura alimentar com farinha de arroz, farinha de trigo, açúcar, malte, gorduras de origem vegetal, sal e cerca de 5% em peso de chicória. Introduziu-se a mistura alimentar num aparelho precondicionador e molhou-se. 0 alimento molhado à saída do aparelho precondicionador foi depois alimentar uma extrusora e foi gelatinizado. A temperatura à saída da extrusora era de cerca 15 Γ de 150°C. A pressão na extrusora atingiu cerca de 130 bar. Fez-se passar a matriz gelatinizada através de um molde e extrudiu-se. O produto extrudido expandiu-se à saída da cabeça do molde e foi depois cortado em pedaços com cerca de 2 a 3 mm. Estes pedaços foram depois desidratados até se atingir um teor em humidade de cerca de 1% em peso. Os pedaços obtidos tinham a forma de cereais de pequeno-almoço inflados.
Os pedaços referidos foram saboreados por um painel de consumidores que concluíram que tinham um bom sabor, comparável a um tipo de cereais de pequeno-almoço inflados e sem chicória.
Exemplo 5
Efectuou-se uma experiência utilizando 16 cães. Utilizou-se como alimento de contraprova o produto ‘Friskies Menu Vitality’ que é um alimento desidratado para cães, existente no mercado. Preparou-se um alimento de teste que correspondeu ao produto ‘Friskies Menu Vitality’, com a excepção de conter 3% em peso da mistura de chicória convencional de Leroux.
Foram alimentados 8 cães com o alimento de contraprova e 8 cães com o alimento que se pretendia testar.
Efectuou-se a colheita de amostras de fezes de cada cão, as quais foram depois aquecidas durante 2 horas a 30°C, tendo os compostos libertados sido captados num tubo de Tenax. Esses compostos captados foram depois sujeitos a um procedimento de dessorção para uma cromatografia em fase gasosa. Foram determinados os seguintes níveis de sulfureto de dimetilo, dissulfureto de dimetilo e trissul-fureto de dimetilo:
Alimento Área do Área do Área do sulfureto de dissulfureto de trissulfureto de dimetilo dimetilo dimetilo Contraprova 5731312 1084439 379164 Teste 1719824 48824 43739 16
Os resultados obtidos indicam que as fezes dos cães alimentados com a dieta de teste têm quantidades muito mais reduzidas destes compostos sulfurados causadores de odores desagradáveis.
Determinou-se também os níveis de ácidos gordos de cadeia curta nas fezes, por cromatografia em fase gasosa, tendo sido obtidos os valores seguintes:
Alimento Área do Área do Área do Área acetato propionato butirato total Contraprova 120 66 20 207 Teste 159 91 18 267
Estes resultados indicam que os cães alimentados com a dieta de teste apresentam no intestino níveis mais elevados de ácidos gordos de cadeia curta. Os ácidos gordos de cadeia curta são nutrientes importantes para as células do intestino, para o fígado e para os músculos. 0 aumento do teor em ácidos gordos de cadeia curta no intestino pode constituir uma melhoria de saúde para os animais ou para os seres humanos.
Lisboa, 11 de Setembro de 2000
O AGENTE OFICIAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL 17

Claims (8)

  1. V
    REIVINDICAÇÕES 1. Alimento para animais de estimação, o qual é um produto cerealífero constituído por uma matriz de amido gelatinizado que contém um material vegetal natural que é uma fonte de inulina numa quantidade suficiente para proporcionar pelo menos 0,25% em peso de inulina, relativamente às matérias anidras.
  2. 2. Alimento para animais de estimação de acordo com a reivindicação 1, em que â matriz de amido gelatinizado contém uma proteína.
  3. 3. Alimento para animais de estimação de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 ou 2, o qual é um grânulo desidratado con-feccionado em extrusão.
  4. 4. Alimento para animais de estimação de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 3, o qual está isento de lactonas ses-quiterpénicas.
  5. 5. Alimento para animais de estimação de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 4, em que o material vegetal é a chicória ou a alcachofra-de-jerusalém.
  6. 6. Alimento para animais de estimação de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 5, o qual contém pelo menos 0,5% em peso .de inulina, com base nas matérias anidras.
  7. 7. Alimento para animais de estimação de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 6, o qual contém pelo menos 0,1% em peso de cestose, nistose e frutosil-nistose.
  8. 8. Processo para a preparação de um produto cerealífero que é um alimento para animais de estimação, o qual contém pelo menos 0,25% em peso de inulina, com base nas matérias anidras, o qual 1 9. consiste em gelatinizar uma fonte de amido, uma fonte de proteínas e um material vegetal natural que seja uma fonte de inulina, para se formar uma matriz de amido gelatinizado e de proteínas onde fica contida a inulina. Processo de acordo com a reivindicação 8, em que a fonte de amido, a fonte de proteínas e o material vegetal são confeccionados em extrusão e finalmente extrudidos. 10. Utilização de um material vegetal natural, que é uma fonte de inulina, para fabricar um alimento para animais de estimação, o qual é um produto cerealífero constituído por uma matriz de amido gelatinizado que serve para aumentar a facilidade de digestão do produto alimentar para animais de estimação. Utilização de um material vegetal natural, que é uma fonte de inulina, para fabricar um alimento para animais de estimação, o qual é um produto cerealífero constituuma matriz de amido gelatinizado e que contém pelo menos 0,25% em peso de inulina, com base nas matérias secas, para fazer diminuir o volume fecal de um animal de estimação. Lisboa, 11 de Setembro de 2000 O AGENTE OFICIAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL
    2
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