PT763420E - Vidraca folheada de isolamento acustico - Google Patents

Description

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DESCRICÃO EPÍGRAFE : “VIDRAÇA FOLHEADA DE ISOLAMENTO ACÚSTICO” A invenção diz respeito a uma vidraça folheada de isolamento acústico comportando pelo menos um filme plástico que lhe dá propriedades de amortização elevada ou de pouca rigidez. Tais vidraças são em geral destinadas a equipar veículos ou construções de maneira a diminuir no interior, a percepção dos ruídos exteriores.

De uma maneira geral, os desempenhos de isolamento acústico de vidraças à base de vidro flotté silico-sodo-cálcico de uma espessura global dada são melhorados se várias placas de vidro são associadas graças a um filme de matéria plástica para constituir um conjunto folheado.

Utilizando as camadas ou os filmes especiais, estudados pelos seus desempenhos acústicos nomeadamente o seu coeficiente de amortização elevado ou a sua pouca rigidez, melhora-se ainda os resultados. Infelizmente, estes intercalares são sempre caros ou ainda não possuem as propriedades mecânicas necessitadas para as suas condições de emprego. É o caso por exemplo se se deseja dispor de uma vidraça de construção de segurança ou se a vidraça automóvel é um pára-brisas. Um problema que a invenção procura resolver é obter bons desempenhos acústicos tudo utilizando 1

apenas espessuras fracas para as resinas acústicas especiais que constituem o intercalar. É conhecido melhorar o isolamento acústico de um veículo em relação aos ruídos aerodinâmicos graças à utilização de uma resina especial na vidraça folheada. A patente europeia EP-B-0 387 148 propõe assim atingir um índice de isolamento acústico que não se diferencia para nenhuma das frequências superiores a 800 Hz de mais de 5 dB de um índice de referência aumentando de 9 dB por oitava até 2 000 Hz e de 3 dB por oitava nas frequências superiores graças a um vidro folheado cujo intercalar possui um amortecimento à flexão v=Af/fc superior a 0,15, este valor sendo determinado por uma medida efectuada em excitando por um choque uma barra folheada de 9 cm de comprimento e 3 cm de largura feita de um vidro folheado em que a resina de uma espessura de 2 mm é entre dois vidros espessos cada um de 4 mm e medindo fc frequência de ressonância do primeiro modo chamado igualmente frequência «crítica» e Af largura do pico a uma amplitude ΑΛ/2 em que A é a amplitude máxima na frequência fc. Neste documento, as folhas intercalares das vidraças folheadas acústicas feitas da resina que possuem as características precedentes têm espessuras importantes de 1,1 mm e 1,5 mm nos dois exemplos citados no documento.

Noutro domínio da protecção acústica, aquele em que se trata de proteger uma construção contra os ruídos da rua, a patente europeia EP-B-0 100 701, propõe uma vidraça acústica compreendendo pelo menos uma vidraça folheada, caracterizada pelo facto de a resina da vidraça folheada ser tal como uma barra de 9 cm de 2

comprimento e de 3 cm de largura constituída de um vidro folheado compreendendo duas folhas de vidro de 4 mm de espessura reunidas por uma camada de 2 mm desta resina têm uma frequência crítica que difere no máximo 35 % daquela de uma barra de vidro tendo o mesmo comprimento, a mesma largura de 4 mm de espessura. O critério caracterizando a resina retido aqui é diferente visto que trata-se da frequência «crítica» de uma barra folheada propriamente dita, grandeza que varia com a rigidez da resina enquanto que na EP-B-0 387 148, é a largura do «pico» da mesma frequência crítica que era a grandeza característica, variando, ela, com o amortecimento da resina constituindo o intercalar da vidraça folheada. Aqui também, os exemplos retidos utilizam espessuras de resina importantes 2 mm.

Estas resinas a altos desempenhos acústicos são produtos caros, em particular porque eles são produzidos em pequenas quantidades. Quereria-se poder reduzir a espessura do filme intercalar mas todavia, poder manter os desempenhos exigidos habitualmente das vidraças folheadas, em particular do ponto de vista da segurança. É igualmente conhecido associar vários filmes feitos cada um de uma resina acústica diferente de maneira a obter um desempenho acústico combinando as vantagens de cada uma das resinas tomada isoladamente em particular no que diz respeito à gama de temperaturas em que cada uma delas é eficaz. Uma patente dos Estados-Unidos, US 5 340 654 e vários pedidos de patente japoneses, nomeadamente JP 06-135 748, JP 03-124 441, JP 05-310 449 ou JP 06-115 980 dizem respeito a estas técnicas. Este tipo de associação, em vez de diminuir a espessura de filme acústico (e caro) 3

necessário, aumenta e não vai no sentido desejado : diminuição das espessuras dos filmes acústicos para reduzir o custo.

Num outro domínio em que se procura dar às vidraças folheadas, características de condução eléctrica ou de reflexão ou de absorção para a irradiação solar, é conhecido associar um filme fino suporte de um sistema de camadas metálicas ou dieléctricas com folhas de polivinilbutiral entre placas de vidro para realizar vidraças folheadas funcionais.

Na patente dos Estados-Unidos US 3 718 535 um filme suporte em poliester de polietileno tereftálato (PET) de uma espessura compreendida entre 0,006 e 0,380 mm é recoberto de uma camada fina metálica pelas técnicas de depósito sob vácuo, evaporação ou pulverização. O filme suporte é associado de um lado e do outro a dois filmes termoplásticos, de preferência em butiral de polivinil (PVB).

Num outro documento mais recente, o pedido internacional WO 94/21 838, mostram-se ligações folheadas à base de PVB entre vidros nos quais as folhas de PVB encerram um filme de PET de, por exemplo 0,05 mm, o PET sendo ele mesmo recoberto de um conjunto de camadas alternando camadas de metal (Ag recoberta de Au) e camadas dieléctricas (nomeadamente óxido de índium ou óxido de índium-estanho) para dar à vidraça as propriedades anti-solares ou condutoras. A invenção tem por função fornecer uma vidraça folheada com boas propriedades acústicas e uma resistência mecânica correcta, nomeadamente no que respeita a 4 vidraça de segurança, com uma espessura de resina acústica tão reduzida quanto possível.

Para atingir este objectivo, a invenção propõe uma vidraça folheada de isolamento acústico comportando pelo menos duas placas rígidas transparentes assim como pelo menos um filme plástico dando-lhe propriedades de amortecimento e/ou de rigidez, na qual o filme plástico é associado a pelo menos um filme de desempenhos acústicos banais, quer dizer que é tal que : • seja quando, numa espessura de 2 mm, ele é associado num conjunto folheado com dois vidros de 4 mm para constituir uma barra folheada de 9 cm de comprimento e 3 cm de largura e que se excita por um choque a barra, a frequência de ressonância do primeiro modo fc difere no máximo 35 % daquela de uma barra em vidro monolítico tendo o mesmo comprimento, a mesma largura e 4 mm de espessura, • seja quando, numa espessura no máximo de 1 mm, ele é associado num conjunto folheado com dois vidros de 2,1 mm para constituir uma placa folheada de que se mede o índice de isolamento acústico e que este se afasta para as frequências superiores a 800 Hz, no máximo 6 dB de um índice de referência aumentando de 9 dB por oitava até 2 000 Hz e de 3 dB por oitava às frequências superiores. 5

Este filme de desempenhos acústicos banais é de preferência em polivinilbutiral (PVB). A técnica da invenção permite substituir um filme acústico caro, por um filme banal e barato sem degradação das propriedades acústicas mas com, em geral, um sensível melhoramento das propriedades de resistência mecânica, com igualmente toda gama das propriedades adicionais que consegue nomeadamente o PVB cores, anti-UV, difusão da luz.

De preferência, o filme plástico dando propriedades de amortização e/ou de rigidez é separado do filme de desempenhos acústicos banais por um filme fino estanque. Este é vantajosamente à base de polietileno tereftalato (PET).

Segundo uma variante, o filme plástico dando propriedades de rigidez é feito de uma resina tal como a mesma barra de 9 cm de comprimento e de 3 cm de largura, constituída de um vidro folheado compreendendo duas folhas de vidro de 4 mm de espessura reunidas por uma camada de 2 mm dessa resina, tenha uma frequência de ressonância do primeiro modo, fc que difere no máximo 35 % daquela de uma barra de vidro tendo o mesmo comprimento, a mesma largura e 4 mm de espessura e segundo uma segunda variante, o filme plástico dando propriedades de amortecimento é feito de uma resina tal que, quando, numa espessura inferior ou igual a 1 mm, é associado num conjunto folheado com dois vidros de 2,1 mm para constituir uma placa folheada da qual se mede o índice de isolamento acústico, aquele afasta-se, para as frequências superiores a 800 Hz, de menos de 6 dB de um 6

índice de referência aumentando de 9 dB por oitava até 2 000 Hz e de 3 dB por oitavas às frequências superiores. A primeira destas variantes aplica-se de preferência às vidraças da construção, nomeadamente para uma boa protecção contra os ruídos da rua e a segunda aos veículos, especialmente quando se trata de se proteger os ruídos aerodinâmicos.

De preferência, de acordo com a invenção, as espessuras do filme acústico como do filme Standard são superiores ou iguais a 0,38 mm. A invenção propõe igualmente que quando está presente o filme fino estanque comporta na sua superfície uma ou várias camadas finas que modificam as suas propriedades de reflexão ou de transmissão luminosa e/ou a sua condução eléctrica. Além disso, é igualmente previsto que uma ou pelos menos duas placas rígidas transparentes comporte, nomeadamente sobre a sua superfície interna, uma ou várias camadas finas que modificam as suas propriedades de reflexão ou de transmissão luminosa e/ou a sua condução eléctrica. A descrição e as figuras permitirão compreender o funcionamento da invenção e perceber todas as vantagens.

Entre as figuras: 7

• a figura 1 representa a vidraça folheada da invenção com justaposição de uma folha de resina acústica e de uma folha de resina Standard. • a figura 2, as mesmas folhas mas com, entre elas, um filme fino estanque, • quanto à figura 3, ela mostra os resultados das medidas do índice de isolamento acústico sobre as vidraças da invenção.

As figuras 4, 5 e 6 dizem respeito ao método utilizado para medir o isolamento e para apreciar a rigidez das resinas acústicas.

As resinas acústicas eficazes como intercalares de vidraças folheadas são conhecidas para actuar seja sobre o amortecimento, seja sobre a rigidez das vidraças que elas equipam.

Para os técnicos de acústica, os fenómenos vibratórios em placas folheadas são regulados por leis completamente análogas àquelas regulando a associação mecânica entre duas massas reunidas por uma mola e um amortecedor montado em paralelo. Assim como as equações dos movimentos do conjunto massa-mola-massa permitem aceder às grandezas mecânicas características da mola (sua rigidez) e de amortecedor (amortecimento), a análise do comportamento mecânico de uma barra constituída por associação de dois vidros, por exemplo de 4 mm ligados, nomeadamente por 2 mm da resina prevista permite aceder às grandezas v, o 8

amortecimento e a rigidez K da resina testada que permitem aos especialistas prever a eficácia acústica das vidraças folheadas feitas com a resina em questão.

Vai-se agora descrever, com referência à figura 4, o primeiro método que permite fazer a escolha de uma resina utilizável no quadro da invenção e definir o que se entende por «filme de resina Standard» ou «filme de desempenhos acústicos medíocres».

Sabe-se que a energia adquirida por um objecto submetido a um choque origina um fenómeno de vibração e logo após o choque, o objecto livre vibra segundo o seu modo próprio. A cada modo é associada uma frequência de vibração. A amplitude da vibração depende da excitação inicial, quer dizer da componente espectral do choque (amplitude do choque na frequência estudada) e da zona de impacto do choque, a deformação modal sendo mais ou menos importante conforme o choque se produz numa zona corrente (ventre) ou num nó de vibração.

Para que um modo próprio seja excitado, deve : (1) a deformação provocada no ponto de impacto não se situar sobre um nó de vibração do modo, (2) o espectro de energia de choque ter um componente na frequência de ressonância do modo. 9

Esta última condição é práticamente sempre preenchida, porque um choque muito breve apresenta um espectro de energia práticamente uniforme. A primeira condição é igualmente preenchida e, para uma barra livre nas suas extremidades, por exemplo, basta bater numa das extremidades para excitar todos os modos.

Na realidade, chega-se apenas a «medir» os dez primeiros modos, no máximo. A energia vibratória adquirida por um choque dissipa-se no decurso do tempo e isto tanto mais rápidamente quanto o material é mais amortecível.

Para um material dado, os modos dissipam-se tanto mais depressa quanto a frequência de ressonância associada é mais elevada, de maneira que no princípio de um certo tempo, e durante uma certa duração, apenas o primeiro modo subsiste. O princípio da medida consiste pois em efectuar a análise das frequências de vibração de uma barra submetida a um choque e em marcar a posição das frequências de ressonância (frequências para as quais a amplitude de vibração é nitidamente mais importante que no resto do espectro).

Para efectuar a medida (figura 4) utiliza-se sucessivamente barras 20 de 9 cm de comprimento e de 3 cm de largura, primeiramente num vidro de 4 mm de espessura, depois num vidro folheado 4(2)4 no qual as folhas de vidro de 4 mm de espessura são ligadas por uma camada de 2 mm de espessura da resina a testar. A barra 20 repousa sobre dois suportes de “mousse” 21, colocados sensivelmente nos nós de vibração do primeiro modo (modo fundamental) de flexão dinâmica da barra. Este é activado por um choque exercido batendo numa das suas extremidades livres com um pequeno objecto, tal como uma régua. A resposta transitória da barra a esta excitação é recolhida por um microfone 23, colocado sobre um suporte 24, muito perto da superfície da barra 20, no meio desta (ventre de pressão). O sinal temporal recolhido pelo microfone 23 é amplificado pelo amplificador 25, depois analisado em frequência por um analisador de Fourier 26.

Processa-se em geral a uma dezena de ensaios para uma mesma barra 20, afim de reduzir a influência dos ruídos exteriores.

Como se vê sobre as figuras 5 e 6 as curvas obtidas, que representam a amplitude A das vibrações em função da frequência daquelas respectivamente para uma barra de vidro monolítico e para uma barra de vidro folheado compreendendo uma resina a testar no quadro da presente invenção, permitem revelar com precisão a frequência de ressonância do modo fundamental de vibração de flexão (frequência crítica). Nos exemplos representados, a frequência crítica da barra de vidro é de 2630 Hz, enquanto aquela da barra de vidro folheada é de 2472 Hz.

Para aceder à rigidez K da resina testada, é suficiente quase sempre o valor dessa frequência «crítica» fc ou mais exactamente da frequência de ressonância do primeiro modo da barra, que é ligada a K.

Do ponto de vista da rigidez, portanto da frequência «crítica» fc, o limite entre um produto folheado banal em acústica ou, pelo contrário, eficaz encontra-se nas proximidades de uma frequência «crítica» de 3 550 Hz. Os produtos feitos com resinas cujo fc é inferior àquele valor são produtos com desempenhos acústicos enquanto as vidraças folheadas cuja resina tem um fc superior a 3 550 Hz são medíocres. É o caso dos folheados à base de PVB. Com efeito, à temperatura de 20°C, esta frequência «crítica» é de 4 500 Hz. O teste que vem sendo descrito e que é de uma grande simplicidade de realização permite igualmente determinar o amortecimento em flexão v da barra 20, que se definiu como a relação Af/fc em que Δί representa a diferença das frequências correspondendo a uma amplitude igual aquela da frequência «crítica» fc dividida por V2. É o amortecimento v que permite seleccionar as resinas eficazes segundo a patente EP-B-0 387 148, aquelas permitem obter vidraças folheadas com bons desempenhos para enfraquecer os ruídos de origem aerodinâmicos nos veículos. É este critério, aquele de um vidro folheado eficaz contra os ruídos aerodinâmicos que é retido aqui. O teste consiste em realizar uma vidraça folheada com dois vidros de 2,1 mm e em os associar com no máximo 1 mm da resina a testar e enfim medir o índice de isolamento acústico da vidraça segundo a norma ISO 140. Compara-se então cada valor obtido para as frequências superiores a 800 Hz àquela de um índice de referência aumentando de 9 dB por oitava até 2 000 Hz e de 3 dB por oitava nas frequências superiores. Para fazer esta comparação, para cada uma frequências respeitantes, faz-se a diferença dos dois valores de índice. Entre todos estes afastamentos, escolhe-se o maior e o mais pequeno e faz-se a diferença. A metade daquele constitui «o afastamento» entre as duas curvas. Se este afastamento é inferior a 6 dB, o folheado respeitante e pois a resina que o constituem, tem uma grande eficácia acústica contra os ruídos aerodinâmicos de um veículo em deslocamento. Em compensação, quando este afastamento é superior a 6 dB a resina é considerada como acústicamente medíocre.

Segundo as aplicações, quer dizer, de facto segundo a natureza dos ruídos de que se quer proteger, ruídos de origem aerodinâmicos num veículo, ruídos de estrada, ruídos de voz entre zonas próximas. - a condição a respeitar por uma resina acústica eficaz numa vidraça folheada define-se por uma «forquilha» no interior da qual se deve encontrar seja a sua frequência «crítica» fc, seja o afastamento entre as curvas que se vem definir, seja um e outro dessa grandeza. É assim que uma família de resinas de acetal de polivinil descrito na publicação «Effect of molecular structure of the interlayer on the transmission loss of laminated glass» apresentada para «Inter-noise 94» (Yokohama, Japon,29-31 Agosto 1994) possui vários polímeros que permitem respeitar ao mesmo tempo um e outro dos critérios precedentes.

As resinas desenvolvidas pelos químicos orgânicos para as aplicações acústicas são sempre quimicamente complexas, a sua preparação tem necessidade de longos ensaios fazendo intervir especialistas de várias disciplinas científicas e por outro lado os mercados respeitantes não são muito grandes, por consequência estes produtos são sempre muito caros. A ideia de associar uma tal resina acústica em espessura tão fina quanto possível com um intercalar banal, usual nas vidraças folheadas, como por exemplo o butiral de polivinil parece à prior despropositada. É com efeito bem conhecido, que um acústico, numa cadeia, é sempre o elo mais fraco que funciona só. Nestas condições, ter-se-ia devido esperar que, nomeadamente a combinação resina acústica - PVB fornecesse uma vidraça folheada tão fraca acústicamente como aquela com o PVB só. A requerente ousou tentar a experiência e o resultado é surpreendente : mesmo quando o filme acústicamente banal é sensivelmente mais espesso que o filme de resina acústica, os resultados acústicos são conservados.

Sobre a figura 1 vê-se uma vidraça folheada de acordo com a invenção. É constituída de duas placas de material rígido transparente como de policarbonato, de polimetacrilato de metilo e de preferência de duas placas de vidro 1, 2. A sua espessura é determinada por razões exteriores à invenção como por exemplo os regulamentos respeitantes às vidraças de fachada ou às práticas da industria automóvel. Em 3, vê-se o filme de resina acústica. Ele é associado com uma camada de uma resina tradicional para fazer intercalares de vidraças folheadas como o poliuretano ou o polivinilbutiral Standard 4, trata-se aí de produtos tradicionais, acústicamente normais e que não sofrem nenhuma modificação para lhe dar qualidades particulares de rigidez ou de amortecimento. Em compensação, pode tratar-se de filmes tradicionais como em PVB mais coloridos difusantes, anti-UV mas que, do ponto de vista acústico são clássicos (variante PVB construção ou variante Hl 14 para os pára-brisas automóveis nomeadamente). A associação dos dois filmes faz-se pelos meios habituais deste género de industria, coextrusão, calandragem.

Fez-se numerosos ensaios acústicos com as combinações do tipo precedente realizando com diferentes resinas as amostras de dimensões 1,48 x 1,23 m2 com espessuras de vidro idênticas para as duas placas, de respectivamente 1,6 e 2,1 mm.

As espessuras (em mm) dos dois filmes associados no caso do PVB eram sucessivamente:

Resina acústica PVB Exemplo comparativo 1 - 0,76 Exemplo comparativo 2 0,50 - Exemplo 3 0,50 0,38 Exemplo comparativo 4 1,00 -

Sobre a figura 3 figuram os resultados dos índices de isolamento acústico segundo a norma ISO 140 com os dois vidros de 2,1 mm para o exemplo comparativo 1 (5), para o exemplo comparativo 4 (6) e para a resina acústica apenas o exemplo comparativo 2 (7). Esta curva com os círculos recobre-se práticamente com a curva do exemplo 3 de acordo com a invenção cujos pontos de medida são figurados pelas cruzes.

Ressalta das medidas precedentes que um folheado com uma combinação resina acústica 0,50 mm + PVB 0,38 mm não é menos bom que aquele comportando a resina acústica de 0,50 mm só e é bem melhor que aquele feito com o PVB de 0,76 mm.

Os ensaios realizados com as amostras comportando dois vidros de 1,6 mm dão curvas de aspecto semelhante também espectacularmente.

Sobre a figura 2 vê-se um segundo tipo de vidraça folheada em que os dois filmes, o filme acústico 8 e o PVB Standard 9 são separados por um filme fino 10 feito de uma matéria destinada a assegurar a separação química dos outros filmes 8, 9. Com efeito, a maior parte dos filmes destinados a constituir os intercalares de vidraças folheadas comportam, além do ou dos polímeros de base, plastificantes. É possível, quando se associa dois ou vários filmes, estes comportarem plastificantes incompatíveis entre eles ou incompatíveis com o polímero do outro filme. Neste caso, uma separação material, uma barreira plastificante, deve ser colocada entre os filmes. Este será por exemplo um filme fino (50 μιτι conveniente) de polietileno tereftalato.

Os ensaios acústicos foram igualmente efectuados com tais filmes separadores, as suas espessuras em mm eram :

Resina acústica PVB PET Exemplo 5 0,50 0,38 0,050 Exemplo 6 0,50 0,76 0,050 16

Os resultados acústicos são surpreendentes, não se constatou nenhuma diferença com o exemplo 3 dos ensaios precedentes. No caso das placas de vidro de 2,1 mm de espessura, os índices de isolamento acústico confundem-se com a curva 7 da figura 3.

Um ensaio foi realizado com dois filmes de PVB de 0,38 mm situados de um lado e do outro do filme em resina acústica. Novamente o resultado acústico foi idêntico ao precedente (exemplo 6) constata-se assim que, pouco importa que o filme tradicional como o PVB seja separado em dois filmes de 0,38 ou que seja feito de um filme unitário de 0,76, o efeito é o mesmo porque não desempenha aqui nenhum papel acústico.

Para avaliar o conforto acústico num veículo em movimento, a patente EP-B-0 387 148 propõe, viu-se, comparar o índice de isolamento acústico de cada frequência a um índice, teórico, crescente de 9 dB por oitava até 2 000 Hz e de 3 dB/oitava nas mais altas frequências, prevê-se igualmente definir uma diferença dos extremos, quer dizer escolher na lista as diferenças dos índices frequência por frequência, a maior G e a mais pequena P para fazer a diferença G-P. Este afastamento dando conta do conforto resultante da utilização da vidraça respeitante num veículo. O mesmo documento propõe utilizar igualmente o afastamento-tipo das diferenças precedentes σ que é representativo da emergência de frequências desagradáveis num espectro regular. Comparou-se estes critérios para as vidraças da invenção nas espessuras 2,1-x-2,1 em relação às mesmas vidraças equipadas seja de PVB só (exemplo comparativo 1 precedente), seja de resina acústica só (exemplo comparativo 2 precedente). O quadro mostra os resultados :

Diferença de extremos (dB) σ (dB) PVB 0,76 (ex. comp. 1) 14 4,46 Res. acústica 0,50 (ex. comp. 2) 10 2,85 Res. acústica 0,50 + PVB 0,38 (ex. 3) 10 2,87 R. ac. 0,50 + PET + PVB 0,38 (ex. 5) 10 2,91 R. ac. 0,50 + PET + PVB 0,76 (ex. 6) 11 2,99

Encontra-se na coluna «diferença de extremos» elementos de comparação entre resina acústica (exemplo comparativo 2) e produto acústicamente medíocre (exemplo comparativo 1), para a resina acústica, o afastamento das curvas (meia-diferença dos extremos) é de 5 enquanto para o PVB, é de 7.

Constata-se que as combinações associando resina acústica e PVB são práticamente ao nível das vidraças folheadas feitas com uma só resina acústica. São sensivelmente melhores que aquelas utilizando o PVB só em particular no que diz respeito à emergência de frequências desagradáveis (valor σ).

Os resultados das medidas acústicas precedentes da mesma maneira como as curvas de índices de isolamento acústico que serviram para as obter (figura 3) permitem ver a eficácia da solução da invenção. Graças a esta última, é possível ter na mesma vidraça folheada uma protecção acústica associada a todos os 18

desempenhos que o PVB permite obter: anti-arrombamento, anti-UV, cores variadas, efeito difusante. Além disso, é possível, associando uma resina acústica a uma resina (poliuretano, acetato de polivinil), eficaz de um outro ponto de vista, obter o cúmulo das duas funções.

Como se vem vindo observando, a invenção permite combinar uma resina com bom desempenho acústico com um ou vários filmes tradicionais. Estes, industrializados depois de longos anos, o PVB em particular, tem desempenhos de aderência, de resistência à temperatura, de resistência mecânica em caso de choque, optimizadas que os tornam aptos a todos os usos. Em particular, na maioria dos casos, são capazes de aderir correctamente (nem tanto nem tão pouco e isto na gama das temperaturas de utilização) sobre numerosas camadas, camadas obtidas por depósito químico (pirólise, CVD) ou sob vácuo. Em certos casos, são as camadas que foram modificadas para obter a aderência querida sobre o PVB (ver por exemplo o pedido DE 42 15 337 ou o pedido EP-A-0 433 136). Em compensação, as condições nas quais os folheados, realizados com as resinas com bons desempenhos acústicos, colocados em contacto com camadas conhecidas, resistentes ao envelhecimento são desconhecidas à partida e exigiriam longos estudos e verosimilmente adaptações longas e difíceis das resinas e/ou das camadas.

As técnicas da invenção permitem evitar todo o contacto entre estas resinas e as camadas graças à interposição de um filme acústicamente banal mas de características de aderência sobre camadas bem dominadas. 19

Viu-se mais acima que, numa das suas variantes, a invenção previa o uso de um filme estanque colocado entre a resina acústica e o PVB. Introduziu-se normalmente um tal filme para separar quimicamente os dois filmes funcionais mas ele pode igualmente desempenhar um outro papel e dar assim uma nova função à vidraça folheada, trata-se essencialmente da função de protecção anti-solar ou da função condutor eléctrico.

As funções são obtidas pelo depósito sobre o filme fino, em polietileno tereftálato nomeadamente, de empilhamentos de camadas finas, depositadas quase sempre sob vácuo e comportando camadas metálicas e camadas dieléctricas, nomeadamente à base de óxidos. É assim que a patente dos Estados-Unidos já citada US 3 718 535 realiza um folheado para aquecer equipando um filme de PET de uma camada metálica à base de ouro e de bandas de condução corrente.

Quando o filme estanque da invenção, nomeadamente em PET é recoberto de sistemas de camadas finas diversas, ele mantém na vidraça folheada segundo a invenção que ele equipa, todas as suas propriedades acústicas mas, ele alarga as suas possibilidades permitindo transformá-lo fácilmente em vidraça anti-solar ou em vidraça condutora de electricidade (aquecedoras, protecção radar, vidraça alarme).

Lisboa, »7 JjJff. 2000 O AGENTE OFICIAL

Claims (1)

1. REIVINDICAÇÕES 1a - Vidraça folheada de isolamento acústico comportando pelo menos duas placas rígidas transparentes assim como pelo menos um filme plástico dando-lhe propriedades de amortecimento e/ou de rigidez, caracterizada pelo facto de o dito filme plástico ser associado a pelo menos um filme de desempenhos acústicos banais, quer dizer que é tal que : • seja quando, numa espessura de 2 mm, ele é associado num conjunto folheado com dois vidros de 4 mm para constituir uma barra folheada de 9 cm de comprimento e 3 cm de largura e que se excita por um choque a barra, a frequência de ressonância do primeiro modo fc difere no máximo 35 % daquela de uma barra em vidro monolítico tendo o mesmo comprimento, a mesma largura e 4 mm de espessura, • seja quando, numa espessura no máximo de 1 mm, ele é associado num conjunto folheado com dois vidros de 2,1 mm para constituir uma placa folheada de que se mede o índice de isolamento acústico e que este se afasta para as frequências superiores a 800 Hz, no máximo 6 dB de um índice de referência aumentando de 9 dB por oitava até 2 000 Hz e de 3 dB por oitava nas frequências superiores. 1 ? l/j ' 2a - Vidraça de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo facto de o filme de desempenhos acústicos banais ser um filme de polivinilbutiral tipo. 3a - Vidraça folheada de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizada pelo facto de o filme plástico dando propriedades de amortecimento e/ou de rigidez ser separado do filme de desempenhos acústicos banais por um filme fino estanque. 4a - Vidraça folheada de acordo com a reivindicação 3, caracterizada pelo facto de o filme fino estanque ser à base de polietileno tereftálato. 5a - Vidraça folheada de acordo com uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada pelo facto de o filme plástico dando propriedades de rigidez ser feito de uma resina tal que uma barra de 9 cm de comprimento e de 3 cm de largura, constituída de um vidro folheado compreendendo duas folhas de vidro de 4 mm de espessura reunidas por uma camada de 2 mm desta resina, tenha uma frequência de ressonância do primeiro modo fc que difere no máximo 35 % daquela de uma barra de vidro monolítica tendo o mesmo comprimento, a mesma largura e 4 mm de espessura. 6a - Vidraça folheada de acordo com uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada pelo facto de o filme plástico dando propriedades de amortecimento ser feito de uma resina tal como, quando numa espessura inferior ou igual a 1 mm, ele é associado num conjunto folheado com dois vidros de 2,1 mm para constituir uma placa folheada de que se mede o índice de isolamento acústico, este afasta-se, para as frequências 2 superiores a 800 Hz, de menos de 6 dB de um índice de referência aumentando de 9 dB por oitava até 2 000 Hz e de 3 dB por oitava nas frequências superiores. 7a - Vidraça folheada de acordo com uma das reivindicações 5 ou 6, caracterizada pelo facto de ser consituída por ligação de duas folhas de vidro realizada pela associação dos filmes da invenção na qual o filme plástico dando propriedades de amortecimento e/ou de rigidez ter uma espessura igual ou superior a 0,38 mm. 8a - Vidraça folheada de acordo com a reivindicação 7, caracterizada peio facto de o filme de desempenhos acústicos banais ter espessura igual ou superior a 0,38 mm. 9a - Vidraça folheada de acordo com a reivindicação 3 ou a reivindicação 4, caracterizada pelo facto de o filme fino estanque comportar na sua superfície uma ou várias camadas que modificam as suas propriedades de reflexão ou de transmissão luminosa e/ou a sua condução eléctrica. 10a - Vidraça folheada de acordo com uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada pelo facto de uma ou pelo menos duas placas rígidas transparentes comportar, nomeadamente sobre a sua superfície interna, uma ou várias camadas finas que modificam as suas propriedades de reflexão ou de transmissão luminosa e/ou a sua condução eléctrica. 11a - Aplicação da vidraça folheada de acordo com a reivindicação 5 na realização de vidraças destinadas a equipar as construções. 3 12a - Aplicação da vidraça folheada de acordo com a reivindicação 6 na realização de vidraças de veículos, em particular de vidraças de automóvel. 13a - Filme destinado a servir de intercalar a uma vidraça folheada e que é tal que ele fornece à vidraça propriedades de amortecimento e/ou de rigidez, caracterizado pelo facto de ser associado a pelo menos um filme de desempenhos acústicos banais, quer dizer que é tal que : • seja quando, numa espessura de 2 mm, ele é associado num conjunto folheado com dois vidros de 4 mm para constituir uma barra folheada de 9 cm de comprimento e 3 cm de largura e que se excita por um choque a barra, a frequência de ressonância do primeiro modo fc difere no máximo 35 % daquela de uma barra em vidro monolítico tendo o mesmo comprimento, a mesma largura e 4 mm de espessura, • seja quando, numa espessura no máximo de 1 mm, ele é associado num conjunto folheado com dois vidros de 2,1 mm para constituir uma placa folheada de que se mede o índice de isolamento acústico e que este se afasta para as frequências superiores a 800 Hz, no máximo 6 dB de um índice de referência aumentando de 9 dB por oitava até 2 000 Hz e de 3 dB por oitava nas frequências superiores. 14a - Filme de acordo com a reivindicação 13, caracterizado pelo facto de o filme de desempenhos acústicos banais ser um filme de polivinilbutiral Standard. 15a - Filme de acordo com a reivindicação 13 ou 14, caracterizado pelo facto de o filme plástico dando propriedades de amortecimento e/ou de rigidez ser separado do filme de desempenhos acústicos banais por um filme estanque. 16a - Filme de acordo com a reivindicação 15, caracterizado pelo facto de o filme fino estanque ser à base de polietileno tereftalato.

   Lisboa, - f JUM. 20ΘΘ O AGENTE OFICIAL

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