PT594820E - Sistema para a confeccao de pomadas farmaceuticas e/ou cosmeticas ou de produtos afins directamente no recipiente de aplicacao - Google Patents

Description

S<ÒM S2o t Γ

DESCRIÇÃO "SISTEMA PARA A CONFECÇÃO DE POMADAS FARMACÊUTICAS E/OU COSMÉTICAS OU DE PRODUTOS AFINS DIRECTAMENTE NO RECIPIENTE DE APLICAÇÃO" A invenção refere-se a um sistema para a confecção de pomadas, cremes, produtos em gel ou emulsões farmacêuticos e/ou cosméticos, com ou sem adição de componentes sólidos, num recipiente de mistura que pode ser fechado por meio de uma tampa, com um acessório misturador equipado de aletas misturadoras elásticas que pode ser accionado por meio de um motor eléctrico através de um veio de accionamento que atravessa uma abertura central existente na tampa, aletas essas cujas partes exteriores apresentam superfícies terminais que durante a rotação aderem à parede interior do recipiente de mistura.

Nas farmácias as misturas de substâncias gordurosas e em forma de gel de uma receita, misturadas com outros líquidos, com ou sem adição de ingredientes sólidos, são normalmente trituradas e misturadas à mão num assim chamado almofariz para pomadas por acção de uma mão de almofariz.

Almofarizes para pomadas são recipientes com abertura larga, nos quais o ar entra livremente. 0 número de gérmens introduzidos no recipiente de mistura durante a operação de mistura é demasiado grande para poder ser tolerado. Torna-se necessário limpar de forma complicada toda a aparelhagem para torná-la de novo utilizável. Em qualquer dos casos é necessário transvasar o produto misturado para um recipiente de utilização.

Para conseguir misturas homogéneas torna-se necessário formar a pomada lentamente e em várias etapas. Os diferentes ingredientes devem ser pesados em separado e adicionados passo a passo. Se as substâncias sólidas não forem suficientemente espalhadas no inicio da confecção, poderá tornar-se necessário um trata- 1

V

L-Cj ^ mento posterior de acabamento num moinho para pomadas, mesmo que tal só sirva para triturar aglomerações de substâncias em pó ou componentes cristalinos ainda não misturados.

No mercado oferecem-se máquinas para misturar ou agitar pomadas, com as quais é possível evitar a operação manual bastante trabalhosa, necessária para confeccionar uma mistura conforme a receita. Abstraindo do elevado custo de aquisição das máquinas conhecidas para misturar e agitar pomadas, a confecção envolve um grande dispêndio de tempo e é muito onerosa, sem falar dos trabalhos de processamento e de tratamento ulterior. É este por exemplo o caso de um aparelho para laboratório de acordo com a patente DE 36 38 656 Al, que serve para efectuar a dispersão, a emulsão e/ou a mistura de substâncias farmacêuticas ou cosméticas em pequenas quantidades (cerca de 1.000 g) . Para esse efeito prevê-se um recipiente de recolha à prova de pressão, para o que este está equipado de maneira a poder ser fechado por uma tampa e dispor de acessórios actuadores laterais e comportar também uma abertura de passagem para um veio misturador central, ao qual no interior do recipiente de recolha pode ser ligado de maneira amovível um acessório misturador com zonas marginais capazes de raspar o produto já misturado da parte inferior das paredes interiores do recipiente de recolha, mas ao qual também podem ser ligados acessórios para amassar, que não entram em contacto com a parede interior e que servem para poder misturar produtos de elevada viscosidade. . O aparelho para laboratório de acordo com a patente DE 3 6 38 656 Al foi concebido para experiências piloto que antecedem a produção de pomadas à escala industrial, sendo por esse motivo de construção complexa portanto totalmente sobredimensionado, o que faz com que seja pouco indicado para ser utilizado em farmácias para a confecção de pomadas obedecendo a receitas. Este aparelho não pode satisfazer as exigências inerentes aos processos de con- 2

V

-ο

fecção de receitas, para os quais se exigem tempos de confecção curtos. Acresce que se torna necessário transvasar o produto misturado do recipiente de recolha para recipientes especiais de aplicação da pomada, operação durante a qual não é de excluir a contaminação com gérmens contidos no ar.

Para no domínio medicinal tornar possíveis misturas de substâncias ao abrigo do ar ficaram a ser conhecidos um processo e um dispositivo para a confecção de cimento para ossos destinado à fixação de próteses (patente EP 0 178 658 Al) . Uma das substâncias que integram o cimento é um liquido que é arrefecido a uma temperatura de preferência compreendida entre 2 °C e 6 °C antes de ser misturado. Os diferentes aditivos são então misturados no vácuo, a uma pressão absoluta compreendida entre 0,05 e 0,5 bar e a temperaturas situadas na gama dos 0 °C a 21 °C, para minimizar a entrada de ar na mistura.

De acordo com um exemplo de realização concreto a confecção do cimento para ossos efectua-se num cilindro bastante comprido por meio de um acessório agitador que gira no interior daquele cilindro. Para obter em todo o espaço interior deste longo cilindro um efeito de agitação ou de mistura, o acessório agitador é composto por numerosos braços agitadores sobrepostos que se pro-jectam perpendicularmente a partir do veio do agitador. As extremidades destes braços não atingem a parede interior do cilindro. Os braços agitadores superior e inferior também não entram em contacto com a face interior da tampa ou do fundo, de modo que restam porções de material não misturado que podem aderir às paredes interiores do recipiente. Com este misturador de cimento para ossos não se consegue imitar a "formação" de pomadas ou produtos similares, tal como acontece nas farmácias num almofariz para pomadas, em que se utiliza uma mão de almofariz.

Acresce que a preparação do cimento para ossos se efectua na sala de operações, onde também se encontra instalada uma bomba 3 de vácuo que está ligada ao cilindro, estando este por sua vez fechado pela tampa de enroscar durante a operação de mistura. Este cilindro tem, para além de uma abertura central de passagem para o veio de accionamento do mecanismo agitador, também um bocal para a ligação da bomba de vácuo. A extremidade inferior do cilindro, equipada de um fundo à maneira de um pistão, encontra-se fixada durante a operação de mistura a um dispositivo de suporte, que por sua vez está ligado à bomba de vácuo.

Após a conclusão da operação de mistura torna-se necessário substituir a tampa de enroscar por uma outra tampa com uma parte de aplicação. Cria-se deste modo um "dispositivo de distribuição" que é colocado num dispositivo que exerce pressão, por meio do qual o pistão é empurrado para dentro do cilindro, o que permite encher uma cavidade aberta no tecido ósseo com cimento para ossos .

Nem a tampa de enroscar utilizada durante a operação de mistura, nem a parte de aplicação podem ser fechadas, de modo que se torna necessário transformar o recipiente de mistura de forma cilíndrica num dispositivo de aplicação imediatamente após a operação de mistura e dentro da sala de operações e isto através da substituição da respectiva tampa.

Finalmente ficou também a ser conhecido um dispositivo para aplicações à espátula, particularmente para a preparação de gesso a partir do qual se formam moldes para próteses dentárias. 0 dispositivo já conhecido é constituído por um recipiente que de preferência é metálico, com um fundo e uma tampa que é fixada ao bordo superior do recipiente por meio de parafusos. O fundo está ligado ao recipiente, constituindo parte integrante do mesmo, e está provido de um rebordo proeminente para a imobilização do recipiente sobre uma armação. A abertura central de tampa é atra- 4 p ^ ^—Ç· vessada por um veio de accionamento cuja extremidade inferior se encontra apoiada no fundo desse recipiente. Sobre o veio de accionamento encontram-se fixados, rio interior do recipiente, aletas de borracha sintética ou de borracha natural cuja altura é idêntica à altura do recipiente. A largura das aletas no sentido radial é tal que as suas extremidades livres encostam à parede interior do recipiente durante a rotação. São estas as palhetas que realizam a confecção do gesso. Este dispositivo já conhecido é um assim chamado dispositivo de marcha lenta. O veio de accionamento pode ser accionado por um motor mas também à mão (patente US-PS 1 430 070).

Se bem que entre a parede interior do recipiente e as extremidades das aletas de borracha que encostam àquela parede se consiga um certo efeito de aderência, este não basta no entanto para imitar a pressão de atrito existente entre o almofariz e a mão do mesmo.

Além disso torna-se necessário retirar o produto misturado do recipiente para lhe dar um tratamento ulterior e metê-lo noutros recipientes. Ao fazê-lo os gérmens contidos no ar podem entrar livremente na pasta.

Em vez disso a invenção tem o objectivo de obviar a este inconveniente e principalmente conseguir, no domínio das quantidades de utilização mais pequenas, por exemplo no que se refere ao volume das misturas conforme receita, uma boa mistura de pomadas, pastas, cremes, produtos em gel e emulsões ou ainda de produtos similares e evitar uma transferência ou um vazamento da mistura conforme receita de recipientes de mistura abertos para pequenos recipientes de aplicação.

De acordo com a invenção, este objectivo atinge-se pela adopção das características enunciadas na reivindicação 1. O recipiente de mistura é um boião com rosca para a confecção de re- 5 VΓ u,

ceitas e o acessório misturador é um misturador de aletas achatado com aletas misturadoras de configuração plana e com uma configuração em forma de meia-lua, visto no sentido de rotação, aletas essas cujas partes situadas do lado de fora têm a configuração de superfícies de atrito exteriores e cujas partes superior e inferior têm a conformação de superfícies de atrito superior e inferior, conformação essa em gue a altura do acessório misturador achatado com aletas e a altura do boião com rosca estão dimensionadas e adaptadas uma à outra de tal maneira que durante um movimento no sentido axial do acessório misturador com aletas em relação ao boião de mistura as superfícies de atrito exteriores em rotação encostam sob pressão de atrito à parede interior do recipiente de mistura, enquanto que a superfície de atrito superior pode encostar com pressão de atrito à face interior da tampa e a superfície de atrito inferior á face interior do fundo. A designação de boião com rosca é desde há muito tempo a denominação habitualmente usada nas farmácias para recipientes de armazenagem de pomadas ou de recipientes de aplicação de pomadas, de preferência no domínio das misturas à base de receitas. Hoje em dia os boiões com rosca são fabricados de matéria sintética e podem ser adquiridos no mercado com capacidades de 10, 20, 30, 50, 75, 100, 150, 200, 250 e 300 ou 500 ml. Só é permitido utilizar uma vez os boiões para servirem de embalagem para medicamentos, sendo interdito retomá-los e enchê-los de novo. Trata-se de recipientes descartáveis. A mistura dos ingredientes de uma receita num sistema fechado efectua-se, de acordo com a invenção, em larga medida ao abrigo do ar. Pode prescindir-se do transvase de pomadas, pastas, cremes, produtos em gel, emulsões ou produtos similares de um recipiente de mistura grande para pequenos recipientes de aplicação. O recipiente de mistura é simultaneamente recipiente de utilização e também recipiente de armazenagem. 6

V

L-Cj ^^ A configuração do acessório agitador de aletas e a adaptação engenhosa do boião com rosca ao acessório misturador de aletas permitem uma confecção tão boa quanto possível de misturas à base de uma receita num recipiente que desde há longa data deu provas da sua eficácia nas farmácias. 0 movimento do acessório misturador de aletas em relação ao boião com rosca durante a rotação do primeiro faz com que todo o conteúdo do boião com rosca seja envolvido no processo de mistura, de modo que a confecção de pomadas ou de produtos similares requer um tempo com uma duração substancialmente menor do que a confecção num almofariz para pomadas por acção da mão de almofariz.

Aperfeiçoamentos vantajosos encontram-se expostos nas reivindicações secundárias. A boa e rápida mistura da massa é no essencial conseguida pela adopção das medidas enunciadas nas reivindicações 2 e 3, bem como 5.

De acordo com a invenção o boião com rosca foi aperfeiçoado conforme indicado na reivindicação 6. As medidas enunciadas nesta reivindicação permitem utilizar o boião não só como recipiente de armazenagem e de aplicação como também e principalmente como recipiente de mistura para misturas à base de receitas.

Se o corpo do boião for um cilindro redondo, a sua extremidade virada para o lado contrário ao da rosca exterior destinada à tampa de enroscar pode estar provida de um fundo com abertura e de um aro interior. Pode então prever-se no interior do corpo do boião um fundo móvel. Isto por sua vez permite premir o conteúdo do boião com rosca para fora desse boião, passando pela abertura central da tampa de enroscar ou por um aplicador. No âmbito da presente invenção é possível fixar, por meio de uma ligação de 7 Γ enclipsar, diferentes tipos de aplicador na abertura central da tampa de enroscar. Com o fundo móvel pode, caso necessário, efec-tuar-se também uma compensação de volumes, quando a quantidade de uma mistura à base de uma receita for menor do que o volume do boião com rosca.

Outras caracteristicas da invenção encontram-se enunciadas nas reivindicações secundárias 7 a 12. Reveste-se de especial importância o facto de a abertura central da tampa de enroscar poder ter a configuração de uma parte da ligação por enclipsagem, destinada a fixar diferentes tipos de aplicador.

Pela presente invenção é pela primeira vez possível confec-cionar na farmácia pomadas à escala da simples receita, tal como definido no §7 do regulamento de serviço para farmácias (ApBe-trO), bem como segundo as directivas GMP e AMG §55. 0 boião de acordo com a invenção, com o fundo móvel, assegura também pela primeira vez num boião com rosca o cumprimento da exigência contida no §13 da ApBetrO, que diz que a qualidade do medicamento comercializado não deve ser afectada mais do que o estritamente inevitável.

De seguida explicam-se alguns exemplos de realização mediante o respectivo desenho. As figuras do desenho mostram:

Fig. 1 um primeiro exemplo de realização da invenção, num corte transversal ao longo da linha I-I da fig. 4,

Fig. 2 um corte transversal de uma tampa de enroscar,

Fig. 3 um corte transversal de um corpo de boião, que corresponde a um segundo exemplo de realização da invenção,

Fig. 4 um corte transversal ao longo da linha IV-IV da fig. 1, incluindo uma vista de topo do acessório misturador,

Fig. 5 dois cortes transversais ao longo da linha V-V da fig. 4, Fig. 6 cortes transversais de diferentes tipos de aplicador e 8 Γ u

Fig. 7 uma representação esquemática de um mecanismo misturador. A fig. 1 mostra em corte transversal um boião com rosca 1, compreendendo o corpo 2 do boião, que tem a configuração de um cilindro redondo. Esse cilindro comporta uma parede interior 3 com um diâmetro 4. A parte superior da parede exterior 5 do corpo do boião está provida de uma rosca exterior 8.

No fundo do corpo 2 do boião existe uma abertura 6 circundada por um aro interior 7.

No interior do corpo 2 do boião, com a configuração de um cilindro redondo, pode deslizar um fundo móvel 9, que apresenta uma face interior 11 e cujo diâmetro 10 corresponde ao diâmetro 4 do corpo do boião. O fundo móvel 9 é ligeiramente abaulado e apresenta um bordo exterior 12 que faz a transição para um aro de deslizamento 13. O fundo 9 pode ser premido para cima sem dificuldade através da abertura existente no fundo 6. O seu bordo exterior 12 assegura a vedação em relação à parede interior 3 do corpo 2 do boião. Na rosca exterior 8 do corpo 2 do boião encontra-se enroscada uma tampa 26, cujo bordo 27 está provido de uma rosca interior 28. A tampa de enroscar 26 está dotada de uma abertura central 30 com um diâmetro interior 31. A abertura central pode ser fechada por um tampão de fecho 32, que apresenta um furo longitudinal central 33 que assegura um certo grau de elasticidade. 0 tampão está além disso provido de uma asa de abrir 34 e é fixado à tampa de enroscar 26 por meio de uma tira de ligação 35. Dois furos 23 diametralmente opostos, abertos na parte de baixo do corpo 2 do boião, destinam-se a imobilizar ou a fixar o corpo do boião numa armação. A fig. 2 mostra um corte transversal da tampa de enroscar 26, sendo visível que a tampa de fecho 32 veda a abertura central 30. 9 Γ

Na fig. 3 encontra-se representado um segundo exemplo de realização de um corpo 15 de um boião. Por motivos ligados à tecnologia de fabrico utilizada a parede interior 16 e a parede exterior 18 têm uma configuração em forma de tronco de cone. 0 adelgaçamento do corpo 15 do boião no sentido do fundo fixo 19 é o indicado pelo ângulo 22. 0 diâmetro médio da parede interior 16 é referenciado pelo índice 17. 0 fundo fixo apresenta uma face interior 20 abaulada. A forma do fundo encontra-se adaptada à parte de superfície inferior do acessório misturador. A rosca exterior 21 na parte superior da parede exterior 18 corresponde à rosca interior 28 aberta no bordo 27 da tampa de enroscar 26. Dois furos 24 diametralmente opostos existentes na parte inferior do corpo 15 do boião estão previstos para a imobilização ou a fixação do corpo do boião sobre uma armação 50. A fig. 4 mostra um corte ao longo da linha IV-IV da fig. 2, incluindo uma vista de topo do acessório misturador.

Como a fig. 1 permite reconhecer, as zonas 37 da parede do corpo do boião encontram-se recortadas para melhor ilustrar a situação anteriormente descrita. Este facto é sinalizado por um sombreado de linhas cruzadas. Estas zonas recortadas 37 encontram-se também representadas na fig. 4, para demonstrar que as partes de aleta 59 do acessório misturador de aletas orientadas no sentido contrário ao da rotação apresentarem, no estado em que se encontram abertas para o lado de fora, um afastamento 60 entre as superfícies de fricção 58, que é maior do que o diâmetro interior 4 ou o diâmetro médio 17, respectivamente, do corpo 2 ou 15 do boião. Como já anteriormente se referiu, as zonas 37 só se encontram representadas em corte para fins de demonstração. O acessório misturador de aletas 56 apresenta aletas misturadoras 57 em forma de meia-lua, que rematam em partes de aleta 10 Γ 59 viradas para o sentido contrário ao da rotação. As partes de aleta 59 encontram-se retraídas para o interior do boião, de maneira a que durante a rotação a inércia do produto a misturar comprima as superfícies de fricção 58 com maior força contra as paredes interiores 3, 16 do boião com rosca 1, 14. A fig. 5 mostra um corte transversal ao longo da linha V-V da fig. 4. Principalmente na zona de transição entre o cubo 62 do acessório misturador de aletas e as aletas 57 a secção transversal 61 destas aletas tem ma configuração própria de um hélice de avião, o que faz com que o produto seja comprimido durante a mistura contra a superfície interior 11 do fundo móvel 9 ou contra a superfície interior 20 do fundo fixo 19.

Na fig. 1 o acessório misturador de aletas 56 encontra-se representado num corte transversal ao longo da linha I-I da fig. 4. Reconhece-se claramente que as superfícies de fricção 58 se encontram em contacto com a parede interior 3 do corpo 2 do boião. 0 acessório misturador de aletas 56 encontra-se fixado na extremidade de um veio de accionamento 54 que atravessa a abertura central 30 da tampa de enroscar 26. Em virtude da elasticidade das aletas misturadoras 57 a operação de mistura não é afectada pela configuração em forma de tronco de cone da parede interior 16 do boião com rosca 1, 14.

As partes inferiores 64 do acessório misturador de aletas 56 têm uma perfilagem que acompanha a face interior 11 ou 20. As partes superiores 63 do acessório misturador de aletas 56 encontram-se adaptadas à forma da superfície interior 29 da tampa de enroscar 26. A fig. 6 mostra aplicadores que foram desenvolvidos de acordo com as exigências do DAB para serem utilizados na aplicação de pomadas, usando o boião com rosca configurado de acordo com a invenção. Assim, a fig. 6a mostra em corte transversal 11

V

t aplicadores apropriados (nariz e ouvidos 38, rectal 39, 40 e vaginal 41). A fig. 6e mostra a ligação de um aplicador 42 com a tampa de enroscar 26. A ligação efectua-se por meio de uma junção de enclipsar 44. Parte constituinte desta ligação por enclipsagem é a abertura central 30 existente na tampa de enroscar 26. Cada aplicador 38 a 42 apresenta uma parte inferior 45, cujo diâmetro 46 corresponde ao diâmetro 31 da abertura central 30 da tampa de enroscar 26. Cada aplicador 38 a 42 remata num aro terminal 47, acima do qual se encontra disposto um rebordo 48, que serve para enclipsá-lo. O afastamento entre o aro terminal 47 e o rebordo de enclipsagem 48 corresponde à espessura da tampa de enroscar 26. A fig. 7 mostra esquematicamente um mecanismo misturador 49, por meio do qual é possível accionar o acessório misturador de aletas 56. Sobre uma placa de base 51 encontra-se montada uma coluna 52, na qual está fixado um motor eléctrico 53 de velocidade de rotação variável. Este motor pode ser movido para cima e para baixo da maneira já sobejamente conhecida, e isto por meio de um punho 55, tal como se encontra esboçado através da seta dupla desenhada junto do punho 53. Na extremidade do veio de accio-namento 54 encontra-se acoplado o atrás descrito acessório misturador de aletas 56. O boião com rosca 1 e a sua tampa de enroscar 26 encontram-se apenas esboçados. A operação de mistura pode efectuar-se enquanto a pessoa que opera o dispositivo segura o boião com rosca 1, 14 na mão e o move lentamente para cima e para baixo em relação ao acessório misturador de aletas não representado nesta figura.

Sem alterar minimamente o cerne da invenção, é também possível fixar o boião com rosca sobre uma armação 50 e fazer subir e descer o motor eléctrico 53 com o auxílio do punho 55 ou então de forma automática. 12

V

u

Após a conclusão da operação de mistura retira-se a tampa de enroscar 26 do boião com rosca 1, 14. Seguidamente pode desligar-se o veio de accionamento 54 do encabadouro do motor eléctri-co 53 e separar deste modo a tampa de enroscar do veio de accionamento 54. É no entanto também possível separar o mecanismo misturador de aletas 56 da extremidade do veio de accionamento para poder sacar da tampa 26 o veio de accionamento 54.

Concluída a operação de mistura a abertura central 30 da tampa de enroscar é obturada pelo tampão de fecho 32 ou então introduz-se logo de seguida na abertura central 30 um dos aplicado-res representados na fig. 6, que será tapado por meio da capa 43. O encaixe dos aplicadores na tampa de enroscar é tão firme, que estes não deslizam durante a aplicação de pomadas, podendo no entanto, caso necessário, ser facilmente substituídos.

Os boiões com rosca podem ser fabricados a partir de qualquer material já conhecido. Os acessórios misturadores de aletas podem ser feitos de aço de mola ou de nylon. Ambos os materiais permitem uma deformação elástica.

Quando o recipiente de mistura ou de aplicação se encontra fixado sobre uma armação 50 disposta por debaixo do motor eléc-trico 53, o curso do acessório misturador de aletas 56 pode ir desde o batente junto da face interior 29 da tampa de roscar 26 até ao batente junto da face interior 11 ou 20 do fundo do boião com rosca. Sem alterar no mínimo o cerne da invenção, este movimento entre o boião com rosca 1, 11 e o acessório misturador de aletas 26 pode também ser efectuado à mão, encontrando-se o motor eléctrico 53 numa posição fixa. São especialmente vantajosas as superfícies de fricção 58 da extremidade da aleta misturadora 57, que durante a operação de mistura sobem e descem e que devido ao maior afastamento 60 e à curvatura em forma de meia-lua das aletas são mantidas sob tensão e comprimidas contra a parede interior do corpo do boião, aumentando a pressão de fricção automatica- 13 Γ mente na dependência da velocidade de rotação, e isto devido à configuração especial das pontas das aletas.

Para os efeitos da presente invenção podem utilizar-se boi-ões com rosca 1, 14 com capacidades de 10, 20, 30, 50, 75, 100, 150, 200, 250 ou 500 ml.

Uma vantagem especial da presente invenção reside no facto de as superfícies de fricção 58, 63, 64 entrarem durante a rotação do acessório miturador de aletas em contacto íntimo com as superfícies interiores do bòião com rosca, e isto devido à pressão de atrito. Isto permite misturar também ingredientes extrema-mente viscosos e distribui-los homogeneamente no seio do produto contido no boião. O alargamento de forma elipsoidal do cubo 62 na zona de ligação das aletas misturadoras 56 e a configuração da secção transversal destas zonas sob a forma de perfis de hélice 61 gera um empuxo para o lado de baixo, à maneira de um efeito de hélice, o que permite obter uma distribuição rápida do produto a misturar. Pós de granulometria grosseira e componentes contendo cristais finos são triturados entre as superfícies de atrito e a superfície interior do corpo do boião, podendo deste modo ser distribuídos no seio da mistura sob a forma de uma dispersão fina. Para a dispersão de ingredientes sólidos são aconselháveis velocidades de rotação que vão até ao máximo de 2.000 rpm, enquanto que para misturar e emulsionar produtos bastam velocidades compreendidas entre 100 e 500 rpm. A invenção oferece a possibilidade de utilizar no dispositivo agitador ou de mistura acessórios misturadores com uma outra configuração, em função das substâncias a misturar (p.ex. substâncias em pó ou misturas de pomadas sem componentes sólidos). 14 L-Cj ^^

Além disso a invenção oferece a possibilidade de durante a confecção de uma pomada, p.ex., ser na maioria dos casos possível dosear simultaneamente todos os ingredientes para dentro do boi-ão. Regra geral obtém-se em menos de um minuto uma mistura extremamente homogénea, dependendo este tempo também da velocidade de rotação para a qual o motor eléctrico 53 está regulado.

Especialmente nos recipientes de aplicação com fundo desli-zante é possível, após o enchimento dos ingredientes da receita, fazer sair o ar, para o que se empurra para o lado de cima o fundo do boião, tornando-se desta maneira em larga medida impossível a contaminação por gérmens, bem como o aparecimento de bolhas de ar indesejáveis e ainda a oxidação por acção do ar. Resultados quase idênticos obtêm-se sempre que o tamanho do boião com fundo fixo for bem adaptado à quantidade do produto a misturar. No que se refere à confecção de receitas, ambos os boiões satisfazem as directivas AMP. A confecção de uma pomada num sistema fechado e contendo pouco ar assegura um maior prazo de validade do que o método de confecção convencional.

Após conclusão da operação de agitar e de misturar retira-se o acessório misturador de aletas. O recipiente de mistura é fechado por meio da tampa de enroscar 26. Caso necessário pode montar-se um aplicador. Caso contrário prime-se o tampão de fecho 32 para dentro da abertura central 30, após o que a mistura conforme a receita está pronta para ser utilizada.

De acordo com a invenção é possível poupar bastante tempo pela redução do número de fases de trabalho e de um encurtamento muito significativo da duração da operação de mistura. Deverá re-ferir-se neste contexto que o acessório misturador 56 é o único componente que se torna necessário limpar. 15

Se o consumidor escolher o recipiente de aplicação com fundo móvel 9, terá duas possibilidades de retirar o produto misturado : 1. 0 consumidor poderá, tal como nos boiões actualmente em uso e no recipiente de aplicação com fundo fixo, remover a tampa de enroscar e retirar o produto misturado ou 2. o consumidor abre o tampão da tampa de enroscar e empurra com uma leve pressão sobre o fundo em forma de pistão o produto misturado para fora da abertura central da tampa de enroscar, podendo para tal utilizar também um aplicador.

Esta potencialidade faz com que se possa evitar uma posterior contaminação do produto misturado com gérmens, mas também evitar a alteração tantas vezes observada da superfície do produto misturado, que oxida por acção do ar ou que seca durante a armazenagem.

Ao escolher um recipiente aplicador com fundo móvel 9, obtém-se um prazo de validade que de outro modo só poderia ser obtido com a bisnaga metálica flexível exigida pelo DAB.

Lisboa, 18 de Abril de 2000

O AGENTE OFICIAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

16

Claims (12)

1. V REIVINDICAÇÕES 1. Sistema para a confecção de pomadas, cremes, produtos em gel ou de emulsões farmacêuticos e/ou cosméticos, com ou sem adição de componentes sólidos, num recipiente de mistura (1, 14) que pode ser fechado por meio de uma tampa (26) e com um acessório misturador (56) equipado de aletas misturadoras elásticas, que pode ser accionado por um motor eléctrico (53) por meio de um veio de accionamento (54) que atravessa uma abertura central (30) existente na tampa (26), aletas essas cujas partes exteriores apresentam superfícies terminais que durante a rotação aderem à parede interior (9, 16) do recipiente de mistura (1, 14), caracterizado por o recipiente de mistura ser um boião com rosca (1, 14) destinado à confecção de receitas e por o acessório misturador ser um misturador de aletas achatado (56), com aletas misturadoras (57) de configuração achatada e com uma forma em meia-lua, visto no sentido de rotação, aletas essas cujas partes situadas do lado de fora têm a configuração de superfícies de atrito (58) exteriores e cujas partes superior e inferior têm a configuração de superfícies de atrito (63, 64) superior e inferior, configu ração essa em que a altura do acessório misturador (56) achatado com aletas e a altura do boião com rosca (1, 14) estão dimensionadas e adaptadas uma em relação à outra de tal maneira que durante um movimento no sentido axial do acessório misturador com aletas (56) em relação ao recipiente de mistura (1, 14) as superfícies de atrito (58) exteriores em rota ção encostam sob pressão de atrito à parede interior (3, 16) do boião com rosca (1, 14), enquanto que a superfície de ' atrito superior (63) pode encostar com pressão de atrito à face interior (29) da tampa (26) e a superfície de atrito inferior (64) à face interior (11, 10) do fundo (9, 19).
2. 2. Acessório misturador com aletas (56) destinado à confecção de pomadas, cremes, produtos em gel ou emulsões farmacêuticos 1

   e/ou cosméticos, com ou sem adição de componentes sólidos, num recipiente de mistura (1, 14) que pode ser fechado por meio de uma tampa (26) , acessório misturador esse que pode ser accionado por um motor eléctrico (53) através de um veio de accionamento (54) que atravessa uma abertura central (30) existente na tampa (26) e que comporta aletas misturadoras (57) de configuração achatada e com uma forma em meia-lua, visto no sentido de rotação, aletas essas cujas partes situadas do lado de fora têm a configuração de superfícies de atrito (58) exteriores e cujas partes superior e inferior têm a configuração de superfícies de atrito (63, 64) superior e inferior, configuração essa em que a altura do acessório misturador (56) achatado com aletas e a altura do recipiente de mistura (1, 14) estão dimensionadas e adaptadas uma em relação à outra de tal maneira que durante um movimento no sentido axial do acessório misturador com aletas (56) em relação ao recipiente de mistura (1, 14) as superfícies de atrito (58) exteriores em rotação encostam sob pressão de atrito à parede interior (3, 16) do boião com rosca (1, 14), enquanto que a superfície de atrito superior (63) pode encostar com pressão de atrito à face interior (29) da tampa (26) e a superfície de atrito inferior (64) à face interior (11, 10) do fundo (9, 19), caracterizado por o afastamento (60) entre as superfícies de atrito (58) exteriores, em posição diagonalmente oposta, ser maior na posição em que as aletas misturadoras (57) em forma de meia-lua se encontram abertas para o lado de fora do que o diâmetro (7, 17) do boião com rosca (1, 14) e por a parte de dentro das suas aletas misturadoras (57) se encontrar fixada a um cubo (62) que pode ser ligado à extremidade inferior do veio de accionamento (54) e por na zona de transição entre o cubo (62) e por o braço em forma de arco de cada aleta misturadora (57) ter uma configuração à maneira de um perfil de hélice de avião (61). 2
3. 3. Acessório misturador com aletas de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por o perfil em forma de hélice de avião (61) da aleta misturadora (57) ter uma superfície de atrito superior (63) com uma configuração tal que durante a rotação a massa a misturar é impelida no sentido do fundo (9, 19) do boião com rosca e o perfil em forma de hélice de avião (61) da aleta misturadora (57) ter uma superfície de atrito inferior (64) com uma configuração tal que durante a rotação a massa a misturar é impelida no sentido da tampa de enroscar (26) .
4. 4. Acessório misturador com aletas de acordo com as reivindicações 2 e 3, caracterizado por o mesmo apresentar duas aletas misturadoras (57).
5. 5. Acessório misturador com aletas de acordo com qualquer das reivindicações 2 a 4, caracterizado por as partes terminais das superfícies de atrito do lado de fora (58), que durante a rotação se encontram viradas para o lado de trás, se afastarem durante a rotação da parede interior (3, 16) do boião com rosca (1, 14) e penetrarem no espaço interior do corpo (2, 15) do boião,
6. 6. Boião com rosca (1, 14), que pode ser fechado por meio de uma tampa (26) e que serve para a confecção de pomadas, cremes, produtos em gel ou emulsões farmacêuticos e/ou cosméticos, com ou sem adição de componentes sólidos, cuja tampa (26) tem uma abertura central (30) que pode ser atravessada por um veio de accionamento (54) movido por um motor eléctrico (53), veio esse que comporta um acessório misturador com aletas (56) que está equipado de aletas misturadoras (57) de configuração achatada, aletas essas cujas partes situadas do lado de fora têm a forma de superfícies de atrito, que durante a rotação aderem à parede interior (9, 16) do boião com rosca (1, 14) e cujas partes superior e inferior têm a configuração 3 Γ

   de superfícies de atrito (63, 64) superior e inferior, configuração essa em que a altura do acessório misturador (56) achatado com aletas e a altura do recipiente de mistura (1, 14) estão dimensionadas e adaptadas uma em relação à outra de tal maneira que durante um movimento no sentido axial do acessório misturador com aletas (56) em relação ao recipiente de mistura (1, 14) as superfícies de atrito (58) exteriores em rotação encostam sob pressão de atrito à parede interior (3, 16) do boião com rosca (1, 14), enquanto que as superfícies de atrito superiores (63) podem encostar com pressão de atrito à face interior (29) da tampa (26) e as superfícies de atrito inferiores (64) à face interior (11, 10) do fundo (9, 19) , caracterizado por o boião com rosca poder ser utilizado tanto como recipiente de mistura como também como recipiente de utilização para misturas à base de receita, por o corpo (2) do boião ter a configuração de um cilindro redondo e por a parede interior (16) e a parede exterior (18) do corpo (14, 15) do boião se adelgaçarem a partir da tampa (26) até ao fundo fixo (19) à maneira de um tronco de cone, por a tampa do boião ter a configuração de uma tampa de enroscar (26), por a abertura central (30) poder ser fechada por um tampão (32; 38-42) após a conclusão da operação de mistura e após ter sido retirado o veio de accionamento (54) e por a forma das faces interiores (11, 20) do fundo (9, 19) fixo ou móvel se encontrar adaptada às superfícies de atrito inferiores (64) do acessório misturador com aletas (56) e a forma da face interior (29) da tampa de enroscar (26) à da superfície de atrito superior (63) do acessório misturador com aletas.
7. 7. Boião com rosca de acordo com a reivindicação 6, caracterizado por a extremidade do lado oposto à da tampa de enroscar (26) do boião com rosca (1) configurado à maneira de um cilindro redondo apresentar uma abertura (6) no fundo e por o fundo ter a configuração de um fundo (9) que desliza no interior do boião com rosca (1). 4
8. 8. Boiâo com rosca de acordo com as reivindicações 6 e 7, carac-terizado por a abertura (8) no fundo estar provida de um aro interior (9) .
9. 9. Boião com rosca de acordo com qualquer das reivindicações 6 a 8, caracterizado por o bordo exterior (12) do fundo móvel (9) fazer uma transição para um aro de deslizamento inferior (13) .
10. 10. Boião com rosca de acordo com qualquer das reivindicações 6 a 9, caracterizado por a abertura central (30) existente na tampa de enroscar (26) ter uma configuração tal que permite a fixação de diferentes tipos de aplicador (38-42).
11. 11. Boião com rosca de acordo com a reivindicação 10, caracterizado por a abertura central (30) existente na tampa de enroscar (2 6) ter a configuração de uma das partes de uma ligação por enclipsagem (44) destinada à fixação de diferentes tipos de aplicador (38-42), cuja zona posterior (45), com um diâmetro (46) que corresponde ao diâmetro (31) da abertura central (30), está provida de um aro terminal (47) e de um rebordo (48) para enclipsagem.
12. 12. Boião com rosca de acordo com qualquer das reivindicações 6 a 11, caracterizado por se prever um tampão de fecho (32) ligado à tampa de enroscar (26) para tapar a abertura central (30) . Lisboa, 18 de Abril de 2000 0 AGENTE OFICIAL DA PROPRrEDADE ΙΝΠΙISTRIAL

    5