PT1509735E - ''dispositivo de regulação da temperatura de um líquido, nomeadamente um vinho'' - Google Patents

Description

1

DESCRIÇÃO "DISPOSITIVO DE REGULAÇÃO DA TEMPERATURA DE UM LÍQUIDO, NOMEADAMENTE UM VINHO" A invenção refere-se a um dispositivo com o qual, mediante arrefecimento, se pode regular a temperatura de um líquido, especialmente do vinho.

Todos os especialistas e amantes de vinhos de qualidade sabem bastante bem que a temperatura a que o vinho é servido é decisiva para avaliar as suas propriedades especiais, sobretudo os seus aromas.

Assim, existem diversas tabelas de referência, que indicam os âmbitos ideais de temperaturas para cada tipo de vinho ou região. 0 âmbito de temperatura é muito variável de vinho para vinho e nem sempre é fácil obter a temperatura ideal à qual o vinho pode expandir, alcançar e manter todas as suas qualidades, dependendo isso de inúmeras condições. A primeira condição diz respeito às condições de armazenamento e conservação das garrafas, o que pode conduzir a uma temperatura ou demasiado alta ou demasiado baixa, logo que as garrafas são retiradas para serem servidas.

Caso as garrafas não se encontrem guardadas em condições satisfatórias, isto é, na cave, estão, pelos menos, demasiado quentes, sendo então preciso esperar um certo tempo, antes de poderem ser consumidas depois de arrefecerem. 2 0 processo, que consiste no arrefecimento de um vinho depois de mantê-lo a uma temperatura inferior à temperatura ambiente, é muito delicado.

Para o fazer, corre-se o perigo de „quebrar" o vinho, isto é, ele pode perder as suas substâncias aromáticas e gustativas, quando fica exposto a uma queda brusca de temperatura.

Poucas são as pessoas cuidadosas que recorrem a métodos empíricos, completamente inadequados e colocam as garrafas no frigorífico ou no congelador durante algum tempo para arrefecerem. É evidente que tais métodos têm um efeito destruidor nas características do líquido e são totalmente inadequados. Mas, acontece por vezes, por exemplo na gastronomia, ser um factor imperativo de rapidez incontornável. Com efeito, se um amador esclarecido poder dar-se ao luxo de esperar algumas horas para degustar um vinho nobre, num ambiente privado, este não é mais o mesmo assim que o serviço é efectuado num quadro profissional nomeadamente na área da restauração.

Por motivos evidentes de rentabilidade e de credibilidade, para um hoteleiro ou um escanção não é possível exigir dos seus clientes que esperem várias horas para degustarem o vinho que escolhem no cardápio. Também não é possível correr o risco de ser desacreditado ao servir um vinho demasiado quente ou demasiado frio por ter sido usado um método não controlado e não progressivo.

Por isso, é necessário dispor de meios para conservar e manter o vinho à temperatura ideal de degustação, sem por 3 isso serem alteradas as suas propriedades organolépticas.

Foram propostas diversas soluções para garantir um arrefecimento relativamente rápido do liquido sob condições que não comprometam as suas propriedades gustativas. 0 documento US 565 1254 descreve um recipiente de forma circular, em cujo interior pode ser colocado um canudo circular, cuja parte superior fica saliente na extremidade aberta do recipiente e com o qual está ligado por duas barras transversais. 0 espaço compreendido entre o aro e o recipiente é depois enchido com água e o conjunto é colocado na arca congeladora durante um certo tempo.

Quando a água estiver congelada, retira-se tudo da arca congeladora, retira-se o canudo o que faz com que no seu lugar fique livre um espaço redondo, onde se pode colocar uma garrafa ou um recipiente com liquido.

Esta solução permite seguramente arrefecer um liquido relativamente depressa. Isto no entanto leva o seu tempo e é, sobretudo, pouco estética, por exemplo, quando é usada num restaurante. 0 documento US 6 196 017 descreve uma peça que é introduzida no interior de um dispositivo refrigerador e que se destina a uma garrafa de vinho. A peça possui um alojamento previsto para receber um material ou um liquido refrigerante e destina-se a ser colocado no interior de um recipiente para bebidas. A garrafa com o liquido é depois colocada no interior deste 4 recipiente para bebidas de modo a dispor a peça entre a parede do recipiente e um dos lados da garrafa.

Este processo não é mais satisfatório porque demora muito tempo e é difícil de concretizar e a sua utilização fora da esfera privada é bastante inestética. 0 documento GB 2 340 591 descreve uma solução mais interessante, na qual é usada uma peça concebida para ser introduzida no gargalo de uma garrafa, depois de ter sido refrigerada. A peça descrita é composta por um corpo cilíndrico oco, que é fechado na sua extremidade inferior e que termina, na sua extremidade superior, em dois rebordos laterais salientes que ficam apoiados no gargalo da garrafa e que possuem, pelo menos, um orifício contínuo, sendo o conjunto fechado com uma tampa redonda que também apresenta orifícios periféricos, os quais coincidem com os orifícios, quando a tampa se encontra em posição de aberta, de forma a permitir que o líquido contido na garrafa possa sair dela.

Este dispositivo é bastante apropriado, por exemplo, no consumo de bebidas num âmbito desportivo ou informal. Contrariamente a isto, a sua utilização depende muito exactamente das dimensões do recipiente e não é adaptável a todo o tipo de garrafas. O escoamento do líquido através dos orifícios periféricos da tampa supõem uma rotação prévia desta última, para colocá-la na posição correcta, correndo o risco de que caiam algumas gotas ou mesmo se entorne inadvertidamente algum líquido pelo lado da garrafa, sempre que fique algum espaço livre entre as extremidades da peça e a tampa. 5

Além disso, em nenhuma das técnicas anteriores são divulgados ou permitidos métodos com precisão na temperatura da bebida, no memento em que é servido, nem mantêm essa temperatura durante um período de tempo suficiente.

Adicionalmente, os dispositivos conhecidos podem induzir efeitos secundários, particularmente na restauração, tal como o descolamento de etiquetas apostas nas garrafas ou um humedecimento, ou escoamento dos líquidos nas toalhas, o que em qualquer dos casos se torna desagradável.

Seria desejável dispor de um aparelho que se pudesse usar de modo fácil, rápido e individualmente. É igualmente desejável que tal aparelho possa ser utilizado à mesa permitindo obter, relativamente depressa, a temperatura apropriada e mantê-la durante um período de tempo exacto enquanto a bebida está a ser consumida. Finalmente, o aparelho deverá permitir a extracção do líquido, sem o risco de este escorrer ou oxidar, ou mesmo alterar as suas propriedades devido à longa exposição ao ar, e sem que, para isso sejam necessários manuseamentos complicados. A presente invenção propõe solucionar os inconvenientes da técnica anterior, tal como acima descritas, bem como responder aos objectivos indicados através de um aparelho composto por uma peça arrefecida concebida para ser introduzida no gargalo da garrafa, compreendendo superfícies de pega que formam uma tampa e por onde o líquido passa para ser vertido. A solução técnica actualmente disponível no mercado que mais se aproxima desta solução está descrita no documento US 4 531 383. 6 0 documento US 4 531 383 descreve uma tampa de atarraxar para um recipiente isolado com uma rolha e uma tampa. A tampa contém um corpo refrigerante cilíndrico e oco que entra na garrafa até ficar mergulhado no líquido contido no interior de recipiente, quando a tampa está colocada. Quando se enche o corpo desta peça com a ajuda de um líquido refrigerante adequado, antes de fixar a tampa no recipiente, pode-se fazer baixar a temperatura do líquido e manter este valor durante algum tempo.

Este dispositivo serve tão-somente para arrefecer o líquido no interior do recipiente e a peça não tem qualquer ligação ao exterior que permita retirar o líquido contido no recipiente ou para o vazar. 0 JP-A-03 156 293 refere-se a um aquecedor, vedado em ambas as extremidades, e que contém um líquido activo. Na parte superior do corpo desta peça é colocado um acumulador térmico. 0 corpo da peça e o acumulador são previamente aquecidos, depois o corpo da peça é introduzido no líquido até a temperatura do líquido ficar equilibrada com a do corpo da peça.

Este dispositivo, que serve para aquecer, não permite retirar nenhum líquido do recipiente, sem retirar, antes disso, a parte superior do corpo da peça e o acumulador.

Uma vantagem principal da presente invenção consiste em tornar possível servir a bebida, sem retirar a peça da garrafa. A presente invenção é mais fácil de compreender com a ajuda da descrição que se segue, de um modo não limitativo, com a ajuda das figuras em anexo nas quais: 7 - Fig. 1: um corte através do dispositivo, de acordo com a invenção, que é introduzido no interior de uma garrafa, e - Fig. 2: é uma vista detalhada da parte superior do dispositivo, de acordo com a invenção.

Em referência às figuras anexas e à Fig. (1), o dispositivo de acordo com a invenção é composto por um corpo cilíndrico (1), concebido para ser introduzido no gargalo (9) de uma garrafa (10), fechado na sua extremidade inferior (2b) e que termina, na sua extremidade superior, (2a) por meios de preensão (2).

Os meios de preensão (2) são compostos por uma peça (3) com uma secção circular com um diâmetro superior ao da secção do gargalo (9) e comportam uma base em forma de cone truncado (13) na extremidade superior (2a) do corpo (1) disposto de maneira a poder entrar no mencionado gargalo (9) da garrafa (10), logo que o corpo da peça (1) é introduzido na garrafa, para formar uma rolha. Para isso, as paredes laterais da base (13) vão sendo reduzidas para dentro. O corpo cilíndrico (1) está dividido em duas partes (la) e (lb) . A parte inferior (lb), que representa de preferência cerca de 2/3 do comprimento total do corpo (1), é concebida para ser pelo menos parcialmente enchida com um fluido (6) que congela a 0°C.

Preferencialmente, o fluido é composto por um gel que é introduzido no corpo sob uma pressão entre 12 e 18 bar, de forma a não permitir a deformação das paredes durante o 8 processo de congelação.

As partes (la) e (lb) do corpo (1) estão separadas uma da outra por meio de uma vedação fixa (7) , que é colocada depois da introdução do gel (6). Desta maneira, a parte inferior (lb) está completamente vedada e o gel não pode escorrer para a parte superior (la). Esta última, que representa sensivelmente um terço do comprimento total do corpo (1) , encontra-se fixa à peça (3) na sua extremidade superior e que afinal constitui o seu prolongamento. A parte superior (la) do corpo (1) possui, pelo menos, uma fenda longitudinal (8), a qual se estende por todo o comprimento e que comunica com o exterior por meio de um tubo (5) que atravessa esta peça (3) no meio. O tubo (5) termina em baixo, no interior da parte superior (la) do corpo (1) e encontra-se associada a uma tampa (4) na sua extremidade superior.

Naturalmente que o número das fendas (8) pode variar, sem que por isso seja posto em causa o modo de funcionamento do dispositivo.

Numa forma de realização, a tampa (4) pode possuir um mecanismo de comando para controlar manualmente o escoamento do liquido, por exemplo, uma pega ou uma torneira (não ilustrado).

No perímetro da base (13) da peça (3) pode ser colocada uma junta (11) que servirá de rolha, para se assegurar a estanquidade do conjunto assim formado, quando o dispositivo é introduzido no interior da garrafa. A utilização do dispositivo de acordo com a invenção é 9 muito fácil. O conjunto é fornecido de modo pronto a funcionar, isto quer dizer, já com um corpo (1) enchido com o gel (6) e com os diversos elementos já unidos uns aos outros. Basta que o utilizador coloque o dispositivo num congelador, durante um certo período de tempo, até que o fluido (6) endureça, o que não constitui qualquer problema para a restauração, onde de poderá colocar na arca congeladora um número suficiente destes dispositivos, ficando-se assim com unidades suficientes disponíveis para servir o vinho sem ter de esperar mais.

Assim que o gel (6) tiver solidificado no interior da parte inferior (lb) do corpo (1), bastará abrir a garrafa (10) e introduzir o dispositivo no interior do gargalo (9).

Em geral, é usual provar-se uma pequena quantidade de vinho imediatamente após a abertura da garrafa, para verificar se não apresenta nenhum defeito como a madeirização ou sabor a rolha.

Desta maneira, pode ser retirada uma pequena quantidade de líquido para arranjar espaço suficiente para introduzir o dispositivo, sem comprimir o líquido excedente no gargalo da garrafa.

Logo que o dispositivo é introduzido na garrafa (10), coloca-se na posição correcta, exercendo uma ligeira pressão na peça (3) no interior do gargalo (9).

Se se pretender servir o vinho de imediato, basta accionar a tampa (4), que poderá vantajosamente possuir uma charneira (14). 10

Na verdade, o vinho (15), que se encontra dentro da garrafa (10), pode ser coado através das fendas longitudinais (8) para juntar o tubo (5) transversalmente à parte central da peça (3) . Desta forma, é possível servir a quantidade de líquido pretendida, bastando para isso abrir a tampa (4), que, de resto, logo que estiver fechada, protege o líquido de oxidação, por exemplo.

De acordo com uma forma de realização preferida, o corpo (1) e os seus diferentes componentes são feitos de aço de alta qualidade, que é um material completamente neutro, relativamente a qualquer tipo de vinho. O dispositivo de acordo com a invenção possibilita, de forma simples e elegante, assegurar a conservação da temperatura ideal de degustação, pelo menos durante duas horas, o que é perfeitamente suficiente para uma refeição num restaurante.

Constatou-se na prática que a utilização deste dispositivo permite estabilizar a temperatura de um modo muito mais regular e constante do que com outros dispositivos, como por exemplo, o balde de gelo. A oscilação de temperatura registada ao longo de um período de duas horas é de menos de 2o, o que permite manter dentro do âmbito da temperatura ideal geralmente recomendada para a degustação de vinhos. A invenção não se limita, naturalmente, somente ao modo de realização acima descrito, apresentado como mero exemplo para a utilização do dispositivo.

Pelo contrário, este poderá receber todas as variantes ou 11 alterações evidentes para o perito na técnica, sem que seja ampliado o âmbito da invenção, como se define nas reivindicações.

Além disso, o dispositivo de acordo com a invenção, adapta-se facilmente a todos os tipos de garrafa, independentemente da sua forma, tamanho ou diâmetro do gargalo.

Desta maneira é possível prever modelos diferentes de aparelho adaptáveis a todos os tipos de recipiente.

Adicionalmente, e como se mostra na Fig. 2, a tampa (4) associada à peça (3) na parte superior do aparelho, pode receber todos os tipos de formas, o que permite atribuir ao dispositivo uma estética particular, que irá contribuir para o prestígio do serviço.

Lisboa, 12 de Setembro de 2007

Claims (6)

1 REIVINDICAÇÕES 1. Dispositivo de regulação da temperatura de um liquido no interior de uma garrafa, composto por um corpo cilíndrico oco arrefecido (1), previsto para ser introduzido no gargalo (9) de uma garrafa (10), sendo este corpo fechado na sua extremidade inferior (2b) q que termina com meios de preensão (2) na sua extremidade superior (2a), constituído por uma peça (3) da secção circular de diâmetro superior ao do gargalo (9) da garrafa (10) e provida de uma base cónica (13), cujas paredes laterais se vão estreitando para o interior, de maneira a formarem uma rolha, quando o dispositivo é introduzido na garrafa, caracterizado por o corpo (1) ser composto por duas partes (la) e (lb), isoladas uma da outra por uma junta fixa (7) , a parte inferior (lb) está cheia com um fluido (6) que congela a 0°C, e a parte superior (la) está fixa na peça (3) pela sua extremidade superior e que possui, pelo menos, uma fenda longitudinal (8) a todo o seu comprimento, sendo a peça (3) atravessada no meio por um tubo (5), que está em comunicação com o exterior e que termina em baixo no interior da parte (la) do corpo (1), pelo menos uma fenda longitudinal (8) em comunicação com o exterior através do tubo mencionado (5).

2. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a extremidade superior do tubo (5) estar associada a uma tampa (4) .

3. Dispositivo de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por a tampa (4), compreender na sua parte superior, um mecanismo de comando do escoamento do líquido.

4. Dispositivo de acordo com a reivindicação 3, caracterizado 2 por o mecanismo de comando do escoamento do líquido ser uma torneira.

5. Dispositivo de acordo com uma das reivindicações precedentes, caracterizado por uma junta (11) se encontrar disposta no contorno da base cónica (13) da peça (3).

6. Dispositivo de acordo com uma das reivindicações precedentes, caracterizado por o corpo (1) ser em aço. Lisboa, 12 de Setembro de 2007