PT1407174E - Válvula de cursor - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "VÁLVULA DE CURSOR" A presente invenção refere-se a uma válvula de cursor de acordo com o conceito genérico da reivindicação 1.

Uma válvula deste género ficou já a ser conhecida pelo documento DE 19733544.

Estas válvulas de cursor são utilizadas em múltiplos campos de aplicação. Em comparação com válvulas de borboleta, por exemplo, proporcionam vantagens consideráveis, nomeadamente no que se refere à estanqueidade, à capacidade de regulação e à sua vida útil.

Assim, por exemplo, quando a frequência de utilização for maior, isto é, quando houver múltiplas operações de fecho, nas válvulas de borboleta a superfície de vedação entre a peça de obturação e a sede de válvula está sujeita a desgaste que faz com que a funcionalidade seja afectada e com que, devido à construção da válvula, o desgaste só poder ser eliminado pela substituição de elementos de vedação.

Em contrapartida numa válvula de cursor os desgastes que afectam a vedação da sede da válvula ou da peça de obturação podem ser compensados em grande parte exercendo por meio da haste da válvula uma maior pressão sobre a peça de obturação, o que cria um maior aperto de encontro à sede da válvula. 1

Designadamente devido à forma da peça de obturação a capacidade de regulação da válvula de cursor é melhor do que a de uma válvula de borboleta. Isto deve-se sobretudo ao facto de a borboleta da válvula ser rodada em torno de um eixo vertical e bastar já um pequeno ângulo de rotação para pôr a descoberto uma grande secção transversal de passagem. Em virtude disso podem ocorrer além disso golpes de pressão (golpes de aríete) nas tubagens da instalação.

As válvulas de borboleta, tal como as válvulas de cursor ou válvulas similares, distinguem-se no entanto por terem um comprimento total muito curto, o que é desejável em muitos campos de aplicação. A presente invenção tem o objectivo de configurar uma válvula de cursor do género em questão de tal maneira que a sua capacidade de utilização resulta melhorada.

Este objectivo atinge-se pela adopção de uma válvula de cursor com as características enunciadas na reivindicação 1.

Devido à configuração em termos de construção de uma válvula de cursor, enunciada naquela reivindicação, há agora a possibilidade de aplicar a válvula nos locais em que até à data só era possível utilizar válvulas de borboleta, válvulas de corrediça ou válvulas de macho esférico. Isto permite evidentemente obter um campo de aplicação substancialmente alargado das válvulas de cursor, quando comparado com o que acontecia até agora. 2

Além disso as válvulas de borboleta já montadas podem ser substituídas sem problemas por válvulas de cursor configuradas da maneira preconizada pela presente invenção.

Nomeadamente o comprimento total muito reduzido quando comparado com o diâmetro nominal permite agora uma utilização optimizada da válvula de cursor.

Para tal é decisiva a configuração da sede de válvula e da peça de obturação, que na posição de fecho está em contacto com essa sede. Neste particular é especialmente importante a posição de inclinação da sede de válvula, isto é, da superfície da sede na qual encosta a toda a volta a peça de obturação, peça essa que em muitos casos está revestida de uma vedação elástica.

De acordo com um aperfeiçoamento vantajoso da invenção está previsto que a superfície de assento da sede de válvula tenha a toda a volta uma inclinação tal que os pontos de intersecção das geratrizes que definem a sede de válvula e que se encontram em posições diametralmente opostas delimitam uma superfície.

Como de maneira surpreendente foi possível constatar, esta forma de realização presta-se especialmente bem à realização das características enunciadas na reivindicação 1, permitindo optimizar por um lado a estanqueidade e por outro lado as perdas em carga.

Acresce que uma válvula de cursor configurada da maneira em apreço pode ser fabricada de forma especialmente económica, pelo que neste aspecto não apresenta inconvenientes em relação às válvulas de borboleta que se obtêm a bom preço, de modo que esta nova válvula de cursor pode em larga medida ser muito bem 3 considerada como sendo um substituto equivalente de uma válvula de borboleta.

De acordo com a invenção a haste está acoplada à peça de obturação num ponto mais ou menos excêntrico, consoante a posição de inclinação da sede de válvula, o que contribui igualmente para uma optimização da nova válvula.

Outras formas de configuração vantajosas da invenção encontram-se referenciadas nas reivindicações secundárias.

Um exemplo de realização da invenção será de seguida descrito mediante o desenho anexado. A figura única mostra em corte uma vista lateral de uma válvula de cursor de acordo com a invenção.

Na figura encontra-se representada uma válvula de cursor que comporta um corpo 1 de válvula ao qual se segue um pescoço 2 do corpo, no qual se encontra apoiada, de modo a poder rodar, uma porca 3 de haste, mas que, no entanto, se encontra travada na direcção axial. A porca 3 de haste tem uma ligação fixa com uma roda manivela 5, mediante a qual é possível mover a dita porca 3 de haste. A porca 3 de haste guia uma haste 4 de válvula de movimento axial, haste cuja rosca exterior está engrenada na rosca interior da porca 3 de haste, pelo que a rotação da roda manivela 5 provoca o deslocamento axial da haste 4 de válvula. 4 0 corpo 1 de válvula apresenta duas superfícies frontais 11 situadas de lados contrários da válvula e paralelas uma à outra, superfícies essas que podem ser apertadas entre duas extremidades de tubagem, não representadas na figura, encontrando-se as superfícies frontais 11 então em contacto com flanges fixadas nas extremidades da tubagem. As flanges das extremidades da tubagem estão ligadas entre si por parafusos. Para tal estes parafusos passam através de furações 12, que estão previstas numa flange 10 do corpo 1 da válvula. Esta flange 10 está disposta, com referência ao comprimento total do corpo 1 da válvula, aproximadamente a meio do mesmo. A válvula de cursor é centrada e apertada entre as extremidades de tubagem por meio dos parafusos que, como já se referiu, passam através das furações 12.

Em vez das furações 12, que são furações de passagem, podem estar previstos furos roscados, nos quais podem ser enroscados parafusos que passam através de furações de passagem das flanges da tubagem, parafusos por meio dos quais a válvula de cursor fica então ligada de maneira fixa com as tubagens.

Além disso o corpo 1 da válvula está provido de uma conduta 8 de passagem, através da qual é possível fazer passar um fluido que corre pela já referida tubagem.

Para obturar o fluxo está prevista no corpo 1 da válvula uma sede 9 de válvula com uma posição inclinada, sede essa que apresenta uma superfície de sede circundante com a qual pode entrar em contacto, de modo a vedar, uma peça 6 de obturação, estando a peça 6 de obturação revestida de uma vedação elástica 7. 5 A haste 4 está ligada à peça 6 de obturação com imobilização à rotação, de modo que ao rodar a roda manivela 5 e em consequência disso também a porca 3 de haste, a haste 4 de válvula se move na direcção axial, arrastando consigo na mesma direcção a peça 6 de obturação.

De acordo com a invenção o diâmetro nominal do corpo 1 de válvula, isto é, o diâmetro da conduta 8 de passagem junto da sua entrada e da sua saida corresponde ao comprimento total da válvula, isto é, o afastamento entre os dois lados frontais 11 paralelos entre si corresponde às medidas que nas normas é definido para válvulas, nomeadamente para válvulas de borboleta ou válvulas de macho esférico na versão de ligação rápida. Assim, remete-se a titulo de exemplo para a norma europeia EN 558-1, série básica 16, na qual se indica para um diâmetro nominal de DN = 100 mm um comprimento total de 64 mm. Para o mesmo diâmetro nominal o comprimento total mencionado na referida norma para a série básica 20 é de 52 mm. Como se nota, o comprimento total é em qualquer dos casos nitidamente menor do que o diâmetro nominal.

Lisboa, 18 de Setembro de 2007 6

Claims (4)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Válvula de cursor com um corpo (1) de válvula de ligação rápida que comporta uma conduta (8) de passagem que pode ser obturada por meio de uma peça (6) de obturação actuada por uma haste (4) de válvula de deslocamento axial, encontrando-se a peça (6) de obturação na posição de obturação em contacto, de modo a vedar, com uma sede (9) de válvula disposta com inclinação em relação à direcção de fluxo, estando a haste (4) de válvula ligada de maneira mais ou menos excêntrica à peça (6) de obturação, consoante a posição de inclinação da sede (9) de válvula, caracterizada por o corpo de válvula corresponder, no que se refere ao seu diâmetro nominal e ao seu comprimento total, às medidas definidas pela norma relativa a válvulas de borboleta, válvulas de cursor ou torneiras de macho esférico de ligação rápida.
2. 2. Válvula de cursor de acordo com a reivindicação 1, em que o corpo da válvula comporta uma flange (10), caracterizada por a flange (10) estar provida de furos roscados nos quais podem ser enroscados parafusos que passam através das flanges da tubagem.
3. 3. Válvula de cursor de acordo com a reivindicação 1, em que o corpo da válvula comporta uma flange (10), através da qual se podem fazer passar parafusos mediante os quais as flanges da tubagem podem ser ligadas uma com a outra, caracterizada por a flange (10) estar situada, em relação ao comprimento total, numa posição central. 1
4. 4. Válvula de cursor de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por a superfície de assentamento da sede (9) de válvula ter a toda a volta uma inclinação tal que os pontos de intersecção das geratrizes diametralmente opostas umas às outras delimitam uma superfície. Lisboa, 18 de Setembro de 2007 2