BRPI1009500B1 - processo de preparação de uma folha de vidro recurvada - Google Patents

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Abstract

processo de preparação de uma folha de vidro recurvada a invenção se refere a um processo de preparação de uma folha de vidro recurvada que compreende uma abertura que compreende um recurvamento seguido por um resfriamento, a periferia da folha e a periferia da abertura sendo sustentadas pelo menos no início do resfriamento por um esqueleto.

Description

“PROCESSO DE PREPARAÇÃO DE UMA FOLHA DE VIDRO RECURVADA” [0001] A invenção se refere a um processo de conformação de uma vidraça que compreende uma ou várias abertura(s) e que pode notadamente desempenhar o papel de teto de um veículo automóvel.
[0002] A realização de capotas (“canopy” em inglês) fixas feitas de vidro de veículos automóveis apresenta um certo número de vantagens como a estética, o custo, a transparência, a possibilidade de equipar o teto com células fotovoltaicas, etc. É possível querer acrescentar uma função de abrir a esse tipo de capota munindo-se a mesma com uma janela acessível e que pode ser aberta pelo interior do veiculo. Isso necessita saber realizar o recurvamento de uma vidraça munida de um orifício de grande abertura sem que o dito orifício a fragilize inconsideradamente nem modifique de modo ostensível suas curvaturas gerais, o que prejudicaria a estética, a funcionalidade do produto, e podería produzir defeitos ópticos. Uma das maiores dificuldades consiste em garantir as tolerâncias apertadas da abertura interior em relação ao contorno exterior da vidraça para satisfazer a conexão com o teto móvel. Além disso, uma tal vidraça deve resistir suficientemente às forças exercidas pelo vento (efeito “windload”) que a solicita bastante na rodagem com o teto aberto ou fechado. Ela deve também resistir a uma carga tal como um metro de neve. Um outro tipo de solicitações são os efeitos de torção que aparecem por exemplo quando uma roda do veículo repousa sobre uma calçada ou no caso da subida brutal na calçada. Foi constatado o aparecimento de tensões de extensão nos cantos da abertura no teto quando a vidraça é submetida a qualquer tipo de esforço mecânico.
[0003] A US5974834 ensina o recurvamento e a têmpera de uma vidraça que compreende um furo de pequeno tamanho, essencialmente para desempenhar o papel de pára-brisa traseiro de veículo automóvel. Um tal orifício em forma de párabrisa traseiro serve essencialmente para a fixação de uma antena ou de uma luz de freio, de modo que sua área é no máximo da ordem de 0,006 m2. O recurvamento de uma folha de vidro individual é realizado por gravidade sobre um quadro que compreende um suporte adicional para a borda do orifício. Esse suporte adicional é
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2/12 dentado em sua borda (como ensinado também por W093/02017 ou US5118335 no que diz respeito à borda externa de uma vidraça sem furo) de modo a tornar mais acessível a borda do vidro ao ar de têmpera. Considera-se que a borda da vidraça vem em pleno meio do dentado como o mostra a figura 5 da US5118335. De acordo com US5974834 o suporte pode também ser uma placa metálica cheia de área maior do que o orifício de modo a sustentar as bordas do orifício durante ao recurvamento e a têmpera. Um quadro de recurvamento de pára-brisa traseiro de veículo automóvel apresenta geralmente uma largura de contato de mais de 5 cm.
[0004] Ensaios conduzidos pela requerente mostraram que esse tipo de sustentação das bordas da abertura não era de natureza a levar a uma vidraça suficientemente solida, em especial para a aplicação “capota de teto que abre integrado”. Notadamente um suporte dentado parece levar a uma sucessão de compressões e de extensões na borda da vidraça, o que de fato a fragiliza consideravelmente e além disso gera defeitos ópticos redibitórios.
[0005] No âmbito da presente invenção, a fim de dar à borda da abertura uma resistência suficiente, foi decidido conferir à mesma uma cinta de compressão, o que significa que a extrema borda da abertura está sistematicamente em compressão para todo o perímetro da abertura. Além disso, procurou-se dar a essa compressão um valor elevado de pelo menos 4 MPa, e de preferência pelo menos 6 MPa, e de maneira mais preferida pelo menos 8 MPa, e de maneira mais preferida pelo menos 9 MPa em qualquer local do perímetro da abertura. Esses valores se referem em primeiro lugar à folha de vidro em contato com o ambiente exterior do veículo automóvel e de preferência também à outra ou às outras folhas contidas na vidraça laminada e, portanto, também à média aritmética dos valores de tensão de todas as folhas da vidraça.
[0006] Para atingir esse objetivo, foi descoberto que o suporte da borda da abertura pelo menos no momento do começo do resfriamento era vantajosamente contínuo (ou linear, por oposição a “dentado” como em US5974834) e paralelo à borda da vidraça. Isso implica que em qualquer ponto da borda do suporte da abertura, a tangente ao suporte não atravessa nunca o interior do dito suporte, o que
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3/12 não é o caso do quadro “dentado” da arte anterior. Além disso, o suporte da abertura deve ser relativamente fino e ser colocado a alguns mm, geralmente pelo menos 2 mm e mesmo pelo menos 3 mm da borda da abertura da vidraça que ele sustenta em final de sustentação. Esse tipo de suporte é com frequência designado pelo termo “esqueleto”. Um esqueleto é uma fina tira de metal que apresenta uma de suas bordas laterais para cima para sustentar o vidro, a borda lateral da dita borda lateral indo geralmente de 1 a 5 mm e mais geralmente de 2 a 3,5 mm. No final de recurvamento, o esqueleto está em contato contínuo sobre a borda lateral com o vidro (para a etapa de recurvamento que faz intervir o esqueleto em questão). Os esqueletos são de preferência revestidos com um material fibroso do tipo feltro ou tela de fibras refratárias metálicas e/ou cerâmicas, como é bem conhecido pelo profissional. Esses feltros reduzem a marcação do vidro. Esse material fibroso apresenta geralmente uma borda lateral que vai de 0,3 a 1 mm.
[0007] Como para a borda da abertura, a borda exterior (ou externa) da vidraça apresenta também, de preferência, uma cinta de compressão de pelo menos 4 MPa, e de preferência pelo menos 6 MPa, e de preferência pelo menos 8 MPa, e de maneira mais preferida pelo menos 9 MPa em qualquer local do perímetro da folha de vidro. Para atingir esses valores, sustenta-se a periferia da folha por um esqueleto pelo menos no início do resfriamento como já foi explicado para a abertura. Esses valores se referem em primeiro lugar à folha de vidro em contato com o ambiente exterior do veículo automóvel (portanto a folha diretamente em contato com o esqueleto) e de preferência também à outra ou às outras folhas contidas na vidraça laminada e, portanto, também à média aritmética dos valores de tensão de todas as folhas da vidraça.
[0008] O processo de acordo com a invenção compreende um recurvamento seguido por um resfriamento. O recurvamento é realizado pelo menos parcialmente, e mesmo totalmente, sobre um esqueleto de recurvamento, tanto ao nível da borda da abertura quanto àquele da borda exterior da vidraça. De acordo com a invenção, o recurvamento é realizado pelo menos parcialmente por gravidade sobre um esqueleto de recurvamento que sustenta a periferia da folha e a periferia da
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4/12 abertura.
[0009] O resfriamento é realizado pelo menos no início sobre esqueleto, tanto ao nível da borda da abertura quanto àquele da borda exterior da vidraça. O esqueleto que sustenta o vidro no início do resfriamento é chamado “esqueleto final”, ficando entendido que esse esqueleto final pode ser também esqueleto de recurvamento e em especial o último esqueleto de recurvamento em contato com o vidro para o caso da utilização de um esqueleto múltiplo. Assim, a integralidade do recurvamento e do resfriamento pode ser realizada sobre o mesmo esqueleto.
[0010] Assim, a invenção se refere em primeiro lugar a um processo de preparação de uma folha de vidro recurvada que compreende uma abertura que compreende um recurvamento seguido por um resfriamento, a periferia da folha e a periferia da abertura sendo sustentadas pelo menos no início do resfriamento por um esqueleto (dito “final”). Vantajosamente, o esqueleto final está a uma distância da borda da abertura da folha com a qual ele está em contato, de pelo menos 2 mm e mais geralmente pelo menos 3 mm, por exemplo pelo menos 5 mm, pelo menos no início do resfriamento, quer dizer com a forma final da folha. O esqueleto final está, pelo menos no início do resfriamento, em contato contínuo sobre a borda lateral com o vidro.
[0011] O processo de acordo com a invenção é bem adaptado às vidraças de todos os tamanhos e mesmo aquelas de grande dimensão que podem desempenhar o papel de teto de veículo automóvel. Por vidraça de grande dimensão, entende-se aquelas das quais uma face tem mais de 0,8 m2, e mesmo mais de 1 m2, e mesmo mais de 2 m2 (naturalmente, trata-se da área total de uma face principal que compreende a superfície de vidro + a superfície de toda abertura). As vidraças de grande dimensão são especialmente pesadas e teria sido possível pensar que os suportes teriam deixado marcas. Esse temor é ainda maior visto que para uma vidraça laminada, as duas folhas são recurvadas ao mesmo tempo, superpostas sobre o suporte de recurvamento. O peso aumenta, portanto, muito rápido com o aumento de uma dimensão da vidraça, o que vai no sentido do aumento do risco de marcação. Se uma abertura na vidraça acarreta em si uma dificuldade de realização
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5/12 ao nível do recurvamento e uma diminuição da resistência mecânica da vidraça final, paradoxalmente, uma maior abertura pode apresentar vantagens se foi escolhido sustentar a periferia da abertura por ocasião do recurvamento e no início do resfriamento. De fato, a) quanto maior for a abertura mais reduzido é o peso da vidraça, o que vai no sentido de uma redução da marcação, e b) quanto maior for a abertura, maior é o seu perímetro e, portanto, maior é a superfície de sustentação de seu perímetro, o que leva a distribuir a vidraça sobre uma maior superfície de sustentação, o que vai também no sentido de uma redução da marcação. Assim, de preferência, a abertura apresenta uma área superior a 0,03 m3 e mesmo superior a 0,05 m2 e mesmo superior a 0,08 m2, e mesmo superior a 0,1 m2 e mesmo superior a 0,2 m2 e geralmente superior a 0,3 m3 Geralmente, a abertura apresenta uma área inferior a 1 m2. De preferência, a abertura apresenta uma área superior a 5% e mesmo superior a 10% da área total da vidraça (naturalmente da área total de uma só face principal que compreende a superfície de vidro + aquela da abertura). Geralmente, a abertura apresenta uma área inferior a 80% e mesmo inferior a 50% da área total da vidraça.
[0012] Foi possível colocar em evidência que uma abertura de tamanho pequeno demais (inferior a 0,03 m2) não era favorável ao resfriamento das bordas da abertura, de modo que as tensões de borda desejadas podiam não ser atingidas. De fato, parece que uma abertura pequena demais acarreta um efeito de massa desfavorável a um resfriamento eficaz em razão da importância da massa de vidro que circunda a abertura. Quanto maior for a abertura, mais o resfriamento se passa de modo similar àquele conferido às bordas exteriores da vidraça, de modo que o último suporte da borda da abertura no começo do resfriamento pode efetivamente ser realizado por um suporte do tipo esqueleto sem que isso tenha consequências nefastas ao nível das tensões de borda.
[0013] O resfriamento pode ser efetuado nas folhas superpostas caso no qual ele é relativamente lento. Nesse caso, desce-se a temperatura do vidro da temperatura de recurvamento por gravidade até 480°C a uma velocidade controlada geralmente inferior a 3°C por segundo e geralmente superior a 0,2°C por segundo.
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Abaixo de 480°C, é possível soprar sobre o vidro para acelerar o resfriamento. A superposição das folhas não prejudica a obtenção das tensões de borda desejadas em cada uma das folhas tomadas individualmente. O resfriamento pode ser mais rápido até constituir uma semi-têmpera, caso no qual se procede a esse resfriamento folha a folha individualmente e não com as folhas superpostas. Nesse caso, desce-se a temperatura do vidro da temperatura de recurvamento por gravidade até 480°C a uma velocidade geralmente superior a 10°C por segundo e geralmente inferior a 150°C por segundo. Em todos os casos, o resfriamento começa quando o vidro está ainda em contato com o esqueleto final e esse resfriamento é realizado suficientemente rapidamente para obter a cinta de compressão com o valor de tensão de compressão desejado (pelo menos 4 MPa) pelo menos para a folha de vidro em contato direto com o esqueleto e de preferência para a outra (ou as outras) folha(s) que lhe é (são) justaposta(s). Quanto mais rapidamente for realizado o resfriamento, mais o valor da tensão de compressão é aumentado na cinta de compressão. Isso vale para a borda da abertura como para a borda exterior da vidraça.
[0014] De acordo com a invenção, o processo pode se aplicar a duas folhas superpostas durante o recurvamento e o resfriamento, e mesmo mais de duas folhas.
[0015] Para folhas destinadas a ser unidas dentro da mesma vidraça laminada, o próprio recurvamento pode ser realizado simultaneamente nas ditas folhas superpostas. Esse recurvamento pode também ser realizado folha por folha (folhas individuais não superpostas) para o caso em que a última etapa de recurvamento é realizada por prensagem contra uma fôrma cheia. Em todos os casos, é preferido no entanto efetuar pelo menos o início de resfriamento sobre o esqueleto final quando essas folhas destinadas a ser unidas são superpostas.
[0016] De preferência, o perímetro da abertura não apresenta raio de curvatura inferior a 15 mm e de preferência nenhum raio de curvatura inferior a 60 mm, por exemplo nenhum raio de curvatura inferior a 80 mm. O perímetro da abertura apresenta portanto em qualquer local um raio de curvatura de pelo menos 15 mm e
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7/12 de preferência de pelo menos 60 mm, por exemplo de pelo menos 80 mm. A abertura pode por exemplo ser circular ou do tipo quadrilátero do qual os cantos apresentam um raio de curvatura como acaba de ser dito. Essa característica sobre os raios de curvatura é especialmente favorável à resistência da vidraça submetida a torções e a tensões de extensão nos cantos.
[0017] A invenção também se refere a um processo de recurvamento por gravidade de uma folha de vidro (o que recobre a possibilidade de ter várias folhas de vidro superpostas, notadamente duas) que compreende uma abertura (o que recobre a possibilidade de ter várias aberturas na mesma vidraça), a periferia da abertura sendo sustentada durante o recurvamento por um esqueleto de recurvamento.
[0018] O esqueleto de recurvamento compreende uma parte que sustenta a periferia da vidraça (ou periferia “exterior” ou “externa”) e uma parte que sustenta a periferia da abertura. O mesmo acontece para o esqueleto final.
[0019] A parte do esqueleto que sustenta a abertura pode ser fixa ou articulada ou múltipla. De preferência, essa parte é modificada no decorrer do recurvamento de modo que sua concavidade vista de cima aumenta no decorrer do recurvamento. Essa modificação de forma permite melhor acompanhar a evolução da curvatura no decorrer do recurvamento de modo que o peso do vidro se distribui sobre uma maior superfície de sustentação mais tempo. Reduz-se assim a tendência à marcação e diminui-se o risco de contra-recurvamento (formação localmente de uma curvatura inversa àquela desejada). O aumento de concavidade do esqueleto pode ser obtido por um esqueleto articulado ou múltiplo. Um esqueleto articulado é munido de várias partes articuladas entre si e cuja geometria é modificada no decorrer do recurvamento. De preferência, a articulação é comandada de modo progressivo (por oposição a de modo brusco) no decorrer do recurvamento.
[0020] Um esqueleto múltiplo compreende vários esqueletos simples (geralmente dois), de concavidades diferentes, que vêm sustentar um após o outro (o mais côncavo depois do menos côncavo, visto de cima) substancialmente a mesma linha se sustentação (ou linhas muito próximas, justapostas). É chamado com frequência
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8/12 o esqueleto de recurvamento que sustenta primeiro o vidro “principiador” e o esqueleto de recurvamento que sustenta por último o vidro “acabador”.
[0021] A parte do esqueleto de recurvamento que sustenta a borda exterior da folha pode ser do mesmo tipo que aquela utilizada para sustentar a borda da abertura ou de tipo diferente. Em todos os casos, ele é do tipo simples, articulado ou múltiplo. O tipo de esqueleto deve ser escolhido em função da complexidade da forma da folha e das tolerâncias nas cotas.
[0022] Se a geometria da folha é difícil de realizar (grandes curvaturas em todas as direções e/ou tolerâncias apertadas), é utilizado vantajosamente como esqueleto que sustenta a borda exterior e a borda da abertura um esqueleto do qual as duas partes são do tipo múltiplo. No caso de partes de esqueleto múltiplo duplo, elas compreendem cada uma delas (aquela para a borda externa e aquela para a borda da abertura) dois esqueletos simples com curvaturas diferentes que vêm sustentar a vidraça um após o outro, o esqueleto de menor curvatura sustentando a vidraça primeiro.
[0023] Em todos os casos, a última forma do esqueleto de recurvamento se ajusta inteiramente ao vidro tanto ao nível da periferia da abertura quanto àquele da periferia da folha. O mesmo acontece para o esqueleto final em contato com o vidro no início do resfriamento.
[0024] O esqueleto final que sustenta a borda da abertura apresenta uma forma substancialmente idêntica à abertura da folha com a qual ela está em contato, ao mesmo tempo em que respeita um recuo (“d” na figura 2a) de alguns mm, geralmente pelo menos 2 mm, e mesmo pelo menos 3 mm no momento do início do resfriamento, quer dizer quando a folha está fixada em sua forma final pelo resfriamento (as folhas estão portanto recurvadas nesse momento, o que não está representado na figura 2a. O esqueleto que sustenta a borda da abertura tem portanto geralmente a mesma forma que a abertura, aumentada do valor do recuo “d” em todo seu perímetro. O esqueleto acompanha a forma da abertura em todo seu perímetro conservando para isso substancialmente a mesma distância da borda da abertura.
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9/12 [0025] A abertura no vidro não chega perto demais da borda exterior da vidraça pois isso podería fragilizar a mesma inconsideradamente, notadamente por ocasião das operações de manipulação. Assim, a abertura está a pelo menos 50 mm e de preferência pelo menos 100 mmm, e mesmo pelo menos 150 mm da borda exterior da vidraça.
[0026] A abertura é geralmente realizada nas folhas individuais antes de recurvamento e, portanto, no estado plano. O recorte da abertura é geralmente realizado por jato de água sob pressão. As bordas recortadas (borda externa como borda da abertura) são submetidas a uma boa preparação entre a etapa de recorte e aquela do recurvamento.
[0027] Antes da associação em uma vidraça laminada, uma ou várias das folhas destinadas a compor essa última podem ser revestidas de esmalte. No caso de uma capota de veículo automóvel que associa duas folhas de vidro separadas por uma camada de polímero como a polivinila butiral (PVB), esmalte pode ser colocado notadamente sobre a face côncava (e, portanto, voltada para o interior do veículo) de uma ou outra das duas folhas. Esse esmalte é colocado sobre o vidro antes de recurvamento.
[0028] O recurvamento pode ser realizado nas folhas tomadas individualmente ou nas folhas no estado superposto. Em todos os casos, o recurvamento por gravidade é realizado com um vidro do qual a temperatura está compreendida entre 600 e 700°C e de preferência entre 550 e 650°C.
[0029] O recurvamento por gravidade sobre esqueleto pode ser uma etapa preliminar de recurvamento se ela for seguida por uma etapa de recurvamento por prensagem contra uma fôrma cheia côncava ou convexa. Esse recurvamento por prensagem é geralmente realizado entre 600 e 620°C. Nesse caso, a fim de reencontrar os valores de compressão de borda desejados (pelo menos 4 MPa), depois de recurvamento por prensagem, repousa-se as bordas do vidro (borda exterior e borda da abertura) sobre o “esqueleto final” a quente (temperatura do vidro: entre 600 e 700°C e de preferência entre 550 e 650°C) e começa-se o resfriamento enquanto o vidro repousa sobre esse esqueleto final. É de fato o
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10/12 contato da borda do vidro com o esqueleto final no início do resfriamento que está na origem da excelente compressão de borda observada. De acordo com que se deseja um vidro semi-temperado ou não, realiza-se o resfriamento como já foi dito mais acima.
[0030] Se o recurvamento é realizado por gravidade com duas folhas superpostas, a folha de cima pode apresentar uma abertura um pouco maior do que aquela de baixo, de modo que a borda da folha de cima esteja em todo lugar um pouco em recuo em relação à borda da folha de baixo, esse recuo (“x” na figura 7) sendo de preferência compreendido entre 0 e 15 mm, notadamente 3 e 10 mm. Essa decalagem das aberturas das duas folhas permite assegurar um resfriamento um pouco mais eficaz à folha de baixo que vê então suas tensões de borda aumentarem. Essa folha de baixo por ocasião do recurvamento se torna aquela de cima da capota de veículo automóvel e pode ser desejado que ela tenha tensões de borda especialmente elevadas.
[0031] As folas de vidro em concernidas pela presente invenção têm geralmente uma borda lateral que vai de 1 a 4 mm.
[0032] A figura 1 representa o tipo de vidraça concernida pela presente invenção. Trata-se de uma vidraça laminada 1 que compreende duas folhas de vidro entre as quais é inserida uma fina camada de polímero do tipo PVB. Essa vidraça é recurvada e apresenta uma abertura 2 da qual a superfície representa cerca de 20% da superfície total da vidraça. Essa vidraça 2 compreende 2 faces principais. Essa vidraça pode desempenhar o papel de teto de abrir de veículo automóvel, a abertura podendo ser munida de um postigo articulado. Essa vidraça compreende uma borda exterior 3 e a abertura 2 compreende uma borda 4. A abertura 2 apresenta um perímetro do tipo quadrilátero do qual os quatro cantos apresentam raios de curvatura r bastante grandes.
[0033] A figura 2a) representa em corte duas folhas de vidro superpostas e levadas por um suporte 10 do tipo esqueleto recoberto por um feltro 11 de fibras refratárias. O esqueleto está a uma distância d (“recuo”) da borda do vidro. A figura 2b) representa o aspecto da distribuição das tensões que resulta daí em cada uma
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11/12 das folhas finais. Esse esquema corresponde à medição das tensões integradas pelo “sharples”, ferramenta de medição correntemente utilizada pelo profissional para medir as tensões. É visto que a extrema borda das folhas de Vidor está inteiramente em compressão pois a parte 12 da curva das tensões é negativa e está portanto dentro do domínio de compressão. Em contrapartida, a zona do vidro que estava justo acima do suporte 10 está em extensão, pois a parte 13 da curva das tensões é positiva.
[0034] A figura 3 representa um dispositivo para o recurvamento por gravidades de folhas de vidro que compreende um duplo esqueleto feito de duas partes, uma parte (31, 33) para sustentar a periferia das folhas de vidro e uma parte (32, 34) para sustentar a periferia da abertura. Cada componente 31, 32, 33 e 34, é um esqueleto simples em si. Na figura 3a), é o principiador que está na posição alta, quer dizer ao mesmo tempo por um lado o principiador que sustenta a periferia da vidraça e por outro lado o principiador que sustenta a periferia da abertura. Os esqueletos acabadores 33 e 34, respectivamente para a periferia da vidraça e para a periferia da abertura estão na posição baixa, sem contato possível com o vidro. No final de um certo tempo de recurvamento, os esqueletos principiadores são abaixados de modo progressivos, e o vidro (não representado) se torna sustentado pelos esqueletos acabadores 33 e 34 como representado pela figura 3b. De fato, os esqueletos principiadores 31 e 32 são ligados entre si por ligações fixas e os esqueletos acabadores 33 e 34 são também ligados entre si por ligações fixas. A passagem dos esqueletos principiadores aos esqueletos acabadores é bastante progressiva e realizada graças a um dispositivo tal como representado nas figuras 1 a 5 do W02007/077371.
[0035] A figura 4 mostra o movimento relativo dos dois pares de esqueletos, o par de esqueletos principiadores (31, 32) e o par de esqueletos acabadores (33, 34), no decorrer do recurvamento de uma folha de vidro 1 munida de uma abertura 2. Na Figura 4a), a folha de vidro 1 munida de uma abertura 2 repousa sobre o par de principiadores, o principiador 31 sustentando a periferia da folha e o principiador 32 sustentando a periferia da abertura 2. Na Fig. 4b), a folha de vidro 1 munida de uma
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12/12 abertura 2 repousa sobre o par de acabadores, o acabador 33 sustentando a periferia da folha e o acabador 34 sustentando a periferia da abertura 2. O principiador 31 e o principiador 32 são solidários devido a suas ligações fixas 35, o acabador 33 e o acabador 34 são solidários devido a suas ligações fixas 36.
[0036] A figura 5 representa um esqueleto articulado que pode ser utilizado para sustentar o vidro em torno da abertura. Esse esqueleto compreende 2 partes laterais articuladas que podem ser levantadas no decorrer do recurvamento. Considera-se que esse movimento faz globalmente aumentar a curvatura ou a concavidade (visto de cima) do esqueleto. O esqueleto que entra em contato com a periferia da vidraça não é aqui representado.
[0037] A figura 6 representa um esqueleto múltiplo articulado que compreende um primeiro esqueleto 5 simples para sustentar o perímetro da abertura no início de recurvamento, duas partes laterais articuladas 8 e 9 podendo ser levantadas no decorrer de recurvamento. Considera-se que esse movimento faz globalmente aumentar a curvatura ou a concavidade (visto de cima) do esqueleto. O esqueleto que entra em contato com a periferia da vidraça não é aqui representado.
[0038] A figura 7 representa duas folhas de vidro 41 e 42 superpostas por ocasião do recurvamento (os esqueletos de sustentação não estão representados), a folha de cima 41 apresentando uma abertura 43 um pouco maior do que a folha de baixo 42, de modo que a borda da folha de cima está em todo lugar em recuo da borda 44 da folha de baixo de x mm. Essa decalagem das aberturas das duas folhas permite assegurar um resfriamento um pouco mais eficaz à folha de baixo que vê então suas tensões de borda aumentarem.

Claims (17)

1. Processo de preparação de uma folha de vidro recurvada (1) que compreende uma abertura (2) envolvendo um recurvamento seguido por um resfriamento, o dito recurvamento sendo realizado pelo menos parcialmente sob gravidade, caracterizado pelo fato de que a periferia da folha (3) e a periferia da abertura (4) são sustentadas, pelo menos no início do resfriamento, por um esqueleto conhecido como esqueleto final (33, 34), dito esqueleto sendo uma tira linear de metal que apresenta uma de suas bordas laterais para cima para sustentar o vidro.
2. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a espessura da dita borda lateral varia de 1 a 5 mm.
3. Processo de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que o recurvamento é realizado pelo menos parcialmente sob gravidade em um esqueleto de recurvamento que sustenta a periferia da folha e a periferia da abertura.
4. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pelo fato de que a parte do esqueleto de recurvamento que sustenta a periferia da abertura vê sua concavidade aumentar no decorrer do recurvamento.
5. Processo de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo fato de que a parte do esqueleto de recurvamento que sustenta a periferia da abertura compreende dois esqueletos (32, 33) que sustentam a abertura um após o outro no decorrer do recurvamento.
6. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de que o esqueleto final está a uma distância da borda da abertura de pelo menos 2 mm pelo menos no início do resfriamento.
7. Processo de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que o esqueleto final tem a forma da abertura em tomo de todo seu perímetro conservando assim substancialmente a mesma distância da borda da abertura.
8. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que o perímetro da abertura (4) tem, em todo local, um
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2/3 raio de curvatura de pelo menos 15 mm.
9. Processo de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de que o perímetro da abertura (4) tem, em todo local, um raio de curvatura de pelo menos 60 mm.
10. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizado pelo fato de que o resfriamento é realizado suficientemente rapidamente para obter um valor de tensão de compressão em tomo da borda da abertura de pelo menos 4 MPa e de preferência pelo menos 6 MPa.
11. Processo de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo fato de que o resfriamento é realizado suficientemente rapidamente para obter um valor de tensão de compressão na borda (4) da abertura (2) de pelo menos 8 MPa e de preferência pelo menos 9 MPa.
12. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 11, caracterizado pelo fato de que a abertura (2) apresenta uma área superior a 0,03 m2 e mesmo superior a 0,05 m2.
13. Processo de acordo com a reivindicação 12, caracterizado pelo fato de que a abertura (2) apresenta uma área superior a 0,08 m2, e mesmo superior a 0,1 m2 e mesmo superior a 0,2 m2
14. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 13, caracterizado pelo fato de que a abertura (2) apresenta uma área superior a 5% e mesmo superior a 10% da área total de uma face principal da folha.
15. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 14, caracterizado pelo fato de que o esqueleto final (33, 34) é também um esqueleto de recurvamento.
16. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 15, caracterizado pelo fato de que parte do esqueleto de recurvamento que sustenta a periferia da folha compreende dois esqueletos que sustentam a folha um após o outro no decorrer do recurvamento, aquele (34) que a sustenta em segundo lugar apresentando uma curvatura mais pronunciada do que aquele (32) que a sustenta em primeiro lugar.
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3/3
17. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 16, caracterizado pelo fato de que as duas folhas são superpostas durante o recurvamento e o resfriamento.
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