BRPI0618702A2 - processo e dispositivo para tratamento cirúrgico de prolapso retal e hemorroidal - Google Patents
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Abstract
PROCESSO E DISPOSITIVO PARA TRATAMENTO CIRúRGICO DE PROLAPSO RETAL E HEMORROIDAL. Trata-se de um processo para operações cirúrgicas em um prolapso retal/hemorroidal, que compreende as etapas de realizar, no canal anal, pelo menos uma primeira sutura circular em uma primeira parte de um prolapso hemorroidal; realizar pelo menos uma segunda sutura circular em uma segunda parte do prolapso hemorroidal, e aproximar a primeira sutura circular e a segunda sutura circular de modo a criar uma constrição do prolapso hemorroidal. A invenção também se refere a um dispositivo, de preferência para realizar o processo, que compreende um divaricador oco (17) tendo uma direção de desenvolvimento prevalecente ao longo de um eixo longitudinal (Z) e capaz de ser inserido no orificio anal de um paciente. O dispositivo também apresenta uma janela (29), definindo uma área operacional e criando uma comunicação entre uma cavidade (17b) no interior do divaricador (17) e uma parte do prolapso hemorroidal. O dispositivo compreende, ainda, meios para abrir e fechar (31) a janela (29).
Description
Relatório Descritivo da Patente de Invenção para PROCESSO E DISPOSITIVO PARA TRATAMENTO CIRÚRGICO DE PROLAPSO RETAL E HEMORROIDAL".
Campo Técnico
A presente invenção refere-se a um processo e a um dispositivo para tratamento cirúrgico de prolapso retal e hemorroidal.
A invenção se aplica ao segmento de operações cirúrgicas relacionadas a patologias proctológicas, voltado em especial para o tratamento e/ou redução de prolapso retal e hemorroidal.
Estado da Técnica
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E de conhecimento geral que o desenvolvimento de doenças hemorroidais é provocado por alterações patológicas nas cavidades do canal anal, que são formadas por espaços vasculares, desvios arteriovenosos e estruturas venosas saculares que constituem o plexo hemorroidal interno. Em mais detalhes, os plexos hemorroidais internos são espaços hemáticos com dimensão de alguns milímetros, delimitados por um endotélio capilar ou venoso interno de um tecido conjuntivo, revestido por uma membrana mucosa retal. Essas estruturas são suportadas por fibras de ancoragem no esfíncter interno, que formam os ligamentos de Treitz ou Parks. As cavidades recebem fluxo arterial apenas das ramificações terminais da artéria retal superior, peculiaridade esta que deu origem aos tratamentos adotados para os mais recentes programas de tratamento.
O desenvolvimento de técnicas cirúrgicas nessa área está em constante evolução, pois, sempre que possível, busca-se tornar essas operações o menos traumático possível, especialmente se considerarmos o estado da técnica, que na maioria das vezes acarreta graves riscos e complicações para os pacientes sujeitos a esse tipo de operação.
As principais técnicas cirúrgicas, referindo-se particularmente ao passado, baseavam-se na remoção de tecido, ou seja, a remoção cirúrgica das partes da membrana mucosa retal afetadas pela patologia.
Um procedimento desse tipo inclui a remoção de prolapsos hemorroidais ao mesmo tempo em que se sutura as áreas afetadas.
Um procedimento desse tipo é descrito em detalhes no documento WO 01/21060, que ilustra um kit de acessórios para operações transanais, e um procedimento para o uso deste.
Em detalhes, esse procedimento envolve agir sobre a parede mucosa da parede retal, especialmente na parte da parede mucosa envolvida pelo prolapso hemorroidal, proporcionando uma estrutura anular ou circunferencial, similar a uma bolsa para tabaco. Isso é feito suturando em círculos um fio de sutura várias vezes até ele envolver todo o prolapso ao longo do desenvolvimento circunferencial da ampola retal, realizando uma extrusão anular que tende para o interior da ampola retal.
Subseqüentemente, a extrusão anular assim realizada é ressecada, ao mesmo tempo suturando as bordas unidas remanescentes da parede mucosa.
Um dispositivo para realizar esse procedimento compreende um corpo semi-cilíndrico, acoplado a uma alça que pode ser segura e inserida no orifício anal de um paciente utilizando, por exemplo, um introdutor anatômico em forma de cone. O corpo semi-cilíndrico apresenta uma abertura na sua extremidade frontal, que intercepta uma parte do prolapso hemorroidal e permite sua extrusão no interior do corpo. O dispositivo compreende ainda um dispositivo de sutura mecânica, usado após o corpo semi-cilíndrico, para cortar a extrusão anular por meio de uma lâmina cilíndrica e suturar as bordas próximas da parte remanescente da membrana mucosa disparando grampos de metal internamente às bordas.
Esse tipo de procedimento é inevitavelmente traumático.
Particularmente, embora apresente bons resultados e, de modo geral, seja capaz de impedir recidivas, o procedimento provoca considerável dor pós-operatória, além de exigir o comparecimento do paciente ao hospital, podendo também ser a causa de maiores riscos pós-operatórios e intra- operatórios. Diferentes técnicas de intervenção também foram pesquisadas, conhecidas como técnicas paracirúrgicas, voltadas para a prevenção dos graves problemas da cirurgia tradicional. Essas técnicas compreendem, por exemplo, a ligadura elástica do tecido hemorroidal, comprimindo uma hemorróida em seu ponto de ligação com a parede mucosa do canal retal por ligadura elástica, e causando seu colapso fisiológico sem recorrer à excisão do tecido hemorroidal. Outro exemplo de técnica paracirúrgica é a escleroterapia, que provoca a necrosa da parte envolvida pela injeção de uma solução esclerosante.
Exemplos adicionais de técnicas paracirúrgicas compreendem a coagulação com infravermelho, crioterapia ou terapia com laser.
Alguns desses tratamentos paracirúrgicos adotam um dispositivo do tipo descrito na patente WO2004/064624. Esse dispositivo compreende um corpo cilíndrico que funciona como um divaricador, contendo um punho, e, na posição lateral, uma abertura para interceptar e observar uma parte do prolapso hemorroidal. Na proximidade da abertura, o corpo compreende um assentamento para alojar uma sonda (em particular, uma sonda de ultra-som) capaz de sondar os arredores de um vaso sangüíneo a fim de permitir a intervenção direta correta na área realmente afetada pelo prolapso hemorroidal, mesmo quando há má visibilidade e/ou acessibilidade à área. O dispositivo também compreende meios para iluminação, conectáveis ao punho, para iluminar a área envolvida pela intervenção e, se necessário, para iluminar o interior do^cgjpo cilíndrico.
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Em particular, o dispositivo do tipo descrito acima é usado para criar a oclusão cirúrgica na parte terminal da artéria retal superior, que envolve o prolapso hemorroidal, por uma sutura na área circundando a artéria (com o uso de uma agulha de sutura curvada) seguida pelo pinçamento da área, causando um colapso devido à interrupção do fluxo de sangue.
Entretanto, essa técnica não consegue, por si só, reduzir, em um curto espaço de tempo, a presença do prolapso hemorroidal internamente ao canal anal.
Portanto, um dos objetivos técnicos da presente invenção é o de oferecer um processo e dispositivo para operações cirúrgicas em um prolapso retal e hemorroidal que eliminem as desvantagens citadas acima.
O objetivo fundamental da invenção é o de proporcionar um processo e um dispositivo para operações cirúrgicas em um prolapso retal e hemorroidal que reduza os prolapsos hemorroidais internamente ao canal retal em um curto espaço de tempo.
Outro objetivo da invenção é o de oferecer um processo e um dispositivo para operações cirúrgicas em um prolapso retal e hemorroidal que seja capaz de reduzir complicações pós-operatórias e a dor pós-operatória. Outro importante objetivo da invenção é o de oferecer um processo e um dispositivo para operações cirúrgicas em um prolapso retal e hemorroidal que limite a necessidade do uso de anestésicos no paciente ou que, em todo caso, localize a necessidade na medida do possível.
Os objetivos especificados, e outros, além de serem substancialmente alcançados por um processo e dispositivo para operações cirúrgicas em um prolapso retal e hemorroidal de acordo com o especificado nas reivindicações anexas.
Revelação da Invenção
A seguir, é apresentada uma descrição, a título não exclusivo e não restritivo, de uma concretização preferida de um processo e dispositivo para operações cirúrgicas em um prolapso retal e hemorroidal, com referência às figuras acompanhantes dos desenhos, nos quais: a figura 1 é uma vista esquemàtica em seção longitudinal de um canal anal;
a figura 2 é uma vista lateral de um dispositivo
da invenção;
a figura 3 é uma vista em perspectiva de uma primeira parte do dispositivo da figura 2;
a figura 4 é uma vista plana de uma primeira parte do dispositivo da figura 2;
a figura 5 é uma vista em seção de uma primeira parte do dispositivo da figura 2;
a figura 6 é uma vista lateral de uma segunda parte do dispositivo da figura 2; a figura 7 é uma vista em perspectiva de umã segunda parte do dispositivo da figura 2.
Uma concretização preferida de um processo e dispositivo para operações cirúrgicas em um prolapso retal e hemorroidal da invenção compreende as seguintes etapas:
- realizar pelo menos uma primeira sutura circular 1 em uma posição de um prolapso retal-hemorroidal 2 por meio de, por exemplo, um fio de sutura 6;
- realizar pelo menos uma segunda sutura circular 4 na mesma posição, isto é, no prolapso hemorroidal 2;
- aproximar a primeira 1 e segunda 4 suturas circulares de modo a criar uma constrição do prolapso hemorroidal 2.
De forma vantajosa, a primeira sutura circular 1 e a segunda sutura circular 4 são feitas, respectivamente, em uma primeira parte 2a e numa segunda parte 2b do prolapso hemorroidal 2, que está localizado, na figura 1, na proximidade do final do trato terminal do reto 5 e se desenvolve em uma direção prevalecente X. Além disso, a primeira parte 2a do prolapso 2 é mais profunda dentro do reto 5 do que a segunda parte 2b. Isso proporciona grandes vantagens, como transparecerá na descrição a seguir.
As suturas circulares são feitas usando vários elementos de sutura. Na concretização da figura 1, um fio 6 é preferido e ilustrado, que será chamado daqui por diante de fio de sutura 6. Fit.,,
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O fio de sutura 6 é enrolado várias vezes volta do prolapso hemorroidal 2, que se projeta a partir de uma parede 7 do reto 5 em direção ao interior do próprio reto 5 e na direção do orifício anal 8 do reto 5. Na ilustração esquemática da figura 1, o fio 6 é inserido parcialmente no interior dos tecidos que constituem a parede 7 do reto 5, e, em particular, no interior dos tecidos que definem o prolapso hemorroidal 2. A inserção do fio 6 dos tecidos é, de preferência, realizada usando um corpo pontiagudo, por exemplo, uma agulha, não ilustrada, sendo do tipo conhecido.
De preferência, a etapa de realização da primeira sutura circular 1 é feita pela inserção de uma primeira extremidade 9 do fio 6 na primeira parte 2a prolapso hemorroidal2. A realização da segunda sutura circular 4, de preferência usando o mesmo fio de sutura 6, é feita da mesma maneira, inserindo a primeira extremidade 9 do fio 6 na segunda parte 2b do prolapso hemorroidal 2. O fio 6, nesta configuração e como na figura 1, apresenta a primeira extremidade 9 na posição da segunda sutura circular 4, enquanto que apresenta uma segunda extremidade livre 10 na posição da primeira sutura circular 1. O processo descrito acima tem a agulha curvada na primeira extremidade do fio 6.
A etapa de realizar a primeira sutura circular 1 também compreende, de forma vantajosa, a etapa de realizar suturas circulares 11 adicionais. As suturas circulares 11 adicionais são realizadas em uma terceira parte 12 do prolapso hemorroidal 2, situada entre a primeira parte 2a e a segunda parte^2b. A Figura 1 ilustra duas suturas circulares 11 adicionais, localizadas em posições intermediárias entre a primeira sutura circular 1 e a segunda sutura circular 4. De preferência, as suturas circulares 1,4, 11 são, de preferência, realizadas usando um único fio de sutura 6.
Além disso, cada sutura circular 1, 4, 11 do fio 6 envolve, de forma vantajosa, uma ramificação terminal da artéria retal 13 associada ao prolapso hemorroidal 2, com o resultado de que a ramificação terminal pode ser subseqüentemente pinçada, seguindo uma técnica que será descrita a seguir neste documento.
Especificamente, a agulha curvada é manipulada e guiada para completar uma rota, no interior dos tecidos do prolapso hemorroidal 2, que circunscreve a ramificação terminal da artéria retal 13 de modo que no final, quando a agulha curvada exteriorizar-se novamente a partir dos tecidos, um laço seja formado, no interior do qual está contida a ramificação terminal da artéria retal 13 mencionada acima. Assim, cada etapa de realização de uma sutura circular 1,4, 11, compreende uma etapa de realizar pelo menos um laço ligado à ramificação terminal da artéria retal 13 afetada pela patologia proctológica.
Na concretização preferida do processo da invenção e ilustrada na figura 1, cada laço está contido em um plano que é perpendicular à direção de desenvolvimento prevalecente X do prolapso hemorroidal 2. Isso é vantajoso, visto que cada etapa de realização de uma sutura circular 1, 4, 11 também compreende uma etapa de pinçar a respectiva suturk- circular 1, 4, 11. Cada laço único, uma vez completo, é preferencialmente sujeito a uma ação de repuxamento manual sobre o fio de sutura 6. Isso é simplificado em grande medida pela posição dos laços únicos, conforme descrito acima, pois uma constrição exclusivamente transversal é realizada em relação ao desenvolvimento da artéria retal 13, sem causar alterações na direção axial.
O repuxamento da sutura 6 tem o objetivo de realizar uma constrição de uma parte do prolapso hemorroidal 2 (e, portanto, de um respectivo trato da artéria retal 13) associado a um único laço, e causa a interrupção do fluxo de sangue nesse trato, levando ao seu colapso.
As etapas de criar as suturas circulares 1, 4, 11 são, de preferência, realizadas costurando as suturas circulares 1,4, 11 em posições substancialmente sobrepostas ao longo da direção de desenvolvimento prevalecente X do prolapso hemorroidal 2. Isso resulta numa sucessão ordenada de laços, de acordo com a configuração da figura 1, em que um "pacote" de laço único circunda ordenadamente o prolapso hemorroidal 2.
Após a conclusão das etapas das suturas circulares 1, 4, 11, de forma vantajosa, há uma etapa de aproximação mútua da primeira sutura circular 1 e da segunda sutura circular 4 de modo a realizar uma constrição do prolapso hemorroidal 2 também ao longo de sua direção de desenvolvimento prevalecente X. Dessa forma, obtém-se uma redução considerável do tamanho total do prolapso hemorroidal 2 no interior do reto 5.
A etapa de aproximar as suturas circulares 1, 4 é, de preferência, realizada via uma etapa de dar um nó no fio de sutura 6. A etapa de formar nós compreende a etapa de realizar um ou mais nós consecutivos, o que estabilizada a ação de aproximação anterior das suturas circulares 1, 4.
Além disso, o processo da invenção pode, de forma vantajosa, compreender a etapa de criar uma sutura circular adicional, em particular a "sutura circular básica", parcialmente ilustrada na figura 1 e indicada por 14, que serve de referência para a introdução do fio 6.
Essa etapa, de preferência efetuada antes de realizar a primeira sutura circular 1, é realizada criando pelo menos um laço e uma parte da parede do reto 5 que não está envolvida no prolapso hemorroidal 2. A realização da sutura circular básica 14 tem o objetivo de definir uma âncora para o estágio subseqüente de aproximar as suturas circulares 1, 4, como será explicado mais claramente daqui em diante.
Também é preferível que a sutura circular básica 14 seja realizada usando o fio de sutura 6 usado para realizar as suturas circulares 1,4, ll.A sutura circular básica 14 também é realizada, de preferência, em uma parte do reto 5 situada numa região mais profunda que o prolapso hemorroidal 2 com respeito ao orifício anal 8, e, assim, em uma posição mais elevada como na figura 1. A sutura circular básica 14 também é, dessa forma, situada mais profundamente que a primeira sutura circular 1, em virtude do que é apresentado neste documento acima com referência ao direcionamento da primeira sutura circular 1 e à segunda sutura circular 4.
Em detalhes, a segunda extremidade 10 do fio de sutura 6 localizada na primeira sutura circular 1, e, portanto, na posição da sutura circular básica 14, é parcialmente dobrada de modo a definir uma fenda, indicada por 15 na figura 1, em um estágio de formação inicial. A primeira extremidade 9 do fio de sutura 6 pode ser inserida no interior da fenda 15 e a etapa de aproximar as suturas circulares 1, 4 pode ser iniciada introduzindo o fio de sutura 6; em seguida, pode-se dar início à etapa de formar nós, que define uma posição de aproximação estável das costuras circulares.
As etapas anteriores, que constringem o prolapso hemorroidal 2, também elevam o prolapso hemorroidal 2 na direção da sutura circular básica 14 e profundamente para dentro do canal anal 5 (como pode ser visto na área à direita na figura I9 que ilustra a constrição e elevação de um prolapso hemorroidal 2 tratado). Isso propicia a vantagem de distanciar o prolapso hemorroidal 2 do orifício anal 8, reduzindo seu tamanho no interior do reto 5 e ainda reposicionando corretamente o enchimento anal acima da linha limiar de dor.
A costura circular básica 14 funciona, portanto, como um ponto de referência, em direção ao qual o prolapso hemorroidal 2 é puxado e então ligado às suturas circulares 1, 4, .11 de modo a gerar, ao mesmo tempo, a constrição do prolapso<0 hemorroidal 2 e a redução do tamanho do prolapso hemorroidal 2 no interior do reto 5.
O processo da invenção é aplicável a operações para prolapsos hemorroidais de vários tipos e formas, e pode ser resumido sendo descrito como incluindo a criação de uma multiplicidade de suturas circulares capazes de ligar o prolapso hemorroidal e a artéria retal associada, de preferência por meio de um único fio de sutura e a realização de pelo menos uma sutura circular básica, feita em uma parte da parede do canal retal que não está afetada pelas patologias hemorroidais.
Segue uma descrição de um dispositivo para operações cirúrgicas em um prolapso retal-hemorroidal, de preferência, mas não exclusivamente, para realizar o processo descrito acima.
O dispositivo, indicado por 16, compreende um divaricador oco 17, que apresenta uma parte central cilíndrica 17a internamente, propiciando uma cavidade 17a que está na área de intervenção do dispositivo. A parte central 17a está conectada a uma parte frontal fechada 17 que, de preferência, tem a forma de cone afunilado, para permitir que ela seja inserida no interior do orifício anal de um paciente, reduzindo ao mínimo possível a experiência traumática do paciente. O divaricador 17 adicionalmente compreende uma parte posterior trunco-cônica .17d, transversalmente maior de modo a definir a penetração máxima do divaricador 17 no interior do orifício anal. A parte posterior 17 d também é oca, para fornecer acesso à cavidade 17b. por um operador externo durante uma operação, em uma:s extremidade posterior 17e com referência a uma direção de penetração do divaricador 17 no interior do orifício anal.
O dispositivo 16 adicionalmente compreende uma primeira metade de invólucro 18, restrita firmemente à parte posterior 17c do divaricador 17, para formar a parte de punho do dispositivo 16. A primeira metade de invólucro 18 é acoplada, de preferência por peças macho e fêmea articuladas 19, 20, a uma segunda metade de invólucro 21, que completa a formação do punho do dispositivo 16. Nesta configuração, o punho define, em uma parte compreendida entre as duas metades de invólucro 18,21, um primeiro assentamento 22 para alojar meios para iluminação 23.
Os meios para iluminação 23 são, de preferência, feitos com uma fibra óptica 24. A fibra óptica 24 é, por exemplo, inserida em uma extremidade livre do punho, pressionada no interior do primeiro assentamento 22 até chegar a uma posição operativa*na qual ela emite uma luz capaz de chegar ao interior do divaricador 17 de modo a iluminar a área de trabalho (retro-iluminação).
O divaricador 17 apresenta, de preferência em uma parte lateral dele, uma janela 29 que define uma área de operação e que estabelece uma comunicação entre a cavidade 17b e, portanto, os meios para operação posicionados no interior da cavidade 17b, e uma parede do reto, quando o dispositivo 16 é inserido. A janela 29 permite fácil acesso a um prolajfíâo hemorroidal presente na parede do reto.
A janela 29 apresenta pelo menos uma primeira parte 29a, entre a parte central 17a e a parte frontal 17c. Na concretização preferida, ilustrada nas figuras 2 e 3, a primeira parte 29a da janela 29 estende-se predominantemente em uma direção transversal a um eixo longitudinal Z, ao longo do qual se desenvolve predominantemente o divaricador 17. Na concretização ilustrada, a primeira parte 29a da janela 29 é retangular.
De preferência, a parte frontal 17c do divaricador 17 apresenta, na proximidade da primeira parte 29a da janela 29, um chanfro 30 para facilitar ainda mais a penetração do divaricador 17 no interior do orifício anal, enquanto ao mesmo tempo o chanfro 30 recebe o prolapso hemorroidal na janela 29.
A janela 29 tem, de forma vantajosa, uma extensão variável, de preferência em uma direção paralela ao eixo longitudinal Z do divaricador 17. Essa capacidade de extensão é obtida por meio da abertura e fechamento 31 da janela 29, que será explicado em mais detalhes daqui em diante.
A janela 29 apresenta, de forma vantajosa, uma segunda parte 29b, de preferência adjacente à primeira parte 29a. Na concretização preferida, a primeira parte 29a e a segunda parte .29b estão em comunicação, e, assim, constituem uma única janela .29. Além disso, a segunda parte 29b da janela 29 se desenvolve ao longo do eixo longitudinal Z do divaricador 17 e se estende, de preferência, a partir da primeira parte 29a até a extremidade posterior 17e do divaricador 17. A segunda parte 29b pode ter qualquer tamanho transversal, de preferência menor ou igual ao tamanho transversal da primeira parte 29a.
Os meios para abrir e fechar 31 a janela são, de preferência, realizados usando uma parede móvel 32. A parede móvel 32 é alojada de forma corrediça na segunda parte 29b da janela 29, por exemplo, por meio de guias corrediças 32a, e pode assumir várias posições operacionais entre uma posição fechada, na qual ela obstrui inteiramente a segunda parte 29b da janela, deixando acessível apenas a primeira parte 29a, e uma posição aberta, na qual ela revela completamente a segunda parte 29b da janela 29, que, dessa forma, é inteiramente aberta e acessível pelo exterior. A parede móvel 32 é movida entre as posições fechada e aberta por um movimento corrediço na direção da extremidade posterior 17e do divaricador 17. O aumento na extensão da janela na direção longitudinal, conforme descrito acima, é vantajoso, especialmente ao realizar operações de sutura na artéria retal, em uma patologia hemorroidal.
Em uma concretização preferida, ilustrada nas figuras concomitantes dos desenhos, a parede móvel 32 é associada apenas à segunda parte 29b da janela 29, enquanto que a primeira parte 29a é acessível pelo exterior mesmo quando a parede móvel 32 está na posição fechada.
A parede móvel 32 também pode conter meios especiais para apoio, de modo que o operador tenha uma fácil pegada. Entretanto, na concretização preferida e ilustrada, , a parede móvel 32 tem forma contrária à segunda parte 29b da janela 29 à qual ela se engata, de modo que na posição fechada, não haja projeção da parede móvel 32 com respeito à progressão de superfície normal do divaricador 17.
O dispositivo 16 também compreende sensores, não ilustrados, para detectar a pulsação de uma veia ou artéria, em particular para detectar a vizinhança de uma artéria retal. Os sensores são, de preferência, uma sonda de ultra-som, e podem ser vantajosamente alojados na parede móvel 32, de preferência de maneira removível, de modo a monitorar continuamente a vizinhança da artéria retal, mesmo durante o movimento corrediço da parede móvel 32.
Para alojar os sensores, a parede móvel 32 contém um alojamento especial 33 voltado para o exterior da parede móvel 32, e, portanto, o divaricador 18, por meio de uma abertura terminal externa 33a proporcionada na parede móvel 32. A abertura terminal externa 33a, que coloca o alojamento 33 em comunicação com o exterior do divaricador 17, facilita a detecção da artéria retal pelos sensores, trazendo-os até a parede do reto e colocando-os em contato direto com o prolapso hemorroidal, de modo que eles possam detectar a proximidade da artéria registrando o fluxo de sangue associado. O alojamento 33, de preferência, também está em comunicação com a cavidade 17b do divaricador 17 para permitir a introdução dos sensores no interior do alojamento 33 através da extremidade posterior 17e do ; divaricador 17.
Meios para guia 34 são alojados no interior do cavidade 17b, meios para guia estes que são fixos no divaricador .17 e destinados a guiar os meios para operação durante o uso, isto é, durante a etapa de operação. Em mais detalhes, os meios para guia 34 compreendem um suporte perfurado 35, de preferência posicionado na proximidade da primeira parte 29a da janela 29. Além disso, o suporte perfurado 35 é fixado em uma posição não centralizada na proximidade da primeira parte 29a da janela 29. Ademais, o suporte perfurado 35 é fixo em uma posição não centralizada com respeito ao eixo longitudinal Z do divaricador .17, em particular em direção à janela 29. Isso é muito útil para as operações de ligamento arterial, em que uma agulha curvada segura por um suporte de agulha é levada a descrever uma trajetória circular de modo que a agulha, saindo parcialmente do divaricador 17 através da janela 29, ligue a artéria hemorroidal afetada, previamente detectada pela sonda de ultra-som. A trajetória circular é obtida fazendo o suporte da agulha girar, enquanto que uma extremidade frontal dela é alojada no interior
do suporte perfurado 35.
Externamente, o divaricador 17 pode apresentar, pelo menos em sua parte central 17a, uma ou mais marcas de calibração facilmente visíveis 36, que podem ser, por exemplo, vários relevos, para dar uma indicação intuitiva da profundidade de penetração do divaricador 17 no orifício anal em tempo real. ίί
Ci^
A invenção traz importantes benefícios.
Primeiramente, o processo descrito reduz rapidamente o prolapso hemorroidal, evitando a necessidade de operações cirúrgicas dolorosas.
Além disso, o processo envolve menos
necessidade de anestesia se comparado aos tratamentos tradicionais.
Dentre as vantagens do processo, acima de tudo estão os excelentes resultados que ele obtém com patologias hemorroidais, preservando, ao mesmo tempo, o enchimento vascular que é importante por questões de continência.
Outra vantagem reside no fato de que o processo, graças à ancoragem do prolapso hemorroidal à sutura circular básica, permite o reposicionamento do enchimento anal acima da linha limiar de dor, eliminando assim o prolapso hemorroidal.
Com respeito ao dispositivo descrito, uma importante vantagem é obtida pela presença da parede móvel removível, que facilita a modificação da área de operação, de preferência em um caso de operações de ligamento arterial, sem sequer precisar extrair parcialmente o divaricador, tarefa esta que é laboriosa ao cirurgião.
Além disso, a fixação do sensor na parede móvel permite uma verificação contínua da proximidade da artéria retal envolvida, sem precisar mover o dispositivo a menos que seja estritamente necessário.
% RUD',. Finalmente, a geometria especial da parede* móvel não inclui nenhum elemento projetante capaz de causar desconforto ou dor ao paciente; de fato, a forma regular e anatômica da parede satisfaz à exigência de baixo nível de trauma ao paciente.
Claims (24)
1. - Processo para operações cirúrgicas em um prolapso retal e hemorroidal, caracterizado por compreender a etapa de: - realizar pelo menos uma primeira sutura circular (1) no reto de um paciente, a primeira sutura circular (1) estando em uma primeira parte (2a) de um prolapso hemorroidal(2); em que o processo adicionalmente compreende as etapas de: - realizar pelo menos uma segunda sutura circular (4) em uma segunda parte (2b) do prolapso hemorroidal (2); - aproximar a primeira sutura circular (1) e a segunda sutura circular (4) de modo a criar uma constrição do prolapso hemorroidal (2).
2. - Processo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por compreender a etapa de realizar suturas circulares (U) adicionais em partes do prolapso hemorroidal (2) compreendidas entre a primeira parte (2a) e a segunda parte (2b).
3. - Processo, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que as etapas de realizar as suturas circulares (1, 4) compreendem pelo menos um laço contido em um plano perpendicular a uma direção de desenvolvimento prevalecente (X) do prolapso hemorroidal (2).
4. - Processo, de acordo com qualquer uma <jbsSri>:· reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que ás** etapas de realizar as suturas circulares (1, 4) são efetuadas realizando as suturas circulares (1,4) sobrepondo uma à outra ao longo de uma direção de desenvolvimento prevalecente (X) do prolapso hemorroidal (2).
5. - Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que as suturas circulares (1,4) são realizadas usando um único fio de sutura (6).
6. - Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que, antes da etapa de realizar pelo menos uma primeira sutura circular (1), há a etapa de realizar pelo menos uma sutura circular básica (14) em uma parte da parede retal que não está afetada pelo prolapso hemorroidal (2), de modo a definir uma ancoragem para as suturas circulares (1,4) aproximadas.
7. - Processo, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que a sutura circular básica (14) é realizada em uma parte do reto (5) que está situada em maior profundidade com respeito ao orifício anal (8) do que o prolapso hemorroidal (2).
8. - Processo, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado pelo fato de que a etapa de aproximar as suturas circulares (1, 4) compreende a etapa de formar nós no fio de sutura (6) de modo a definir uma posição aproximada estável , v. suturas circulares (1,4).
9. - Processo, de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que cada etapa de realizar uma sutura circular (1,4) compreende uma etapa de introduzir a sutura circular (1,4).
10. - Processo, de acordo com a reivindicação8, caracterizado pelo fato de que o fio de sutura (6) apresenta uma primeira extremidade (9) associada à segunda sutura circular (4), a etapa de formar nós no fio de sutura (6) compreendendo a etapa de inserir a primeira extremidade (9) do fio de sutura (6) no interior da sutura circular básica (14).
11.- Processo, de acordo com a reivindicação 6 ou 10, caracterizado pelo fato de que a etapa de formar nós no fio de sutura (6) compreende a etapa de elevar as suturas circulares (1, 4) em direção à sutura circular básica (14).
12. - Dispositivo para operações cirúrgicas em um prolapso retal ou hemorroidal, caracterizado por compreender um divaricador oco (17) tendo uma direção de desenvolvimento prevalecente ao longo de um eixo longitudinal (Z) e capaz de ser inserido em um orifício anal, o divaricador (17) apresentando uma janela (29) que define uma área de operação e realiza uma comunicação entre uma cavidade interna (17b) do divaricador (17) e uma parte de um prolapso hemorroidal, em que ele compreende meios para abrir e fechar (31) a janela (29) para facilitar uma mudança na área operacional.
13. - Dispositivo, de acordo com reivindicação 12, caracterizado pelo fato de que os meios para abrir e fechar (31) a janela (29) compreendem pelo menos uma parede móvel (32), acoplada de forma corrediça ao divaricador (17) e sendo operativamente ativa na janela (29).
14. - Dispositivo, de acordo com a reivindicação 13, caracterizado pelo fato de que a janela (29) compreende uma primeira parte (29a) e uma segunda parte (29b), a segunda parte (29b) estendendo-se paralelamente ao eixo longitudinal (Z); a parede móvel (32) sendo ativa na segunda parte (29b) da janela (29) de modo a definir sua abertura ou fechamento.
15. - Dispositivo, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pelo fato de que a parede móvel (32) é associada de forma corrediça ao divaricador (17) para definir uma multiplicidade de posições operacionais compreendidas entre uma posição fechada, na qual a parede móvel (32) obstrui completamente a segunda parte (29b) da janela (29), e uma posição aberta, na qual a segunda parte (29b) da janela (29) está completamente aberta.
16. - Dispositivo, de acordo com a reivindicação 14 ou 15, caracterizado pelo fato de que a segunda parte (29b) da janela (29) se estende a partir da primeira parte (29a) da janela (29) até uma extremidade posterior (17e) do divaricador (17), a extremidade posterior (17e) sendo definida por uma direção de inserção do divaricador (17) no orifício anal.
17.- Dispositivo, de acordo com qualquer urri-a, das reivindicações 13 a 16, caracterizado por adicionalmente compreender guias corrediças (32a) para acoplar de forma corrediça a parede móvel (32) ao divaricador (17).
18.- Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 13 a 17, caracterizado pelo fato de que a parede móvel (32) compreende um alojamento (33) para alojar de forma removível sensores para detectar a proximidade de uma artéria hemorroidal.
19.- Dispositivo, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo fato de que a parede móvel (32) compreende uma abertura terminal externa (33°) para colocar o sensor perto da artéria hemorroidal.
20.- Dispositivo, de acordo com a reivindicação 18, caracterizado pelo fato de que o alojamento (33) realizado na parede móvel (32) está em comunicação com a cavidade (17b) do divaricador (17), para facilitar a inserção e fixação dos sensores na parede móvel (32), operando diretamente a partir da cavidade (17b).
21.- Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 12 a 20, caracterizado por compreender um punho, fixo no divaricador (17), que compreende um par de metades de invólucro acopladas (18, 21), o punho proporcionando internamente um primeiro assentamento (22) para alojar os meios para iluminação (23).
22.- Dispositivo, de acordo com qualquer tgna das reivindicações 12 a 21, caracterizado por compreender meios ' para guiar (34), fixados no divaricador (17) no interior da cavidade (17b) para guiar os meios para operação durante seu uso em uma etapa de operação.
23.- Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 12 a 22, caracterizado pelo fato de que o divaricador (17) compreende uma parte frontal (17c), com respeito à direção de inserção do divaricador (17), no interior do orifício anal, parte frontal (17c) esta que é fechada e tem a forma de um cone para facilitar a inserção do divaricador (17) no orifício anal.
24.- Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 12 a 23, caracterizado pelo fato de que o divaricador (17) apresenta externamente uma multiplicidade de marcas de calibração (36) para evidenciar uma profundidade de penetração do divaricador (10) no interior do orifício anal.
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