Relatório Descritivo da Patente de Invenção para FORMA MEDICAMENTOSA DE MULTIPARTÍCULAS CONTENDO SUBSTÂNCIAS ATIVAS DE ÁCIDO NUCLÉICO FORMULADAS MUCOADESIVAS, BEM COMO SEU PROCESSO DE PREPARAÇÃO.
[001] A presente invenção se refere a uma forma medicamentosa de multipartículas contendo substâncias ativas de ácido nucléico formuladas mucoadesivas, bem como a um processo para preparação da forma medicamentosa.
Estado da técnica [002] O WO 02/64148 descreve formulações contendo um mucopolissacarídeo e um processo para sua preparação. Aqui é formulado um mucopolissacarídeo, por exemplo, heparina, juntamente com um reforçador de adsorção, por exemplo, um quitosana, e a seguir dotado de uma cobertura solúvel no suco entérico de tal modo que a substância ativa possa ser liberada na parte média ou inferior do intestino delgado. Como revestimentos solúveis no suco entérico são considerados, por exemplo, copolímeros acrílicos aniônicos do tipo EUDRAGIT® L, S, L100-55. As formulações podem abranger cápsulas, comprimidos e granulados.
[003] A telomerase é uma enzima que na divisão celular influencia na duplicação do DNA particularmente na faixa dos finais dos cromossomos. Em virtude disto, a enzima é importante para a manutenção de uma estrutura intacta de cromossomos. A atividade da telomerase é reprimida na maioria das células corporais adultas, somente em células embrionárias, mas também em muitos tipos de células tumorais é observada uma elevada atividade de telomerase. Supõem-se que a telomerase desempenha papel importante no controle molecular do ciclo vital normal de células até a morte celular genética préprogramada. A elevada atividade da telomerase em células tumorais, diferente de células normais, é considerada indício de que o controle
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2/55 da divisão celular normal desapareceu. A telomerase ou as estruturas de genes com ela relacionadas são vistas como ponto de partida para terapia genética de células tumorais.
[004] A patente WO 99/38964 descreve ácidos nucléicos para a terapia genética, contendo particularmente um promotor de gen de telomerase. Este DNA pode ser copulado com genes heterólogos, como por exemplo, genes codificados com citotoxina. A estrutura de ácido nucléico pode ser empregada como substância ativa para a transfecção de células tumorais com elevada atividade de telomerase. Esperase, com isto, obter inibição da divisão celular até a morte objetivada destas células. Menciona-se a possibilidade de aplicação oral do tipo de substância ativa, ou formas medicamentosas derivadas da mesma, descrita na patente WO 99/38964.
[005] Roy et al. (1999) descreve em Nature Medicine, Vol.5, N°4, p.p. 387 - 391, Oral gene delivery with quitosana-DNA nanoparticles generates immunologic protection in murine model of peanut allergy uma administração oral de uma substância ativa de DNA em ratos. O gene de amendoim causador de alergia (pCNVArah2) dominante presente em um DNA de plasmídeo foi formulado juntamente com quitosana com um peso molecular Pm de cerca de 390.000 por meio de acervação complexa para nanopartículas em um tamanho na faixa de 100 até 200 nm. Estas nanopartículas foram ministradas via oral a ratos AKR/J, sendo que pode ser observada uma expressão genética transduzida nas células hepiteliais do intestino. Os ratos assim tratados produziram anticorpos de IgA- e soro IgG2a secretores específicos para alergia e apresentaram, em comparação com grupos de controle, reduzida anafilaxia induzida para alergia.
[006] Leong et al. (1998) descreve em Journal of Controlled Release 53, p.p. 183 - 193 DNA-polycation nanospheres as non-viral gene delivery vehicles, veículos de transferência de genes que em
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3/55 ratos BALB/c provocam in-vivo uma expressão genética inespecífica. As nanosferas foram preparadas como complexos DNA com gelatina ou quitosana com tamanho na faixa de 200 até 700 nm.
[007] A patente WO 02/094983 descreve formulações de ácidos nucléicos, anticorpos com especificidade para DNA e respectivos complexos de macromoléculas catiônicas. A formulação ocorre em forma de nanopartículas, sendo que foram observadas taxas aumentadas de transfecção tanto in-vitro quanto em in-vivo. Formulações para a aplicação oral com liberação retardada de substância ativa são mencionadas.
[008] A patente WO 03/007913 descreve formas medicamentosas orais de multipartículas que contêm em grande quantidade substância ativa em forma de emplastros (Patches). Um emplastro (Patch) é um objeto em forma de disco a partir de material bio-compatível com diâmetro de 500 pm até 5 mm e altura de 100 até 1000 pm. O emplastro consiste de duas camadas ou lados, um lado somente pouco permeável para água ou líquidos corporais, por exemplo, de etilcelulose, e um segundo lado contendo a substância ativa, por exemplo, uma proteína, um polissacarídeo ou uma pequena molécula que pode estar presente em mistura com polímeros mucoadesivos, por exemplo, quitosana, CMC, ácido poliacrílico ou pectina. Os emplastros podem ser prensados para comprimidos ou também ser colocados em uma cápsula que é provida adicionalmente de um revestimento solúvel no suco entérico. As preparações de substância ativa podem também ser adicionalmente combinadas com os chamados realçadores (enhancers), como ácidos graxos, álcoois graxos, ésteres, substâncias tensoativas e inibidores de protease. No local de atuação, por exemplo, em um determinado segmento do intestino, a cápsula dissolve e libera os emplastros. Os emplastros liberados podem aderir com seu lado mucoadesivo à mucosa do intestino e ali liberar com retardo a substância ati
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4/55 va e de modo direcionado sobre a mucosa do intestino. O segundo lado dos emplastros, somente pouco permeável, deve oferecer à substância ativa uma determinada proteção contra inativação química ou enzimática do lado do lúmen intestinal e também inibir que a substância ativa escape para esse lado.
[009] A patente WO 03/092732 descreve polímeros sensíveis ao pH com base em copolímeros de (met)acrilato aniônicos com peso molecular relativamente reduzido Pm de 1000 até 50.000. Os polímeros sensíveis ao pH são apropriados, entre outros, também para formação de complexos de ácidos nucléicos. Os polímeros sensíveis ao pH, na faixa de pH 7,0 ou levemente acima não apresentam nenhuma propriedade citotóxica ou somente em concentrações elevadas, no entanto abaixo do pH 6,5, já em reduzida concentração in vivo, são tóxicas às células, ou hemoliticamente ou membranoliticamente.
Objetivo e solução [0010] A patente WO 99/38964 descreve ácidos nucléicos e vetores, que dizem respeito ao gene de telomerase humana ou ao promotor desse gene. Os ácidos nucléicos ali descritos podem valer como substâncias ativas em potencial para a terapia genética de células de tumores. A administração oral dos tipos de substâncias ativas descritas na patente WO 99/38964 é somente tratada de modo muito geral. Persiste a necessidade de propostas de formulações que tornem o técnico capaz de transportar substâncias ativas desse tipo para o local de atuação de tal modo que não falte uma inativação prévia particularmente por meio de nucleases, e que uma fração suficiente de substância ativa chegue para a transfecção das células-alvo. Também a patente mencionada no início WO 02/094983, que descreve complexos de conjugados de anticorpos-DNA em nanopartículas, dá somente referências gerais para formulação de formas orais de medicamentos.
[0011] A patente WO 03/007913 descreve uma possibilidade de
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5/55 solução para preparação de formas medicamentosas orais que são liberadas no lúmen intestinal e que devem agir ali. Uma desvantagem dessa solução pode ser vista, entre outros, na dispendiosa estrutura e na preparação das estruturas emplastro de duas camadas. Desfavorável parece particularmente a preparação da forma medicamentosa como cápsula com um revestimento resistente ao suco gástrico mas solúvel no suco entérico. Com um tamanho nitidamente superior a 2,5 mm deve-se temer uma reprodutibilidade terapêutica insuficiente. O tempo de passagem da cápsula pelo estômago pode variar amplamente. Em cada caso, deve-se contar com um início de efeito retardado. Além disso, a cápsula, pode por sua vez, se dissolver rápida- ou lentamente já após uma parcial dissolução do revestimento. Ambos os princípios, revestimento e cápsula, se sobrepõem, aqui, de modo desfavorável de tal modo que deve-se contar com uma liberação totalmente descontrolada dos emplastros. A cápsula, em um estado em que ela já está pelo menos parcialmente acessível ao suco gástrico, pode permanecer intacta ou também ser mecanicamente destruída dependendo do atual conteúdo intestinal ou peristáltica intestinal. Por um lado pode ocorrer uma liberação repentina de grandes quantidades em emplastros ou por outro lado também pode haver uma liberação retardada indesejada, dependendo da decomposição ou carga mecânica do produto capsular inicialmente revestido. Uma liberação de substância ativa melhor para controlar como um todo seria, pois, desejável.
[0012] A presente invenção se refere, pois, a formas medicamentosas administráveis para substâncias ativas de ácido nucléico, particularmente para objetivos de terapia genética. Um problema geral é, pois, formular a substância ativa de uma forma que favoreça e simultaneamente garanta a transfecção de células vivas no local de atuação, que a substância ativa ou pelo menos uma quantidade suficiente chegue ao local de atuação em forma capaz de promover a transfec
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6/55 ção. Um dos objetivos da invenção é a preparação de uma forma medicamentosa que seja apropriada para liberação objetivada e efetiva de substâncias ativas de ácido nucléico. A forma medicamentosa deve oferecer elevada segurança de dosagem e se dividir bem no lúmen intestinal após rápida passagem pelo estômago. A substância ativa de ácido nucléico obtida deve, aqui, ser constantemente protegida contra inativação física, química ou nucleolítica e ser liberada no local de atuação definido de tal modo que uma elevada fração da substância ativa possa ser absorvida pelo corpo. O local de liberação deve ser variável e seguramente ajustável dependendo do objetivo terapêutico. A forma medicamentosa deve apresentar, além da substância ativa de DNA, somente componentes não-tóxicos, farmacologicamente inofensivos, de tal modo que no primeiro emprego, mesmo com ingestão freqüente ou regular da forma medicamentosa não seja esperado qualquer efeito colateral indesejado.
[0013] A tarefa é solucionada por meio de uma forma medicamentosa oral de multipartículas, contendo péletes com diâmetro médio na faixa de 50 até 2500 pm, constituídas de
a) uma camada matriz interna, que contém nanopartículas contendo uma substância ativa de ácido nucléico, e que são incorporadas em uma matriz de um polímero com efeito mucoadesivo, sendo que a matriz pode conter eventualmente outros excipientes farmaceuticamente usuais,
b) um revestimento externo com formação de película, consistindo essencialmente em um polímero ou copolímero aniônico, que pode ser formulado eventualmente com excipientes farmaceuticamente usuais, particularmente plastificantes, caracterizado pelo fato de que a forma medicamentosa com multipartículas é formulada de tal modo que os péletes contidos são liberados na faixa pH do estômago, o revestimento externo é ajustado pela escolha do polímero ou copolímero
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7/55 aniônico ou sua formulação com excipientes e sua espessura de camada, de tal modo que este se dissolva em faixas de pH de 4,0 até 8,0 no intestino no decorrer de 15 até 60 minutos, de tal modo que a camada matriz mucoadesiva contento a substância ativa seja liberada, aderida à mucosa do intestino e na mesma possa liberar a substância ativa, sendo que o polímero com efeito mucoadesivo é escolhido de tal modo que, em uma faixa de +/- 0,5 unidades pH em relação ao valor pH no qual o revestimento externo começa a se dissolver, ele apresente um efeito mucoadesivo de pelo menos Qb = 150 até 1000 mPa.s e uma absorção de água de 10 até 750% em 15 minutos e a fração de substância ativa da nanopartícula na camada matriz perfaça no máximo 40% em peso do teor do polímero com efeito mucoadesivo. Execução da invenção [0014] A invenção se refere a uma forma medicamentosa oral com multipartículas, particularmente em forma de comprimidos, minicomprimidos, em péletes encapsulados, sachês ou sumos liofilizados, contendo péletes com tamanho médio ou diâmetro médio na faixa de 50 até 2500, de preferência de 100 até 1000 pm, constituídos de
a) uma camada matriz interna, que contém nanopartículas contendo uma substância ativa de ácido nucléico, e que são incorporadas em uma matriz de um polímero com efeito mucoadesivo, sendo que a matriz pode conter eventualmente outros excipientes farmaceuticamente usuais,
b) um revestimento externo com formação de película, consistindo essencialmente em um polímero ou copolímero aniônico, que pode ser formulado eventualmente com excipientes farmaceuticamente usuais, particularmente emolientes.
[0015] A forma medicamentosa com multipartículas é formulada de tal modo que os péletes contidos são liberados na faixa pH do estômago.
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8/55 [0016] O termo péletes no sentido da invenção abrange aglomerados redondos até esféricos que podem ser denominados também micro-partículas, contas (Beads) ou minicomprimidos, desde que apresentem estrutura e tamanhos descritos na invenção.
[0017] O revestimento externo é ajustado pela escolha do polímero ou copolímero aniônico ou sua formulação, com excipientes e sua espessura de camada de tal modo que este se dissolva em faixas de pH de 4,0 até 8,0, de preferência de 5,5 até 7,8, particularmente preferido de 5,8 até 7,5, no intestino no decorrer de 15 até 60, de preferência de 20 até 40 minutos, de tal modo que a camada matriz mucoadesiva, contento a substância ativa seja liberada, ligada à mucosa do intestino e na mesma possa liberar a substância ativa.
[0018] O polímero ou copolímero com efeito mucoadesivo é escolhido de tal modo que, em uma faixa de +/- 0,5, de preferência +/- 0,3 unidades pH em relação ao valor pH no qual o revestimento externo começa a se dissolver, ele apresente um efeito mucoadesivo de pelo menos Qb = 150 até 1000, de preferência de 150 até 600 mPa.s e uma absorção de água de 10 até 750, de preferência 10 até 250, particularmente preferido 10 até 160 % em 15 minutos e a fração de substância ativa da nanopartícula na camada matriz perfaça no máximo 40, particularmente 0,001 até 15 ou 0,05 até 5% em peso do teor de polímero com efeito mucoadesivo.
A camada matriz interna [0019] A camada matriz interna atua como veículo da substância ativa. Além disso, a camada matriz interna possui a função de ligar a substância ativa à mucosa intestinal por meio do polímero mucoadesivo contido, de tal modo que esta possa do mesmo chegar ao organismo. A camada matriz interna possui, além disso, a função de proteger a substância ativa de inativação física, química ou enzimática.
[0020] A matriz interna pode conter adicionalmente excipientes
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9/55 farmacêuticos, particularmente receptores e ligantes acoplados na Gproteína (vide, por exemplo, WO 02/102407, p.p. 74-76), particularmente 8-OH-DPAT, aminocetanoserina, atropina, butaclamol, cloropromazina, cloroprozixeno, cinanoserina, cianopindolol, ciproheptadina, domperidona, epideprida, epinefrina, fenoldopam, flupentixol, flufenazina, haloperidol, hexociclio, himbacina, iodomelatonina, cetanoserina, derivados de ácido lisérgico, mesoridazina, mesulerigina, metoctramina, metisergid, metoclopramida, mianserin, molindonemo, muscarínico, naloxona, N-metilspiperona, norepinefrina, pergolida, fentolamina, pirenzepina, PPHT-cumarina, PPHT-rodamina, PPHT-Texas red, prazosina, promazina, racloprida, serotonina, espeperona, spriroxatrina, sulpirida, sumatriptano, tenilapina e trifluprimazina.
[0021] Além disso, a matriz interna pode conter promotores de penetração, por exemplo, plastificantes como, por exemplo, citrato de trietila, citrato de acetiltrietila, sebacato de dietila, sebacato de dibutila, polímeros como carbômero, quitosana, quitosana-cisteína, carboximetilcelulose de sódio, quitosana N-trimetilado, policarbofila-cisteína, ácidos graxos de cadeia longa, seus ésteres (por exemplo mono- e diglicerida) e seus sais como ácido láurico, ácido laurinsulfônico, ácido palmítico, ácido caprílico, ácido cáprico, ácido oléico, acilcarnitina, formadores de quelato como EDTA, salicilatos, ciclodextrinas, ácidos poliacrílicos, ácidos galênicos como ácido cólico, coliltaurino, colilsarcosina, ácido quenodeoxicólico e seus sais como colato de Na, glicolato de Na, taurocolato de Na, taurodihidrofusidato de Na, glicodihidrofusidato de Na, tensoativos e emulsificadores como particularmente estearato de hidróxi de polietileno-660-12 (Solutol® HS15), (Solutol HS15), polissorbato 80 (Tween 80), óleo castor polioxietilado (cremofor EL), polioxietileno-polioxipropileno glicol (Pluronic® F68), a toxina Zonula Occludens Toxin (ZOT) bem como vitaminas como vitamina E (Tocoferol) ou vitamina B12.
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10/55 [0022] De preferência, excipientes farmacêuticos, promotores de penetração e/ou receptores e ligantes acoplados à proteína G não são contidos na camada interna ou são contidos apenas em quantidades reduzidas, por exemplo, de 0,01 até 10, de preferência 0,05 até 2, particularmente preferido 0,1 até 1% em peso.
Substâncias ativas de ácido nucléico [0023] A camada matriz contém nanopartículas com uma substância ativa de ácido nucléico. A substância ativa de ácido nucléico possui a tarefa de provocar no local de atuação in-vivo uma interação com o DNA das células de mamíferos, particularmente células humanas, que levam a uma estrutura de DNA modificada nas células ou de modo geral a propriedades celulares modificadas. Em primeira linha, deve ser mencionada aqui a chamada terapia genética, cujo objetivo é restaurar estruturas genéticas defeituosas em doenças geneticamente dependentes. Aqui pode tratar-se, por exemplo, de uma inativação ou de um desligamento de atividades genéticas indesejadas como, por exemplo, a atividade de telomerase em células tumorais. Também pode tratarse de um restabelecimento de atividades genéticas presentes usualmente em células saudáveis, por exemplo, da atividade genética p53, um gene supressor de tumor há muito conhecido, intensamente pesquisado. A invenção se refere, portanto, a formas medicamentosas orais para substâncias ativas de ácido nucléico, particularmente para a terapia genética.
[0024] A substância ativa de ácido nucléico pode ser um DNA (ácido desoxirribonucléico) de filamentos simples ou duplos ou RNA (ácido ribonucléico) ou um DNA-RNA-Quimérico, sendo que podem estar contidos nucleotídeos sinteticamente modificados naturalmente presentes e/ou não naturalmente presentes. A substância ativa de ácido nucléico pode ser linear ou em forma de anel. Pode tratar-se de unidades de oligonucleotídeos, por exemplo, com um comprimento de
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11/55 até 200 bases ou pares de base. Pode tratar-se também de unidades mais longas, por exemplo, de mais de 200 até 100.000, 500 até 10.000 ou 1000 até 5.000 bases ou pares de bases. Além das seqüências que atuam como substância ativa propriamente, por exemplo, uma seqüência de ácido nucléico que está presente na célula-alvo ou que deve ser completada, podem estar contidos na substância ativa de ácido nucléico eventualmente também seqüências de vetores que, via de regra, não estão presentes na célula-alvo e não devem interagir com estas.
[0025] São conhecidos, por exemplo, sistemas de vetores com base em DNA de filamento duplo que dependem de plasmídeos ou de vetores com base em sistemas virais. São conhecidos, por exemplo, vetores virais adeno-associados recombinantes (rAAV). Outros vetores de filamentos duplos podem conter seqüências de promotores ou reguladores de citomegalo-vírus (CMV) ou do vírus SV40. Outros vetores podem ter base em DNA de filamentos simples, e podem ser protegidos contra decomposição com auxílio de elementos RNA adicionados. Também são conhecidas estruturas denominadas RDO I e RDO II, nas quais curtas partes de DNA, por exemplo, 30 até 60 bases são providas no final com curtos pedaços de RNA de 1 até 4 bases. Para o aumento adicional do período de semidesintegração ou de resistência da nuclease podem ser adicionados ao RNA ou DNA nucleotídeos não naturalmente presentes. Com isto, por exemplo, átomos de oxigênio isolados podem ser substituídos por átomos de enxofre, de tal modo que se obtenham pontes fósforo-enxofre (MSO). As inúmeras formas de ácido nucléico apropriadas como vetores de restauração de genes ou de substituição de genes que podem ser empregados como substâncias ativas no sentido da presente invenção são descritas, por exemplo, em Nature Reviews Vol.4, 2003, p.p. 679 - 689, Li Liu et al.. Preferidos são fragmentos de ácido nucléico que contêm essenci
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12/55 almente somente a seqüência de ácido atuante como substância ativa e nenhuma ou somente reduzidas frações de DNA vetores.
[0026] A substância ativa de ácido nucléico pode estar presente em um complexo ou conjugado, por exemplo, com polímeros catiônicos ou proteínas como, por exemplo, anticorpos. A formação de complexo ou ligação de conjugado pode ser covalente reversível ou irreversível por ligação química de pontes ou de valência secundária por meio de forças de Van der Waals, ligações iônicas, ligações hidrofóbicas. As moléculas presentes no complexo ou conjugado além da substância ativa de ácido nucléico, no entanto, não apresentam elas próprias nenhum efeito terapêutico e, assim, devem ser vistas como agentes auxiliares de formulação e não como substância ativa ou parte da substância ativa.
[0027] A substância ativa de ácido nucléico pode ser formulada eventualmente com auxílio de proteínas ou peptídeos. Esses, no entanto, não apresentam, eles próprios, nenhum efeito terapêutico e devem, assim, ser vistos como agentes auxiliares de formulação e não como substância ativa ou parte da substância ativa.
[0028] O ácido nucléico pode estar presente, por exemplo, de acordo com a patente WO 02/094983, em forma de um complexo com um anticorpo que liga especificamente ao ácido nucléico, e uma substância catiônica. Verificou-se que esta medida contribui para uma taxa mais elevada de transfecção tanto in-vitro quanto in-vivo. Aqui pode tratar-se, de preferência, de anticorpos IgG monoclonais ou anticorpos IgM, que tratam totalmente ou também como fragmentos, fragmentos de anticorpos Fc, fragmentos de anticorpos Fab', fragmentos de anticorpos F(a,b)'2 ou meio fragmento de anticorpos que, no entanto, precisa conter pelo menos uma posição de ligação anti-DNA. A proporção molecular de ácido nucléico para anticorpos anti-DNA pode perfazer, por exemplo, 1 para 20 até 1 para 5.
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13/55 [0029] A substância ativa de ácido nucléico pode, por exemplo, ter como objetivo a terapia da hemofilia e conter um gene do fator de coagulação sangüínea, por exemplo, o gene cDNA do fator de coagulação sangüínea humana IX (vide, por exemplo, WO 03/028657 ou Palmer et al., Blood, 1989, 73(2), p.438-445 ou Yao et al., Proc Natl Acad Sci U S A, 1992, 89(8): p.3357-3361). Além da fração genética terapeuticamente ativa a substância ativa de ácido nucléico pode conter também um gene indutor de imunotolerância como, por exemplo, o ligante Fas. O ligante Fas ou segmento genético co-exprimido pode introduzir a apoptose em células T, que podem ser especificamente ativadas após a transferência genética nas células-alvo. Vetores relacionados com a indução de apoptose em células leucêmicas são também mencionadas em Walensky et al., 2004, „Activation of Apoptosis in Vivo by a Hydrocarbon-Stapled BH3 Helix, Science, 305, p.p. 1466 - 1470.
[0030] A substância ativa de ácido nucléico pode conter, por exemplo, um trecho genético, particularmente a região promotora, do gene humano de telomerase. Apropriado é, por exemplo, o vetor de terapia genética descrito em WO 99/38964 pGT62-codAupp ou outros vetores deriváveis para um técnico, da WO 99/38964. A substância ativa de ácido nucléico pode conter um segmento genético supressor de tumor, por exemplo, o gene supressor de tumor p53 ou fragmentos do mesmo. A patente US 6.451.593 B1 descreve princípios de estruturação para vetores de expressão para a terapia genética que são apropriados para preparação de substâncias ativas de ácido nucléico no sentido da invenção.
Nanopartículas [0031] A forma medicamentosa contém nanopartículas que podem apresentar, de preferência, um tamanho na faixa de 20 até 1000, de preferência de 50 até 250, particularmente preferido 80 até 220, em particular 100 até 200 nm.
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14/55 [0032] O ácido nucléico contido nas nanopartículas pode estar presente, de preferência, em forma de um complexo com uma substância catiônica.
[0033] A substância catiônica pode ser um lipídio catiônico, um polipeptídeo catiônico e/ou um polímero catiônico. Apropriados podem ser também polietilenoimina ou derivados.
[0034] Lipídios catiônicos podem ser, por exemplo, misturas usuais no comércio de cloreto de N-[1-(2,3-dioleilóxi)propil]-N-N-Ntrimetilamônio (DOTMA) e dioleilfosfatidiletanolamina (DOPE). Apropriados são, por exemplo, também sulfato de N-[1-(2,3dioleoilóxi)propil]-N-N-N-trimetilamônio-metila (DOTAP), dioleilfosfatidilcolina (DOPC), dioctadecilamidoglicil-spermina (DOGS).
[0035] Polipeptídeos catiônicos são, de preferência, homopolímeros de aminoácidos sinteticamente preparados com grupos catiônicos laterais. Podem ser mencionados polilisina, poliarginina, poliornitina e polihistidina. Os comprimentos de cadeia podem variar de poucas unidades até grandes unidades, por exemplo, 3 até 20, 10 até 50, 50 até 100 ou até 500 ou até 1000 aminoácidos. Também podem ser empregadas proteínas naturalmente presentes com propriedades preponderantemente catiônicas como, por exemplo, proteínas de histona.
[0036] Preferidos em relação a outras substâncias com experiência farmacológica relativamente mais reduzida são copolímeros de (met)acrilato em virtude de seu uso seguro já por décadas em medicamentos via oral. O polímero catiônico pode, por isso, ser de preferência um copolímero de (met)acrilato, particularmente um copolímero de (met)acrilato que apresenta grupos amino terciários ou quaternários. A temperatura de vidro (ISO 11357-2, ponto 3.3.3) do copolímero de (met)acrilato catiônico situa-se, de preferência, na faixa de 40 até 60° C, peso molecular Pm (média ponderal) em 100.000 até 200.000. A determinação do peso molecular Pm pode ser efetuada, por exem
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15/55 plo, por cromatografia com permeação de gel ou por métodos de luz difusa (vide, por exemplo, H. F. Mark et al., Encyclopedia of Polymer Science and Engineering, 2a Edição, Vol. 10, Seiten 1 ff., J. Wiley, 1989). Para aperfeiçoar a eliminação pelos rins ou pela via biliar são preferidos copolímeros de (met)acrilato catiônicos com reduzido peso molecular Pm, por exemplo, com Pm de 50.000 ou menos, 5.000 até 40.000, 10.000 até 30.000 ou 15.000 até 25.000.
[0037] O peso molecular Pm (média ponderal) pode ser determinado, por exemplo, por viscosímetro ou cromatografia por permeação de gel (GPC). Valores viscosimétricos (índice limite de viscosidade) podem ser determinados em clorofórmio ou em DMF (dimetilformamida) a 23° C e devem situar-se de preferência na faixa de 10 até 20, de preferência, 11 até 15 nspez/c (cm3/g). Índices de viscosidade podem, por exemplo, ser medidos segundo ISO 1628-6.
[0038] Particularmente preferido é um copolímero de (met)acrilato que se compõe de unidades polimerizadas através de radical de 2030% em peso de metacrilato de metila, 20-30% em peso de metacrilato de butila e 60-40% em peso de metacrilato de dimetilaminoetila. O copolímero de (met)acrilato pode ser empregado particularmente em forma micronizada com tamanhos médios de partícula de 10 até 30 pm. Um copolímero de (met)acrilato concreto apropriado usual no comércio com grupos amino terciários é, por exemplo, composto de 25% em peso de metacrilato de metila, 25% em peso de metacrilato de butila e 50% em peso de metacrilato de dimetilaminoetila (EUDRAGIT® E100). Particularmente preferida é uma forma micronizada (EUDRAGIT® E PO, pó) com tamanho médio de partículas de 10 até 20 mm. Esta pode ser particularmente bem processada para nanopartículas contendo ácido nucléico. Com isto, obtém-se uma formação de complexo particularmente favorável com as moléculas de ácido nucléico, que pode contribuir para maiores taxas de transfecção.
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16/55
Nanopartícula contendo substância ativa de ácido nucléico bem como copolímeros de (met)acrilato catiônicos e aniônicos [0039] É possível otimizar mais as taxas de transfecção dos respectivos ácidos nucléicos para o tipo de célula-alvo, adicionando-se na preparação da nanopartícula contendo substância ativa de ácido nucléico e copolímero de (met)acrilato catiônico, adicionalmente um copolímero de (met)acrilato aniônico em frações de 0,1 até 40, particularmente 1 até 30, particularmente preferido 2 até 25% em peso, em relação à substância ativa de ácido nucléico e ao copolímero de (met)acrilato catiônico. As nanopartículas precisam, pois, ser testadas quanto à sua taxa de transfecção em um ensaio in-vitro com uma cultura de célula do tipo da célula-alvo, desde que disponível, ou com um tipo de célula pelo menos semelhante ou que reage de modo semelhante. Desse modo, pode ser ajustado um equilíbrio apropriado entre as forças de ligação do ácido nucléico no complexo e sua liberação do complexo nas células vivas. Caso o efeito de ligação pelo copolímero de (met)acrilato catiônico sozinho seja muito forte no início, de tal modo que a taxa de transfecção do ácido nucléico seja insuficientemente reduzida, o efeito de ligação pode ser abrandado pela adição do copolímero de (met)acrilato até que a taxa de transfecção alcance um valor ótimo, o qual é especifico para o ácido nucléico empregado e para o tipo de célula-alvo. Este tipo de formulação possui a vantagem de que tanto o copolímero de (met)acrilato catiônico como também o aniônico são farmacologicamente inofensivos, de tal modo não há possibilidade ou quase nenhuma possibilidade de efeitos secundários.
[0040] Como copolímeros de (met)acrilato aniônicos são apropriados, de preferência, os mesmos tipos que podem ser empregados também para o revestimento externo, isto é, copolímeros de (met)acrilato com um teor de monômeros com grupos aniônicos de 5 até 60% em peso (EUDRAGIT® tipos L, S, L100-55, FS). Em muito ca
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17/55 sos pode ser obtido um surpreendente aumento da taxa de transfecção empregando-se copolímeros de (met)acrilato aniônicos, a partir de até 33 % em peso de ácido metacrílico e/ou ácido acrílico, até 30 % em peso de acrilato de metila e até 40 % em peso de acrilato de etila e mais de 10 até 30 % em peso de metacrilato de butila e eventualmente até 10 % em peso de outros monômeros copolimerizáveis vinilicamente, sendo que as frações dos monômeros são adicionadas até 100 % em peso, com a condição de que a temperatura de vidro do copolímero (temperatura de transição vítrea) segundo ISO 11357-2, ponto 3.3.3 (temperatura média Tmg), perfaça 55 até 70° C.
[0041] O copolímero mencionado acima é composto particularmente de unidades polimerizáveis através de radical de até 33, de preferência 25 até 32, particularmente preferido 28 até 31% em peso de ácido metacrílico ou de ácido acrílico, de preferência ácido metacrílico, até 30, de preferência 10 até 28, particularmente preferido até 25% em peso de acrilato de metila, até 40, de preferência 25 até 35, particularmente preferido 18 até 22 % em peso de acrilato de etila, bem como mais de 10 até 30, de preferência 15 até 25, particularmente preferido 18 até 22 % em peso de metacrilato de butila, sendo que a composição monômera é escolhida de tal modo que a temperatura de vidro do copolímero perfaça 55 até 70° C, de preferência 59 até 66, particularmente preferido 60 até 65° C.
[0042] Para aperfeiçoar a eliminação pelos rins ou pela via biliar são preferidos copolímeros de (met)acrilato aniônicos com peso mole
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18/55 cular baixo, por exemplo, com um Pm de 50.000 ou menos, 5.000 até 40.000, 10.000 até 30.000 ou 15.000 até 25.000.
[0043] O peso molecular Pm (média ponderal) pode ser determinado, por exemplo, por viscosímetro ou cromatografia por permeação de gel (GPC). Valores viscosimétricos (índice limite de viscosidade) podem ser determinados em clorofórmio ou em DMF (dimetilformamida) a 23° C e devem situar-se de preferência na faixa de 10 até 20, de preferência, 11 até 15 nspez/c (cm3/g). Índices de viscosidade podem, por exemplo, ser medidos segundo ISO 1628-6.
[0044] Copolímeros de (met)acrilato aniônicos com baixo peso molecular são polímeros sensíveis ao pH, que na faixa de pH 7,0 ou pouco acima não apresentam ou somente em elevadas concentrações apresentam propriedades citotóxicas, mas abaixo do pH 6,5, já em reduzida concentração in-vivo, agem de modo hemolítico ou membranolítico. Os polímeros, nas nanopartículas, podem servir de moduladores para o reforço de ligação entre substância ativa de ácido nucléico e copolímero de (met)acrilato catiônico e ao mesmo tempo influenciar favoravelmente a taxa de transfecção. A fração de copolímeros de (met)acrilato aniônicos com reduzido peso molecular nas nanopartículas pode contribuir para que a substância ativa de ácido nucléico seja liberada intracelularmente após absorção em endossomas por sua subseqüente desestabilização ou lise.
Copolímeros de (met)acrilato aniônicos com baixo peso molecular para o nanoencapsulamento [0045] Em uma forma de execução preferida, copolímeros de (met)acrilato aniônicos com baixo peso molecular, por exemplo, com Pm de 50.000 ou menos, 5.000 até 40.000, 10.000 até 30.000 ou 15.000 até 25.000, por nanoencapsulamento são empregados como cápsulas em nanopartículas contendo a substância ativa de ácido nucléico e polímero catiônico, de preferência um copolímero de
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19/55 (met)acrilato catiônico. A fração dos copolímeros de (met)acrilato com baixo peso molecular na superfície das nanopartículas pode contribuir particularmente para que a substância ativa de ácido nucléico seja liberada intracelularmente após absorção em endossomas por sua subseqüente desestabilização ou lise. Além disso, a substância ativa de ácido nucléico é, no interior, melhor protegida contra decomposição nucleolítica de modo que mais substância ativa pode chegar ao local alvo.
Frações de substância ativa [0046] A fração de nanopartículas na camada matriz perfaz, de preferência, no máximo 40, particularmente 0,001 até 15 ou 0,05 até 5% em peso do teor de polímeros com efeito mucoadesivo. Nas nanopartículas, a fração de substância ativa de ácido nucléico pode perfazer, por exemplo, 1 até 50, de preferência 2 até 25% em peso. Preparação de nanopartículas [0047] A preparação de nanopartículas é conhecida. Métodos conhecidos são coacervação, formação de complexo, precipitação de emulsão, vaporização da fração orgânica de solvente de uma emulsão água-em-óleo, através do que resultam nanopartículas na fase aquosa. Vaporização da fração orgânica de solvente a partir de uma emulsão óleo-em-água, com o que resultam nanopartículas na fase aquosa. Leong et al. (1998) descreve a preparação de nanopartículas em Journal of Controlled Release 53, p.p. 183 - 193 DNA-polycation nanospheres as non-viral gene delivery vehicles. Roy et al. (1999) descreve a preparação de nanopartículas em Nature Medicine, Vol.5, n° 4, p.p. 387 - 391, Oral gene delivery with quitosana-DNA nanoparticles generates immunologic protection in murine model of peanut allergy”.
[0048] Sob nanoencapsulamento entende-se um método de polimerização de camada limite (vide, por exemplo, Chouinard F. et al., Pharm Res., 1994, Jun 11(6): 869-874). Nanocápsulas podem ser pre
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20/55 paradas dispersando-se nanopartículas como complexos insolúveis em meio aquoso e emulsificando-se a dispersão em um solvente orgânico. A dispersão em um solvente orgânico contém, por exemplo, um copolímero de (met)acrilato. Na vaporização do solvente orgânico o copolímero de (met)acrilato precipita e forma um invólucro para a nanopartícula.
[0049] O encapsulamento da nanopartícula é vantajoso porque garante uma proteção adicional da substância ativa de ácido nucléico em complexo durante o processo de absorção pelos enterocitos e pelo fígado.
Polímeros com efeito mucoadesivo [0050] A camada matriz contém, além disso, polímeros com efeito mucoadesivo. Polímeros apropriados com efeito mucoadesivo são particularmente um quitosana (quitosana e derivados, quitosanas), copolímeros de (met)acrilato consistindo em 20-45% em peso de metacrilato de metila e 55 até 80% em peso de ácido metacrílico, celuloses, particularmente metilceluloses, como Na-carboximetilcelulose (por exemplo Blanose® ou Methocel®). Preferidos em relação a outras substâncias com experiência farmacológica comparativamente menor são copolímeros de (met)acrilato em virtude de seu uso seguro por décadas em medicamentos via oral.
[0051] O polímero com efeito mucoadesivo é escolhido de tal modo que em uma faixa de +/- 0,5, de preferência +/- 0,3 unidades pH em relação ao valor pH no qual o revestimento externo começa a se dissolver, ele apresente uma absorção de água de 10 até 750, de preferência 10 até 250, particularmente preferido 10 até 160 % em 15 minutos.
Medição das propriedades mucoadesivas [0052] Um método apropriado de medição para caracterizar as propriedades mucoadesivas é contido em Hassan und Gallo (1990)
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21/55 (veja Hassan E.E. und Gallo J.M. A Simple Rheological Method for the in Vitro Assessment of Mucin-Polymer Bioadhaesive Bond Strength Pharma Res. 7 (5), 491 (1990)). O método baseia-se na suposição de que a viscosidade (η, viscosidade dinâmica ou coeficiente de viscosidade) de uma mistura de polímeros com mucina é diferente da soma das viscosidades dos componentes isolados. Vale a relação [0053] nmistura de polímero com mucina = nmucina + npolí mero + nb , sendo que nb representa a diferença. Quanto maior for nb, maiores são as propriedades mucoadesivas. Os componentes isolados são primeiramente medidos com um viscosímetro rotativo com relação a sua viscosidade. São empregadas uma solução aquosa a 0,5% (peso/peso) do polímero mucoadesivo e uma solução a 15% de mucina de estômago de porco. Para determinar as propriedades mucoadesivas nb, mucina e polímero são medidos sozinhos e em sua mistura nas concentrações indicadas.
[0054] O polímero com efeito mucoadesivo é escolhido de tal modo que em uma faixa de +/- 0,5, de preferência +/- 0,3 unidades pH em relação ao valor pH no qual o revestimento externo começa a se dissolver, ele apresente um efeito mucoadesivo medido como viscosidade nb de 150 até 1000, de preferência de 150 até 600 mPa.s. Hidratação e absorção de água [0055] A hidratação de polímeros é baseada na afinidade do polímero em absorver água. Polímeros entumecem com essa absorção de água. Isto se deve a um desequilíbrio entre o potencial químico da água no polímero e a água no meio circundante. A água é absorvida em virtude da pressão osmótica do polímero até que seja ajustado um equilíbrio entre fase interna e externa. O polímero está, então, 100% hidratado. Para polímeros com baixo peso molecular médio está presente então uma solução. Para polímeros com elevado peso molecular ou polímeros reticulados resulta um gel. A absorção de água até ajuste
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22/55 do equilíbrio pode perfazer, por exemplo, até 10 vezes o próprio peso correspondente a 1000% do peso do polímero.
Medição da absorção percentual de água [0056] A medição da absorção percentual de água é familiar ao técnico. Um método apropriado é descrito, por exemplo, em Lehrbuch der pharmazeutischen Technologie/Rudolf Voigt, Basel: Verlag Chemie, 5a edição totalmente reformulada, 1984, p. 151, 7.7.6 sob Aufsaugvermogen. O método utiliza a chamada aparelhagem de Enslin, na qual um filtro de sucção de vidro está ligado a uma pipeta graduada por meio de uma mangueira. A pipeta está montada exatamente na horizontal de modo que esteja na mesma altura com a frita de vidro. Uma absorção de 100% é definida no presente caso como uma absorção de 1 ml de água por 1 g de polímeros com efeito mucoadesivo em 15 minutos.
[0057] Pela absorção de água ou hidratação relativamente mais rápida e pelo elevado grau de hidratação é garantida uma rápida proteção da substância ativa e uma ligação imediata à mucosa do intestino, no momento em que o revestimento externo começa a se dissolver. A ligação da substância ativa na matriz mucoadesiva deve ser somente reduzida de tal modo que esta possa ser levada imediatamente da mucosa intestinal para o organismo.
Ajuste do valor pH da matriz [0058] O efeito mucoadesivo em muitos polímeros mucoadesivos depende do pH. O valor pH na matriz pode ser ajustado objetivadamente pela adição de um ácido, de uma base ou de um sistema tampão. A matriz interna pode conter como polímero com efeito mucoadesivo, por exemplo, um quitosana que é empregado juntamente com um sistema tampão de acetato. O tampão acetato/ acetato de Na ajustado, por exemplo, em pH 5,0 até 5,5 pode ser encontrado como aditivo na matriz ou em um núcleo no qual a matriz será introduzida. Deste
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23/55 modo, quitosana pode ser empregado também em combinação com revestimentos com película, que começam a dissolver com valores pH mais elevados, por exemplo, pH 6,0 até 8,0. Apesar do elevado valor pH do ambiente, o valor pH reduzido é mantido no micro-ambiente da matriz. Assim, é possível utilizar as propriedades mucoadesivas do polímero em faixas de pH nas quais ele não agiria ou não agiria nestas proporções como mucoadesivo. Isto possui a vantagem de que é possível obter uma determinada proteção em relação a nucleases cujo pH ideal situa-se em faixas pH mais elevadas. O mesmo princípio pode também ser empregado de modo inverso, em que aumenta-se o valor pH da matriz por meio da adição de uma base e combina-se com um revestimento com película que se dissolve com valores pH mais reduzidos.
Exemplos para escolha de polímeros mucoadesivos apropriados [0059] A escolha de polímeros mucoadesivos apropriados se baseia em suas propriedades mucoadesivas e sua capacidade de absorção de água. Os polímeros devem apresentar na respectiva faixa de pH um efeito mucoadesivo de pelo menos Qb = 150 até 1000 mPa.s e uma absorção de água de 10 até 750% em 15 minutos. A tabela a seguir fornece uma listagem a título de exemplo.
[0060] Quitosana é apropriado, por exemplo, para o uso em uma faixa de pH ambiente de pH 5,5 (duodeno) ou em uma outra faixa de pH do ambiente (íleo ou colo), desde que a faixa de pH da matriz tenha sido ajustada na faixa de pH 5,5 com auxílio de um sistema tampão.
[0061] O copolímero de (met)acrilato listado na tabela é mais apropriado para uma faixa de pH de 7,2 do que para uma faixa de pH 5,5.
[0062] Na-alginato é apropriado para a faixa de pH de 5,5, no entanto não para pH 7,2.
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24/55 [0063] Na-carboximetilcelulose e ácido poliacrílico reticulado são apropriados para uma ampla faixa de pH de 5,5 até 7,2.
Polímero mucoadesivo |
Efeito mucoadesivo Qb [mPa.s] com pH
5,5 |
Efeito mucoadesivo Qb [mPa.s] com pH 7,2 |
Absorção de H2O [% em 15 min] com pH
5,5 |
Absorção de H2O [% em 15 min] com pH 6,0 |
Absorção de
H2O [% em 15 min] com pH
7,2 |
Quitosana |
220 |
0 |
140 |
320 |
320 |
Copolímero de (met)acrilato* |
150 |
480 |
170 |
50 |
125 |
Na-alginato |
580 |
0 |
40 |
50 |
50 |
Nacarboximetilcelulose |
300 |
250 |
55 |
50 |
50 |
Ácido poliacrílico reticulado |
350 |
340 |
50 |
25 |
25 |
*= copolímero d |
e (met)acrilato de 30% em peso c |
e metacrilato de me- |
tila e 70 % em peso de ácido metacrílico
O revestimento externo de copolímeros de (met)acrilato aniônicos [0064] O revestimento externo de polímeros ou copolímeros aniônicos serve como revestimento resistente ao suco gástrico para proteção da camada matriz interna contra os sucos gástricos. Além disso, o revestimento externo atua na proteção da substância ativa contra enzimas nucleolíticas até o momento que o revestimento alcança um segmento do intestino (duodeno, jejuno, íleo ou colo), quando ele começa a se dissolver. O revestimento externo serve, aqui, particularmente ao chamado alvo gastrointestinal, isto é, para a liberação objetivada da camada matriz interna para o determinado segmento intesti
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25/55 nal por meio de seu valor pH dominante no mesmo. Para que não ocorra uma inibição da liberação da camada matriz interna o copolímero de (met)acrilato do revestimento externo deve apresentar, se possível, nenhum ou somente reduzidas interações com a substância ativa ou com os polímeros mucoadesivos da camada matriz interna.
[0065] Polímeros ou copolímeros aniônicos apropriados são glicolato de celulose (Duodcell®), celuloseacetatoftalato (CAP, Cellulosi acetas, PhEur, Celluloseacetate-phtalate, NF, Aquateric®), celuloseacetatossuccinato (CAS), celuloseacetatotrimeliato (CAT), hidroxipropilmetilceluloseftalato (HPMCP, HP50, HP55), hidroxipropilmetilceluloseacetatosuccinato (HPMCAS -LF, -MF, -HF), polivinilacetatoftalato (PVAP, Sureteric®), copolímero de vinilacetato-vinilpirrolidona (PVAc, Kollidon® VA64), copolímero de vinilacetato: ácido crotônico 9:1 (VAC:CRA, Kollicoat® VAC) e/ou goma laca. Os polímeros ou copolímeros mencionados podem ser formulados de modo totalmente satisfatório de inúmeras maneiras, de tal modo que seja obtido uma dissolução de pH específico.
[0066] O revestimento externo com película consiste, de modo particularmente preferido, essencialmente em copolímeros de (met)acrilato com um teor de monômeros com grupos aniônicos de 5 até 60% em peso, que podem ser formulados eventualmente com excipientes farmaceuticamente usuais, particularmente plastificantes. Em comparação com os polímeros mencionados no início, os copolímeros de (met)acrilato aniônicos mencionados no sentido da invenção oferecem a possibilidade de efetuar, em muitos casos, um ajuste específico de pH ainda mais exato e reproduzível do valor pH de dissolução. Também o manuseio e aplicação são vistos, via de regra, como pouco dispendiosos.
[0067] O copolímero de (met)acrilato para o revestimento externo consiste, de preferência, em 40 até 95, de preferência 45 até 90, parti
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26/55 cularmente 30 até -% em peso de ésteres de Ci- até C4-alquila polimerizados via radicais do ácido acrílico ou do ácido metacrílico e pode conter 5 até 60, de preferência 8 até 40, particularmente 20 até 35% em peso de monômeros de (met)acrilato com um grupo aniônico. [0068] Via de regra, as frações mencionadas perfazem 100% em peso. No entanto, sem que isto influencie ou modifique as propriedades essenciais, adicionalmente podem ser contidas reduzidas quantidades na faixa de 0 até 10, por exemplo, 1 até 5% em peso, de outros monômeros vinilicamente copolimerizáveis como, por exemplo, metacrilato de hidroxietila ou acrilato de hidroxietila.
[0069] Ésteres de C1- até C4-alquila do ácido acrílico ou metacrílico são particularmente metacrilato de metila, metacrilato de etila, metacrilato de butila, acrilato de metila, acrilato de etila e acrilato de butila.
[0070] Um monômero de (met)acrilato com um grupo aniônico pode ser, por exemplo, ácido acrílico, de preferência, no entanto, ácido metacrílico.
[0071] Além disso, são apropriados copolímeros de (met)acrilato aniônicos de 40 até 60% em peso de ácido metacrílico e 60 até 40% em peso de metacrilato de metila ou 60 até 40% em peso de acrilato de etila (tipos EUDRAGIT® L ou EUDRAGIT® L100-55). A temperatura de vidro (ISO 11357-2, ponto 3.3.3) deste tipo situa-se na faixa de 105 até 160° C, o peso molecular Pm em 100.000 até 300.000 (a determinação do peso molecular Pm pode ser efetuada, por exemplo, por cromatografia por permeação de gel ou por métodos de luz difusa) (vide, por exemplo, H. F. Mark et al., Encyclopedia of Polymer Science and Engineering, 2a edição, vol. 10, p. 1 e seguintes, J. Wiley, 1989). [0072] EUDRAGIT® L é um copolímero de 50% em peso de metacrilato de metila e 50% em peso de ácido metacrílico. Esse copolímero de (met)acrilato é particularmente apropriado para dissolução em faiPetição 870180145398, de 29/10/2018, pág. 35/75
27/55 xas de pH de 6,0 até 6,5 (jejuno).
[0073] EUDRAGIT® L100-55 é um copolímero de 50 % em peso de acrilato de etila e 50% em peso de ácido metacrílico. EUDRAGIT® L 30D-55 é uma dispersão contendo 30 % em peso de EUDRAGIT® L 100-55. Esse copolímero de (met)acrilato é particularmente apropriado para dissolução em faixas de pH de pH 5,5 até 6,0 (duodeno).
[0074] Igualmente apropriados são copolímeros de (met)acrilato aniônicos de 20 até 40% em peso de ácido metacrílico e 80 até 60% em peso de metacrilato de metila (tipo EUDRAGIT® S). Esse copolímero de (met)acrilato é particularmente apropriado para dissolução em faixas de pH de 6,5 até 7,0 (jejuno ou íleo). A temperatura de vidro desse tipo situa-se na faixa de 140 até 180° C, o peso molecular Pm em 100.000 até 150.000.
[0075] Particularmente bem apropriados são copolímeros de (met)acrilato, consistindo em 10 até 30% em peso de metacrilato de metila, 50 até 70% em peso de acrilato de metila e 5 até 15% em peso de ácido metacrílico.
[0076] EUDRAGIT® tipo FS é um copolímero de 25% em peso de metacrilato de metila, 65% em peso de acrilato de metila e 10% em peso de ácido metacrílico. EUDRAGIT® FS 30 D é uma dispersão contendo 30% em peso do copolímero tipo FS. Esse copolímero de (met)acrilato é particularmente apropriado para dissolução em faixas de pH 7,0 até 7,8 (íleo ou colo).
[0077] Além disso, é apropriado um copolímero composto de até 34 % em peso de ácido metacrílico e/ou de ácido acrílico, até 69 % em peso de acrilato de metila e até 40 % em peso de acrilato de etila e/ou eventualmente 0 até 10 % em peso de outros monômeros compolimerizáveis vinilicamente,
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28/55 com a condição de que a temperatura de vidro do polímero segundo ISO 11357-2, ponto 3.3.3., perfaça no máximo 60° C. Esse copolímero de (met)acrilato, em virtude de suas boas propriedades de alongamento até ruptura, é particularmente apropriado para prensagem de péletes para comprimidos.
[0078] Além disso, são apropriados copolímeros de até 33 % em peso de ácido metacrílico e/ou ácido acrílico, até 30 % em peso de acrilato de metila e até 40 % em peso de acrilato de etila e mais de 10 até 30 % em peso de metacrilato de butila e eventualmente até 10 % em peso de outros monômeros vinilicamente copolimerizáveis, sendo que a fração dos monômeros somam 100 % em peso, com a condição de que a temperatura de vidro do copolímero (temperatura de transição vítrea segundo ISO 11357-2, ponto 3.3.3 (temperatura média Tmg), perfaça 55 até 70 °C. Copolímeros desse tipo, em virtude de suas boas propriedades mecânicas, são particularmente apropriados para a prensagem de péletes para comprimidos.
[0079] O copolímero mencionado acima é composto particularmente de unidades polimerizadas através de radical de até 33, de preferência 25 até 32, particularmente preferido 28 até 31% em peso de ácido metacrílico ou de ácido acrílico, preferido é ácido metacrílico, até 30, de preferência 10 até 28, particularmente preferido 15 até 25% em peso de acrilato de metila, até 40, de preferência 25 até 35, particularmente preferido 18 até 22% em peso de acrilato de etila, bem como
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29/55 mais de 10 até 30, de preferência 15 até 25, particularmente preferido 18 até 22% em peso de metacrilato de butila, sendo que a composição de monômeros é escolhida de tal modo que a temperatura de vidro do copolímero perfaça 55 até 70° C, de preferência 59 até 66, particularmente preferido 60 até 65° C.
[0080] Para ajustar perfis especiais de liberação ou locais de liberação podem ser empregadas também misturas dos copolímeros mencionados.
[0081] Sob temperatura de vidro entende-se, aqui, particularmente o ponto médio de temperatura Tmg segundo ISO 11357-2, ponto 3.3.3. A medição ocorre sem adição de plastificantes, com teores de monômero residual (REMO) de menos de 100 ppm, com uma taxa de aquecimento de 10° C/min e sob atmosfera de nitrogênio.
[0082] O copolímero consiste, de preferência, essencialmente até exclusivamente, em 90, 95 ou 99 até 100% em peso dos monômeros ácido metacrílico, acrilato de metila, acrilato de etila e metacrilato de butila nas faixas de quantidades indicadas acima.
[0083] No entanto, sem que isto possa influenciar as propriedades essenciais, podem ser adicionalmente contidas reduzidas quantidades na faixa de 0 até 10, por exemplo 1 até 5% em peso de outros monômeros vinilicamente copolimerizáveis, como por exemplo, metacrilato de metila, acrilato de butila, metacrilato de hidroxietila, vinilpirrolidona, ácido vinilmalônico, estireno, álcool de vinila, acetato de vinila e/ou seus derivados.
[0084] Os copolímeros são obtidos de modo conhecido per se pela polimerização via radical de substância, com solução, com conta ou em emulsão. Antes do processamento eles precisam ser colocados na faixa de tamanho de grãos de acordo com a invenção por meio de processos apropriados de moagem, secagem ou pulverização. Isto pode ser efetuado por simples quebra de filamentos de granulado exPetição 870180145398, de 29/10/2018, pág. 38/75
30/55 trudados e resfriados ou corte a quente.
[0085] Particularmente na mistura com outros pós ou líquidos pode ser vantajoso o emprego de pós. Utensílios apropriados para preparação do pó são familiares ao técnico, por exemplo, moinhos de jato de ar, moinhos de pinos, moinhos em leques. Eventualmente podem ser incluídas etapas de peneiração correspondentes. Um moinho apropriado para grandes quantidades industriais é, por exemplo, um moinho de contracorrente (Multi n° 4200) que é operado com cerca de 6 bar de sobrepressão.
Preparação do copolímero [0086] Todos os copolímeros de (met)acrilato mencionados são obteníveis por meio de polimerização via radical dos monômeros em presença de iniciadores de polimerização e reguladores de peso molecular por meio de polimerização em bloco, com contas ou por emulsão e retirada do polímero (vide, por exemplo, EP 0 704 207 A2, EP 0 704 208 A2 ou WO 03/092732). Os copolímeros de (met)acrilato podem ser preparados de modo conhecido per se por meio de polimerização por emulsão via radical em fase aquosa em presença de emulsificadores de preferência aniônicos, por exemplo, de acordo com o processo descrito em DE-C 2 135 073.
[0087] Como outros processos de preparação são apropriados em princípio também Group Transfer Polymerization (GTP) ou Atom Transfer Radical Polymerization (ATRP) (vide, por exemplo, Matyjaszewski, K. et al., Chem. Rev. 2001, 101, 2921-2990). As estruturas polímeras resultantes são copolímeros ou copolímeros em bloco estatísticos.
[0088] Preferida é a polimerização em emulsão em presença de 2 até 15% em peso de reguladores de peso molecular, uma fração de emulsificador na faixa de 0,1 até 2% em peso, uma quantidade de iniciador de polimerização na faixa de 0,02 até 0,4% em peso e a tempe
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31/55 raturas de 65 até 90°C. Preferida é uma mistura de emulsificador, de preferência de laurilsulfato de sódio, por exemplo, 0,1 até 0,5% em peso, e monooleato de polioxietileno-20-sorbitano, por exemplo, 0,4 até 1,5% em peso. Como iniciadores são particularmente apropriados peroxodissulfato de sódio ou peroxodissulfato de amônio. Deste modo, é possível preparar, por exemplo, uma dispersão com 20 até 40% em peso de teor sólido e obter o copolímero por secagem por pulverização ou por coagulação e separação da água por pressão em um extrusor. A seguir, o polímero é dissolvido de preferência em um solvente orgânico, purificado da água por meio de várias diálises e de preferência liofilizado.
[0089] Como exemplo para iniciadores de polimerização são mencionados: compostos azo como 2,2'-azobis-(isobutironitrila) ou 2,2'azobis(2,4-dimetilvaleronitrila), sistemas redox, como por exemplo a combinação de aminas terciárias com peróxidos ou de preferência peróxidos (compare, para isto, por exemplo, H. Rauch-Puntigam, Th. Volker, Acryl- und Methacrylverbindungen, Springer, Heidelberg, 1967 ou Kirk-Othmer, Encyclopedia of Chemical Technology, vol. 1, pág. 386 e seguintes, J. Wiley, New York, 1978). Exemplos de iniciadores de polimerização de peróxido apropriados são peróxido de dilauroíla, terc.-butilperoctoato, terc.-butilperisononanoato, diciclohexilperoxidicarbonato, peróxido de dibenzoíla ou 2,2-bis-(terc.-butilperóxi)butano.
[0090] Também é possível, de preferência, efetuar a polimerização com uma mistura de diferentes iniciadores de polimerização de diferentes períodos de semidesintegração, por exemplo peróxido de dilauroíla e 2,2-bis-(terc.-butilperóxi)-butano, a fim de manter constante a corrente de radical no decurso da polimerização bem como sob diferentes temperaturas de polimerização. As quantidades empregadas de iniciador de polimerização situam-se de modo geral em 0,01 até no
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32/55 máximo 1% em peso em relação à mistura de monômeros.
[0091] O ajuste dos pesos moleculares Pm pode ser efetuado por meio de polimerização da mistura de monômeros em presença de reguladores de peso molecular. Reguladores de peso molecular apropriados são particularmente mercaptanos como, por exemplo, nbutilmercaptano, n-dodecilmercaptano, 2-mercaptoetanol ou 2etilhexiltioglicolato, sendo que os reguladores de peso molecular são empregados, de modo geral, em quantidades de 0,05 até 15% em peso em relação à mistura de monômeros, de preferência em quantidades de 0,1 até 10% em peso e particularmente preferido em quantidades de 2 até 12% em peso em relação à mistura de monômeros (compare, por exemplo, H. Rauch-Puntigam, Th. Volker, Acryl- und Methacrylverbindungen, Springer, Heidelberg, 1967; Houben-Weyl, Methoden der organischen Chemie, vol. XIV/1, pág. 66, Georg Thieme, Heidelberg, 1961 ou Kirk-Othmer, Encyclopedia of Chemical Technology, vol. 1, págs. 296 e seguintes, J. Wiley, New York, 1978). De preferência, como regulador de peso molecular é empregado ndodecilmercaptano ou 2-etilhexiltioglicolato. Etilhexiltioglicolato oferece a vantagem de que a hidrofobicidade dos copolímeros de (met)acrilato pode ser influenciada uma vez que o regulador é introduzido na molécula por último. 5 até 15% em peso de dodecilmercaptano ou 2 até 10 % em peso de 2-etilhexiltioglicolato são quantidades de emprego preferidas.
Solução orgânica [0092] Os copolímeros de (met)acrilato mencionados podem ser produzidos em forma de uma solução orgânica, por exemplo, em uma concentração de 10 até 30% em peso. Como solventes podem ser empregados, por exemplo, acetona, isopropanol ou etanol ou misturas dos mesmos, que podem conter eventualmente frações de água até aproximadamente 10% em peso. Preferidas são, no entanto, disperPetição 870180145398, de 29/10/2018, pág. 41/75
33/55 sões aquosas.
Dispersões [0093] Os copolímeros de (met)acrilato mencionados podem ser produzidos e empregados como polímeros de emulsão, de preferência em forma de uma dispersão aquosa a 10 até 50% em peso, particularmente 20 até 40% em peso. Como forma comercial é preferido um teor sólido de 30% em peso. Para o processamento é dispensável uma neutralização parcial das unidades de ácido metacrílico; ela é possível, no entanto, em uma extensão de até 5 ou 10% em mol, quando deve ser desejada uma estabilização ou espessamento da dispersão do agente de revestimento. O valor médio em peso do tamanho de partículas de látex perfaz via de regra 40 até 100 nm, de preferência 50 até 70 nm, o que garante uma viscosidade favorável para o processamento abaixo de 1000 mPa.s.
[0094] Com grau de neutralização mais elevado, por exemplo, 10 até 50% em mol ou neutralização total é possível transformar o copolímero em um estado dissolvido.
[0095] A fim de preparar uma solução do copolímero aniônico é necessário, via de regra, uma neutralização total ou parcial dos grupos de ácido. O copolímero aniônico pode, por exemplo, ser incorporado pouco a pouco em água em uma concentração final de 1 até 40% em peso e, com isto, ser total ou parcialmente neutralizado pela adição de uma substância básica como, por exemplo, NaOH, KOH, hidróxido de amônio ou bases orgânicas como por exemplo trietanolamina. Também é possível empregar um pó do copolímero ao qual, por motivo da neutralização (parcial), já foi incorporado em sua preparação uma base, por exemplo, NaOH, de tal modo que o pó seja um polímero já (parcialmente) neutralizado. O valor pH da solução situa-se, via de regra, acima de 4, por exemplo, na faixa de 4 até cerca de 7.
[0096] A dispersão pode, por exemplo, ser também secada por
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34/55 pulverização ou liofilizada de modo conhecido per se e preparada na forma de um pó redispersável (vide por exemplo EP-A 0 262 326). Processos alternativos são liofilização ou coagulação e compressão da água em um extrusor com subseqüente granulação (vide, por exemplo, EP-A 0 683 028).
[0097] Surpreendentemente verificou-se que as dispersões de copolímero de pós secados por pulverização ou liofilizados e redispersados apresentam maior estabilidade ao cisalhamento. Isto é particularmente vantajoso na aplicação da pulverização. Esta vantagem ocorre particularmente mais forte quando o copolímero contido na dispersão está presente em 2 até 10% em mol na forma semi-neutralizada (em relação aos grupos de ácido contidos no copolímero). Para esta finalidade, é preferida a semineutralização por meio de adição de NaOH. Um emulsificador aniônico é contido, de preferência, em quantidades de 0,1 até 2% em peso. Particularmente preferido é laurilsulfato de sódio como emulsificador.
Espessuras de camada [0098] A espessura de camada do revestimento externo situa-se de preferência na faixa de 20 até 200, de preferência de 50 até 120 pm.
Preparação de uma forma medicamentosa de multipartículas [0099] A invenção se refere, além disso, a um processo para preparação de uma forma medicamentosa de multipartículas, no qual
a) uma substância ativa de ácido nucléico com excipientes é formulada de modo conhecido per se para nanopartículas,
b) uma camada matriz interna contendo a substância ativa de ácido nucléico em forma de nanopartículas e um polímero com efeito mucoadesivo e eventualmente outros excipientes farmaceuticamente usuais é preparada por meio de pulverização sobre um núcleo ou por aglomeração vermelha, precipitação ou processo de pulverização
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35/55 sem um núcleo e a seguir
c) um revestimento externo com película consistindo essencialmente em um polímero aniônico, que pode ser formulado eventualmente com excipientes farmaceuticamente usuais, particularmente plastificantes, é aplicado por meio de pulverização de tal modo que são obtidos péletes revestidos contendo substância ativa, e
d) os péletes obtidos são processados por meio de excipientes farmaceuticamente usuais e de modo conhecido per se para uma forma medicamentosa de multipartículas, particularmente para comprimidos contendo péletes, minicomprimidos, cápsulas, sachês ou sumos liofilizados, formulados de tal modo que os péletes contidos são liberados na faixa pH do estômago.
Preparação de pré-péletes e péletes [00100] A peletização pode ser feita em esferas isentas de substâncias ativas (Nonpareilles) ou podem ser produzidos péletes sem núcleos.
[00101] Inicialmente são produzidas nanopartículas contendo substância ativa.
[00102] A seguir é produzida a camada-matriz interna com ou sem núcleo. Esta camada arredondada, ainda não revestida, pode ser denominada pré-pélete (núcleo de pélete).
[00103] Uma solução ou suspensão do polímero mucoadesivo contendo as nanopartículas com a substância ativa de ácido nucléico pode ser aplicada sobre péletes de placebo ou de outros veículos apropriados, por meio do processo de leito fluidificado, sendo que o solvente ou agente de suspensão é evaporado. Segundo o processo de preparação é possível adicionar uma etapa de secagem.
[00104] A substância ativa de ácido nucléico é incorporada e misturada em um solvente orgânico ou em água, sob forma de nanopartículas com o polímero com efeito mucoadesivo. A fim de garantir uma su
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36/55 ficiente pulverização da mistura é necessário, em geral, formular uma mistura com baixa viscosidade. Para esta finalidade pode ser vantajoso empregar o polímero com efeito mucoadesivo em concentrações comparativamente reduzidas, por exemplo, de 1 até no máximo 10, de preferência 2 até 5% em peso. Além disso, a adição de um detergente, por exemplo, Tween em concentrações de 0,1 até 20, de preferência de 0,5 até 10% em peso, pode ser vantajosa para a diminuir a tensão superficial.
[00105] Além da substância ativa podem ser contidos outros excipientes farmacêuticos: aglutinantes como celulose e seus derivados, polivinilpirrolidona (PVP), umectantes, promotores de desintegração, lubrificantes, agentes de distensão, (met)acrilatos, amidos e seus derivados, acúcar, solubilizantes ou outros.
[00106] Processos de revestimento correspondentes são conhecidos, por exemplo, de Bauer, Lehmann, Osterwald, Rothgang, Überzogene Arzneiformen Wissenschaftliche Verlagsgesellschaft mbH Stuttgart, cap. 7, páginas 165 - 196.
[00107] Detalhes são conhecidos do técnico através dos compêndios. Veja, por exemplo:
- Voigt, R. (1984): Lehrbuch der pharmazeutischen Technologie; Verlag Chemie Weinheim - Beerfield Beach/Florida - Basel.
- Sucker, H., Fuchs, P., Speiser, P. : Pharmazeutische Technologie, Georg Thieme Verlag Stuttgart (1991), particularmente capítulo 15 e 16, págs. 626 - 642.
- Gennaro, A.,R. (Editor), Remington's Pharmaceutical Sciences, Mack Publishing Co., Easton Pennsylvania (1985), capítulo 88, págs. 1567 - 1573.
- List, P. H. (1982): Arzneiformenlehre, Wissenschaftliche Verlagsgesellschaft mbH, Stuttgart.
[00108] A matriz interna também pode ser produzida sem auxílio de
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37/55 um núcleo inerte (Nonpareilles). Os componentes da matriz interna podem ser arredondados aqui por processos como aglomeração vermelha, processos de precipitação ou de pulverização, particularmente processos de ultrassom-fluidificação-nebulização, para formar péletes ainda não revestidos (pré-péletes) de tamanhos definidos, por exemplo, 50 até 1000 pm. Isto tem como vantagem que o volume total de núcleo está disponível para carga com substância ativa. Conseqüentemente, a carga com substância ativa pode ser mais uma vez elevada em relação à forma de execução com núcleo inerte.
[00109] Depois da produção dos núcleos internos de matriz (ou dos pré-péletes), estes são, por outro lado, providos com o revestimento externo preferencialmente no processo de pulverização, de modo que são obtidos péletes prontos. Os péletes são produzidos por meio de aplicação por pulverização de solução orgânica, ou de preferência de dispersões aquosas. Para a execução é fundamental que resultem revestimentos homogêneos, isentos de poros.
Revestimento externo (Topcoat) [00110] Adicionalmente, os péletes podem receber revestimentos pigmentados, os quais no entanto não devem influenciar o valor pH de dissolução. São apropriados, por exemplo, revestimentos de hidroxipropilmetilcelulose pigmentada ou outros polímeros hidrossolúveis ou rapidamente decomponíveis em água.
Excipientes farmacêuticos usuais [00111] Às formulações de acordo com a invenção podem ser adicionados excipientes ou aditivos usuais durante a preparação. Em princípio, todas as substâncias empregadas devem ser, naturalmente, toxicologicamente inofensivas e particularmente em medicamentos, sem risco para pacientes.
[00112] Quantidades de emprego e uso dos aditivos usuais em revestimentos de medicamentos ou coberturas são do conhecimento do
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38/55 técnico. Aditivos usuais podem ser, por exemplo, plastificantes, agentes de separação, pigmentos, estabilizadores, antioxidantes, formadores de poros, promotores de penetração, agentes de brilho, aromatizantes, detergentes, lubrificantes ou edulcorantes. Eles servem como agentes auxiliares de processamento e devem garantir um processo de preparação seguro e reproduzível bem como prolongada estabilidade ao armazenamento ou na forma de medicamento alcançam propriedades vantajosas adicionais. Eles são adicionados aos preparados polímeros antes do processamento e podem influenciar a permeabilidade dos revestimentos, o que eventualmente pode ser usado como parâmetro de controle adicional.
· Agente de separação:
[00113] Agentes de separação apresentam, via de regra, propriedades lipofílicas e, em geral, são adicionados às suspensões de pulverização. Eles evitam aglomeração dos núcleos durante a aplicação da película (Befilming). São empregados de preferência: talco, estearato de Mg ou de Ca, ácido silícico moído, caulim ou emulsificadores não iônicos com valor HLB entre 3 e 8. Quantidades de agentes de separação usualmente empregadas nos aglutinantes e agentes de revestimento de acordo com a invenção situam-se entre 0,5 até 100 % em peso em relação ao copolímero.
· Pigmentos:
[00114] Pigmentos incompatíveis com a composição de revestimento são particularmente aqueles pigmentos que, quando adicionados diretamente à dispersão de copolímero de (met)acrilato, por exemplo, por mistura, nas quantidades usuais de, por exemplo, 20 até 400 % em peso em relação ao peso seco do copolímero de (met)acrilato levam à desestabilização da dispersão, coagulação, à marcas de separação ou efeitos indesejados análogos. Além disso, os pigmentos a serem usados naturalmente não são tóxicos e são adequados para
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39/55 fins farmacêuticos. Relacionado a isto veja também, por exemplo: Deutsche Forschungsgemeinschaft, Farbstoffe für Lebensmittel, Harald Boldt Verlag KG, Boppard (1978); Deutsche Lebensmittelrundschau 74, No. 4, pág. 156 (1978); Arzneimittelfarbstoffverordnung AmFarbV de 25.08.1980.
[00115] Pigmentos incompatíveis com a composição de revestimento podem ser, por exemplo, pigmentos de óxido de alumínio. Pigmentos incompatíveis são, por exemplo: amarelo-laranja, laca vermelho cochonila, pigmento corante à base de óxido de alumínio ou azocorantes, corantes do ácido sulfônico, amarelo-laranja S (E110, C.I. 15985, FD&C Yellow 6), índigo magenta (E132, C.I. 73015, FD&C Blue 2), tartrazina (E 102, C.I. 19140, FD&C Yellow 5), Ponceau 4R (E 125, C.I. 16255, FD&C Cochineal Red A), amarelo quinolina (E 104, C.I. 47005, FD&C Yellow 10), eritrosina (E127, C.I. 45430, FD&C Red 3), azorubina (E 122, C.I. 14720, FD&C Carmoisine), amaranto (E 123, C. I. 16185, FD&C Red 2), verde ácido brilhante (E 142, C.I. 44090, FD&C Green S).
[00116] Os números E de pigmentos indicados referem-se a uma numeração EU. Vide também „Deutsche Forschungsgemeinschaft, Farbstoffe für Lebensmittel, Harald Boldt Verlag KG, Boppard (1978); Deutsche Lebensmittelrundschau 74, No. 4, pág. 156 (1978); Arzneimittelfarbstoffverordnung AmFarbV de 25.08.1980. Os números FD&C referem-se às concessões em alimentos, fármacos e cosméticos pela U.S. Food and Drug Administration (FDA) descrita em: U.S. Food and Drug Administration, Center for Food Safety and Applied Nutrition, Office of Cosmetics and Colors: Code of Federal Regulations - Title 21 Color Additive Regulations Part 82, Listing of Certified Provisionally Listed Colors and Specifications (CFR 21 parte 82).
· Plastificantes [00117] Outros aditivos também podem ser plastificantes. Quanti
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40/55 dades usuais situam-se entre 0 e 50, de preferência 2 até 20, particularmente 5 até 10% em peso.
[00118] Dependendo do tipo (lipofílico ou hidrofílico) e da quantidade adicionada, os plastificantes podem influenciar a funcionalidade da camada dos polímeros. Plastificantes, por meio de interação física com os polímeros, obtêm uma redução da temperatura de transição vítrea e, dependendo da quantidade adicionada, causam a formação de película (Verfilmung). Substâncias apropriadas possuem, via de regra, peso molecular entre 100 e 20.000 e contêm um ou mais grupos hidrofílicos na molécula, por exemplo, grupos hidroxila, grupos de ésteres ou grupos amino.
[00119] Exemplos de plastificantes apropriados são: alquiléster do ácido cítrico, éster de glicerina, alquiléster do ácido ftálico, alquiléster do ácido sebácico, éster de sacarose, éster de sorbitano, dietilsebacato, dibutilsebacato e polietilenoglicóis 200 até 12.000. Plastificantes preferidos são trietilcitrato (TEC) e acetiltrietilcitrato (ATEC). Além disso, mencionam-se em geral ésteres fluidos sob temperatura ambiente como citratos, ftalatos, sebacatos ou óleo de rícino. De preferência são empregados ésteres do ácido cítrico e do ácido sebácico.
[00120] A adição dos plastificantes para formulação pode ocorrer de maneira conhecida, diretamente, em solução aquosa ou após prétratamento térmico da mistura. Também podem ser empregadas misturas de plastificantes.
Preparação de formas medicamentosas de multipartículas [00121] Os péletes revestidos contendo substância ativa podem ser processados com excipientes farmacêuticos usuais e de modo conhecido per se para formas medicamentosas de multipartículas, particularmente para comprimidos contendo péletes, minicomprimidos, cápsulas, sachês ou sumos liofilizados, que são formulados de tal forma que os péletes contidos sejam liberados na faixa de pH do estômago.
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A preparação como forma medicamentosa de multipartículas representa elevada segurança de dosagem e tem a vantagem de boa distribuição dos péletes no lúmen do intestino. A forma medicamentosa de multipartículas de acordo com a invenção pode também conter diferentes tipos de péletes com substância ativa diversas e/ou diferente estruturação dos péletes.
Comprimidos prensados [00122] A preparação de formas medicamentosas de multipartículas pela pressão de um aglutinante farmacêutico usual com partículas contendo substância ativa é descrita, por exemplo, por Beckert et al. (1996), Compression of enteric-coated péletes to disintegrating tablets, International Journal of Pharmaceutics 143, pág. 13 - 23, e em WO 96/01624.
[00123] Revestimentos de película sobre péletes contendo substância ativa são aplicados, via de regra, com utensílios de leito fluidificado. Formadores de películas são normalmente misturados com plastificantes e agentes de separação, segundo um processo adequado. Com isto, os formadores de películas podem estar presentes em forma de solução ou suspensão. Os excipientes para a formação de películas podem igualmente estar dissolvidos ou suspensos. Solventes ou dispersantes orgânicos ou aquosos podem ser empregados. Para a estabilização da dispersão podem ser empregados adicionalmente estabilizadores (exemplo: Tween 80 ou outros emulfificantes ou estabilizadores apropriados).
[00124] Exemplos para agentes de separação são monoestearato de glicerol ou outros derivados de ácido graxo apropriados, derivados de ácido silícico ou talco. Exemplos para plastificantes são propilenoglicol, ftalatos, polietilenoglicóis, sebacatos ou citratos, bem como outras substâncias mencionadas na literatura.
[00125] Entre a camada de copolímero contendo substância ativa e
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42/55 a solúvel no intestino, pode ser aplicada uma camada de separação, que serve para a separação da substância ativa e material de revestimento, com a finalidade de evitar interações. Esta camada pode consistir em formadores de películas inertes (por exemplo, HPMC, HPC ou copolímeros do ácido (met)acrilato ou, por exemplo, talco ou de uma outra substância farmacêutica apropriada. Podem ser empregadas igualmente combinações de formadores de películas e talco ou substâncias análogas. Também é possível aplicar uma camada separadora de dispersões de copolímeros de (met)acrilato parcial- ou totalmente neutralizadas.
[00126] A camada de separação também pode consistir no mesmo, ou de um outro polímero mucoadesivo como na camada matriz situada abaixo. Desta forma, podem ser prevenidos eventuais interações ou incompatibilidades da substância ativa ou do polímero mucoadesivo com a camada de copolímero de (met)acrilato formadora de película.
[00127] Misturas para a preparação de comprimidos de partículas revestidas são preparadas pela misturação dos péletes com aglutinantes apropriados para a formação dos comprimidos, se necessário com adição de substâncias promotoras de desintegração e, se necessário, com adição de lubrificantes. A mistura pode ser efetuada em máquinas apropriadas. Impróprios são misturadores que levam a danos das partículas revestidas, por exemplo, misturador de relha de charrua (Pflugscharmischer). A fim de obter apropriados tempos curtos de desintegração poderá ser necessário uma seqüência especial na adição dos excipientes às partículas revestidas. Por pré-misturação das partículas revestidas com a composição lubrificante ou separadora das fôrmas de estearato de magnésio, sua superfície pode ser hidrofobizada e, assim, evitar a colagem.
[00128] Misturas apropriadas para a formação dos comprimidos contêm usualmente 3 até 15% em peso de um excipiente de desinte
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43/55 gração, por exemplo, Kollidon CL e por exemplo, 0,1 até 1% em peso de um lubrificante e composição para separação das fôrmas como estearato de magnésio. A fração de aglutinante é determinada pela fração requerida de partículas revestidas.
[00129] Aglutinantes típicos são, por exemplo, Cellactose ®, celulose microcristalina, fosfatos de cálcio, Ludipress®, lactose ou outros açúcares apropriados, sulfatos de cálcio ou derivados de amido. São preferidas substâncias com pequena densidade aparente.
[00130] Excipientes de desintegração (agentes de distensão) são derivados de amido ou de celulose transversalmente reticulados, bem como polivinilpirrolidona transversalmente reticulada. Derivados de celulose são igualmente apropriados. O uso de excipiente de distensão pode ser suprimido pela escolha de um aglutinante apropriado.
[00131] Lubrificantes e agentes de separação de fôrmas típicos são estearatos de magnésio ou outros sais apropriados de ácidos graxos ou substâncias indicadas na literatura para esta finalidade (por exemplo, ácido láurico, estearato de cálcio, talco, etc.). Com emprego de máquinas apropriadas (por exemplo, prensa para comprimidos com lubrificação externa) ou formulações adequadas, o emprego de lubrificantes e de agentes de separação das fôrmas na mistura, não será necessário.
[00132] A mistura pode conter eventualmente um excipiente para melhorar a capacidade de escoamento (por exemplo, derivados do ácido silícico altamente dispersos, talco, etc.).
[00133] A prensagem dos comprimidos pode ser feita nas prensas de comprimidos usuais, prensas excêntricas ou prensas rotativas para comprimidos, com força de pressão na faixa de 5 até 40 kN, de preferência 10 - 20 kN. As prensas para comprimidos podem ser equipadas com sistemas para lubrificação externa. Eventualmente podem ser empregados sistemas especiais para alimentação de matrizes que eviPetição 870180145398, de 29/10/2018, pág. 52/75
44/55 tam a alimentação das matrizes por meio de aletas agitadoras.
Outras formas medicamentosas de multipartículas [00134] Como alternativa para prensar comprimidos ou minicomprimidos, os péletes revestidos contendo substância ativa podem ser processados como quaisquer outras formas medicamentosas de multipartículas, de administração oral. Os péletes revestidos podem ser inseridos, por exemplo, em cápsulas, por exemplo, cápsulas de gelatina ou formulados como sachês (Sachets) ou sumos liofilizados. Efeitos vantajosos da invenção [00135] A forma medicamentosa de acordo com a invenção é apropriada para liberação objetivada e efetiva de substâncias ativas do ácido nucléico. A forma medicamentosa apresenta elevada segurança de dosagem e se distribui bem no estômago e no lúmen do intestino. A substância ativa de ácido nucléico obtida é continuamente protegida contra inativação física ou nucleolítica e pode ser liberada no local de atuação definido de tal modo que uma elevada fração da substância ativa possa ser absorvida pelo corpo. A forma medicamentosa emprega, pois, menos substância ativa já que somente pouca substância ativa é perdida. O perigo de efeitos secundários é minimizado, no total, pela liberação programada. O local de atuação pode ser ajustado de modo variável de conformidade com o objetivo terapêutico. O momento da absorção da substância ativa pode, assim, ser melhor direcionado. Tratando-se de forma medicamentosa oral, no geral, ela tem melhor aceitação do paciente (pacient compliance) quando comparada com outras formas de aplicação. Por isso, inúmeras substâncias ativas do ácido nucléico podem ser tornadas acessíveis para uso peroral. Os riscos de aplicação são muitas vezes menores que, em particular, aplicações parenterais. As despesas com a aplicação também podem ser mantidas baixas, já que não é necessário um profissional para sua aplicação.
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Matriz lipofílica [00136] Um aspecto especial da invenção ocorre quando a substância ativa em forma de nanopartículas é incorporada em uma matriz lipofílica, que apresenta um ponto de fusão superior a 37o C, de preferência superior a 45o C, particularmente preferido superior a 55o C e a matriz lipofílica contendo substância ativa é incorporada na matriz do polímero com efeito mucoadesivo. A formulação na matriz lipofílica tem como objetivo aperfeiçoar a solubilidade ou a biodisponibilidade da substância ativa, de preferência de substâncias ativas de baixa solubilidade ou de difícil solubilidade (no sentido da DAB 10, 2003).
[00137] Sob matriz lipofílica no sentido da invenção, entende-se uma substância ou uma mistura de substâncias na ou nas quais as substâncias ativas podem ser dissolvidas, suspensas ou emulsificadas. A substância ou as substâncias da matriz lipofílica são diferentes dos excipientes farmacêuticos usuais e do polímero com efeito mucoadesivo. A substância ou as substâncias da matriz lipofílica apresenta(m) de preferência um caráter hidrofóbico ou também anfifílico. A matriz lipofílica também poderia ser denominada matriz anfifílica ou matriz lipóide.
[00138] A matriz lipofílica pode consistir em uma única substância, por exemplo, um lipídio ou de uma mistura de substâncias, por exemplo, de uma mistura de lipídios. No caso de misturas, as propriedades descritas a seguir para dissoluções em água são calculadas de acordo com DAB 10, coeficientes de partição e/ou valores-HLB, de cada vez, do meio aritmético das partes em peso e dos valores das substâncias da mistura. As substâncias empregadas não devem ser tóxicas.
Matriz lipofílica / polímeros com efeito mucoadesivo [00139] Em uma forma de execução preferida são levadas em consideração possíveis interações da matriz lipofílica com o polímero de
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46/55 efeito mucoadesivo. A fim de evitar interações incontroláveis, a substância ou as substâncias que formam a matriz lipofílica e o polímero com efeito mucoadesivo devem apresentar de preferência as mesmas propriedade iônicas, isto é, ambos devem apresentar, apropriadamente ou pelo menos preponderantemente caráter catiônico ou apropriadamente aniônico. Caso as substâncias sejam escolhidas com propriedades iônicas opostas, o polímero com efeito mucoadesivo deve estar presente de preferência em 50%, particularmente preferido em 100% na forma neutralizada. A neutralização pode ser feita pela adição de ácido ou base, de maneira conhecida.
Substância ou substâncias para a estruturação da matriz lipofílica [00140] A matriz lipofílica consiste preferivelmente em 80 até 100, de preferência de 90 até 100, particularmente preferido de 100 % em peso de uma substância ou de uma mistura de substâncias com valor (médio) HLB de 0 até 15, de preferência 2 até 10. A matriz lipofílica pode conter 0 até 20, de preferência 0 até 10% em peso de excipientes farmacêuticos usuais, particularmente estabilizadores, espessantes ou adsorventes. De modo particularmente preferido, não são contidos excipientes farmacêuticos usuais.
[00141] A substância ou substâncias que formam a matriz lipofílica podem pertencer, por exemplo, ao grupo dos óleos, das graxas, mono, di- ou triglicerídeos, ácidos graxos, álcoois graxos, em particular ácido graxo C6 até C20 e/ou um álcool C6 até C20 inclusive seus sais, derivados de éter, de éster ou de amida, fosfolipídios, lecitinas, emulsificantes, lipóides, vitaminas solúveis em lipídios ou tensoativos.
[00142] A matriz lipofílica pode conter, por exemplo, uma das preparações de lipídios a seguir: (Imwitor 308) monocaprilato de glicerila com uma fração de monoéster >80%, (Imwitor 312) monolaurato de glicerila com uma fração de monoéster > 90 %, (Imwitor 491) monoesterato de glicerol (C16 + C18) com uma fração monoéster >90 %, (Imwi
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47/55 tor 900 P) monoesterato de glicerol com uma fração monoéster de 40 55% e um teor de Cw de 40 - 60%, (Imwitor 900 K) monoesterato de glicerol, com uma fração de monoéster de 40 - 55 % e um teor C18 de 60 -80 %, (Imwitor 742) glicerídeos de cadeia média C8 e C10 com uma fração de monoéster de 45 - 55 %, (Imwitor 928) glicerídeos parciais de ácidos graxos C10-C18 vegetais saturados com uma fração principal de C12, e com uma fração de monoéster de 34-36%, glicerídeos C8 e C10, caprilato de Na ou capriato de Na.
[00143] A matriz lipofílica pode conter, por exemplo, uma das preparações de lipídio a seguir:
graxas como mono-, di-, triglicerídeos de ácidos graxos saturados e insaturados e suas misturas. Particularmente ésteres do ácido glicerinesteárico, ésteres do ácido glicerin-palmítico, ésteres do ácido glicerinmirístico, ésteres do ácido palmítico-ácido esteárico, ésteres do ácido glicerin-láurico, ésteres do ácido glicerin-caprílico, ésteres do ácido glicerin-oléico; exemplos para estes ésteres são Imwitor® - 308, - 312, - 491, 742, - 900, - 928, - 988, bem como Gelucire® 44/14, - 50/13, Geleol, Compritol E ATO, Dynasan 114, Softisan, Witepsol, Dynacet 212, gordura de coco, óleos como por exemplo, óleo de rícino, óleo de sésamo, óleo de girassol, óleo de caroço de algodão, óleo de milho, óleo de amêndoas, óleo de amendoim, óleo de oliva, óleo de coco, óleo de cenouras, óleo de germe de trigo, óleo de nozes, óleos neutros como miristato de isopropila, palmitato de isopropila, estearato de isopropila, triglicerídeos de cadeia média (Miglyol®).
[00144] Ésteres do ácido carboxílico, alifáticos e aromáticos, de cadeia curta, como por exemplo, ftalato de dibutila, sebacato de dietila, sebacato de dibutila, citrato de tributila, acetiltributilcitrato, triacetato de glicerina.
[00145] Ceras como, por exemplo, cera de carnaúba, cera de abelhas, cera de lã, ésteres do ácido glicerin-behênico, amidas do ácido
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48/55 graxo como, por exemplo, amida do ácido esteárico, amida do ácido palmítico, amida do ácido láurico, ácidos carboxílicos alifáticos de cadeia longa como, por exemplo, ácido esteárico, ácido palmítico, ácido láurico, ácido mirístico, ácido oléico, ácido caprílico, ácido linólico, ácido linoléico. Bem como, por exemplo, seus sais de Na, de Al e de Mg, álcoois graxos como por exemplo, álcool esteárico, álcool láurico, álcool cetílico, álcool mirístico, glicerol formal, emulsificantes água/óleo como por exemplo, colesterol, monoestearato de glicerina, monostearato de etilenoglicol, monooleato de sorbitano (Span® 80), -palmitato (Span® 40), -laurato (Span® 20), -estearato (Span® 60), trioleato de sorbitano (Span® 85), triestearato de sorbitano (Span® 65), sesquioleatos de sorbitano (Arlacel® 83), estearato de Ca, de Al, de Mg, triestearato de polioxetilenosorbitano (Tween® 65), trioleato de polioxetilenosorbitano (Tween® 85), emulsificantes óleo/água não iônicos como por exemplo, estearato de Macrogol 400 (Chremophor® A), lauriléter de Macrogol, polietilenoglicol-20-sorbitano mono-laurato, -estearato, palmitato, -oleato, Macrogol-1500-glicerin-triricinoleato, Macrogolglicerinhidróxi-estearato (Cremophor® RH), Macrogol-1000-glicerinomono-laurato, -estearato, -oleato, monoestearato de sacarose. Polisorbato 60 (Tween® 60), polioxietileno-monoestearato (Myrj 49), polisorbato 80 (Tween® 80), polisorbato 40 (Tween® 40), polisorbato 20 (Tween® 20), Poloxamer 407 (Lutrol® F 127), Poloxamer 188 (Lutrol® F 68), polioxietileno-ricinoleato (Cremophor® EL), polioxietileno-5estearilestearato, emulsificantes iônicos o/a como por exemplo, cetilestearilsulfato (Lanette® E), Na-laurilsulfato (Texapon® Z), Naglicocolato, hederagenina, emulsificantes anfifílicos como por exemplo, Ei-fosfatidilcolina (eilecitina), fosfatidilcolina de soja (lecitina de soja), betaína, sulfobetaína, ceramida (esfingomielina), vitaminas como, por exemplo, retinol (vitamina A), colecalciferol (vitamina D), alfa-tocoferol e alfa-tocoferolacetato (vitamina E), filoquinona (vitamina K), outros
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49/55 excipientes são galactolipídios como por exemplo, monogalactosildiacilglicerina, digalactosil-diacilglicerina, trigalactosil-diacilglicerina, bem como óleos aromáticos como por exemplo, óleo de anis, óleo de citronela, óleo de eucalipto, óleo de funcho, óleo de camomila, óleo de cardamomo, óleo de caruma, óleo de cominho, óleo de pinheiro anão, óleo de lavanda, óleo de menta, óleo de moscadeira, óleo de cravo, óleo de hortelã-pimenta, óleo de rosmarinho, óleo de sálvia e terpenos como por exemplo, mentol, Linalool, 1,4-cineol, piretrina, borneol, eudesmol, fitol, manol, azadiractina, nimbina.
[00146] O teor da matriz lipídica contendo substância ativa na camada matriz interna a) pode importar em 1 até 50, de preferência 10 até 20% em peso.
[00147] A matriz lipídica contém, de preferência, pelo menos 50% em peso de monocaprilato de glicerina, até 10% em peso de colato de Na, até 10% em peso de tocoferol-succinato, 1 até 5% em peso de um inibidor de efluxo de bombas no caso em que a substância ativa é um substrato da bomba de efluxo PgP, por exemplo, Solutol HS 15, um triglicerídio, particularmente triestearato, sendo que com isto os componentes somam 100%. Esta matriz lipofílica pode ser incorporada diretamente no polímero mucoadesivo ou ser emulsificado em água e depois incorporado no polímero mucoadesivo. No último caso, a fase aquosa pode conter um ácido suave, como por exemplo, ácido cítrico. Processo [00148] A invenção se refere também a um processo para a preparação de uma forma medicamentosa de multipartículas com as etapas
a) produção da matriz lipofílica contendo substância ativa pela suspensão das nanopartículas contendo a substância ativa de ácido nucléico, com a ou as substâncias que formam a matriz lipofílica e eventualmente outros excipientes farmacêuticos usuais por meio de mistura intensa ou fusão dos componentes,
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b) produção dos pré-péletes (núcleos dos péletes) por aplicação por pulverização do polímero mucoadesivo em mistura com a matriz lipofílica contendo a substância ativa sobre um núcleo ou por aglomeração vermelha, precipitação ou processo de pulverização sem um núcleo,
c) produção de péletes por aplicação por pulverização de um revestimento do polímero ou copolímero aniônico, que pode conter misturado adicionalmente excipientes farmacêuticos usuais, em particular plastificantes e agentes de separação, de uma dispersão ou solução orgânica sobre os pré-péletes da etapa b),
d) Preparação de uma forma medicamentosa de multipartículas, por enchimento ou incorporação dos péletes da etapa c), de modo conhecido per se, eventualmente sob utilização de excipientes farmacêuticos usuais, particularmente para formar comprimidos contendo péletes, minicomprimidos, cápsulas, sachês ou sumos liofilizados. Processo preferido [00149] As etapas a) e b) do processo são executadas, de preferência, como segue:
a) Produção da camada matriz interna pela preparação de uma emulsão ou suspensão das nanopartículas contendo a substância ativa de ácido nucléico, com a ou as substâncias para a matriz lipofílica e eventualmente outros excipientes farmacêuticos usuais, por misturação intensa dos componentes em água e produção de uma preparação óleo-em-água com tamanho médio de partículas de não mais que 60, de preferência não mais de 20 pm,
b) produção de pré-péletes por meio de aplicação por pulverização da preparação óleo-em-água da etapa a) sobre o polímero mucoadesivo, que pode conter, misturado, outros excipientes farmacêuticos usuais, sendo que os componentes estão presentes em forma de um pó micronizado, por exemplo, com tamanho médio de grãos de
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51/55 até 100 mm, por aglomeração vermelha, extrusão ou granulação. Exemplos [00150] Os exemplos elucidam os procedimentos típicos para a invenção
Exemplo 1
Preparação de nanopartículas, contendo um copolímero de (met)acrilato catiônico [00151] 2 mg de DNA (substância ativa de ácido nucléico), por exemplo, um vetor da terapia genética de plasmídeo-DNA de filamento duplo com por exemplo 3000 até 10.000 pares de bases, contendo um gene a ser expresso em células humanas com efeito terapêutico intencional, são dissolvidos em 4 ml de tampão fosfato de pH 7,4 e misturados com 2 ml de uma solução Mouse-Monoclonal-Anti Human DNA IgM (1 mg/ml) e incubados durante uma hora a 37o C. A seguir, são misturados 1 ml de Lipofectin® ou de preferência 3 ml (1 mg/ml) de EUDRAGIT® E modificado (copolímero de (met)acrilato de 25% em peso de metacrilato de metila, 25 % em peso de metacrilato de butila e 50% em peso de metacrilato de dimetilaminoetila, de baixo peso molecular, renotrófico Pm = 21.000) e mantidos durante cerca de 30 minutos a 37o C sob agitação lenta. Depois desse tempo, o valor pH é medido e ajustado com HCl 0,001 N para 7,4. Após intensa misturação, por exemplo, em um Vortex, resultam nanopartículas com cerca de 250 nm de diâmetro médio com o emprego de Lipofectin® e de cerca de 150 nm com o emprego de EUDRAGIT® E modificado. A suspensão das nanopartículas é purificada por diálise. A suspensão pode ser ulteriormente processada diretamente ou as nanopartículas podem ser separadas por liofilização.
Exemplo 2
Nanopartículas contendo copolímero de (met)acrilato catiônico e aniônico.
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52/55 [00152] Em ensaios preliminares com culturas de células humanas apropriadas verifica-se que uma taxa de transfecção ótima para a substância ativa de ácido nucléico pode ser alcançada quando é adicionado ao EUDRAGIT® E catiônico (modificado) uma fração de, por exemplo, 10% do copolímero de (met)acrilato aniônico EUDRAGIT® L (modificado).
[00153] 2 mg de DNA (substância ativa de ácido nucléico), por exemplo, um vetor da terapia genética de plasmídeo-DNA de filamento duplo com por exemplo 3000 até 10.000 pares de bases, contendo um gene a ser expresso em células humanas com efeito terapêutico intencional, são dissolvidos em 4 ml de tampão fosfato com pH 7,4 e misturados com 2 ml de uma solução Mouse-Monoclonal-Anti Human DNA IgM (1 mg/ml) e incubados durante uma hora a 37°C. A seguir, são misturados 1,1 ml, 4 ml (1mg/ml) de EUDRAGIT® E modificado (copolímero de (met)acrilato de 25% em peso de metacrilato de metila, 25 % em peso de metacrilato de butila e 50% em peso de metacrilato de dimetilaminoetila, de baixo peso molecular, nierengangig Pm = cerca de 21.000) e 0,4 ml (1 mg/ml) de EUDRAGIT® L modificado (copolímero de 50% em peso de metacrilato de metila e 50% de ácido metacrílico, de baixo peso molecular, nierengangig Pm = 21.000) e mantidos durante cerca de 30 minutos a 37o C sob agitação lenta. Após intensa misturação, por exemplo, em um Vortex, resultam nanopartículas com cerca de 250 nm de diâmetro médio. A suspensão das nanopartículas é purificada por diálise. A suspensão pode ser ulteriormente processada diretamente ou as nanopartículas podem ser separadas por liofilização.
Exemplo 3
Nanopartículas modificadas na superfície (nanopartículas contendo copolímero de (met)acrilato catiônico com um revestimento de copolímero de (met)acrilato aniônico)
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53/55 [00154] 2 mg de DNA (substância ativa ácido nucléico), por exemplo, um vetor da terapia genética de plasmídeo-DNA de filamento duplo com por exemplo 3000 até 10.000 pares de bases, contendo um gene a ser expresso em células humanas com efeito terapêutico intencional, são dissolvidos em 4 ml de tampão fosfato Dulbecco de pH 7,4 e misturados com 2 ml de uma solução Mouse-Monoclonal-Anti Human DNA IgM (1 mg/ml) e incubados durante uma hora a 37o C. A seguir, são misturados 4 ml (1mg/ml) de EUDRAGIT® E modificado (copolímero de (met)acrilato de 25% em peso de metacrilato de metila, 25 % em peso de metacrilato de butila e 50% em peso de metacrilato de dimetilaminoetila, de baixo peso molecular, nierengangig Pm = 21.000) e mantidos durante cerca de 30 minutos a 37o C sob agitação lenta. Após este tempo, o valor pH é medido e ajustado com HCl 0,001 N para 7,4.
[00155] Acrescenta-se por mistura 1 ml de uma solução (1mg/ml) de EUDRAGIT® L modificado (copolímero de (met)acrilato de 50% em peso de metacrilato de metila e 50% em peso de ácido metacrílico, de baixo peso molecular, nierengangig, Pm = cerca de 21.000) em tampão fosfato (pH 7,4, 0,5 mg/ml) e a dispersão-tampão resultante semelhante a látex é obtida com adição de ácido cítrico de 0,001 M até pH 5,0. A suspensão das nanopartículas é purificada por diálise. A suspensão pode ser ulteriormente empregada diretamente ou as nanopartículas revestidas podem ser separadas por liofilização.
Exemplo 4
Preparação de péletes mucoadesivos ainda não revestidos (prépéletes), pela incorporação das nanopartículas dos exemplos 1, 2 e 3, em uma camada matriz interna que contém quitosana e é ajustada mediante um ácido para pH 5,0 até 5,5
Preparação de uma solução mucoadesiva:
[00156] 4 g de acetato de quitosana são dissolvidos em 20 g de
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54/55 água. Sob rápida agitação são adicionados 2 g de monohidrato de ácido cítrico. Ajusta-se um pH de 5,2. À solução viscosa amarelo claro obtida é adicionado, a seguir, 0,4 g de Na-dodecanato. A esta solução são adicionadas, sob lenta agitação, as suspensões dos exemplos 1, 2 ou 3.
Preparação dos pré-péletes [00157] A suspensão misturada é pulverizada com um equipamento de leito fluidificado (Micro-Lab de Hüttling) com uma taxa de pulverização de 5 - 8 g/min/kg sobre 40 g de péletes neutros com um diâmetro de cerca de 400 - 600 mm com temperatura de ar fresco de 30o C. O ar fresco, aqui, é ajustado em 35 - 45 m3/h. Com isto, o rendimento é de 85 - 90%.
Exemplo 5
Preparação de péletes (revestidos) [00158] Pré-péletes preparados de acordo com o exemplo 4 são revestidos no processo de leito fluidificado com EUDRAGIT® L 12,5 (copolímero de (met)acrilato de 50% em peso de metacrilato de metila e 50% em peso de ácido metacrílico, Pm = cerca de 200.000, solução orgânica a 12,5% em isopropanol/acetona 3:2). A aplicação de polímero importa em 40% em peso em relação ao peso do núcleo. A suspensão para o revestimento consiste em:
EUDRAGIT® L 12,5 53,3%
Citrato de trietila 1,33%
Isopropanol 38,3%
Talco 2,0%
Água 5,0% [00159] São obtidos péletes uniformemente revestidos, resistentes ao suco gástrico, cujo revestimento dissolve rapidamente acima de pH 6,0 no duodeno ou no jejuno, liberando os pré-péletes mucoadesivos. Exemplo 6
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Preparação de uma forma medicamentosa com multipartículas em forma de cápsula [00160] Péletes preparados de acordo com o exemplo 5 são encapsulados, mediante equipamento para encapsular, em cápsula de gelatina dura, cápsulas tamanho 0, diretamente para unidades com 550 mg de peso de enchimento. Após aplicação oral, a cápsula dissolve rapidamente na faixa do pH do estômago, libera os péletes que se distribuem uniformemente no estômago.
Exemplo 7
Preparação de uma forma medicamentosa com multipartículas em forma de comprimidos [00161] Péletes preparados de acordo com o exemplo 5 são formulados com excipientes para a preparação de comprimidos, aglutinantes, promotores de desintegraçao e deslizantes. 550 g de péletes são misturados com 390 g de celulose microcristalina, 150 g de amidos de Na-carboximetila e 10 g de estearato de Mg. A mistura é prensada em uma prensa para comprimidos formando peças prensadas com peso total de 1100 mg. Após aplicação oral, o comprimido decompõe-se na faixa de pH do estômago liberando os péletes, que se distribuem uniformemente no estômago.