BR112016030997B1 - Embalagem para produtos alimentares - Google Patents

Abstract

embalagem para produtos alimentares embalagem para produtos alimentares compreendendo um produto alimentar (p) num invólucro selado de material de folha, compreendendo uma primeira folha (2) conformada numa configuração receptora adaptada para conter o produto, tendo uma borda de extremidade com a forma de um flange (4) e uma segunda folha (6) feita para aderir ao referido flange (4) para formar um invólucro selado que envolve o produto (p), compreendendo um corpo de material de folha (8) na forma de um copo com uma base (10) e em que a base (10) é feita para aderir à referida segunda folha (6) e a força de adesão entre a referida base (10) e a referida segunda folha (6) é maior do que a força de adesão entre a segunda folha (6) e o referido flange (4), de modo que uma força que tende a separar o referido corpo da embalagem provoca a separação da referida segunda folha (6) do flange (4) com a abertura da embalagem.

Description

[0001] A presente invenção refere-se a uma embalagem para um produto de confeitaria, tal como, em particular, um pralinê ou semelhantes, em que o produto alimentar é envolvido em um invólucro selado, aderindo-se em maior parte à superfície externa do produto, a fim de limitar o volume de ar em contato com o produto no interior do invólucro e evitar, ou em qualquer caso limitar, o fenômeno de troca entre a atmosfera interna do invólucro e a atmosfera externa.

[0002] Este tipo de invólucro selado é evidentemente desejável com a proposta de melhorar a preservação das características organolépticas do produto embalado, particularmente no que diz respeito à preservação dos fenômenos de oxidação. No entanto, este tipo de invólucro não é, na prática, utilizado comercialmente para embalar produtos de confeitaria de alta qualidade, tais como pralinas, para as quais, embora sejam produzidos em uma grande escala industrial, é desejável proporcionar embalagens que aumentam o seu valor e, portanto, são as mais semelhantes possíveis às embalagens feitas à mão.

[0003] Desta forma, uma forma de embalagem típica de pralinas de alta qualidade compreende uma única folha, tal como as pralinas Rocher® fabricadas pela Ferrero S.p.A, tipicamente de alumínio, que é envolvida em torno do produto e cujas bordas periféricas são pressionadas para baixo sobre o produto formando um invólucro fechado, mas não selado, e um invólucro (um copo pregueado) cuja superfície de base é feita para se aderir às bordas comprimidas do invólucro para reter o produto no interior do copo, produzindo deste modo uma forma de embalagem e apresentação típica de produtos de confeitaria.

[0004] Para formar uma embalagem com um invólucro selado, tal como mencionado acima, é desejável que o invólucro tenha aderência o mais próximo possível ao corpo do produto, de modo a limitar o volume de ar interno, enfatizando a forma do produto ao mesmo tempo.

[0005] Neste contexto, WO 2012/098524 descreve um método para empacotar um pralinê em um invólucro selado, aderindo ao praliné tanto quanto possível e utilizando duas folhas de invólucro. A primeira folha é moldada por pressão para dentro de uma configuração em forma de copo com um flange anular radial envolvendo a sua boca; o produto é inserido na primeira folha assim formada, e o invólucro é então apertado por baixo do flange, utilizando uma ferramenta semelhante a uma íris; uma segunda folha de invólucro, geralmente plana, é então ligada ou colada ao flange anular, formando um invólucro selado.

[0006] Em uma concretização, a segunda folha de invólucro pode ter a forma de um copo pregueado, cuja base está ligada ao flange anular, com a parede lateral do copo voltada inicialmente na direção oposta à do produto; esta parede lateral é então dobrada em direção ao produto, formando uma embalagem que inclui o copo pregueado como parte integrante da embalagem.

[0007] Esta solução requer a utilização de materiais de folha que têm propriedades de barreira e preferencialmente são seláveis a quente, por exemplo folhas multicamadas tais como laminados de alumínio/material plástico, papel/material plástico ou papel/material plástico metalizado e não podem ser utilizados para produzir embalagens que, em termos de sua aparência, são apresentadas ao consumidor como um produto de confeitaria típico no qual o copo pregueado é feito de material de papel.

[0008] O objetivo da invenção é, primariamente, proporcionar uma embalagem selada que, pelo seu aspecto, adote a forma de embalagem típica do tipo artesanal ou de confeitaria e que possa, por conseguinte, ser utilizada particularmente para a embalagem de pralinês ou semelhantes, como substituto das embalagens não vedadas rotineiramente utilizadas e descritas anteriormente, satisfazendo assim as exigências e expectativas do consumidor.

[0009] O invento tem também o objetivo de proporcionar embalagens que, no âmbito do objeto primário delineado acima, possam ser facilmente abertas pelo consumidor para a remoção do produto.

[0010] Em vista destes objetivos, a invenção proporciona uma embalagem de produto alimentar e um método para a sua preparação, contendo as características definidas nas reivindicações abaixo, que fazem parte integrante da presente descrição.

[0011] Outras características e vantagens da embalagem de acordo com a invenção serão evidentes a partir da descrição detalhada a seguir, fornecida a título de exemplo não limitativo com referência aos desenhos anexos, nos quais: - FIG. 1 é uma vista em corte da embalagem incluindo o produto correspondente; e - FIG. 2 é uma vista em perspectiva, em corte parcial, da embalagem da Fig. 1, em que o copo é mostrado como transparente, simplesmente por uma questão de maior clareza de representação.

[0012] Com referência aos desenhos, a embalagem compreende uma primeira folha de invólucro 2, tipicamente moldada por um processo de prensagem, de modo a enrolar e substancialmente envolver todo o corpo do produto P introduzido no mesmo.

[0013] A folha 2 é moldada de modo a ter, na sua boca que proporciona acesso à cavidade interior na qual o produto P está alojado, um flange radial anular 4 que é preferencialmente colocado substancialmente alinhado com a extremidade da superfície do produto P.

[0014] Na configuração ilustrada, em que o produto P é um praliné de forma substancialmente esférica, a folha 2 é moldada com uma seção transversal que se assemelha à letra grega Q, de modo que a folha de invólucro pode aderir o mais próximo possível da superfície externa do produto P. Esta configuração pode ser obtida, por exemplo, seguindo o método descrito em WO 2012/098524, incorporado aqui por documento de referência.

[0015] Em particular, de acordo com este método, a primeira folha 2 é inicialmente formada em uma configuração de copo, compreendendo uma porção de base, que é substancialmente complementar a uma porção de base da superfície do produto, e uma porção tubular, que se estende acima do topo do produto quando este é inserido na folha assim formada e que forma uma boca para a introdução do produto e uma porção terminal na forma de um flange anular que envolve a boca.

[0016] Quando o produto foi inserido na primeira folha moldada, a folha moldada sendo mantida com a sua boca voltada para cima, é realizada uma operação de constrição da região da porção tubular localizada acima da parte superior do produto, de preferência exercendo uma pressão sobre o flange anular, o qual pode fixar as bordas do flange ou limitar o seu deslizamento radial, de modo a provocar a aderência da parede tubular sobre uma porção substancial da superfície superior do produto.

[0017] No WO 2012/098524, a operação de constrição mencionada acima é realizada utilizando um obturador de íris. No entanto, deve-se entender que esta constrição, quando desejada ou necessária, pode igualmente ser realizada por outros meios, por exemplo utilizando um mandril com pétalas do tipo descrito no documento WO 2008/018008, também no nome do presente requerente, embora a última ferramenta seja menos vantajosa do que a ferramenta de obturador de íris referida acima para conseguir uma adesão próxima da embalagem ao produto.

[0018] Adicionalmente, embora o método e o equipamento descritos na WO 2012/098524 sejam particularmente vantajosos para a embalagem de produtos de forma substancialmente esférica, ou produtos com porções que são em forma de coroa ou afunilados na sua parte virada para a boca do invólucro, deve-se entender que, uma vez que a embalagem proposta pela invenção não se limita de modo algum à embalagem de produtos com esta configuração, a operação de constrição referida acima é puramente opcional.

[0019] Assim, por exemplo, no caso de um pralinê de forma frustocônica ou frustopiramidal, a folha de revestimento 2 será configurada por pressão em uma forma substancialmente complementar à parede lateral do praliné, com o flange 4 substancialmente nivelado com a superfície da base maior do pralinê.

[0020] Conforme mencionado acima, no entanto, é importante configurar a primeira folha de invólucro com um flange radial, indicada por 4, a qual é substancialmente plana.

[0021] Uma segunda folha de invólucro substancialmente plana 6 é então ligada, na sua região anular periférica, ao flange 4. Esta ligação pode ser proporcionada por selagem a quente, soldagem por ultrassom, soldagem por infravermelho ou colagem,formando assim um invólucro fechado e selado.

[0022] As folhas 2 e 6 podem ser feitas de uma vasta gama de materiais, desde que sejam adequados para contato com alimentos; preferencialmente, são materiais com propriedades de barreira em relação à transferência de oxigênio.

[0023] Os materiais utilizados compreendem materiais de camada única, tais como folha de alumínio, materiais plásticos tais como polipropileno ou mais preferencialmente poliéster (PET), ou materiais multicamadas tais como materiais compósitos ou materiais co-extrudidos como laminados de alumínio/material plástico, papel/material plástico ou papel/material plástico metalizado; um material preferido pode ser um laminado de folha de alumínio com uma folha de poliéster (PET).

[0024] Em particular, pode ser preferível utilizar materiais adequados para selagem a quente, de modo que as duas folhas 2 e 6 possam ser revestidas nos seus lados destinados a fazer face ao produto com uma laca de selagem a quente ou uma camada de material de selagem a quente.

[0025] A embalagem compreende ainda um corpo em forma de copo tendo uma parede de base plana 10 e uma parede lateral 12, de preferência pregueada. A parede de base 10 do copo, tipicamente de forma circular, tem dimensões tais que a folha 6, que forma o elemento de fecho do invólucro e que tem uma borda perimétrica que corresponde geralmente à borda perimétrica do flange 4, pode ser inserida de modo a comportar a referida parede de base 10. O tamanho (diâmetro) da parede de base 10 do copo pode ser substancialmente igual ou ligeiramente menor do que os tamanhos (diâmetros) da folha 6 e do flange 4 correspondentes, ou pode ser maior do que os mesmos, em que a folha 6 e o flange 4 correspondente têm uma região periférica anular curvada em contato com a parede lateral 12 do copo, como indicado pela linha a tracejado na Figura 1. A parede lateral 12 do copo, geralmente abaulada, nesta posição envolve a folha moldada 2.

[0026] A parede de base 10 está ligada à folha 6, de preferência por colagem e preferencialmente com uma colagem de fusão a quente.

[0027] A colagem pode ocorrer sobre toda a superfície da base 10 e da folha 6, ou apenas sobre uma região periférica anular, ou apenas sobre pontos ou porções da sua região periférica anular.

[0028] De acordo com uma característica da invenção, a força adesiva entre a superfície de base 10 do copo e a superfície externa da folha 6 é maior do que a força de aderência entre o flange 4 e a folha de invólucro 6. Assim, o copo 8 não só tem uma função em termos de aparência, mas também atua como um elemento de agarrar para facilitar a abertura da embalagem. Para este efeito, o consumidor que pretende remover o produto P da embalagem pode agarrar a parede lateral do copo, dobrá-la sobre o lado oposto do produto e, em seguida, exercer uma força de tração nesta parede lateral, que devido à maior força adesiva entre a base 10 e a folha 6, faz com que a folha 6 seja separada do flange 4, permitindo assim que a embalagem seja aberta.

[0029] Em particular, a força adesiva exercida pela cola entre a superfície do copo e a folha 6 pode ser de 1,2 a 2 ou mais vezes maior do que a força adesiva entre o flange 4 e a superfície da folha 6.

[0030] Na concretização preferida, o copo 8 é feito de um material de papel convencional que é barato e facilmente pregueado. De fato, uma vez que o copo 8 não desempenha qualquer parte na selagem da embalagem, qualquer um dos materiais de papel comumente utilizados no campo de produtos feitos à mão pode ser usado para este copo.

[0031] Assim, a invenção proporciona uma nova embalagem em uma embalagem seladas que pode ser facilmente utilizada para substituir as embalagens convencionais não seladas, permitindo ao mesmo tempo satisfazer os requisitos em termos de aspecto que são de importância considerável para a escolha do consumidor e, naturalmente, enquanto melhora a preservação das características organolépticas dos produtos ao longo do tempo.

[0032] Deve ser entendido que, desde que o princípio da invenção seja mantido, os detalhes de aplicação e as concretizações podem variar amplamente a partir do que foi descrito e ilustrado a título de exemplo não limitativo, sem sair do âmbito de aplicação das reivindicações anexas abaixo.

[0033] Desta forma, em particular, deve ser entendido que a forma do produto pode ser variada consideravelmente da que é ilustrada, com as consequentes variações na configuração do invólucro; deve ser entendido também que os materiais da embalagem podem variar dos especificamente mencionados, acordo com os requisitos para embalagens específicas.

Claims (10)

1. Embalagem para produtos alimentares compreendendo um produto alimentar (P) em um invólucro selado de material de folha, compreendendo uma primeira folha (2) conformada em uma configuração receptora adaptada para conter o produto, tendo uma borda de extremidade com a forma de um flange (4) e uma segunda folha (6) feita para aderir ao referido flange (4) para formar um invólucro selado que envolve o produto (P) e um corpo de material de folha (8) na forma de uma copo com uma base (10) e uma parede lateral (12), caracterizada pelo fato de que a referida base (10) é feita para aderir à referida segunda folha (6) e a força de adesão entre a referida base (10) e a referida segunda folha (6) é maior do que a força adesiva entre a segunda folha (6) e o referido flange (4), de modo que uma força que tende a separar o referido corpo da embalagem provoca a separação da referida segunda folha (6) do flange (4) com a abertura da embalagem.

2. Embalagem de acordo com a reivindicação 1, caracterizada por as referidas primeira (2) e segunda (6) folhas serem constituídas por uma folha de camada única de material plástico adequado para o contato com alimentos ou por uma folha multicamada de alumínio/material plástico, papel/material plástico ou papel/material plástico metalizado, opcionalmente proporcionado no lado voltado para o produto alimentar (P) com um revestimento selável a quente.

3. Embalagem de acordo com a reivindicação 2, caracterizada por as referidas primeira (2) e segunda (6) folhas serem constituídas por uma película de polipropileno ou poliéster, particularmente tereftalato de polietileno, ou por um laminado de alumínio e poliéster, preferencialmente tereftalato de polietileno.

4. Embalagem de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 3, caracterizada por o referido corpo em forma de copo (8) ser de material de papel com a parede lateral (12) preferencialmente pregueada.

5. Embalagem de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 4, caracterizada pelo fato de o referido corpo em forma de copo (8) ser feito para aderir à referida segunda folha (6) por meio de uma cola de fusão a quente.

6. Embalagem de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 5, caracterizada por a força adesiva entre a referida base (10) do corpo em forma de copo (8) e a referida segunda folha (6) ser igual a 1,2-2 vezes a força adesiva entre a referida segunda folha (6) e o referido flange (4).

7. Embalagem de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 6, caracterizada pelo fato de a referida segunda folha (6) ser feita para aderir ao referido flange (4) por selagem a quente, soldagem por ultrassom, soldagem por infravermelho ou colagem.

8. Embalagem de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 7, caracterizada por o referido produto alimentar (P) ser um pralinê de forma substancialmente esférica e a referida primeira folha (2) ser conformada de modo a se apresentar, adjacente ao referido flange (4), uma seção de abertura restrita de modo a se aderir de perto ao produto (P).

9. Método para a produção de uma embalagem conforme definida em qualquer uma das reivindicações de 1 a 8, caracterizado por compreender as operações de: - moldagem da referida primeira folha (2) em uma forma de copo com um flange anular (4) adjacente à sua boca; - inserção do produto (P) na folha (2) moldada dessa forma; - ligação da referida segunda folha (6) ao referido flange anular (4) de modo a formar um invólucro fechado em torno do referido produto (P); e - ligação, preferencialmente por colagem, da referida segunda folha (6) à superfície de base de um corpo em forma de copo (8).

10. Método de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por o referido produto ser de forma substancialmente esférica, compreendendo a operação de fazer uma constrição na referida primeira folha (2) em uma posição imediatamente adjacente ao referido flange anular (4), de modo a causar a adesão da referida primeira folha (2) a uma porção substancial da superfície do produto (P).

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