BR112015005414B1

BR112015005414B1 - Banda de rodagem e pneu para veículo pesado

Info

Publication number: BR112015005414B1
Application number: BR112015005414-5A
Authority: BR
Inventors: Vincent Martin; Damien Bardin; Catherine Houis
Original assignee: Compagnie Générale Des Etablissements Michelin
Priority date: 2012-09-13
Filing date: 2013-09-09
Publication date: 2021-07-13
Also published as: FR2995253A1; RU2015113435A; FR2995253B1; BR112015005414A2; CN104619524B; US20150273950A1; EP2895338B1; CN104619524A; US9878584B2; WO2014040958A1; EP2895338A1; IN2015DN01749A

Abstract

banda de rodagem e pneu para veículo pesado. banda de rodagem (1) para pneu de veículo pesado, essa banda tendo uma superfície de rodagem (10) no estado novo, essa banda compreendendo uma pluralidade de recortes que se abrem sobre a superfície de rodagem no estado novo e pelo menos um canal interno (30) à banda de rodagem, esse canal (30) sendo destinado a formar um a nova ranhura depois de um desgaste parcial da banda, por outro lado, cada canal (30) é prolongado radialmente na direção da superfície de rodagem (10) por uma incisão (4) de mesma orientação que o dito canal e de largura l4, e além disso uma pluralidade de incisões (3) de largura l3 corta a incisão que prolonga cada canal para formar um poço (50), esse poço se abrindo ao mesmo tempo sobre a superfície de rodagem (10) no estado novo e em um canal (30), a banda de rodagem de acordo com a invenção sendo tal que, para pelo menos uma pluralidade de poços (50), cada poço apresenta de acordo com uma direção que vai da superfície de rodagem (10) para o canal (30), pelo menos uma parte de seção máxima (51) e uma parte de seção reduzida (52), a parte de seção reduzida (52) tendo uma área de seção inferior à área de seção da parte de seção máxima (51) a fim de limitar a introdução de corpos estranhos de dimensões determinadas dentro desse poço e isso até um canal.

Description

CAMPO DA INVENÇÃO

[0001] A presente invenção se refere ao campo das bandas de rodagem de pneu e mais especificamente das bandas de rodagem de pneu para veículos de tipo pesado, essas bandas de rodagem tendo uma superfície de rodagem da qual a geometria muda com o desgaste.

ESTADO DA TÉCNICA

[0002] A banda de rodagem de um pneu corresponde à parte do pneu situada radialmente no exterior e que se estende na direção circunferencial e para assegurar o contato entre o pneu e a pavimentação e permitir a transmissão de esforços. O contato entre a banda de rodagem de pneu e a pavimentação forma uma impressão de contato. A banda de rodagem tem como função fornecer uma aderência suficiente ao pneu a fim de impedir o deslizamento do pneu, um deslizamento que pode sobrevir por ocasião de manobras de aceleração, de frenagem ou de curva. Uma banda de rodagem de pneu compreende vazados sob a forma de sulcos que delimitam elementos de relevo, tais como nervuras ou blocos. Por outro lado, esses elementos de relevo podem ser providos de lamelas, quer dizer espécies de recortes delimitados por paredes de matéria, essas paredes sendo distantes uma da outra de uma pequena distância apropriada para que por ocasião da passagem no contato as ditas paredes entrem em contato pelo menos em parte uma contra a outra. Essas lamelas têm como função criar arestas adicionais úteis notadamente para cortar uma eventual camada de líquido presente sobre a pavimentação, ao mesmo tempo em que conservam uma quantidade de matéria de borracha grande. Essas lamelas podem compreender, sobre as paredes que as delimitam, meios para limitar os movimentos relativos das ditas paredes. O conjunto dos sulcos e lamelas constitui um conjunto de arestas sobre a superfície de rodagem de acordo com uma geometria inicial, essa geometria inicial podendo permanecer sem alteração qualquer que seja o nível de desgaste ou podendo variar com o desgaste a fim de otimizar o funcionamento da banda em função da espessura de matéria restante.

[0003] Um problema posto aos fabricantes de pneus é manter os desempenhos dos pneus ao longo de toda a utilização dos mesmos, quer dizer qualquer que seja o nível de desgaste da banda de rodagem. Com um tal objetivo foi proposto fazer a geometria das arestas de uma banda de rodagem evoluir com o desgaste: o documento WO 2010072523-A1 descreve uma banda de rodagem que apresenta uma tal evolução com o desgaste.

[0004] Nesse pedido de patente, é descrita uma banda de rodagem de pneu que, depois de desgaste parcial, renova em parte o volume dos sulcos sem por causa disso alterar o desempenho do pneu. Para isso, a banda compreende pelo menos um canal formado sob a superfície de rodagem no estado novo, cada canal sendo destinado a aparecer depois de um desgaste parcial para formar um novo sulco útil para a drenagem da água por tempo de chuva.

[0005] Graças a esse tipo de concepção de banda de rodagem, é possível reduzir as profundidades dos sulcos no estado novo fazendo-se aparecer novos sulcos depois de um desgaste parcial da banda de rodagem. Limita-se assim de modo substancial a compressibilidade da banda e consequentemente reduz-se a dissipação de energia na banda no estado novo, o que é favorável de um ponto de vista consumo.

[0006] O mesmo documento de patente WO 2010072523-A1 prevê a possível presença de uma lamela com a mesma orientação daquela do canal, essa lamela sendo situada entre o canal e a superfície de rodagem. Graças a essa lamela, a moldagem e a desmoldagem se encontram assim facilitadas.

[0007] Esse mesmo documento prevê por outro lado a presença de uma pluralidade de lamelas que cortam a lamela que encima um canal, quer dizer que essas lamelas têm uma direção distinta da direção da lamela que encima o canal.

[0008] Para melhorar a resistência mecânica dos elementos moldadores colocados no lugar no molde para moldar essas lamelas. É conhecido prever a presença de partes de reforço, cada parte de reforço moldando na banda de rodagem uma cavidade que desemboca ao mesmo tempo na superfície de rodagem no estado novo e em um canal. Se essas cavidades são favoráveis para a evacuação de calor na banda de rodagem por ocasião da rodagem gerando para isso uma ventilação nos canais, pode se produzir uma penetração de corpos estranhos como por exemplo seixos. Uma vez que esses corpos estranhos estão introduzidos dentro de uma cavidade, foi constatado que eles podem se deslocar na direção de um canal e permanecer aí até um nível de desgaste apropriado para ver se formar um novo sulco. Nesse intervalo de tempo, esses corpos estranhos vão poder agredir a parede que delimita o canal e eventualmente agredir a parte do pneu situada radialmente abaixo da banda de rodagem, quer dizer a armadura de topo.

[0009] O documento WO 2010/030276 A1 mostra uma tal realização. Nesse exemplo, é mostrada notadamente na figura 4 uma interseção de duas superfícies, uma dessas superfícies delimitando um poço cilíndrico sem nenhuma variação de geometria na profundidade.

Definições:

[0010] A taxa de vazados de uma escultura é igual à relação entre a superfície dos vazados (sulcos) delimitados pelos blocos e a superfície total (superfície de contato dos blocos e superfície dos vazados). Uma taxa de vazados pequena indica uma grande superfície de contato dos blocos e uma pequena superfície de vazados entre os blocos.

[0011] A taxa de vazados de superfície de uma escultura é igual à relação entre a superfície dos vazados (essencialmente formados por sulcos) delimitados pelos elementos de relevo (blocos, nervuras) e a superfície total (superfície de contato dos elementos de relevo e superfície dos vazados). Uma taxa de vazados pequena indica uma grande superfície de contato da banda de rodagem e uma pequena superfície de vazados entre os elementos de relevo.

[0012] A taxa de vazados volúmica de uma escultura de uma banda de rodagem no estado novo é igual à relação entre o volume dos vazados (formados por sulcos, cavidades) delimitados pelos elementos de relevo (blocos, nervuras) e o volume total da banda de rodagem que compreende o volume de matéria a desgastar e o volume dos vazados. Uma taxa de vazado volúmica pequena indica um pequeno volume de vazados relativamente ao volume da banda de rodagem. Para cada nível de desgaste, é possível também definir um volume de vazados.

[0013] Plano mediano equatorial: é um plano perpendicular ao eixo de rotação e que passa pelos pontos do pneu que estão radialmente mais afastados do dito eixo.

[0014] Um bloco é um elemento em relevo formado sobre a banda de rodagem que é delimitado por vazados ou sulcos e que compreende paredes laterais e uma face de contato destinada a entrar em contato com a pavimentação. Essa face de contato tem um centro geométrico definido como o baricentro ou centro de gravidade da face.

[0015] Uma nervura é um elemento em relevo formado sobre uma banda de rodagem, esse elemento se estendendo na direção circunferencial e dando a volta no pneu. Uma nervura compreende duas paredes laterais e uma face de contato, essa última sendo destinada a entrar em contato com a pavimentação durante a rodagem.

[0016] Por direção radial, é entendida no presente documento uma direção que é perpendicular ao eixo de rotação do pneu (essa direção corresponde à direção da espessura da banda de rodagem).

[0017] Por direção transversal ou axial, é entendida uma direção paralela ao eixo de rotação do pneu.

[0018] Por direção circunferencial, é entendida uma direção que é tangente a qualquer círculo centrado no eixo de rotação. Essa direção é perpendicular ao mesmo tempo à direção axial e a uma direção radial.

[0019] Por axialmente para o exterior, é entendida uma direção que é orientada na direção do exterior da cavidade interna do pneu.

[0020] A espessura total E de uma banda de rodagem é medida, no plano equatorial do pneu provido com essa banda, entre a superfície de rodagem e a parte que está radialmente mais no exterior da armadura de topo no estado novo.

[0021] Uma banda de rodagem tem uma espessura máxima PMU de matéria a desgastar em rodagem, essa espessura máxima PMU sendo inferior à espessura total E da banda.

[0022] As condições usuais de rodagem do pneu ou condições de utilização são aquelas que são definidas pela norma E.T.R.T.O.; essas condições de utilização precisam a pressão de inflação de referência que corresponde à capacidade de carga do pneu indicada por seu índice de carga e seu código de velocidade. Essas condições de utilização podem também ser ditas “condições nominais” ou “condições de uso”.

[0023] A impressão de contato com a pavimentação é realizada com o pneu em modo estático; a partir dessa impressão é calculado um valor médio de comprimento de impressão na direção circunferencial.

[0024] Um recorte designa de maneira geométrica ou um sulco ou uma lamela e corresponde ao espaço delimitado por paredes de matéria que são confrontantes e distantes uma da outra de uma distância não nula (dita “largura do recorte”). O que diferencia uma lamela de um sulco é precisamente essa distância: no caso de uma lamela, essa distância é apropriada para permitir a colocação em contato pelo menos parcial das paredes opostas que delimitam a dita lamela pelo menos por ocasião da passagem no contato com a pavimentação. No caso de um sulco, as paredes desse sulco não podem entrar em contato uma contra a outra nas condições usuais de rodagem.

[0025] Por dimensões principais da seção de uma cavidade ou de um poço, é entendido aqui seu diâmetro se essa cavidade tem uma seção de forma circular, os comprimentos de seus eixos menor e maior se sua seção é oval ou suas largura e comprimento se ela tem uma seção retangular. Por direção principal de uma cavidade ou de um poço, é entendida aqui a direção retilínea média da cavidade ou do poço entre a superfície de rodagem no estado novo sobre a qual a cavidade ou o poço se abre em uma de suas extremidades e um canal formado no interior da banda no qual a cavidade ou o poço se abre em sua outra extremidade.

BREVE EXPOSIÇÃO DA INVENÇÃO

[0026] A presente invenção visa reduzir o risco de agressão por corpos estranhos que podem penetrar na banda de rodagem notadamente se introduzindo para isso nos poços formados no cruzamento de duas lamelas formadas sobre essa banda.

[0027] Com essa finalidade, a invenção tem como objeto uma banda de rodagem para pneu, essa banda tendo uma superfície de rodagem destinada a entrar em contato com uma pavimentação e uma espessura total PMU de matéria a desgastar em rodagem, essa banda compreendendo uma pluralidade de recortes que se abrem sobre a superfície de rodagem no estado novo e pelo menos um canal interno à banda de rodagem, esse canal é destinado a formar um novo sulco depois de um desgaste parcial da banda.

[0028] Por outro lado, cada canal é prolongado radialmente na direção da superfície de rodagem por uma lamela de mesma orientação que o dito canal e de largura L4, e além disso uma pluralidade de lamelas de largura L3 corta a lamela que prolonga cada canal para formar uma região de cruzamento sob a forma de um poço, esse poço se abrindo ao mesmo tempo sobre a superfície de rodagem no estado novo e em um canal.

[0029] A banda de rodagem de acordo com a invenção é caracterizada pelo fato de que uma pluralidade de poços é formada, cada poço apresentando - de acordo com uma direção que vai da superfície de rodagem para o canal, pelo menos uma parte de seção máxima e uma parte de seção reduzida que tem uma área de seção inferior à área de seção da parte de seção máxima a fim de limitar a introdução de corpos estranhos de dimensões determinadas dentro desse poço e isso até um canal.

[0030] Essa disposição apresenta além da proteção da banda de rodagem, a vantagem de facilitar e tornar mais resistente a fabricação por ocasião da moldagem. De fato, as lâminas que servem para a moldagem das lamelas são ligadas entre si por partes que forma uma espécie de reforço otimizado, essas partes moldando os poços sobre a banda de rodagem.

[0031] Vantajosamente, a parte de seção máxima tem uma área superior ao produto L3 vezes L4 das larguras L3, L4 das lamelas que se cruzam para formar um poço.

[0032] Preferencialmente e para pelo menos uma pluralidade de poços a seção reduzida de cada poço é localizada no interior da banda de rodagem no estado novo; quer dizer que essa seção reduzida não se abre na superfície de rodagem no estado novo mas que ela se abre em uma nova superfície de rodagem depois de um desgaste parcial da banda.

[0033] Vantajosamente, cada parte de seção mínima é própria para se fechar completamente por ocasião da passagem no contato com uma pavimentação em rodagem nas condições de uso, a fim de bloquear completamente a passagem de qualquer corpo estranho.

[0034] Preferencialmente pelo menos 50 % e ainda mais preferencialmente pelo menos 75 % dos poços que se abrem em um mesmo canal apresentam pelo menos uma parte de seção máxima e pelo menos uma parte de seção reduzida. Ainda mais preferencialmente, todas as regiões de cruzamento associadas a um mesmo canal compreendem pelo menos uma parte de seção reduzida e pelo menos uma parte de seção máxima.

[0035] Foi de fato notado que estatisticamente o número de agressões ligadas à introdução de corpos estranhos nos canais era substancialmente reduzido devido somente ao fato de formar pelo menos 50 % das regiões de cruzamento com pelo menos uma parte de seção reduzida e pelo menos uma parte de seção máxima. Esse efeito benéfico vai aumentando com o número de regiões de cruzamento que compreendem uma seção reduzida.

[0036] Vantajosamente, a seção mínima é no máximo igual a 50 % da seção da área máxima, e ainda mais vantajosamente no máximo igual a 10 %.

[0037] Em uma outra variante preferencial, a seção de área mínima é próxima de ou igual a zero.

[0038] Em uma variante preferencial, a altura da parte de seção mínima é pelo menos igual a 1 mm.

[0039] Graças a essa invenção, é possível obter uma boa resistência mecânica às lâminas que moldam recortes sem por causa disso tornar o pneu provido com essa banda mais sensível às agressões por corpos estranhos que podem se introduzir nas regiões de cruzamento.

[0040] Se as lamelas que se cruzam podem ter profundidades, a invenção se aplica na parte comum às duas lamelas.

[0041] Vantajosamente, a seção mínima de uma região de cruzamento é enquadrada por duas partes de seção máxima, uma primeira parte de seção máxima que se abre sobre a superfície de rodagem no estado novo e a outra parte de seção máxima que se abre em um canal.

[0042] Em uma variante interessante, um poço que forma uma região de cruzamento de lamelas pode ter uma forma de seção continuamente variável, por exemplo decrescente partindo-se da superfície de rodagem no estado novo e em seguida crescente para se abrir em um canal. De acordo com essa variante, a parte de seção reduzida compreende a parte da região de cruzamento da qual a área de seção é mínima.

[0043] Vantajosamente, a parte de seção reduzida de um poço é deslocada do eixo principal desse poço de pelo menos uma parte de seção máxima de maneira a prevenir uma eventual migração de corpos estranhos da parte de seção máxima para o interior da parte de seção reduzida, essa migração sendo feita menos facilmente quando a abertura da parte de seção reduzida na parte de seção máxima é feita próximo dos limites dessa parte de seção máxima.

[0044] Em uma outra variante interessante, e para um mesmo canal, é formada uma sucessão de regiões de cruzamento, pelo menos duas dessas regiões de cruzamento sendo geometricamente diferentes devido à posição da parte de seção reduzida na direção da profundidade da região de cruzamento. Essa disposição permite evitar o aparecimento simultâneo de todas as partes de mesma seção e é portanto favorável para obter um desgaste uniformemente distribuído no contorno de roda quando essas regiões de cruzamento estão distribuídas na direção circunferencial.

[0045] É proposto um pneu provido de uma banda de rodagem formada de acordo com uma das realizações preconizadas pela invenção. Evidentemente, é possível combinar a presença em um mesmo pneu de poços de diferentes geometrias.

[0046] Outras características e vantagens da invenção se destacam da descrição feita abaixo em referência aos desenhos anexos que mostram, a título de exemplos não limitativos, formas de realização do objeto da invenção.

BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[0047] A figura 1 representa uma vista em planta de uma escultura de uma banda de rodagem de acordo com a invenção.

[0048] A figura 2 representa uma vista em corte em um plano de corte referenciado pela linha II-II na figura 1.

[0049] A figura 3 mostra um corte de uma cavidade de acordo com a invenção.

[0050] A figura 4 mostra uma variante de cavidade de acordo com a invenção.

[0051] A figura 5 mostra uma outra variante de cavidade de acordo com a invenção.

[0052] A figura 6 mostra em corte longitudinal uma distribuição de cavidades de acordo com a invenção.

DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[0053] Para facilitar a leitura das figuras, mesmos sinais de referência são empregados para a descrição de variantes da invenção uma vez que esses sinais de referência enviam a elementos de uma mesma natureza seja ela estrutural ou então funcional.

[0054] A figura 1 mostra um avista parcial de uma banda de rodagem 1 de um pneu construída de acordo com a invenção. Essa banda 1, representada aqui no estado novo não desgastada, compreende uma escultura formada por três sulcos principais 2 orientados circunferencialmente (ou de maneira equivalente: longitudinalmente). Os sulcos principais 2 delimitam nervuras intermediárias 12 e duas nervuras de borda 11. Esses sulcos principais 2 desembocam em uma superfície de rodagem 10 no estado novo destinada a estar em contato com a pavimentação durante a rodagem de um pneu provido com a dita banda.

[0055] Nesse estado novo, os sulcos principais 2 têm uma mesma profundidade P2 e uma largura L2 e são úteis notadamente para drenar a água presente sobre a pavimentação por tempo de chuva. É distinguida por outro lado, nessa figura 1, a presença de canais 30 orientados circunferencialmente. Esses canais 30 são formados no interior da banda e nas duas nervuras intermediárias 12; por outro lado, esses canais 30 são prolongados na direção da superfície de rodagem 10 no estado novo por lamelas 4 de largura média L4. Essas lamelas 4 de orientação geral circunferencial são cortadas por lamelas 3 de largura média L3 que desembocam nos sulcos principais 2.

[0056] Cada lamela 4 cruza as lamelas 3 de uma mesma nervura de acordo com uma pluralidade de zonas de cruzamento. Cada zona de cruzamento forma um poço 50 que liga a superfície de rodagem no estado novo 10 a um canal 30 radialmente sob a dita superfície de rodagem.

[0057] Na figura 2, é mostrado um corte de acordo com um plano de corte referenciado por seu traço II-II sobre a superfície de rodagem 10 da banda de rodagem mostrada com a figura 1. Nesse corte, é visto que os canais 30 estão a uma distância H1 da superfície de rodagem no estado novo: essa espessura H1 define uma primeira camada de desgaste C1 na qual somente os sulcos principais 2 estão presentes e ativos. Os canais 30 têm uma altura H2 medida de acordo com a espessura da banda: essa altura H2 define uma segunda camada de desgaste C2 que torna ativas ao mesmo tempo os sulcos principais 20 e novos sulcos formados uma vez que o desgaste da banda é pelo menos igual à altura H1. Cada canal 30 tem uma largura L30 substancialmente igual à largura L2 dos sulcos principais 2.

[0058] Assim, aumenta-se substancialmente a superfície de sulco em contato com a pavimentação (e os comprimentos de arestas em proporção), ao mesmo tempo em que é encontrado de novo um volume de sulcos substancialmente idêntico ao que ele era no estado novo.

[0059] É visto que o poço 50 é formado - de acordo com uma direção que vai da superfície de rodagem para o canal, por duas partes, uma primeira parte de seção máxima 51 e uma segunda parte de seção reduzida 52, a parte de seção máxima 51 se abrindo sobre a superfície de rodagem no estado novo 10. A parte de seção reduzida 52 tem uma área de seção inferior à área de seção da parte de seção máxima 51. Graças a essa disposição, é possível limitar a introdução de corpos estranhos de dimensões determinadas dentro desse poço da superfície de rodagem até o canal sem por causa disso prejudicar a fabricação da banda assim como a fabricação do molde para moldar a dita banda. A parte de seção reduzida tem uma seção circular de diâmetro inferior a 1 mm enquanto que as outras partes de seção máxima são de forma circular de diâmetro igual a 5 mm. As lamelas 3, 4 têm larguras L3, L4 iguais a 0.6 mm.

[0060] A parte de seção máxima tem uma área superior ao produto das larguras médias L3, L4 das lamelas que convergem na direção de cada poço 50.

[0061] Em uma variante mostrada em corte com afigura 3, o poço 50 - na direção do qual convergem várias lamelas (uma só sendo parcialmente representada aqui), compreende duas partes de seção máxima 51 que enquadram uma parte de seção reduzida 52. A parte de seção reduzida tem uma seção quadrada de lado igual a 1 mm enquanto que as outras partes de seção máxima têm uma forma quadrada de lado igual a 5 mm. Nesse caso especial, a parte de seção reduzida 52 é deseixada em relação às duas outras partes de seção máxima 51, partes essas que têm um eixo comum. Esse poço 50 liga a superfície de rodagem 10 no estado novo a um canal 30.

[0062] A figura 4 forma uma variante de poço 50 de acordo com a invenção que compreende uma alternância de partes de seção máxima 51 e de partes de seção reduzida 52, uma parte de seção reduzida 51 se abrindo sobre a superfície de rodagem 10 no estado novo. As profundidades das diferentes partes são, no caso mostrado, iguais entre si; evidentemente, é possível considerar diminuir as profundidades das partes de seção reduzida a fim de aumentar o volume de vazados disponível para captar um líquido presente sobre a pavimentação. Nesse poço 50, lamelas - não representadas - convergem para se cruzar. Na presente variante, as diferentes partes são posicionadas em um mesmo eixo; é possível evidentemente formar essas mesmas partes de maneira a deseixar umas em relação às outras como na variante mostrada com a figura 3.

[0063] A figura 5 mostra uma variante de poço 50 na interseção de duas lamelas, esse poço 50 se abrindo sobre a superfície de rodagem 10 no estado novo em uma de suas extremidades e em um canal 30 em sua outra extremidade. Esse poço 50 apresenta uma forma de seção variável em quase toda sua profundidade: uma primeira parte de seção máxima 511 se abre sobre a superfície de rodagem por uma seção máxima de diâmetro D11 e se conecta a uma parte de seção cilíndrica de seção menor 52 de diâmetro D2, esse último diâmetro sendo bem menor do que o diâmetro D11. Radialmente no interior da parte 52 de seção cilíndrica de diâmetro D2, é vista uma parte de seção 512 que se alarga progressivamente até ter um diâmetro D12 bem superior ao diâmetro D2, essa parte se abrindo em um canal 30.

[0064] A figura 6 mostra um corte de uma banda de rodagem de um pneu de acordo com a invenção, esse corte sendo realizado em um plano perpendicular ao eixo de rotação do pneu. Esse corte é feito em uma nervura que contém um canal 30 sob a superfície de rodagem, esse canal 30 sendo prolongado na direção da dita superfície de rodagem por uma lamela de orientação circunferencial. Por outro lado, essa lamela circunferencial é cortada por uma pluralidade de lamelas de orientação transversal 3 das quais são vistos os traços na figura 6. São formados nas interseções dessas lamelas transversais 3 com uma lamela circunferencial, poços 50, 50’, 50’’. Um poço 50 é formado por duas partes de seção máxima 511 e 512 que enquadram uma parte de seção reduzida 52. Um outro poço 50’ compreende uma parte de seção alargada 51’ que se abre sobre a superfície de rodagem no estado novo e que é prolongada por uma parte de seção reduzida 52’ que se abre no canal 30. Um outro poço 50’’ compreende duas partes de seção reduzida 521’’ e 522’’ que enquadram uma parte de seção máxima 51’’. Uma tal disposição, que distribui as partes de seção alargadas e as partes de seção reduzida de maneira deslocada entre os poços de uma mesma nervura, permite homogeneizar o desgaste da banda de rodagem. É assim formada uma sucessão de poços, dos quais pelo menos dois desses poços são geometricamente diferentes devido à posição da parte de seção reduzida na direção da profundidade da região de cruzamento.

[0065] No final dessa exposição de várias variantes, não é inútil precisar que a invenção não está limitada a essas variantes descritas e representadas e evidentemente, diversas modificações podem ser trazidas a ela sem sair do âmbito definido pelas reivindicações. Em especial, todas as variantes descritas podem ser adaptadas a fim de que as partes de seção reduzida possam se fechar em totalidade por ocasião da passagem no contato realizando-se para isso as mesmas com seções e alturas apropriadas.

Claims

1. Banda de rodagem (1) para pneu de veículo pesado, essa banda tendo uma superfície de banda de rodagem (10) no estado novo destinada a entrar em contato com uma pavimentação e uma espessura total PMU de matéria a desgastar em rodagem, essa banda de rodagem compreendendo uma pluralidade de recortes que se abrem sobre a superfície de banda de rodagem no estado novo e pelo menos um canal (30) interno à banda de rodagem, esse canal (30) sendo destinado a formar um novo sulco depois de um desgaste parcial da banda de rodagem, além disso, cada canal (30) é prolongado radialmente na direção da superfície de banda de rodagem (10) por uma lamela (4) de mesma orientação que o dito canal e de largura L4, e adicionalmente uma pluralidade de lamelas (3) de largura L3 intercepta a lamela que prolonga cada canal para formar um poço (50), esse poço se abrindo ao mesmo tempo sobre a superfície de banda de rodagem (10) no estado novo e em um canal (30), a banda de rodagem sendo tal que, para pelo menos uma pluralidade de poços (50), cada poço apresenta, de acordo com uma direção que vai da superfície de banda de rodagem (10) para o canal (30), pelo menos uma parte de seção máxima (51) e uma parte de seção reduzida (52), a parte de seção reduzida (52) tendo uma área de seção transversal inferior à área de seção transversal da parte de seção máxima (51) a fim de limitar a introdução de corpos estranhos de dimensões determinadas dentro desse poço e, de lá, até um canal, a banda de rodagem caracterizada pelo fato de que a parte de seção máxima (51) de um poço (50) tem uma área superior ao produto L3 vezes L4 das larguras L3, L4 das lamelas (3, 4) que se interceptam para formar um poço (50).

2. Banda de rodagem (1) de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo fato de que pelo menos 50% dos poços (50) que se abrem em um e o mesmo canal (30) apresentam pelo menos uma parte de seção máxima (51) e uma parte de seção reduzida (52) e mais preferencialmente pelo menos 75% e ainda mais preferencialmente a totalidade dos poços (50) formados sobre a dita banda de rodagem apresenta pelo menos uma parte de seção máxima (51) e uma parte de seção reduzida (52).

3. Banda de rodagem (1) de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizada pelo fato de que para uma pluralidade de poços (50) a seção reduzida (52) não se abre sobre a superfície de banda de rodagem (10) no estado novo da banda de rodagem.

4. Banda de rodagem (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizada pelo fato de que cada parte de seção mínima (52) de um poço (50) é própria para se fechar completamente à medida que entra no contato no qual a banda de rodagem está em contato com uma pavimentação em rodagem durante condições normais, de modo a bloquear completamente o ingresso de um corpo estranho.

5. Banda de rodagem (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada pelo fato de que a área da seção mínima (52) de um poço (50) é no máximo igual a 50% da área da seção máxima (51) desse poço, e preferencialmente no máximo igual a 10%.

6. Banda de rodagem (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizada pelo fato de que a altura da parte de seção mínima (52) de um poço (50) é pelo menos igual a 1 mm.

7. Banda de rodagem (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada pelo fato de que a seção mínima de um poço (50) é enquadrada por duas partes de seção máxima (51), uma primeira parte de seção máxima que se abre sobre a superfície de banda de rodagem (10) no estado novo e a outra parte de seção máxima que se abre em um canal.

8. Banda de rodagem (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada pelo fato de que a parte de seção reduzida (52) de pelo menos um poço (50) é descentrada do eixo principal do poço de pelo menos uma parte de seção máxima desse poço.

9. Banda de rodagem (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizada pelo fato de que para um e o mesmo canal (30), é formada uma sucessão de poços (50), pelo menos dois desses poços sendo geometricamente diferentes em termos da posição da parte de seção reduzida (52) na direção da profundidade do poço (50).

10. Pneu caracterizado pelo fato de que compreende uma banda de rodagem do tipo definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 9.