BR102020004758A2

BR102020004758A2 - Estrutura plana têxtil termofixável

Info

Publication number: BR102020004758A2
Application number: BR102020004758-2A
Authority: BR
Inventors: Steffen Dr. Traser; Jutta Vo Quang; Nikolay Dobrinov Dobrev
Original assignee: Carl Freudenberg Kg
Priority date: 2019-03-19
Filing date: 2020-03-10
Publication date: 2020-10-06
Also published as: JP6993451B2; CN111732905A; DE102019106995A1; CA3076177A1; KR20200111629A; EP3715516A1; JP2020152109A; US20200297054A1

Abstract

a presente invenção refere-se a uma estrutura plana têxtil termofixável (1), em particular utilizável na indústria têxtil como reforço, forro e/ou tecido externo fixável, compreendendo um material carreador (2) com base em um não tecido de fibras sopradas fundidas, ou o material carreador (2) apresenta de um lado fibras de flocagem (3) e, do lado oposto ao das fibras de flocagem (3), apresenta um adesivo de fusão (4) (4).

Description

ESTRUTURA PLANA TÊXTIL TERMOFIXÁVEL

[001] A presente invenção refere-se a uma estrutura plana têxtil termofixável, em particular utilizável na indústria têxtil como material fixável para reforço, forro e/ou tecido externo. A estrutura plana têxtil se destaca por uma sensação ao toque muito agradável e pode ser produzida ao mesmo tempo com baixa espessura e alta elasticidade. A invenção se refere, além disso, à produção da estrutura plana têxtil e à sua utilização como material para reforço, material para forro e/ou tecido externo para têxteis.

[002] Os reforços são a estrutura invisível das roupas. Eles garantem o ajuste correto e ótimo conforto da vestimenta. Dependendo do uso, eles suportam a processabilidade, aumentam a funcionalidade e estabilizam as roupas. Além de serem aplicadas no vestuário, essas funções podem ser utilizadas para aplicações têxteis técnicas, tais como por exemplo, em móveis, estofados - assim como, nas indústrias têxteis domésticas.

[003] Materiais de forro são tecidos, que podem ser usados como forro para têxteis, tais como por exemplo, em roupas ou artigos de couro. Na tecnologia têxtil, denomina-se de forro uma estrutura plana têxtil, que é fixada por meio de costura, pesponto e/ou fixação térmica no lado interno dos têxteis. Um forro representa assim o interior, voltado para o corpo, da camada externa de tecido da roupa. Um forro pode ter a função de tornar o lado interno de uma peça do vestuário, mais durável confortável, e/ou mais quente ou ainda mais delicado. Além disso, em muitos casos, o forro de roupas também possui um aspecto de moda. Além de ser usado em peças de roupas, o forro têxtil também é utilizado em chapéus, malas, bolsas e outros contentores.

[004] Tecidos de cobertura são tecidos que são usados como camadas têxteis externas visíveis.

[005] Perfis de propriedade vantajosos para reforços, forros e/ou materiais de cobertura são, dependendo da aplicação, maciez, resiliência, toque, resistência à lavagem e aos cuidados, e/ou resistência à fricção durante o uso. Os materiais acima mencionados consistem em regra em não tecidos, tecidos, malhas ou tecidos têxteis planos comparáveis. Em particular, os materiais de reforço são geralmente fornecidos com um composto adesivo, por meio do qual o reforço pode ser termicamente colado a um material externo por calor e/ou pressão (fixação de reforço). O reforço, portanto, é laminado sobre um tecido externo. As diferentes estruturas planas têxteis mencionadas têm, dependendo do processo de preparação, diferentes perfis de propriedade. Tecidos consistem em fios/linhas na direção da urdidura e na direção da trama, malhas consistem em fios/linhas, que são unidos por pontos de malha formando uma estrutura plana têxtil. Velos consistem em fibras individuais depositadas em uma manta de fibras, que são ligadas mecanicamente, quimicamente ou termicamente.

[006] Atualmente, tecidos externos finos, transparentes, flexíveis ou abertos sobretudo no vestuário feminino e em roupas esportivas são uma tendência na indústria de vestuário. Para o suporte de tais tecidos externos são oferecidos tecidos que têm uma estrutura muito leve e aberta.

[007] Se forem usados tecidos externos elásticos ou se as peças de roupas fornecidas tiverem propriedades elásticas, então o uso de tecidos planos têxteis elásticos é vantajoso.

[008] A US 8323764 B2 descreve uma peça de trabalho elástica, compreendendo: (a) uma camada de tecido poroso ou microporoso de gotículas parcialmente conectadas de um material elástico elastomérico, sendo que a camada apresenta uma superfície interna e externa, e (b) fibras soltas, que são parcialmente incorporadas em uma superfície da camada. A produção ocorre através do emprego de uma forma (uma ferramenta especial ou um outro dispositivo para moldar objetos ou material de moldagem).

[009] A peça descrita é um material elástico flocado em ambos os lados, que está presente na forma plana ou na forma em 3D e cuja estrutura é definida pela forma utilizada. Para sua produção, é necessário um processo complexo e equipamentos dispendiosos, isto é, deve ser utilizada uma forma determinada, assim como uma camada especial, sobre a qual fibras de flocos são temporariamente fixadas até que o elastômero seja aplicado. Além disso, o emprego da forma é necessário, para produzir a superfície em flocos elástica ou o revestimento. A atividade de respiração nesse produto é alcançada por pulverização de gotículas de elastômero, sendo que os espaços intermediários entre essas gotas servem como poros e cuidam para a atividade de respiração. Isto significa que apenas uma parte das fibras de flocos, que são fixadas na solução de gel/água, permanecem no produto final, o que leva resulta em uma maior taxa de desperdício. Além disso, uma porosidade e atividade de respiração nas gotículas de elastômeros pulverizadas só é possível, quando a espessura desse revestimento elastomérico é muito baixa. Isto leva a uma resistência mecânica do material muito baixa. Além disso, agrupando-se em uma forma 3D, por exemplo, não é possível obter uma flocagem uniformemente densa com peças côncavas.

[0010] A US 9596897 B2 descreve um cós para um artigo de vestuário compreendendo: uma camada de base elástica, uma camada de montagem elástica e uma flocagem, que é colocada na superfície da camada de montagem. O cós descrito apresenta as seguintes desvantagens:

[0011] É utilizada uma "fita adesiva elástica" (camada de montagem 40), para suportar a peça de vestuário na área da cintura (camada de base 30), ou uma malha elástica, que é costurada ou é colada com a camada de base 30 com uma película de termofusão. É sugerido que uma camada adesiva 50 seja unida por pressão (40-60 psi ou 2,7 - 4,1 bar) por 20 até 30 segundos e calor (150-170°F / 66-77°C) com a camada de base 30, como também com a camada de montagem 40. Com uma temperatura de adesão tão baixa é impossível lavar ou passar a peça de vestuário somente a 60°C. Também é propos to que a cintura 11 e a camada de base 30 sejam fixadas ao corpo da roupa (18) por meio de costuras, o que impede a possibilidade de fixar a superfície flocada diretamente no corpo da peça de vestuário.

[0012] A US 20090271914 A1 descreve uma peça de vestuário compreendendo faixas de suporte que são feitas com um adesivo elastomérico e são floculadas com uma extremidade das fibras de flocagem que são incorporadas no adesivo elastomérico. Além disso, é descrito um processo para produção de peças de vestuário com fibras de flocagem, que são produzidas com o uso de dispositivos eletrostáticos ou mecânicos. A principal desvantagem do processo é que o fabricante de roupas deve adquirir a tecnologia/equipamento e experiência necessários, por exemplo, nas áreas de serigrafia adesiva, pulverização adesiva, aplicação de material flocado, limpeza/filtragem do ar, secagem ou cura térmica, para poder ser capaz de executar uma flocagem direta das peças de vestuário após o corte.

[0013] É tarefa da presente invenção, superar pelo menos parcialmente as desvantagens acima mencionadas.

[0014] Essa tarefa é solucionada por uma estrutura plana têxtil termofixável, em particular empregável na indústria têxtil como um reforço, forro e/ou tecido externo fixável, compreendendo um material carreador com base em um não tecido de fibras sopradas por fusão, sendo que o material carreador apresenta de um lado fibras de flocagem e do outro lado oposto ao das fibras de flocagem um adesivo de fusão (hotmelt).

[0015] Uma vantagem da estrutura plana têxtil de acordo com a invenção é que ela pode ser produzida de uma maneira simples na forma de tiras com fibras de flocagem. Em uma forma de execução preferida da invenção, a estrutura plana têxtil é concebida em tiras. Uma vantagem significativa sobre as peças de vestuário que foram flocadas nos artigos já confeccionados é que o uso de tiras de flocagem permite que os fabricantes de roupas produzam superfícies de fibras de flocagem, em uma peça de vestuário, apenas cortando e fundindo, sem ter que aplicar tecnologias de flocagem dispendiosas.

[0016] Também é vantajoso que a respirabilidade possa ser alcançada de uma maneira simples, usando diferentes graus de densidade do não tecido de fibras sopradas fundidas. No processo subsequente de flocagem, o adesivo pode ser aplicado às fibras sopradas fundidas, deixando as áreas entre elas livres e servindo como poros respirantes (permeáveis ao ar).

[0017] De acordo com a invenção, a estrutura plana têxtil apresenta um material carreador com base em um não tecido de fibras sopradas por fusão. Neste caso, o termo "com base em" significa pelo menos 90% em peso, com base no peso total do material carreador. De acordo com a invenção, sob o termo fibras sopradas fundidas são compreendidas fibras que são produzidas por extrusão de um material termoplástico fundido através de uma multiplicidade de capilares finos, geralmente circulares, formados por bocais, como fibras fundidas em um gás de alta velocidade (por exemplo, ar). Através deste procedimento o diâmetro das fibras é reduzido. Depois disso, as fibras sopradas por fusão são transportadas pela corrente de gás de alta velocidade e depositadas em uma superfície de coleta para formar um não tecido de fibras sopradas fundidas a partir de fibras distribuídas aleatoriamente. O processo de sopragem de fundido é bem conhecido e é descrito em várias patentes e publicações, por exemplo NRL Report 4364, "Produção de Fibras Orgânicas Superfinas" por V. A. Wendt, E.L. Boone e C. D. Fluharty; Relatório NRL 5265, "Um Aparelho Aperfeiçoado para a Formação de Fibras Termoplásticas Superfinas" por K. D. Lawrence, R. T. Lukas e J.A. Junge; e U.S. Patente n° 3.849.241, concedida em 19 de novembro de 1974 a Buntin et al. Estes documentos são incorporados aqui por referência.

[0018] Outra vantagem de um não tecido de fibras sopradas fundidas é que, devido às muitas fibras finas, a ligação de um adesivo é significativamente melhor do que com os não tecidos convencionais.

[0019] Em um modo de execução preferido da invenção, as fibras sopradas fundidas são formadas a partir de polímeros selecionados do grupo que consiste em: poliéster, poliolefinas, poliamidas, poliacrilatos, acetatos de polivinila e poliuretanos, copolímeros e/ou misturas destes. Os poliuretanos são particularmente preferidos porque possuem uma elasticidade particularmente alta. Também são preferidos elastômeros termoplásticos, em particular poliésteres elastoméricos termoplásticos, poliolefinas e/ou poliuretanos. Elastômeros termoplásticos (TPE, às vezes também chamados de elastoplastos) são plásticos que, à temperatura ambiente, se comportam comparavelmente aos elastômeros clássicos, mas podem ser deformados plasticamente quando aquecidos e, portanto, mostrar comportamento termoplástico.

[0020] Em uma outra modalidade preferida da invenção, as fibras sopradas fundidas apresentam um título de fibra de 0,2-5 dtex, de preferência de 0,5-3 dtex, em particular de 0,5-2 dtex.

[0021] A proporção de fibras sopradas por fusão na estrutura plana têxtil é de preferência de pelo menos 10% em peso, mais preferentemente de 20% em peso até 60% em peso, em particular de 25% em peso a 55% em peso, em cada caso com base no peso total da estrutura plana têxtil.

[0022] De acordo com a invenção, o material carreador possui fibras de flocagem de um lado. Fibras de flocagem são fibras de comprimento curto, que são aplicadas na forma de fibras soltas a um substrato, aqui o material carreador. Dependendo da espessura e comprimento da fibra pode ser criada, dependendo da função desejada, óptica ou háptica, uma superfície aveludada até abrasiva-áspera. As fibras de flocagem podem ser formadas a partir de qualquer material natural ou sintético. Os materiais sintéticos compreendem de preferência náilon, poliamida, poliéster, por exemplo polímeros de tereftalato e materiais naturais, como algodão, seda, viscose e/ou lã.

[0023] O comprimento das fibras de flocagem pode variar conforme a necessidade. De preferência as fibras de flocagem têm um comprimento na faixa de 0,3 mm até 1,5 mm, de preferência de 0,4 mm até 0,75 mm, mais particularmente de 0,4 mm até 0,6 mm.

[0024] O título das fibras de flocagem também pode variar conforme necessário. De preferência as fibras de flocagem têm um título na faixa de 0,5 dtex a 3 dtex, de preferência de 0,9 dtex a 1,7 dtex, mais particularmente de 0,9 dtex a 1,3 dtex.

[0025] Além disso, as fibras de flocagem podem ser lineares ou não lineares. Por exemplo, as fibras de flocagem podem ser enroladas, crimpadas e/ou dobradas. De preferência, as fibras de flocagem são essencialmente perpendiculares ao material carreador. Alternativamente, elas também podem ser alinhadas aleatoriamente, em ângulo e/ou dispostas essencialmente em paralelo. As fibras usadas para flocagem podem ser produzidas por meio do corte dos filamentos no comprimento desejado. As extremidades das fibras produzidas pelo corte podem ser lisas ou não lisas, por exemplo, serrilhadas.

[0026] De preferência, as fibras de flocagem são fixadas no material carreador por meio de um adesivo. Adesivos adequados são, por exemplo, adesivos à base de acrilato, poliuretano, silicone e/ou borracha. Neste caso, o termo "com base em" significa uma proporção de pelo menos 50% em peso. De acordo com a invenção, os adesivos com base em acrilato, poliuretano e/ou silicone são particularmente preferidos. Convenientemente, o adesivo é um adesivo curável.

[0027] Em uma forma de execução preferida, o adesivo apresenta um reticulador. De preferência o adesivo na estrutura plana têxtil é reticulado pelo reticulador. Um reticulador preferido é um "isocianato bloqueado". De acordo com seu significado convencional, o termo "isocianato bloqueado" descreve o fato de que o isocianato está presente como um composto de adição com um agente bloqueador, em particular álcoois (uretanos) e/ou aminas (ureias) quando entram em contato com o adesivo. Este composto de adição, a temperaturas mais altas, pode novamente liberar o isocianato, com o que a reticulação do adesivo pode ser iniciada.

[0028] Através do uso do isocianato bloqueado, o tempo da reticulação pode ser ajustado de maneira direcionada. Com isso, pode-se impedir que ocorra uma reticulação durante a etapa de revestimento, o que poderia levar a irregularidades no revestimento. Através do uso de um isocianato bloqueado, além disso, pode-se ajustar um grau de reticulação personalizado. Isto leva a uma melhor qualidade do adesivo.

[0029] De acordo com a invenção os agentes bloqueadores particularmente preferidos são selecionados do grupo que consiste em 3,5-dimetilpirazola (DMP), ácido acetoacético, éster malônico, butanonoxima, aminas secundárias, caprolactama, fenóis, álcoois e suas misturas. Muito particularmente preferido é DMP, já que esse leva a uma excelente reticulação dos polímeros, é não tóxico e já é desbloqueada a temperaturas baixas em torno de 120°C até 130°C.

[0030] O isocianato pode estar presente em um ou mais grupos isocianato bloqueados.

[0031] Em uma forma de execução o adesivo é reticulado apenas por meio de isocianato. Contudo, também é concebível que o adesivo, alternativamente ou adicionalmente a isocianato, seja reticulado por meio de outros reticuladores, por exemplo aziridinas, poliisocianatos, carbodiimidas, sacarídeos, acrilamidas, epóxidos, aminas, oxazolinas, derivados de ureia, hidrazinas e/ou hidrazidas de ácido carboxílico. São preferidos adesivos termicamente reticulados. Estes são vantajosos em comparação com adesivos reticulados por umidade, já que a reticulação pode ser controlada de modo direcionado.

[0032] Em um modo de execução particularmente preferido, a estrutura plana têxtil apresenta um não tecido de fibras sopradas fundidas com base em TPU termoplástico, poliéster, poliamida, poliacrilato, acetato de polivinila, poliolefinas, algodão, lã, viscose, liocel em combinação com fibras de flocagem com base em poliamida, poliéster, poliacrilato, acetato de polivinila, poliolefinas, algodão, seda, lã e/ou viscose, um adesivo de fusão à base de poliamida, poliéster, poliolefinas, poliacrilatos, acetatos ou poliuretanos de polivinila e um adesivo reticulado com base em poliacrilato, poliuretano, acetato de polivinila, borracha e/ou silicone.

[0033] Neste caso, "com base em" significa uma parte em peso superior a 50 % em peso.

[0034] Para obter uma boa elasticidade (estiramento) da estrutura plana têxtil é vantajoso, quando a recuperação elástica do adesivo não é menor do que a recuperação elástica do material carreador.

[0035] Em um modo de execução preferido, o tecido de acordo com a invenção possui uma elasticidade, medida de acordo com a DIN EN ISO 13934-1, com uma força de 3N, de pelo menos 2%, em pelo menos uma direção, por exemplo de 2% a 50%, mais preferencialmente de 10 % a 20%.

[0036] Em um modo de execução preferido, o tecido de acordo com a invenção possui um estiramento permanente, medido de acordo com a DIN 53 835 em pelo menos uma direção, de pelo menos 0,1%, por exemplo de 2% a 20%, mais preferencialmente de 1% a 5%.

[0037] As fibras de flocagem podem cobrir o material carreador em toda a superfície ou apenas parcialmente. Se o material carreador estiver apenas parcialmente coberto, as fibras de flocagem podem formar um padrão regular ou irregular. Uma vantagem de cobrir apenas parcialmente o material transportador é que a permeabilidade ao ar ou a respirabilidade do tecido têxtil podem ser ajustadas de maneira simples. Além disso, também permite um ajuste direcionado do módulo e do comportamento de alongamento.

[0038] Em um modo de execução da invenção, a estrutura plana têxtil apresenta uma respirabilidade, medida de acordo com a norma DIN EN ISO 9237 a 100 Pa, superior a 20 l/m2s, por exemplo de 20 l/m2s até 2000 l/m2s. Em outras formas de execução pode ser desejável que a respirabilidade seja menor, por exemplo inferior a 20 l/m2s, mais preferentemente menor do que 10 l/m2s, ainda mais preferido menor do que 5 l/m2s, e especialmente cerca de 0 l/m2s.

[0039] A aplicação das fibras de flocagem sobre o material carreador pode ocorrer com diferentes métodos, por exemplo por flocagem eletrostática e/ou mecânica.

[0040] De acordo com a invenção, é preferida a flocagem eletrostática. Essa é bem conhecida e utiliza fibras de flocagem soltas que são aplicadas em um campo elétrico ao material carreador revestido com um adesivo.

[0041] De acordo com a invenção, o material carreador possui um adesivo de fusão (hot melt) no lado voltado para o lado oposto às fibras de flocagem. Adesivos de fusão, também denominados adesivos de cola quente, cola quente ou em inglês hotmelts, são conhecidos há muito tempo. Em geral, esses produtos são essencialmente isentos de solvente, e aplicados a uma superfície adesiva no estado fundido, solidificam-se rapidamente no resfriamento e, assim, rapidamente constroem sua resistência. De acordo com a invenção, são preferidos polímeros termoplásticos, como poliamidas (PA), copoliamidas, poliésteres (PES), copoliésteres, acetato de etilvinila (EVA) e seus copolímeros (EVAC), poliolefinas, em particular polietileno (PE), polipropileno (PP), polialfaolefinas amorfas APAO), poliuretanos (PU), assim como suas misturas, como adesivos de fusão a quente. De acordo com a invenção, é dada preferência particular a copoliamidas, copoliésteres e poliuretanos.

[0042] O efeito adesivo dos adesivos de fusão é fundamentalmente baseado no fato de que eles podem ser derretidos reversivelmente como polímeros termoplásticos e, como um fundido líquido, devido à sua viscosidade que é reduzida pelo processo de fusão, eles são capazes de umedecer a superfície a ser colada e, assim, formar uma adesão a elas. Como resultado do resfriamento subsequente, o adesivo de fusão solidifica novamente para formar um corpo sólido, que apresenta um alto nível de coesão e, dessa maneira, estabelece a ligação com a superfície adesiva. Após ter ocorrido a adesão, os polímeros viscoelásticos garantem que, a adesão é mantida mesmo após a etapa de resfriamento com modificações no seu volume e a construção de tensões mecânicas associadas. A coesão acumulada promove as forças de ligação entre os substratos.

[0043] Em uma forma de execução, os adesivos de fusão são utilizados na forma de pó. O tamanho das partículas se orienta na área a ser impressa, por exemplo, no tamanho desejado de um ponto de ligação. No caso de um padrão de pontos, o diâmetro das partículas pode variar entre > 0 µm e 500 pm. Basicamente, o tamanho de partículas do adesivo de fusão não é uniforme, mas segue uma distribuição, isto é, tem-se sempre um espectro de dimensão de partículas. Convenientemente, o tamanho das partículas é ajustado à quantidade desejada de aplicação, tamanho dos pontos e distribuição dos pontos.

[0044] Os adesivos de fusão em forma de pó podem ser aplicados por espalhamento, o que é particularmente útil para colar substratos porosos para a produção de compósitos têxteis respirantes. Outra vantagem da aplicação por polvilhamento, além disso, é que ele é um método de aplicação simples para aplicações em grande escala. Os pós termoativados, por exemplo de poliamidas, poliésteres ou poliuretanos, mesmo a baixas temperaturas são adesivos, e são adequados para a laminação suave de substratos sensíveis ao calor, por exemplo produtos têxteis de alta qualidade. Graças às boas propriedades de escoamento no estado ativado, é feita uma boa conexão mesmo com baixa pressão e menores tempos de prensagem; no entanto, o risco de penetração no tecido permanece baixo.

[0045] O adesivo de fusão a quente também pode ser aplicado ao não tecido de fibras sopradas fundidas por meio de processos de impressão em pasta, ponto duplo e de fusão a quente. De acordo com a invenção, o processo de impressão em pasta é particularmente preferido, pois isso garante que a aderência e a elasticidade sejam particularmente bem preservadas.

[0046] Devido ao uso de um não tecido de fibras sopradas fundidas como material de base, a gramatura da estrutura plana têxtil de acordo com a invenção pode ser ajustada em valor muito baixo. Como gramaturas para muitas aplicações mostraram-se convenientes gramaturas, medidas segundo DIN EN 29073, na faixa de 10 g/m2 até 400 g/m2, de preferência de 25 g/m2 até 200 g/m2, e particularmente de 30 g/m2 até 100 g/m2.

[0047] Mais preferentemente, a estrutura plana têxtil tem uma espessura de acordo com DIN EN ISO 9073-2 de 0,5 mm a 1,6 mm, preferencialmente de 0,5 mm a 0,9 mm.

[0048] Mais preferentemente, a estrutura plana têxtil possui um módulo, medido de acordo com a DIN 53 835, para um alongamento de 25%, menor do que 20 N, por exemplo, de 1 N a 20 N, de preferência de 2 N a 10N. O módulo comparativamente baixo da estrutura plana têxtil é vantajoso porque o tecido pode ser esticado sem muita força e assim se adapta perfeitamente aos contornos do corpo.

[0049] Devido às suas propriedades específicas, a estrutura plana têxtil de acordo com a invenção é excepcionalmente adequada como entrelaçamento, forro e/ou tecido externo fixável, na indústria têxtil. Reforços preferidos para a combinação com a estrutura plana têxtil com fibras sopradas fundidas de acordo com a invenção, são selecionados a partir de tecidos elásticos de malha ou tricôs, a partir de fios naturais ou sintéticos, ou uma combinação deles. Esses tecidos também podem ter fios altamente elásticos. Revestimentos de forro preferidos para a combinação com o não tecido de fibras sopradas fundidas de acordo com a invenção, são selecionados a partir de couro real elástico de origem animal ou couro sintético. Os tecidos externos preferidos para a combinação com o não tecido de fibra sopradas fundidas de acordo com a invenção são selecionados a partir de tecido laminado ou membranas soltas.

[0050] A invenção se refere também a um método para produção de uma estrutura plana têxtil termofixável de acordo com a invenção compreendendo as seguintes etapas:

[0051] disponibilização de um material carreador com base em um não tecido de fibras sopradas fundidas

[0052] aplicação de fibras de flocagem de um lado do material carreador;

[0053] aplicação de um adesivo de fusão, no material carreador, do lado oposto ao lado das fibras de flocagem.

[0054] Uma vantagem do processo de acordo com a invenção é que o não tecido de fibras sopradas fundidas pode ser flocado em estado não moldado, isto é plano. Desse modo, pode ser alcançada a máxima densidade de fibras de flocagem.

[0055] A disponibilização do material carreador na etapa A) pode ocorrer por sopragem em fusão de um material bruto não tecido, de preferência poliuretano. Em um modo de realização preferido, o material carreador é disposto sobre um carreador auxiliar, por exemplo um não tecido spunbond, com o que a ele é conferida uma maior estabilidade e pós-processabilidade mais simples. De preferência a disponibilização do material carreador compreende, portanto, a sua fixação sobre um carreador auxiliar.

[0056] Em um modo de realização da invenção ocorre em seguida na etapa B) a aplicação de fibras de flocagem de um lado do material carreador. De preferência a aplicação das fibras de flocagem compreende a etapa anterior de aplicação de um adesivo.

[0057] A flocagem eletrostática é preferível de acordo com a invenção. Aqui as fibras de flocagem são aplicadas, em um campo elétrico, sobre o material carreador revestido com o adesivo. Caso seja utilizado um carreador auxiliar, então o adesivo e as fibras de flocagem são aplicados sobre o lado do material carreador que é oposto ao lado do carreador auxiliar. A aplicação do adesivo pode ocorrer por serigrafia, pistola de pintura ou banho de imersão. A superfície do material carreador é de preferência lisa ou apenas levemente gravada ou sulcada. As linhas de campo cuidam para que as fibras de flocagem sejam direcionadas em um ângulo desejado, de preferência perpendicular, e desse modo gerem uma superfície têxtil uniforme. Em seguida o adesivo pode curar e a flocagem ser ancorada. Fibras de flocagem em excesso e não ligadas podem ser removidas a vácuo.

[0058] Igualmente concebível é uma flocagem mecânica para fixação das fibras de flocagem. Para isso o material carreador fornecido com o adesivo pode ser conduzido através de uma série de rolos, de preferência poligonais, que provocam oscilações destas rapidamente. Essa vibração pode forçar as fibras de flocagem para dentro do adesivo.

[0059] Após a flocagem o carreador auxiliar, caso utilizado, pode ser removido e em seguida um adesivo de fusão pode ser aplicado ao lado do material carreador oposto ao lado das fibras de flocagem (etapa C do processo). O adesivo de fusão pode ser aplicado sobre o não tecido de fibras sopradas fundidas por meio de método de impressão em pasta, ponto duplo, polvilhamento e fusão a quente (hotmelt). De acordo com a invenção, é especialmente preferido o método de impressão em pasta.

[0060] Em um modo de execução alternativo da invenção, a etapa C) do processo é realizada antes da etapa B) do processo.

[0061] A invenção se refere, portanto, também a um método para produção de uma estrutura plana têxtil termofixável de acordo com a invenção compreendendo as seguintes etapas:

[0062] A‘) disponibilização de um material carreador com base em um não tecido de fibras sopradas fundidas;

[0063] B‘) aplicação de um adesivo de fusão de um lado do material carreador;

[0064] C‘) aplicação de fibras de flocagem do lado, no material carreador, oposto ao lado do adesivo de fusão.

[0065] Em um modo de execução preferido, o material carreador é formado sobre um carreador auxiliar, por exemplo um não tecido spunbond. Caso seja utilizado um carreador auxiliar, então o adesivo de fusão é aplicado sobre o lado oposto ao lado do carreador auxiliar, no material carreador, e por fim, antes da aplicação, as fibras de flocagem são novamente removidas.

[0066] Também nessas variantes do método, a aplicação das fibras de flocagem compreende, de preferência, a etapa anterior de aplicação de um adesivo.

Exemplo

[0067] Foram produzidas várias estruturas planas têxteis de acordo com a invenção. Para este fim, foi fornecido um material carreador com base em um não tecido de fibras sopradas fundidas contendo um poliuretano termoplástico com um peso de 75 g/m2. O material carreador foi produzido por meio da tecnologia de fusão por sopro Meltblown e sobre um lado do material carreador foram aplicadas fibras de flocagem (PA 6,6, comprimento 0,4 mm, título 0,9 dtex). As fibras de flocagem, neste caso, foram fixadas no material carreador usando vários adesivos. Como adesivos foram usados os adesivos listados na tabela abaixo. Em seguida, foi então aplicado um adesivo fundido a quente com base em copoliamida na forma de uma dispersão aquosa por meio do processo de serigrafia rotativa na lateral do material carreador voltado para longe das fibras de flocagem.

[0068] Na tabela que se segue são apresentadas as propriedades das estruturas planas têxteis obtidas:

[0069] Explicações para a Tabela 1

Adesivo

[0070] Tipo 1: Sistema de acrilato com base em água sem reticulador

[0071] Tipo 2: Sistema de acrilato com base em água com reticulador isocianato bloqueado (requer uma temperatura de desbloqueio de >140°C)

[0072] Tipo 3.1: Sistema à base de água à base de acrilato com reticulador de isocianato trímero de diisocianato de hexametileno (HDI) (requer temperatura de desbloqueio <120 °C)

[0073] Tipo 3.2: Sistema de PU à base de água com reticulador (requer <120 C°de temperatura de desbloqueio)

2. Elasticidade

[0074] Elasticidade é medida segundo DIN EN ISO13934-1:2013. A avaliação é a seguinte:

[0075] * 25% de alongamento a uma força de tração de 15 N até 20 N

[0076] ** 25% de alongamento a uma força de tração de 10 N até 15 N

[0077] *** 25% de alongamento a uma força de tração abaixo de 10 N

3. Alongamento permanente

[0078] O alongamento permanente é medido de acordo com DIN 53835. A avaliação é a seguinte:

[0079] * alongamento permanente <3%

[0080] ** alongamento permanente 3-4%

[0081] *** alongamento permanente 5%

4. Resistência a lavagem

[0082] A resistência à lavagem é medida de acordo com DIN EN ISO 6330:2012. A avaliação é a seguinte:

[0083] * Perda de peso após 10 lavagens de 6-7 % em peso.

[0084] ** Perda de peso após 10 lavagens de 3-5 % em peso.

[0085] *** Perda de peso após 10 lavagens de menos do que 3 % em peso.

BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[0086] Figura 1: Estrutura plana têxtil 1 com revestimento de fibras de flocagem em toda a superfície

[0087] Figura 2: Estrutura plana têxtil 1 com um revestimento de fibras de flocagem formado como padrão

[0088] Figura 3: Foto da superfície de uma estrutura plana têxtil 1 com um revestimento de fibras de flocagem formado como padrão

DESCRIÇÃO DAS FIGURAS

[0089] A Figura 1 mostra uma estrutura plana têxtil termofixável 1 de acordo com a invenção com revestimento de fibras de flocagem em toda a superfície. A estrutura plana têxtil compreende um material carreador 2 com base em um não tecido de fibras sopradas fundidas, onde o material carreador 2 apresenta de um lado fibras de flocagem 3 aplicadas sobre toda a superfície e, do lado oposto ao das fibras de flocagem 3, apresenta um adesivo de fusão 4. As fibras de flocagem 3 são aqui fixadas por meio de um adesivo 5 sobre o material carreador 2.

[0090] A Figura 2 mostra uma estrutura plana têxtil termofixável 1 de acordo com a invenção com um revestimento de fibras de flocagem formado como um padrão. A estrutura plana têxtil compreende um material carreador 2 com base em um não tecido de fibras sopradas fundidas, onde o material carreador 2 apresenta de um lado fibras de flocagem 3 aplicadas na forma de um padrão e, do lado oposto ao das fibras de flocagem 3, apresenta um adesivo de fusão 4. As fibras de flocagem 3 são aqui fixadas por meio de um adesivo 5 sobre o material carreador 2.

[0091] A Figura 3 mostra uma foto da superfície de uma estrutura plana têxtil 1 com um revestimento de fibras de flocagem formada como um padrão.

Claims

Estrutura plana têxtil termofixável (1), em particular utilizável na indústria têxtil como material fixável para reforço, forro e/ou tecido externo, caracterizado pelo fato de compreender um material carreador (2) com base em um não tecido de fibras sopradas fundidas, onde o material carreador (2) apresenta de um lado fibras de flocagem (3) e, do lado oposto ao lado das fibras de flocagem (3), apresenta um adesivo de fusão (4) (4).
Estrutura plana têxtil (1) de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a mesma é formada como um rolo.
Estrutura plana têxtil (1) de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de apresentar uma atividade de respiração, medida segundo DIN EN ISO 9237 a 100 Pa, de mais do que 20 l/m2s, por exemplo de 20 l/m2s até 2000 l/m2s e ou de menos do que 10 l/m2s.
Estrutura plana têxtil (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de apresentar uma elasticidade, medida segundo DIN EN ISO 13934-1 a uma força de 3N em pelo menos uma direção, de pelo menos 2%.
Estrutura plana têxtil (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que o adesivo de fusão (4) é selecionado dentre o grupo que consiste em polímeros termoplásticos, em particular poliamidas (PA), copoliamidas, poliésteres (PES), copoliésteres, acetato de etilvinila (EVA) e seus copolímeros (EVAC), polietileno (PE), polipropileno (PP), polialfaolefinas amorfas (APAO), poliuretano (PU) assim como suas misturas.
Estrutura plana têxtil (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que as fibras de flocagem (3) são fixadas no material carreador (2) por meio de um adesivo (5).
Estrutura plana têxtil (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que as fibras de flocagem (3) cobrem o material carreador (2) apenas parcialmente e de preferência formam um padrão regular ou irregular.
Estrutura plana têxtil (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de apresentar uma gramatura, medida segundo DIN EN 29073, na faixa de 10 g/m2 até 400 g/m2.
Estrutura plana têxtil (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de apresentar uma espessura, segundo DIN EN ISO 9073-2, de 0,5 mm até 1,6 mm.
Estrutura plana têxtil (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizada pelo fato de apresentar um módulo, medido segundo DIN 53 835 a um alongamento de 25 %, de menos do que 20 N.
Utilização de uma estrutura plana têxtil (1), caracterizado pelo fato de estar de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores como reforço, forro e/ou tecido externo fixável, na indústria têxtil.
Processo para produção de uma estrutura plana têxtil (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo fato de abranger as seguintes etapas:
- A) disponibilizar um material carreador com base em um não tecido de fibras sopradas fundidas;
- B) aplicar fibras de flocagem (3) de um lado do material carreador;
- C) aplicar um adesivo de fusão (4) no lado oposto ao lado das fibras de flocagem (3), no material carreador.
Processo de acordo com a reivindicação 12, caracterizado pelo fato de que a disponibilização do material carreador na etapa A) compreende a sua fixação sobre um carreador auxiliar, por exemplo um não tecido spunbond, e o carreador auxiliar, após a aplicação das fibras de flocagem (3) na etapa B), é por sua vez removido.
Processo de acordo com a reivindicação 12 ou 13, caracterizado pelo fato de que a aplicação das fibras de flocagem (3) na etapa B) compreende a etapa anterior de aplicação de um adesivo.
Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações 12 a 14, caracterizado pelo fato de que a etapa C) do processo é executada antes da etapa B) do processo.