BR102012028693B1 - bicicleta com conjunto de acionamento diferenciado - Google Patents

Abstract

BICICLETA COM CONJUNTO DE ACIONAMENTO DIFERENCIADO a qual permite que seja conduzida pelo ciclista em posição ereta e que prevê pedaleiras (12), onde cada uma das pedaleiras (12) está pivotada, pelo seu extremo frontal, nos extremos das respectivas pedivelas (8), sondo que cada uma das pedaleiras (12) tem continuidade em uma haste guia (13) ; as hastes guia (13) ficam apoiadas no conjunto traseiro de apoios deslizantes (14), conjunto esse que é formado por um tubo transversal (15) incorporado horizontalmente ao quadro (2) e que recebe, em cada um de seus extremos, um rolete (16) cujo canal (16A) é dimensionado para acomodar a seção transversal da haste guia (13)

Description

[001] O presente relatório descritivo trata de um pedido de Patente de Invenção que propõe uma bicicleta com conjunto de acionamento diferenciado, o qual permite que o ciclista possa conduzir a bicicleta em posição ereta.

[002] O estado da técnica atual contempla as bicicletas convencionais formadas por um quadro, normalmente tubular, e que conta com uma roda dianteira que pode ser direcionada a partir de um guidão, bem como uma roda traseira que é dotada com uma catraca montada em seu cubo, a qual é acionada por uma corrente que é por sua vez passada ao redor de uma coroa acionada por pedais montados em pedivelas, sendo que esse tipo de bicicleta, dentro das mais variadas modalidades de configurações, conta com um selim sobre o qual o ciclista pode sentar--se. No entanto, o movimento realizado pelo usuário dessa bicicleta é um movimento cíclico, portanto não natural tal como um caminhar.

[003] O estado da técnica é formado também por tentativas de introduzir nas bicicletas uma forma de acionamento que permita que o ciclista possa conduzir tal veículo estando em posição ereta, caso, porexemplo, do documento americano US 8,162,338, de 24/04/2012, onde a bicicleta proposta apresenta uma estrutura à sua retaguarda em que está montada a coroa, ligada à catraca através de uma corrente.

[004] Nesse tipo de bicicleta a coroa é movimentada por pedivelas que ao invés de receberem os pedais convencionais, estão conectados, de forma articulada, a hastes longas nos extremos das quais está incorporada uma plataforma para os pés do ciclista, sendo uma plataforma para o pé direito e outra para o esquerdo, cada uma das quais tendo sua própria haste de conexão com a pedivela.

[005] Nesse tipo de bicicleta o extremo frontal de cada uma das plataformas para os pés do ciclista conta com uma roldana que corre em um trilho tubular disposto de forma ligeiramente inclinada, de modo que o ciclista avança alternadamente nas plataformas em movimentos elípticos, similar ao passo humano normal, movimentos esses que são traduzidos em movimentos oscilatórios angulares das hastes e que são então convertidos em um movimento de rotação da coroa utilizado para produzir o correspondente movimento, também de rotação, da catraca conectada ao cubo da roda traseira.

[006] Esse tipo de bicicleta apresenta uma série de inconvenientes que incluem, por exemplo, o fato de que a estrutura da bicicleta precisa ser substancialmente alterada para poder receber o sistema coroa/catraca à retaguarda e acima da roda traseira, gerando assim uma estrutura de projeto exótico e excessivamente complexo com um custo superior do que normalmente é encontrado em bicicletas comuns.

[007] Outro projeto pertencente ao estado da técnica e que é digno de nota é o do veículo proposto na patente US 7,803,090 de 28/09/2010, o qual em verdade não é uma bicicleta, posto que tem três rodas, sendo duas frontais e uma traseira.

[008] O veículo tratado no documento US 7,803,090 é um híbrido de triciclo com sistema de acionamento genericamente análogo ao proposto no documento US8,162,338, uma vez que utiliza hastes ligadas a bases para os pés como forma de acionamento direto da roda traseira que constitui a unidade motriz do veículo.

[009] O triciclo em questão, consiste em uma máquina elíptica que imita os passos naturais humanos, apresenta uma condução ainda mais complexa e está baseado em um projeto que não privilegia a simplicidade e também é uma máquina bastante comprida, larga e pesada, sendo assim um meio de transporte limitado.

[010] Ainda com relação aos tipos de veículos pertencentes ao estado da técnica e de forma mais direta no que tange a este último exemplo de veículo de três rodas, também conhecido como "Street Strider", pode ser verificado um aspecto em comum que resulta em que ambos produzem uma forma de movimentação dos pés do ciclista que pode ser considerada ou definida como sendo essencialmente elíptica.

[011] De modo geral o tipo de movimento elíptico verificado nos dois veículos citados como pertencentes ao estado da técnica, e que pode ser definido como elíptico, se mostra mais eficiente que o movimento giratório propiciado pelas bicicletas mais convencionais uma vez que tal trajeto em elipse se aproxima mais do movimento natural que caracteriza o passo humano.

[012] Em face desse estado da técnica foi desenvolvida a bicicleta objeto deste pedido de patente de invenção, a qual toma a configuração convencional de uma bicicleta e inova em substituir os pedais por pedaleiras largas para acomodar todo o pé do ciclista, estando as pedaleiras montadas em correspondentes pedivelas que acionam, de forma convencional, um sistema coroa/catraca, o qual tem sua catraca montada no cubo da roda traseira da bicicleta, também de forma convencional.

[013] Na bicicleta aqui tratada, cada uma das pedaleiras conta com uma haste guia que encontra na região traseira da bicicleta um ponto de apoio deslizante, o qual pode estar baseado, por exemplo, na adoção de um rodízio para cada uma das hastes.

[014] Aspedaleiras incorporadas na bicicleta aqui tratada, diferentemente do verificado nos veículos citados e que pertencem ao estado da técnica, apresentam um movimento circular que é combinado naturalmente com um movimento angular comandado pelas hastes guia.

[015] Napresente bicicleta, o ciclista pode assumir uma condução em posição ereta, porém realizando movimentos que são totalmente naturais.

[016] De forma objetiva, a bicicleta aqui tratada alia positivamente aspectos elementares das bicicletas convencionais com um sistema de acionamento totalmente inovador e diferenciado extraindo dessa combinação sinérgica o efeito técnico inovador segundo o qual o presente veículo, apesar de contar com um sistema de acionamento diferenciado, tem uma forma de condução que não é estranha aos ciclistas.

[017] Mais que isso, a bicicleta aqui tratada é fruto de um projeto que privilegia a simplicidade estrutural e total funcionalidade de onde se obtém um veículo que pode ser produzido em larga escala e com um custo extremamente competitivo.

[018] Na bicicleta ora tratada o tipo de movimento obtido pode ser definido e considerado como essencialmente elíptico, tal como o verificado com relação aos exemplos do estado da técnica citados, sendo que esse tipo de movimento, no presente caso, é obtido com base em um projeto que tal como o acima afirmado privilegia a simplicidade estrutural e total funcionalidade. No presente caso o projeto da bicicleta ora proposta resulta e um veículo que pode ser fabricado de forma mais económica e mediante utilização de peças padrões, disponíveis no mundo inteiro, mais simples e de construção mais convencional. A bicicleta aqui descrita apresenta um tipo de movimento que simula o jeito humano de se movimentar, além de se configurar como um meio multiplicador de velocidade em retas e também como um meio multiplicador de torque quando o ciclista a utiliza para vencer trajetos Íngremes, tais como ladeiras, montanhas, etc.

[019] A bicicleta em tela, de forma inovadora, assume um papel de um veículo com aplicações de lazer, transporte e de esporte que pode ser realizado de forma mais ergométrica do que o verificado com relação às bicicletas normais que não raro causam ao ciclista desconfortos que podem incluir: a dormência nos mãos e pés, dores de coluna quando usadas em trajetos maiores, entre outros.

[020] A bicicleta objeto deste pedido de patente de invenção será plenamente entendida em todos os seus aspectos a partir da descrição pormenorizada que será feita com base nos desenhos abaixo relacionados, nos quais: a figura 1 ilustra uma vista em perspectiva de um primeiro modelo da bicicleta aqui descrita; a figura 2 ilustra uma vista superiordo modelo de bicicleta retratado na figura 1; a figura 3 ilustra uma vista emdetalhe da região traseira da bicicleta aqui descrita, local onde estão os apoios das hastes guia; a figura 3A ilustra um detalhe esquemático ampliado e tomado da figura 3, o qual retrata uma primeira variante do conjunto formado pelos apoios e as hastes guia; a figura 3B ilustra uma segunda variante do conjunto formado pelos apoios e as hastes guia, os quais são também tomados de forma esquemática a partir da figura 3; a figura 4 ilustra uma terceira variante do conjunto formado pelos apoios e as hastes guia da bicicleta aqui proposta; a figura 5 ilustra uma quarta variantedo conjunto formado pelos apoios e as hastes guia da bicicleta em questão; a figura 6 ilustra uma vista de uma quinta variante do conjunto formado pelos apoios e as hastes guia da bicicleta ora tratada; e a figura 7 ilustra uma sexta e última variante do conjunto formado pelos apoios e as hastes guias da bicicleta em questão, onde são providas, para cada haste, uma alça de aprisionamento pivotada em cada um dos roletes e que tem também a função de evitar a saída das hastes de seus respectivos roletes.

[021] De conformidade com o quanto ilustram as figuras acima descritas a bicicleta aqui proposta, e que é indicada de modo geral pela referência numérica 1, apresenta um quadro tubular 2, o qual, de modo convencional, incorpora um guidão frontal 3, que comanda, através de um garfo 4, uma roda dianteira 5, sendo o quadro tubular 2 dotado de um conjunto de movimento central 6, o qual inclui uma coroa 7.

[022] A coroa 7 conta com respectivas pedivelas 8 e é contornada por uma corrente 9 que segue para a traseira do quadro tubular 2, local onde está montada a roda traseira 10 acionada por uma catraca igualmente convencional 11.

[023] A bicicleta 1 aqui proposta difere das bicicletas convencionais pelo fato de que cada uma das pedaleiras 12 está pivotada, pelo seu extremo frontal, nos extremos das respectivas pedivelas 8, sendo que cada uma das pedaleiras 12, em sentido oposto, tem continuidade em uma haste guia 13.

[024] As hastes guia 13 ficam apoiadas no conjunto traseiro de apoios deslizantes 14, conjunto esse que é formado por um tubo transversal 15 incorporado horizontalmente ao quadro 2 e que recebe, em cada um de seus extremos, um rolete 16 cujo canal 16A é dimensionado para acomodar a seção transversal da haste guia 13.

[025] A bicicleta 1 aqui tratada é movimentada pelo acionamento da coroa 7 por intermédio das pedivelas 8, conjunto esse que gira ao redor do eixo do movimento central 6, sendo que junto às pedivelas 8 estão pivotadas as pedaleiras 12 que giram ao redor do mesmo eixo do conjunto de movimento central 6, ao passo que executam um movimento angular que é determinado pelo posicionamento das hastes guia 13 sobre os respectivos apoios deslizantes 14.

[026] Tal como pode ser facilmente entendido, o movimento de acionamento da bicicleta 1 é muito mais natural, posto que as pedaleiras 12 giram ao redor da coroa 7 de forma análoga ao verificado com relação aos pedais das bicicletas convencionais.

[027] O sistema de acionamento aqui tratado inova no sentido de permitir que o ciclista conduza a bicicleta em posição ereta sem determinar a eliminação do sistema convencional de transmissão de força que começa com as pedivelas 8, passa pela coroa 7 e corrente 9, e termina na catraca 11 e roda traseira 10.

[028] A bicicleta 1 aqui tratada apresenta uma primeira variante que é apresentada na figura 3A, a qual difere do modelo principal no que tange, de modo geral, ao conjunto de apoio deslizante, onde são adotados roletes 16 com canal 16A configurado para receber uma haste guia 13A com perfil em "V".

[029] A presente bicicleta apresenta ainda uma segunda variante que deriva da primeira, onde o mesmo tipo de rolete 16 com canal 16A configurado para receber uma haste guia 13 com perfil em "V" recebe uma haste guia com perfil tubular de seção triangular, a qual é indicada pela referência 13B.

[030] A bicicleta 1 aqui descrita apresenta também uma terceira variante que é tratada na figura 4 e que difere do modelo principal no que diz respeito ao conjunto de apoio deslizante 14, onde são adotados roletes 16 com canal 16A proporcionalmente mais profundo, fato esse que eleva a efetiva condição de retenção das hastes guia 13 à sua condição de apoio sobre tais roletes.

[031] A bicicleta 1 apresenta ainda uma quarta variante que é ilustrada na figura 5 e onde o conjunto de apoio deslizante 14 inclui uma estrutura em forma de "U" invertido 17 ao redor do rolete 16, estrutura em forma de "U" essa que conta, superiormente, com um rolete auxiliar 18, que pode ter uma medida de diâmetro menor que a medida de diâmetro adotada para os roletes 16.

[032] A estrutura em forma de "U" 17 está montada de forma a girar ao redor do mesmo eixo do seu respectivo rolete 16, permitindo assim com que o rolete auxiliar 18 possa assumir uma posição de oposição ao afastamento da haste guia 13 em relação ao rolete 16 em qualquer ângulo assumido pela haste guia 13 durante seu movimento.

[033] A figura 6 ilustra uma quinta e última variante da bicicleta 1 aqui proposta, variante essa que tal como o verificado com as outras duas últimas variantes, difere do modelo principal no que diz respeito ao seu conjunto de apoio deslizante 14, o qual contempla o uso de um par de roletes 16 que são montados em uma estrutura pivotante 19 (das quais somente uma está visível) que gira ao redor de correspondentes eixos 20, sendo que os roletes 16 da quinta variante da bicicleta 1 aqui tratada são exatamente iguais aos roletes 16 adotados no modelo principal.

[034] Em qualquer um dos modelos da bicicleta 1 aqui apresentados cada uma das hastes guia 13 é disposta de modo a manter contato permanente com o conjunto de apoio deslizante 14 durante todo o ciclo de movimentação das pedaleiras 12, o mesmo ocorrendo também com as variações 13A e 13B da haste 13 retratadas, respectivamente, nas figuras 3A e 3B.

[035] Seguindo o princípio acima também está a sexta e última variante retratada na figura 7, onde o conjunto formado pelo apoio deslizante 14 e as hastes guias 13 conta com uma alça de aprisionamento indicada pela referência X, a qual é pivotada em cada um dos seus respectivos roletes e que tem também a função de evitar a saída das hastes guia dos seus respectivos canais.

[036]A bicicleta 1 ora tratada apresenta uma configuração substancialmente mais simples e funcional quando comprada aos exemplos citados pertencentes ao estado da técnica.

Claims (6)

1. Bicicleta (1) com conjunto de acionamento distinto com uma estrutura tubular (2) que inclui um guidão frontal (3) que, por meio de um garfo (4), controla a roda dianteira (5), com a referida estrutura tubular (2) ) estar equipado com um conjunto de movimento central (6) que inclui uma coroa (7) com as respectivas pedivelas (8) e estar rodeado por uma corrente (9) que continua em direção à porção traseira da estrutura tubular (2), onde uma a roda traseira (10), acionada por uma catraca (11), a referida bicicleta CARACTERIZADA pelo fato de que compreende ainda pedaleiras (12), em que cada uma das pedaleiras (12) é montada de maneira pivotante por suas respectivas extremidades dianteiras nas extremidades das respectivas pedivelas (8), em que cada uma das pedaleiras (12) é estendida sob a forma de uma haste guia (13); as ditas hastes guia (13) sendo suportadas por um conjunto traseiro (14) contendo apoios deslizantes e sendo formadas por tubo transversal (15) que é incorporado horizontalmente na estrutura (2) e acomoda um rolo (2) em cada uma de suas extremidades , o referido rolete (16) tendo um canal (16A) cujo tamanho se destina a acomodar a seção transversal da haste guia (13), em que o referido tubo transversal (15) é incorporado na estrutura acima e atrás da roda traseira (10).

2. Bicicleta com conjunto de acionamento diferenciado, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADA pelo fato de que a haste guia (13) tem um perfil tubular com uma seção triangular (13B).

3. Bicicleta com conjunto de acionamento diferenciado, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADA pelo fato de que o conjunto de apoio deslizante (14) inclui roletes (16) com canais proporcionalmente mais profundos (16A).

4. Bicicleta com conjunto de acionamento diferenciado, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADA pelo fato de que o conjunto de apoio deslizante (14), inclui uma estrutura em forma de "U" (17) em torno de cada um dos roletes (16), com a porção superior do "U" da estrutura em forma de cone contendo um rolete auxiliar (18) e pela referida estrutura em forma de "U" (17) ser montada de maneira a girar em torno do mesmo eixo que o respectivo rolete (16).

5. Bicicleta com conjunto de acionamento diferenciado de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADA pelo fato de que o conjunto de apoio deslizante (14) inclui um par de roletes (16) que são montados em uma estrutura pivotante (19) que gira ao redor dos respectivos eixos (20).

6. Bicicleta com conjunto de acionamento diferenciado, de acordo com a reivindicação 1, CARACTERIZADA pelo fato de que o conjunto de apoio deslizante (14) e as hastes (13) com um alça de aprisionamento (X), que é pivotada em cada um dos respectivos roletes.

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