PT2870913E - Dispositivo para a extracção, armazenamento e/ou tratamento de sangue ou de outras substâncias de origem humana ou animal, e para o uso de compostos do sangue ou de outros compostos biológicos - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO

"DISPOSITIVO PARA A EXTRACÇÃO, ARMAZENAMENTO E/OU TRATAMENTO DE SANGUE OU DE OUTRAS SUBSTÂNCIAS DE ORIGEM HUMANA OU ANIMAL, E PARA O USO DE COMPOSTOS DO SANGUE OU DE OUTROS COMPOSTOS BIOLÓGICOS"

Campo técnico A invenção refere-se a um dispositivo para extrair, armazenar e/ou processar sangue ou outras substâncias de origem humana ou animal, e para aplicar compostos do sangue ou outros compostos biológicos. Especificamente, a invenção refere-se a um único dispositivo com o qual o sangue pode ser extraído, no qual o sangue pode ser processado, no qual o sangue ou substâncias obtidas podem ser armazenadas, e a partir do qual as substâncias obtidas podem ser aplicadas. O estado da técnica A extracção de pequenas quantidades de sangue de um paciente ou de um animal, e o seu subsequente processamento para a finalidade terapêutica adequada é geralmente realizada utilizando tubos a vácuo, fechados com uma tampa de vedação perfurável. Uma agulha borboleta é ligada ao tubo a vácuo e é inserida na veia do paciente.

Uma vez que é extraído para os tubos a vácuo, o sangue é processado utilizando processos que variam de acordo com a aplicação médica. Por exemplo, em muitas aplicações médicas o sangue é centrifugado de modo a ser separado em fracções diferentes. A referida centrifugação é geralmente levada a cabo nos tubos a vácuo para os quais o sangue foi extraído em primeiro lugar. Em seguida, os compostos do sangue obtidos por centrifugação ou, de um modo geral, os compostos do sangue processados, têm, normalmente, de ser transferidos para outros recipientes, para posterior processamento ou armazenamento. Por exemplo, no caso de certos compostos centrifugados (tais como plasma rico em plaquetas, por exemplo, para ser aplicado ao paciente numa fase posterior) os referidos compostos podem ter que ser transferidos para uma seringa, no caso em que eles precisam ser aplicados ao paciente ou para outro instrumento. A transferência de sangue ou de compostos do sangue de um recipiente ou dispositivo para outro envolve sempre o risco de o sangue ou o composto do sangue sofrer algum tipo de contaminação, por exemplo, uma contaminação bacteriana.

Uma desvantagem adicional dos tubos a vácuo é que eles tendem a perder gradualmente o seu vácuo. Como resultado, os tubos que foram armazenados durante um período de tempo antes de serem utilizados para receber sangue podem, durante uma extracção, não ser capazes de armazenar tanto sangue como quando foram logo fornecidos - devido ao grau de vácuo no seu interior ter sido reduzido-. Além disso, os tubos armazenados durante muito tempo podem ter sido contaminados como resultado do ar que potencialmente entrou neles. A invenção tem como objectivo oferecer um dispositivo que resolva, pelo menos, um dos problemas acima mencionados.

Por outras palavras, um dos objectivos da invenção é o de proporcionar um dispositivo versátil, que oferece uma variedade de utilizações e assim reduz o número de transferências entre recipientes geralmente necessárias em procedimentos que envolvem a extracção, o processamento e o armazenamento de sangue e de compostos do sangue.

Também seria desejável proporcionar um dispositivo que reduz ou elimina os resultados negativos provocados pela perda de vácuo ao longo do tempo nos dispositivos de extracção de sangue e de armazenamento de sangue.

Breve descrição da invenção É um objectivo da presente invenção proporcionar um dispositivo para extrair, armazenar e/ou processar sangue ou outras substâncias de origem humana ou animal, e para aplicar os compostos do sangue ou outros compostos biológicos, que compreende um corpo no interior do qual um pistão é capaz de mover-se longitudinalmente. 0 corpo é proporcionado com uma primeira extremidade na qual há uma conduta que liga um espaço interno do corpo, localizado entre o pistão e a conduta, com o exterior do corpo. 0 corpo também compreende uma segunda extremidade, através da qual o pistão se projecta para o exterior. 0 espaço interno do corpo é hermeticamente separado da segunda extremidade por meio do pistão. 0 movimento do pistão na direcção da primeira extremidade, onde a conduta está situada, permite que o conteúdo do espaço interno seja expelido. Em contraste, o movimento do pistão na direcção da segunda extremidade, oposta à conduta, permite que seja criado vácuo no espaço interno.

De acordo com a invenção, o dispositivo acima mencionado, baseado no pistão-corpo, apresenta a particularidade de que, pelo menos, parte do pistão é capaz de ser separada do resto do dispositivo de modo que o pistão não se projecta para fora do corpo. Além disso, o dispositivo apresenta mecanismos para bloquear o pistão num dos sentidos, com o resultado que o pistão, na eventualidade de ser bloqueado, não pode mover-se em direcção à primeira extremidade do corpo, embora possa mover-se para trás em direcção à segunda. 0 dispositivo compreende também um elemento de vedação localizado na primeira extremidade, especificamente para fechar a conduta da primeira extremidade do corpo de uma maneira estanque, no caso de uma agulha ser inserida no interior da referida conduta. Por outras palavras, o elemento de vedação garante que a conduta forma uma entrada estanque para uma agulha.

As características acima mencionadas tornam o dispositivo extremamente versátil. Em primeiro lugar, o dispositivo pode ser utilizado como um recipiente para o qual o sangue de um paciente é extraído, desde que o vácuo tenha sido criado no dispositivo de antemão com o auxílio do pistão e o pistão tenha sido bloqueado de modo que o vácuo é mantido no nível requerido. Além disso, quando pelo menos uma parte do pistão é separada do resto do dispositivo, o dispositivo pode funcionar como um tubo para armazenar compostos e ainda para processar compostos (por exemplo, num processo de centrifugação). Além disso, o pistão pode ser desbloqueado para permitir que ele se mova mais uma vez na direcção da primeira extremidade, resultando assim que o dispositivo pode também funcionar como uma seringa. Uma vantagem adicional é o facto de, no caso em que o dispositivo tem vários pontos nos quais o pistão é bloqueado longitudinalmente em relação ao corpo, o grau de vácuo no interior do dispositivo ser ajustável. A disponibilização de um dispositivo com a capacidade de ser convertido a partir de uma unidade incial de pistão-corpo num recipiente do tipo tubo e vice-versa resulta em melhorias significativas em alguns processos médicos. Em primeiro lugar, ele permite que os processos sejam realizados com um menor número de dispositivos, devido ao facto de que o dispositivo da invenção apresenta um certo número de utilizações. Além disso, por razões idênticas, o número de transferências necessárias entre diferentes dispositivos é reduzido, aumentando assim a segurança biológica.

Uma vantagem adicional da invenção é que o dispositivo tem um desempenho óptimo quando utilizado como um recipiente de extracção ou de armazenamento, devido ao facto de que o dispositivo é proporcionado com um pistão que permite a criação de vácuo em qualquer momento e com um espaço interno estanque. 0 vácuo pode ser criado no momento exacto em que o dispositivo está a ser utilizado, garantindo que o nivel de vácuo é óptimo quando o dispositivo está a ser utilizado e fazendo com que o nivel de vácuo seja ajustável. E, no caso em que o ar entra no dispositivo, o vácuo pode ser criado mais uma vez, a fim de ultrapassar o referido problema. 0 elemento de vedação pode ser interno ao corpo. Por outras palavras, ele pode estar presente em todos os momentos. Em alternativa, o elemento de vedação pode ser externo ao corpo e ligado e desligado do corpo. Por outras palavras, pode não estar presente no dispositivo em todos os momentos. Além disso, o elemento de vedação pode ser perfurável de modo que proporciona uma vedação estanque ao ar em todos os momentos e o dispositivo pode funcionar sem uma agulha. Em alternativa, o elemento de vedação pode ter a forma de um anel com um orifício de passagem para a inserção de uma agulha, de modo que é estanque ao ar apenas quando uma agulha é inserida através do referido furo e encaixa contra o anel.

Breve descrição dos Desenhos

Os detalhes da invenção podem ser vistos nos desenhos anexos não limitativos: - As Figuras 1 e 2 mostram duas vistas em perspectiva de um primeiro modelo de realização do dispositivo de acordo com a invenção. - A Figura 3 mostra uma vista em corte do dispositivo, de acordo com um plano de corte vertical que passa através do eixo central longitudinal do dispositivo. - A Figura 4 mostra uma vista em corte de um segundo modelo de realização de um dispositivo de acordo com a invenção. - A Figura 5 mostra uma vista em corte de um terceiro modelo de realização de um dispositivo de acordo com a invenção. - A Figura 6 mostra uma vista em corte de um quarto modelo de realização de um dispositivo de acordo com a invenção. - A Figura 7 mostra um modelo de realização de um elemento impulsionador. - A Figura 8 mostra uma vista em corte do dispositivo da Figura 6, ao qual foi ligado o elemento impulsionador da Figura 7. - A Figura 9 mostra um quinto modelo de realização do dispositivo de acordo com a invenção. - As Figuras 10 a 12 mostram um sexto modelo de realização do dispositivo de acordo com a invenção. - As Figuras 13A e 13B mostram uma sequência para a preparação de um plasma rico em factores de crescimento (PRGF) em gue o dispositivo da Figura 1 é utilizado. - A Figura 14 mostra um sétimo modelo de realização do dispositivo de acordo com a invenção. - A Figura 15 mostra uma vista ampliada do detalhe A da Figura 14. - A Figura 16 mostra um oitavo modelo de realização do dispositivo de acordo com a invenção. - A Figura 17 mostra uma vista em corte do dispositivo acima mencionado, de acordo com um plano de corte vertical gue compreende o eixo central longitudinal do dispositivo. - A Figura 18 mostra uma vista em corte ampliada da segunda extremidade do corpo da Figura 17. - A Figura 19 mostra uma vista em corte ampliada da primeira extremidade do corpo da Figura 17. - A Figura 20 mostra um invólucro exterior opcional. - A Figura 21 mostra uma roda interior opcional. - A Figura 22 mostra o dispositivo da Figura 16, uma vez que a roda interior da Figura 21 e o invólucro exterior da Figura 20 tenham sido montados. - A Figura 23 mostra uma vista em corte longitudinal ampliada da área da segunda extremidade do corpo da Figura 22. - A Figura 24 mostra uma vista em corte longitudinal ampliada da área da p rimeira extremidade do corpo do dispositivo da Figura 22.

Descrição detalhada da Invenção

As Figuras 1 e 2 mostram duas perspectivas de um primeiro modelo de realização de um dispositivo (la) de acordo com a invenção, para extrair, armazenar e/ou processar sangue ou outras substâncias de origem humana ou animal, e para aplicar compostos do sangue ou outros compostos biológicos. 0 referido dispositivo (la) compreende um corpo (2) no interior do qual um pistão (3) é capaz de mover-se longitudinalmente. 0 corpo (2) é proporcionado com uma primeira extremidade (4) e uma segunda extremidade (5). 0 pistão (3) projecta-se para fora através da segunda extremidade (5) e delimita, de maneira estanque no interior do corpo (2), um espaço interno (não mostrado nas figuras). 0 espaço interno está ligado ao exterior por meio de uma conduta (6) situada na área da primeira extremidade (4) . A primeira extremidade (4) termina de preferência num conector (7) que permite que o dispositivo (la) seja acoplado a outros dispositivos. Um exemplo de um conector aplicável (7) é um fecho Luer ou uma ligação semelhante. A Figura 3 mostra uma vista em corte do dispositivo (la) das figuras anteriores. 0 corte foi feito segundo um plano de corte vertical que contém o eixo central longitudinal (8) do corpo (2) . Como mostrado na figura, um espaço interno (9) está delimitado no interior do corpo (2), entre o pistão (3) e a conduta (6). 0 pistão (3) ajusta-se firmemente às paredes internas do corpo (2) para proporcionar uma separação estanque entre o espaço interno (9) e a segunda extremidade (5) do corpo (2). Por outras palavras, o pistão (3) veda hermeticamente ou de forma estanque a área superior (de acordo com a posição do dispositivo na figura) do espaço interno (9). Oposta ao pistão (3) está a conduta (6), que liga o espaço interno (9) do corpo (2) ao exterior do corpo (2).

Pelo menos uma parte do pistão (3) é capaz de ser separada do resto do dispositivo de modo que o pistão (3) não se projecte para fora do corpo (2). Esta característica faz com que o dispositivo seja uma ferramenta versátil e também permite que um único pistão (3) seja partilhado por ou utilizado com vários corpos (2). Neste modelo de realização especifico o pistão (3) compreende uma haste (10) e uma cabeça (11), em que a haste (10) é fixada à cabeça (11) por meio de uma ligação que pode ser desligada e ligada, neste caso por meio de uma ligação roscada. A referida ligação desconectável e conectável permite que a haste (10) seja libertada da cabeça (11) quando necessário, e voltada a ser ligada quando necessário. Isto permite que o dispositivo seja usado como se segue: em primeiro lugar, com a haste (10) ligada à cabeça (11), a haste (10) pode ser puxada para trás - por exemplo, puxando uma área accionável (12) geralmente compreendida na haste (10) para criar um vácuo; um composto biológico (por exemplo, o sangue extraido de um paciente) pode então ser transferido por meio de vácuo para o dispositivo; a haste (10) pode, então, ser desligada e removida para permitir que o dispositivo seja utilizado como um tubo, por exemplo, para armazenar o composto ou para processar o composto (por exemplo, por centrifugação) ; mais tarde, a haste (10) pode voltar a ser ligada de modo que o dispositivo pode ser utilizado como seringa, ou seja, para permitir que o pistão (3) seja empurrado em direcção à conduta (6) e expelir o composto armazenado no espaço interno (9). Além disso, a disponibilização de uma ligação que pode ser desligada e ligada permite que a haste (10) seja reutilizada com outros dispositivos e que o vácuo seja repetido ou ajustável.

Além disso, o pistão (3) compreende, pelo menos, uma superfície de bloqueio (13a, 13b). Por sua vez, o corpo (2) compreende, pelo menos, uma superfície de bloqueio (14a, 14b) adaptada para entrar em contacto com uma superfície de bloqueio (13a, 13b) do pistão (3). O referido contacto entre as correspondentes superficies de bloqueio (13a, 14a; 13b, 14b) é tal que proporciona um bloqueio do pistão (3) num só sentido, em resultado do qual é oferecida resistência ao movimento do pistão (3) em direcção à primeira extremidade (4), enquanto permite que o pistão (3) se mova para trás em direcção à segunda extremidade (5). O dispositivo (la) compreende ainda um elemento de vedação interno e perfurável (15) que permite fechar a conduta (6) da primeira extremidade (4) do corpo (2) de uma maneira estanque, no caso de uma agulha ou de um elemento semelhante ser inserido na referida conduta (6) . Uma vez que o elemento de vedação é interno e perfurável, ele está permanentemente presente no interior do corpo (2) e fecha de maneira estanque a conduta (6) permanentemente. 0 espaço interno (9) só está em comunicação com o exterior quando uma agulha (tal como uma agulha borboleta de extracção de sangue) é inserida e perfura o elemento de vedação (15) . Como resultado da vedação estanque permanente, pode ser criado vácuo no espaço interno (9) a qualquer momento, simplesmente puxando o pistão (3) para trás. Isto permite recuperar condições de vácuo, no caso de uma ligeira perda de vácuo - causada, por exemplo, por o dispositivo ter sido armazenado em condições inadequadas -. Além disso, a disponibilização de um elemento de vedação interno e perfurável proporciona um dispositivo integrado permanentemente estanque que pode ser utilizado, por exemplo, como um recipiente para o qual o sangue foi extraído, ou como um recipiente para o qual ou a partir do qual foram transferidas fracções de plasma, etc. A combinação das caracteristicas acima mencionadas faz com que o dispositivo seja extremamente versátil. Em primeiro lugar, em condições normais e ao puxar o pistão (3) para trás, pode ser criado vácuo pode no espaço interno (9) do corpo (2) permitindo que o dispositivo (la) seja utilizado para receber uma substância por um efeito de vácuo (por exemplo, para receber sangue a partir da veia de um paciente). Em segundo lugar, quando o pistão (3) está bloqueado no corpo (2), isto é, impedido de avançar na direcção da primeira extremidade (4), parte do pistão (3) pode ser separada a fim de evitar que o resto do pistão (3) se projecte para fora do corpo (2), permitindo que o dispositivo (la) seja, em seguida, utilizado como um tubo, por exemplo, para armazenamento, centrifugação, etc.

Como mostrado na figura, é particularmente interessante que uma superfície de bloqueio (13b) do pistão (3) esteja especificamente compreendida na cabeça (11) do pistão (3). Isso permite que a haste (10) seja desligada do pistão (3), enquanto que o bloqueio entre a cabeça (11) e o corpo (2) é mantido pela referida superfície de bloqueio (13b) da cabeça (11) que está engatada numa correspondente superfície de bloqueio (14b) do corpo (2) . O facto de o bloqueio da cabeça (11) ser mantido quando a haste (10) é removida permite que a haste (10) seja utilizada sucessivamente em diferentes dispositivos e permite que todos os dispositivos, uma vez que a haste tenha sido removida para utilização no dispositivo seguinte, sejam mantidos em condições idênticas até que todos os dispositivos estejam prontos para serem processados. A Figura 4 mostra um segundo modelo de realização do dispositivo (lb) de acordo com a invenção. Neste caso, o elemento de vedação (16) é perfurável e externo, capaz de ser ligado à primeira extremidade (4). Por exemplo, o elemento de vedação (16) é um acessório septal. 0 facto de o elemento de vedação (16) ser externo e poder ser ligado e desligado significa que, quando o elemento de vedação (16) não estiver presente, outros acessórios podem ser ligados à primeira extremidade (4) para permitir que o dispositivo (lb) realize outras funções. Por exemplo, uma agulha de seringa convencional pode ser ligada à primeira extremidade (4) para permitir que o dispositivo (1 b) seja usado como uma seringa. A Figura 5 mostra um terceiro modelo de realização de um dispositivo (lc) de acordo com a invenção. Neste caso, o elemento de vedação (17) é interno e em forma de anel, e está localizado na conduta (6). 0 espaço interno (9) está ligado em todos os momentos com o exterior pela conduta (6), e é apenas quando uma agulha é introduzida no interior da conduta e as paredes externas da agulha entram em contacto de uma maneira estanque contra o elemento de vedação (17) que o espaço interno (9) é isolado de forma estanque do exterior. Com o objectivo de ilustrar este aspecto, uma agulha desenhada com linhas ponteadas é mostrada inserida através do elemento de vedação (17). Este modelo de realização é, por conseguinte, caracterizado por o vácuo só poder ser criado no espaço interno (9) quando uma agulha é inserida através da conduta (6) . A vantagem deste modelo de realização é que apenas uma quantidade muito pequena de esforço é necessária para inserir a agulha, já que não há necessidade de perfurar um elemento perfurável. Isto permite, por exemplo, que a agulha não tenha uma ponta afiada. Além disso, desde que o grau de interferência entre a vedação em forma de anel e a agulha esteja configurado adequadamente, o interior do dispositivo pode ser tão estanque ou ainda mais estanque ao ar do que se usássemos um elemento perfurável. Além disso, no caso em que o dispositivo é utilizado várias vezes, o dispositivo (lb) sofre apenas um desgaste muito reduzido e continua a ser igualmente capaz de adquirir estanquicidade ao ar.

De preferência, o pistão (3) é capaz de se mover de modo rotativo no interior do corpo (2). Além disso, pelo menos uma superfície de bloqueio (14a, 14b) do corpo (2) e, pelo menos, uma superfície de bloqueio (13a, 13b) do pistão (3) estão dispostas de tal maneira que o bloqueio ocorre apenas em certas posições de rotação do pistão (3) em relação ao corpo (2), sendo o pistão (3) livre em relação ao corpo (2) nas restantes posições de rotação. Isto permite ao utilizador bloquear e desbloquear o avanço do pistão (3) em direcção à primeira extremidade (4) fazendo uma simples manipulação. Quando o utilizador deseja utilizar o dispositivo como um tubo de armazenamento e de processamento puxa o pistão para trás e roda-o até que ocorra o bloqueio. Quando o utilizador deseja utilizá-lo como uma seringa roda o pistão até que esteja desbloqueado e possa avançar livremente em direcção à primeira extremidade. A Figura 6 mostra um quarto modelo de realização de um dispositivo (ld) de acordo com a invenção. Neste caso, o pistão (3) compreende, pelo menos, uma área quebrável (18) de modo que ela possa ser quebrada manualmente em partes separadas. Por outras palavras, algumas partes do pistão (3) podem ser separadas do resto do pistão (3) de um modo quebrável e não reconectável. Isto permite um modelo de realização que evita a reutilização do pistão (3), que em certas circunstâncias pode ser de interesse, por exemplo, para prevenir a contaminação cruzada entre pacientes.

Para este modelo de realização o dispositivo (ld) apresenta um acessório ou elemento impulsionador (19), um exemplo do qual é mostrado na Figura 7. 0 referido elemento impulsionador (19) compreende uma primeira área (20) capaz de empurrar o pistão (3) a fim de ultrapassar a resistência ao avanço do pistão (3) oferecida pelo bloqueio entre, pelo menos, uma superfície de bloqueio (13a, 13b) do pistão (3) e a correspondente superfície de bloqueio (14a, 14b) do corpo (2) e, portanto, provocar o avanço do pistão (3) em direcção à primeira extremidade (4) . O empurro pode ser exercido, por exemplo, numa segunda área (21) adaptada para este fim. O elemento impulsionador (19) permite que o dispositivo (ld) seja utilizado como uma seringa uma vez que o pistão (3) tenha sido quebrado.

De preferência, a primeira área (20) do elemento impulsionador (19) é capaz de ser ligada ao pistão (3) de tal forma que pode provocar a rotação do pistão (3) . Por exemplo, neste modelo de realização a primeira área (20) apresenta ranhuras (22) que têm uma forma complementar à do pistão quebrado (3) . 0 pistão quebrado pode, assim, ser inserido de forma ligeira nas referidas ranhuras (22), e se é aplicado um torque ao elemento impulsionador (19) o referido torque é transferido para o pistão (3) . Isto permite que o presente modelo de realização apresente um pistão (3) capaz de ser rodado. Como resultado, o pistão (3) pode também ser desenhado, tal como em modelos de realização anteriores, para ser bloqueado em algumas posições de rotação e desbloqueado noutras.

Além disso, a primeira área (20) do elemento impulsionador (19) pode ser conformada de forma complementar ao pistão (3) de modo que a ligação entre o elemento impulsionador (19) e o pistão (3) é, de facto, conseguida pela própria força de impulso. Por outras palavras, o posicionamento do elemento impulsionador (19) por detrás do pistão (3) e o empurrar do elemento impulsionador (19) não só causam o avanço do pistão (3), mas também melhoram a ligação entre as duas partes (3, 19).

Além disso, a primeira área (20) do elemento impulsionador (19) pode ser formada tendo uma ligação mecânica ao pistão (3) de modo que a ligação entre o elemento impulsionador (19) e o pistão (3) permite que o pistão (3) não só seja empurrado em direcção à primeira extremidade (4) mas que também seja puxado para trás em direcção à segunda extremidade (5). Isto permite que seja criado vácuo no interior do dispositivo em qualquer dado momento, se necessário. A Figura 9 mostra um elemento adicional que pode estar compreendido nos dispositivos (la, lb, lc, ld) . 0 referido elemento adicional é uma pega (23) localizada na segunda extremidade (5) para permitir a acção de fazer com que pistão (3) se mova para trás em direcção à referida segunda extremidade (5) . A pega (23) está ligada ao resto do corpo (2) de uma forma desconectável e conectável, de preferência por meio de uma rosca (24) , como mostrado na figura. Isto permite que a pega (23) seja desligada do corpo (2) uma vez que tenha sido criado vácuo no espaço interno (9) e o pistão (3) e o corpo (2) tenham sido bloqueados, de modo que a pega (23) pode ser utilizada com outros dispositivos, enquanto se mantém o bloqueio entre o pistão (3) e o corpo (2).

As Figuras 10, 11 e 12 mostram uma caracteristica opcional adicional da invenção, de acordo com a qual o pistão (3) compreende uma ou mais patilhas (25) - duas, nas figuras - salientes radialmente a partir do pistão (3) . Para auxiliar a compreensão das figuras, o eixo do pistão (3) é mostrado apenas parcialmente na Figura 10, e é totalmente omitido nas Figuras 11 e 12. As patilhas (25) proporcionam ou actuam como uma superfície de bloqueio (13b) do pistão (3) . Além disso, a correspondente superfície de bloqueio (14b) do corpo (2) assume a forma de uma superfície de assento transversal, como transversal entende-se que a superfície tem um componente na direcção radial do corpo (2). O pistão (3) está bloqueado em relação ao corpo (2) quando as patilhas (25) são suportadas pelas superfícies de bloqueio (14b), conforme mostrado nas Figuras 10 e 11. O corpo (2) também compreende paredes internas (27), cuja distância ao eixo central longitudinal (8) diminui na direcção de rotação em que o pistão (3) deve rodar a fim de ser desbloqueado do corpo (2) (que, no caso mostrado na figura é no sentido horário). Assim, como pode ser visto, se partirmos de uma situação bloqueada, tal como a da Figura 11, quando a rotação do pistão (3) ocorre numa direcção de bloqueio (no sentido horário), as patilhas (25) rodam em contacto com as paredes internas (27), e a diminuição da distância entre as paredes internas (27) e o eixo central longitudinal (8) faz com que as patilhas (25) sejam flectidas para dentro. Uma situação tal como a mostrada na Figura 12 é, eventualmente, alcançada quando as patilhas (25) são suficientemente flectidas para dentro para que a superfície de bloqueio (14b) do corpo (2) seja libertada, o pistão (3) fica assim desbloqueado do corpo (2) e é capaz de avançar em direcção à primeira extremidade (4) . A invenção também contempla uma característica técnica opcional aplicável aos casos em que a haste (10) e a cabeça (11) do pistão (3) são roscadas uma na outra. Especificamente, o corpo (2) pode apresentar, pelo menos, um elemento de batente (26) contra uma área da cabeça (11) que é capaz de entrar em contacto quando a cabeça (11) roda numa direcção oposta à direcção de aperto da referida ligação roscada. Como resultado, quando o utilizador deseja desenroscar a haste (10) da cabeça (11) e para este efeito provoca a rotação da haste (10) na direcção oposta à direcção de aperto, a cabeça (11) eventualmente encontra o elemento de batente (26), que retém a cabeça (11) e impede-a de rodar em conjunto com a haste (10), permitindo, por conseguinte, que a haste (10) seja desenroscada da cabeça (11). As Figuras 10, 11 e 12 mostram um modelo de realização deste elemento de batente (26), que consiste de uma parede formada num plano radial e contra a qual a cabeça (11) entra em contacto quando roda em torno do eixo central longitudinal (8). Particularmente, a área da cabeça (11) que contacta com o elemento de batente (26) está especificamente compreendida numa patilha (25). Por outras palavras, é a patilha (25) que realiza a função dupla de bloquear longitudinalmente a cabeça (11) e de restringir a rotação da cabeça (11) numa direcção oposta à do aperto da haste (10).

As Figuras 13A e 13B mostram um exemplo da utilização de um dispositivo de acordo com a invenção, que proporciona uma compreensão da sua extrema versatilidade. É mostrada a sequência para a preparação de um plasma rico em factores de crescimento (PRGF) em que é utilizado o dispositivo (la) da Figura 1. A sequência começa com um corpo (2) no interior do qual está alojada a cabeça (11) de um pistão (3) . Num primeiro passo, a haste (10) do pistão (3) é enroscada na referida cabeça (11) . A haste (10) é então puxada para trás, fazendo com que a cabeça (11) se mova no interior do corpo (2) e que se forme um vácuo no espaço interno (9) do corpo (2) . Quando o vácuo tiver sido criado, a haste (10) é desenroscada da cabeça (11) obtendo-se, por conseguinte, um dispositivo em forma de tubo (la) proporcionado com condições de vácuo interior. É então extraído sangue a partir da veia do paciente em direcção ao espaço interno (9) do dispositivo (la), para o que um acessório adequado é ligado à primeira extremidade (4) do corpo (2) . Quando o corpo (2) tiver sido cheio com sangue (28) , a separação do sangue em fracçoes diferentes, entre as quais uma fracção (29) de glóbulos vermelhos e uma fracção (30) de plasma rico em plaquetas, é levada a cabo, por exemplo, por centrifugação do dispositivo (la) em condições adequadas. 0 dispositivo (la) é então ligado a um segundo dispositivo (la'), por meio de um dispositivo obturador intermédio (31), tendo sido criado vácuo no interior do segundo dispositivo (la') de antemão. O dispositivo obturador (31) é capaz de abrir e fechar a passagem entre as respectivas agulhas (32, 33), que estão ligadas a cada dispositivo (la, la'), com o resultado de que a passagem de substâncias entre os dispositivos (la, la') pode ser permitida ou impedida. A agulha (32) do exemplo, que está ligada ao primeiro dispositivo (la), não tem uma ponta afiada uma vez que elemento de vedação (15) foi perfurado previamente por uma agulha com uma ponta (esta outra agulha e o passo de perfuração não são mostrados nas figuras) . Quando operado correctamente, o dispositivo obturador (31) abre, então, a passagem entre as agulhas (32, 33) e permite a transferência por efeito de vácuo da fracção (30) de plasma rico em plaquetas do primeiro dispositivo (la) para o segundo dispositivo (la'), como se mostra no primeiro passo da Figura 13B. 0 procedimento é então repetido com um terceiro dispositivo (la") que contêm as fracções de sangue (29, 30), com o resultado de que o segundo dispositivo (la') contém as fracções (30) de plasma rico em plaquetas provenientes de dois dispositivos (la, la"). Finalmente, o segundo dispositivo (la') é removido e a haste (10) do pistão (3) e a pega (23) são ambas ligadas, em resultado do que o segundo dispositivo (la') está pronto para ser utilizado como uma seringa (uma agulha não é mostrada) , logo que a cabeça (11) do pistão (3) é desbloqueada do corpo (2).

As Figuras 14 e 15 mostram um modelo de realização alternativo de superficies de bloqueio de acordo com a invenção. Neste caso, o pistão (3) compreende uma superfície de bloqueio (13c) capaz de entrar em contacto com uma superfície de bloqueio (14c) localizada na parede interna de uma parte cónica intermédia (34) do corpo (2). A parte cónica intermédia (34) apresenta uma mobilidade longitudinal limitada em relação ao pistão (3) e em relação ao resto do corpo (2) . Quando o pistão (3) avança na direcção da primeira extremidade (4), a fricção entre as superfícies de bloqueio (13c, 14c) faz com que a parte cónica intermédia (34) avance ligeiramente em direcção à primeira extremidade (4). Como resultado, a parede exterior cónica (35) pressiona contra a parede interna do corpo (2), fazendo com que a parte cónica intermédia (34) pressione cada vez mais contra o pistão (3) , aumentando assim a fricção entre as superfícies de bloqueio (13c, 14c) . É, assim, produzido um fenómeno cíclico, resultando num bloqueio entre as referidas superficies de bloqueio (13c, 14c) que impede que o pistão (3) avance em direcção à primeira extremidade (4) . 0 pistão (3) pode ser desbloqueado puxando-o simplesmente para trás, por outras palavras, numa direcção em direcção à segunda extremidade (5) do corpo (2) . Este modelo de realização permite que o pistão (3) seja bloqueado em qualquer posição longitudinal em relação ao corpo (2), permitindo desse modo que seja criado um vácuo gradual, onde o referido vácuo pode variar de forma continua entre o volume máximo e o mínimo.

Opcionalmente, o dispositivo pode ser pré-carregado com uma substância adequada para o tipo de tratamento que deve ser realizado com o dispositivo. Por exemplo, pode ser pré-carregado com um anti-coagulante, no caso de se ter que extrair sangue para o dispositivo. A invenção contempla o pré-carregamento durante o fabrico do dispositivo ou pelo próprio utilizador, dependendo dos requisitos.

As Figuras 16 e 17 mostram, respectivamente, uma vista em perspectiva e uma vista em corte de um oitavo modelo de realização do dispositivo de acordo com a invenção, o corte foi realizado de acordo com um plano de corte vertical que contém o eixo longitudinal central do dispositivo. Como nos modelos de realização anteriores, o dispositivo (40) compreende um corpo (41) e um pistão móvel longitudinalmente (42) . A Figura 17 mostra que o pistão (42) compreende novamente uma haste (43) e uma cabeça (44). A haste (43) está ligada à cabeça (44) por meio de uma ligação roscada (45) e, portanto, pode ser ligada e desligada à e da cabeça (44). A cabeça (44) é composta por um corpo de cabeça (46) e uma cobertura (47) . Como nos modelos de realização anteriores, o corpo (41) do dispositivo (40) é de novo proporcionado com uma primeira extremidade (48) na qual há uma conduta (50) que faz comunicar um espaço interior (51) do corpo (41), localizado entre o pistão (42) e a conduta (50), com o exterior do corpo (41). Além disso, o corpo (41) compreende uma segunda extremidade (49) através da qual a haste (43) do pistão (42) se projecta para o exterior. Como nos modelos de realização anteriores, o pistão (42), mais especificamente a cabeça (44) do pistão (42), compreende superfícies de bloqueio (52) destinadas a serem engatadas com as correspondentes superfícies de bloqueio (53) na segunda extremidade (49) do corpo (41) quando o pistão (42) é totalmente puxado para trás no interior do corpo (41) em direcção à segunda extremidade (49); o referido engate não é mostrado na Figura 17 porque o pistão (42) está representado apenas a meio caminho entre a primeira extremidade (48) e a segunda extremidade (49). O corpo (41) do dispositivo (40) compreende ainda um elemento de vedação (54) adaptado para fechar de maneira estanque a conduta (50) da primeira extremidade (48). O dispositivo (40) compreende também uma pega (55) para auxiliar na acção de puxar o pistão (42) para trás, isto é, em direcção à segunda extremidade (49) do corpo (41), e para ajudar a empurrar o pistão (42) para a frente, ou seja, em direcção à primeira extremidade (48) do corpo (41) . Neste caso, a pega (55) não é desconectável, mas em vez disso é uma parte integrante do corpo (41). A Figura 18 mostra uma vista em corte ampliada da segunda extremidade (49) do corpo (41) da figura anterior, mostrada agora numa situação em que as superficies de bloqueio (52) do corpo da cabeça (46) estão engatadas com as superficies de bloqueio (53) do corpo (41), oferecendo uma resistência ao movimento de avanço do pistão (42) em direcção à primeira extremidade (48) . No presente modelo de realização, as superficies de bloqueio (52) são braços elásticos interiores capazes de se moverem ligeiramente radialmente, como mostrado pelas setas na figura, e elasticamente e radialmente dirigidos para o interior, a fim de proporcionar um efeito de clique quando o utilizador puxa o pistão (42) suficientemente para a retaguarda para alcançar a situação mostrada na figura. 0 efeito de clique proporciona uma indicação para o utilizador que o vácuo foi conseguido com sucesso no interior do dispositivo. A Figura 19 mostra uma vista em corte ampliada da primeira extremidade (48) do corpo (41) . Na área mais próxima da primeira extremidade (48), o espaço interno (51) é delimitado por uma parede interior transversal (56) que tem um ou mais orifícios de passagem (57, 58). Um orifício de passagem central (58) está ocupado e fechado por uma área central (59) do elemento de vedação (54), o referido elemento de vedação (54) tem a forma de um disco. Outros orifícios de passagem (57) estão livres e externamente fechados por uma área exterior (60) do elemento de vedação (54) . Estes outros orifícios de passagem (57) são concebidos para permitir a passagem de fluido a partir do espaço interno (51) em direcção ao exterior sob certas condições que serão explicadas mais à frente. Na face do elemento de vedação (54) oposta à parede interior (56) está disposto um casquilho interior tronco-cónico (61). O referido casquilho interior (61) tem um orifício de passagem interior que está parcialmente ocupado pela área central (59) do elemento de vedação (54) - a referida área central (59) está encaixada no orifico de passagem - e parcialmente livre, a referida parte livre é parte da conduta (50) . Num plano diferente do plano de corte, o casquilho interior (61) está ligado ao resto do corpo (41) de modo que o casquilho interior (61) mantém o elemento de vedação (54) no lugar. O dispositivo compreende ainda uma tampa (62) que fecha a primeira extremidade (48) do corpo (41). A referida tampa (62) tem superfícies interiores (63) adaptadas para pressionar a área exterior (60) do elemento de vedação (54) contra os orifícios de passagem (57), fechando os orifícios. Por outras palavras, quando a tampa (62) está fixada, como se mostra na figura, é formada uma disposição em sanduíche na qual o elemento de vedação (54) é mantido entre a parede interior (56) e, do lado exterior, o casquilho interior (61) e as superfícies interiores (63) da tampa (62). A área exterior da tampa (62) pode permitir a ligação de outros dispositivos, como é o caso do presente modelo de realização em que a referida área exterior é uma ligação de tipo fecho Luer que tem um furo central (64) em comunicação com a conduta (50). A este respeito, considera-se que a tampa (62) pode ter desenhos diferentes para permitir a ligação de vários dispositivos. O dispositivo, na situação mostrada na figura, funciona por conseguinte como os modelos de realização anteriores: a conduta (50) que comunica o espaço interno (51) com o exterior está fechada pelo elemento de vedação (54), e o elemento de vedação (54) permite a inserção de maneira estanque de uma agulha em direcção ao espaço interno (51). O dispositivo do presente modelo de realização compreende, opcionalmente, alguns componentes adicionais mostrados nas Figuras 20 e 21. Especificamente, a Figura 20 mostra um invólucro exterior (65) adaptado para ser fixado à segunda extremidade (49) do corpo (41) . O invólucro exterior (65) compreende um corpo (66) que tem um orifício de passagem longitudinal (67) desenhado para abraçar o corpo (41) do dispositivo e um espaço interior (68) com a forma de um alargamento radial do orifício de passagem longitudinal (67). O invólucro exterior (65) compreende ainda os braços elásticos (69), curvados para o interior com uma curvatura maior do que a curvatura das paredes exteriores do corpo (41) do dispositivo, a fim de proporcionar uma fixação do invólucro exterior (65) sobre o corpo (41). Finalmente, o invólucro exterior (65) compreende protuberâncias interiores (70) adaptadas para contactar longitudinalmente as paredes interiores do corpo (41) do dispositivo e com a pega (55), como será mostrado mais à frente. Por sua vez, a Figura 21 mostra uma roda interior (71) proporionada com um orifício de passagem roscado (72) para permitir que a haste (43) do pistão do dispositivo passe, como será mostrado, e também proporcionada com uma face exterior (73) que tem pequenas protuberâncias (74), uma rugosidade ou robustez para ajudar a fazer com que a roda interior (71) rode quando se roda a face exterior (73) com os dedos do utilizador. Finalmente, a roda interior (71) compreende marcas visuais (75) angularmente espaçadas que proporcionam uma referência para o utilizador. A Figura 22 mostra o dispositivo (40) da Figura 16, depois de a roda interior (71) e o invólucro exterior (65) terem sido fixados. A haste (43) tem um contorno exterior roscado cuja rosca é compatível com a rosca do orifício de passagem roscado (72) da roda interior (71). A roda interior (71) foi ligada, portanto, enroscando a haste (43) através do orifício de passagem interior (72) da roda interior (71) e sobre a cabeça (44) . Uma vez que a roda interior (71) tenha sido colocada no lugar, o invólucro exterior (65) tenha sido radialmente acoplado à roda interior (71), a roda interior (71) fica alojada no espaço interior (68) do invólucro exterior (65). 0 invólucro exterior (65) fica, assim, finalmente, fixo ao corpo (41) por meio dos braços elásticos (69). A Figura 23 mostra uma vista em corte ampliada da área da segunda extremidade (4 9) do corpo (41) da figura anterior, com o fim de ilustrar a funcionalidade do invólucro exterior (65) e da roda interior (71). Na situação da figura, o pistão (42) foi rodado o suficiente para as superficies de bloqueio (52) ficarem libertadas, como mostrado na vista em corte, esta presente vista em corte foi realizada de acordo com um plano de corte longitudinal diferente daquele da Figura 17. 0 invólucro exterior (65) é ligado ao corpo (41) de uma tal forma que o invólucro exterior (65) é incapaz de se mover longitudinalmente. Por exemplo, no presente modelo de realização, o invólucro exterior (65) é incapaz de se mover longitudinalmente numa direcção devido à presença da roda interior (71) e incapaz de se mover na direcção oposta devido ao contacto longitudinal entre as protuberâncias (70) e a pega (55) do dispositivo. A roda interior (71) também é impedida de se mover longitudinalmente, devido à presença fixa do invólucro exterior (65) e da pega (55) .

Assim, quando o utilizador roda a roda interior (71), porque a rosca do orifício de passagem roscado (72), pelo menos parcialmente, corresponde à rosca exterior da haste (43) , a haste (43) é obrigada a mover-se longitudinalmente numa direcção para a frente ou para trás. O dispositivo permite, por conseguinte, uma aplicação simples e confortável de um líquido ou de outro produto contido no espaço interno (51), uma vez que o utilizador apenas precisa de rodar a roda interior (71) para provocar um movimento para a frente do pistão (42) e, assim, um movimento para a frente do líquido na direcção da primeira extremidade (48) do corpo. As marcas visuais (75) ajudam a entregar doses exactas de liquido, uma vez que a distância angular entre marcas visuais (75) está directamente relacionada com o deslocamento longitudinal do pistão (42), e, por conseguinte, com o volume de líquido extraído do dispositivo. 0 dispositivo da Figura 22 está pronto para ser utilizado para aplicar um líquido contido no seu interior, para o que a tampa (62) foi removida e substituída por um acessório de filtro (76) proporcionado com uma agulha (77). A Figura 24 mostra uma vista em corte longitudinal da primeira extremidade (48) do corpo (41) e do acessório de filtro (76). Neste caso, a agulha (77) do acessório de filtro (76) não perfura o elemento de vedação (54) do dispositivo a fim de proporcionar uma saida para o líquido a sair. Em vez disso, a área exterior (60) do elemento de vedação (54), já não em contacto com a tampa (62), pode deslocar-se longitudinalmente em relação aos orifícios de passagem (57) da parede interior (56) . Quando o utilizador faz com que o pistão (42) se mova para a frente, a pressão do líquido nos orifícios de passagem (57) aumenta e empurra a área exterior (60), eventualmente fazendo com que se separe dos orifícios de passagem (57), e permite que o líquido saia através dos orifícios de passagem (57). Neste modelo de realização particular, por exemplo, o líquido flui, então, através de uma ou mais condutas internas do acessório de filtro (76), não mostradas, passa através de uma membrana de filtração (78) que retém as impurezas, e sai através da conduta interior (79) da agulha (77) . Por outras palavras, de acordo com a invenção, o dispositivo abre automaticamente quando a tampa (62) é removida, libertando parcialmente o elemento de vedação (54), e o utilizador aplica uma força suficiente sobre o pistão (42) para que a pressão do liquido aumente e abra ligeiramente o elemento de vedação (54).

Claims (20)

1. REIVINDICAÇÕES

   1. Dispositivo (la, lb, lc, ld; 40) para extrair, armazenar e/ou processar sangue ou outras substâncias de origem humana ou animal, e para aplicar compostos do sangue ou outros compostos biológicos, que compreende um corpo (2; 41) no interior do qual um pistão (3; 42) é capaz de mover-se longitudinalmente, em que o corpo (2; 41) é proporcionado com uma primeira extremidade (; 48) na qual é proporionada uma conduta (6; 50) que liga um espaço interno (9; 51) do corpo (2; 41), localizado entre o pistão (3; 42) e a conduta (6; 50), com o exterior do corpo (2; 41), e com uma segunda extremidade (5; 49) através da qual o pistão (3; 42) se projecta para o exterior e que está hermeticamente separada do espaço interno (9; 51) por meio do pistão (3; 42), caracterizado pelo facto de: - pelo menos uma parte do pistão (3; 42) ser capaz de ser separada do resto do dispositivo de modo que o pistão (3; 42) não se projecta para fora do corpo (2; 41), - o pistão (3; 42) compreender, pelo menos, uma superfície de bloqueio (13a, 13b, 13c; 52), - o corpo (2; 41) compreender, pelo menos, uma superfície de bloqueio (14a, 14b, 14c; 53) adaptada para entrar em contacto com uma superfície de bloqueio (13a, 13b, 13c; 52) do pistão (3; 42) e proporcionar um bloqueio do pistão (3; 42) num só sentido, de acordo com o qual é oferecida resistência ao pistão (3; 42) quando avança na direcção da primeira extremidade (4; 48) enquanto que o pistão (3; 42) está livre para mover-se para trás em direcção à sequnda extremidade (5; 49) , onde - o dispositivo (la, lb, lc, ld; 40) compreende ainda um elemento de vedação (15, 16, 17; 54) para fechar a conduta (6; 50) da primeira extremidade (4; 48) do corpo (2; 41) de uma maneira estanque, no caso de uma agulha ser inserida na referida conduta (6; 50), de modo a que um vácuo possa existir no espaço interno ( 9; 51) .
2. 2. Dispositivo (la, lc; 40), de acordo com a reivindicação 1, em que o elemento de vedação (15, 17; 54) é interno ao corpo (2; 41).
3. 3. Dispositivo (lb), de acordo com a reivindicação 1, em que o elemento de vedação (16) é externo e é capaz de ser ligado à primeira extremidade (4).
4. 4. Dispositivo (la, lb; 40), de acordo com a reivindicação 2 ou 3, em que o elemento de vedação (15, 16; 54) é perfurável.
5. 5. Dispositivo (1c), de acordo com a reivindicação 2 ou 3, em que o elemento de vedação (17) é em forma de anel e é capaz de proporcionar uma vedação contra uma agulha inserida através dele.
6. 6. Dispositivo (la, lb, lc, ld; 40), de acordo com a reivindicação 1, em que o pistão (3; 42) é capaz de mover-se de modo rotativo no interior do corpo (2; 41), e em que pelo menos uma superfície de bloqueio (14a, 14b; 52) do corpo (2; 41) e pelo menos uma superfície de bloqueio (13a, 13b; 53) do pistão (3; 42) são dispostas de modo que o bloqueio ocorre apenas em determinadas posições de rotação do pistão (3; 42) em relação ao corpo (2; 41), sendo o pistão (3; 42) livre em relação ao corpo (2; 41) nas restantes posições de rotação.
7. 7. Dispositivo (la, lb, lc, ld), de acordo com a reivindicação 6, em que pelo menos uma superfície de bloqueio (13b) do pistão (3) está compreendida numa patilha (25) que se projecta radialmente a partir do pistão (3) e em que, pelo menos, uma correspondente superfície de bloqueio (14b) do corpo (2) está compreendida numa superfície transversal de assento, o corpo (2) apresenta paredes internas (27) cuja distância ao eixo central longitudinal (8) diminui na direcção de rotação em que o pistão (3) tem de rodar para se desbloquear do corpo (2), de modo que quando a rotação do pistão (3) ocorre na referida direcção as patilhas (25) rodam em contacto com as paredes internas (27) e são flectidas até que o pistão (3) fique desbloqueado em relação ao corpo (2).
8. 8. Dispositivo (la, lb, lc, ld), de acordo com a reivindicação 1, em que o mesmo compreende uma pega (23) na segunda extremidade (5) do corpo (2) para permitir a acção de fazer com que o pistão (3) se mova para trás em direcção à referida segunda extremidade (5), em que a pega (23) está ligada ao corpo (2) de uma forma desconectável e conectável.
9. 9. Dispositivo (ld), de acordo com a reivindicação 1, em que o pistão (3) compreende, pelo menos, uma área quebrável (18) de modo a que possa ser desmontado manualmente em partes separadas.
10. 10. Dispositivo (ld), de acordo com a reivindicação 9, que também compreende um elemento impulsionador (19) que apresenta uma primeira área (20) capaz de empurrar o pistão (3) de modo que ele pode ultrapassar a resistência ao avanço do pistão (3) oferecida pelo bloqueio entre, pelo menos, uma superfície de bloqueio (13a, 13b) do pistão (3) e a correspondente superfície de bloqueio (14a, 14b) do corpo (2), e provocar o avanço do pistão (3) em direcção à primeira extremidade (4).
11. 11. Dispositivo (ld), de acordo com as reivindicações 6 e 10, em que a primeira área (20) do elemento impulsionaor (19) é capaz de ser ligada ao pistão (3) de tal maneira que ela pode fazer com que o pistão (3) rode .
12. 12. Dispositivo (Id), de acordo com a reivindicação 10, em que a primeira área (20) do elemento impulsionador (19) é proporcionada com uma forma complementar à do pistão (3), de modo que a ligação entre o elemento impulsionador (19) e o pistão (3) é provocada quando ele é empurrado.
13. 13. Dispositivo (ld), de acordo com a reivindicação 10, em que a primeira área (20) do elemento impulsionador (19) é proporcionada com uma forma com uma ligação mecânica ao pistão (3), de modo que a ligação entre o elemento impulsionador (19) e o pistão (3) permite quer que o pistão (3) seja empurrado em direcção à primeira extremidade (4) quer que o pistão (3) seja puxado, fazendo-o mover-se para trás na direcção da segunda extremidade (5) .
14. 14. Dispositivo (la, b, lc; 40), de acordo com a reivindicação 1, em que o pistão (3; 42) compreende uma haste (10; 43) e uma cabeça (11; 44), em que a haste (10; 43) é fixada à cabeça (11; 44) por meio de uma ligação conectável e desconectável.
15. 15. Dispositivo (la, lb, lc, 40), de acordo com a reivindicação 14, em que pelo menos uma superfície de bloqueio (13b; 52) do pistão (3; 42) está compreendida na cabeça (11; 44) do pistão (3; 42), de modo que, quando uma correspondente superfície de bloqueio (14b; 53) do corpo (2; 41) é bloqueado na referida superfície de bloqueio (13b; 52) da cabeça (11; 44), a haste (10; 43) do pistão (3; 42) pode ser desligada mantendo o bloqueio entre a cabeça (11; 44) e o corpo (2; 41).
16. 16. Dispositivo (la, lb, lc) , de acordo com a reivindicação 14, em que a ligação entre a haste (10) e a cabeça (11) é enroscada numa determinada direcção, e em que o corpo (2) apresenta, pelo menos, um elemento de batente (26) contra uma área da cabeça (11) que está adaptado para entrar em contacto quando a cabeça (11) roda numa direcção oposta à referida determinada direcção, permitindo assim que a haste (10) seja desenroscada da cabeça (11).
17. 17. Dispositivo (la, lb, lc) , de acordo com as reivindicações 7 e 16, em que a área da cabeça (11) que vai contra o elemento de batente (26) está compreendida numa patilha (25).
18. 18. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o pistão (3) compreender uma superfície de bloqueio (13c) capaz de entrar em contacto com uma superfície de bloqueio (14c) localizada na parede interna de uma parte cónica intermédia (34) do corpo (2), em que a referida parte cónica intermédia (34) apresenta mobilidade longitudinal limitada em relação ao pistão (3) e em relação ao resto do corpo (2), e em que quando o pistão (3) avança em direcção à primeira extremidade (4) uma fricção entre as superfícies de bloqueio (13c, 14c) faz com que a parte cónica intermédia (34) avance liqeiramente em direcção à primeira extremidade (4) e que seja pressionada contra o pistão (3) , aumentando assim a fricção e permitindo que o vácuo no espaço interno (9) seja ajustado de uma maneira contínua.
19. 19. Dispositivo (40), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o espaço interno (51) ser delimitado, na área mais próxima da primeira extremidade (48), por uma parede interior transversal (56) proporcionada com um ou mais orifícios de passagem (57) que são fechados por uma área exterior (60) do elemento de vedação (54), e que compreende ainda uma tampa (62) que fecha a primeira extremidade (48) do corpo (41), em que a referida tampa (62) compreende superfícies interiores (63) adaptadas para pressionar a área exterior (60) contra os orifícios de passagem (57) e fechar os referidos orifícios de passagem (57), em que, na ausência da tampa (62), a área exterior (60) do elemento de vedação (54) é móvel longitudinalmente de modo que um aumento suficientemente alto da pressão de um fluido contido no espaço interno (51) pode fazer com que a área exterior (60) se separe dos orifícios de passagem (57).
20. 20. Dispositivo (40), de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por compreender um invólucro exterior (65) que cobre, pelo menos parcialmente, uma roda interior (71) roscada externamente a uma haste (43) do pistão (42), onde o invólucro exterior (65) e a roda interior (71) não apresentam movimento longitudinal relativo com respeito ao corpo (41), e uma rotação da roda interior (71) provoca um movimento longitudinal da haste (43) .