PT2481821E - Processo para tratamento de couro - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO «PROCESSO PARA TRATAMENTO DE COURO»

Campo técnico [0001] Processo para tratamento do couro de acordo com o preâmbulo da reivindicação 1.

Problema técnico [0002] 0 problema na base desta invenção é a necessidade de encurtamento do tempo de exposição da pele sujeita a tratamento químico e do tempo de secagem da mesma, no processo de tratamento de couro.

Estado da técnica [0003] Ex istem vários processos conhecidos na arte para curtimento ou tratamento do couro. 0 que mais se aproxima é colocar várias peles no tambor de rotação enchido com banho de curtimenta e sujeitar as referidas peles a rotação. Durante a rotação, as peles são impregnadas com os ingredientes de curtimenta. Após a impregnação, procede-se à secagem usando diferentes processos, conhecidos na arte e que não são objecto desta invenção.

[0004] A patente EP 0 990 707 revela um método para controlo do ciclo de dosagem de agentes químicos, ar e água num tambor de pisoamento, curtimenta e tintura, no qual, numa fase de funcionamento normal, o tambor gira em torno do seu eixo e o ar circula dentro deste tambor por meio de um ventilador (após ser aquecido pela unidade de 1 aquecimento controlada por um termostato ligado a um detector de humidade relativa capaz de sinalização, caso a humidade do ar no interior do tambor seja inferior a um determinado valor predefinido). Adicionalmente, esta patente revela um método pelo qual a água é pulverizada numa névoa por via de pelo menos um bico pulverizador.

Descrição da nova invenção [0005] 0 problema técnico acima referido é solucionado através de um processo para tratamento de couro de acordo com a parte de caracterização da reivindicação 1.

[0006] 0 couro sob a forma de peles ou artigos de couro ou outros artigos compostos por material de comportamento similar, é introduzido (para os fins a que este pedido de patente se destina, todos estes artigos de couro serão designados "peles") no tambor de rotação ou recipiente de agitação ou outra forma de dispositivo similar, onde é sujeito a pulverização com agentes químicos e secagem até ao grau de humidade pretendido, seguido de secagem e outro tratamento de pisoamento num tambor de rotação.

[0007] De seguida é descrito o essencial da invenção com auxílio da figura em anexo, que é parte integrante deste pedido de patente.

[0008] A Figura 1 mostra o tambor (1) cheio de pele ou peles (2), o sentido de rotação do referido tambor (3), o bocal para pulverização dos agentes químicos (4) e o tubo de distribuição dos referidos agentes químicos (5). 2 [0009] Para os fins a que se destina esta invenção, a pele ou peles (2) podem também ser outro artigo a precisar de tratamento de superfície por exposição a gotículas de pulverização.

[0010] No essencial, o processo é realizado num tambor de rotação (1) em três passos, o referido tambor rodando em qualquer sentido. Para os fins desta invenção, o referido tambor (1) pode também assumir outra forma, como por exemplo um recipiente de agitação ou câmara esférica, ou outra aplicação que se destine a assegurar o tratamento de toda a superfície da pele ou peles (2) . O referido tambor (1) dispõe de um sistema de controlo da temperatura, de preferência um sistema de aquecimento e um sistema de controlo climatérico, de preferência com um dispositivo capaz de regular a humidade, mais preferencialmente um dispositivo capaz de pulverizar água no referido tambor (D · [0011] A pele ou peles (2) é inserida na sua forma acabada ou semi-acabada, para fins de incorporação como couro acabado. A pele ou peles (2) é tratada com uma mistura especial de diferentes componentes.

[0012] Numa modalidade preferida, 5 a 100 peças de pele de couro acabadas são inseridas no referido tambor (1).

[0013] Na modalidade preferida, o referido tambor (1) mede 2 a 4 m de diâmetro, girando a 10 a 30 rotações por minuto. 0 factor de carga pode ser avaliado a partir destes resultados, já que o tamanho médio da referida pele (2) é de um mamífero de grande porte (por exemplo, vaca). 3 (a) Primeiro passo [0014] 0 primeiro passo é composto pelo humedecimento das referidas peles (2) com agentes químicos e respectiva exposição a tratamento térmico adequado.

[0015] A primeira parte do primeiro passo é realizada por um período de 5 a 30 minutos por rotação das referidas peles (2) no referido tambor (1).

[0016] Depois deste período, a pulverização da referida mistura é iniciada através do bocal (4) com a mistura de agentes químicos, a composição desta mistura não fazendo parte deste pedido de patente, a referida mistura sendo introduzida no bocal (4) através do tubo de distribuição (5). Deverá notar-se que é possível usar vários bocais (4), colocados em posições diferentes no referido tambor (1).

[0017] A referida pulverização dura entre 5 e 120 minutos dependendo da concentração da mistura e do número das referidas peles (2) no referido tambor (1).

[0018] Após a pulverização, as referidas peles (2) permanecem no referido tambor (1) sendo sujeitas a pisoamento adicional pelo período necessário, para as referidas peles (2) atingirem 30% a 40% de humidade absoluta (como definido pelas normas em vigor, por exemplo e em particular, a DIN EN ISO 4684). Na modalidade preferida, este período dura entre 1 e 6 horas e as peles (2) são sujeitas a controlo climatérico, de preferência aquecimento.

[0019] Após o processamento, é determinada a humidade 4 absoluta das referidas peles (2) e se os resultados forem inferiores a 30% é pulverizada mais água com o tambor (1) em rotação. (b) Segundo passo [0020] 0 segundo passo do processo é a secagem das referidas peles (ligeiramente húmidas) a temperatura elevada entre 40 e 60°C até atingir uma humidade absoluta residual entre 5 e 10% nas peles.

[0021] Este passo é realizado fora do referido tambor (1) em prateleiras ou usando outros meios conhecidos na arte. (c) Terceiro passo [0022] 0 terceiro passo é o pisoamento das referidas peles (2) no referido tambor (1) novamente num ambiente seco e a temperaturas entre 30 e 50°C durante 5 a 10 horas. (d) Quarto passo opcional [0023] Um quarto passo opcional é dar ao couro tratado um acabamento adicional através de revestimento por pulverização.

Lisboa, 5

Claims (8)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Processo para tratamento de couro, compreendendo o pisoamento de peles num tambor de rotação caracterizado por compreender os seguintes passos: a. pisoamento de peles (2) num tambor de rotação (1) que compreende ainda os seguintes sub-processos: i. pisoamento inicial das referidas peles (2) no referido tambor de rotação (1); ii. pulverização das referidas peles (2) com uma mistura de agentes quimicos através de um bocal (4) ou pluralidade de bocais no referido tambor (1); iii. controlo climatérico das referidas peles (2) no referido tambor de rotação (1), de preferência aquecimento, de forma a que após o processo as peles (2) apresentem entre 30% e 40% de humidade absoluta; b. secagem das referidas peles (2) ; c. pisoamento das referidas peles (2) no referido tambor de horas. rotação (1) por um periodo entre 5 e 10
2. 2. Processo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por o pisoamento inicial das referidas peles (2) no referido tambor (1) durar entre 5 e 30 minutos.
3. 3. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por a pulverização das referidas 1 peles (2) no referido tambor (1) pelos referidos agentes químicos durar entre 5 e 120 minutos.
4. 4. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o pisoamento das referidas peles (2) no referido tambor (1), até atingirem a humidade absoluta pretendida entre 30 e 40%, durar de 1 a 6 horas.
5. 5. Processo de acordo com a reivindicação 4, caracterizado por, após o tratamento, se a humidade das referidas peles (2) descer abaixo dos 30 %, as referidas peles (2) serem pulverizadas com água no referido tambor de rotação (1) até a respectiva humidade absoluta se situar entre 30 e 40%.
6. 6. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por as referidas peles (2) serem secas a temperatura elevada entre 40 e 60°C até se atingir uma humidade absoluta residual entre 5 e 10% dentro das peles.
7. 7. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o pisoamento final das referidas peles (2) no referido tambor (1) num ambiente seco ocorrer a temperaturas entre 30 e 50°C.
8. 8. Processo de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por o couro tratado receber um acabamento adicional através de revestimento por pulverização. Lisboa, 2