PT1569923E - Utilização de uma mistura de ésteres de ácidos gordos a título de combustível ou de solvente - Google Patents

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PT1569923E
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Description

1
DESCRIÇÃO "UTILIZAÇÃO DE UMA MISTURA DE ÉSTERES DE ÁCIDOS GORDOS A TÍTULO DE COMBUSTÍVEL OU DE SOLVENTE" A invenção presente diz respeito ã utilização de uma mistura, contendo um ou mais ésteres alquílicos de ácidos gordos e um ou mais ésteres de ácidos gordos com carbonato de glicerol, a titulo de combustível ou de solvente.
Mais especificamente, a invenção presente diz respeito à utilização da mistura acima a título de combustível para motores diesel ou a título de um solvente industrial convencional. A utilização de misturas de ésteres alquílicos como combustível para motores diesel, em especial a de ésteres metílicos de ácidos gordos, provenientes de matérias-primas de origem natural, sobretudo de origem vegetal, tais como os óleos de soja e de colza, é bem conhecida na técnica (o assim denominado bio-diesel: Bio-resource Technology, 70, 1-15, 1999). A utilização do bio-diesel tem merecido uma aceitação geral em resultado das vantagens consideráveis que ele apresenta, tanto de um ponto de vista ambiental (utilização de matérias-primas renováveis, diminuição geral das emissões de gases de escape, ausência de enxofre) como também do ponto de vista dos motores (melhor lubrificante). 2 O bio-diesel é obtido em conjunto com o glicerol através de uma transesterificação dos óleos ou das gorduras naturais, constituídos por triacilgliceróis de ácidos gordos, com um álcool, em geral o metanol ou o etanol:
R R R
CH2 —CH—CH2 +3 ROH <h> CH2—CH—CH2 + 3 R—C—OR' em que: R represente um grupo alquilo ou alcenilo linear, monoinsaturado ou poli-insaturado, contendo entre 8 e 22 átomos de carbono; R1 represente um grupo alquilo linear ou ramificado contendo entre 1 e 8 átomos de carbono, preferivelmente um grupo metilo ou etilo. A co-produção elevada de glicerol, no entanto. ligada à produção do bio-diesel (mais de 100 g/kg de bio-diesel) representa um obstáculo técnico e económico cons i de ráve1.
Por um lado, o glicerol não se encontra adequadamente colocado ou explorado a fundo no mercado, e isto é tanto mais verdade quanto o aumento da produção e da utilização do bio-diesel for importante; por outro lado, a 3 presença de glicerol residual, tal como sob a forma de monoacilglieróis e diacilgliceróis, não é tolerada devido a problemas de segregação e de contaminação.
Pelas razões acima, tem sido necessário estabelecer gamas de especificação pouco amplas: na prática, o conteúdo em glicerol livre no bio-diesel tem que ser inferior a 0,02 %, em peso, e o glicerol total, isto é, tanto o glicerol sob a sua forma livre como o glicerol parcial ou completamente esterifiçado, tem que ser inferior a 0,25 %, em peso. São portanto necessárias operações complexas de separação e de purificação para respeitar estas especificações.
Por exemplo, a EP 1.126,011 diz respeito à utilização de um ou mais ésteres alquílicos de ácidos gordos como combustível, enquanto o WO 93/09.111 descreve um processo para a preparação de ésteres carbonato de glicerol com a fórmula geral (I) .0
[ 1 } em que R seja um grupo alquilo ou alcenilo com entre 1 e cerca de 22 átomos de carbono. Estes ésteres são preparados fazendo reagir ésteres de ácidos carboxilicos com glicerol, com uma fonte de carbonato na presença de um catalisador. 4
Verificou-se agora que é possível utilizar, a título de combustível ou de solvente, misturas contendo um ou mais ésteres de ácidos gordos {bio-diesel) com um ou mais ésteres de ácidos gordos com carbonato de glicerol. A utilização destas misturas a título de combustível ou de solvente é especialmente interessante, uma vez que elas podem ser obtidas por um processo que permite a reutilização do glicerol que é co-produzido aquando da produção do bio-diesel.
Um objecto da invenção presente diz portanto respeito à utilização na qualidade de combustível ou de solvente, de uma mistura contendo um ou mais ésteres de ácidos gordos com a fórmula (I): RCOOR1 de ácidos gordos com (II) : com um ou mais ésteres carbonato de glicerol com a fórmula C C = / \ ? ? *7 CHg—CH—CHg nas quais: linear, R represente um grupo alquilo ou alcenilo monoinsaturado ou poli-insaturado 5 ramificado ou cíclico, contendo entre 4 e 24 átomos de carbono, preferivelmente entre 8 e 22 átomos de carbono; R' represente um grupo alquilo linear, ramificado ou cíclico contendo entre 1 e 8 átomos de carbono, preferivelmente um grupo Ci-C4 linear ou ramificado, mais preferivelmente um grupo metilo ou etilo.
Prefere-se a utilização a título de combustível ou de solvente, de uma mistura na qual, nos ésteres com as fórmulas (I) e (II) : R represente um grupo alquilo ou alcenilo monoinsaturado ou poli-insaturado linear, ramificado ou cíclico, contendo entre 8 e 22 átomos de carbono; R' represente um grupo alquilo linear ou ramificado contendo entre 1 e 4 átomos de carbono. os ésteres de ácidos gordos com carbonato de glicerol estão preferivelmente presentes na mistura numa percentagem em peso de entre 10 e 40 t
Os exemplos destes ésteres são representados pelos ésteres dos ácidos caprílico, láurico, mirístico, 6 palmítico, esteárico, oleico, linoleico e linolénico, ou misturas destes compostos.
As gorduras e os óleos de origem natural, provenientes sobretudo de origens vegetais, são convenientemente utilizados como fontes dos ésteres acima, tais como, por exemplo, o óleo de colza, o óleo de soja, o óleo de palma, o óleo de coco, o óleo de girassol, o óleo de amendoim, o óleo de semente de algodão, o óleo de gergelim, ou óleos gastos utilizados em alimentos.
As misturas que são objecto da invenção têm provado ser adequadas para utilização a titulo de combustíveis em motores com ciclo diesel, de um ponto de vista de combustão e do motor, em geral. Estas misturas apresentam valores de calor líquido iguais a 36-37 MJ/kg e números de cetano superiores a 49, valores que são inteiramente semelhantes aos do bio-diesel convencional.
Estas misturas provaram ser especialmente eficientes na diminuição da emissão de poluentes, tais como o monóxido de carbono, o dióxido de enxofre, o benzeno e os outros hidrocarbonetos que não sofreram combustão e em partículas, devido ao seu conteúdo elevado em oxigénio (entre 12 % e 15 %, em peso) , superior ao do bio-diesel convencional (cerca de 10 %, em peso) e à ausência de enxofre.
As misturas, objecto da invenção, têm também características únicas na qualidade de solventes, que as 7 tornam em solventes altamente eco-compatíveis, não inflamáveis, com um ponto de ebulição elevado e uma toxicidade baixa, adequados para substituir solventes industriais convencionais, tais como o limoneno e os solventes com origem em petróleo, correntemente utilizados numa larga gama de aplicações. São exemplos de aplicações a remoção de óleos e gorduras de motores, de produtos metálicos manufacturados, de fomos; o desengorduramento do coiro; a remoção de adesivos e de tinta; a utilização como agente de desmoldagem na moldagem do cimento e dos produtos manufacturados em cimento; a utilização a título de solvente e de lubrificante nas operações de corte de metais; a utilização a título de solvente em tintas com base em óleo.
Podem também adicionar-se às misturas objecto desta invenção, ésteres alquílicos de ácidos gordos (o bio-diesel convencional) , para a sua utilização de acordo com as finalidades da invenção.
Quando sejam adoptadas a título de solvente, as misturas podem ser utilizadas tal e qual ou formuladas com outras componentes tais como a água e os tensioactivos, enquanto quando são utilizadas a título de combustíveis para motores de ciclo diesel, elas podem ser utilizadas tal e qual ou adicionadas ao gasóleo mineral, por exemplo adicionando 5-30 partes em volume das misturas referidas a 8 95-70 partes em volume de gasóleo, de acordo com quanto se conhece na técnica para a utilização do bio-diesel.
Estas formulações também podem incluir quantidades convencionais de aditivos para incrementar o número de cetano, tais como os peróxidos e os nitratos, de aditivos para diminuir o ponto de fluência e para controlar a viscosidade e a capacidade lubrificante, de estabilizadores, de detergentes, de antioxidantes, de agentes de compatibilização.
As misturas da invenção são obtidas de uma forma simples e conveniente, por reacção (transesterificação) de um ou mais ésteres de ácidos gordos com glicerol, em especial um triacilglicerol, ou de uma mistura de triacilgliceróis de ácidos gordos, tal como as que estão contidas nos óleos e nas gorduras com uma origem natural, com um ou mais carbonatos de alquilo, na presença de uma base como catalisador, utilizando por exemplo o processo descrito no pedido internacional de patente WO 93/091.11:
R R R 0 R
III lí I <jj = ocj = o<j; = o ^ c ^ t^=o ? ? r ff ?' ? ? a CH2 — CH— CH2 + R’0—C—0R‘ o CH2 — CH—CHa + 2 R™C—OR’ em que R, sempre o mesmo ou variável, e R1, mais uma vez sempre o mesmo ou variável, têm os significados mencionados acima. 9
Leva-se a cabo a reacção na presença de um catalisador, homogéneo ou heterogéneo em relação ao meio reaccional, constituído por uma base orgânica ou inorgânica. São exemplos das bases que se podem utilizar os alcóxidos ou os carbonatos dos metais alcalinos, tais como por exemplo, metilato de sódio ou terc-butóxido de potássio; uma guanidina ou uma guanidina cíclica; uma hidrotalcite. 0 catalisador é utilizado em geral numa quantidade molar de entre 1 e 10 %, com respeito ao éster de glicerol utilizado na reacção. 0 óleo e gordura com origem natural e o carbonato de dialquilo, utilizados como reagentes, devem ter um conteúdo em água pequeno, sobretudo quando os catalisadores utilizados forem alcóxidos ou carbonatos de metais alcalinos. A água, de facto, favorece uma reacção colateral de saponificação da qual resultam sabões, que diminui o rendimento da reacção de transesterificação.
De preferência retira-se a água dos reagentes, o que se leva a cabo quando ê necessário, antes da adição do catalisador, por intermédio de uma destilação azeotrópica com um solvente orgânico que com ela forme um azeótropo, por exemplo um carbonato de dialquilo tal como o carbonato de dimetilo (DMC) ou o carbonato de dietilo (DEC), um hidrocarboneto tal como o ciclohexano, o hexano, o heptano 10 ou o tolueno, um éter, tal como o éter metil-terc-butílico ou o éter etílico.
Quando o carbonato de dialquilo utilizado na síntese da mistura da invenção for o DMC ou o DEC, o solvente que forma o azeõtropo é o próprio carbonato de dialquilo. A destilação azeotrópica é levada a cabo em geral utilizando uma quantidade de solvente formador do azeótropo na gama de entre 2 % e 15 %, em peso, em relação ao óleo vegetal, a uma temperatura na gama de entre 50°C e 150°C, e a uma pressão de entre 20,3 kPa (0,2 Ata) e 608 kPa (6 Ata) . O óleo ou a gordura com origem natural devera possuir um conteúdo em ácidos gordos livres que seja pequeno, preferivelmente não mais do que 1 mg KOH/g, para evitar o consumo excessivo de catalisador e a formação excessiva de sabões, diminuindo o rendimento da transesterificação. A reacção é levada a cabo em geral a uma temperatura na gama de entre 60°C e 150°C, durante um período de entre 1 e 24 horas, utilizando uma razão molar do carbonato de dialquilo e o éster de glicerol utilizados na reacção, que esteja na gama de entre 1 e 6. O carbonato de alquilo é preferivelmente utilizado em excesso uma vez que também actua como solvente 11 da reacção. Pode levar-se a cabo a reacção em modo descontínuo, em modo semi-contínuo ou em contínuo numa atmosfera de azoto ou sob pressão autogénea, em geral na gama de entre 101 kPa (1 Ata) e 608 kPa (6 Ata.) 0 produto é isolado e purificado utilizando técnicas convencionais tais como a neutralização e a remoção subsequente do catalisador por filtração ou por separação do catalisador numa fase líquida mista que se segrega; é possível a remoção do excesso de carbonato de alquilo por destilação; por lavagem com agua ou com soluções aquosas de ácidos; por extracção com um solvente orgânico, por exemplo um hidrocarboneto tal como o hexano, o cicloíiexano ou o heptano, um éter tal como o éter etílico ou o éter metil-terc-butílico, ou um carbonato de dialquilo.
Quando os triacilglicerõis utilizados na reacção são aqueles que estão presentes nos óleos com origem vegetal, tais como o óleo de soja ou o óleo de colza, as misturas, objecto da invenção, são líquidas à temperatura ambiente e podem ser misturadas em todas as proporções com os hidrocarbonetos e com os destilados de óleos, tais como em especial as gasolinas e o gasóleo.
Os exemplos que se seguem são proporcionados com propósitos ilustrativos e não limitam o âmbito da invenção presente. 12
Nestes exemplos, a reacção de transesterificação é levada a cabo num reactor encamisado em vidro, com um volume de 5 litros, aquecido por circulação de óleo dentro da camisa, o qual provém de um banho controlado por um termostato. Este reactor está equipado com um condensador de circulação de água, com um agitador mecânico, com um termómetro, com uma colher de colheita de amostras por imersão e com uma coluna de destilação em vidro que é portadora de 15 placas perfuradas, tendo um diâmetro interno de 2,5 cm. Todo o vapor é condensado na cabeça da coluna e apenas se retira uma parte do líquido, consoante a razão de refluxo que se estabelecer, pela intervenção de uma válvula electromagnêtica. EXEMPLO 1
Adicionam-se os seguintes reagentes ao reactor descrito acima: 2.042 g {2,34 moles) de óleo de soja e 782 g de carbonato de dimetilo. Activa-se a agitação e aquece-se o reactor com um banho de óleo regulado por um termostato a 115°C. Para eliminar a água dos reagentes, destilam-se 150 g de carbonato de dimetilo sob uma razão de refluxo igual a 2. Deixa-se a mistura arrefecer até à temperatura ambiente, que nessa altura contém 632 g de carbonato de dimetilo (7,02 moles) e 21,6 g de uma solução de metóxido de sódio a 30 %, em peso, em metanol (0,12 moles de metóxido de sódio) . Aquece-se o reactor de novo para se obter uma temperatura interna de 90°C. Passadas cerca de 6 horas a uma temperatura de 90°C, a transformação do óleo de soja é superior a 99 %. 13
Deixa-se o reactor arrefecer até à temperatura ambiente e adicionam-se 17,3 g de uma solução de ácido fosfórico a 85 %, em peso, em água, {0,15 moles de ácido fosfórico) para neutralizar o catalisador. Deixa-se a mistura sob agitação durante cerca de 30 minutos e transfere-se em seguida para um aparelho constituído por um balão e um condensador de Claisen, no qual se retiram 368 g de um destilado com a composição que se segue, por destilação a uma temperatura de 80 °C e sob a pressão reduzida de 15 mbar: 97,3 %, em peso, de carbonato de dimetilo, 2 %, em peso, de metanol, e 0,7 %, em peso, de água.
Uma análise por cromatografia em fase gasosa revela a presença de 1 %, em peso, de carbonato de dimetilo (23,5 g) na mistura residual em bruto, o qual é quase completamente removido por uma destilação complementar a uma temperatura de 90°C e a uma pressão de 2 mbar durante um período de 2 horas. Separa-se por filtração o precipitado contendo fosfato de sódio monobásico, metilcarbonato de carbonato de glicerol, carbonato de glicerol e pequenas quantidades de ésteres metílicos de ácidos gordos e de ésteres de ácidos gordos com carbonato de glicerol. A mistura líquida em bruto, que pesava 2248,7 g, em a composição seguinte, determinada por intermédio de análises por HPLC e por RMN de 13C: 24,8 %, em peso, de ésteres de ácidos gordos de carbonato de glicerol, 71,4 %, em peso, de ésteres 14 metílicos de ácidos gordos, 1,2 %, em peso, de carbonato de glicerol, 1,8 %, em peso, de metilcarbonato de carbonato de glicerol, 0,17 %, em peso, de diacilgliceróis, 0,19 %, em peso, de triacilglicerõis e 0,4 %, em peso, de carbonato de dimetilo. O metilcarbonato de carbonato de glicerol separa-se lentamente por precipitação a partir da mistura obtida, que é liquida à temperatura ambiente.
Esta mistura pode ser utilizada sem qualquer tratamento adicional em formulações de solventes que contenham componentes capazes de permitir a dissolução do metilcarbonato de carbonato de glicerol.
Para todas as outras aplicações, a mistura foi submetida a uma purificação suplementar. EXEMPLO 2
Purificação da mistura em bruto
Diluiu-se a mistura em bruto numa ampola de separação com 1 litro de éter metil-terc-butílico (MTBE) e lavou-se com três porções de 500 mL de água destilada. Extraíram-se então as águas de lavagem com 500 mL de MTBE. Misturam-se as duas fase orgânicas de MTBE e concentrou-se por destilação do MTBE num evaporador rotativo a 8 0°C sob uma pressão mínima de 15 mbar. Uma análise por cromatografia em fase gasosa revela a presença, na mistura 15 residual, de 1,5 %, em peso, de MTBE, que se removeu por mais uma destilação à temperatura de 90°C e sob uma pressão de 2 mbar. A mistura residual, que pesava 2113,8 g, apresentava a composição seguinte, determinada por intermédio dé análises por HPLC e por RMN de 13C; 25,6 %, em peso, de ésteres de ácidos gordos com carbonato de glicerol, 73,56 %, em peso, de ésteres metílicos de ácidos gordos, 0,4 %, em peso, de metilcarbonato de carbonato de glicerol, 0,07 %, em peso, de carbonato de glicerol, 0,17 %, em peso, de diacilgliceróis e 0,20 %, em peso, de triacilgliceróis.
Esta mistura é caracterizada pelas seguintes propriedades físico-quimicas: (densidade (20 °C) (g/mL) | 0,904 "Jj (viscosidade (20°C) (Cst) j] 9,7 || 1 ^viscosidade (40°C) (Cst) 5^ l i Sponto de fluência (°C) 1 | jponto de fulgor (°C) (vaso fechado) >120 | ! ~ " ...................... .......................................-----1 jponto de ebulição(°C) (TGA) >300 I cinzas a sulfato (% ponderai) 0,0016 1 (tensão interfacial (20°C) (mN/m) ______________________31^3______________________J jnúmero de ácido (mg KOH/Kg) Iconteúdo em sódio (mg/Kg) |..............._........................0,3 ........__j I <0,5 j ! ....... i iconteúdo em fósforo (mg/Kg) ! <3 I jágua (mg/Kg) to o o 16
Inúmero de cetano s 50,1 jvalor calorífico total (Mj/Kg) jvalor calorífico líquido (Mj/Kg) 1 j..................................................38,77 ...........^ | 36,305 EXEMPLO 3
Adicionam-se os seguintes reagentes ao reactor tal que se descreveu acima excepto que não estava provido da coluna de destilação: 2034,5 g (2,33 moles) de óleo de soja, 636 g (7,07 moles) de carbonato de dimetilo e 16,7 g de 1,5,7-triazabiciclo[4.4.0] dec-5-eno (0,12 moles). Liga-se a agitação e aquece-se o reactor com um banho de óleo regulado por um termostato de modo a assegurar uma temperatura interna de 80°C. Ao fim de cerca de 6 horas a uma temperatura de 80°C, a conversão do óleo de soja é superior a 99 %.
Deixa-se arrefecer o reactor até à temperatura ambiente. Durante o arrefecimento, a mistura reaccional separa-se em duas fases; uma fase inferior que pesa 171,4 g e uma fase superior que pesa 2515,8 g. Determinou-se a composição da fase inferior utilizando análises por HPLC e RMN de 13C, a qual era: 9,7 %, em peso, de 1,5,7-triazabiciclo [4.4.0]dec-5-eno, 12,9 %, em peso, de carbonato de dimetilo, 3,3 %, em peso, de metanol, 28,9 %, em peso, de carbonato de glicerol, 26,9 %, em peso, de metilcarbonato de carbonato de glicerol, 1,5 %, em peso, de bis-carbonato de carbonato de glicerol, 3,4 %, em peso, de ésteres de ácidos gordos de 17 carbonato de glicerol e 13,4 %, em peso, de ésteres metllicos de ácidos gordos. A fase superior é transferida para um aparelho constituído por um balão com um condensador de Claisen, com o qual se removem 340,8 g de carbonate de dimetilo, por destilação a uma temperatura de 80°C e sob uma pressão reduzida de 15 mbar.
Uma análise por cromatografia em fase gasosa revela a presença de 1 %, em peso, de carbonato de dimetilo (21,8 g) na mistura residual em bruto, que são quase completamente removidos por mais uma destilação a uma temperatura de 90°C e sob uma pressão de 2 mbar durante um período de 2 horas. A mistura em bruto, que pesa 2161,8 g, tem a composição seguinte, determinada por intermédio de análises por HPLC e por RMN de 13C: 23,6 %, em peso, de ésteres de ácidos gordos com carbonato de glicerol, 73,8 %, em peso, de ésteres metílicos de ácidos gordos, 0,5 %, em peso, de carbonato de glicerol, 1,4 %, em peso, de metilcarbonato de carbonato de glicerol, 0,16 %, em peso, de diacilgliceróis, 0,18 %·, em peso, de triacilgliceróis e 0,4 %, em peso, de carbonato de dimetilo. 0 metilcarbonato de carbonato de glicerol segrega lentamente por precipitação, a partir da mistura obtida, que é líquida à temperatura ambiente. 18
Pode utilizar-se esta mistura sem qualquer tratamento adicional, nas formulações de solventes que contiverem compostos capazes de permitir a dissolução do metilcarbonato de carbonato de glicerol.
Para todas as outras aplicações, a mistura tem que ser submetida a uma purificação suplementar, utilizando o procedimento ilustrado no Exemplo II. A mistura proveniente do tratamento de purificação, com um peso de 2053,7 g, tem a composição seguinte, determinada por análises de HPLC e por RMN de 24 %, em peso, de ésteres de ácidos gordos com carbonato de glicerol, 75,2 %, em peso, de ésteres metílicos de ácidos gordos, 0,4 %, em peso, de metilcarbonato de carbonato de glicerol, 0,08 %, em peso, de carbonato de glicerol, 0,16 %, em peso, de diacilgliceróis, 0,19 %, em peso, de triacilgliceróis.
Esta mistura é caracterizada pelas seguintes propriedades físico-químicas: [densidade (20°C) (g/mL) 0,902 Γ viscosidade (20°C) (Cst) 9,42 viscosidade (40°C) (Cst) 5,53 Aponto de fluência (°C) -2 [1 \ ]ponto de fulgor (°C) ( vaso fechado) 1 i ! >120 1 19 | (continuação) I “ |ponto de ebulição(°C) (TGA) >300 f jtensão interfacial (20°C) (mN/rn) | 30,9 (conteúdo era água (mg/Kg) I 220 ]número de cetano ! 49,0 I Ivalor calorífico total (MJ/Kg) | 38,705 1 í |valor calorífico líquido (Mj/Kg) jj f 36,26
Lisboa,5 de Agosto de 2008

Claims (8)

1 REIVINDICAÇÕES 1. A utilização a título de combustível ou de solvente, de uma mistura que contenha um ou mais ésteres de ácidos gordos com a fórmula (I): RCOOR' e de um ou mais ésteres de ácidos gordos com carbonato de glicerol com a fórmula (II):
C I '\
CH2—CH—CHg nas quais: R represente um grupo alquilo ou alcenilo monoinsaturado ou poli-insaturado linear, ramificado ou cíclico, contendo entre 4 e 24 átomos de carbono; R' represente um grupo alquilo linear, ramificado ou cíclico contendo entre 1 e 8 átomos de carbono.
2. A utilização de acordo com a reivindicação 1, na qual nos ésteres com as fórmulas (I) e (II): 2 R represente um grupo alquilo ou alcenilo monoinsaturado ou poli-insaturado, linear, ramificado ou cíclico, contendo entre 8 e 22 átomos de carbono; R' represente um grupo alquilo linear ou ramificado contendo entre 1 e 4 átomos de carbono.
3 . A utilização de acordo com as reivindicações 1 ou 2, na qual os ésteres de ácidos gordos com carbonato de glicerol estejam presentes na mistura num percentagem ponderai de entre 10 e 40%.
4. A utilização de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, a título de combustível para motores com ciclo diesel.
5. Composições de combustível que incluam a mistura de ésteres tal como se definiu nas reivindicações 1 a 3, adicionada a gasóleo mineral.
6. Composições de combustível que incluam a mistura de ésteres tal como se definiu nas reivindicações 1 a 3, e pelo menos um aditivo para combustíveis.
7. A utilização de acordo com as reivindicações 1, 2 ou 3, a título de um solvente industrial convencional.
8. As composições de solventes que incluam a 3 mistura de ésteres tal como se definiu nas reivindicações 1, 2 ou 3, formulada em conjunto com água ou tensioactivos. Lisboa, 5 de Agosto de 2008
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