PT1035923E - Moinho de cilindros - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "MOINHO DE CILINDROS" A invenção refere-se a um moinho de cilindros para a moagem de cereais ou de produtos similares, obtendo-se assim farinha, sêmola, granulado fino, etc. Refere-se em especial à transmissão secundária de tais moinhos de cilindros, que comportam pelo menos um par de cilindros com cilindros estriados ou lisos.

Moinhos de cilindros para a moagem de cereais compreendem na maioria dos casos dois ou quatro pares de cilindros, tal como se encontra por exemplo descrito na patente DE-C-2730166 ou na patente EP-B-334919. Os cilindros de um par de cilindros giram em sentidos contrários e com velocidades de rotação distintas, para conseguir uma fragmentação e uma moagem dos grãos de cereal. Habitualmente é possível ajustar o interstício formado entre os cilindros.

No caso normal é accionado o cilindro com a velocidade mais rápida, estando este cilindro ligado ao cilindro com a velocidade mais lenta através de uma transmissão secundária. Do ponto de vista construtivo uma transmissão secundária deste tipo é predominantemente realizada por meio de uma engrenagem de rodas dentadas, que necessita no entanto de uma lubrificação, mas que desenvolve um nível de ruído muito elevado e que requer rodas dentadas intermutáveis que permitam uma adaptação a condições de moagem muito diferenciadas. Por esse motivo tenta-se desde há muito tempo eliminar os inconvenientes resultantes da aplicação de engrenagens de rodas dentadas, utilizando em vez disso cor-reias planas ou perfiladas. Para além de soluções que integram correias trapezoidais em V, desenvolveram-se principalmente cor-reias com um perfil denteado de ambos os lados (por exemplo de 1 V f U, acordo com a patente US PS 3338107) ou correias dentadas com perfil trapezoidal múltiplo (por exemplo TIMING-VEE). Assim, a patente DE AS 1107033 descreve uma correia combinada, com perfil trapezoidal e dentes, que comporta um lado denteado e um lado trapezoidal, que passa em torno de três polias dentadas para correia e que acciona ainda uma polia exterior para correia dentada . A patente DE-A-3304832 descreve uma solução parecida, que se destina a um moinho de cilindros. Uma correia dentada de duas faces corre em torno das polias dos cilindros e corre ainda em torno de uma polia para correia dentada, que faz parte do accio-namento, bem como de uma polia louca. A patente GB-A-1460628 revela um accionamento por correia, para velocidades variáveis, que comporta uma polia de reenvio ajustável para duas correias, disposta sobre um carro que desliza ao longo de um braço basculante. Imprecisões de alinhamento do braço podem ser corrigidas por intermédio de excêntricos dispostos sobre os eixos de rotação.

Também ficou a ser conhecido um outro tipo de transmissão secundária por correia dentada, que utiliza correias dentadas de perfil trapezoidal de acordo com a patente IT PS 1198054 e a patente EP-B-425526 ou a patente WO-A-90/14165. Esta última patente descreve um moinho de cilindros com pelo menos um par de cilindros, em que o veio do cilindro de velocidade mais lenta está provido de uma polia que apresenta dentes com ranhuras que se estendem paralelamente ao eixo e que contém um dispositivo de accionamento que é mantido sob tensão por uma terceira polia motriz, cuja posição pode ser ajustada. O ajuste de toda a polia é realizado por meio de parafusos de afinação ou de excêntricos. Também o cilindro de velocidade mais rápida está provido de uma polia que comporta dentes e ranhuras, estando estes contudo dispostos perpendicularmente ao eixo do cilindro. O dispositivo de 2 V f u

accionamento propriamente dito é constituído por uma correia perfilada do lado de fora e do lado de dentro, correia essa que engrena com encaixe perfeito nos perfis das três polias atrás mencionadas, e isto através de um perfil em forma de dente e de um perfil em forma de cunha.

Para transmitir potências mais elevadas a largura das polias está dimensionada de tal maneira que habitualmente se utilizam três correias paralelas umas às outras. De acordo com o estado da técnica atrás referido estas polias são esticadas em conjunto e têm um desgaste desigual. Esticá-las uniformemente é muito complexo, não sendo mesmo possível efectuá-lo na íntegra. Também uma medida e uma selecção antecipada das correias não podem resolver estes problemas.

Por estes motivos a invenção tem o objectivo de impedir, na medida do possível, os inconvenientes referidos e inerentes ao estado actual da técnica e de conseguir que as diferentes correias sejam esticadas uniformemente, obtendo-se deste modo também um desgaste uniforme.

Estudos feitos pela requerente mostraram que por motivo das deformações elásticas dos cilindros de moagem, que são inevitáveis durante o serviço, se desgasta primeiro a correia do lado de dentro ou a parte de correia situada do lado de dentro. A consequência disto é que qualquer selecção ou medida das correias fica pelo menos em parte sem efeito. Em vez disso é decisivo tomar em atenção estas condições de desgaste distintas. Por esse motivo uma das polias de correia (polia tensora) tem de acordo com a invenção uma configuração bipartida, que permite esticar individualmente as correias. De preferência esta polia de correia é parcialmente bipartida.

Estudos mais aprofundados da requerente mostraram que as potências de transmissão máximas assumidas não são atingidas na 3

prática, não sendo portanto necessária no caso normal a utilização de três ou mais correias. Esta configuração facilita simultaneamente a operação de ajuste. A invenção será de seguida descrita mais em pormenor por meio de um exemplo de realização da invenção e mediante um desenho. As figuras do desenho mostram:

Fig. 1 uma representação esquemática de uma transmissão secundária de um cilindro para outro,

Fig. 2 a transmissão secundária integrada no módulo de cilindros,

Fig. 3 uma representação da polia tensora (corte parcial).

Um moinho de quatro cilindros 1 com uma carcaça 2, do tipo por exemplo descrito na patente DE-C-2730166, contém entre outros, para além dos dispositivos de alimentação e de escoamento para a moenda, não explicitamente representados na figura, dois pares de cilindros 3, 3' , 4, 4' apoiados horizontalmente, que estão providos nas suas extremidades de uma polia 5 e de uma segunda polia 6. 0 interstício entre os cilindros de um par de cilindros 3, 4 ou 3', 4' pode ser ajustado por meio de um motor ou por meio de um ajuste manual 7. Além disso prevê-se um rolo tensor ou de reenvio 8 com uma polia tensora 18. Duas correias 9 vulgares do mercado e perfiladas de ambos os lados giram em torno das polias 5, 6 e da polia tensora 18. De preferência as correias 9 apresentam do lado de dentro um perfil de múltiplas cunhas que se estendem no sentido longitudinal e do lado de fora um perfil denteado perpendicular à extensão longitudinal da cor-reia.

Para além disso a polia tensora 18 do rolo tensor 8 apresenta secções 14, 15, que podem ser ajustadas separadamente, 4 U, ^ sendo a secção interior 14 ajustada por meio de um parafuso 13 e a secção exterior 15 por meio de um excêntrico 19. 0 excêntrico 19 é fixado por meio de uma porca 17. Um parafuso 16 fixa o veio. É portanto possivel optimizar a tensão de cada correia 9, para deste modo obter uma transmissão secundária ou uma transferência de binário uniforme e conseguir além disso um desgaste equilibrado. As secções 14, 15 encontram-se de preferência apoiadas em rolamentos 20. A utilização de duas correias 9 permite uma boa adaptação a todas as condições de serviço.

Os cilindros 3, 4 ou 3', 4' de um par encontram-se dispostos num assim chamado módulo de cilindros do tipo descrito na patente DE-C-2730166. Os cilindros encontram-se apoiados em corpos de chumaceira 10, 10', estando o corpo de chumaceira 10' ligado a um chassis 11. Este módulo de cilindros encontra-se fixado de uma maneira não representada mais pormenor na figura a uma base da carcaça 2. O dispositivo de ajuste do interstício de moagem 12 está simultaneamente configurado para servir de dispositivo de protecção contra corpos estranhos e contra sobrecarga.

Num moinho de cilindros 1 do tipo em questão, que é principalmente utilizado em moagens, os cilindros de cada par rodam um no sentido contrário ao do outro, com velocidades diferentes e com um interstício de moagem específico. Deste modo não só é possível exercer pressão como também um efeito de atrito e de cisalhamento sobre a moenda. Um accionamento principal, não representado nas figuras e instalado de um dos lados do moinho de cilindros 1, acciona directamente um dos dois cilindros do par, que geralmente será o cilindro 4, 4' mais rápido. Durante a moagem o cilindro mais lento 3, 3' é arrastado, através da moenda, pelo cilindro mais rápido 4, 4' . Para permitir diferentes velo cidades de rotação utiliza-se uma transmissão secundária (correia 9), com diferentes diâmetros de polia. Uma vez que os ci- 5 VΓ u

lindros de um par rodam em sentidos contrários, é necessário que a primeira polia 5 esteja disposta do lado de fora da(s) cor-reia(s) 9. Devido à existência de um interstício de moagem ajus-tável (e deste modo também de um afastamento variável entre os eixos dos cilindros) torna-se necessário prever um rolo tensor 8. Em conformidade com o exposto a polia 5 está provida de um perfil denteado que se estende paralelamente ao eixo do cilindro 3 (3' ) · A segunda polia 6 e a polia tensora 18 apresentam em contrapartida um perfil plano ou um perfil com ranhuras em forma de cunha que se estende na direcção periférica ou então um perfil denteado perpendicularmente ao eixo do cilindro 4, 4' . Os perfis das polias e das correias encontram-se adaptados uns aos outros. Entre a primeira polia 5 e a correia 9 existe uma complementaridade de formas e entre a correia 9 e a polia 6 ou a polia tensora 18 uma transmissão secundária por atrito ou uma transmissão secundária forçada.

Uma disposição do tipo referido pode ser transferida por analogia tanto para o outro par de cilindros como também para um moinho de oito cilindros de acordo com a patente EP-B-334919. A invenção não se restringe à forma de realização apresentada. 6

Lista de índices de referência: 1 Moinho de cilindros 2 Carcaça 3 Cilindro 3' Cilindro 4 Cilindro 4' Cilindro 5 Polia 6 Polia 7 Ajuste manual 8 Polia tensora 9 Correia 10 Corpo de chumaceira 10' Corpo de chumaceira 11 Chassis 12 Ajuste do interstício de moagem 13 Parafuso 14 Secção 15 Secção 16 Parafuso 17 Porca 18 Polia tensora 19 Excêntrico 20 Rolamento

Lisboa,23 de Agosto de 2001. 0 AGENTE OFICIAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

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Claims (3)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Moinho de cilindros destinado à moagem de cereais ou de pro dutos similares para obter farinha, sêmola ou granulado fino, etc., comportando um par de cilindros (3, 4; 3', 4') apoiado numa carcaça (2), moinho esse que está ligado a dispositivos de alimentação e de escoamento para a moenda, bem como a dispositivos para o ajuste do interstício de moagem e outros, sendo o cilindro (4, 4') com a velocidade de rotação mais rápida, que faz parte de um par de cilindros, accionado direc-tamente e o cilindro com a velocidade mais lenta (3, 3' ) forçado a rodar com uma velocidade de rotação diferente por ac-ção de uma transmissão secundária, que se efectua nomeadamente por meio de uma correia (9) , abrangendo esta transmissão secundária ainda um rolo de reenvio ou tensor (8) com uma polia tensora (18), de tal maneira que a(s) correia (s) (9) abraça(m) a polia tensora (18) e uma segunda polia (6) ao longo de mais de 180° e abraça(m) em contrapartida com o lado contrário da correia uma primeira polia (5) ao longo de menos de 180°, sendo a polia tensora (18) além disso ajustável, ca-racterizado por a polia tensora (18) apresentar duas secções (14, 15) que comportam meios (13, 17, 19) para ajus- tar/esticar as secções (14, 15).
2. 2. Moinho de cilindros de acordo com a reivindicação 1, caracte-rizado por o moinho de cilindros (1) ter a configuração de um moinho de quatro ou de oito cilindros.
3. 3. Moinho de cilindros de acordo com a reivindicação 1, caracte-rizado por a secção do lado de fora (15) poder ser ajustada por meio de um excêntrico (19). Lisboa, 23 de Agosto de 2001. O AGEKTE oficial DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL

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