BRPI0813454B1

BRPI0813454B1 - Método de produção de estacas enraizadas de árvores da família pinaceae.

Info

Publication number: BRPI0813454B1
Application number: BRPI0813454-5A
Authority: BR
Inventors: Tachikawa Hiroshi; Miyake Chikahiro
Original assignee: Nippon Paper Industries Co., Ltd.
Priority date: 2007-06-13
Filing date: 2008-06-10
Publication date: 2018-01-23
Also published as: AU2008262990B2; CA2690346A1; CA2690346C; US20100180498A1; AU2008262990A1; NZ581891A; JP5013143B2; ZA200908873B; WO2008153031A1; JPWO2008153031A1; BRPI0813454A2; US8763304B2; CL2008001730A1

Description

(54) Título: MÉTODO DE PRODUÇÃO DE ESTACAS ENRAIZADAS DE ÁRVORES DA FAMÍLIA PINACEAE.

(51) lnt.CI.: A01G 1/00 (30) Prioridade Unionista: 13/06/2007 JP 2007-155859 (73) Titular(es): NIPPON PAPER INDUSTRIES CO., LTD.

(72) Inventor(es): HIROSHI TACHIKAWA; CHIKAHIRO MIYAKE

Relatório Descritivo da Patente de Invenção para MÉTODO DE PRODUÇÃO DE ESTACAS ENRAIZADAS DE ÁRVORES DA FAMÍLIA PINACEAE.

Campo Técnico

A presente invenção refere-se a uma técnica para a produção em massa de estacas enraizadas de árvores da família Pinaceae em escala comercial por meio de estaquia.

Antecedente da Técnica

As árvores da família Pinaceae estão entre os tipos de árvore mais amplamente cultivados em todo o mundo. No Japão, as árvores da família Pinaceae são utilizadas na indústria e as florestas de Pinus densiflora nas áreas de mata virgem, as florestas de Pinus thunbergii ao longo da costa e as similares constituem uma paisagem que representa o Japão.

Embora se tratem de plantas que têm sido amplamente cultivadas, a enxertia é o principal método de cultivo nutritivo de pinheiros, não tendo sido adotado nenhum método de estaquia em geral.

Na produção de árvores da família Pinaceae por enxertia, há um método conhecido no qual se utiliza uma citocinina - um dos reguladores do crescimento vegetal que atua sobre a promoção da formação da divisão celular nos brotos - para colher de forma eficaz as plantas explantadas. Assim, conforme mostrado na figura I, as árvores da família Pinaceae têm ramos curtos de 2 a 3 cm de comprimento chamados brotos curtos na base das folhas aciculadas, o topo da folha curta possui um broto apical que serve de base para os botões na área correspondente à base da folha em agulha e, habitualmente, embora o broto apical do broto curto esteja em um estado de dormência, faz-se com que a citocinina atue sobre ele no método acima por meio do qual um broto é induzido a partir do broto apical do broto curto e utilizado na brotação (Documento Não Patente 1).

Por outro lado, em se tratando de um método para produção de pinheiros por estaquia, já foram conduzidas várias pesquisas utilizando ramos atuais, os quais são acreditados por serem comumente adequados para estaquia, porém ainda não se conhece nenhum método para produção de estacas enraizadas que possa ser realizado em uma escala prática. As principais razões para isto seriam as três a seguir:

Razão 1 - conforme a idade das árvores da família Pinaceae aumenta, a taxa de enraizamento decresce significativamente mesmo no caso de uma estaca obtida a partir de um ramo atual.

Razão 2 - no caso de uma estaca preparada a partir de um ramo atual de uma árvore jovem, embora seja esperada certa taxa de enraizamento, os números de ramos atuais são baixos devido ao pequeno tamanho da árvore, não se podendo coletar um número suficiente de estacas.

Por exemplo, nas ramificações da P. densiflora e da P. thunbergii, duas árvores da família Pinaceae, crescem apenas em torno de 5 botões laterais de forma axial ao redor do botão novo uma vez por ano em estado natural e, portanto, o número de ramos atuais que podem ser colhidos como estacas é limitado e, no caso de árvores jovens com de 3 a 5 anos, as esta15 cas podem ser colhidas em números pequenos de em torno de 20 a 40.

Razão 3 - mesmo quando são utilizados como estacas de ramos atuais de árvores jovens, ainda assim se faz necessário um período de até 3 a 6 meses para o enraizamento.

Desta forma, embora haja árvores da família Pinaceae no Japão com características úteis como resistência contra a doença do pinheiro, a qual se alastra rapidamente no Japão, não se desenvolveu nenhum método eficaz de produção por estaquia, de forma que o suprimento de mudas depende meramente das mudas por enxertia ou de mudas de fato provenientes de sementes. Contudo, em um método para produção de mudas por meio de enxertia, as etapas do processo são complicadas, precisando-se de perícia para executá-las, enquanto no caso das mudas de fato nem sempre é possível manter as boas características das plantas originais. Desta forma, é difícil produzir em massa mudas de qualidade uniforme equipadas com as características úteis citadas acima em um organograma em uma escala prática.

A presente requerente já relatou um método para produção de estacas enraizadas através da utilização de um método de cultivo fotoautotrófico como método de produção de estacas enraizadas de árvores de difícil enraizamento (Documento de Patente 1), porém, mesmo através deste método, é difícil de se produzir estacas de árvores da família Pinaceae em uma escala prática.

Documento de Patente 1: JP-A-2001-186814

Documento Não Patente 1: Wakushima e Yoshioka, Studies on Growth of Pinus densiflora Resistant to Pine Wood Nematode - Influence of Period and Frequency of Treatment with Spraying of BAP, Hiroshima-ken Ringyo Shikenjo Research Report, vol. 27, páginas 95 a 100 (1993)

Descrição da Invenção

Problemas a Serem Solucionados pela Invenção

A presente invenção foi conduzida tendo como contexto as condições citadas acima e seu objetivo é prover um método para produção de estacas enraizadas que possa ser aplicado às árvores da família Pinaceae as quais são consideradas de difícil cultivo por estaquia.

Um outro objetivo da presente invenção é prover um método para produção de estacas enraizadas em quantidades em uma escala prática em árvores da família Pinaceae, ou seja, estacas enraizadas em quantidades suficientes para utilização em processos de reflorestamento e no plantio de árvores em um dado tempo.

Meios para Solução dos Problemas

Como resultado de estudos intensivos, a presente invenção constatou que os objetivos acima podem ser alcançados através do cultivo fotoautotrófico de brotos curtos de árvores da família Pinaceae nos quais se induz uma folha escamada e/ou uma folha primária pela aplicação de citocinina na parte externa dos mesmos, alcançando-se, desta forma, a presente invenção.

Assim, a presente invenção se refere a (1) a (4) a seguir.

(1) um método para produção de estacas enraizadas de árvores da família Pinaceae, envolvendo as etapas A e B a seguir.

A: a aplicação de uma citocinica na parte externa de um broto apical de um broto curto de uma árvore da família Pinaceae para assim induzir uma nova folha escamada e/ou folha primária;

Β: ο corte do broto curto no qual uma nova folha escamada e/ou uma folha primária é induzida na etapa A e a inserção do broto curto como estaca em um leito de enraizamento umedecido com um meio líquido livre de fontes de carbono contendo nitrogênio, fósforo e potássio como elementos essenciais, seguida do cultivo em um vaso de cultivo enquanto se regula a concentração o gás CO2 no vaso a uma umidade de 80% para assim enraizar a estaca.

(2) O método de acordo com (1), no qual a etapa A e/ou B é realizada sob condições não estéreis.

(3) O método de acordo com (1) ou (2), no qual a etapa B é realizada enquanto se regula a concentração do gás CO₂ no vaso de cultivo a de 300 a 1500 ppm.

(4) O método de acordo com qualquer um dos itens (1) a (3), no qual a árvore da família Pinaceae é uma árvore do gênero Pinus.

Efeito da Invenção

De acordo com a invenção conforme descrita acima em (1), um broto curto de uma árvore da família Pinaceae no qual se induz uma nova folha escamada e/ou folha primária através da aplicação de uma citocinina na parte externa do mesmo é utilizado como estaca e, desta forma podem ser colhidas grandes quantidades de estacas mesmo em se tratando de árvores jovens de tamanho pequeno. Mais além, as estacas resultantes então obtidas são cultivadas em um vaso de cultivo sob condições de umidade elevada ao passo que se provêem os nutrientes necessários para o crescimento das plantas e se regula a concentração de CO2, promovendo-se, portanto, o enraizamento das estacas em árvores da família Pinaceae consideradas de difícil enraizamento e obtendo-se uma taxa de enraizamento bastante melhorada. Consequentemente, de acordo com a invenção conforme descrita acima em (1), oferece-se não somente um método para produção de estacas enraizadas que pode ser aplicado a árvores da família Pinaceae consideradas de difícil cultivo por meio de estaquia, mas também um método para produção de estacas enraizadas em quantidades adequadas a uma escala prática nas árvores da família Pinaceae, ou seja, estacas enraizadas em quantidades que podem ser utilizadas para reflorestamento e plantio de árvores em um dado momento.

De acordo com a invenção conforme descrita acima em (2), não se fazem necessários equipamento esterilizado ou operação de esterilização para colocação da invenção em prática, podendo-se, portanto, prover um método para produção de estacas enraizadas de árvores da família Pinaceae a um custo mais baixo e de maneira mais fácil.

De acordo com a invenção conforme descrita acima em (3), a concentração de gás CO₂ no vaso de cultivo pode ser mantida dentro de uma faixa ótima para o cultivo fotoautotrófico, o enraizamento das estacas pode ser promovido de forma mais garantida e a taxa de enraizamento das mesmas é bastante melhorada, podendo-se, portanto, prover um método para produção de estacas enraizadas de árvores da família Pinaceae mais adequado para produção em massa.

De acordo com a invenção conforme descrita acima em (4), uma vez que o Pinus densiflora, o Pinus thunbergii e similares representantes da família Pinaceae no Japão pertencem ao gênero Pinus da família das Pinaceae, é provido um método para produção de estacas enraizadas de uma árvore da família Pinaceae da qual se espera uma grande contribuição para sociedade.

Descrição Breve dos Desenhos

A figura 1 é um desenho que mostra a relação das posições dos sítios de ramos e folhas nas árvores da família Pinaceae e seus nomes.

A figura 2 é um desenho que mostra as alterações no broto apical de um broto curto e arredores do mesmo através da aplicação de citocinina na parte externa do mesmo.

A figura 3 é um desenho que mostra um método convencional para o preparo de estacas.

Descrição dos Números de Referência:

1: broto longo

2: folha aciculada

3: broto apical de broto curto

4: broto curto

5: botão terminal desenvolvido a partir do broto apical do broto curto

6: folha escamada ou folha primária recentemente diferenciada e desenvolvida

Melhor Modo para Executar a Invenção

Abaixo, a presente invenção é descrita de forma mais profunda.

A presente invenção pode ser aplicada às árvores da família Pinaceae. Com relação à árvore mãe da qual são colhidas as estacas, não há limitações quanto ao tamanho e à idade da árvore, contanto que ela esteja em um estado saudável. Embora também não haja limitações acerca do tempo para coleta, para o preparo de estacas mais adequadas ao enraizamento através da aplicação externa de citocininas conforme descrito, prefere-se que ocorra após o período de adição das citocininas de forma que o período de coleta das estacas seja quase idêntico a período de crescimento ativo da árvore mãe em um ano. Deste ponto de vista, em se tratando do Pinus densiflora, por exemplo, o período compreendido entre o fim do outono, quando o período de crescimento está quase chegando ao fim, e o início da primavera, quando se inicia o período de crescimento do próximo ano, não é preferido como período para coleta das estacas.

Com relação à citocinina adicionada ao broto apical do broto curto da árvore mãe, pode-se utilizar as citocininas já conhecidas tais como a zeatina, a benzilaminopurina (BAP) e a cinetina, tanto isoladamente como em combinações de duas ou mais das mesmas. Também podem ser adicionadas auxinas tais como o ácido indolacético (IAA), o ácido indolbutírico (IBA) e o ácido naftalenoacético (NAA), tanto isoladamente como em combinações de duas ou mais das mesmas, em conjunto com as citocininas acima.

As citocininas mencionadas acima, isto é, as citocininas ou as citocininas e as auxinas são diluídas até uma concentração predeterminada utilizando-se um meio adequado, e então aplicadas externamente de forma que adiram diretamente ao broto apical localizado no mínimo na extremidade superior do broto curto da árvore mãe da qual as estacas são colhidas (cf. figura 1). Os exemplos de meio de diluição incluem água, lipídeos, pós finos minerais e similares.

Por exemplo, quando se utiliza a água como meio, as citocininas acima são dissolvidas e podem ser aplicadas externamente na forma de uma solução aquosa. Já quando se utiliza um lipídeo como meio, as citocininas acima são primeiramente dissolvidas em água e então suspensas de forma uniforme no lipídeo o qual é um meio utilizando um emulsificante ou um tensoativo, ou então não é dissolvida em água, sendo o pó misturado ou suspenso de forma uniforme no lipídeo e a suspensão resultante ou a mistura líquida pode ser aplicada externamente. Quando são utilizados pós como pó mineral fino como meio, as citocininas ou similares são misturadas de forma uniforme ao pó, podendo então ser aplicadas externamente. Embora a concentração de citocininas no meio (quando são utilizados dois ou mais solutos, a concentração é calculada com base na quantidade total de citocininas combinadas) dependa do tipo de citocinina utilizado, comumente se prefere que fique na faixa de 10 a 1.000 mg por litro de meio ou de 10 a 1.000 mg por kg de meio. No caso da aplicação externa, caso necessário, é possível utilizar outros componentes tais como um espalhador através da adição ao meio em conjunto com as citocininas, emulsificante e tensoativo.

A aplicação externa pode ser executada de tal maneira que, no caso de uma solução aquosa ou de uma suspensão onde tenha sido utilizado um lipídeo altamente fluido como meio, uma suspensão ou solução aquosa na qual estejam dissolvidas as citocininas acima ou similares seja pulverizada com um pulverizador ou borrifada com um regador ou que o broto curto a ser colhido como estaca seja mergulhado nesta suspensão ou solução aquosa. No caso de uma mistura líquida na qual se tenha utilizado um lipídeo pouco fluido como meio, a adição pode ser executada de tal maneira que as citocininas ou similares sejam misturadas de forma uniforme utilizando um dispositivo adequado tal como um pincel de escrita, uma seringa ou um injetor de graxa. Quando se utiliza um pó como meio, a adição pode ser executada de tal maneira que as citocininas ou similares sejam misturadas de forma uniforme e aplicadas sobre o broto curto a ser colhido como estaca.

Não há nenhuma limitação em particular à frequência da aplicação externa. Quando as citocininas são aplicadas nas concentrações acima na parte externa de um broto apical de um broto curto de uma árvore Pinaceae com uma frequência de em torno de duas vezes por semana pode-se obter como resultado o estado adequado às estacas da presente invenção, porém, quando as estacas devem ser colhidas de uma árvore mãe cultivada ao ar livre, as citocininas aplicadas na parte externa do broto apical do broto curto são expostas à chuva, ventos fortes e similares, sendo removidas. Portanto, dependendo das condições climáticas, a frequência das aplicações para se obter o efeito desejado pode variar.

No broto apical do broto curto no qual as citocininas são aplicadas externamente conforme descrito acima, a dormência é quebrada habitualmente de duas a três semanas do início das aplicações, o broto apical se torna gradualmente mais gordo para desenvolver um botão terminal, e uma folha escamada e/ou folha primária é diferenciada na base do botão terminal ou na parte superior do broto curto (cf. figura 2). Desta forma, na presente invenção, o broto curto onde se induz a diferenciação da folha escamada e/ou folha primária é cortado do broto longo na base do mesmo, cultivandose a estaca fotoautotroficamente.

Nesta ocasião, a fim de se obter uma taxa de enraizamento elevada pelo cultivo fotoautotrófico, prefere-se utilizar a estaca na qual cresce a folha escamada e/ou folha primária de cor verde em um comprimento de em torno de 2 a 10 mm e a folha crescida e em forma de agulha como tal (também podendo ser referida daqui em diante como folha aciculada) é desenvolvida até um ponto em que toque a folha aciculada adjacente. Na estaca em tal estado, o comprimento entre a base do broto curto e a terminação frontal do broto apical é de apenas 1 cm e, comparado ao comprimento nas estacas utilizadas no método de estaquia convencional, este é significativamente pequeno, porém, na presente invenção, pode ser utilizado sem problemas, podendo inclusive alcançar uma taxa de enraizamento elevada conforme descrito acima.

A estaca colhida conforme descrito acima é inserida em um leito de enraizamento com um meio líquido, seguindo-se o cultivo fotoautotrófico. Mais especifícamente, ela é inserida em um leito de enraizamento encharcado com um meio líquido livre de fontes de carbono, contendo nitrogênio, fósforo e potássio como elementos essenciais, seguindo-se então o cultivo fotoautotrófico a uma umidade de 80% ou mais ao passo que a concentração de gás CO₂ é regulada no vaso de cultivo.

Na presente invenção, nitrogênio, fósforo e potássio são elementos essenciais do meio líquido. Como meio líquido pode-se utilizar um composto fertilizante para jardinagem doméstica comercialmente disponível ou um meio líquido publicamente conhecido para cultivo de plantas sem modificações ou após ser apropriadamente diluído. Por exemplo, como composto fertilizante para jardinagem doméstica, uma solução preparada através da diluição do Hyponex Liquid 5-10-5 (Marca Registrada) (fabricado pela Hyponex do Japão) contendo nitrogênio, fósforo e potássio como componentes principais em 250 a 500 vezes, enquanto, como meio líquido para cultivo de plantas, umas solução preparada através da diluição do meio Gamborg’s B5 ou de um meio Murashige-Skoog (Murashige and Skoog, Physiol. Plant, 15:473 (1962); referido daqui em diante por meio MS) em de 4 a 16 vezes é utilizada como meio líquido com uma multiplicidade de usos.

Além de conterem nitrogênio, fósforo e potássio, os meios de cultura conhecidos para cultivo de tecidos vegetais, incluindo o meio MS citado acima, podem conter ainda elementos importantes como hidrogênio, carbono, oxigênio, enxofre, cálcio e magnésio; e elementos menores tais como ferro, manganês, cobre, zinco, molibdênio, boro e clorina; sais inorgânicos; e vitaminas tais como a tiamina, a piridoxina, a o ácido nicotínico e similares. Desta forma, no meio líquido da presente invenção, estes elementos podem ser contidos na forma de sais inorgânicos ou vitaminas, em adição ao nitrogênio, fósforo e potássio.

Podem também ser acrescentados reguladores do crescimento vegetal ao meio líquido usado na presente invenção. Por exemplo, auxinas tais como a IAA, IBA e NAA, as quais promovem a geração de raízes adven10 tícias a partir de tecidos vegetais, podem ser adicionadas em quantidades de 0,1 a 10 mg/litro isoladamente ou em combinações de duas ou mais das mesmas ao meio líquido da presente invenção para assim promover o enraizamento da estaca, ou seja, a formação de uma estaca enraizada.

Por outro lado, o meio líquido da presente invenção é livre de fontes de carbono como a sacarose. Uma fonte de carbono é uma fonte de energia comum a muitos organismos vivos, porém, na presente invenção, as árvores da família Pinaceae cultivadas ao ar livre, em estufas ou similares são utilizadas como árvores mãe e as estacas também são conduzidas de tal forma que um broto curto, no qual se induz em condições não estéreis uma folha escamada e/ou folha primária, é cultivado a uma umidade de 80% ou mais sem qualquer operação de esterilização. Desta forma, caso seja utilizado um meio contendo uma fonte de carbono, as várias bactérias aderidas à estaca ou aquelas presentes no ambiente de incubação crescem usando a tal fonte de carbono no meio como nutriente resultando na destruição da estaca ou da muda originada da mesma.

Como leito de enraizamento no qual se insere a estaca, pode-se utilizar um que possa ser umedecido de forma uniforme com um meio líquido e que possa reter o estado inserido quando uma estaca é nele inserida. Por exemplo, pode-se colocar no vaso de cultivo e utilizar como leito de enraizamento solos naturais como areia e akadamatsuchi, solos artificiais como a vermiculita, a pearlita e contas de vidro ou um produto moldado poroso tal como a resina de fenol espumada e a lã de rocha.

Uma vez que a estaca a qual nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio são adicionados a partir do meio líquido em conformidade com a presente invenção realiza ativamente a fotossíntese, é necessário que a concentração de gás CO2 da mesma seja regulada artificialmente. Assim, uma vez que a concentração de gás CO₂ no vaso de cultivo é reduzida devido a fotossínte ativa pelas estacas, é preciso compensar isto artificialmente. Em ordem de promover a ávida condução da fotossíntese pelas estacas no vaso de cultivo de forma a melhorar a taxa de enraizamento das mesmas, a concentração de CO₂ é preferencialmente regulada para de 300 a 1.500 ppm. Quando a concentração de CO₂ é inferior a 300 ppm não se pode esperar nenhuma melhora com relação à habilidade fotossintética e à taxa de enraizamento, ao passo que, quando a concentração de gás CO₂ no vaso de cultura é elevada para mais de 1.500 ppm, a habilidade fotossintética e a taxa de enraizamento não apresentam melhoras correspondentes a tais concentrações de gás CO₂. A concentração de gás CO₂ pode ser regulada para cada vaso, porém é mais fácil e menos dispendioso que a concentração de gás CO₂ no ambiente propriamente dito onde está o vaso de cultivo seja regulada por meio do que a concentração no interior do vaso de cultivo é regulada para o valor predeterminado de gás CO₂. Nesta ocasião, conforme descrito abaixo, pode-se utilizar um vaso de cultivo no qual sua tampa seja deixada aberta como é ou na qual se posicione uma película permeável ao gás.

Na presente invenção, a umidade no vaso de cultivo pode ser facilmente ajustada para 80% ou mais. A razão é que, conforme descrito acima, uma vez que se utiliza um leito de enraizamento encharcado com um meio líquido, a área interna do vaso de cultivo pode se tornar altamente úmida e, por exemplo, quando se utiliza um frasco de boca larga ou similar onde uma abertura esteja em posição superior a da muda para estaca produzida neste vaso de cultivo, o ambiente no vaso de cultivo é naturalmente mantido a uma umidade de 80% ou mais durante o período até a formação saudável da muda a partir da estaca. Mais além, não apenas em um recipiente como este, mas também em recipientes de vários formatos, o ambiente no vaso de cultivo pode ser mantido a uma umidade de 80% ou mais quando o tamanho e a posição de uma abertura no recipiente são otimizados. Desta forma, na presente invenção, podem ser selecionados recipientes de vários formatos como vasos de cultivo desde que se leve em consideração sua funcionabilidade e similares. Em vista de manter o ambiente no vaso de cultivo a uma umidade elevada, prefere-se acima de tudo o uso de um recipiente bem fechado e, mesmo em tal situação, o gás CO₂ deve ser provido no caso de cultivo. Pode-se adotar, por exemplo, um método no qual a abertura de um recipiente esteja coberta com uma película permeável ao gás CO₂ ou um método no qual uma parte ou toda a área do recipiente seja preparada com uma película ou uma folha permeável ao gás CO₂ para tal objetivo.

No método para produção de estacas enraizadas em conformidade com a presente invenção, não há limitações em particular quanto a outras condições como temperatura ou intensidade da luz para incubação das estacas. Condições nas quais a temperatura esteja entre 20 e 30°C e a intensidade da luz entre 40 e 100 pmol/m²/segundo são preferidas para a fotossíntes nas árvores da família Pinaceae. Na presente invenção, também é possível delimitar um período de claridade na qual o cultivo é conduzido pela irradiação de luz e um período de escuridão no qual o cultivo é conduzido na escuridão, executando o cultivo através da repetição alternada dos períodos de claridade e escuridão. Naquele caso, uma vez que a fotossíntese ocorre apenas durante o período de claridade, a concentração do gás CO₂ pode ser regulada somente durante o período de claridade.

Além disto, uma vez que, conforme descrito acima, na presente invenção o meio não contém nenhuma fonte de carbono como a sacarose, a estaca é cultivada em condições não estéreis para assim produzir uma estaca enraizada. Contudo, em ordem de tornar absolutamente garantida a produção de mudas mais saudáveis, prefere-se que o vaso de cultivo, o meio líquido e o leito de enraizamento sejam previamente sujeitos a um tratamento como o de esterilização a seco ou esterilização por autoclave antes da inserção das estacas.

A estaca enraizada de uma árvore da família Pinaceae produzida conforme a presente invenção pode ser retirada do vaso de cultivo imediatamente após o enraizamento, transplantada para um recipiente para o crescimento da muda. Com relação ao solo no transplante para o recipiente para crescimento das mudas e às condições de temperatura e intensidade luminosa para crescimento das mudas, podem ser adotados aqules apropriados ao cultivo de árvores da família Pinaceae. Como resultado de tal processo de cultivo, pode-se obter mudas utilizáveis para objetivos predeterminados tais como reflorestamento.

Exemplos

A presente invenção é descrita abaixo baseada em Exemplos; contudo, a presente invenção não se limita a eles.

Exemplo 1

A parte epígea de um Pinus densiflora de 3 anos obtido por germinação natural e cultivado em uma estufa foi borrifada em sua integridade com uma solução aquosa de BAP diluída a 250 mg/litro duas vezes por semana por um total de 15 vezes usando um pulverizador comercialmente disponível, sobre ela foi aplicado externamente BAP no broto apical dos brotos curtos da mesma.

Após o início do tratamento de aplicação externa do BAP, folhas escamadas e/ou folhas primárias verdes nas quais se induziu a diferenciação a partir da parte superior dos brotos curtos, crescendo botões terminais e desenvolvendo folhas aciculadas e, desta forma, os brotos curto desenvolvidos até o ponto em que tais folhas aciculadas encostavam umas nas outras foram cortados da base para preparação das estacas. Mais além, as folhas aciculadas já disponíveis (as quais já eram presentes antes da aplicação do BAP) dos brotos curtos foram cortadas a aproximadamente 3 cm para se preparar as estacas. Enquanto isto, nesta ocasião, novas folhas aciculadas cresceram a ponto de serem utilizadas como estacas, sendo as folhas desenvolvidas 461 no total (Tabela 1). Assim, em conformidade com a presente invenção, puderam ser colhidas até 461 estacas da Pinus densiflora mencionada acima.

Por outro lado, no que tange aos vasos de cultivo, foram abertos furos de 1 cm de diâmetro em dois lugares da superfície superior de um recipiente feito de policarbonato com um tamanho de 11 cm de comprimento x 11 cm de largura x 11 cm de altura e as aberturas foram cobertas com uma membrana (Milliseal fabricada pela Nippon Millipore) permeável ao gás CO₂. Já no que tange os leitos de enraizamento, foram utilizadas partículas finas de Akadamatsuchi as quais constituem um solo comumente utilizado para jardinagem regado com 100 ml de meio Gamborg’s B5 diluído 5 vezes.

Foram produzidas estacas enrtaizadas de uma maneira tal que as estacas preparadas conforme acima foram inseridas neste leito de enrai14 zamento em 9 estacas para cadaleito de enraizamento, ajustando-se então a concentração de gás CO2 em cada vaso de cultivo para 1.500 ppm, seguindo-se 0 cultivo sob condições tais que a temperatura esteve entre 25 e 28°C e a intensidade luminosa entre 80 pmol/m²/segundo, o período de claridade foi de 16 horas e o de escuridão de 8 horas. A concentração de gás CO2 nos vasos de cultivo foi ajustada através do ajuste da concentração de gás CO₂no ambiente onde estavam os vasos de cultivo.

A taxa de enraizamento de 100 estacas preparadas e cultivadas desta forma foi de 33,5% (Tabela 1)

Exemplo Comparativo 1

Utilizou-se uma Pinus densiflora crescida ao ar livre a qual se presumia ter de 15 a 20 anos de idade para se colher e preparar estacas por um método convencinal. Assim sendo, conforme apresentado na figura 3, foram cortados brotos longos crescidos de ramos atuais da Pinus densiflora mencionada acima a uma altura de em torno de 4 cm do broto apical, sendo utilizado como estacas o produto onde as folhas aciculadas foram removidas até o ponto médio a partir da terminação do corte. As estacas preparadas desta forma foram cultivadas da mesma maneira que aquelas no Exemplo 1, porém, dentre as 100 estacas, nenhuma gerou raízes e a taxa de enraizamento foi 0 % (Tabela 1).

Exemplo Comparativo 2

As estacas foram cultivadas da mesma maneira que aquelas no Exemplo 1, exceto que a concentração de gás CO2 no vaso de cultivo não foi ajustada de nenhuma forma, produzindo uma taxa de enraizamento de 0,6% dentre as 100 estacas cultivadas (Tabela 1).

Exemplo Comparativo 3

Brotos curtos de uma pinus densiflora obtida por germinação natural e cultivada em uma estufa foram cortados da base sem a aplicação de citocininas e então as folhas aciculadas em tais brotos curtos foram cortadas a meos de em torno de 3 cm para preparar as estacas. As estacas preparadas assim foram cultivadas da mesma maneira que no Exemplo 1, porém, dentre 100 estacas, nenhuma gerou raízes, obtendo-se uma taxa de enraizamento de 0% (Tabela 1).

Exemplo Comparativo 4

Utilizou-se uma Pinus densiflora de três anos de idade obtida por germinação natural e cultivada em uma estufa da qual foram colhidas e preparadas as estacas de maneira convencional. Assim, foram cortados brotos longos crescidos no ramo atual da Pinus densiflora acima a uma altura de em torno de 4 cm do broto apical, sendo utilizado como estacas o produto onde as folhas aciculadas foram removidas até o ponto médio da terminação do corte. Nesta ocasião, os brotos longos crescidos a partir do ramo atual e utilizados como estacas totalizaram 21 (Tabela 1). Assim sendo, só puderam ser colhidas no máximo 21 estacas apenas desta P. densiflora.

Quando as estacas assim preparadas foram cultivadas da mesma maneira que no Exemplo 1, a taxa de enraizamento foi de 16,7% dentre 100 estacas cultivadas.

Tabela 1: Efeito da Invenção na P. densiflora

	Número máximo de estacas que se pode colher	Taxa de enraizamento
Exemplo 1	461	33,5
Exemplo Comparativo 1	-	0,0
Exemplo Comparativo 2	-	0,6
Exemplo Comparativo 3	-	0,0
Exemplo Comparativo 4	21	16,7

A partir da Tabela 1 fica aparente que, de acordo com a presente invenção, se promove o enraizamento das estacas de árvores da família Pinaceae e que a taxa de enraizamento é melhorada até em torno de duas vezes. Além disto, quando se fez uma comparação utilizando-se árvores mãe de mesma idade, as estacas que puderam ser colhidas em conformidade com a presente invenção corresponderam a mais de 20 vezes aquelas colhidas de acordo com o método convencional.

Ao passo que a invenção foi descrita em detalhes e com referência a apresentações específicas da mesma, ficará aparente para aqueles versados na técnica que são possíveis várias alterações e modificações na mesma sem se fugir ao escopo e espírito da mesma.

Este pedido de patente é baseado no pedido de patente japonesa N° 2007-155859 registrado em 13 de junho de 2007, cujo conteúdo completo é aqui incorporado por referência. Todas as referências citadas aqui são incorporadas em sua totalidade.

Aplicabilidade Industrial

De acordo com a presente invenção, é oferecido um método para se produzir estacas enraizadas que pode ser aplicado com árvores da família Pinaceae consideradas de difícil cultivo por meio de estaquia. Também se provê um método para produção de estacas enraizadas em quanti10 dades de uma escala prática em árvores da família Pinaceae, ou seja, estacas enraizadas em quantidades que podem ser utilizadas para reflorestamento e cultivo de árvores de uma vez.

Claims

REIVINDICAÇÕES

1. Método de produção de estacas enraizadas de árvores da família Pinaceae, envolvendo as seguintes etapas

A: aplicação de um citocinina externamente em um broto apical 5 de um broto curto (3) de uma árvore da família Pinaceae para assim obter um broto curto onde a diferenciação de folha escamada e/ou folha primária (6) é induzida;

B: corte do broto curto (4) no qual se induziu uma nova folha escamada e/ou primária na etapa A e inserção do broto curto como estaca

10 em um leito de enraizamento encharcado com um meio líquido livre de fontes de carbono que contenha nitrogênio, fósforo e potássio como elementos essenciais, caracterizado pelo fato de que é seguido do cultivo em um vaso de cultivo conforme se regula a concentração de gás CO2 no vaso de cultivo a uma umidade de 80% ou mais para então obter uma

15 estaca enraizada.
2. Método de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a etapa A e/ou a etapa B seja executada em condições não estéreis.
3. Método de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado 20 pelo fato de que a etapa B seja executada enquanto se regula a concentração de gás CO2 no vaso de cultivo em de 300 a 1.500 ppm.
4. Método de acordo com a reivindicação 1 ou 2 ou 3, caracterizado pelo fato de que a árvore da família Pinaceae seja uma árvore do gênero Pinus.

Petição 870170053572, de 28/07/2017, pág. 6/9

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