“COMPOSIÇÃO DE VIDRO DESTINADA À FABRICAÇÃO DE VIDRAÇAS, FOLHA DE VIDRO, E, VIDRAÇA” [0001] A invenção se refere a uma composição de vidro de tipo sílico-sodo-cálcico que absorve as radiações infravermelhas e ultravioletas. Mais precisamente, a invenção se refere a uma composição de vidro para a realização de vidros planos por flutuação em um banho de metal fundido tal como o estanho (processo “float”), esses vidros planos sendo destinados notadamente, mas não exclusivamente, a formar para-brisas e vidraças laterais situados na dianteira de um veículo.
[0002] As vidraças automobilísticas são submetidas a exigências muito estritas. Em matéria de propriedades ópticas, essas exigências são às vezes regidas por via de regulamentação, por exemplo, quando se trata da transmissão luminosa de um para-brisa. Assim, uma vidraça destinada à realização de um para-brisa deve apresentar um fator de transmissão luminosa global sob iluminante A (TLa) pelo menos igual a 75%. As vidraças destinadas à realização das laterais dianteiras devem apresentar, nas mesmas condições, um fator TLA pelo menos igual a 70%. A transmissão energética das vidraças é com frequência reduzida para melhorar o conforto térmico do usuário ou para diminuir a emissão de gases nocivos para o meio ambiente, graças à redução do consumo dos veículos que são equipados de climatizadores. Para evitar a degradação das guarnições interiores, os construtores automobilísticos pedem que as vidraças apresentem também uma baixa transmissão das radiações ultravioletas. As vidraças que têm a faculdade de absorver ao mesmo tempo nas partes do espectro luminoso que correspondem aos infravermelhos e aos ultravioletas satisfazem, portanto, a essas exigências.
[0003] Essas vidraças são correntemente fabricadas pelo processo “Float” que compreende a fusão das matérias vitrificáveis e a flutuação do vidro em fusão em um banho de metal fundido, em geral o estanho, para formar uma fita de vidro. Essa fita é em seguida recortada em folhas que podem subsequentemente ser recurvadas ou sofrer um tratamento de reforço de suas propriedades mecânicas, por exemplo, uma têmpera térmica ou química.
[0004] As composições que convêm à produção do vidro flutuante são geralmente compostas por uma matriz vítrea do tipo sílico-sodo-cálcica, e compreendem frequentemente agentes que absorvem em certas regiões do espectro óptico (agentes corantes e/ou que absorvem a radiação infravermelha e/ou ultravioleta).
[0005] A matriz sílico-sodo-cálcica utilizada tradicionalmente para esse tipo de vidro compreende os seguintes constituintes (em porcentagens mássicas): Si02 60 a 75% AI2O3 0 a 5% BaO 0 a 5% CaO 5 a 16% MgO 0 a 10% Na20 10 a 20% K20 0 a 10% [0006] O agente absorvente óptico mais corrente é 0 ferro, presente no vidro ao mesmo tempo sob a forma de íon férrico, que absorve a radiação ultravioleta, e sob a forma de íon ferroso, que absorve principalmente a radiação infravermelha. Os vidros que contêm unicamente ferro como agente absorvente óptico apresentam habitualmente uma coloração verde devida à presença das duas formas iônicas precitadas: um controle preciso das quantidades relativas em ferro férrico e em ferro ferroso (e, portanto, “redox”, definido como a quantidade mássica de ferro ferroso expressa em FeO relacionada com a quantidade mássica de ferro total expressa em Fe2Ü3) permite atingir a coloração e os desempenhos ópticos desejados.
[0007] Revelou-se, entretanto, que a proteção contra as radiações ultravioleta assegurada pelo óxido de ferro sozinho pode se verificar insuficiente. Para corrigir esse inconveniente, foi proposto, adicionar à matriz vítrea, agentes que absorvem especificamente no UV, tais como 0 óxido de cério (CeÜ2) ou o óxido de titânio (Ti02).
[0008] Assim, em WO-A-91/07356, são propostos vidros sílico-sodo-cálcicos de 3 a 5 mm de espessura dos quais as propriedades de transmissão infravermelha e ultravioleta são obtidas graças à adição de 0,7 a 1,25% de óxido de ferro associando um valor de redox de 0,23 a 0,29, de CeC>2 e, opcionalmente, T1O2. Os vidros descritos são constituídos por uma matriz sílico-sodo-cálcica tradicional que compreende óxido de magnésio em uma quantidade superior a 3%.
[0009] Em EP-A-469 446, também são descritos vidros de matriz sílico-sodo-cálcica padrão. Suas propriedades ópticas são obtidas graças a vidros de redox inferior a 0,275, de teor total em óxido de ferro superior a 0,85% e com um teor limitado em Ce02, inferior a 0,5%. Os vidros descritos são vidros ricos em óxido de ferro e oxidados, portanto econômicos, pois explorando ao máximo a capacidade de absorção dos raios ultravioletas pelo ferro férrico a fim de adicionar uma quantidade mínima em Ce02- Um inconveniente dos vidros oxidados reside, no entanto, em sua menor absorção no infravermelho, essa última sendo assegurada pelo íon ferroso.
[0010] WO-A-94/14716 descreve vidros cuja composição da matriz é modificada a fim de conferir aos mesmos uma maior absorção no infravermelho e uma menor absorção no visível, portanto uma seletividade no infravermelho (quer dizer a relação da transmissão luminosa sobre a transmissão energética) aumentada. Uma característica essencial dessas matrizes é sua pouca quantidade de MgO (de 0 a 2%). Os vidros descritos possuem um redox compreendido entre 0,28 e 0,30 e apresentam para alguns deles boas propriedades de absorção da radiação ultravioleta graças à adição de óxido de cério.
[0011] A patente US 6,133,179 descreve 0 uso de óxido de tungstênio W03 em vidros de diferentes matrizes, entre as quais a matriz modificada no pedido WO-A-94/14716 mencionado acima, a fim de obter baixos valores de transmissão ultravioleta.
[0012] Os vidros precitados têm como inconveniente maior ter um preço de custo elevado devido ao fato de que eles contêm óxido de cério, eventualmente óxido de titânio e/ou óxido de tungstênio, óxidos esses que são muito onerosos. Ainda que presentes em baixas quantidades, esses óxidos contribuem de fato para aumentar 0 custo do vidro de maneira significativa.
[0013] A presente invenção tem como objetivo fornecer uma composição de vidro de tipo sílico-sodo-cálcico ao mesmo tempo econômica e que permite formar um vidro que possui propriedades de transmissão no visível, no infravermelho e no ultravioleta pelo menos equivalentes àquelas das composições conhecidas utilizáveis como vidraça automobilística, notadamente para-brisa e laterais situadas na dianteira do veículo.
[0014] Um outro objetivo da invenção é propor uma composição de vidro suscetível de ser empregada nas condições do processo “float” que opera por flutuação do vidro em um banho de metal fundido.
[0015] Esses objetivos são atingidos de acordo com a presente invenção pela composição de tipo sílico-sodo-cálcico que compreende os óxidos abaixo, em um teor que varia dentro dos limites ponderais seguintes: Si02 65-80% AI2O3 0-5% B203 0-5% CaO 5-15% MgO 0-2% Na20 9-18% K20 0-10% BaO 0-5% [0016] e os agentes absorventes abaixo em um teor que varia dentro dos limites ponderais seguintes: Fe2Ü3 (ferro total) 0,7 a 1,6% CeÜ2 0,1 a 1,2% Ti02 0 a 1,5% [0017] 0 vidro apresentando um fator redox inferior ou igual a 0,23 e sendo isento de óxido de tungstênio WO3.
[0018] É convindo aqui que a composição de vidro sílico-sodo-cálcico pode compreender, além das impurezas inevitáveis, uma pequena proporção (até 1%) de outros constituintes, por exemplo, agentes que auxiliam para a fusão ou para 0 afinamento do vidro (SO3, Cl, Sb2C>3, AS2O3) ou que provêm de uma adição eventual de vidro calcinado reciclado na mistura vitrificável.
[0019] No contexto da invenção, por “redox” entende-se a relação do teor ponderai do óxido terroso expresso sob a forma de FeO com o teor ponderai em ferro total expresso sob a forma de óxido Fe203.
[0020] Os vidros de acordo com a invenção apresentam uma transmissão luminosa (TI_a) geralmente superior ou igual a 65%, notadamente 70% e uma transmissão energética (TE) inferior ou igual a 46%, mesmo a 44% e mesmo a 43% para uma espessura de 3 a 5 mm. De acordo com a invenção, define-se a transmissão luminosa (TLA) como sendo calculada utilizando-se o iluminante A, a transmissão ultravioleta (TUV) sendo calculada de acordo com a norma ISO 9050, e a transmissão energética (TE) calculada utilizando-se a distribuição espectral solar de Parry Moon (massa de ar = 2).
[0021] A seletividade é definida como sendo a relação da transmissão luminosa (TI_a) sobre a transmissão energética (TE) para uma espessura dada.
[0022] A composição de acordo com a invenção permite obter um vidro que apresenta uma seletividade elevada, o que é especialmente vantajoso quando esse último é destinado a formar vidraças para o automóvel. Um tal vidro permite de fato limitar o aquecimento ligado à radiação solar e aumentar devido a isso o conforto térmico dentro do habitáculo. De preferência, a seletividade do vidro para uma espessura que varia de 3 a 5 mm é igual ou superior a 1,60, e mesmo 1,62, e melhor ainda é superior ou igual a 1,65.
[0023] A composição de acordo com a invenção permite obter um vidro que possui de preferência, para uma espessura que varia de 3 a 5 mm, uma TUV no máximo igual a 14%, notadamente 12% e mesmo a 10%.
[0024] Nos vidros de acordo com a invenção, a sílica Si02 é geralmente mantida dentro de limites muito estreitos pelas seguintes razões: acima de cerca de 80%, a viscosidade do vidro e sua aptidão para a desvitrificação aumentam bastante o que torna mais difícil sua fusão e seu vazamento em um banho de estanho fundido, a abaixo de 65%, a resistência hidrolítica do vidro diminui rapidamente e a transmissão no visível diminui também.
[0025] Os óxidos alcalinos Na20 e K20 facilitam a fusão do vidro e permitem ajustar sua viscosidade às temperaturas elevadas a fim de manter a mesma próxima daquela de um vidro padrão. K20 pode ser utilizado até cerca de 5% pois acima disso se apresenta o problema do custo elevado da composição. Por outro lado, o aumento da porcentagem de K20 só pode ser feito, essencialmente, em detrimento de Na20 o que contribui para aumentar a viscosidade. A soma dos teores em Na20 e K20, expressos em porcentagens ponderais, é de preferência igual ou superior a 10%, e vantajosamente inferior a 20%, notadamente inferior ou igual a 15%, e mesmo a 14%. É revelado de fato que aquém de 15%, os íons férricos tenham um ambiente químico modificado, aumentando sua capacidade para absorver a radiação ultravioleta, o que compensa notadamente a ausência de óxido de tungstênio.
[0026] Os óxidos alcalino-terrosos permitem adaptar a viscosidade do vidro às condições de elaboração do vidro.
[0027] MgO desempenha também um papel especialmente importante nas propriedades de transmissão dos vidros, devido a seu efeito de modificação da forma da faixa de absorção do ferro ferroso. Seu teor deve imperativamente ser inferior ou igual a 2%. De maneira preferida, o teor em MgO dos vidros de acordo com a invenção é inferior ou igual a 1%, ou mesmo inferior ou igual a 0,5%.
[0028] CaO permite diminuir a viscosidade do vidro em alta temperatura e aumentar sua resistência hidrolítica. A compensação da baixa de MgO é feita de preferência no óxido CaO, antes que em Si02 e Na20, respectivamente por razões de viscosidade e de custo. Por essas diferentes razões, o teor em CaO é de preferência superior ou igual a 9%, mais de preferência superior a 10,5%.
[0029] BaO permite aumentar a transmissão luminosa e ele pode ser adicionado na composição de acordo com a invenção em um teor inferior a 5%. BaO tem uma influência muito menor do que MgO e CaO sobre a viscosidade do vidro e o aumento de seu teor é feito essencialmente em detrimento dos óxidos alcalinos, de MgO e sobretudo de CaO. Qualquer aumento grande de BaO contribui portanto para aumentar a viscosidade do vidro, notadamente nas baixas temperaturas. De maneira preferida, os vidros de acordo com a invenção são isentos de BaO.
[0030] Além do respeito dos limites definidos precedentemente para a variação do teor de cada óxido alcalino-terroso, é preferível para obter as propriedades de transmissão procuradas, limitar a soma das porcentagens ponderais de MgO, CaO e BaO a um valor igual ou inferior a 15%.
[0031] A utilização dos agentes absorventes dentro dos limites da invenção permite ajustar do melhor modo possível as propriedades ópticas do vidro e conferir os desempenhos procurados.
[0032] Como indicado precedentemente, o óxido de ferro está presente sob a forma de íons férrico e ferroso. Os íons férricos absorvem no ultravioleta e conferem uma ligeira coloração amarela ao vidro, enquanto que os íons ferrosos absorvem bastante no infravermelho ao mesmo tempo em que colorem o vidro de azul. O redox desempenha um papel determinante na obtenção das propriedades do vidro da presente invenção. Nas condições de redox habitualmente praticadas no âmbito de uma instalação “float”, e na ausência de outros corantes, os vidros que contêm óxido de ferro apresentam uma coloração verde como já explicitado. As propriedades ópticas do ferro ferroso são devidas a uma faixa de absorção que apresenta seu máximo de absorção em torno de um comprimento de onda que vai de 1000 a 1100 nm (portanto no domínio do infravermelho), e que se estende no domínio dos comprimentos de onda visíveis. O efeito da modificação da matriz vítrea tal como descrito no pedido WO-A-94/14716, e notadamente a diminuição do teor em MgO na matriz vítrea, é de modificar a forma dessa faixa de absorção, em especial deslocando a mesma na direção do infravermelho. Disso, resultam vidros que apresentam uma forte seletividade infravermelha, ou seja, uma menor transmissão energética do que aquela dos vidros de matriz padrão, para uma transmissão luminosa equivalente.
[0033] Os inventores descobriram de maneira surpreendente que elaborando o vidro de matriz modificada em condições oxidantes (a um redox inferior ou igual a 0,23 e de preferência inferior ou igual a 0,19) com um teor em ferro especial, é possível obter vidros que têm propriedades de transmissão luminosa, energética e ultravioleta similares àquelas de vidros de matriz padrão, mas mais econômicas devido ao fato de que não é necessário utilizar uma quantidade de óxido de cério e/ou de óxido de titânio tão grande. O efeito da composição da matriz, e notadamente o baixo teor em MgO na obtenção de propriedades ópticas de mesmo grau que aquelas apresentadas por um vidro tradicional utilizando para isso um menor teor em óxidos de cério e/ou de titânio se revelou ser absolutamente inesperado.
[0034] De acordo com a invenção, o teor em óxido de ferro pode variar de 0,7 a 1,6%. Quando o teor é inferior a 0,7%, a transmissão dos vidros obtidos é muito elevada, notadamente nos domínios infravermelho e ultravioleta. Um teor superior a 1,6% não permite que se tenha uma transmissão luminosa que satisfaça as exigências regulamentares para um uso como para-brisa ou vidraça lateral dianteira de automóvel. Por outro lado, a fusão de tais composições de teor elevado em ferro é tornada difícil, notadamente quando ela é operada em forno de chamas devido à presença de ferro ferroso em grande quantidade, esse último sendo responsável por uma transmissão muito baixa da radiação emitida pelas chamas no banho de vidro. De maneira preferida, o teor em óxido de ferro dos vidros de acordo com a invenção é superior ou igual a 0,8%, vantajosamente inferior ou igual a 1,3%, e melhor ainda inferior ou igual a 0,95%.
[0035] O redox do vidro é mantido a um valor inferior ou igual a 0,23, notadamente 0,19, por razões ligadas essencialmente às propriedades ópticas dos vidros obtidos, mas também à fusão e ao afinamento do vidro. Para controlar o redox, é possível utilizar agentes oxidantes conhecidos tais como o sulfato de sódio, e/ou agentes redutores tais como coque em quantidade adequada. A vantagem econômica dos vidros de acordo com a invenção está em seu ótimo quando os vidros são oxidados, pois o principal agente que absorve UV é então o ferro férrico. Uma outra vantagem da utilização de vidros oxidados na produção de vidraças de baixa transmissão UV decorre do fato de que a têmpera térmica permite diminuir de modo muito significativo a TUV das vidraças, isso tanto mais quanto o vidro contiver mais ferro férrico. O redox dos vidros de acordo com a invenção é, portanto, mantido de preferência a teores inferiores ou iguais a 0,19, de preferência ainda inferiores ou iguais a 0,18. Os vidros muito oxidados sendo mais difíceis de afinar e apresentando uma coloração amarela não desejada por razões estéticas, o redox dos vidros de acordo com a invenção é mantido de preferência acima de 0,12, de preferência acima de 0,15.
[0036] O óxido de cério Ce02, presente no vidro sob a forma de íons Ce3+ e Ce4+, é vantajoso pois ele apresenta pouca absorção no visível. Devido a seu custo elevado, teores em Ce02 inferiores ou iguais a 0,9%, e mesmo a 0,7% e melhor ainda a 0,5% são preferidos.
[0037] O óxido de titânio Ti02 desempenha um papel similar ao óxido de cério quando ele está em presença de óxido ferroso FeO. Se o teor máximo previsto no âmbito da invenção pode atingir 1,5%, é preferível não ultrapassar 0,1% para evitar o aparecimento de uma coloração amarela. Um tal valor corresponde ao teor habitualmente encontrado devido ao fato do grau de pureza das matérias primas empregadas (impurezas inevitáveis). Vantajosamente, a composição de vidro de acordo com a invenção é isenta de óxido de titânio.
[0038] A composição de vidro de acordo com a invenção pode também conter outros agentes corantes que permitem ajustar a coloração do vidro. A título de exemplo, podem ser citados agentes corantes escolhidos entre os elementos de transição tais como CoO, Cr203, NiO, Se, V205, CuO, ou ainda entre os óxidos de terras-raras tais como Er203, La203, Nd203. Notadamente para compensar a eventual coloração amarela devida à presença de Ti02 e/ou a uma oxidação grande do vidro, é possível utilizar até 10 ppm de óxido de cobalto CoO e/ou até 50 ppm de óxido de cobre CuO. De maneira geral, o teor total nesses agentes é inferior a 0,1% e na maior parte das vezes a composição não compreende outros agentes corantes que não sejam os óxidos de ferro e de cério.
[0039] Uma composição especialmente adaptada para a produção de uma folha de vidro relativamente fina, com espessura da ordem de 3,15 mm, compreende os agentes absorventes abaixo dentro dos limites ponderais seguintes: Fe203 (ferro total) 1,0 a 1,4% Ce02 0,4 a 1,2% [0040] Uma tal composição possui um redox que vai de 0,15 a 0,22, de preferência 0,15 a 0,19 e permite obter um vidro que apresenta, sob uma espessura de 3,15 mm, uma transmissão luminosa TLA superior a 70%, uma transmissão ultravioleta inferior a 12% e uma seletividade superior a 1,62. Esse vidro fino pode ser unido com um outro vidro claro e o conjunto pode ser em seguida laminado para formar um vidro laminado que apresenta uma transmissão luminosa TI_a superior a 70%.
[0041] Uma outra composição especialmente adaptada para a produção de uma folha de vidro com espessura da ordem de 3,85 mm, úteis para formar vidraças automobilísticas, compreende os agentes absorventes abaixo dentro dos limites ponderais seguintes: Fe203 (ferro total) 0,85 a 1,2% Ce02 0,4 a 1% [0042] Uma tal composição possui um redox que vai de 0,16 a 0,22, de preferência de 0,16 a 0,19 e permite obter um vidro que apresenta, sob uma espessura de 3,85 mm, uma transmissão luminosa TLA superior a 70%, uma transmissão ultravioleta inferior a 12% e uma seletividade superior a 1,62.
[0043] Uma outra composição especialmente adaptada para a produção de uma folha de vidro com espessura da ordem de 4,85 úteis para formar vidraças para caminhões ou ônibus, compreende os agentes absorventes abaixo dentro dos limites ponderais seguintes: Fe203 (ferro total) 0,7 a 0,95% Ce02 0,3 a 1% [0044] Uma tal composição possui um redox que vai de 0,18 a 0,22, de preferência de 0,18 a 0,19 e permite obter um vidro que apresenta, sob uma espessura de 4,85 mm, uma transmissão luminosa TLA superior a 70%, uma transmissão ultravioleta inferior a 12% e uma seletividade superior a 1,62.
[0045] A composição do vidro de acordo com a invenção é própria para ser fundida nas condições de produção do vidro flutuante. A fusão ocorre geralmente em fornos com chama, eventualmente providos de eletrodos que asseguram o aquecimento do vidro dentro da massa por passagem de uma corrente elétrica entre os dois eletrodos. Para facilitar a fusão, e notadamente tornar essa última mecanicamente interessante, a composição de vidro apresenta vantajosamente uma temperatura que corresponde a uma viscosidade η tal que 109η = 2 que é inferior a 1500°C, de preferência uma temperatura que corresponde à viscosidade η, expressa em poise, tal que Ιοςη = 3,5, (anotada Τ(Ιθ9η = 3,5)) e uma temperatura no liquidus (anotada T|iq) que satisfaz a relação: Τ(Ιθ9η = 3,5)-T|iq > 20^ [0046] e de preferência a relação: Τ(Ιθ9η = 3,5)-T|iq > 50 Ό [0047] A invenção tem também como objeto uma vidraça, notadamente para automóvel, que compreende pelo menos uma folha de vidro que apresenta a composição de acordo com a invenção.
[0048] Os exemplos de composições de vidro dadas abaixo permitem apreciar melhor as vantagens da presente invenção.
[0049] Nesses exemplos, são indicados os valores das propriedades seguintes calculados sob uma espessura das a partir de um espectro experimental: - 0 fator de transmissão luminosa global sob iluminante A (TLA) calculado entre 380 e 780 nm. Esse cálculo é efetuado levando-se em consideração 0 iluminante A tal como definido pela norma ISO/CIE 10526 e o observador de referência colorimétrica C.I.E. 1931 tal como definido pela norma ISO/CIE 10527 - 0 fator de transmissão energética global (TE) integrada entre 295 e 2500 nm de acordo com a norma ISO 9050 (PARRY MOON Massa de ar 2) - a seletividade (SE) definida pela relação da transmissão luminosa total para o iluminante A (TI_a) com a transmissão energética total (TE) - 0 fator de transmissão ultravioleta (TUV), calculado a partir do espectro de transmissão do vidro entre 290 e 380 nm de acordo com a norma ISO 9050 - o redox, definido como sendo a relação do teor mássico em Ferro ferroso (expresso em FeO) sobre o teor mássico em ferro total (expresso em FeaOa).
[0050] Para a determinação do redox, 0 teor em ferro total (Fe2Ü3) é medido por fluorescência X e o teor em ferro ferroso (FeO) é medido por química que utiliza a via úmida ou calculado a partir do espectro em transmissão, utilizando-se, para isso, a lei de Beer-Lambert.
[0051] Os exemplos 1 (de acordo com a invenção) e C2 (exemplo comparativo) da tabela 1 ilustram a vantagem dos vidros de acordo com a invenção em termo de economia de Ce02 em relação a vidros de matriz padrão. Os dois vidros apresentam as mesmas propriedades ópticas (TLA = 71,1%, TE = 43,9%, TUV = 10,9%) para uma espessura de 3,5 mm e essas três grandezas impõem de maneira unívoca a escolha das três características da composição que são o teor em ferro total FesOa, o redox e o teor em Ce02. Aparece claramente que o exemplo de acordo com a invenção é muito mais econômico do que o exemplo comparativo, a quantidade de CeOa adicionada para atingir a TUV desejada sendo mais de duas vezes menor. Com propriedades químicas equivalentes, os vidros de acordo com a invenção são mais ricos em ferro, mais oxidados e mais econômicos do que os vidros de matriz padrão.
Tabela 1 [0052] As tabelas 2, 3 e 4 apresentam exemplos de composições de vidros de acordo com a invenção que convêm especialmente para utilizações como vidraças para automóvel que têm espessuras de 3,85 mm, 3,15 mm e 4,85 mm respectivamente.
[00531 Cada uma das composições que figuram das tabelas foi realizada a partir da matriz vítrea seguinte» cujos teores são expressos em porcentagens ponderais, essa última sendo corrigida ao nível da sílca para se adaptar o teor total em agentes absorventes acrescentados: Si02 75,20% S03 0,30% Al203 0,64% CaO 9,48% MgO 0,20% Na20 13,60% K20 0,35% [0054] Os vidros obtidos a partir das composições de acordo com a invenção são compatíveis com as técnicas habituais de fabricação do vidro plano. A espessura da fita de vidro obtida por consolidação do vidro em fusão em um banho de estanho pode variar entre 0,8 e 10 mm, de preferência entre 3 e 5 mm, para as vidraças automobilísticas e entre 5 e 10 mm para as vidraças destinadas à construção civil.
[0055] A vidraça obtida pelo recorte da fita de vidro pode sofrer ulteriormente uma operação de recurvamento e/ou de têmpera, notadamente quando se trata de uma vidraça automobilística. Ela pode também sofrer outras operações de tratamento ulteriores, por exemplo, visando a revestir a mesma com uma ou várias camadas de óxidos metálicos tendo em vísta reduzir seu aquecimento pela radiação solar e em consequência disso reduzir 0 aquecimento do habitáculo de um veículo que está equipado com ela.
Tabela 2 (vidros com 3,85 mm) Tabela 3 (vidros com 3,15 mm) TABELA 4 (vidros com 4,85 mm) REIVINDICAÇÕES