"MISTURA FUNGICIDA, E, PROCESSO PARA CONTROLAR FUNGOS DANOSOS" A invenção refere-se a misturas fungicidas que compreendem pelo menos um composto selecionado a partir de, ai) carbamatos da fórmula I, na qual, T é CH ou N, n é 0,1, ou 2 e R é halogênio, alquila CrC4 ou haloalquila C1-C4, em que os radicais R podem ser diferentes se n for 2, ã2) o carboxilato de éter oxima da fórmula II, (Π) a 3) a carboxamida de éter oxima de fórmula ΠΙ, (III) e b) pelo menos um composto ativo de fórmula IV, (IV) em que os substituintes R1 a R3 possuem o seguinte significado: R1 é alquila CrC4, alquenila C2-C4, alquinila C2-C4, alquila CrC4-cicloalquila C3-C7, em que estes substituintes podem portar substituintes selecionados a partir do grupo que consiste de halogênio, ciano e alcóxi C1-C4, e é também alcóxi C1-C4, R é alquila CrC4 ou haloalquila C1-C4, R3 é hidrogênio, halogênio, alquila C1-C4, alcóxi C1-C4, alquiltio C1-C4, N-alquilamino C1-C4, haloalquila CrC4 ou haloalcóxi CrC4, Y é O, S, CHR4 ou NR5, em que R4 e R5 podem Ter, cada qual, os significados mencionados para R2, né 0,1,2, ou 3, em uma quantidade sinergicamente efetiva.
Além disso, a invenção refere-se a processos para controlar fungos danosos, usando misturas dos compostos I, II e/ou ΠΙ e IV e ao uso dos compostos I, II e/ou III e IV para preparar tais misturas.
Os compostos da fórmula I, sua preparação e sua ação contra fungos danosos são conhecidos a partir da literatura (WO-A 96/ 01.256 e 96/01.258).
Os compostos das fórmulas II e III, sua preparação e sua ação contra fungos danosos são bem conhecidos a partir da literatura (EP253213A, EP398692A e EP477631A).
Os compostos da fórmula IV e também processos para a sua preparação estão descritos no documento de patente japonês JP-A 09/323984. Além disso, eles podem ser preparados usando os processos descritos no documento de patente alemão DE 19.531.814. É um objeto da presente invenção prover misturas que possuam atividade aperfeiçoada contra fungos danosos, combinadas com uma quantidade total reduzida de compostos ativos aplicados (misturas sinérgicas), tendo em vista a redução das taxas de aplicação e a melhora do espectro de atividade dos compostos conhecidos.
Foi verificado que este objeto é alcançado pelas misturas definidas no início. Além disso, foi verificado que é possível um melhor controle dos fungos danosos pela aplicação dos compostos I e/ou II e/ou III e IV simultaneamente, ou seja ou conjuntamente ou separadamente, ou pela aplicação dos compostos I e/ou II e/ou III e IV em sucessão então quando os compostos individuais são usados. A fórmula I representa, em particular, carbamatos, nos quais a combinação dos substituintes corresponde a uma linha da seguinte tabela: _____________________Tabela I:_______________________ É dada preferência particular aos compostos 1.12,1.23,1.32 e I. 38.
Em relação às ligações duplas C=Y ou C=CH ou C=N, os compostos das fórmulas I a III podem existir na configuração E ou Z (em relação à função do ácido carboxílico). Consequentemente, eles podem ser usados na mistura de acordo com a invenção em cada caso, seja como isômeros E ou Z ou como misturas de isômeros E/Z. A mistura do isômero E/Z ou do isômero Z é preferivelmente usada, o isômero Z sendo particularmente preferido.
As ligações duplas C=N dos grupos de éter oxima na cadeia lateral dos compostos I a ΙΠ pode existir, em cada caso, como isômeros E ou Z puros ou como misturas de isômero E/Z. Os compostos I a III podem ser usados nas misturas de acordo com a invenção, tanto como misturas de isômeros e como isômeros puros. Tendo em vista o seu uso, os compostos I a ΙΠ, que são particularmente preferidos, são aqueles em que o grupo de éter oxima terminal na cadeia lateral está presente na configuração cis (OCH3 a ZR’).
Devido a seu caráter básico, os compostos I a ΙΠ são capazes de formar sais ou adutos com ácidos orgânicos ou inorgânicos ou com íons metálicos.
Exemplos de ácidos inorgânicos são ácidos hidroálicos, tais que ácido hidrofluórico, ácido hidroclórico, ácido hidrobrômico, e ácido hidroiódico, ácido sulfurico, ácido fosfórico, ácido carbônico e ácido nítrico. r Ácidos orgânicos adequados são, por exemplo, ácido fórmico, e ácidos alcanóicos, tais que ácido acético, ácido trifluoroacético, ácido tricloroacético e ácido propiônico, e também ácido glicólico, ácido tiociânico, ácido láctico, ácido succínico, ácido cítrico, ácido benzóico, ácido cinâmico, ácido oxálico, ácidos alquilsulfônicos, ( ácidos sulfônicos tendo radicais alquila de cadeia reta ou ramificada com 1 a 20 átomos de carbono), ácidos arilsulfonicos ou ácido arildissulfõnicos (radicais aromáticos, tais que fenila e naftila, que portam um ou dois grupos sulfo), ácidos alquilfosfõnicos ( ácidos fosfônicos tendo radicais alquila de cadeia reta ou ramificada com 1 a 20 átomos de carbono) ácidos arilfosfônicos ou ácidos arildifosfõnicos (radicais aromáticos, tais que fenila e naftila, que portam um ou dois radicais de ácido fosfórico), sendo possível que os radicais alquila ou arila portem substituintes adicionais, por exemplo ácido p-toluenossulfonico, ácido salicílico, ácido p-aminossalicílico, ácido 2-fenoxibenzóico, ácido 2-acetoxibenzóico, etc.
Ions metálicos adequados são, em particular, os íons dos elementos do segundo grupo principal, em particular de cálcio e magnésio, do terceiro e quarto grupo principal, em particular de alumínio, estanho e chumbo, e do primeiro ao oitavo grupo, em particular de cromo, manganês, ferro, cobalto, níquel, cobre e zinco, e outros. É dada preferência particular aos íons metálicos dos elementos dos subgrupos do quarto período. Os metais podem existir nas várias valências que eles podem assumir.
Dentre os compostos da fórmula IV, é dada preferência àqueles, nos quais R1 é alquila CrC4 (metila, etila, n- e i-propila e t-butila), alquileno Cr C4- cicloalquila C3-C7, alquenila CrC4 ( em particular etenila, propenila e butenila, que podem ser substituídas em particular por halogênio (preferivelmente Cl), propinila, cianometila e metoximetila. Dentre os substituintes de alquileno CrC4-cicloalquila C3-C7, é dada preferência particular a compostos metileno-substituídos, em particular a metilenociclopropila, metilenociclopentila, metilenociloexila, e metilenocicloexenila. Os anéis destes substituintes podem ser substituídos, preferivelmente por halogênio. É dada preferência particular a i-propila.
Um substituinte R2 preferido é alquila CrC4 (em particular metila, etila, i-propila ou n-, i- ou t-butila). Preferência particular é dada a i-propila.
Substituintes R3 e R4 preferidos são hidrogênio, F, Cl, metila, etila, metóxi, tiometila e N-metilamino, em particular F ou Cl.
Compostos preferidos da fórmula IV estão apresentados no documento de patente japonês JP-A 09/329384, anteriormente mencionado. Preferência particular é dada ao composto da fórmula IV/1. (iv/i) Quando da preparação das misturas, é preferido empregar os compostos ativos puros I, II e/ou ΠΙ e IV, com os quais outros compostos ativos contra fungos danosos ou outras pestes, tais que insetos, aracnídeos ou nematóides, ou ainda compostos ativos herbicidas ou reguladores do crescimento ou fertilizantes podem ser misturados, conforme requerido.
As misturas dos compostos I, II e/ou III e IV, ou o uso conjunto ou separado simultâneo dos compostos I, Π e/ou III e IV, possuem notável ação contra uma ampla faixa de fungos fitopatogênicos, em particular a partir das classes dos Ascomicetes, Deuteromicetes, Ficomicetes, e Basidiomicetes. Alguns deles agem sistemicamente e são, portanto, também adequados para uso como fungicidas foliares e de ação sobre o solo.
Eles são especialmente importantes para o controle de um grande número de fungos em uma variedade de plantas de colheita, tais que algodão, espécies vegetais (por exemplo, pepinos, feijões e cucurbitáceos), cevada, grama, aveia, café, milho, espécies frutíferas, arroz, centeio, soja, videira, trigo, plantas ornamentais, cana-de-açúcar, e uma variedade de sementes.
Eles são particularmente adequados para o controle dos seguintes fungos fitopatogênicos: Erysiphe graminis (míldeo pulvurulento) em cereais, Erysiphe cichoracearum e Sphaerotheca fuliginea em cucurbitáceos, Podosphaera leucotricha em maçãs, Uncinula necator em videiras, espécie Puccinia em cereais, espécie Rhizoctonia em algodão, arroz e relvas, espécie Ustilago em cereais e cana-de-açúcar, Venturía inaequalis (sarna) em maçãs, espécie Helminthosporium em cereais, Sepioria nodorum em trigo, Botrytis cinerea (mofo cinza) em morangos, vegetais, plantas ornamentais e videiras, Cercospora arachidicola em nozes moídas, Pseudo-cercosporella herpotrichoides em trigo e cevada, Pyricularia oryzae em arroz, Phytophora infestam em batatas e tomates, espécie Pseudoperonospora em cucurbitáceos e lúpulo, Plasmopara vitícola em videiras, espécie Alternaria em vegetais e frutas e espécie Fusaríum e Verticillium.
Além disso, eles podem ser usados na proteção de materiais (por exemplo, na proteção de madeira), por exemplo contra Paecilomyces variotii.
Os compostos I, II e/ou III e IV podem ser aplicados simultaneamente, seja em conjunto ou separadamente, ou em sucessão, a seqüência, no caso de aplicação separada, geralmente não tendo efeito nos resultados do controle.
Os compostos I, II e/ou III e IV são usualmente aplicados em uma razão em peso de a partir de 0,01: 1 a 1:1, preferivelmente de 0,03:1 a 0,5:1, em particular de 0,05:1 a 0,5:1 (IV:I, II e/ou ΙΠ).
Dependendo da natureza do efeito desejado, as taxas de aplicação das misturas de acordo com a invenção são, para os compostos I, II e/ou III, de 0,005 a 0,5 kg/ha, preferivelmente de 0,05 a 0,5 kg/ha, em particular de 0,05 a 0,2 kg/ha.
De modo correspondente, as taxas de aplicação para os compostos IV são usualmente de 0,001 a 0,5 kg/ha, preferivelmente de 0,001 a 0,1 kg/ha, em particular de 0,005 a 0,05 kg/ha.
Para o tratamento da semente, as taxas de aplicação da mistura são geralmente de 0,001 a 100 g/kg de semente, preferivelmente de 0,01 a 50 g/kg, em particular de 0,01 a 10 g/kg.
Se fungos danosos fitopatogênicos tiverem que ser controlados, a aplicação separada ou conjunta dos compostos I e II ou das misturas dos compostos I, II e/ou ΠΙ e IV é efetuada por pulverização ou polvilhamento das sementes, das plantas, ou dos solos, antes ou após da semeadura das plantas, ou antes ou após da emergência da planta.
As misturas sinérgicas fungicidas de acordo com a invenção, ou os compostos I, II e/ou III e IV, podem ser formuladas, por exemplo, sob a forma de soluções, pós e suspensões prontos para a pulverização, pós e suspensões ou sob a forma de suspensões aquosas altamente concentradas, suspensões oleosas ou outras, dispersões, emulsões, dispersões oleosas, pastas, pós, materiais para o espalhamento ou grânulos, e aplicadas por pulverização, atomização, polvilhamento, espalhamento ou rega. A forma de uso depende do propósito intencionado; em qualquer caso, ela deve assegurar uma distribuição tão fina e uniforme quanto possível da mistura de acordo com a invenção.
As formulações são preparadas em um modo em si conhecido, por f exemplo, pela adição de solventes e/ou veículos. E usual misturar aditivos inertes, tais que emulsificantes ou dispersantes, com as formulações.
Tensoativos apropriados são os sais de metal alcalino, sais de metal alcalino terroso e sais de amônio de ácidos sulfônicos aromáticos, por exemplo, de ácido ligno-, fenol-, naftaleno- e dibutilnaftalenossulfõnico, e de ácidos graxos, alquil- e arilsulfonatos, alquilsulfatos, lauril éter sulfatos e sulfatos de álcool graxo, e sais de hexa- hepta- e octadecanóis sulfatados ou glicol éteres de álcool graxo, condensados de naftaleno sulfonato e seus derivados com formaldeído, condensados de naftaleno ou de ácidos naftalenossulfonicos com fenol e formaldeído, octilfenol éter de polioxietileno, isooctil-, octil- ou nonilfenol etoxilado, alquilfenol poliglicol éteres, tributilfenil poliglicol éteres, álcoois de alquilaril poliéter, álcool isotridecílico, condensados de álcool graxo/ óxido de etileno, óleo de rícino etoxilado, alquil éteres de polioxietileno ou polioxipropileno, acetato de poliglicol éter de álcool laurílico, ésteres de sorbitol, licores de refugo de lignossulfito ou metilcelulose. Pós, materiais para o espalhamento e polvilhos podem ser preparados por misturação ou moagem conjunta dos compostos I e II ou III e IV ou pela mistura dos compostos I e II, III ou IV com um veículo sólido.
Grânulos ( por exemplo, grânulos revestidos, grânulos impregnados ou grânulos homogêneos) são usualmente preparados por ligação do composto ativo, ou compostos ativos, a um veículo sólido.
Cargas ou veículos sólidos são, por exemplo, terras minerais, tais que sílica gel, ácidos silícicos, sílica gelatinosas, silicatos, talco, caulim, pedra calcária, calcário, greda, argila friável, limo argiloso-arenoso, argila, dolomita, terra diatomácea, sulfato de cálcio, sulfato de magnésio, óxido de magnésio, materiais sintéticos moídos, e fertilizantes, tais que sulfato de amônio, fosfato de amônio, nitrato de amônio, uréias e produtos de origem vegetal, tais que farinha de cereal, farinha de cascas de árvore, serragem e farinha de cascas de nozes, pós de celulose ou outros veículos sólidos.
As formulações geralmente compreendem de 0,1 a 95%, em peso, preferivelmente de 0,5 a 90%, em peso, de um dos compostos I, II, III e/ou IV ou da mistura dos compostos I, II e/ou III e IV. Os compostos ativos são empregados em uma pureza de 90% a 100%, preferivelmente de 95% a 100% (de acordo com o espectro RMN ou HPLC).
Os compostos I, Π e/ou ΙΠ ou IV, ou as misturas das formulações correspondentes, são aplicados por tratamento dos fungos danosos, plantas, sementes, solos, áreas, materiais ou espaços a serem mantidos livres deles com uma quantidade fungicidamente efetiva da mistura ou dos compostos I, II e/ou ΙΠ e IV no caso de aplicação separada. A aplicação pode ser efetuada antes ou após infeção pelos fungos danosos. A atividade fungicida do composto e das misturas pode ser demonstrada pelos seguintes experimentos: Os compostos ativos, separadamente ou conjuntamente, são formulados como uma emulsão a 10% em uma mistura de 70%, em peso, de cicloexanona, 20%, em peso, de Nekanil® LN ( Luthensol® AP6, agente umectante tendo ação emulsificante e dispersante, baseada em alquilfenóis etoxilados) e 10%, em peso, de Emulphor® EL ( Emulan® EL, emulsificante baseado em álcoois graxos etoxilados) e diluído com água para fornecer a concentração desejada. A avaliação é efetuada por determinação das áreas foliares infectadas. Estes percentuais são convertidos em eficácias. As eficácias esperadas das misturas de composto ativo são determinadas usando a fórmula de Colby [R.S. Colby, Weeds 15,20-22, (1967)] e comparadas com as eficácias observadas. Fórmula de Colby: E=x+y+z- x.y.z /100 E eficácia esperada, expressa em % do controle não-tratado, quando do uso da mistura dos compostos ativos A, B e C nas concentrações a, b e c x eficácia, expressa em % do controle não-tratado, quando do uso do composto ativo A em uma concentração de a y eficácia, expressa em % do controle não-tratado, quando do uso do composto ativo B em uma concentração de b z eficácia, expressa em % do controle não-tratado, quando do uso do composto ativo C em uma concentração de c A eficácia (E) é calculada como se segue usando a fórmula de Abbot: E = (1 - α)* 100/β a corresponde à infeção fungica das plantas tratadas em % e β corresponde à infeção fungica das plantas não-tratadas (controle em % Uma eficácia de 0 significa que o nível de infeção das plantas tratadas corresponde àquele das plantas de controle não-tratadas; uma eficácia de 100 significa que as plantas tratadas não estão infectadas.
Exemplo de Uso 1 - Atividade contra Phytophora infestam em tomates Folhas de plantas em vaso, versão comum de “Grosse Fleischtomate” foram pulverizadas até o ponto de escorrimento com uma suspensão aquosa, que havia sido preparada a partir de uma solução de matéria-prima de 10% de composto ativo, 63% de cicloexanona e 27% de emulsificante. No dia seguinte, as folhas foram infectadas com uma suspensão de zoósporos aquosa de Phytophora infestans. As plantas foram subseqüentemente colocadas em uma câmara saturada com vapor d’água a de 16-18°C. Após 6 dias, a ferrugem tardia nas plantas de controle infectadas mas não-tratadas tinha se desenvolvido a uma tal extensão, que a infeção podia ser determinada visualmente em %.
Os valores visualmente determinados para o percentual de áreas foliares infectadas foram convertidos em eficácias como um percentual do controle não-tratado. Uma eficácia de 0 significa o mesmo grau de infeção que no controle não-tratado, uma eficácia de 100 significa 0% de infeção. As eficácias esperadas para o composto ativo foram determinadas usando a fórmula de Colby ( Colby, S.R. “ Calculating synergistic and antagonistic responses of herbicide combinations”, Weeds 15 (1967), 20-22) e comparadas com as eficácias observadas.
Os resultados de teste são apresentados nas tabelas 2 e 3 abaixo. _______________Tabela 2: Experimentos Comparativos____________________ Tabela 3: Misturas de acordo com a invenção * de acordo com a fórmula de Colby Os resultados de teste mostram que a eficácia observada é, em todos os casos, superior à eficácia que foi calculada anteriormente usando a fórmula de Colby.