BR112021001804A2

BR112021001804A2 - dispositivo e método para decoração de massa de produtos cerâmicos

Info

Publication number: BR112021001804A2
Application number: BR112021001804-2A
Authority: BR
Inventors: Franco Stefani; Mohamed OUASSIF; Andrea ANNOVI
Original assignee: System Ceramics S.P.A.
Priority date: 2018-08-01
Filing date: 2019-07-30
Publication date: 2021-04-27
Also published as: EP3829841B1; WO2020026136A1; CN112512767A; PL3829841T3; PT3829841T; MX2021001139A; EP3829841A1; US11986976B2; CN112512767B; US20210162627A1; ES2930326T3

Abstract

A invenção se refere a um método para a decoração de massa de produtos cerâmicos, compreendendo as seguintes etapas: espalhar, sobrepostas umas às outras, uma camada (L) de material granular ou em pó e uma camada decorativa (3) sobre uma superfície de suporte (2); transferir a camada (L) da superfície de suporte (2) para uma correia de acumulação (T1), contígua e alinhada à superfície de suporte (2), que está localizada a uma altura mais baixa do que a superfície de suporte (2), em que a acumulação a correia (T1) é móvel em avanço a uma velocidade que é diferente da velocidade de avanço da superfície de suporte (2), de modo que uma variação na espessura e extensão longitudinal da camada (L) é produzida; pressionar a camada (L) e a camada decorativa (3).

Description

“DISPOSITIVO E MÉTODO PARA DECORAÇÃO DE MASSA DE PRODUTOS CERÂMICOS” DESCRIÇÃO

[0001] A presente invenção se refere a um dispositivo e a um método para decoração de massa de produtos cerâmicos.

[0002] Em particular, a invenção se refere à produção de ladrilhos de cerâmica decorados ou coloridos.

[0003] Na produção de ladrilhos de cerâmica, a decoração é aplicada apenas na parte superficial do ladrilho com tintas cerâmicas que normalmente são transferidas em forma de pequenas gotas pelas cabeças de impressão a jato de tinta. As quantidades depositadas com as tecnologias atuais não permitem que a tinta e, portanto, a imagem a ser reproduzida, seja transferida para a estrutura do produto cerâmico; em vez disso, a decoração permanece presente apenas na superfície do ladrilho para uma espessura muito limitada. Para remediar esta desvantagem, algumas tecnologias permitem que as colorações sejam obtidas dentro da massa do ladrilho por meio do material granular colorido usado para produzir o próprio ladrilho. Desta forma é possível obter ladrilhos com veias coloridos passando no interior do ladrilho. No entanto, essas tecnologias não garantem nem a repetibilidade nem a precisão necessária para obter produtos que possam ser comparáveis à estrutura interna variada e aleatória que pedras naturais, como, por exemplo, o mármore, podem ter. Atualmente, são produzidos e vendidos ladrilhos de cerâmica com uma coloração de massa, ou seja, uma coloração que se estende por toda a espessura e por toda a massa dos próprios ladrilhos.

[0004] Para a produção de ladrilhos de cerâmica coloridos na massa, o uso de materiais granulares ou em pó é atualmente conhecido; eles estão normalmente na forma atomizada e são coloridos durante o processo de produção. Os materiais atomizados são espalhados na forma de uma camada que é posteriormente prensada e submetida a um processo de aquecimento, de acordo com procedimentos conhecidos, para a obtenção dos ladrilhos de cerâmica. Os ladrilhos de cerâmica podem então passar por outras etapas de coloração ou decoração de superfície.

[0005] O processo de produção de materiais atomizados coloridos envolve substancialmente a moagem de matérias-primas dentro de moinhos de um tipo conhecido. Esses moinhos produzem a chamada barbotina, ou seja, uma suspensão aquosa de material cerâmico misturado e moído no interior dos próprios moinhos. Os corantes necessários são misturados com a barbotina antes de alimentá-la em um atomizador. Essencialmente, o tubo que alimenta a barbotina no atomizador está equipado com um dispositivo de alimentação de corante.

[0006] O atomizador é então alimentado com uma barbotina colorida. Isso significa que, toda vez que a coloração é trocada, é necessário limpar todo o atomizador muito bem para evitar contaminações que podem fazer com que a coloração obtida se desvie do resultado esperado.

[0007] Além disso, ao sair do atomizador, os materiais atomizados de cores diferentes devem ser armazenados separadamente uns dos outros, normalmente cada um em seu próprio silo dedicado. Isso resulta na ocupação de grandes espaços para o armazenamento dos materiais atomizados, bem como uma complicação considerável da logística geral da planta.

[0008] O objetivo da presente invenção é oferecer um dispositivo e um método que permite uma decoração dentro da espessura do ladrilho, isto é, a produção de decorações que se estendem por toda a espessura e toda a massa dos ladrilhos.

[0009] Outra vantagem oferecida pela presente invenção é que ela permite uma simplificação considerável dos sistemas para a produção de materiais atomizados.

[00010] Características e vantagens adicionais da presente invenção se tornarão mais evidentes a partir da seguinte descrição detalhada de uma modalidade da invenção, ilustrada por meio de exemplo não limitativo nas figuras anexas, nas quais:

 a Figura 1 mostra uma vista esquemática de um dispositivo de acordo com a presente invenção;  a Figura 2 mostra esquematicamente um produto obtido pela aplicação de uma possível modalidade do método;  a Figura 3 mostra esquematicamente o produto da Figura 2 no plano de corte II-II;  a Figura 4 mostra uma ampliação IV da Figura 1 numa possível etapa do método, de acordo com a presente invenção;  a Figura 5 mostra uma vista esquemática em planta de uma modalidade do método, de acordo com a presente invenção.

[00011] O método, de acordo com a presente invenção, se refere particularmente à produção de ladrilhos de cerâmica.

[00012] O método compreende, juntamente com outras etapas, espalhar uma camada (L) de material em pó granular em uma superfície de suporte substancialmente horizontal (2). A camada (L), por exemplo, é uma camada de material cerâmico atomizado. A camada (L) pode ser espalhada por meio de um dispositivo distribuidor (21), de um tipo conhecido pelo técnico no assunto. Por exemplo, o distribuidor (21) compreende uma tremonha ou outro dispositivo de descarga provido com uma abertura inferior através da qual o material granular ou em pó pode ser depositado na superfície de suporte subjacente (2).

[00013] Os meios de motor são fornecidos para produzir um movimento relativo entre a superfície de suporte (2) e o dispositivo distribuidor (21) ao longo de pelo menos uma direção principal (X). Isso permite a deposição do material granular ou em pó na forma de uma camada (L). São possíveis várias soluções ao alcance do técnico no assunto. Por exemplo, é possível acionar a superfície de suporte (2) ou apenas o distribuidor (21) em movimento deslizante, ou então é possível movimentar ambos em velocidades diferentes. As soluções possíveis não são representadas em detalhes, uma vez que são conhecidas do técnico no assunto. Na descrição que se segue, será feita referência a uma solução preferida em que a superfície de suporte (2) é móvel ao longo de uma direção de avanço (X).

[00014] O método, de acordo com a presente invenção, compreende espalhar, sobrepostas umas às outras, uma camada (L) de material granular ou em pó e uma camada decorativa (3) sobre uma superfície de suporte (2). A camada decorativa (3) pode ser espalhada na superfície de suporte (2) e, posteriormente, ser coberta pela camada (L), ou a camada decorativa (3) pode ser aplicada sobre a camada (L) após esta ter sido espalhada na superfície de suporte (2). Também seria possível espalhar uma camada decorativa inferior (3) sobre a superfície de suporte (2), espalhar a camada (L) sobre a camada decorativa inferior (3) e posteriormente aplicar a camada decorativa (3) sobre a camada (L).

[00015] Em uma possível modalidade do método, a camada decorativa (3) é seca, isto é, feita de material granular ou em pó. Nesse caso, a aplicação da camada decorativa (3) ocorre por meio de um dispositivo dispensador (4) estruturado de modo a permitir a deposição controlada de uma camada decorativa formada a partir de um material granular ou em pó, por exemplo, um material de cerâmica atomizada ou óxidos de coloração ou pigmentos de cerâmica. O dispositivo dispensador (4) pode ser do tipo controlado digitalmente. Exemplos de dispositivos dispensadores adequados para depositar uma camada granular ou em pó decorativa na camada (L) são descritos nas publicações EP1986830, EP2897773, EP2898374.

[00016] Em outra modalidade possível do método, a camada decorativa (3) é úmida, isto é, compreende um material de coloração líquido. Neste caso, a camada decorativa (3) pode ser aplicada por meio de um dispositivo dispensador controlado digitalmente (4). De preferência, mas não necessariamente, o dispositivo dispensador (4) é estruturado de modo a permitir a deposição controlada de gotas puntiformes de corante, em posições controladas. Por exemplo, o dispositivo dispensador (4) é do tipo drop-on-

demand, como um jato de tinta ou cabeça de impressão de jato de válvula.

[00017] Em uma possível modalidade, o dispositivo dispensador (4) compreende uma ou mais barras de jato de tinta, cada uma das quais configurada para aplicar uma única cor.

[00018] Todos os dispositivos indicados são bem conhecidos na técnica e, portanto, não serão descritos em mais detalhes.

[00019] O material de coloração líquido compreende, por exemplo, uma tinta com pigmentos de cerâmica ou uma tinta de cerâmica de sal solúvel ou esmalte cerâmico, já amplamente conhecido na técnica de decorar ladrilhos de cerâmica. Ao aplicar a camada decorativa (3) na forma líquida, é possível obter uma coloração ou uma decoração de massa da camada (L). O corante líquido, de fato, penetra e se espalha através da espessura da camada (L).

[00020] A aplicação da camada decorativa (3) pode ser implementada produzindo um movimento relativo entre o dispositivo dispensador (4) e a superfície de suporte (2). Para este fim, meios de motor podem ser fornecidos para transladar o dispositivo dispensador (4) em relação à superfície de suporte (2). Tal como acontece com o dispositivo distribuidor (21), também no caso do dispositivo dispensador (4) é possível transladar apenas a superfície de suporte (2), apenas o dispositivo dispensador (4) ou combinar uma translação de ambos os dispositivos. Em uma solução possível, o dispositivo dispensador (4) pode ser integrado com o dispositivo distribuidor (21) e ser movido integralmente com este.

[00021] O método, de acordo com a presente invenção, compreende uma etapa de transferência da camada (L) da superfície de suporte (2) para uma correia de acumulação (T1), contígua e alinhada à superfície de suporte (2), que está a uma altura mais baixa que a superfície de suporte (2). A correia de acumulação (T1) é móvel em avanço a uma velocidade que é diferente da velocidade de avanço da superfície de suporte (2), de forma que uma variação na espessura e extensão longitudinal da camada (L) é produzida.

[00022] Na modalidade representada, a correia de acumulação (T1) é contígua e alinhada com a superfície de suporte (2). Essencialmente, a correia de acumulação (T1) está localizada a uma altura ligeiramente mais baixa do que a superfície de suporte (2) e tem uma extremidade de entrada localizada abaixo da extremidade de saída da superfície de suporte (2), de modo que a camada (L) pode passar da superfície de suporte (2) para a correia de acumulação (T1), sofrendo uma pequena queda para baixo, conforme descrito na publicação WO2017051275. A configuração e a posição relativa da superfície de suporte (2) e da correia de acumulação (T1), que permitem a passagem da camada (L) da primeira para a última com uma pequena queda, é particularmente vantajosa porque não produzem deformações descontroladas da camada decorativa (3), não obstante as modificações homogêneas que se produzem caso as velocidades de avanço da superfície de suporte (2) e da correia de acumulação (T1) sejam diferentes. Em outras palavras, no caso em que as velocidades de avanço da superfície de suporte (2) e da correia de acumulação (T1) são iguais, a camada decorativa (3), ao passar da primeira para a última com uma pequena queda, não sofrerá deformações.

[00023] A superfície de suporte (2) e a correia de acumulação (T1) são ambas horizontais, também na zona de extremidade em que se sobrepõem parcialmente e em que ocorre a passagem da camada (L) da primeira para a última. Além disso, a passagem da camada (L) da superfície de suporte (2) para a correia de acumulação (T1) é direta, com uma pequena queda, ou seja, não estão previstas calhas de conexão ou partes descendentes que possam deformar a camada decorativa (3).

[00024] Por exemplo, ao adotar, para a superfície de suporte (2), uma velocidade superior à da correia de acumulação (T1), é possível aumentar a espessura da camada (L) transferida para a correia de acumulação (T1), passando de uma espessura inicial (S1) que é menor que uma espessura final maior (S2) e obviamente reduzindo a extensão na direção longitudinal, ou seja, a extensão medida ao longo de uma direção paralela à direção de avanço

(Figura 4). Isso porque, ao passar da superfície de suporte (2) para a correia de acumulação (T1), o material formador da camada (L), à medida que retarda, tende a se acumular, aumentando assim a espessura da camada (L) depositada sobre a correia de acumulação (T1) e, consequentemente, reduzindo o comprimento da camada (L) na correia de acumulação (T1).

[00025] Além disso, caso se deseje obter uma camada de espessura pré-estabelecida para alimentar a prensa, é possível espalhar na superfície de suporte (2) uma camada (L) de espessura menor que a pré- estabelecida. A espessura da camada (L) na correia de acumulação (T1) pode ser aumentada até um valor pré-estabelecido por meio da passagem da superfície de suporte (2) para a correia de acumulação (T1), que se move com menor velocidade de avanço do que a superfície de suporte (2).

[00026] A menor espessura da camada (L) na superfície de suporte (2) permite que a camada decorativa (3) penetre uma fração maior da própria espessura, até ocupar toda a espessura da camada (L). Por exemplo, é possível produzir uma camada decorativa (3) que reproduz veias que se estendem por toda a espessura da camada (L). A menor espessura da camada (L) pode ser posteriormente compensada, ou seja, aumentada até um ponto pré-estabelecido, por meio da velocidade mais lenta da correia de acumulação (T1). O aumento da espessura da camada (L) não altera a profundidade da camada decorativa (3) em relação à espessura da camada (L). Em outras palavras, uma condição na qual a camada decorativa (3) ou uma parte da mesma se estende por toda a espessura da camada (L) na superfície de transporte (2) também é mantida após a passagem da camada (L) na correia de acumulação (T1) em uma velocidade de avanço menor. Isto possibilita produzir decorações que se estendem por toda a espessura da camada (L), também no caso de espessuras finais relativamente altas da camada (L).

[00027] No caso em que a superfície de suporte (2) e a correia de acumulação (T1) se movem com a mesma velocidade de avanço, a camada (L) não mudará sua espessura na passagem de uma para a outra. E, obviamente,

no caso em que a correia de acumulação (T1) se move com uma velocidade de avanço superior à velocidade de avanço da superfície de suporte (2), a camada (L) irá reduzir sua espessura na passagem da superfície de suporte (2) para a correia de acumulação (T1).

[00028] Se diferentes velocidades de avanço forem usadas para a superfície de suporte (2) e a correia de acumulação (T1), a camada decorativa (3) mudará na passagem da camada (L) da superfície de suporte (2) para a correia de acumulação (T1). Em outras palavras, a camada decorativa (3) tem uma configuração inicial, obtida após espalhar a mesma na superfície de suporte (2), e uma configuração final, que é determinada após a passagem da superfície de suporte (2) para a correia de acumulação (T1). Se a superfície de suporte (2) tiver uma velocidade de avanço maior do que a correia de acumulação (T1), a camada decorativa (3) encurtará ao longo de uma direção paralela à direção de avanço.

[00029] A camada decorativa (3) é assim configurada e aplicada com uma extensão longitudinal inicial, medida ao longo da direção de avanço, que é diferente de uma extensão longitudinal final prevista, de modo a compensar a variação da extensão longitudinal da camada (L) devido às diferentes velocidades de avanço da superfície de suporte (2) e da correia de acumulação (T1).

[00030] Em outras palavras, a camada decorativa (3), por meio do dispositivo dispensador (4), é espalhada levando em consideração a mudança que será determinada na passagem da camada (L) da superfície de suporte (2) para a correia de acumulação (T1). Por exemplo, no caso em que a superfície do transportador (2) avança a uma velocidade maior do que a correia de acumulação (T1), a camada decorativa (3) deve ser configurada e aplicada com uma extensão inicial, medida ao longo da direção de avanço, que é maior do que a extensão final prevista. Por exemplo, no caso em que a configuração final prevista para a camada decorativa (3) é um círculo, a camada decorativa (3) é espalhada na camada (L) com uma configuração oval inicial, na qual um eixo principal, paralelo a direção de avanço da camada (L), tem um comprimento que é maior do que o diâmetro da configuração circular final prevista (Figura 5).

[00031] A adaptação da configuração da camada decorativa (3) à diferença de velocidade entre a superfície de suporte (2) e a correia de acumulação (T1) pode ser alcançada através do controle do dispositivo dispensador (4). Em particular, no caso de um dispositivo dispensador controlado digitalmente (4), a configuração da camada decorativa (3) é adaptada por meio de um módulo de controle fornecido com um algoritmo de processamento que, uma vez que a configuração final prevista para a camada decorativa (3) e a diferença de velocidade entre a superfície de suporte (2) e a correia de acumulação (T1) forem conhecidas, modificam a extensão longitudinal inicial da camada decorativa (3), durante a etapa de espalhamento na superfície de suporte (2), em relação à extensão longitudinal final prevista, aumentando ou diminuindo a mesma no caso em que, respectivamente, a velocidade de avanço da superfície de suporte (2) é maior ou menor que a velocidade de avanço da correia de acumulação (T1).

[00032] Por meio do dispositivo dispensador (4), a camada decorativa (3) pode ser aplicada de maneira uniforme e não uniforme. A aplicação uniforme permite obter uma camada de cor uniforme em toda a superfície de aplicação. A aplicação não uniforme da camada decorativa (3) permite a reprodução de uma decoração ou um padrão pré-estabelecido, também em cores diferentes.

[00033] Por exemplo, ao aplicar a camada decorativa (3) com pigmentos de cerâmica ou óxidos de coloração na forma seca, é possível obter uma coloração na massa da camada (L). O corante cerâmico seco aplicado uniformemente, primeiro na superfície de suporte (2) e posteriormente sobre a camada (L), é distribuído homogeneamente em torno do material granular da camada (L), colorindo-a em toda a sua espessura. Após a aplicação de uma ou mais das camadas decorativas descritas, após ter sido transferida da superfície de suporte (2) para a correia de acumulação (T1), a camada (L) é submetida a uma etapa de prensagem. A etapa de prensagem, por sua vez, é seguida pelas etapas normais do processo de produção de ladrilhos de cerâmica, que compreendem, por exemplo, uma ou mais etapas de aparar e/ou dividir a camada (L) em porções de um tamanho menor, e de aquecer a camada (L) ou porções de um tamanho menor obtidas a partir dela.

[00034] É ainda possível incluir uma etapa de controle e ajuste da umidade da camada (L) antes da prensagem. A umidade da camada (L) influencia, de fato, o grau de compactação que pode ser obtido por meio da prensagem e, portanto, pode ser vantajoso controlar e ajustar o mesmo. O controle e ajuste da umidade da camada (L) podem ser realizados por meio de um dispositivo específico (5), por exemplo um secador.

[00035] A Figura 1 representa esquematicamente uma possível modalidade de um dispositivo para implementar o método, de acordo com a presente invenção.

[00036] O dispositivo compreende uma superfície de suporte (2), na qual é possível espalhar a camada (L). Na modalidade representada, a superfície de suporte (2) é móvel ao longo de uma direção de avanço (X). Por exemplo, a superfície de suporte (2) tem a forma de uma correia motorizada conhecida pelo técnico no assunto.

[00037] O uso de uma superfície de suporte (2) móvel é útil para acionar o movimento em relação a um distribuidor (21) para espalhar a camada (L) e para acionar o movimento em relação ao dispositivo dispensador (4) para a aplicação da camada decorativa (3). Seria possível, em qualquer caso, fornecer o distribuidor (21) e/ou o dispositivo dispensador (4) com os respectivos meios de motor para permitir uma translação em relação à superfície de suporte (2).

[00038] A superfície de suporte (2) pode ainda ser usada para transportar a camada (L) para a prensa (P).

[00039] O dispositivo compreende ainda um distribuidor (21)

configurado para depositar a camada (L) na superfície de suporte (2). Conforme já mencionado, o distribuidor (21) é um dispositivo conhecido pelo técnico no assunto. Por exemplo, o distribuidor (21) pode compreender uma tremonha ou outro dispositivo de descarga provido com uma abertura inferior, cujo acesso pode ser controlado por meio de uma barreira móvel entre uma posição aberta, em que permite a descarga para baixo do material granular ou em pó, e uma posição fechada, em que retém o material granular ou em pó, evitando a descarga do mesmo.

[00040] O dispositivo dispensador (4) pode ser colocado acima da superfície de suporte (2). Conforme já indicado, o dispositivo dispensador (4) é de preferência do tipo controlado digitalmente. De preferência, mas não necessariamente, o dispositivo dispensador (4) é estruturado de modo a permitir a deposição controlada de gotas puntiformes de corante, em posições controladas. Por exemplo, o dispositivo dispensador (4) é do tipo drop-on- demand, como um jato de tinta ou cabeça de impressão de jato de válvula, configurado para emitir gotas de corante.

[00041] Uma vantagem oferecida por um dispositivo dispensador (4) do tipo descrito acima é a possibilidade de controlar com precisão a quantidade de tinta ou corante líquido transferida para a camada (L), seja como uma camada uniforme ou campo total ou como uma decoração gráfica. Por exemplo, a quantidade em peso do corante transferido pode variar de um mínimo de 50 gramas a um máximo de 1500 gramas por metro quadrado de área superficial da camada (L) a ser colorida ou decorada. Em termos práticos, a quantidade de corante que pode ser depositada na camada (L) pode ser controlada digitalmente. Como é bem conhecido, esses dispositivos de impressão são capazes de depositar várias cores diferentes. Todos os dispositivos indicados são bem conhecidos na técnica e, portanto, não serão descritos em mais detalhes. É ainda possível usar dois ou mais dispositivos dispensadores (4) do tipo acima descrito.

[00042] O dispositivo, de acordo com a presente invenção, pode ainda ser fornecido com um dispositivo de aquecimento (6) configurado para aquecer a camada (L) após a aplicação da camada decorativa (3). Em uma possível modalidade, o dispositivo de aquecimento (6) pode ser colocado acima da superfície de suporte (2), ao lado do dispositivo dispensador (4), por exemplo, entre o distribuidor (21) e o dispositivo dispensador (4), ou a jusante do dispositivo dispensador (4). Também seria possível dispor dois dispositivos de aquecimento (6) nos dois lados do dispositivo dispensador (4). O dispositivo de aquecimento (6) está configurado para realizar a etapa de aquecimento da camada (L), que visa secar uniformemente toda a camada (L) do pó decorado. Conforme já observado, o dispositivo de aquecimento (6) pode compreender uma ou mais lâmpadas infravermelhas.

[00043] Conforme já apontado, o uso de uma correia de acumulação (T1) distinta da superfície de suporte (2) permite que a velocidade de avanço seja regulada independentemente da velocidade de avanço da superfície de suporte (2). Isto permite regular e/ou variar a espessura da camada (L), transferindo a camada (L) da superfície de suporte (2) para a correia de acumulação (T1). Os meios de motor da correia de acumulação (T1) compreendem, por exemplo, um motor de torque, que tem rotação muito uniforme e permite um controle preciso da velocidade.

[00044] A correia de acumulação (T1) pode ainda ser fornecida com a possibilidade de translação vertical de modo a permitir que a altura do salto entre a superfície de suporte (2) e a correia de acumulação (T1) seja ajustada. A variação da altura do salto entre a superfície de suporte (2) e a correia de acumulação (T1) torna possível variar a espessura da camada (L) e, assim, define um parâmetro adicional para controlar a espessura juntamente com a diferença entre as velocidades de avanço.

[00045] A diferença entre as velocidades de avanço da correia de acumulação (T1) e a superfície de suporte (2) pode ser definida com uma razão compreendida entre 1 a 2 e 1 a 200. Por exemplo, a fim de obter uma espessura de 30 mm da camada (L) na correia de acumulação (T1), a razão de velocidade entre a correia de acumulação (T1) e a superfície de suporte (2) é definida de 1 para 10, de modo que uma camada de 3 mm de espessura (L) será depositada na superfície de suporte (2). A título de exemplo adicional, uma velocidade da superfície de suporte (2) de 0,8 m/s pode ser definida e 0,025 m/s para a correia de acumulação (T1). Em termos práticos, caso se deseje obter uma dada espessura da camada (L) na correia de acumulação (T1) antes da prensagem, e a diferença de velocidade entre a superfície de suporte (2) e a correia de acumulação (T1) é conhecida, será necessário definir uma espessura da camada (L) de material a ser depositado na superfície de suporte (2), por meio do distribuidor (21), de modo que uma vez que seja transferido para a correia de acumulação (T1), a espessura final será a desejada.

[00046] A utilização de uma correia de acumulação (T1) distinta da superfície de suporte (2) permite ainda que o ciclo de operação para espalhar e decorar a camada (L) seja desengatado do ciclo de prensagem da camada (L). De fato, enquanto uma camada (L) está sendo alimentada à prensa (P) pela correia de acumulação (T1), uma camada subsequente (L) pode ser formada e decorada na superfície de suporte (2).

[00047] O dispositivo de prensagem (P), por exemplo uma prensa, está localizado a jusante do dispositivo dispensador. Por exemplo, o dispositivo de prensagem (P) é do tipo conhecido na técnica através da publicação EP150048. O dispositivo de prensagem compreende uma correia transportadora (T), equipada com seus próprios meios de motor, independente dos meios de motor da superfície do transportador (2) e da correia de acumulação (T1).

[00048] A correia transportadora (T) é móvel ao longo da direção de avanço (X), de modo a transportar a camada (L) para as matrizes de prensagem (P1, P2). As matrizes de prensagem são dispostas ao longo da correia transportadora (T) de forma a receber a camada (L) trazida pela correia transportadora (T). Tanto a correia transportadora (T) quanto a camada (L)

disposta na correia transportadora (T) transitam entre as duas matrizes da prensa (P) de tal forma que a camada (L) é pressionada diretamente na correia transportadora (T).

[00049] A correia de acumulação (T1) é interposta entre a superfície de suporte (2) e a correia transportadora (T). Da mesma forma, a correia transportadora (T) está a uma altura ligeiramente mais baixa do que a correia de acumulação (T1) e tem uma extremidade de entrada localizada abaixo da extremidade de saída da correia de acumulação (T1), de modo que a camada (L) pode passar da correia de acumulação (T1) para a correia transportadora (T), também sofrendo uma pequena queda. A correia de acumulação (T1) e a correia transportadora (T) avançam preferencialmente à mesma velocidade durante a transferência da camada (L), que assim não sofre alterações substanciais.

[00050] O dispositivo, de acordo com a presente invenção, pode ser fornecido com um dispositivo para controlar e ajustar (5) a umidade da camada (L), localizada a montante da prensa (P). O referido dispositivo (5) pode ter a forma de um secador. O controle e ajuste da umidade da camada (L) possibilita variar a densidade da camada (L) obtida por prensagem.

Claims

REIVINDICAÇÕES

1. Método para coloração na massa de produtos cerâmicos, caracterizado por compreender as seguintes etapas: espalhar, sobrepostas umas às outras, uma camada (L) de material granular ou em pó e uma camada decorativa (3) sobre uma superfície de suporte (2); transferir a camada (L) da superfície de suporte (2) para uma correia de acumulação (T1), contígua e alinhada à superfície de suporte (2), que está localizada em uma altura mais baixa do que a superfície de suporte (2), em que a correia de acumulação (T1) é móvel em avanço a uma velocidade que é diferente da velocidade de avanço da superfície de suporte (2), de modo que uma variação na espessura e extensão longitudinal da camada (L) é produzida; pressionar a camada (L) e a camada decorativa (3); em que a camada decorativa (3) é configurada e aplicada com uma extensão longitudinal inicial, medida ao longo da direção de avanço, que é diferente de uma extensão longitudinal final prevista, de modo a compensar a variação da extensão longitudinal da camada (L) devido às diferentes velocidades de avanço da superfície de suporte (2) e da correia de acumulação (T1).

2. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a camada (L) ser espalhada sobre a superfície de suporte (2) e a camada decorativa (3) ser aplicada sobre a camada (L).

3. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por compreender uma etapa de aplicação de uma camada decorativa inferior (3) na superfície de suporte (2), em que a camada (L) é espalhada na camada decorativa inferior (3).

4. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a aplicação da camada decorativa (3) ocorrer por meio de um dispositivo dispensador controlado digitalmente (4).

5. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por a etapa de aplicação da camada decorativa (3) na camada (L) ser realizada por meio de um dispositivo dispensador (4) e pela produção de um movimento relativo entre o dispositivo dispensador (4) e a superfície de suporte (2).

6. Método, de acordo com a reivindicação 5, caracterizado por o movimento relativo entre o dispositivo dispensador (4) e a superfície de suporte (2) ser produzido por meio de um avanço da superfície de suporte (2).

7. Método, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por compreender uma etapa de controle e ajuste da umidade da camada (L) antes da etapa de prensagem.

8. Método, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado por compreender uma etapa de aquecimento da camada (L) após a etapa de prensagem.

9. Dispositivo de decoração para decoração de massa de produtos cerâmicos, compreendendo: uma superfície de suporte (2); um distribuidor (21), configurado para depositar uma camada (L) de material granular ou material em pó na superfície de suporte (2); um dispositivo de prensagem (P), configurado para pressionar a camada (L); caracterizado por compreender: um dispositivo dispensador (4), configurado para aplicar, sobre a superfície de suporte (2) e/ou sobre a camada (L), uma camada decorativa (3) de material granular ou material em pó; uma correia de acumulação (T1), contígua e alinhada à superfície de suporte (2), que está localizada a uma altura mais baixa que a superfície de suporte (2), em que a superfície de suporte (2) e a correia de acumulação (T1) são fornecidas com meios de motor independentes; um módulo de controle para o dispositivo dispensador (4), fornecido com um algoritmo de processamento configurado para modificar uma extensão longitudinal inicial da camada decorativa (3) em relação a uma extensão longitudinal final prevista, a fim de compensar uma diferença na velocidade de avanço entre a superfície de suporte (2) e a correia de acumulação (T1).

10. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por o dispositivo dispensador (4) ser controlado digitalmente.

11. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por compreender meios de motor para produzir um movimento relativo entre a superfície de suporte (2) e o dispositivo dispensador (4) ao longo de pelo menos uma direção principal (X).

12. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por compreender meios de motor para produzir um movimento relativo entre a superfície de suporte (2) e o distribuidor (21) ao longo de pelo menos uma direção principal (X).

13. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por compreender um dispositivo de controle e ajuste (5) para controlar e ajustar a umidade da camada (L).

14. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por: o dispositivo de prensagem compreender uma correia transportadora (T); a correia de acumulação (T1) é interposta entre a superfície de suporte (2) e a correia transportadora (T); a correia transportadora (T) está localizada a uma altura ligeiramente mais baixa do que a correia de acumulação (T1) e tem uma extremidade de entrada localizada abaixo da extremidade de saída da correia de acumulação (T1), de modo que a camada (L) pode passar da correia de acumulação (T1) para a correia transportadora (T), sofrendo uma pequena queda para baixo.