BR112020008129A2 - abridor de boca para expor a região palatina e orofaríngea de um paciente - Google Patents

Abstract

A presente invenção descreve um abridor de boca cirúrgico melhorado para a exposição da região palatina e orofaríngea de um paciente compreendendo uma armação (2) adaptada para ser arranjada em uso ao redor da boca do paciente e um sistema abaixador de língua (21, 30) inserível na cavidade oral do paciente e móvel em relação à armação (2), a pá abaixadora de língua (21, 30) compreende dois elementos articulados entre si, capazes de mobilizar totalmente de maneira graduada toda a base da língua, tanto na direção caudal quanto póstero-anterior. O arco metálico (2) suporta e ancora o sistema abaixador de língua mencionado acima, apoiando-se nos dentes molares e pré-molares superiores (respeitando os incisivos) e atua como uma janela anterior adaptada para garantir a exposição ideal das estruturas palatais e do istmo das fauces e para facilitar a cirurgia palatal e orofaríngea em geral e a de distúrbios obstrutivos do sono em particular.

Description

1 / 17

ABRIDOR DE BOCA PARA EXPOR A REGIÃO PALATINA E

OROFARÍNGEA DE UM PACIENTE Campo Técnico

[001] A presente invenção refere-se a um abridor de boca cirúrgico melhorado compreendendo um arco metálico e uma pá abaixadora de língua capaz de obter a exposição ideal das estruturas palatais e do istmo das fauces e facilitar a realização de cirurgias palatais e orofaríngeas em geral e de distúrbios obstrutivos do sono em particular. Técnica Anterior

[002] Normalmente, os músculos ligados às paredes das vias aéreas superiores também têm a tarefa de manter os tratos respiratórios abertos durante a inspiração, de modo a permitir o fluxo de ar para os pulmões. Quando os músculos do palato mole, da úvula, das paredes laterais da faringe e da língua não são capazes de garantir rigidez suficiente para as paredes das vias aéreas superiores (principalmente do trato faríngeo), os tecidos relaxados, em colapso, podem simplesmente se aproximar e vibrar à medida que o ar passa, causando ronco ou, em casos mais graves, criar obstrução completa das vias aéreas superiores e impedir a passagem de ar para os pulmões, produzindo apneia. Uma das terapias para o ronco e/ou apneia obstrutiva é a cirurgia, tanto de demolição/ressecção quanto do tipo funcional sem demolição ou ressecção.

[003] Recentemente (em 2012), um novo procedimento cirúrgico foi introduzido sem demolição ou ressecção chamado “elevação velo-uvulo- faríngea”, “VUPL” ou “técnica das cortinas romanas”, o que leva à suspensão, encurtando através da plicatura muscular, avanço e rigidez do palato mole e das paredes laterais da faringe através do uso de fios de sutura capazes de ancorá-los a estruturas fibro-ósseas circunvizinhas específicas, no caso em questão à coluna nasal posterior, à rafe pterigomandibular e ao hâmulo pterigoideo.

2 / 17

[004] Esse procedimento cirúrgico, realizado inicialmente com fios tradicionais não absorvíveis, posteriormente (em 2013) passou por uma evolução bastante substancial graças a um material de sutura completamente inovador que nunca havia sido usado antes no distrito oral e faríngeo: “suturas farpadas”, isto é, fios de sutura “autotravantes” que, graças à presença de espículas especiais esculpidas ao longo da parede dos mesmos, são capazes de atuar sobre os tecidos de uma maneira bastante uniforme e sem a necessidade de serem atados.

[005] Para poder realizar esse tipo de cirurgia de maneira adequada e sem dificuldades, é essencial ter acesso a ferramentas projetadas especificamente para prover uma exposição ideal do distrito palatofaríngeo no qual operar.

[006] Atualmente, são usados abridores de boca, colocados entre o maxilar superior e o maxilar inferior (mandíbula) para manter a boca aberta durante o procedimento cirúrgico realizado na cavidade orofaríngea, possivelmente equipado com uma pá abaixadora de língua e/ou outros acessórios.

[007] Os abridores de boca conhecidos são, por exemplo, o McIvor (US2476675), o Davis-Mayer, Dingmann, Crochard ou WO2006/054301, providos com uma pá abaixadora de língua ancorada a um abridor apoiado nos dentes da frente da arcada superior.

[008] Por exemplo, o abridor McIvor foi usado por mais de 65 anos e é ilustrado na figura 1.

[009] Uma desvantagem desses abridores de boca tradicionais, que se apoiam nos elementos dentários anteriores da arcada superior, é a impossibilidade de ter uma exposição adequada da junção “palato duro” - “palato mole”, que é de extrema importância na cirurgia moderna para ronco e apneia obstrutiva de origem retropalatal.

[0010] Uma desvantagem adicional de abridores de boca conhecidos é

3 / 17 que eles não permitem a exposição adequada e bilateral da base da língua no nível do sulco glossotonsilar (local de transição entre a amígdala lingual e a amígdala palatina), pois não são capazes de avançar simultaneamente a base da língua completamente, isto é, a porção mediana e ambas as porções laterais.

[0011] De fato, mesmo com um abaixador de língua provido com uma pá adequada para abraçar completamente a base da língua (incluindo os sulcos amigdaloglossos), ele nunca poderia ser posicionado nesse nível, pois não passaria pelo espaço que separa os molares inferiores dos dois lados, normalmente com dimensões um pouco menores em relação às da base lingual. Portanto, necessariamente tendo que usar uma pá de largura reduzida, compatível com a distância intermolar, uma vez que a parte mediana da base da língua foi abaixada (sozinha ou, melhor ainda, com apenas uma das porções laterais), é inevitável que uma ou ambas as partes laterais escapem do abaixador de língua e subam novamente (como pode ser visto claramente na figura 1), cobrindo as estruturas anatômicas laterais subjacentes, amígdalas palatinas, músculos palatofaríngeos e rafe pterigomandibular em particular, obstruindo a cirurgia.

[0012] Uma desvantagem adicional de abridores de boca conhecidos é que, ao se apoiar nos incisivos superiores, além de impedir a visualização direta da junção entre o palato duro e o palato mole, eles podem causar lesões nesses elementos dentários durante as tentativas de obter uma exposição mais adequada.

[0013] O objetivo da presente invenção é prover um abridor de boca cirúrgica melhorado capaz de expor adequadamente a junção palato duro- palato mole e expor adequadamente e bilateralmente as estruturas anatômicas situadas nas laterais do sulco amigdaloglosso.

[0014] Um outro objetivo da presente invenção é permitir o livre acesso à área de operação, palato e istmo das fauces, com instrumentos

4 / 17 cirúrgicos, graças à exposição ideal das estruturas anatômicas circundantes, afastando com segurança e eficácia as paredes da cavidade oral atuando na língua, no maxilar superior e no maxilar inferior.

[0015] Outro objetivo da presente invenção é evitar o risco de danificar os incisivos superiores.

[0016] Um objetivo adicional da presente invenção é impedir a formação de eversão mono- ou bilateral da porção lateral da raiz lingual, uma desvantagem bastante irritante para o cirurgião, mas inevitável ao usar um abaixador de língua tradicional provido com uma pá que tem uma largura insuficiente para cobrir toda a largura da própria base lingual.

[0017] Outro objetivo da presente invenção é prover um abridor de boca cirúrgico melhorado que possa ser inserido e removido com segurança e simplicidade na cavidade oral.

[0018] Um objetivo adicional da presente invenção é ter um instrumento que seja altamente flexível para uso e que se adapte rápida e simplesmente aos vários formatos das cavidades orais dos pacientes. Objetivo da invenção

[0019] A presente invenção descreve um abridor de boca cirúrgico para expor a região palatina e orofaríngea de um paciente, de acordo com a descrição na reivindicação 1 anexa.

[0020] Outros aspectos vantajosos do abridor de boca cirúrgico estão incluídos nas reivindicações dependentes de 2 a 15.

[0021] A invenção confere o principal efeito técnico de expor adequadamente todas as estruturas orais, palatais e faríngeas sujeitas a cirurgia específica (ronco e apneia) e cirurgia tradicional (por exemplo, procedimento de amigdalectomia, cirurgia orofaríngea, etc.).

[0022] Em particular, a invenção, como descrita, alcança os efeitos técnicos de: - reduzir o risco de lesões dentárias, em particular dos

5 / 17 incisivos superiores; - otimizar a exposição das estruturas anatômicas submetidas a nova cirurgia com suturas farpadas, a fim de criar uma estrutura elástica capaz de ancorar às empunhaduras anatômicas naturais e estáveis (coluna nasal posterior, hâmulo pterigoideo, rafe pterigomandibular) os tecidos moles que formam o palato e trato faríngeo das vias aéreas superiores, de modo a conferir uma rigidez básica suficiente para suportar a pressão interna negativa criada pela inspiração sem colapsar quando os músculos contidos em suas paredes não são capazes de fazê-lo; - permitir que a base lingual avance totalmente para os sulcos glossotonsilares usando uma pá abaixadora de língua com uma largura adequada não condicionada pela menor distância intermolar (normalmente menor que a largura da base lingual).

[0023] Os efeitos/vantagens técnicos mencionados e outros efeitos/vantagens técnicos da invenção emergirão em mais detalhes da descrição provida abaixo de um exemplo de modalidade provido a título de exemplo aproximado e não limitativo com referência aos desenhos anexos. Breve descrição dos desenhos

[0024] A Figura 1 mostra um abridor de boca cirúrgico conhecido.

[0025] A Figura 2 mostra uma vista em perspectiva traseira de um abridor de boca cirúrgico de acordo com uma primeira modalidade da presente invenção.

[0026] A Figura 3 mostra o abridor de boca cirúrgico da figura 2 em uma vista em perspectiva lateral frontal.

[0027] A Figura 4 mostra um detalhe do abridor de boca da figura 3.

[0028] A Figura 5 mostra uma seção lateral do abridor de boca com a pá abaixadora de língua inserida na cavidade oral e pressionada contra a língua.

[0029] A Figura 6 mostra o abridor de boca da figura 5 em uma vista

6 / 17 de cima.

[0030] A Figura 7 mostra o abridor de boca da figura 5 com a pá abaixadora de língua feita para deslizar em direção ao exterior da cavidade oral.

[0031] A Figura 8 mostra o abridor de boca da figura 7 em uma vista de cima.

[0032] A Figura 9 mostra uma pá abaixadora de língua de acordo com a presente invenção.

[0033] A Figura 10 mostra uma vista lateral da seção A-A da pá abaixadora de língua da figura 9.

[0034] A Figura 11 mostra uma vista traseira da seção B-B da pá abaixadora de língua da figura 10.

[0035] A Figura 12 mostra um detalhe relacionado ao acoplamento de dois elementos da pá abaixadora de língua.

[0036] A Figura 13 mostra uma vista parcialmente explodida de um abridor de boca cirúrgico de acordo com a invenção.

[0037] A Figura 14 mostra uma vista em corte lateral do abridor de boca que ilustra três ângulos diferentes assumidos pela pá abaixadora da língua em relação à estrutura.

[0038] A Figura 15 mostra uma vista em perspectiva traseira de uma segunda modalidade de um abridor de boca cirúrgico de acordo com a invenção.

[0039] A Figura 16 mostra o abridor de boca cirúrgico da figura 15 em uma vista em perspectiva lateral frontal.

[0040] As figuras 17 e 18 mostram a pá abaixadora de língua das figuras 15 e 16, em vistas de baixo e de cima, respectivamente.

[0041] A Figura 19 mostra uma vista parcialmente explodida da pá abaixadora de língua. Descrição detalhada das modalidades preferidas da invenção

7 / 17

[0042] Em uma primeira modalidade, a presente invenção descreve um abridor de boca cirúrgico 1 para a exposição da região palatina e orofaríngea de um paciente compreendendo um arco ou armação de suporte perioral 2 adaptado para ser arranjado, durante o uso, ao redor da boca do paciente. Em particular, a armação 2 é maior que a abertura máxima da boca, de modo a manter a boca nessa posição.

[0043] Como indicado abaixo, o termo “vertical” significa uma direção substancialmente similar, mas não idêntica, ao arranjo dos dentes, uma direção vertical sendo definida na presente descrição como “superior” ou “acima”, ou seja, em direção ao maxilar superior, e a direção vertical oposta é definida como “inferior” ou “para baixo”, ou seja, mandibular em direção ao maxilar inferior. Em outras palavras, a direção vertical está no plano sagital mediano (arranjado na direção vertical e passando pela sutura interparietal e de modo a dividir o crânio em duas metades especulares, direita e esquerda).

[0044] “Lateral” significa uma direção correspondente à largura da cavidade oral (distância entre os molares inferiores do lado direito e os do lado esquerdo), enquanto uma direção lateral é definida como uma direção “bucal”, ou seja, em direção às bochechas e a direção longitudinal oposta é definida como uma direção “lingual”, isto é, em direção à língua e ao plano sagital. A direção lateral fica em um plano horizontal paralelo ao plano transversal (que separa a parte superior maxilar da parte inferior mandibular).

[0045] O termo “interno” ou “voltado para o interior” significa na direção da cavidade oral e da base da língua. “Externo” ou “exterior” significa uma direção afastada da cavidade oral.

[0046] Embora essas indicações sejam definidas quando a armação do abridor de boca é arranjada em uso no rosto do paciente ao redor da boca, elas também podem ser usadas para descrever a configuração dos vários componentes quando o abridor é removido da cavidade oral.

[0047] A estrutura 2 compreende uma travessa mandibular 3, pelo

8 / 17 menos uma travessa maxilar 5a, 5b e dois pilares 4a, 4b que conectam a travessa mandibular 3 à travessa maxilar 5a, 5b, com uma forma substancialmente retangular, com o lado superior parcialmente aberto em uma área central.

[0048] Preferivelmente, o abridor 1 compreende duas travessas maxilares 5a, 5b.

[0049] A armação 2 também compreende dois elementos ou braços superiores 8a, 8b adaptados para se apoiar nos pré-molares e molares superiores quando em uso, fixados de maneira removível e móvel em cada travessa maxilar 5a, 5b. No caso em que a armação 2 compreende apenas uma travessa maxilar, o abridor compreenderá apenas um único braço de apoio conectado de maneira móvel à mesma.

[0050] Uma vez liberado o elemento de preensão 12, cada braço superior 8a, 8b pode ser estendido ou encurtado em relação à armação 2, fazendo deslizar através de cada elemento de suporte 7a, 7b.

[0051] Além disso, cada braço 8a, 8b pode ser orientado como preferido em qualquer direção, como ilustrado pelas setas na figura 2, girando-o em torno de um eixo geométrico perpendicular ao plano substancialmente horizontal que contém a armação 2 e/ou girando-o em torno de um eixo geométrico longitudinal que passa pelas travessas maxilares 5a, 5b.

[0052] Através dos ajustes descritos acima, é fácil e rapidamente possível adaptar o abridor à forma particular da arcada dentária superior do paciente e garantir que durante o uso do abridor de boca cada braço 8a, 8b se apoie nos pré-molares/molares superiores em uma direção substancialmente paralela aos mesmos (isto é, uma direção longitudinal aos molares superiores). Uma vez que os ajustes desejados foram executados, o abridor é travado nessa posição através dos vários elementos de preensão 12.

[0053] Para ter um melhor suporte longitudinal nos pré-

9 / 17 molares/molares superiores, passando sobre os incisivos ou os caninos, cada elemento 8a, 8b compreende uma área curva 9a, 9b.

[0054] As Figuras 5, 6, 7 e 8 mostram um braço 8b apoiado nos pré- molares/molares superiores quando o abridor está em uso, isto é, apoiado na face do paciente.

[0055] Vantajosamente, os meios de ajuste 41a, 41b são providos nos pilares 4a, 4b que permitem que o comprimento de cada pilar 4a, 4b seja estendido ou encurtado e/ou cada pilar 4a, 4b seja girado em relação ao eixo geométrico longitudinal que passa pelo próprio pilar.

[0056] Preferivelmente, a armação 2 compreende meios de ajuste 6a, 6b para ajustar o comprimento da travessa maxilar 5a, 5b que permite a rotação dos elementos 8a, 8b em um plano sagital.

[0057] Todos os ajustes descritos acima permitem uma grande flexibilidade no uso do abridor de boca, permitindo que ele seja adaptado à forma particular da cavidade oral do paciente.

[0058] A armação 2 compreende adicionalmente no fundo um alojamento 10, presente na travessa maxilar 3 adaptada para receber de forma deslizável a empunhadura 23 de uma pá abaixadora de língua dentro dela.

[0059] O abridor de boca 1 também compreende uma pá abaixadora de língua 21, 30 que é inserível na cavidade oral do paciente e que é móvel em relação à armação 2.

[0060] A pá abaixadora de língua compreende uma espátula de língua 21, substancialmente perpendicular ao plano frontal ou coronal (quando inserida em uso no abridor de boca), configurada para abaixar e pressionar a língua do paciente contra o assoalho mandibular; e um elemento substancialmente em forma de colher 30 que é deslizável longitudinalmente em relação à espátula de língua 21, de modo a estender ou encurtar o comprimento total da pá abaixadora de língua 21, 30.

[0061] A espátula de língua 21 compreende um chanfro lateral 29

10 / 17 adaptado para facilitar a inserção e extração da mesma da cavidade oral.

[0062] Além disso, a espátula de língua 21 compreende uma empunhadura 23, substancialmente perpendicular à espátula 21, que é deslizável no compartimento vertical 10 do abridor de boca.

[0063] A empunhadura 23 termina com uma extremidade curva 25 e compreende uma cremalheira 24, por exemplo, compreendendo dentes oblíquos, engatáveis com um elemento de liberação e parada 12 do alojamento 10. Ao manter o elemento de liberação 12 pressionado, é possível fazer a empunhadura 23 deslizar para cima ou para baixo e, portanto, a espátula de língua 21, de modo a poder ajustar sua posição em relação à língua do paciente. Uma vez encontrada a posição vertical desejada, por exemplo, com a espátula 21 pressionando a língua contra o assoalho mandibular, a posição da espátula 21 é travada, liberando o elemento de liberação 12.

[0064] Como ilustrado na sequência da figura 14, a espátula de língua 21 é rotativa em uma direção superior/inferior em relação à armação 2 (no plano sagital mediano), de modo a ser capaz de regular a direção do impulso para baixo na parte anterior da língua.

[0065] De acordo com um exemplo não limitativo da presente invenção, o ajuste da rotação da espátula de língua 21 em relação à armação 2 ocorre por meio de um elemento de travamento / destravamento 14 que atua por sua vez em um torno de preensão 13 compreendendo duas garras 15a, 15b. Cada uma das duas garras 15a, 15b tem uma ranhura ou sede complementar 16a, 16b capaz de alojar dentro dela uma porção cilíndrica 20 da travessa mandibular 3.

[0066] Uma das duas garras 15a, 15b é solidamente restrita ao alojamento 10 (por exemplo, soldada ao mesmo) e as duas garras 15a, 15b são articuladas entre si e unidas por um pino 17.

[0067] O ajuste do ângulo da pá abaixadora de língua 21 em relação à

11 / 17 armação 2 ocorre ao destravar o elemento de preensão 14 que, ao afrouxar a pressão das garras 15a, 15b na porção cilíndrica 20, permite que a pá abaixadora de língua 21 seja girada em relação à armação como preferido e fixada na posição correta. Ao apertar novamente o elemento de preensão 14, as duas garras 15a, 15b agem apertando o torno 13 na porção cilíndrica 20 da armação, bloqueando sua possibilidade de girar.

[0068] Preferivelmente, a porção cilíndrica 20 tem um diâmetro menor que o resto da travessa mandibular 3 e pode compreender uma superfície do tipo “nervurada” listrada (estendendo-se substancialmente ao longo de uma direção paralela à direção longitudinal da travessa mandibular 3), de modo a aumentar o atrito e aderência com as sedes longitudinais correspondentes 16a, 16b do torno 13.

[0069] O elemento em forma de colher 30 compreende dois elementos 31a, 31b, com uma forma substancialmente alongada, lado a lado, paralelos à espátula de língua 21 e capazes de girar em torno de um pino 35, como mostrado na figura 3.

[0070] Os dois elementos 31a, 31b têm na frente (extremidade inserível dentro da cavidade oral) a forma de duas meias colheres 32a, 32b com a concavidade voltada para baixo, capaz de alojar inteiramente a base lingual. As duas extremidades traseiras dos dois elementos 31a, 31b formam uma empunhadura traseira (extremidade externa da cavidade oral quando o abridor está em uso). Quando as duas meias colheres 32a, 32b estão em contato, as duas extremidades traseiras são ligeiramente afastadas uma da outra.

[0071] Um elemento de tração elástico 33 (por exemplo, uma mola de tração) mantém as duas empunhaduras traseiras juntas, de modo que as duas meias colheres 32a, 32b se afastam da posição de contato mútuo, resultando em uma configuração de dimensão de largura máxima (significando a distância da bochecha à bochecha) de modo a permitir que a base da língua

12 / 17 seja completamente capturada.

[0072] A espátula de língua 21 compreende um meio de acoplamento móvel ao elemento em forma de colher 30. Em particular, a espátula de língua 21 compreende uma ranhura longitudinal central 27 dentro da qual o pino 35 das meias colheres 32a, 32b pode deslizar de modo a poder estender ou encurtar o comprimento total da pá abaixadora de língua 21, 30.

[0073] A ranhura longitudinal 27 compreende um furo 28 adaptado para permitir o acoplamento com o pino 35 das meias colheres 32a, 32b.

[0074] A espátula de língua 21 compreende duas guias laterais opostas 26, na metade compreendida entre as duas empunhaduras traseiras e o furo 28, adaptadas para fazer os dois elementos alongados 31a, 31b deslizarem de modo que quando os elementos 31a, 31b forem retraídos (e, portanto, o comprimento total da pá abaixadora de língua na cavidade oral é encurtado) as duas meias colheres 32a, 32b tendem a se aproximar mais e em direção ao centro do eixo geométrico longitudinal da espátula abaixadora de língua 21, reduzindo assim gradualmente a largura total da pá abaixadora de língua 21, 30.

[0075] A redução na largura da pá abaixadora de língua permite que ela passe entre os molares inferiores e qualquer inserção ou extração do abridor da cavidade oral.

[0076] Vice-versa, ao empurrar as empunhaduras traseiras dos elementos alongados 31a, 31b longitudinalmente em direção à cavidade oral, o comprimento da pá abaixadora de língua 21, 30 é aumentado e a ação conjunta das guias laterais 26, mola 33 e pino 35 permite que as duas meias- colheres 32a, 32b se distanciem uma da outra do centro do eixo geométrico longitudinal da espátula abaixadora de língua 21, de modo a aumentar a largura da pá abaixadora de língua. Esse aumento na largura permite que toda a base lingual seja coletada e contida.

[0077] As duas meias colheres 31a, 31b compreendem

13 / 17 adicionalmente um elemento de fixação 34 que permite que a largura seja fixa e a possibilidade de a pá abaixadora de língua deslizar longitudinalmente, fixando os dois elementos alongados 31a, 31b na espátula de língua 21.

[0078] Em uma modalidade alternativa da invenção, as guias 26 da espátula de língua 21 são configuradas para serem acopladas de maneira semelhante a uma cremalheira com as bordas laterais externas dos elementos alongados 31a, 31b.

[0079] Uma vez inserida a pá abaixadora de língua 21, 30 dentro da cavidade oral e passada entre os molares inferiores, o aumento da largura da pá abaixadora de língua e qualquer rotação na direção superior-inferior em relação à armação 2 permitem que a região da base da língua seja completamente abraçada e que a direção de empurrar para baixo na parte anterior da língua seja modulada. Tal operação permite que a junção palato duro-palato mole seja adequadamente exposta e que o sulco glossotonsilar seja adequadamente exposto.

[0080] O abridor 1 descrito acima é essencialmente composto de dois elementos: uma armação 2 que mantém a boca do paciente o mais aberta possível e suporta uma pá abaixadora de língua na posição pressionada na língua.

[0081] No entanto, observa-se que ter um abridor como descrito acima com uma pá abaixadora de língua do tipo conhecido constitui uma invenção em si mesma.

[0082] Esse abridor resolve o problema técnico de reduzir o risco de lesões dentárias, principalmente dos incisivos superiores, durante as tentativas de obter uma exposição mais adequada dos órgãos orofaríngeos.

[0083] Além disso, permite uma grande flexibilidade no uso do abridor, permitindo que um único instrumento seja adaptado ao formato específico da cavidade oral do paciente.

[0084] Nesse caso, o abridor de boca cirúrgico compreende uma

14 / 17 armação 2 adaptada para ser arranjada em uso ao redor da boca do paciente e com um tamanho maior que a abertura máxima da boca, a armação 2 compreendendo uma travessa mandibular 3, pelo menos uma travessa maxilar 5a, 5b, dois pilares 4a, 4b que conectam a travessa mandibular 3 à travessa maxilar 5a, 5b, dois braços superiores 8a, 8b adaptados para se apoiarem longitudinalmente nos pré-molares/molares superiores quando em uso. A armação 2 pode compreender adicionalmente um alojamento 10, por exemplo, presente na travessa maxilar 3 adaptada para receber de forma deslizável a empunhadura de uma pá abaixadora de língua do tipo conhecido dentro dela.

[0085] Constitui outra invenção, por si só, com uma pá abaixadora de língua 21, 30, como descrito acima, cuja empunhadura 23 pode ser instalada em um alojamento de um arco ou estrutura de suporte perioral do tipo conhecido.

[0086] Essa pá abaixadora de língua, composta por dois elementos, resolve o problema técnico de expor adequadamente a junção palato duro- palato mole e expor de maneira adequada e bilateral o sulco glossotonsilar.

[0087] Além disso, permite que a base lingual avance totalmente para os sulcos glossotonsilares, posicionando a pá abaixadora de língua no espaço que separa os molares inferiores, normalmente menores que a largura da base lingual.

[0088] Nesse caso, a pá abaixadora de língua 21, 30 para o abridor de boca cirúrgico do tipo conhecido é inserível na cavidade oral do paciente e móvel em relação à armação do abridor de boca. A pá abaixadora de língua 21, 30 compreende uma espátula de língua 21 perpendicular ao plano frontal/coronal e é configurada para abaixar a língua do paciente contra o assoalho mandibular; e um elemento em forma de colher 30 que é deslizável longitudinalmente em relação à espátula de língua 21, de modo a estender o comprimento total da pá abaixadora de língua 21, 30.

15 / 17

[0089] O elemento em forma de colher 30 compreende na frente duas meias colheres transversais móveis 31a, 31b, de modo a poder variar a largura da pá abaixadora de língua 21, 30 de uma largura mínima, de modo a permitir que a pá abaixadora de língua 21, 30 passe entre os molares inferiores até uma largura máxima, de modo a permitir que toda a região da base da língua seja totalmente abraçada.

[0090] Como descrito acima, o abridor de boca cirúrgico melhorado de acordo com a presente invenção compreende: a) um sistema abaixador de língua vantajoso (compreendendo duas pás articuladas entre si, capazes de mobilizar de maneira graduada toda a base da língua, tanto na direção caudal quanto na posterior-anterior) direção); b) um arco metálico, que suporta e ancora o sistema abaixador de língua supracitado, caracterizado por se apoiar nos dentes pré-molares e molares superiores (respeitando os incisivos) e atua como uma janela anterior adaptada para garantir a exposição ideal das estruturas palatais e do istmo das fauces e para facilitar a realização de cirurgias palatais e orofaríngeas em geral e de distúrbios obstrutivos do sono em particular.

[0091] As Figuras 15 a 19 representam uma segunda modalidade do abridor de boca cirúrgico descrito anteriormente com referência às figuras 1 a

14. Abaixo está uma descrição das diferenças apenas com relação à descrição da primeira modalidade, enquanto para as características técnicas análogas deve ser feita referência à descrição da primeira modalidade. Além disso, nas figuras 15 a 18, elementos análogos foram indicados com o prefixo “10”.

[0092] O abridor de boca cirúrgico 101 compreende uma armação 102 (compreendendo uma travessa mandibular 103, uma travessa maxilar 105a, 105b, dois pilares 104a, 104b), dois braços ou palhetas superiores 108a, 108b adaptados para se apoiarem nos molares superiores do paciente, quando em uso. Preferivelmente, a armação do abridor de boca 101 é redonda. As palhetas superiores 108a, 108b têm preferivelmente uma extremidade com

16 / 17 uma forma plana, para facilitar a inserção e extração de uma bainha descartável macia (por razões de higiene), configurada para não destruir os molares superiores nos quais se apoia cada palheta 108a, 108b.

[0093] Na segunda modalidade, a empunhadura 123 compreende um elemento tubular que termina na extremidade inferior com um gancho 125 e que é deslizável dentro de um elemento de travamento duplo 110 que também atua parcialmente como um alojamento. Há também um elemento de travamento duplo complementar 115a capaz de alojar dentro dele uma porção da travessa mandibular 103. A inclinação do conjunto abaixador de língua pode ser ajustada usando o botão central 114. Na segunda modalidade, a pá abaixadora de língua compreende uma espátula de língua 122 e um elemento em forma de colher 130 deslizável longitudinalmente em relação à espátula de língua 122, compreendendo dois elementos alongados 132a, 132b. Preferivelmente, cada um dos dois elementos alongados 132a, 132b compreende um ou mais furos atravessantes 133 que permitem que o médico possa verificar a cor da língua do paciente quando a pá abaixadora de língua é mantida pressionada na língua. Dessa forma, pode-se verificar se a língua do paciente está sendo pressionada demais durante a operação do abridor de boca. Alternativamente, o elemento em forma de colher pode ser feito de material transparente. Preferivelmente, a espátula de língua 122 é feita de Teflon.

[0094] A espátula de língua 122 e os dois elementos alongados em forma de colher 132a, 132b compreendem em uma extremidade um furo atravessante 200 através do qual passa um pino que os mantém articulados na empunhadura 123 e estão compreendidos dentro de duas meias conchas 126a, 126b. A meia concha superior ou tampa 126a compreende uma ranhura longitudinal 127a e um segundo furo atravessante 201, enquanto a meia concha inferior ou base abaixadora de língua 126b compreende uma ranhura longitudinal 127b, na ranhura da primeira meia concha 126a, em que uma

17 / 17 porca 203 pode deslizar longitudinalmente.

Em uma extremidade da meia concha inferior 126b existe um alojamento 204 para a parte superior da empunhadura 123. Há também um elemento de fixação 134 que permite que a pá abaixadora de língua 122, 132a, 132b deslize longitudinalmente e/ou fixe os dois elementos alongados 132a, 132b na espátula de língua 122 na posição desejada, atuando sobre um elemento de botão para pinças ou abas 202. A forma particular das duas meias conchas 126a, 126b permite, ao avançar e/ou retrair o elemento em forma de colher 130, que os dois elementos alongados 132a, 132b sejam separados ou se aproximem.

Preferivelmente, a largura da extremidade livre da pá abaixadora de língua 122 deve ser tal de modo a cobrir pelo menos o espaço presente entre os dois elementos alongados em forma de colher 132a, 132b quando eles são separados na distância máxima um do outro.

Isso evita qualquer “aperto” da língua do paciente quando os dois elementos alongados em forma de colher 132a, 132b coletam a base da língua e são movidos para mais perto.

Deve-se notar que, em outro exemplo não limitativo da presente invenção, o abridor de boca descrito acima pode ser facilmente aplicado à cavidade oral de um animal.

Claims (15)

REIVINDICAÇÕES

1. Abridor de boca (1) para expor a região palatina e orofaríngea de um paciente, caracterizado pelo fato de que compreende: uma armação (2) adequada para ser arranjada em uso ao redor da boca do paciente e ter um tamanho maior que a abertura máxima da boca, a armação (2) compreendendo: uma travessa mandibular (3), uma travessa maxilar (5a, 5b), dois pilares (4a, 4b) que conectam a travessa mandibular (3) à travessa maxilar (5a, 5b), um braço superior (8a, 8b) que é adequado para apoiar sobre os molares superiores quando em uso; uma pá abaixadora de língua (21, 30) que é inserível na cavidade oral do paciente e que é móvel em relação à armação (2), a pá abaixadora de língua (21, 30) compreendendo: uma espátula de língua (21) configurada para abaixar a língua do paciente contra o assoalho mandibular; um elemento em forma de colher (30) que é deslizável longitudinalmente em relação à espátula de língua (21), de modo a estender o comprimento da pá abaixadora de língua (21, 30), o elemento em forma de colher (30) sendo constituído por dois elementos alongados (31a, 31b) que são móveis de modo a variar a largura da pá abaixadora de língua (21, 30) de uma largura mínima, que possibilita a passagem da pá abaixadora de língua (21, 30) entre os molares inferiores, até uma largura máxima, de modo a permitir-lhes abraçar toda a região da base da língua.

2. Abridor de boca (1) de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que compreende duas travessas maxilares (5a, 5b) e dois braços superiores (8a, 8b), cada braço sendo conectado de maneira móvel a uma das duas travessas maxilares (5a, 5b).

3. Abridor de boca (1) de acordo com uma das ou ambas as reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a armação (2) compreende meios de ajuste (6a, 6b) para ajustar o comprimento da travessa maxilar (5a, 5b).

4. Abridor de boca (1) de acordo com a reivindicação 2 ou 3, caracterizado pelo fato de que a armação (2) compreende meios de ajuste (7a, 7b) para ajustar os dois braços superiores (8a, 8b), os ditos meios permitindo que os dois braços superiores (8a, 8b) girem em torno do eixo geométrico longitudinal da respectiva travessa maxilar (5a, 5b) e/ou alterem o comprimento da mesma.

5. Abridor de boca (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a armação (2) compreende meios de ajuste (41a, 41b) para ajustar o comprimento e a rotação dos dois pilares (4a, 4b) em relação ao eixo geométrico longitudinal dos dois pilares (4a, 4b).

6. Abridor de boca (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a espátula de língua (21) se mostra rotativa em uma direção superior/inferior em relação à armação (2), de modo a permitir regular a direção do impulso para baixo na parte anterior da língua.

7. Abridor de boca (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que cada braço (8a, 8b) tem uma área curva (9a, 9b) adequada para passar sobre os caninos e para garantir que a extremidade de cada braço (8a, 8b) se apoie lateralmente nos pré-molares e molares superiores.

8. Abridor de boca (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a espátula de língua (21) compreende meios de acoplamento móveis para acoplamento com o elemento em forma de colher (30).

9. Abridor de boca (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que os dois elementos alongados (31a, 31b) são articulados a um pino (35) de modo a permitir o movimento transversal (T) no plano transversal.

10. Abridor de boca (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a espátula de língua (21) compreende uma ranhura longitudinal (27) dentro da qual o pino (35) das meias colheres (31a, 31b) pode deslizar.

11. Abridor de boca (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a ranhura longitudinal (27) compreende um furo (28) adequado para permitir o acoplamento com o pino (35) das meias colheres (31a, 31b).

12. Abridor de boca (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a espátula de língua (21) compreende duas guias laterais (26) adequadas para deslizar os dois elementos alongados (31a, 31b) longitudinalmente.

13. Abridor de boca (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que os dois elementos alongados (31a, 31b) compreendem uma mola (33) na extremidade oposta à cavidade oral e que é adequada para mantê-los unidos em uma configuração de abertura máxima em largura.

14. Abridor de boca (1) de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a espátula de língua (21) compreende uma empunhadura (23) que é substancialmente perpendicular à espátula (21) e a empunhadura (23) se mostra deslizável em um alojamento (10) fixo na travessa mandibular (3).

15. Abridor de boca (1) de acordo com a reivindicação 9 ou 10, caracterizado pelo fato de que o alojamento (10) compreende um elemento de parada (12) que atua sobre uma cremalheira (24) da empunhadura (23) de tal maneira que a espátula abaixadora de língua (21) pode ser ajustada/parada em várias posições.