BR112019010478B1 - Estufa para a eliminação de organismos prejudiciais tendo riscos fitossanitários, e processo de tratamento de partículas orgânicas de origem vegetal para a eliminação de organismos prejudiciais tendo riscos fitossanitários - Google Patents

Estufa para a eliminação de organismos prejudiciais tendo riscos fitossanitários, e processo de tratamento de partículas orgânicas de origem vegetal para a eliminação de organismos prejudiciais tendo riscos fitossanitários Download PDF

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Abstract

A presente invenção se refere a uma estufa para a eliminação de organismos prejudiciais tendo riscos fitossanitários presentes em materiais de origem vegetal em forma de partículas, a referida estufa compreendendo, (a) Um primeiro e segundo discos circulares montados em rotação em torno de um eixo, Z, a superfície dos referidos discos sendo perfurada e permeável ao ar e à água, (b) Um meio de transferência das partículas recolhidas do primeiro disco para o segundo disco e (c) Um meio de sopro de gás formando um ciclo gasoso fechado, compreendendo: um túnel de vento para dar uma velocidade a um fluxo de gás e dirigi-lo para uma estação de aquecimento para aquecer o gás e dirigi-lo paralelamente ao eixo Z, para o primeiro disco, passando através da superfície perfurada do primeiro disco, diretamente depois através da superfície perfurada do segundo disco, para voltar na direção do túnel de vento e recomeçar o ciclo gasoso.

Description

DOMÍNIO DA INVENÇÃO
[001] A invenção se refere a uma estufa que permite a eliminação de organismos prejudiciais tendo riscos fitossanitários, como insetos ou outros organismos presentes em partículas, tais como aparas ou serragens de madeira. Em particular, a presente estufa preenche as exigências fitossanitárias que se aplicam geralmente na importação de serragens ou de aparas de madeira e de casca, e de outros subprodutos de madeira em forma de partículas, assim como cones secos destinados à importação para a Europa ou à exportação fora da Europa. A presente estufa permite tratar tais materiais continuamente e de modo eficaz de um ponto de vista energético.
ANTECEDENTES TECNOLÓGICOS
[002] Em um ambiente de comércio globalizado, o transporte através das fronteiras de materiais de origem vegetal, em particular madeira em todas suas formas, gera um risco de disseminação de organismos prejudiciais presentes nos referidos materiais. Esse risco se refere por exemplo às embalagens e paletes de madeira, mas se refere também à madeira ou a outros materiais orgânicos de origem vegetal em forma de partículas, tais como serragens, aparas, aglomerados, lã de madeira, pedaços de cascas, cones, etc.
[003] Para fornecer uma defesa eficaz ao risco de disseminação dos organismos prejudiciais, evitando ao máximo os riscos de entrave nas trocas internacionais, foram instituídas normas internacionais impondo um tratamento inseticida às madeiras que circulam entre diferentes países. Por exemplo, cada vez mais países aplicam, para as medidas fitossanitárias, a norma internacional n°15 da Organização das Nações Unidas para a alimentação e para a agricultura (FAO) relativa às «Diretivas para a regulamentação de materiais de embalagem à base de madeira no comércio internacional» (NIMP 15) para evitar a disseminação de parasitas da madeira. A importação de mercadorias nesses países deve ser feita com embalagens de madeira (caixas, paletes, etc) que foram submetidas a um tratamento fitossanitário estrito. Em particular, a norma exige que a madeira de embalagem seja tratada de acordo com um tratamento térmico aquecendo a madeira a uma temperatura central mínima de 56 °C durante 30 minutos pelo menos.
[004] Embora a norma NIMP 15 (ISMP 15 em inglês) apenas seja válida para a madeira maciça, também é pedido um tratamento térmico idêntico para importações de partículas de madeira e de outras partículas de origem vegetal por numerosos países.
[005] Um tratamento térmico que carrega o núcleo das partículas a uma temperatura de tratamento Tt, por exemplo, de 56 °C e a mantém durante um tempo, t1, por exemplo, 30 minutos representa um desafio técnico e econômico para o exportador. Um tal tratamento técnico pode evidentemente ser aplicado por batch, tratando um dado volume de partículas de origem vegetal em uma estufa ou forno com capacidade adequada. No entanto, um tal processo é longo e necessita de numerosas manipulações para carregar o material a ser tratado na estufa; esperar que atinja a temperatura, Tt; manter o material na temperatura, Tt, durante um tempo, t1; e descarregar o material tratado para fora da estufa. No final desse processo, se pode recarregar um novo volume de material a ser tratado e reproduzir o ciclo descrito acima. Uma tal solução não é satisfatória.
[006] Há secadores de partículas funcionando continuamente, como por exemplo o secador descrito em WO2013139720A1, para secar partículas em condições de tempo e de energia muito vantajosas. No entanto, secar partículas consiste em eliminar a água impregnada nas partículas, o que não tem muito a ver com um tratamento térmico que carrega essas mesmas partículas a uma temperatura, Tt e que as mantém nessa temperatura durante um tempo, t1. A utilização de um secador contínuo não é, portanto, ideal para o tratamento fitossanitário de partículas de madeira e de outros materiais de origem vegetal.
[007] A presente invenção propõe uma estufa particularmente adaptada para o tratamento contínuo de partículas de madeira e de outros materiais de origem vegetal satisfazendo as normas geralmente aplicadas nas exportações de tais produtos. A estufa da presente invenção permite garantir uma temperatura, Tt, e um tempo, t1, de tratamento das partículas em um processo eficaz no tempo, energeticamente otimizado, e apenas ocupando uma superfície do solo limitada. A estufa da presente invenção é de manutenção mais fácil e económica. Essas vantagens e outras são descritas mais em detalhe na Descrição Detalhada que se segue.
SUMÁRIO DA INVENÇÃO
[008] A presente invenção é definida nas reivindicações independentes. Variantes preferidas são definidas nas reivindicações dependentes. Em particular, a presente invenção se refere a uma estufa para a eliminação de organismos prejudiciais tendo riscos fitossanitários presentes em materiais de origem vegetal em forma de partículas, a referida estufa compreendendo: (a) Um invólucro compreendendo uma parede essencialmente cilíndrica que se estende ao longo de um eixo vertical Z, (b) Um primeiro disco circular montado na parede do referido invólucro sensivelmente normal ao eixo vertical Z, e disposto para girar a uma primeira velocidade de rotação, v1, em um primeiro sentido em torno do eixo vertical Z, a superfície do referido disco sendo perfurada, e permeável ao ar, ao vapor de água e à água, (c) Um segundo disco circular montado a uma certa distância do primeiro disco na parede do referido invólucro sensivelmente normal ao eixo vertical Z, e disposto para girar a uma segunda velocidade de rotação, v2, em torno do referido eixo vertical Z, de preferência no sentido inverso de rotação do primeiro disco, a superfície do referido disco sendo perfurada e permeável ao ar, ao vapor de água e à água, (d) Um primeiro meio de repartição das referidas partículas apto para repartir as referidas partículas antes da estufagem ao longo de um raio do primeiro disco, (e) Um primeiro meio de recuperação das partículas repartidas no primeiro disco após uma rotação de um dado ângulo desse, o referido primeiro meio de recuperação estando situado a jusante do, e preferencialmente adjacente ao primeiro meio de repartição, (f) Um meio de transferência das partículas recolhidas do primeiro disco pelo primeiro meio de recuperação para um segundo meio de repartição apto para repartir as referidas partículas ao longo de um raio do segundo disco, e (g) Um meio de sopro de gás formando um ciclo gasoso fechado compreendendo: • um túnel de vento para dar uma velocidade a um fluxo de gás e dirigi-lo para, • uma estação de aquecimento para formar um fluxo de gás quente com uma temperatura inicial, T0, e uma umidade relativa inicial RH0, e em seguida dirigi-lo para, • um defletor a montante, desviando o fluxo de gás quente seguindo um fluxo sensivelmente paralelo ao eixo Z, com uma primeira temperatura T1 e uma primeira umidade relativa, RH1, passando primeiro através da superfície perfurada do primeiro disco, onde perde energia calorífica e de onde torna a sair um fluxo de gás resfriado com uma segunda temperatura, T2, e uma segunda umidade relativa, RH2, para em seguida passar diretamente depois através da superfície perfurada do segundo disco, onde ainda perde energia calorífica e de onde torna a sair um fluxo de gás frio com uma terceira temperatura T3, e uma terceira umidade relativa, RH3, para em seguida atingir, • um defletor a jusante desviando o fluxo de gás frio para o túnel de vento e recomeçar o ciclo gasoso. Em uma primeira variante da invenção, o primeiro disco está situado acima do segundo disco e o gás quente circula de cima para baixo e é preferencialmente ar quente. Em uma segunda variante da invenção, o primeiro disco está situado abaixo do segundo disco e o gás quente circula de baixo para cima e é também de preferência ar quente.
[009] A estufa pode compreender um controlador configurado para controlar que a primeira velocidade de rotação, v1, do primeiro disco seja de preferência superior à segunda velocidade de rotação, v2, do segundo disco. Por exemplo, v2 =1/k«v1, onde |k|>1, e o valor absoluto de k está de preferência compreendido entre 1 e 5, de preferência entre 2 e 4, ainda de preferência |k|=3, e onde v2 está de preferência compreendido entre 0,5 e 1,2 voltas por hora.
[0010] A estufa pode compreender um controlador configurado para controlar as temperaturas e umidades relativas dos fluxos de gás. Para eliminar eficazmente os danos fitossanitários, a primeira temperatura, T1, do fluxo de gás quente (52) está de preferência compreendida entre 75 e 120 °C, de preferência entre 85 e 100 °C, ainda de preferência entre 90 e 95 °C. A primeira umidade relativa, RH1 do referido fluxo de gás quente está de preferência compreendida entre 15 e 60%, de preferência > 20%. A segunda temperatura, T2, do fluxo de gás resfriado está de preferência compreendida entre 60 e 80 °C, de preferência entre 65 e 70 °C, com um valor da segunda umidade relativa RH2 do referido fluxo de gás resfriado de preferência compreendida entre 60 e 90%, de preferência entre 75 e 85%. A terceira temperatura, T3, do fluxo de gás frio está de preferência compreendida entre 55 e 65 °C, de preferência entre 58 e 62 °C, e a terceira umidade relativa, RH3 do referido fluxo de gás resfriado está de preferência compreendida entre 80 e 100%, de preferência entre 95 e 99%.
[0011] Para uma maior flexibilidade na natureza dos materiais a serem tratados, o primeiro e o segundo discos compreendem de preferência uma estrutura rígida autônoma com alta permeabilidade do tipo ripada, onde é colocada uma camada filtrante compreendendo aberturas de tamanho e de densidade correspondente à permeabilidade desejada de acordo com o tipo e tamanho das partículas a serem tratadas. A manutenção dos discos também é facilitada, com a possibilidade de mudar a camada filtrante quando é estragada ou tapada.
[0012] O primeiro e o segundo meios de repartição das partículas no primeiro e segundo discos, respectivamente, compreendem de preferência cada um pelo menos um parafuso de Arquimedes que se estende ao longo de um raio do primeiro e segundo discos, respectivamente, o referido pelo menos um parafuso de Arquimedes sendo fechado em um invólucro munido de uma ou de várias aberturas que se estendem ao longo do referido raio dos discos.
[0013] O meio de recuperação do primeiro disco compreende também de preferência pelo menos um parafuso de Arquimedes que se estende ao longo de um raio do referido disco que é fechado em um invólucro munido de uma ou de várias aberturas que se estendem ao longo do referido raio do primeiro disco. As aberturas são ligadas a um raspador ou escova aptos para recolher e dirigir as partículas trazidas pela rotação do disco para o parafuso de Arquimedes. Em uma variante preferida, a estufa compreende além disso um segundo meio de recuperação das partículas repartidas no segundo disco após uma rotação de um dado ângulo desse, o referido segundo meio de recuperação estando situado a jusante do, preferencialmente adjacente ao segundo meio de repartição, o referido meio de recuperação permitindo recuperar as partículas no segundo disco e transferi-las para o exterior do invólucro. O segundo meio de recuperação do segundo disco compreende, por exemplo, pelo menos um parafuso de Arquimedes que se estende ao longo de um raio do referido disco que é fechado em um invólucro munido de uma ou de várias aberturas que se estendem ao longo do referido raio do segundo disco, as referidas aberturas sendo ligadas a um raspador ou escova aptos para recolher e dirigir as partículas trazidas pela rotação do disco para o parafuso de Arquimedes.
[0014] O eixo vertical Z está de preferência centrado no tubo de aquecimento que forma um invólucro central essencialmente cilíndrico oco cuja parede se estende pelo menos do primeiro disco ao segundo disco. O invólucro central pode assim conter o túnel de vento e a estação de aquecimento.
[0015] A estufa pode compreender um pavimento estático situado abaixo do disco inferior situado mais abaixo do referido eixo vertical Z. O pavimento compreende uma abertura de evacuação de partículas mais finas que estariam depositadas no pavimento. A estufa pode além disso compreender um raspador fixado de modo solidário com o disco inferior situado mais abaixo e apto para seguir o movimento de rotação desse para empurrar as partículas depositadas no pavimento para a referida abertura de evacuação.
[0016] Para automatizar o tratamento, o primeiro meio de repartição das referidas partículas no primeiro disco pode ser ligado a montante a uma fonte das referidas partículas, de preferência um silo. As partículas compreendem, de modo preferencial, resíduos ou subprodutos: • de madeira de serrarias ou de madeira de materiais de construção; ou • de papel ou papelão.
[0017] Os referidos resíduos ou subprodutos podem estar em forma de pó, de serragens, de granulados, de aparas, de placas, de aglomerados, de bagaços, e ou as partículas têm de preferência um tamanho médio maior compreendido entre 1 e 150 mm, de preferência entre 5 e 50 mm.
[0018] A presente invenção se refere também a um processo de tratamento de partículas orgânicas de origem vegetal para a eliminação de organismos prejudiciais tendo riscos fitossanitários. O processo da presente invenção compreende a utilização de uma estufa tal como descrita acima para efetuar as etapas seguintes, (a) Formar um fluxo de gás soprando por meio do túnel de vento da referida estufa um gás frio através da estação de aquecimento da estufa, e dirigir o fluxo de gás quente assim formado a uma primeira temperatura, T1, e uma primeira umidade relativa, RH1, seguindo um fluxo sensivelmente paralelo ao eixo Z, passando primeiramente através do primeiro disco antes de passar diretamente depois através do segundo disco; (b) Repartir as partículas a serem tratadas no primeiro disco circular atravessado primeiramente pelo fluxo de gás quente e fazer girar o primeiro disco em torno do eixo vertical Z, à primeira velocidade de rotação, v1, para que as partículas (20a) repartidas no primeiro disco, atinjam uma temperatura de tratamento, Tt, após uma rotação de um primeiro ângulo, θ, dado, (c) Após rotação do primeiro disco de um ângulo, θ, dado, recuperar as partículas com a temperatura de tratamento, Tt, do referido primeiro disco e transferi-las para, e reparti- las no, (d) segundo disco circular que é atravessado por um fluxo de gás resfriado com uma segunda temperatura, T2 > Tt, e uma segunda umidade relativa RH2, após ter atravessado o primeiro disco e fazer girar o segundo disco em torno do eixo vertical, Z, à segunda velocidade de rotação, v2, para manter as partículas na temperatura de tratamento, Tt, durante um tempo, t1, (e) Após rotação do segundo disco de um segundo ângulo, θ, dado, recuperar as partículas com a temperatura de tratamento, Tt, do referido segundo disco e transferi-las para fora da estufa, e (f) Dirigir o fluxo de gás frio com uma terceira temperatura, T3 < T2, e uma terceira humidade relativa, RH3 > RH2, após ter atravessado o segundo disco para o túnel de vento e repetir as etapas de (a) a (f).
BREVE DESCRIÇÃO DAS FIGURAS
[0019] Para uma melhor compreensão da natureza da presente invenção, é feita referência às Figuras seguintes: Figura 1: ilustra esquematicamente duas variantes de estufas de acordo com a presente invenção. Figura 2: ilustra (a) os fluxos de partículas e de gás através dos discos da estufa da presente invenção e (b) uma vista de cima dos discos com indicação dos fluxos de partículas. Figura 3: ilustra a temperatura, Tp, das partículas de acordo com sua posição angular no primeiro e segundo discos, respectivamente. Figura 4: ilustra a temperatura, Tg, e a umidade relativa RH, do gás em diferentes posições na estufa. Figura 5: ilustra diferentes geometrias de defletores a montante e a jusante. Figura 6: ilustra diferentes geometrias de defletores a montante e a jusante.
DESCRIÇÃO DETALHADA
[0020] Tal como ilustrado na Figura 1, uma estufa de acordo com a presente invenção é definida por invólucro (8) compreendendo uma parede essencialmente cilíndrica que se estende ao longo de um eixo vertical, Z. Um primeiro disco (1a) circular, cuja superfície é perfurada e permeável ao ar, ao vapor de água e à água, é montado na parede do referido invólucro (8) sensivelmente normal ao eixo vertical, Z. O primeiro disco é disposto para girar a uma primeira velocidade de rotação, v1, em um primeiro sentido em torno do eixo vertical, Z.
[0021] Um segundo disco (1b) circular, cuja superfície é perfurada e permeável ao ar, ao vapor de água e à água, é montado a uma certa distância do primeiro disco na parede do referido invólucro (8) sensivelmente normal ao eixo vertical, Z. O segundo disco é disposto para girar a uma segunda velocidade de rotação, v2, em torno do referido eixo vertical Z. Os sentidos de rotação do primeiro e segundo discos podem ser idênticos ou inversos. De preferência o sentido de rotação do segundo disco é inverso ao do primeiro disco. A segunda velocidade de rotação, v2, é de preferência inferior ou igual à primeira velocidade de rotação, v1: v1=k v2 (ou v2=1/k v1), com k ^ 1. Uma tal diferença de velocidades de rotação permite, por um lado, às partículas (20a) que se encontram no primeiro disco atingirem a temperatura de tratamento, Tt, após uma rotação do primeiro disco e, por outro lado, às partículas (20b) que estão no segundo disco manterem a temperatura de tratamento, Tt, durante o tempo de tratamento, t1, ao longo de uma rotação do segundo disco.
[0022] Um primeiro meio de repartição (2a) das referidas partículas é disposto acima do primeiro disco, que se estende de preferência ao longo de um raio do referido primeiro disco. O primeiro meio de repartição permite repartir as referidas partículas (200) a serem tratadas, antes da estufagem ao longo de um raio do primeiro disco (1a). Um primeiro meio de recuperação (3a) é disposto a jusante do primeiro meio de repartição (2a). Permite recuperar as partículas repartidas no primeiro disco (1a) após uma rotação de um dado ângulo desse. O ângulo dado está o mais próximo possível de 360 °; é por exemplo de 340 a 359 °. Nesse caso o referido primeiro meio de recuperação se estende de preferência ao longo de um raio do primeiro disco e é adjacente ao primeiro meio de repartição (2a). Como indicado na Figura 2(b), o ângulo de rotação, θ, de um disco é medido a partir do meio de repartição correspondente.
[0023] Um meio de transferência (4a) que permite transferir para um segundo meio de repartição (2b) partículas (20t) recolhidas do primeiro disco (1a) pelo primeiro meio de recuperação (3a). O segundo meio de repartição (2b) se destina a repartir as referidas partículas ao longo de um raio do segundo disco (1b). Os termos «montante» e «jusante» são aqui definidos em relação ao sentido de deslocamento das partículas ou do gás, de acordo com os casos.
[0024] O segundo meio de repartição (2b) se estende de preferência ao longo de um raio do referido segundo disco. Em uma variante preferida da invenção, o segundo disco (1b) compreende também um meio de recuperação (3b) das partículas depositadas no segundo disco após uma rotação de um dado ângulo desse. Como para o meio de recuperação (3a) do primeiro disco falado acima, o segundo meio de recuperação está situado a jusante do segundo meio de repartição (2b). Para maximizar o ângulo de rotação, o segundo meio de recuperação se estende de preferência ao longo de um raio do segundo disco e é adjacente ao segundo meio de repartição.
[0025] A estufa da presente invenção compreende além disso um meio de sopro de gás formando um ciclo gasoso fechado. Tal como ilustrado nas Figuras 1&2(a), o meio de sopro de gás compreende: um túnel de vento (5), compreendendo por exemplo um ou vários ventiladores, para dar uma velocidade a um fluxo de gás (51) e dirigi-lo para uma estação de aquecimento (7) para formar um fluxo de gás quente (52) com uma temperatura inicial, T0, e uma umidade relativa inicial, RH0. A estação de aquecimento pode estar situada em um tubo de aquecimento (6) centrado no eixo vertical Z formando um invólucro central essencialmente cilíndrico oco cuja parede se estende pelo menos do primeiro disco (1a) ao segundo disco (1b), como ilustrado na Figura 1. Em alternativa, a estação de aquecimento pode estar fora do invólucro e aproveitar uma fonte de calor disponível no exterior. Após ter acumulado energia calorífica na estação de aquecimento, o fluxo de gás quente se dirige para um defletor a montante, que desvia o fluxo de gás quente para o primeiro disco (1a), seguindo um fluxo sensivelmente paralelo ao eixo Z. Antes de alcançar o primeiro disco, o gás tem uma primeira temperatura, T1, igual ou ligeiramente inferior a T0, e uma primeira umidade relativa, RH1, igual ou ligeiramente superior a RH0, se T1 < T0.
[0026] O gás passa então primeiro através das partículas (20a) repartidas na superfície perfurada do primeiro disco (1a), onde perde energia calorífica e cinética. O gás torna a sair do primeiro disco formando um fluxo de gás resfriado (53) com uma segunda temperatura, T2, inferior à T1, e uma segunda umidade relativa, RH2, superior à RH1. O fluxo de gás resfriado (53) continua seu trajeto para em seguida passar diretamente depois através das partículas (20b) repartidas na superfície perfurada do segundo disco (1b), onde perde ainda energia calorífica e de onde torna a sair um fluxo de gás frio (54) com uma terceira temperatura, T3, inferior à T2, e uma terceira umidade relativa, RH3, superior à RH2. Os termos «gás quente», «gás resfriado» e «gás frio» são termos relativos uns em relação aos outros, tais como T1 > T2 > T3, em que T1, T2 e T3 são as temperaturas dos gases «quente», «resfriado» e «frio» respectivamente.
[0027] Um defletor a jusante permite desviar o fluxo de gás resfriado para o túnel de vento e recomeçar o ciclo gasoso. Contrariamente a um secador, o objetivo da estufa da presente invenção não é evacuar umidade fora das partículas, mas carregar as partículas a uma temperatura, Tt, e mantê-las aí durante um tempo, t1. Por essa razão, mesmo se o gás está carregado de umidade durante um primeiro ciclo, não é necessário evacuá-lo ou secá-lo para o ciclo seguinte. Pelo contrário, sendo a água um bom condutor térmico, uma certa taxa de umidade contribui para acelerar a transferência térmica do gás para as partículas. Contrariamente a um secador, uma estufa de acordo com a presente invenção funciona, portanto, de preferência com um ciclo gasoso fechado. Uma válvula (10) é, no entanto, vantajosamente disposta para permitir a evacuação de uma parte pelo menos do gás de um ciclo e de o substituir por gás fresco, se isso se revelar necessário.
[0028] O primeiro e segundo discos (1a, 1b) são de preferência compostos por uma estrutura rígida autônoma com alta permeabilidade do tipo ripada. Uma camada filtrante compreendendo aberturas de tamanho e densidade correspondente à permeabilidade desejada de acordo com o tipo e o tamanho das partículas a serem tratadas pode então ser colocada diretamente na estrutura rígida. Assim, uma mesma estufa pode ser utilizada para tratar partículas de tamanhos muito diferentes, mudando simplesmente a camada filtrante. Essa pode ser uma folha de aço perfurada, uma peneira, uma grade ou uma teia tecida de fibras vegetais (por exemplo, cânhamo, algodão), sintética (por exemplo, polietileno, polipropileno, poliéster), ou metálica (por exemplo, aço). Em alternativa, a camada filtrante pode ser formada por uma lona perfurada com orifícios de tamanho e densidade adequados às partículas a serem tratadas.
[0029] Partículas de origem vegetal de acordo com a presente invenção compreendem por exemplo partículas de madeira, cascas, cones. Podem ter a forma de lã de madeira, de granulados, de aparas, de serragens, de fibras, de pós, de placas, de bagaços, etc. As partículas podem ter um tamanho médio maior compreendido entre 1 e 150 mm, de preferência entre 5 e 50 mm, em que o «tamanho maior» é a distância que separa os dois pontos mais afastados um do outro de uma partícula. As partículas podem por exemplo ser resíduos ou subprodutos de madeira de serrarias ou de madeira de materiais de construção, ou mesmo de papel ou papelão. As partículas podem vantajosamente ser armazenadas em um silo (11) ou em qualquer outro recipiente de armazenamento, diretamente ligado ao primeiro meio de repartição (2a) para assim repartir as partículas diretamente a partir de seu local de armazenamento no primeiro disco.
[0030] O primeiro meio de repartição (2a) das partículas a serem tratadas no primeiro disco (1a) tem como finalidade repartir as partículas a serem aquecidas de modo homogêneo ao longo de um raio do primeiro disco. De modo geral, o primeiro meio de repartição (2a) compreende, portanto: • uma estrutura que se estende da periferia exterior à periferia interior do primeiro disco, seguindo de preferência, mas não necessariamente, um raio desse, • meios de transporte das partículas da periferia exterior para a periferia interior do primeiro disco, e finalmente • meios de deposição das referidas partículas, a partir do meio de transporte para o primeiro disco.
[0031] São possíveis várias soluções. Por exemplo, o transporte das partículas da periferia exterior para o centro do primeiro disco pode ser garantido por uma correia transportadora, ou perfurada, ou inclinada transversalmente de modo a permitir que as partículas polvilhem o disco situado abaixo. Para assistir ao polvilhamento, a correia pode ser vibrada. Em uma variante alternativa e preferida ilustrada na Figura 2(b), o primeiro meio de repartição (2a) compreende pelo menos um parafuso de Arquimedes que se estende ao longo de um raio do primeiro disco (1a), para transportar as partículas da periferia exterior para a periferia interior do disco correspondente. O referido pelo menos um parafuso de Arquimedes é fechado em um invólucro munido de uma ou de várias aberturas que se estendem para baixo e ao longo do referido raio do primeiro disco (1a) para permitir o polvilhamento das partículas no referido disco.
[0032] As partículas se acumulam, portanto, em um raio do primeiro disco com um ângulo de rotação θ de 0 (cf. 0 nas figuras 2&3). Como o primeiro disco gira a uma velocidade, v1, em torno do eixo Z, uma camada homogênea de partículas (20a) de altura Ha, cobre a superfície do primeiro disco. Como ilustrado na Figura 3, durante a rotação do primeiro disco, as partículas são aquecidas pelo fluxo de gás quente (52) e sua temperatura, Tp, aumenta com o ângulo de rotação, θ, do primeiro disco (Tp = Tp(θ)). A velocidade de rotação, v1, do primeiro disco é definida para garantir que as partículas (20a) atingem a temperatura de tratamento, Tt, desde que o primeiro disco tenha rodado de um ângulo dado, inferior ou igual a, e tão próximo de 360° quanto possível (cf. 2n nas Figuras 2&3). A velocidade de rotação, v1, depende, portanto, do tipo e das propriedades do leito de partículas e das características do fluxo de gás quente (52), incluindo sua temperatura, T1, sua umidade relativa RH1, e seu débito. A temperatura de tratamento, Tt, está de preferência compreendida entre 55 e 80 °C, de preferência Tt > 60 °C.
[0033] Nesse ponto, as partículas (20a) são recolhidas a uma temperatura > Tt pelo meio de recuperação (3a) para serem transferidas para o segundo disco (1b). Como ilustrado na Figura 2(b), o meio de recuperação (3a) do primeiro disco (1a), compreende de preferência pelo menos um parafuso de Arquimedes que se estende ao longo de um raio do referido disco, que é fechado em um invólucro munido de uma ou de várias aberturas que se estendem ao longo do referido raio do disco correspondente. As aberturas são ligadas a um raspador ou escova aptos para recolher e dirigir as partículas trazidas pela rotação do disco para o parafuso de Arquimedes. O tipo de meio de transferência (4a) das partículas do primeiro disco (1a) para o segundo disco (1b) depende da configuração da estufa. Se o primeiro disco (1a) é o disco superior, o meio de transferência pode ser um simples tubo ligando o meio de recuperação (3a) do primeiro disco ao meio de repartição (2b) do segundo disco, onde as partículas caem por gravidade. Se pelo contrário, o primeiro disco é o disco inferior, é preferível que o meio de transferência (4a) compreenda um parafuso de Arquimedes para subir as partículas do primeiro disco inferior para o segundo disco superior.
[0034] As partículas (20t) são assim transferidas para um segundo meio de repartição (2b) que reparte as partículas de modo homogêneo na superfície do segundo disco (1b). O segundo meio de repartição pode ser do mesmo tipo que o primeiro meio de repartição falado mais acima. Geralmente, mas não necessariamente, o primeiro e segundo meios de repartição são idênticos. Como ilustrado na Figura 2(b), o segundo meio de repartição (2b) compreende de preferência pelo menos um parafuso de Arquimedes que se estende ao longo de um raio do segundo disco (1b). O pelo menos um parafuso de Arquimedes é fechado em um invólucro munido de uma ou de várias aberturas que se estendem ao longo do referido raio do disco (1b). As partículas se acumulam, portanto, em um raio do segundo disco com um ângulo de rotação θ de 0°.
[0035] Como o segundo disco gira a uma velocidade, v2, em torno do eixo Z, uma camada homogênea de partículas (20b) de altura Hb, cobre a superfície do segundo disco. A velocidade de rotação, v2, do segundo disco é geralmente diferente da velocidade de rotação, v1, do primeiro disco. Com efeito, se a velocidade de rotação, v1, é otimizada para que as partículas (20a) atinjam a temperatura de tratamento, Tt, após uma volta do primeiro disco (isto é, após uma rotação das partículas que partem do primeiro meio de repartição (2a) até ao meio de recuperação (3a), a velocidade de rotação, v2, do segundo disco depende do tempo, t1, que as partículas devem permanecer na temperatura, Tt. Por exemplo, se tomamos um tratamento térmico tal como definido na norma NIMP 15 impondo um tratamento a uma temperatura de tratamento, Tt, de pelo menos 56 °C durante um tempo, t1, de 30 minutos, a velocidade de rotação, v2, do segundo disco será aproximadamente igual a v2 — 360 graus/30 min = 12 graus/min. Como ilustrado na Figura 3, durante a rotação do segundo disco, as partículas são mantidas pelo fluxo de gás resfriado (53) na sua temperatura de tratamento, Tt, durante toda a rotação do segundo disco.
[0036] A velocidade de rotação, v1, do primeiro disco pode ser expressa em função da velocidade de rotação, v2, do segundo disco como: v1 = kv2. Se o primeiro e segundo discos giram em sentidos inversos, k será negativo. Na maior parte dos casos, o tempo de exposição ao fluxo de gás quente (52) das partículas (20a) colocadas no primeiro disco necessário para as aquecer a uma temperatura de tratamento, Tt, é inferior ao tempo, t1, durante o qual as partículas (20b) devem permanecer na temperatura de tratamento. Se a velocidade de rotação, v1, do primeiro disco é superior ou igual à velocidade, v2, do segundo disco, o valor absoluto de k é então superior ou igual a 1 (|v1|>|v2|^|k|> 1). Por exemplo, se v2 está compreendido entre 0,5 e 1,2 voltas por hora, o valor absoluto de k pode estar compreendido entre 1 e 5, de preferência entre 2 e 4, e ainda de preferência, |k|= 3 ± 0,5
[0037] Pelo princípio de conservação de massa, as espessuras, Ha e Hb, das camadas de partículas (20a, 20b) que estão no primeiro e segundo discos (1a, 1b) dependem diretamente dos débitos, q, de repartição das partículas nos respectivos discos, e das velocidades de rotação. As partículas a serem tratadas (200) são repartidas no primeiro disco a um débito, q[kg/s]. O primeiro disco gira a uma velocidade, v1, durante uma volta antes de recuperar as partículas (20a) e de as transferir para o segundo disco. Lá, são repartidas no segundo disco com o mesmo débito, q, como para o primeiro disco (cf. Figura 2(a)). O segundo disco gira a uma velocidade, v2, durante uma volta antes de recuperar as partículas (20b) e evacuar as partículas (201) com o mesmo débito, q, como precedentemente definido. Como os débitos, q, das partículas (200), (20t) e (201) são iguais, as alturas Ha e Hb podem ser expressas como, Hb = |k|Ha.
[0038] O gás quente, por exemplo ar quente ou qualquer outro gás proveniente por exemplo de um processo de combustão, segue um percurso no mesmo sentido que o das partículas, ou passando primeiramente pelo primeiro disco para aquecer as partículas (20a) à temperatura de tratamento, Tt, depois pelo segundo disco para as manter na referida temperatura de tratamento, Tt, durante um tempo, t1. No gráfico da Figura 4, o fluxo de gás (51) que sai de um túnel de vento (5) tem uma temperatura, Tg, e uma umidade relativa RH, dadas (ver posição A nas Figuras 1, 2 e 4). Nesse estádio, o gás, por exemplo ar, está em sua temperatura mais baixa. Por exemplo a temperatura do fluxo de gás (51) é da ordem de 55 °C. Dependendo o ponto de orvalho do ar da temperatura, a umidade relativa RH, do fluxo de gás (51) é a mais elevada. Por exemplo, RH = 100%. O fluxo de gás passa através de uma estação de aquecimento (7) a fim de aumentar a temperatura para um valor, T0, o que tem o efeito de baixar o valor da umidade relativa, RH0 (ver posição B nas Figuras 1, 2 e 4). Por exemplo, a temperatura, T0, do fluxo de gás quente pode estar compreendida entre 75 e 120 °C, de preferência entre 85 e 100 °C, ainda de preferência entre 90 e 95 °C. A umidade relativa, RH0 do referido fluxo de gás quente pode estar compreendida entre 15 e 60%, de preferência entre 30 e 40%.
[0039] Na saída da estação de aquecimento, o fluxo de gás aquecido é desviado para se orientar paralelamente ao eixo Z, para se dirigir para o primeiro disco. A primeira temperatura, T1, e a primeira umidade relativa, RH1, do fluxo de gás (52) são sensivelmente idênticas a T0 e RH0, diferindo somente devido à baixa de temperatura, T1, em relação a T0, por efeitos de perdas (mau isolamento, etc) (ver posição C nas Figuras 1, 2 e 4). Como para T0, a primeira temperatura, T1, do fluxo de gás quente (52) pode estar compreendida entre 75 e 120 °C, de preferência entre 85 e 100 °C, ainda de preferência entre 90 e 95 °C, e a primeira umidade relativa, RH1, do referido fluxo de gás quente pode estar compreendida entre 15 e 60%, de preferência RH1 > 20%. Atravessando o leito de partículas (20a) e o primeiro disco, o fluxo de gás (52) transfere uma parte de sua energia e as partículas (20a) são aquecidas em função do tempo de exposição ao fluxo de gás, e portanto em função da posição, θ, no primeiro disco (Tp = Tp(θ), ver Figura 3, #Tp(20a)).
[0040] O fluxo de gás resfriado (53) após ter atravessado o primeiro disco é, portanto, resfriado a uma segunda temperatura, T2 < T1. Perde, portanto, energia térmica, mas também uma parte de sua energia cinética atravessando o leito de partículas (20a) e a superfície perfurada do primeiro disco (1a). A umidade relativa, portanto, aumenta para um segundo valor, RH2 > RH1 (ver posição D nas Figuras 1, 2 e 4). Por exemplo, a segunda temperatura, T2, do fluxo de gás resfriado está compreendida entre 60 e 80 °C, de preferência entre 65 e 70 °C, e a segunda umidade relativa, RH2, do referido fluxo de gás resfriado está compreendida entre 60 e 90%, de preferência entre 75 e 85%.
[0041] O fluxo de gás frio (54) após ter atravessado o segundo disco é, portanto, resfriado para uma terceira temperatura, T3 < T2 < T1. Perde, portanto, energia calorífica, mas também uma parte de sua energia cinética atravessando o leito de partículas (20b) e a superfície perfurada do segundo disco (1b). A umidade relativa, aumenta, portanto, para um terceiro valor, RH3 > RH2 > RH1 (ver posição E nas Figuras 1, 2, e 4). Por exemplo, a terceira temperatura, T3, do fluxo de gás frio está compreendida entre 55 e 65 °C, de preferência entre 58 e 62 °C, e a terceira umidade relativa, RH3, do referido fluxo de gás frio está compreendida ente 80 e 100%, de preferência entre 95 e 99%. O gás utilizado para tratar as partículas pode ser qualquer tipo de gás que não apresenta perigo de explosão ou de toxicidade ou poluição. O gás pode preferencialmente ser ar.
[0042] Em uma primeira variante da invenção, ilustrada nas Figuras 1(a), 2(a) e 5, o primeiro disco (1a) está situado acima do segundo disco (1b). O gás quente circula então de cima para baixo. Essa variante tem a vantagem de soprar as partículas contra as superfícies dos discos, para diminuir as poeiras em suspensão. No entanto, os leitos de partículas depositados no primeiro e segundo discos são assim densificados diminuindo a permeabilidade aos gases e tornando mais difícil o aquecimento individual das partículas. Essa variante é, portanto, preferida para tratar partículas muito leves ou finas ou, pelo contrário, partículas bastante grossas, formando um leito de alta permeabilidade aos gases, mesmo se comprimidos.
[0043] Em uma segunda variante da presente invenção, ilustrada nas Figuras 1(b)&6, o primeiro disco (1a) está situado abaixo do segundo disco (1b). O gás quente circula então de baixo para cima. Se as partículas são muito leves, pode se formar uma nuvem em suspensão o que é de evitar. Pelo contrário, se as partículas têm um peso adequado, uma tal variante é vantajosa pelo fato de um leito fluidizado poder ser assim formado, o que permite ao gás quente atingir praticamente cada partícula individualmente, aumentando assim a eficácia da transferência de calor para as partículas. A escolha de uma ou de outra variante se referindo à posição relativa do primeiro e segundo discos depende, portanto da natureza das partículas a serem tratadas e dos fluxos de gás usados.
[0044] Os defletores a montante e a jusante (9a, e 9b) não devem ter uma geometria particular desde que permitam mudar a orientação do fluxo de gás. Por exemplo, no caso de um invólucro (8) cilíndrico, um teto por exemplo plano ou cônico e um pavimento horizontal podem formar os defletores a montante e a jusante. Com efeito, qualquer que seja a orientação do fluxo de gás quente (52) que entra no invólucro a montante do primeiro disco (1a), será necessariamente desviado para a superfície perfurada do primeiro disco pelo teto ou pelo pavimento, de acordo com onde se encontra o primeiro disco, atuando como defletor a montante (9a). De modo semelhante o fluxo de gás frio (54) a jusante do segundo disco é necessariamente desviado para o túnel de vento pelo pavimento ou teto, de acordo com a posição do segundo disco, atuando assim com defletor a jusante (9b).
[0045] Os defletores a montante e a jusante (9a, 9b) podem ter de preferência uma geometria perfilada para desviar os fluxos de gás quente (52) e frio (54) reduzindo as turbulências e alisando os fluxos de modo laminar ou quase. Assim, como ilustrado nas Figuras 5&6, o defletor a montante (9a) permite orientar o gás quente (52) sensivelmente normal na superfície do primeiro disco. Tal como ilustrado nas Figuras 5(a)&6(a), se o tubo de aquecimento (6) forma um invólucro centrado no eixo vertical, Z, essencialmente cilíndrico oco, o defletor a montante (9a) pode ser formado por uma arcada no teto ou no pavimento do invólucro, na medida em que o primeiro disco (1a) está acima ou abaixo do segundo disco, respectivamente. A arcada pode ser curva como ilustrado nas Figuras 5(a)&6(a) ou cônica. Como ilustrado nas Figuras 5(b)&6(b), no caso de um tubo de aquecimento (6) situado no exterior do invólucro da estufa, o referido tubo de aquecimento compreende uma curva (9a) para desviar o fluxo de gás na direção normal ao primeiro disco. O tubo de aquecimento pode ser munido na sua extremidade a jusante de um botão de distribuição munido de uma grade. Um distribuidor a montante (9c) pode estar situado a jusante da extremidade a jusante do tubo de aquecimento para garantir que o gás quente (52) seja distribuído no conjunto da superfície do primeiro disco.
[0046] Para evitar que o gás quente não curte- circuite as partículas colocadas nos discos e não passe pela periferia dos discos, entre a circunferência de um disco e o invólucro da estufa, são projetados meios (12) para vedar suficientemente a circunferência dos discos. Por exemplo, uma aba pode se estender a partir da estufa e cobrir uma parte da superfície a montante de cada disco em sua circunferência (cf. Figuras 5&6). Os discos podem também se encaixar em uma ranhura fornecida na superfície interior do invólucro da estufa. Qualquer outro meio de estanqueidade dinâmica conhecido pelo perito na técnica pode ser utilizado sem modificar a presente invenção.
[0047] Os defletores a jusante permitem desviar o gás frio (54) após ter atravessado o segundo disco (1b) para o ou para os ventiladores formando o túnel de vento (5) ou compressor que devolve ao fluxo de gás frio energia cinética antes de o enviar para a estação de aquecimento (7) no tubo de aquecimento (6). No caso de um tubo de aquecimento (6) centrado no eixo vertical Z, como ilustrado nas Figuras 5(a)&6(a), os defletores a jusante (9b) permitem redirecionar o fluxo de gás frio (54) para aberturas distribuídas na periferia do tubo de aquecimento, para o túnel de vento permitindo devolver energia cinética ao fluxo de gás frio e de dirigi-lo para a estação de aquecimento para lhe devolver energia calorífica. No caso de um tubo de aquecimento (6) exterior tal como ilustrado nas Figuras 5(b)&6(b), os defletores a jusante (9b) permitem dirigir o fluxo de ar frio (54) para um orifício situado na parede do invólucro ou no teto da estufa que dá acesso ao tubo de aquecimento. Os defletores a jusante (9b) podem ser formados por uma superfície de dupla curvatura, ou cônica, ou ser formados por superfícies planas distribuídas na circunferência do invólucro da estufa a jusante do segundo disco.
[0048] As Figuras ilustram estufas compreendendo dois discos. No entanto, para reduzir o espaço no solo ocupado pelo equipamento, é completamente possível montar: • pelo menos um terceiro disco circular montado sensivelmente horizontal a uma certa distância, e separado do primeiro disco (1a) pelo segundo disco (1b), em rotação em torno do referido eixo vertical, Z, a superfície do referido disco sendo perfurada e permeável ao ar, ao vapor de água e à água, e • Um meio de transferência das partículas recolhidas do segundo disco (1b) pelo meio de recuperação (3b) para um terceiro meio de repartição apto para repartir as referidas partículas ao longo de um raio do terceiro disco.
[0049] Para a distribuição da granulometria das partículas de um mesmo tipo, é difícil evitar que a fração mais fina das partículas passe através das perfurações dos discos e caia no ou nos discos inferiores, depois no pavimento do invólucro da estufa fechando os discos. Para evitar uma acumulação demasiado grande de partículas no pavimento e também para as recuperar, é vantajoso munir o pavimento de uma abertura de evacuação das partículas mais finas que estariam depositadas no pavimento. Além disso, um raspador ou escova fixado de modo solidário com o disco inferior e apto para seguir o movimento de rotação desse serve para empurrar as partículas depositadas no pavimento para a referida abertura de evacuação. Como o raspador ou escova está fixado ao disco inferior, não é necessário motorizá-lo individualmente.
[0050] A presente invenção se refere também a um processo de tratamento de partículas orgânicas de origem vegetal para a eliminação de organismos prejudiciais que apresentam riscos fitossanitários. O processo da presente invenção utiliza uma estufa tal como examinada acima e compreende as etapas seguintes, (a) Formar um fluxo de gás quente (52) soprando por meio do túnel de vento (5) da referida estufa (1) um gás frio (51) através da estação de aquecimento (7) da estufa, e dirigir o fluxo de gás quente (52) assim formado a uma primeira temperatura, T1, e uma primeira umidade relativa RH1, seguindo um fluxo sensivelmente paralelo ao eixo Z, passando primeiramente através do primeiro disco (1a) antes de passar diretamente depois através do segundo disco (1b); (b) Repartir as partículas (200) a serem tratadas no primeiro disco (1a) circular atravessado primeiramente pelo fluxo de gás quente (52) e fazer girar o primeiro disco em torno do eixo vertical, Z, na primeira velocidade de rotação, v1, para que as partículas (20a) repartidas no primeiro disco atinjam uma temperatura de tratamento, Tt, após uma rotação de um primeiro ângulo, θ, dado, (c) Após rotação do primeiro disco de um ângulo, θ, dado, recuperar as partículas com a temperatura de tratamento, Tt, do referido primeiro disco e transferi-las para, e repartir no, (d) segundo disco (1b) circular que é atravessado por um fluxo de gás resfriado (53) com uma segunda temperatura T2 > Tt, e uma segunda umidade relativa, RH2, após ter atravessado o primeiro disco, e fazer girar o segundo disco em torno do eixo vertical, Z, à segunda velocidade de rotação, v2, a fim de manter as partículas na temperatura de tratamento, Tt, durante um tempo, t1. (e) Após rotação do segundo disco de um segundo ângulo, θ, dado, recuperar as partículas (20b) com a temperatura de tratamento, Tt, do referido segundo disco e transferi-las para fora da estufa, e (f) Dirigir o fluxo de gás frio (54) com uma terceira temperatura, T3 < T2, e uma terceira umidade relativa, RH3 < RH2, após ter atravessado o segundo disco para o túnel de vento e repetir as etapas de (a) a (f).
[0051] A estufa da presente invenção permite tratar continuamente de acordo com as normas internacionais das partículas orgânicas de origem vegetal de tamanhos e de natureza muito diferentes para a eliminação de organismos prejudiciais tendo riscos fitossanitários. A energia necessária para o tratamento é otimizada separando as etapas de aquecimento a uma temperatura, Tt, de tratamento em um primeiro disco e de manter partículas nessa temperatura, Tt, durante um tempo, t1, de tratamento em um segundo disco. A estufa é simples e económica para fabricar, de fácil manutenção e garante uma reprodutibilidade e constância do tratamento aplicado às partículas.
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Claims (15)

1. ESTUFA (1) PARA A ELIMINAÇÃO DE ORGANISMOS PREJUDICIAIS TENDO RISCOS FITOSSANITÁRIOS, presentes em materiais de origem vegetal na forma de partículas, a referida estufa caracterizada por compreender, (a) Um invólucro (8) compreendendo uma parede essencialmente cilíndrica que se estende ao logo de um eixo vertical, Z, (b) Um primeiro disco (1a) circular montado na parede do referido invólucro (8) sensivelmente normal ao eixo vertical, Z, e disposto para girar a uma primeira velocidade de rotação, v1, em um primeiro sentido em torno do eixo vertical, Z, a superfície do referido disco sendo perfurada e permeável ao ar, ao vapor de água e à água, (c) Um segundo disco (1b) circular montado a uma certa distância do primeiro disco na parede do referido invólucro (8) sensivelmente normal ao eixo vertical, Z, e disposto para girar a uma segunda velocidade de rotação, v2, em torno do referido eixo vertical, Z, de preferência no sentido inverso de rotação do primeiro disco, a superfície do referido disco sendo perfurada e permeável ao ar, ao vapor de água e à água, (d) Um primeiro meio de repartição (2a) das referidas partículas apto para repartir as referidas partículas antes de estufagem ao longo de um raio do primeiro disco (1a), (e) Um primeiro meio de recuperação (3a) das partículas (20a) repartidas no primeiro disco (1a) após uma rotação de um dado ângulo desse, o referido primeiro meio de recuperação estando situado a jusante do, e preferencialmente adjacente ao primeiro meio de repartição (2a), (f) Um meio de transferência (4a) das partículas recolhidas do primeiro disco (1a) pelo primeiro meio de recuperação (3a) para um segundo meio de repartição (2b) apto para repartir as referidas partículas (20t) ao longo de um raio do segundo disco (1b), e (g) Um meio de sopro de gás formando um ciclo gasoso fechado, compreendendo: (h) um túnel de vento (5) para dar uma velocidade a um fluxo de gás (51) e dirigi-lo para, (i) uma estação de aquecimento (7) para formar um fluxo de gás quente (52) com uma temperatura inicial, T0, e uma umidade relativa inicial, RH0, e em seguida dirigi-lo para, (j) um defletor a montante, desviando o fluxo de gás quente seguindo um fluxo sensivelmente paralelo ao eixo Z, com uma primeira temperatura, T1, e uma primeira umidade relativa, RH1, passando primeiro através da superfície perfurada do primeiro disco (1a), onde perde energia calorífica e de onde torna a sair um fluxo de gás resfriado (53) com uma segunda temperatura, T2, e uma segunda umidade relativa, RH2, para em seguida passar diretamente depois através da superfície perfurada do segundo disco (1b), onde ainda perde energia calorífica e de onde torna a sair um fluxo de gás frio (54) com uma terceira temperatura, T3, e uma terceira umidade relativa, RH3, para em seguida atingir, (k) um defletor a jusante desviando o fluxo de gás frio (54) para o túnel de vento e recomeçar o ciclo gasoso.
2. ESTUFA (1), de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo primeiro disco (1a) estar situado acima do segundo disco (1b) e o gás quente circular de cima para baixo e ser preferencialmente ar quente.
3. ESTUFA (1), de acordo com a reivindicação 1, caracterizada pelo primeiro disco (1a) estar situado abaixo do segundo disco (1b) e o gás quente circular de baixo para cima e ser preferencialmente ar quente.
4. ESTUFA (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizada por compreender um controlador configurado para controlar que a primeira velocidade de rotação, v1, do primeiro disco seja superior à segunda velocidade, v2, do segundo disco, com v2 = 1/k«v1, em que, |k|> 1 e o valor absoluto de k está, de preferência, compreendido entre 1 e 5, de preferência entre 2 e 4, ainda de preferência, |k| = 3, e em que v2 está de preferência compreendido entre 0,5 e 1,2 voltas por hora.
5. ESTUFA (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizada por compreender um controlador configurado para controlar que a primeira temperatura, T1, do fluxo de gás quente (52) esteja compreendida entre 75 e 120 °C, de preferência entre 85 e 100 °C, ainda de preferência entre 90 e 95 °C, e a primeira umidade relativa, RH1, do referido fluxo de gás quente esteja compreendida entre 15 e 60%, de preferência T1 > 20%.
6. ESTUFA (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizada por compreender um controlador configurado para controlar que, • a segunda temperatura, T2, do fluxo de gás resfriado (53) esteja compreendida entre 60 e 80 °C, de preferência entre 65 e 70 °C, e a segunda umidade relativa, RH2 do referido fluxo de gás resfriado esteja compreendida entre 60 e 90%, de preferência entre 75 e 85%, e que, • a terceira temperatura T3, do fluxo de gás frio (54) esteja compreendida entre 55 e 65 °C, de preferência entre 58 e 62 °C, e a terceira umidade relativa, RH3 do referido fluxo de gás resfriado esteja compreendida entre 80 e 100%, de preferência entre 95 e 99%.
7. ESTUFA (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizada pelo primeiro e segundo pratos (1a, 1b) compreenderem uma estrutura rígida autônoma com alta permeabilidade do tipo ripada, onde é colocada uma camada filtrante compreendendo aberturas de tamanho e densidade correspondente à permeabilidade desejada de acordo com o tipo e tamanho das partículas a serem tratadas.
8. ESTUFA (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizada pelo primeiro e segundo meios de repartição (2a, 2b) das partículas no primeiro e segundo discos (1a, 1b), respectivamente, compreenderem cada um pelo menos um parafuso de Arquimedes que se estende ao longo de um raio do primeiro e segundo discos (1a, 1b), respectivamente, o referido pelo menos um parafuso de Arquimedes sendo fechado em um invólucro munido de uma ou de várias aberturas que se estendem ao longo do referido raio dos discos (1a, 1b).
9. ESTUFA (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizada pelo meio de recuperação (3a) do primeiro disco (1a) compreender pelo menos um parafuso de Arquimedes que se estende ao longo de um raio do referido disco que é fechado em um invólucro munido de uma ou de várias aberturas que se estendem ao longo do referido raio do primeiro disco (1a), as referidas aberturas sendo ligadas a um raspador ou escova aptos para recolher e dirigir as partículas trazidas pela rotação do disco para o parafuso de Arquimedes.
10. ESTUFA (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizada por compreender além disso um segundo meio de recuperação (3b) das partículas repartidas no segundo disco (1b) após uma rotação de um dado ângulo desse, o referido segundo meio de recuperação estando situado a jusante do, preferencialmente adjacente ao segundo meio de repartição (2b), o referido meio de recuperação permitindo recuperar as partículas no segundo disco e transferi-las para o exterior do invólucro.
11. ESTUFA (1), de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo segundo meio de recuperação (3b) do segundo disco (1b) compreender pelo menos um parafuso de Arquimedes que se estende ao longo de um raio do referido disco que é fechado em um invólucro munido de uma ou de várias aberturas que se estendem ao longo do referido raio do segundo disco (1b), as referidas aberturas sendo ligadas a um raspador ou escova aptos para recolher e dirigir as partículas trazidas pela rotação do disco para o parafuso de Arquimedes.
12. ESTUFA (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 11, caracterizada pelo eixo vertical, Z, estar centrado no tubo de aquecimento (6) que forma um invólucro central essencialmente cilíndrico oco cuja parede se estende pelo menos do primeiro disco (1a) ao segundo disco (1b), o referido invólucro contendo o túnel de vento e a estação de aquecimento.
13. ESTUFA (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 12, caracterizada por compreender um pavimento estático situado abaixo do disco inferior situado mais abaixo do referido eixo vertical, Z, o referido pavimento compreendendo uma abertura de evacuação das partículas mais finas que estariam depositadas no pavimento, a referida estufa compreendendo além disso um raspador fixado de modo solidário com o disco inferior situado mais abaixo e apto para seguir o movimento de rotação desse para empurrar as partículas depositadas no pavimento para a referida abertura de evacuação.
14. ESTUFA (1), de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 13, caracterizada pelo primeiro meio de repartição (2a) das referidas partículas no primeiro disco (1a) estar ligado a montante a uma fonte (11) das referidas partículas de preferência um silo (11), as referidas partículas compreendendo, de modo preferencial, resíduos ou subprodutos: • de madeiras de serrarias ou de madeiras de materiais de construção; • de papel ou papelão, em que os referidos resíduos ou subprodutos estão em forma de pó, de serragem, de granulados, de aparas, de placa, de aglomerados, de bagaços, e onde as partículas têm, de preferência, um tamanho médio maior compreendido entre 1 e 150 mm, de preferência entre 5 e 50 mm.
15. PROCESSO DE TRATAMENTO DE PARTÍCULAS ORGÂNICAS DE ORIGEM VEGETAL PARA A ELIMINAÇÃO DE ORGANISMOS PREJUDICIAIS TENDO RISCOS FITOSSANITÁRIOS, o referido processo caracterizado por compreender a utilização de uma estufa conforme definida em qualquer uma das reivindicações 1 a 14, para efetuar as etapas seguintes, (a) Formar um fluxo de gás quente (52) soprando por meio do túnel de vento (5) da referida estufa (1) um gás frio (51) através da estação de aquecimento (7) da estufa, e dirigir o fluxo de gás quente (52) assim formado a uma primeira temperatura, T1, e uma primeira umidade relativa, RH1, seguindo um fluxo sensivelmente paralelo ao eixo Z, passando primeiramente através do primeiro disco (1a) antes de passar diretamente depois através do segundo disco (1b); (b) Repartir as partículas (200) a serem tratadas no primeiro disco (1a) circular atravessado primeiramente pelo fluxo de gás quente (52) e fazer girar o primeiro disco em torno do eixo vertical, Z, à primeira velocidade de rotação, v1, para que as partículas (20a) repartidas no primeiro disco atinjam uma temperatura de tratamento, Tt, após uma rotação de um primeiro ângulo, θ, dado, (c) Após rotação do primeiro disco de um ângulo, θ, dado, recuperar as partículas com a temperatura de tratamento, Tt, do referido primeiro disco e transferi-las para, e reparti- las no, (d) segundo disco (1b) circular que é atravessado por um fluxo de gás resfriado (53) com uma segunda temperatura, T2 > Tt, e uma segunda umidade relativa, RH2, após ter atravessado o primeiro disco, e fazer girar o segundo disco em torno do eixo vertical, Z, à segunda velocidade de rotação, v2, para manter as partículas na temperatura de tratamento, Tt, durante um tempo, t1, (e) Após rotação do segundo disco de um segundo ângulo, θ, dado, recuperar as partículas (20b) com a temperatura de tratamento, Tt, do referido segundo disco e transferi-las para fora da estufa, e (f) Dirigir o fluxo de gás frio (54) com uma terceira temperatura, T3 < T2, e uma terceira umidade relativa, RH3 > RH2, após ter atravessado o segundo disco para o túnel de vento e repetir as etapas de (a) a (f).
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