BR112017004125B1

BR112017004125B1 - Uso de uma camada de mineral na parede de um silo de armazenamento de produto alimentício, e, métodos para tratamento profilático do desenvolvimento de parasitas e para evitar um aumento na população de parasitas

Info

Publication number: BR112017004125B1
Application number: BR112017004125-1A
Authority: BR
Inventors: Olivier Patat; Jean-Philippe Pascal
Original assignee: Solvay Sa
Priority date: 2014-09-04
Filing date: 2015-09-04
Publication date: 2021-06-22
Also published as: PL3193612T3; US10827763B2; JP2017532303A; ES2785307T3; US20170280736A1; WO2016034704A1; CA2958950C; EP3193612A1; CA2958950A1; BR112017004125A2; KR20170052610A; EP3193612B1; KR102459597B1

Abstract

um método para o tratamento profilático do desenvolvimento de parasitas em um silo de armazenamento de produto alimentício, o armazenamento de produto alimentício gerando o depósito de fragmentos e/ou pó de produto alimentício nas paredes do silo, o dito método de tratamento profilático compreendendo a aplicação, a pelo menos uma parte das paredes, de uma camada que compreende pelo menos 10 g de mineral por m² de parede, o mineral sendo escolhido de: um bicarbonato de metal alcalino, um carbonato de metal alcalinoterroso, um sulfato de metal alcalino, um sulfato de metal alcalinoterroso, um óxido de metal alcalinoterroso e misturas dos mesmos; o mineral estando na forma de partículas tendo um diâmetro médio de no máximo 200 µm; e o dito método sendo distinguido pelo fato de que a aplicação da camada é realizada após o esvaziamento do silo, em fragmentos e/ou pó de produto alimentício depositado nas paredes do silo.

Description

[001] Este pedido reivindica a prioridade do pedido de patente francês N° 1458282 depositado em 4 de setembro de 2014 e do pedido de patente francês N° 1463084 depositado em 22 de dezembro de 2014, todo o conteúdo destes pedidos está sendo incorporados nestes por referência para todos os propósitos.

Campo técnico

[002] A invenção refere-se a um método para o tratamento profilático do desenvolvimento de parasitas em um silo de armazenamento de produto alimentício e, em particular, um silo de armazenamento de cereal.

[003] A presente invenção também se refere a um método para o armazenamento de produtos alimentícios e, em particular, de cereais, usando- se tal método.

Técnica anterior

[004] A preservação e o armazenamento, após a colheita, de produtos alimentícios é um problema antigo que surgiu desde o início dos tempos e do surgimento da agricultura.

[005] Por exemplo, hoje a produção mundial de cereais é de cerca de 2500 milhões de toneladas métricas e os requerimentos são crescentes em torno de 2% e 3% por ano (fonte: FAO, 2013). As condições climáticas podem causar variações regionais na produção de um ano para o outro de cerca de 30%. Portanto, é essencial ser capaz de não apenas armazenar produtos alimentícios e cereais entre duas colheitas sucessivas, mas também armazená-los e preservá-los por períodos mais longos a fim de constituir estoques seguros e para evitar escassez regionalmente. A quantidade de estoques de reserva de cereal mundiais está atualmente estimada em 500 milhões de toneladas métricas.

[006] As práticas modernas de armazenamento de produto alimentício em silos compreendem geralmente: limpeza meticulosa dos silos e dos circuitos de manuseio antes do enchimento; opcionalmente seguido pelo tratamento dos silos por pulverização ou termonebulização de um parasiticida líquido ou gasoso aprovado; então enchimento dos silos com produtos alimentícios ou cereais em um grau controlado de umidade; depois controle e regulagem da umidade e da temperatura dos produtos durante o armazenamento. As paredes dos silos de armazenamento são geralmente feitas de madeira (consistindo de tábuas) com uma estrutura de aço (silos de tamanho pequeno ou médio com uma capacidade de algumas dezenas de toneladas métricas) ou de aço (cascas de silos interiores de navios de cereal, silos feitos de ácido laminado) ou de concreto (silos grandes com uma capacidade de diversos milhares de toneladas métricas). Os silos feitos de aço são menos preferidos do que aqueles feitos de madeira ou concreto quando estes são colocados em ar aberto, em particular por causa da presença de pontos frios causando a condensação de água dentro dos silos durante mudanças de temperatura fora dos silos.

[007] O acesso do silo a insetos e parasitas de fora dos silos é geralmente limitado ou controlado por sistemas de filtração e sifões selados colocados, por exemplo, a montante do equipamento de ventilação do silo e dos sistemas de carregamento.

[008] É prática conhecida combater parasitas por meio de substâncias neurotóxicas e inibidoras do desenvolvimento, tais como piretroides, compostos organo-halogenados (tais como, compostos organofluoretados, organocloretados ou organobrometados), compostos de organofósforo e carbamatos ou por meio de substâncias citotóxicas, tais como fosfetos de alumínio ou fosfetos de zinco. Atualmente, em muitos países, apenas um pequeno número de substâncias ativas é autorizado contra insetos no produto armazenado. Estes produtos são aplicados por pulverização ou termonebulização. Estas substâncias têm o risco de também serem tóxicas a seres humanos ou animais quando os produtos alimentícios são tratados com tais substâncias.

[009] Também é conhecido que as substâncias parasiticidas são aquelas com base em piretroides sintéticos ou naturais ou em compostos de organofósforo, usados como alternativas a compostos organo-halogenados, têm uma eficácia que diminui durante o tempo. Estas composições parasiticidas têm uma ação que pode ser descrita como “ação de choque”. Estes são geralmente efetivos por cerca de alguns meses. Isto ocorre devido às pressões de vapor que não zero dos componentes que originam sua volatilização durante o tempo e, além disso, à sua degradação por oxidação.

[0010] Os produtos alimentícios são geralmente tratados com uma substância parasiticida antes de seu armazenamento em silos. Os produtos são então controlados a fim de garantir um limiar parasiticida residual abaixo dos Limites de Resíduo Máximos (MRLs) e os limites contratuais. Estes MRLs são valores graduados. Os MRLs são regularmente diminuídos a fim de reduzir os riscos no consumo de produtos alimentícios associado a tais parasiticidas. A redução de MRLs, geralmente, possui problemas quanto ao armazenamento de longo prazo, em particular, armazenamento por mais do que um mês ou por mais do que 3 meses. Para sementes oleosas (semente de colza, girassol, amendoim, etc), apenas tratamentos por fumigação (por exemplo, com fosfeto de alumínio) são autorizados e os MRLs são até 100 vezes menores do que em cereais; os MRLs estão então geralmente no nível do limite de detecção.

[0011] Desta maneira, um tratamento inseticida de premissas vazias que são receber plantas oleosas pode ocasionar um lote a ser desclassificado unicamente através do contato do grão com as paredes, sendo isto tudo mais verdadeiro se o silo for pequeno.

[0012] O US 2006/0040031 descreve efeitos acaricidas e inseticidas de um pó compreendendo bicarbonato de sódio no armazenamento de cereais.

[0013] O WO 013/092694 descreve um método para a fabricação de uma composição parasiticida compreendendo bicarbonato de metal alcalino e sílica.

[0014] O WO 98/38867 descreve um método para proteger superfícies da infestação de artrópodes. É explicado que os efeitos do tratamento de protegem a superfície pela criação de um ambiente hostil na superfície que repele as pragas artrópodes.

[0015] O JP 19930102849 descreve partículas inseticidas tendo um tamanho menor do que a distância capilar de pragas inseto.

[0016] O WO 2012/085218 e W0 2014/001417 descreve um pó retardante de fogo fungicida e parasiticida compreendendo bicarbonato alcalino e sílica.

[0017] Portanto, é importante prover métodos melhorados para o tratamento contra o desenvolvimento de parasitas no armazenamento de produtos alimentícios tornando possível reduzir as quantidades usadas e/ou o teor residual de pesticidas listados acima, capazes de ter efeitos nocivos à saúde humana ou animal ou ainda para eliminar completamente o tratamento de produtos alimentícios com tais substâncias quando for uma questão da produção de produtos alimentícios, por exemplo, de qualidade "orgânica" ou, por exemplo, de qualidade "sem tratamento inseticida" enquanto permite-se a preservação dos mesmos por longos períodos de tempo.

Sumário da invenção

[0018] Os inventores da presente invenção observaram que produtos minerais na forma de partículas finas aplicadas mesmo como uma camada muito fina para cobrir os fragmentos e/ou pó de produto alimentício que estão presentes nas paredes de silos tornam possível produzir uma tela de barreira entre as pragas parasitas de produtos alimentícios e seu alimento. O termo "tela de barreira entre os parasitas e seu alimento" é pretendido significar na presente invenção que os produtos de camada de mineral na forma de partículas finas não permite que os parasitas tenham acesso a seu alimento. Este alimento pode ser o produto alimentício por si só (em particular na forma de um fragmento ou pó) ou bolores dos produtos alimentícios (que se desenvolvem no produto alimentício), atuando como alimento, por exemplo, para parasitas micófagos, insetos ou acarídeos.

[0019] Dependendo dos materiais, além da tela de barreira física que estes formam entre o parasita e o alimento, um efeito adicional pode, em particular, ser adicionado pelo aumento do teor de sais parcialmente solúveis no alimento, tais como sais compreendendo metais alcalinos (tais como sódio ou potássio), sulfatos, bicarbonatos ou carbonatos tornando o alimento inadequado para o consumo pelo parasita. Por exemplo, a presença de metais alcalinos no alimento do parasita aumenta a pressão osmótica nos fluidos internos do parasita e o dito parasita autolimita o consumo de alimento que é muito salgado. A presença de sulfato em um teor alto é laxante para o parasita. Os minerais compreendendo um bicarbonato, um carbonato ou um óxido de um metal alcalinoterroso são reguladores de pH. Foi observado que o parasita autolimita o consumo de tal alimento.

[0020] Desta maneira, os minerais usados na presente invenção tornam o alimento do parasita inacessível e/ou não atrativo, sem ser repelente de parasita. Em consequência, o efeito profilático da presente invenção.

[0021] Estes minerais na forma de partículas, desta maneira, tornam possível evitar que estes parasitas colonizem os locais de armazenamento entre duas campanhas de armazenamento, em particular, antes da entrada dos produtos alimentícios nos silos.

[0022] Além disso, estes minerais e formulações dos mesmos bloqueiam as cavidades das paredes e cobrem parcial ou totalmente seus remendos brutos de superfície, onde grãos e poeira atrativos para os parasitas estão alojados.

[0023] Consequentemente, a presente invenção refere-se ao uso de uma camada de mineral na parede de um silo de armazenamento de produto alimentício, em que fragmentos e/ou pó de produto alimentício estão ligados à parede do silo após o esvaziamento do silo, para produzir uma barreira entre os parasitas e os fragmentos e/ou pó de produto alimentício, distinguido pelo fato de que • o mineral é escolhido de: um bicarbonato de metal alcalino, um metal alcalino ou carbonato de metal alcalinoterroso, um metal alcalino ou sulfato de metal alcalinoterroso, um óxido de metal alcalinoterroso e misturas dos mesmos, • o mineral estando na forma de partículas tendo um diâmetro médio de no máximo 200 μm, e • a camada compreendendo pelo menos 10 g do mineral por m2 de parede.

[0024] Uma primeira vantagem da presente invenção está na quantidade muito pequena de mineral a ser usada com relação ao peso dos produtos alimentícios armazenados.

[0025] Uma segunda vantagem da invenção é que os minerais escolhidos na presente invenção podem ser facilmente selecionados dos aditivos de qualidade alimentícia para seres humanos ou animais de acordo com a FAO.

[0026] Uma terceira vantagem da invenção é aquela de ser capaz de melhorar os acabamentos da superfície das paredes do silo enchendo todos ou alguns dos remendos brutos e interstícios de tais superfícies, com uma perspectiva de reduzir os armazenamentos de alimento de praga de parasita e de inseto dos produtos alimentícios nos silos antes de uma outra campanha de armazenamento.

[0027] Uma quarta vantagem da invenção é aquela de ser capaz de reduzir a quantidade de pesticida de piretroide, tipo organo-halogenado, organofósforo ou carbamato durante o armazenamento do produto alimentício, tornando possível evitar o uso de tais pesticidas por pré- tratamento do silo antes do armazenamento ou ainda para reduzir a quantidade usada.

[0028] Uma quinta vantagem da invenção está na possibilidade de combinar tal método com as técnicas de tratamento pelo esfriamento gradual dos produtos alimentícios armazenados em silos a uma temperatura abaixo de 10°C, a fim de preservar os produtos alimentícios, por exemplo, de qualidade "orgânica" ou as plantas oleosas, sem pré-tratamento do silo e/ou sem pré- tratamento dos produtos alimentícios com pesticidas do tipo piretroide ou organofósforo.

Definições

[0029] Na presente invenção, na presente especificação descritiva, alguns termos são pretendidos terem os seguintes significados.

[0030] O termo "parasitas" é pretendido significar artrópodes, tais como insetos ou acarídeos que se desenvolvem em produtos alimentícios e, em particular aqueles que se desenvolvem em cereais.

[0031] O termo "método de tratamento profilático" é pretendido significar um método que torna possível evitar o desenvolvimento de parasitas em produtos alimentícios.

[0032] O termo "produtos alimentícios" é pretendido significar grãos ou vagens de plantas usadas principalmente na alimentação de seres humanos e animais, na forma de grãos totais ou grãos triturados (farinhas), tais como os grãos ou vagens de: • Cereais: da família Poaceae (trigo, arroz, milho, sorgo, etc.), isto é, cereais no sentido estrito; • "pseudocereais": isto é, grãos da família Polygonaceae (fagópiro, etc.), Chenopodiaceae (quinoa, amaranto, etc.), Pedaliaceae (gergelim, etc.); • plantas oleosas (semente de colza, girassol, amendoim, etc.); • favas, vagens, lentilhas e ervilhas, em particular da família Fabaceae.

[0033] O termo "silo de armazenamento de produto alimentício" é pretendido significar um reservatório pretendido para preservar produtos alimentícios.

[0034] O termo "armazenamento de produto alimentício" é pretendido significar o ato de formar um armazenamento de produtos alimentícios, compreendendo todos ou algumas das seguintes operações: enchimento, preservação e esvaziamento do armazém de produto alimentício.

[0035] O termo "fragmentos e/ou pó de produto alimentício" é pretendido significar os pedaços ou fragmentos de grãos de produto alimentício gerados pelas operações de armazenamento, tais como: enchimento, preservação ou esvaziamento.

[0036] O termo "mineral" é pretendido significar um composto essencialmente inorgânico, geralmente contendo menos do que 20%, preferivelmente menos do que 5% ou mais preferivelmente menos do que 1% em peso de matéria orgânica.

[0037] O termo "camada de mineral na forma de partículas" é pretendido significar a dispersão mais ou menos uniforme do mineral nos fragmentos e/ou pó de produto alimentício.

[0038] O termo "trona" é pretendido significar um mineral contendo pelo menos 60%, preferivelmente pelo menos 80%, mais preferivelmente pelo menos 90%, ainda mais preferivelmente pelo menos 95% em peso de sesquicarbonato de sódio (NaHCO3.N2CO3.2H2O). O remanescente do mineral consiste geralmente de argila ou carbonato de cálcio ou magnésio. O termo "parede de um silo" é pretendido significar a superfície interna e/ou externa do silo.

[0039] O termo diâmetro médio é pretendido significar é pretendido significar o diâmetro médio em peso de partículas medidas por difração a laser e dispersão em um analisador de tamanho de partícula Malvern Mastersizer S usando-se uma fonte de laser He-Ne tendo um comprimento de onda de 632,8 nm e um diâmetro de 18 mm, uma célula de medição equipada com uma lente de 300 mm de retrodifusão (300 RF) e uma unidade de preparação de líquido MS 17, usando-se etanol saturado com bicarbonato em temperatura ambiente (22°C).

[0040] O termo “coformulante" é pretendido significar um composto do tipo coformulante ou do tipo agente formador de gel. O termo "coformulante" também é pretendido significar um composto que facilita o fluxo do mineral na forma particulada, em particular, os compostos que, misturados com o mineral, reduzem seu ângulo de repouso como medido pelo padrão ISO 3435-1977.

[0041] O termo "agente formador de gel" é pretendido significar um composto que permite aumentar a viscosidade de uma suspensão aquosa de 35% em peso de mineral com base na solução, medido em um viscômetro de Brookfield equipado com um S63 móvel que gira em 60 revoluções por minuto.

[0042] Na presente especificação, a escolha de um elemento de um grupo de elementos também descreve explicitamente: - a escolha de dois ou a escolha de diversos elementos do grupo, - a escolha de um elemento de um subgrupo de elementos consistindo do grupo de elementos dos quais um ou mais elementos foram removidos.

[0043] Além disso, deve ser entendido que os elementos e/ou as características de um processo ou um uso, descrito na presente especificação, podem ser combinados de todas as maneiras possíveis com os outros elementos e/ou características do processo ou de uso, explícita ou implicitamente, isto ocorrendo sem divergir do contexto da presente especificação.

[0044] Nas passagens da presente especificação que seguirá, várias modalidades ou itens de implementação são definidos em maiores detalhes. Cada modalidade ou item de implementação desta maneira definidos podem ser combinados com uma outra modalidade ou com um outro item de implementação, desta maneira sendo para cada modo ou item, a não ser que de outra maneira indicado ou claramente incompatível, quando a faixa do mesmo parâmetro de valor não está conectada. Em particular, qualquer variante indicada como sendo preferida ou vantajosa pode ser combinada com outra variante ou com outras variantes indicadas como sendo preferidas ou vantajosas.

[0045] Na presente especificação, a descrição de uma faixa de valor para uma variável, definida por um limite inferior ou um limite superior, também compreende as modalidades em que a variável é escolhida, respectivamente, dentro de uma faixa de valor: excluindo o limite inferior ou excluindo o limite superior ou excluindo o limite inferior e o limite superior.

[0046] Na presente especificação, a descrição de diversas faixas sucessivas de valores para a mesma variável também compreende a descrição de modalidades onde a variável é escolhida em qualquer outra faixa intermediária incluída nas faixas sucessivas. Desta maneira, por exemplo, quando é indicado que "a magnitude X é geralmente de pelo menos 10, vantajosamente pelo menos 15", a presente descrição também descreve a modalidade onde: "a magnitude X é de pelo menos 11" ou também a modalidade onde: "a magnitude X é de pelo menos 13,74", etc.; 11 ou 13,74 sendo valores incluídos entre 10 e 15.

[0047] O termo "compreendendo" inclui "consistindo essencialmente de" e também "consistindo de".

[0048] Na presente especificação, o uso de "um" no singular também compreende o plural ("alguns") e vice-versa, a não ser que o contexto indique claramente o contrário. Por meio de exemplo, "um mineral" indica um mineral ou mais do que um mineral.

[0049] Se o termo "aproximadamente" for usado antes de um valor quantitativo, isto corresponde a uma variação de ± 10% do valor quantitativo nominal, a não ser que indicado de outra maneira.

Descrição detalhada da invenção

[0050] A presente invenção, desta maneira, refere-se a: • um método para o tratamento profilático do desenvolvimento de parasitas em um silo de armazenamento de produto alimentício e • um uso de uma camada de mineral para produzir uma barreira entre os parasitas e seu alimento, como descrito a seguir Item 1. Método para o tratamento profilático do desenvolvimento de parasitas em um silo de armazenamento de produto alimentício, o silo compreendendo paredes e o armazenamento de produto alimentício gerando o depósito de fragmentos e/ou pó de produto alimentício nas paredes do silo após o esvaziamento do silo, o dito método de tratamento profilático compreendendo a aplicação a pelo menos uma parte das paredes: • de um mineral escolhido de: um bicarbonato de metal alcalino, um metal alcalino ou carbonato de metal alcalinoterroso, um metal alcalino ou sulfato de metal alcalinoterroso, um óxido de metal alcalinoterroso e misturas dos mesmos, • o mineral estando na forma de partículas tendo um diâmetro médio de no máximo 200 μm, • o mineral sendo aplicado como uma camada que compreende pelo menos 10 g do mineral por m2 de parede e o dito método sendo distinguido pelo fato de que a aplicação da camada é realizada, após o esvaziamento do silo, em fragmentos e/ou pó de produto alimentício depositado nas paredes do silo. Item 2. Método de acordo com o item 1, de acordo com o qual o mineral é escolhido de: bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio, trona, carbonato de sódio, carbonato de potássio, carbonato de cálcio, carbonato de magnésio, dolomita, sulfato de sódio, sulfato de potássio, sulfato de cálcio, sulfato de magnésio, óxido de magnésio ou misturas dos mesmos. Item 3. Método de acordo com o item 2, de acordo com o qual o mineral é bicarbonato de sódio ou trona. Item 4. Método de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 3, de acordo com o qual um coformulante do mineral, escolhido de: uma sílica, uma terra diatomácea, um silicato de metal alcalinoterroso, uma argila, uma montmorillonita, um zeólito ou misturas dos mesmos, são aplicados às paredes com o dito mineral. Item 5. Método de acordo com o item 4, de acordo com o qual o coformulante do mineral é escolhido de: estearato de cálcio, estearato de magnésio, sílica precipitada, sílica fumigada, gel de sílica, silicato de sódio, silicato de potássio, silicato de magnésio anidro, silicato de magnésio hidratado, silicatos de ferro, caulim, bentonita, esmectita, montmorillonita, perlita, terra diatomácea, pirofilita, attapulgita, vermiculita, sepiolita, perlita expandida e misturas dos mesmos. Item 6. Método de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 5, de acordo com o qual o mineral e o coformulante do mineral se presentes, está (estão) na forma de partículas, tal que pelo menos 50% em peso das partículas têm um diâmetro menor do que: do que 100 μm, preferivelmente do que 70 μm, mais preferivelmente do que 40 μm, ainda mais preferivelmente do que 30 μm, também preferivelmente tal que pelo menos 90% em peso das partículas têm um diâmetro menor: do que 100 μm, preferivelmente do que 70 μm, mais preferivelmente do que 40 μm, ainda mais preferivelmente do que 30 μm. Item 7. Método de acordo com o item 4, de acordo com o qual o mineral compreende um ou mais minerais solúveis em temperatura ambiente em água em uma concentração de pelo menos 50 g por 1000 g de água e o coformulante do mineral é moderadamente solúvel em água, isto é, solúvel em temperatura ambiente em uma concentração de no máximo 10 g por 1000 g de água. Item 8. Método de acordo com o item 7, de acordo com o qual o mineral compreende bicarbonato de sódio e o coformulante do mineral é sílica. Item 9. Método de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 8, de acordo com o qual o mineral compreende pelo menos 60%, vantajosamente pelo menos 70%, mais vantajosamente pelo menos 80%, ainda mais vantajosamente pelo menos 85% em peso de bicarbonato de sódio. Na presente invenção, o mineral também pode consistir essencialmente de bicarbonato de sódio. Item 10. Método de acordo com o qualquer um dos itens de 4 a 9, de acordo com o qual um coformulante do mineral é aplicado com o mineral e está em uma proporção em peso de no máximo 20% ou de no máximo 15% com relação ao mineral. Item 11. Método de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 9, de acordo com o qual o mineral e o coformulante do mineral se presentes, é (são) isentos de pesticida neurotóxico. Em particular, o mineral e o coformulante do mineral se presentes, não contêm piretro nem piretroides sintéticos, tais como permetrina. Item 12. Método de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 11, de acordo com o qual o mineral e o coformulante do mineral se presentes, é (ou são) aplicado(s) como uma camada por polvilhamento. Item 13. Método de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 11, de acordo com o qual a aplicação do mineral às paredes é realizada por aspersão, escovação ou pulverização do mineral na forma de uma suspensão aquosa do mineral, então secagem. Item 14. Método de acordo com o item 13, de acordo com o qual a aplicação é realizada pela pulverização do mineral na forma de uma suspensão aquosa do mineral na forma de gotículas e tal que pelo menos 70% em peso as gotículas têm um tamanho menor do que 500 μm. Item 15. Método de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 14, de acordo com o qual a camada compreendendo o mineral é uma camada de adesivo, distinguido pelo fato de que a camada aplicada a uma lâmina de metal galvanizado de 0,01 m2 colocada horizontalmente, a camada sendo aplicada à face superior, retém, após a lâmina de metal galvanizado ser virada e colocada com a face revestida virada para o chão, pelo menos 80% do mineral após uma hora, vantajosamente após uma semana, mais vantajosamente após 60 dias. Item 16. Método de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 15, de acordo com o qual a camada compreendendo o mineral é uma camada pulverulenta, distinguido pelo fato de que tal camada aplicada a uma lâmina horizontal de metal galvanizado de 0,01 m2, então submetida, em uma distância de 60 cm, por 10 minutos, a um jato de ar de 200 kPa (2 bar) tendo uma velocidade de ar inicial de 14 m/s, perde pelo menos 20% do mineral. Item 17. Método de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 16, de acordo com o qual a camada compreende no máximo 200 g, preferivelmente no máximo 100 g, mais preferivelmente no máximo 40 g de mineral por metro quadrado de parede. Item 18. Método de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 17, de acordo com o qual a camada é aplicada às paredes do silo a fim de encher pelo menos uma parte das fendas das paredes. Item 19. Método de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 18, de acordo com o qual a aplicação é realizada de fevereiro a junho no hemisfério norte (ou de agosto a dezembro no hemisfério sul) nas paredes do silo de armazenamento de produto alimentício vazio. Item 20. Método de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 19, de acordo com o qual a quantidade de mineral usada para o tratamento profilático é no máximo de 100, vantajosamente no máximo de 50, mais vantajosamente no máximo de 30 g de mineral por tonelada métrica de produtos alimentícios armazenáveis ou armazenados. Item 21. Método para armazenar produtos alimentícios em um silo, de acordo com o qual um método de tratamento profilático de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 20 é aplicado ao silo, então o silo é enchido com produtos alimentícios pré-tratados com um pesticida antes do armazenamento dos produtos alimentícios no silo. Item 22. Método para armazenar produtos alimentícios em um silo, de acordo com o qual um método de tratamento profilático de acordo com qualquer um dos itens de 1 a 20 é aplicado ao silo, então o silo é enchido com produtos alimentícios não pré-tratados com um pesticida neurotóxico antes do armazenamento do produto alimentícios no silo. Item 23. Método para armazenar produtos alimentícios em um silo de acordo com o item 22, de acordo com o qual o silo é enchido com produtos alimentícios não pré-tratados com um pesticida antes do armazenamento dos produtos alimentícios no silo. Item 24. Método para armazenar produtos alimentícios de acordo com qualquer um dos itens de 21 a 23, de acordo com o qual, após a aplicação do mineral ao silo, o silo é enchido com produtos alimentícios e os produtos alimentícios são submetidos a uma ou mais etapas de esfriamento a fim de diminuir suas temperaturas a no máximo 10°C. Item 25. Método para armazenar produtos alimentícios de acordo com o item 24, de acordo com o qual o esfriamento a fim de diminuir a temperatura dos produtos alimentícios a no máximo 10°C é realizado por ventilação com ar frio, em particular, com ar frio tendo uma temperatura de no máximo 8 a 10°C menor do que a temperatura dos produtos alimentícios. Item 26. Uso de um mineral escolhido de: um bicarbonato de metal alcalino e carbonato de metal alcalino, um carbonato de metal alcalinoterroso, um sulfato de metal alcalino, um sulfato de metal alcalinoterroso, um óxido de metal alcalinoterroso e misturas dos mesmos, o mineral estando na forma de partículas tendo um diâmetro médio de no máximo 200 μm, para o tratamento profilático do desenvolvimento de parasitas em um silo de armazenamento de produto alimentício, o silo compreendendo paredes e fragmentos e/ou pó de produto alimentício ligado às paredes, o dito tratamento profilático consistindo da aplicação do mineral aos ditos fragmentos e/ou pó de produto alimentício ligados às paredes, como uma camada que compreende pelo menos 10 g do mineral por m2 de parede. Item 27. Uso de um mineral de acordo com o item 26, tornando possível limitar o acesso do parasita aos fragmentos ou pó de produto alimentício e para evitar que os parasitas se alimentem dos mesmos. Item 28. Uso de uma camada de mineral na parede de um silo de armazenamento de produto alimentício, em que fragmentos e/ou pó de produto alimentício estão ligados à parede do silo após o esvaziamento do silo, para produzir uma barreira entre os parasitas e os fragmentos e/ou pó de produto alimentício, distinguido pelo fato de que • o mineral é escolhido de: um bicarbonato de metal alcalino, um metal alcalino ou carbonato de metal alcalinoterroso, um metal alcalino ou sulfato de metal alcalinoterroso, um óxido de metal alcalinoterroso e misturas dos mesmos, • o mineral estando na forma de partículas tendo um diâmetro médio de no máximo 200 μm, e • a camada compreendendo pelo menos 10 g do mineral por m2 de parede. Item 29. Uso de acordo com o item 28, de acordo com o qual o mineral é escolhido de: bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio, trona, carbonato de sódio, carbonato de potássio, carbonato de cálcio, carbonato de magnésio, dolomita, sulfato de sódio, sulfato de potássio, sulfato de cálcio, sulfato de magnésio, óxido de magnésio ou misturas dos mesmos. Item 30. Uso de acordo com o item 29, de acordo com o qual o mineral é bicarbonato de sódio ou trona. Item 31. Uso de acordo com qualquer um dos itens de 28 a 30, de acordo com o qual a camada compreende adicionalmente um coformulante do mineral, o coformulante sendo selecionado de: uma sílica, uma terra diatomácea, um silicato de metal alcalinoterroso, uma argila, uma montmorillonita, um zeólito e misturas dos mesmos. Item 32. Uso de acordo com qualquer um dos itens de 28 a 31, de acordo com o qual a camada é obtida pela aplicação do mineral às paredes por aspersão, escovação ou pulverização do mineral na forma de uma suspensão aquosa do mineral, então secagem. Item 33. Uso de acordo com qualquer um dos itens de 28 a 32, de acordo com o qual a camada compreendendo o mineral é uma camada de adesivo, distinguido pelo fato de que a camada aplicada a uma lâmina de metal galvanizado de 0,01 m2 colocada horizontalmente, a camada sendo aplicada à face superior, retém, após a lâmina de metal galvanizado ser virada e colocada com a face revestida virada a para o chão, pelo menos 80% do mineral após uma hora, vantajosamente após uma semana, mais vantajosamente após 60 dias. Item 34. Uso de acordo com qualquer um dos itens de 28 a 32, de acordo com o qual a camada compreendendo o mineral é uma camada pulverulenta, distinguido pelo fato de que tal camada aplicada a uma lâmina horizontal de metal galvanizado de 0,01 m2, então submetida, em uma distância de 60 cm, por 10 minutos, a um jato de ar de 200 kPa (2 bar) tendo uma velocidade de ar inicial de 14 m/s, perde pelo menos 20% do mineral. Item 35. Uso de acordo com qualquer um dos itens de 28 a 34, de acordo com o qual a camada compreende no máximo 200 g, preferivelmente no máximo 100 g, mais preferivelmente no máximo 40 g de mineral por metro quadrado de parede. Item 36. Uso de acordo com qualquer um dos itens de 28 a 35, de acordo com o qual a camada enche pelo menos parte das fendas das paredes. Item 37. Uso de acordo com qualquer um dos itens de 28 a 36, de acordo com o qual a camada é aplicada de fevereiro a junho no hemisfério norte (ou de agosto a dezembro no hemisfério sul) nas paredes dos silos de armazenamento de produto alimentícios vazios. Item 38. Uso da camada de mineral na parede de um silo de armazenamento de produto alimentício, em que fragmentos e/ou pó de produto alimentício estão ligados à parede do silo após o esvaziamento do silo, para evitar um aumento na população de parasitas no silo de armazenamento de produto alimentício sem aumentar significantemente, preferivelmente sem aumentar a mortalidade dos parasitas em comparação com a sua mortalidade na ausência de alimentos, distinguido pelo fato de que • o mineral é escolhido de: um bicarbonato de metal alcalino, um metal alcalino ou carbonato de metal alcalinoterroso, um metal alcalino ou sulfato de metal alcalinoterroso, um óxido de metal alcalinoterroso e misturas dos mesmos, • o mineral estando na forma de partículas tendo um diâmetro médio de no máximo 200 μm e • a camada compreendendo pelo menos 10 g do mineral por m2 de parede. Item 39. Método para evitar um aumento na população de parasitas em um silo de armazenamento de produto alimentício sem aumentar significantemente, preferivelmente sem aumentar a mortalidade dos parasitas em comparação com a sua mortalidade na ausência de alimentos, o silo compreendendo paredes e o armazenamento de produto alimentício gerando depósito de fragmentos e/ou pó de produto alimentício nas paredes do silo após o esvaziamento do silo, o dito método compreendendo a aplicação a pelo menos parte das paredes • de um mineral escolhido de: um bicarbonato de metal alcalino, um metal alcalino ou carbonato de metal alcalinoterroso, um metal alcalino ou sulfato de metal alcalinoterroso, um óxido de metal alcalinoterroso e misturas dos mesmos, • o mineral estando na forma de partículas tendo um diâmetro médio de no máximo 200 μm, • o mineral sendo aplicado como uma camada que compreende pelo menos 10 g do mineral por m2 de parede e o dito método sendo distinguido pelo fato de que a aplicação da camada é realizada após o esvaziamento do silo, em fragmentos e/ou pó de produto alimentício depositado nas paredes do silo. Item 40. O uso ou método de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes que é não parasiticida. Item 41. O uso ou método de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes que ocorrem sem ser repelente de parasita. Item 42. O uso ou método de acordo com o qualquer um dos itens de 28 a 41, de acordo com o qual o mineral e o coformulante do mineral se presentes, está (estão) na forma de partículas, tal que pelo menos 50% em peso das partículas têm um diâmetro menor: do que 100 μm, preferivelmente do que 70 μm, mais preferivelmente do que 40 μm, ainda mais preferivelmente do que 30 μm, também preferivelmente tal que pelo menos 90% em peso das partículas têm um diâmetro menor: do que 100 μm, preferivelmente do que 70 μm, mais preferivelmente do que 40 μm, ainda mais preferivelmente do que 30 μm.

[0051] Na presente invenção, os minerais são naturais ou produzidos sinteticamente.

[0052] Em um modo preferido da presente invenção, o mineral e/ou o coformulante do mineral são aditivos alimentícios. O termo "aditivo alimentício" é pretendido significar os compostos listados e correspondentes ao Codex Alimentarius da FAO/WHO - versão 2013.

[0053] Além disso, os minerais ou os coformulantes de minerais listados na presente especificação, em particular aqueles listados nos itens e 2 a 5, são utilizáveis na agricultura orgânica de acordo com a regulação EC 834/2007.

[0054] Entre os minerais listados nos itens de 1 a 3, bicarbonato de sódio é particularmente vantajoso visto que, além de serem autorizados por várias organizações (tal como o FDA nos Estados Unidos) em alimentos humanos ou animais, estes tiveram perfis toxicológicos e eco-toxicológicos muito favoráveis e são bem tolerados por todos os organismos viventes, tais como humanos e mamíferos. Por exemplo, o plasma e o sangue de seres humanos os contêm naturalmente em uma concentração de cerca de 1200 mg/l, e mantêm um papel regulador de pH importante para estes fluidos.

[0055] Os coformulantes dos itens de 4 a 6 podem estar na forma amorfa ou cristalina. Entretanto, é preferido para estes estarem na forma amorfa, isto é, na forma não cristalina. Este é particularmente o caso para os coformulantes contendo sílica. Sob este aspecto, sílicas precipitadas não cristalinas ou sílicas fumigadas não cristalinas são particularmente recomendadas na presente invenção.

[0056] Os exemplos que seguem são pretendidos para ilustrar a invenção. Estes não devem ser interpretados como limitante do escopo da invenção reivindica. Exemplos Exemplo 1

[0057] Neste exemplo, a eficácia de uma camada de barreira de um mineral que consiste de um bicarbonato de sódio (Solvay Bicar® Grau alimentício 0/4), com um tamanho de partícula a laser médio de 25 μm, depositado em várias espessuras: respectivamente 17 e 34 g/m2, foi testada. A fim de ver a eficácia da camada de barreira na entrada de alimentos contra insetos, três populações de insetos foram testadas: - Tribolium confusum, - Sitophilus granarius (caruncho dos grãos), - Ephestia kuehniella (mariposa da farinha). O produto alimentício escolhido foi de dois tipos: - trigo triturado (a fim de simular fragmentos de produto alimentício), - farinha de trigo (T55) (a fim de simular pó de produto alimentício).

[0058] O produto alimentício testado foi depositado em uma placa de ferro galvanizado, em uma quantidade de 20 g /m2 a fim de simular os fragmentos ou pó de produto alimentício em uma parede de silo após o esvaziamento.

[0059] A camada de mineral foi depositada na camada de trigo triturado ou na camada de farinha pela pulverização do mineral na suspensão aquosa em 50% em peso e foi então secada a fim de formar a camada de barreira de mínimo em 17 ou em 34 g /m2.

[0060] As populações de inseto foram submetidas a pré-jejum por 10 dias sem serem alimentadas.

[0061] As três populações de inseto submetidas a pré-jejum foram então fracionadas e distribuídas em várias placas metálicas laminadas: - sem trigo triturado ou farinha (isto é, sem alimento), - com trigo triturado ou farinha (isto é, com alimentos) em 20 g/ m2 e 0 g/m2 de mineral (isto é, sem camada de mineral), - com trigo triturado ou farinha (isto é, com alimentos) em 20 g/ m2 e 17 g/m2 de mineral, - com trigo triturado ou farinha (isto é, com alimentos) em 20 g/ m2 e 34 g/m2 de mineral (isto é, uma camada de mineral duas vezes tão grande quanto em 17 g /m2).

[0062] A taxa de mortalidade expressada como percentual de cada população de inseto foi monitorada durante o curso de 10 dias (após os 10 dias onde os insetos foram submetidos a pré-jejum).

[0063] As placas metálicas laminadas cobertas com alimentos deixaram as populações de inseto ter algo para comer e se alimentar durante o curso dos 10 dias do teste com as taxas de mortalidade baixas observadas após 10 dias nas populações de controle de: - Tribolium: 1% - Sitophilus: 2% - Ephestia: 6%.

[0064] A Tabela 1 a seguir dá a taxa de mortalidade das populações de inseto como uma função do número de dias de exposição nas placas metálicas laminadas: - sem alimento - ou com alimento (20 g/m2) e revestido com 17 ou 34 g/m2 de camada de mineral.

[0065] É observado que, na presença da camada de mineral na camada de alimento (fragmentos ou pó), os insetos podem virtualmente não se alimentar: a taxa de mortalidade dos insetos como uma função de tempo é levemente menor do que ou igual à taxa de mortalidade dos testes de controle sem alimento acessível. A taxa de mortalidade é de 100% após 7 a 9 dias com alimento e camada de mineral (testes 4 a 15), enquanto a taxa de mortalidade de 100% dos insetos sem alimento (testes 1 a 3) é atingida após 7 dias nos testes de controle. Isto mostra que a camada de barreira de mineral teve uma eficácia muito alta para evitar que as pragas inseto de produto alimentício atinjam os fragmentos ou a farinha localizada sob a camada de mineral e, desta maneira evitando o desenvolvimento das ditas pragas inseto.

Exemplo 2

[0066] Neste exemplo, uso foi feito, como mineral, de um bicarbonato de sódio (Solvay Bicar® Grau alimentício 0/4), com um tamanho de partícula a laser médio de 25 μm e um coformulante do mineral composto de sílica amorfa (Solvay Tixosil® 38 AB Grau alimentício), com um tamanho de partícula a laser médio de 25 μm (diâmetro em peso médio). O mineral e o coformulante são ambos de grau alimentício.

[0067] O diâmetro em peso médio é medido por difração a laser e dispersão em um analisador de tamanho de partícula Malvern Mastersizer S usando-se uma fonte de laser He-Ne tendo um comprimento de onda de 632,8 nm e um diâmetro de 18 mm, uma célula de medição equipada com uma lente 300 mm de retrodifusão (300 RF), e uma unidade de preparação de líquido MS 17, usando-se etanol saturado com bicarbonato em temperatura ambiente (22°C).

[0068] O mineral e o coformulante do mineral foram introduzidos em um misturador de pó de relha Lodige e o pó foi misturado por 5 minutos a fim de obter um pó homogêneo. Uma suspensão do mineral e do coformulante do mineral foi então preparada vertendo-se 10 kg do pó obtido (85% bicarbonato de sódio e 15% de sílica) em 10 litros de água enquanto dispersa-se o mineral e o coformulante com um agitador de corte e uma suspensão homogênea contendo 50% em peso de mineral e de coformulante foi obtida.

[0069] A suspensão aquosa de mineral e de fluidizador foi aplicada por pulverização por meio de uma bomba de pistão em uma pressão de 4.000 kPa (40 bar) e em uma taxa de fluxo de 3 litros por minuto, nas paredes de um silo de armazenamento de cereal de concreto recentemente esvaziado em fevereiro, em uma camada de 20 g do mineral e montagem de coformulante, por m2 de parede. As paredes de concreto antes do tratamento foram limpas, mas parcialmente cobertas com fragmentos pequenos e pó de grãos de trigo. A suspensão aquosa aderida aos fragmentos e ao pó de cereal para formar uma camada de mineral e coformulante nos fragmentos e no pó de cereal.

[0070] Um silo de concreto justaposto com respeito ao silo tratado, tendo o mesmo tamanho e feito do mesmo concreto e esvaziado em fevereiro, da mesma colheita de trigo, não foi tratado de acordo com o presente método a fim de produzir um controle.

[0071] Em julho, os dois silos: o silo tratado e o de controle não tratado, foram enchidos com a mesma colheita e grãos de trigo não tratados de grau orgânico.

[0072] De julho a outubro, os silos foram esfriados por injeção de ar frio durante a noite a fim de diminuir gradualmente a temperatura do grão a 8+/-1°C. Exemplo 3

[0073] Neste exemplo, a eficácia de camadas de barreira de minerais diferentes foi testada. Também foi testado se estas camadas de barreira apresentam efeito parasiticida. Como minerais trona, carbonato de sódio, carbonato de magnésio, óxido de magnésio e sulfato de sódio foram testados. Todos os minerais tiveram um diâmetro de partícula médio abaixo de 70 μm. Todos os pós minerais testados continham 5 % p/p de sílica amorfa. Os minerais foram aplicados como uma pasta aquosa contendo 50 % p/p de formulação de mineral. As camadas de barreira foram preparadas por pulverização da pasta aquosa em uma placa de metal em uma dose de 18 g de sólido seco/m2 e secar a camada assim obtida.

[0074] Os experimentos foram conduzidos sob quatro condições de teste diferentes. Sob a condição 1, os insetos foram colocados na placa de metal sem qualquer alimento e sem qualquer camada de mineral. Sob a condição 2, A e B, primeiro uma mistura de trigo esmagado e farinha (T55) foi depositada na placa de metal em uma dose de 20 g/m2. Sob a condição 2, os insetos foram colocados na camada de alimento sem qualquer camada de mineral. Sob a condição A, a camada de mineral foi pulverizada na camada de alimento e após a secagem, os insetos e o alimento disponível em uma placa de petri foram colocados na camada de mineral seca. Sob a condição B, a camada de mineral foi pulverizada na camada de alimento e após a secagem, os insetos foram colocados na camada de mineral seca sem qualquer alimento adicional.

[0075] Três populações de insetos foram testadas: - Tribolium confusum (TC) - Sitophilus oryzae (SO) - Ephestia kuehniella (EK).

[0076] Todos os insetos foram submetidos a pré-jejum por 10 dias sem serem alimentados antes do teste. A taxa de mortalidade expressada como percentual de cada população de inseto foi monitorada durante o curso de 10 dias (após os 10 dias onde os insetos foram submetidos a pré-jejum).

[0077] A Tabela 2 a seguir dá a taxa a taxa de mortalidade das populações de inseto como função do número de dias de exposição nas placas metálicas.

[0078] A partir dos dados na Tabela 2, é evidente que a taxa de mortalidade de insetos em uma placa de metal sem acesso a qualquer alimento aumenta significantemente após cerca de 5 dias (condição 1). Na presença de alimento, mas sem qualquer camada de mineral (condição 2) a taxa de mortalidade é bastante baixa mesmo após 10 dias.

[0079] Se a camada de trigo esmagado e de farinha na placa de metal for revestida com camada de mineral e trona (condição 3B), carbonato de sódio (condição 4B) ou carbonato de magnésio (condição 5B) e nenhum outro alimento estiver disponível aos insetos, a taxa de mortalidade aumenta significantemente após cerca de 5 dias e é similar à observada na ausência de qualquer alimento. Isto demonstra que o mineral forma uma camada de barreira efetiva entre o trigo esmagado e a farinha na placa de metal e os insetos.

[0080] No caso onde óxido de magnésio (condição 6B) ou sulfato de sódio (condição 7B) são usados como camada de barreira, a taxa de mortalidade dos insetos aumenta significantemente após cerca de 7 dias. Isto demonstra que a camada de barreira que compreende óxido de magnésio ou sulfato de sódio é levemente menos pronunciada em comparação com as camadas de barreira que compreendem trona, carbonato de sódio ou carbonato de magnésio. Entretanto, também óxido de magnésio e sulfato de sódio ainda são adequados para formar a camada de barreira desejada.

[0081] Além disso, se os insetos forem providos com alimento em uma placa de petri colocada na camada de mineral (condições 3A, 4A, 5A, 6A e 7A), sua taxa de mortalidade será similar à taxa de mortalidade na ausência de qualquer camada de mineral no trigo esmagado e na farinha (condição 2). Isto demonstra que a camada de mineral apenas evita que os insetos acessem seu alimento sem ser nociva aos insetos como tais. Se alimento estiver disponível aos insetos, estes sobrevivem na camada de mineral mostrando substancialmente a mesma mortalidade como sem qualquer camada de mineral. Desta maneira, a camada de mineral é não parasítica. Exemplo 4

[0082] O Exemplo 3 foi repetido mas usando-se Bi-Ex® (97 % p/p de bicarbonato de sódio + agente anti-formação de torta; disponível da Solvay) e bicarbonato de sódio (mistura de 95 % p/p de bicarbonato de sódio e 5 % p/p de sílica amorfa) como mineral. Em ambos os casos, o diâmetro médio das partículas de mineral foi abaixo de 70 μm. Os resultados são resumidos na Tabela 3 a seguir.

[0083] A partir dos dados acima, é evidente que a taxa de mortalidade dos insetos na camada de mineral que cobre a camada de trigo esmagado e farinha (condições 3 e 5) é similar à sua taxa de mortalidade na ausência de qualquer alimento e camada de mineral (condição 1). Desta maneira, a camada de mineral atua como barreira entre os insetos e seu alimento. Além disso, se alimento adicional estiver presente em uma placa de petri na camada de mineral (condições 4 e 6), as taxas de mortalidades serão similares à taxa de mortalidade no caso onde os insetos têm acesso ao trigo esmagado e à farinha em qualquer camada de mineral (condição 2). Isto confirma que a camada de mineral não é nociva aos insetos e, em particular, é não parasiticida.

Claims

1. Uso de uma camada de mineral na parede de um silo de armazenamento de produto alimentício, em que fragmentos e/ou pó de produto alimentício estão ligados à parede do silo após o esvaziamento do silo, para produzir uma barreira entre os parasitas e os fragmentos e/ou pó de produto alimentício, caracterizado pelo fato de que • o mineral é escolhido de: um bicarbonato de metal alcalino, um metal alcalino ou carbonato de metal alcalinoterroso, um metal alcalino ou sulfato de metal alcalinoterroso, um óxido de metal alcalinoterroso e misturas dos mesmos, • o mineral estando na forma de partículas tendo um diâmetro médio de no máximo 200 μm e • a camada compreendendo pelo menos 10 g do mineral por m2 de parede.

2. Uso de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que o mineral é escolhido de: bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio, trona, carbonato de sódio, carbonato de potássio, carbonato de cálcio, carbonato de magnésio, dolomita, sulfato de sódio, sulfato de potássio, sulfato de cálcio, sulfato de magnésio, óxido de magnésio ou misturas dos mesmos.

3. Uso de acordo com a reivindicação 2, caracterizado pelo fato de que o mineral é bicarbonato de sódio ou trona.

4. Uso de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 3, caracterizado pelo fato de que a camada compreende adicionalmente um coformulante do mineral, o coformulante sendo selecionado de: uma sílica, uma terra diatomácea, um silicato de metal alcalinoterroso, uma argila, uma montmorillonita, um zeólito e misturas dos mesmos.

5. Uso de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pelo fato de que a camada é obtida pela aplicação do mineral, e o coformulante do mineral, se presente, por polvilhamento.

6. Uso de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 4, caracterizado pelo fato de que a camada é obtida pela aplicação do mineral às paredes por aspersão, escovação ou pulverização do mineral na forma de uma suspensão aquosa do mineral, então secagem.

7. Uso de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 6, em que a camada compreendendo o mineral é uma camada de adesivo, caracterizado pelo fato de que a camada aplicada a uma lâmina de metal galvanizado de 0,01 m2 colocada horizontalmente, a camada sendo aplicada à face superior, retém, após a lâmina de metal galvanizado ser virada e colocada com a face revestida virada para o solo, pelo menos 80% do mineral após uma hora, vantajosamente após uma semana, mais vantajosamente após 60 dias.

8. Uso de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 6, de acordo com o qual a camada compreendendo o mineral é uma camada pulverulenta, caracterizado pelo fato de que tal camada aplicada a uma lâmina horizontal de metal galvanizado de 0,01 m2, então submetida, em uma distância de 60 cm, por 10 minutos, a um jato de ar de 200 kPa (2 bar) tendo uma velocidade de ar inicial de 14 m/s, perde pelo menos 20% do mineral.

9. Uso de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 8, caracterizado pelo fato de que a camada compreende no máximo 200 g, preferivelmente no máximo 100 g, mais preferivelmente no máximo 40 g de mineral por metro quadrado de parede.

10. Uso de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 9, caracterizado pelo fato de que a camada preenche pelo menos parte das fendas das paredes.

11. Uso de acordo com qualquer uma das reivindicações de 1 a 10, caracterizado pelo fato de que a camada é aplicada de fevereiro a junho no hemisfério norte (ou de agosto a dezembro no hemisfério sul) nas paredes dos silos de armazenamento de produto alimentícios vazios.

12. Uso de uma camada de mineral na parede de um silo de armazenamento de produto alimentício, em que fragmentos e/ou pó de produto alimentício estão ligados à parede do silo após o esvaziamento do silo, para evitar um aumento na população de parasitas no silo de armazenamento de produto alimentício sem aumentar significantemente, preferivelmente sem aumentar a mortalidade dos parasitas em comparação com a sua mortalidade na ausência de alimentos, caracterizado pelo fato de que • o mineral é escolhido de: um bicarbonato de metal alcalino, um metal alcalino ou carbonato de metal alcalinoterroso, um metal alcalino ou sulfato de metal alcalinoterroso, um óxido de metal alcalinoterroso e misturas dos mesmos, • o mineral estando na forma de partículas tendo um diâmetro médio de no máximo 200 μm e • a camada compreendendo pelo menos 10 g do mineral por m2 de parede.

13. Método para o tratamento profilático do desenvolvimento de parasitas em um silo de armazenamento de produto alimentício, o silo compreendendo paredes e o armazenamento de produto alimentício gerando depósito de fragmentos e/ou pó de produto alimentício nas paredes do silo após o esvaziamento do silo, o dito método de tratamento profilático compreendendo a aplicação a pelo menos parte das paredes • de um mineral escolhido de: um bicarbonato de metal alcalino, um metal alcalino ou carbonato de metal alcalinoterroso, um metal alcalino ou sulfato de metal alcalinoterroso, um óxido de metal alcalinoterroso e misturas dos mesmos, • o mineral estando na forma de partículas tendo um diâmetro médio de no máximo 200 μm, • o mineral sendo aplicado como uma camada que compreende pelo menos 10 g do mineral por m2 de parede e o dito método sendo caracterizado pelo fato de que a aplicação da camada é realizada após o esvaziamento do silo, em fragmentos e/ou pó de produto alimentício depositado nas paredes do silo.

14. Método para evitar um aumento na população de parasitas em um silo de armazenamento de produto alimentício sem aumentar significantemente, preferivelmente sem aumentar a mortalidade dos parasitas em comparação com a sua mortalidade na ausência de alimentos, o silo compreendendo paredes e o armazenamento de produto alimentício gerando depósito de fragmentos e/ou pó de produto alimentício nas paredes do silo após o esvaziamento do silo, o dito método compreendendo a aplicação a pelo menos parte das paredes • de um mineral escolhido de: um bicarbonato de metal alcalino, um metal alcalino ou carbonato de metal alcalinoterroso, um metal alcalino ou sulfato de metal alcalinoterroso, um óxido de metal alcalinoterroso e misturas dos mesmos, • o mineral estando na forma de partículas tendo um diâmetro médio de no máximo 200 μm, • o mineral sendo aplicado como uma camada que compreende pelo menos 10 g do mineral por m2 de parede, e o dito método sendo caracterizado pelo fato de que a aplicação da camada é realizada após o esvaziamento do silo, em fragmentos e/ou pó de produto alimentício depositado nas paredes do silo.

15. Uso ou método de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que não é parasiticida.

16. Uso ou método de acordo com qualquer uma das reivindicações precedentes, caracterizado pelo fato de que é sem ser repelente de parasita.